3 - Defeitos na argumentação

Ao argumentar, devemos ter bastante cuidado para que o raciocínio desenvolvido seja claro e objetivo. Um dos defeitos na argumentação com base no raciocínio lógico é fugir do tema. Ou seja, dissociar o desenvolvimento do raciocínio da questão tratada. Ao ser questionado, por exemplo, sobre o desvio de verbas da educação para uma grande obra, um político pode afirmar “o quanto esta obra será importante para a população”. Ou seja, ele fugiu ao tema da pergunta, mas, em contrapartida, induz o receptor a pensar sobre os benefícios que essa obra trará para a comunidade. Neste caso, o político utilizou argumentação falaciosa ou sofisma, para desviar o assunto focando no seu interesse.

Cabe lembrar que esse procedimento é um defeito de argumentação apenas do ponto de vista lógico. Da perspectiva da persuasão em sentido amplo, pode ser eficaz, pois pode convencer os ouvintes, levando-os a relacionar aquilo que não tem relação necessária.

Ou seja, existem diferentes formas de convencer as pessoas, algumas utilizando argumentos corretos e legítimos, outras utilizando argumentos incorretos e ilegítimos.

Outro problema é a tautologia (erro que consiste em aparentemente demonstrar uma tese, repetindo-a com palavras diferentes), que ocorre quando se dá, como causa de um fato, o próprio fato exposto em outras palavras. Sabemos, por exemplo, que o fumo faz mal à saúde, mas afirmar que é porque prejudica o organismo (prejudicar o organismo é exatamente fazer mal à saúde) é se utilizar da tautologia.

Há ainda outro problema na argumentação: tomar como causa, explicação, razão de ser de um fato o que, na verdade, não é causa dele. Por exemplo: Após ter se encontrado com seu namorado, Maria caiu da escada. Certamente a causa de Maria ter caído da escada não foi o encontro que teve com seu namorado. Uma causa é alguma coisa que ocasiona outra. Por isso, é preciso que haja uma relação necessária entre ela e seu efeito. Frequentemente, usa-se como causa de um fato algo que veio antes. Ora, o que vem depois não é necessariamente efeito do que aconteceu antes.



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