Gravidez na adolescência
A gravidez da mulher
jovem não é um problema exclusivo de nossos dias. Nossas
avós casavam-se aos 15 ou 16 anos e começavam a procriar,
nunca ocorrendo a ninguém daquela época que isso pudesse
ser um problema, pois essas gestações eram desejadas.
O que se tem constituído em preocupação, nos dias
atuais, é o crescente número de gestações
indesejáveis e indesejadas na adolescência. Surgem como
um "efeito colateral" do exercício da sexualidade entre
jovens - às vezes muito jovens - que, pela própria imaturidade,
nem sempre são capazes de avaliar e de assumir os riscos e as
consequências dessa vida sexual.
O problema da gestação
indesejada entre adolescentes passou a se tornar importante a partir
da década de 1960. A revolução de costumes, a onda
de contestação juvenil, o advento de anticoncepção
eficaz e a afirmação dos direitos da mulher marcaram a
época, resultando em maior liberalização do exercício
da sexualidade, iniciação sexual mais precoce e aumento
dos índices de doenças sexualmente transmissíveis
e de gravidez indesejada.
Dentre os inúmeros
fatores que contribuíram para essa situação, há
de se destacar o uso e abuso da sensualidade nos meios de comunicação
de massa. A urbanização acelerada também contribuiu
para a mudança nos hábitos e na estrutura e dinâmica
das famílias. Afrouxaram-se, nas grandes cidades, os tradicionais
meios sociais e familiares de controle sobre a sexualidade dos jovens.