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1 - Escrever é falar no papel Para muitos, a tarefa de escrever é desafiadora e difícil. Alguns a consideram um aprendizado dispendioso, que demanda tempo e uma boa dose de paciência. Outros afirmam que é uma luta inútil contra as palavras, pois parecem nunca atingir os objetivos pretendidos. Mas, por que isso acontece?
Em nosso dia a dia, a língua falada ocupa um espaço privilegiado. A televisão, o rádio e o telefone representam boa parte dos meios de comunicação. Se quisermos uma resposta rápida, usamos o telefone. Se a intenção é ficar por dentro dos últimos acontecimentos, ligamos a televisão ou o rádio. A imagem pode substituir muitas palavras, mas a escrita permanecerá entre nós por muito tempo. A carta, por exemplo, ainda existe. Só mudou – digamos – a roupagem. Hoje tem formato eletrônico e denomina-se e-mail (correio eletrônico). Escrever, em alguns
casos, significa deixar de lado a linguagem coloquial para utilizar uma
linguagem mais cuidadosa e mais formal. A palavra é a representação
do pensamento em forma de letras e números. Isso quer dizer que,
antes de irem para o papel, antes de virarem texto, as palavras já
têm um significado, uma ideia a ser dita. O único
trabalho, portanto, é organizar essas ideias no papel de
modo claro e correto, ou seja, com coerência e coesão. |
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| Escrever
é como falar no papel. Porém, algumas pessoas, por medo de
cometer erros ortográficos ou gramaticais, de não conseguirem
encontrar as palavras certas para se expressarem, de não serem compreendidas,
criam verdadeiros bloqueios ao ato de escrever.
Se escrever é falar no papel, uma dica é escrever como se estivesse falando, soltar a imaginação e dar forma ao pensamento. Por isso, devemos fazer vários rascunhos, se necessário, preocupando-nos com a correção depois que nossas ideias tiverem criado forma. Evidentemente, prescindimos de conhecimentos mínimos de gramática (morfologia, sintaxe, ortografia, pontuação) para estruturar um texto conciso e coerente, mas isso não é o suficiente para escrevermos. Antes, é preciso ter ideias. E por falar em ideias, outra dica importante para escrever bem é ler. Quando lemos, enriquecemos o vocabulário, aprendemos a pensar, a construir ideias e organizá-las harmoniosamente. A leitura nos apresenta diversos pontos de vista para, a partir destes, produzirmos nossos próprios argumentos. Afinal, como escrever, sem antes ter construído mentalmente nossas ideias? Não podemos dar o que não temos.
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Mencionaremos aqui algumas dicas para ajudá-lo a escrever. Porém, antes de dicas, macetes ou truques, deve-se ter em mente que o escrever implica admitir sua condição de ser humano diante de uma situação de permanente aprendiz, de sujeito imperfeito, inacabado, mas carregado de ideias e textos a serem descobertos. Lembre-se de que a escrita é um caminho que se inicia dentro de cada um, em primeiro lugar. Todos estão aptos a escrever, basta desenvolver essa habilidade. Ao libertar-se de
crenças destrutivas sobre o ato de escrever, que apenas servem
para bloquear sua criatividade, sua linguagem, sua autoexpressão,
você estará realizando uma mudança em sua maneira
de enfrentar um texto escrito: estará adquirindo segurança.
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Além de conhecer as normas linguísticas, para escrever bem é preciso saber adequar o uso da linguagem ao contexto discursivo. Para exemplificar este fato, leia o texto a seguir, de Luís Fernando Veríssimo e responda à questão.
Como você percebeu, ao redigir qualquer tipo de texto, é fundamental observar o contexto, pois é ele que determinará a linguagem a ser utilizada, o tipo de abordagem que será dada ao assunto e até o tipo de texto que será utilizado para “transmitir a mensagem” que desejamos passar, conforme a situação de comunicação em que nos encontramos. |
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- A estrutura do texto narrativo
Narrar é contar um fato, um episódio. O discurso narrativo é construído a partir do envolvimento dos seguintes elementos:
Antes de qualquer coisa, vale lembrar que toda história precisa ser contada por “alguém”; esse “alguém” que conta a história em um texto narrativo é chamado de narrador, do qual trataremos, mais detalhadamente, adiante. A representação acima quer dizer que, todas as vezes que uma história é contada (é narrada), o narrador acaba sempre contando por que, onde, quando, como e com quem ocorreu o episódio. Quando o narrador conta um episódio, às vezes (mesmo sem querer) ele acaba contando "onde" (=em que lugar) as ações do enredo foram realizadas pelas personagens. O lugar onde ocorre uma ação ou ações é chamado de espaço. |
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Além
de contar onde, o narrador também pode esclarecer "quando"
ocorreram as ações da história. Esse elemento da
narrativa é o tempo,
representado no texto narrativo por meio dos tempos verbais (presente,
passado, futuro), mas sobretudo por advérbios de tempo (por exemplo:
ontem, hoje, amanhã, na sexta-feira, no domingo, à tarde
etc.).
As ações contidas no texto narrativo são praticadas pelos personagens, que são exatamente as pessoas envolvidas no episódio que está sendo contado ("com quem?"). |
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Vamos verificar como se aplicam os elementos da narrativa no texto Tragédia brasileira, de Manuel Bandeira. Faça uma leitura atenta para resolver o exercício.
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| Na produção
de um texto narrativo, atente para a escolha do tipo de narrador,
afinal, é por meio dele que tomamos conhecimento do enredo, das características
das personagens, da descrição dos cenários etc. Como
você deve saber, há várias maneiras de se contar uma
história, o que pode gerar muitas interpretações sobre
um mesmo fato. Tudo vai depender do olhar de quem está contando
o episódio, ou seja, do foco narrativo.
Esteja atento, portanto,
para as decorrências da escolha do tipo de narrador. Por exemplo,
observe o grau de consciência que esse narrador pode ter das características
(no caso, de personagens ou de cenário), ações, motivações
etc., envolvidas na trama. Como você já sabe, esse grau de
consciência depende muito de qual dos dois tipos de foco narrativo
for adotado: narrador em 1ª ou 3ª pessoa. Se for em 3ª,
ele pode saber tudo ou pode ser apenas um observador, se for em 1ª,
o ponto de vista depende da sua atuação dentro do enredo.
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Um
aspecto do texto narrativo que merece atenção especial é
a sequência lógica dos fatos. Escrever uma narração
é como tecer um tapete: os fios ficam todos disponíveis,
é preciso usá-los, um a um e na ordem certa para desenhar
o que antecipadamente se planejou. Nem toda narrativa tem, certinhos,
começo, meio e fim. Às vezes, uma boa história começa
pelo clímax.
Não há ordem para as três partes se apresentarem,
mas há, sem dúvida, uma preferência por essa estrutura. As frases abaixo, embora estejam desordenadas, formam três diferentes textos narrativos. Arraste as frases, de modo a formar, em cada quadro, um texto coerente (coloque cada frase em uma linha). Em seguida, leia com atenção os textos, procurando identificar o tipo de narrador conforme a posição deste em relação aos fatos expostos.
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3 - Narrar x descrever Em geral, quando lemos um texto narrativo, conseguimos “desenhar” mentalmente a história, como se fotografássemos as cenas em nossas mentes. Isso só é possível porque o narrador faz uma descrição das personagens e do cenário, fornecendo os detalhes que enriquecem o texto e prendem a atenção do leitor.
A descrição pode ocorrer tanto com caracterizações objetivas (físicas, concretas), quanto subjetivas (aquelas que dependem do ponto de vista de quem descreve e que se referem às características não físicas do caracterizado). Ex.: João Pedro está pálido (caracterização objetiva), mas lindo! (caracterização subjetiva). No texto puramente descritivo, não há sucessão de acontecimentos no tempo, nem transformações de estado da pessoa, coisa ou ambiente que está sendo descrito, diferentemente da narração, mas sim, a apresentação pura e simples do estado do ser descrito em um determinado momento. |
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| Vale lembrar,
no entanto, que dificilmente um processo textual aparece sozinho, isolado
dos demais. A descrição ou a narração pura podem
acontecer em alguns parágrafos específicos. Mas, no corpo
de um texto, quase todos os processos costumam aparecer misturados, em diferentes
graus de combinação.
Veja, por exemplo, o trecho inicial do romance Vidas Secas, de Graciliano Ramos:
Repare como a narração do deslocamento dos retirantes, em busca de melhores condições de vida, acontece simultaneamente à descrição da paisagem árida do sertão. |
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| É importante
destacar que a mistura de diferentes processos textuais não é
um recurso excepcional. Um texto será sempre mais rico e dinâmico
na medida em que sua produção articule dois ou mais processos
de composição. Tudo vai depender do contexto
e do objetivo que se pretende atingir com a produção do texto.
Assim como a narração e a descrição podem ocorrer de forma concomitante, é comum encontrarmos parágrafos narrativos em textos dissertativos. O importante é você saber identificar o estilo de texto predominante para que, ao produzir o seu próprio texto, saiba utilizar esses artifícios sem fugir do objetivo proposto. Vamos verificar se você já desenvolveu essa habilidade? Leia com atenção os textos abaixo para:
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Você já deve ter notado a enorme diversidade de textos que a sociedade produz e consome atualmente.
Daí a importância de se levar em conta o objetivo na produção do texto, para que se possa adequar o vocabulário, a abordagem e a estrutura ao contexto sugerido. |
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- Produzindo um texto narrativo
Para que a narrativa tenha qualidades, o assunto deve ser relatado de forma original e despertar no leitor interesse pelo desenrolar da história. A linguagem deve ser clara, simples, correta e a história deve parecer real, ser verossímil, isto é, deve dar a impressão de que ela pode ter acontecido. Na organização do texto, faça alguns questionamentos: o que aconteceu (enredo), quando aconteceu? (tempo), onde aconteceu? (espaço), com quem aconteceu? (personagens), como aconteceu? (trama, clímax, desenlace). Após fazer essas perguntas e respondê-las, pode-se iniciar a redação da narrativa, em que são incluídos todos esses itens. Em geral, as informações são distribuídas da seguinte forma:
Como já mencionamos, é possível que uma narrativa se inicie com o clímax e todos os fatos se desencadeiem a partir daí. Você já deve ter lido livros ou assistido a filmes que se iniciam com um momento de tensão e, no decorrer da história, os fatos vão sendo esclarecidos aos poucos. Assim, o leitor/espectador compreende o porquê daquela situação criada no início da narrativa e a história se encaminha ao seu desfecho. |
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Vamos ver como se constrói um texto narrativo? Observe que na coluna da esquerda você tem o esquema de uma narração e, na coluna da direita, há o trecho do texto correspondente.
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- O Discurso
O mais comum de todos ocorre quando o narrador "deixa" o personagem falar diretamente com o leitor, reproduzindo integralmente o que ele diz. Trata-se do discurso direto. O discurso direto é considerado mais "natural", o narrador, para introduzi-lo na narrativa, precisa utilizar-se dos chamados verbos dicendi ou declarativos, que introduzem as falas das personagens. Esse tipo de citação é muito interessante, pois serve como uma espécie de comprovação daquilo que acabou de ser exposto (ou que ainda vai ser) pelo narrador. É como se o personagem surgisse aos olhos do leitor, por meio de suas palavras, comprovando os dados relatados imparcialmente pelo narrador. Antes das falas das personagens aparecem, em geral, dois pontos e travessão. Há autores, no entanto, que preferem, em vez do travessão, colocar entre aspas as falas das personagens. O discurso direto pode ser transcrito:
Nas histórias em quadrinhos, como a figura do narrador geralmente é dispensada, o texto aparece em balões, sem necessidade de travessões, pois representam a fala dos personagens. |
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| Às
vezes, o narrador "fala" indiretamente por seu personagem, ou
seja, a fala do personagem é filtrada pelo narrador (você,
no caso). Trata-se do discurso indireto.
No discurso indireto, utiliza-se, após o verbo dicendi, a oração subordinada (uma oração que depende da sua oração) introduzida, geralmente, pelas conjunções que e se, que podem estar elípticas (escondidas). Veja o exemplo:
Ao passar o trecho acima para discurso direto, temos:
Observe
que, na transcrição indireta do discurso, há modificações
em algumas estruturas gramaticais, como no tempo verbal (deitasse, deite;
lesse, leia; fosse, for; veria, verá; iria, vai), nos pronomes,
etc. Observar a adequação
e as regras de concordância
verbal é fundamental nesse momento. |
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Além
do discurso direto e do discurso indireto, há, também, o
discurso indireto livre. É resultado da mistura
entre os dois outros discursos. Observe:
Veja outros exemplos:
Na condição
de leitores, é de suma importância identificar as falas no
discurso para compreendermos o enredo. Na condição de escritores,
devemos saber utilizar cada discurso conforme o contexto em que estamos
inseridos, não apenas em narrativas, mas também em situações
cotidianas. |
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Resumo É muito comum as pessoas sentirem dificuldade de escrever. Isso ocorre porque a língua falada é preferida nos atos de comunicação por atribuir rapidez e agilidade às comunicações. Outro elemento que contribui para que a escrita seja deixada de lado é o uso cada vez maior dos recursos visuais, já que a imagem substitui muitas palavras. Apesar de todos esses fatores, a escrita ainda é fundamental para possibilitar a comunicação, em alguns casos. Para isso, tem ganhado novas roupagens e formatos, como no caso do e-mail. A atividade de produção de texto pressupõe o agenciamento de diversos recursos, que variam conforme o gênero textual (narração, descrição ou dissertação). Além de conhecer as normas linguísticas, para escrever bem, é preciso saber adequar o uso da linguagem ao contexto discursivo. Uma dica para facilitar a produção de texto é soltar a imaginação e preocupar-se com as correções gramaticais depois que o pensamento tiver criado forma. Outra dica é manter o hábito da leitura como meio de desenvolver o vocabulário para construir e organizar ideias e argumentos. Narrar é contar um fato. O discurso narrativo é construído a partir do envolvimento dos seguintes elementos: onde? (espaço); quando? (tempo); como? E por quê? (enredo) e com quem? (personagens). Toda história é contada por alguém, que é o narrador. É por meio dele que o leitor toma conhecimento do enredo, das características dos personagens, dos cenários etc. A narração pode ser feita em 1ª pessoa, quando o narrador também faz parte da história (narrador personagem), ou em 3ª pessoa, quando o narrador toma posição de observador ou sabe tudo o que se passa na narrativa, incluindo os pensamentos dos personagens (narrador onisciente). O discurso é a forma com que o narrador reproduz a fala dos personagens e pode ser direto, indireto ou indireto livre. O texto narrativo
deve ter uma sequência lógica dos fatos, em geral, dispostas
com início, meio e fim. Pode haver casos em que a narrativa se
inicia com o final da história ou com um momento de tensão,
mas, em geral, a estrutura narrativa é composta por uma introdução,
a trama, o clímax e o desenlace ou desfecho. |
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1 - Para escrever é preciso saber do que se trata Com a rápida disseminação da informação nos dias atuais, você já percebeu que a maioria das pessoas se comunica escrevendo? Na verdade, embora muitas pessoas acreditem não escrever, de uma forma ou de outra estão sempre se expressando e, muitas vezes, essa expressão é escrita, pois a Internet, utilizada não apenas como meio de troca de informações no trabalho e nas escolas, está presente na vida de todos diariamente, até mesmo para trocas informais de ideias entre amigos.
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A partir de agora, vamos pensar em outras formas de comunicação. Vivemos num mundo em que é muito importante o relacionamento entre pessoas, clientes e empresas, público e anunciantes etc. Em nossa modernidade está presente a troca de informações como elemento fundamental para o bom relacionamento entre estas partes. Assim, um simples anúncio ou mesmo uma publicidade em TV devem ter impacto e “tocar” o espectador, certo? Vejamos os anúncios:
Observe que os dois anúncios da rede Pão e Companhia privilegiam seu produto mais simples: o pão. Tanto a imagem quanto o texto levam o leitor à ideia de que a empresa oferece um produto de qualidade. Essa é a informação primordial que o anunciante quer passar ao seu público: se o pão é bom, não é preciso mais nada. E em todos os tipos de texto podemos dizer que há essa relação: para criar, seja uma história infantil narrada, um artigo científico uma simples carta ou um anúncio de publicidade, é preciso que o autor trabalhe o essencial do que quer mostrar ao seu leitor. Neste módulo,
veremos como criar textos técnicos em sua forma essencial: cartas,
relatórios e mesmo e-mails, pois toda forma de comunicação
possui suas características próprias e deve ser redigido
com cuidado. Ou seja, para escrever um texto técnico é preciso
saber do que se trata e como redigir cada informação
para tratar apenas do essencial. |
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2 - O que é um texto técnico Leia o texto a seguir.
O que você acabou de ler é um modelo simples de relatório: é um documento que se elabora com a finalidade de reportar ou detalhar informações obtidas de fatos vivenciados, ouvidos ou observados ou discriminar, historiando, a execução de um trabalho ou experiência.
Os relatórios são textos administrativos e, portanto, provocam uma decisão. O gestor, essencialmente, possui a tarefa de escolher rumos, levar a uma ação. Assim, compreende-se o papel do relatório como coadjuvante no processo decisório de determinada gestão ou empresa. |
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Como vimos, quando se deve encaminhar a alguém um relatório sobre determinado assunto ou ação, faz-se necessário, antes de dispor de informações técnicas, saber como organizá-lo. Observe, no modelo de relatório apresentado, que há alguns itens que aparecem neste tipo de texto:
Sabe-se que, além dos textos referentes à correspondência oficial e comercial, cartas e relatórios (os quais possuem vários tipos e modelos), temos as modalidades de descrição de objeto e descrição de processo, os quais estão presentes nos textos científicos, nos artigos especializados etc. Contudo, nos deteremos aos modelos simples de relatório, carta e e-mail, os quais estão presentes em grande parte de nossa comunicação no dia a dia e veremos as características essenciais para a escritura destes textos. Assim, veremos que
o texto técnico toma como ponto de partida a descrição
de objetos, levando-se em conta conceitos, especificidade de seu registro
linguístico e aspectos lexicais e estruturais que o constituem.
Alguns autores consideram que “os textos não ficcionais têm
a mesma verdade para o escritor e o leitor, ou seja, o texto técnico
deve ser denotativo e o leitor deve chegar ao mesmo objetivo que o escritor,
não se permitindo diferentes interpretações”. |
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3 - O relatório, a carta e o e-mail Vamos exercitar um pouco. Para isso, considere que o relatório é um balanço anual de uma empresa e o e-mail é uma carta que tem o objetivo de colocar os colaboradores desta mesma empresa a par do relatório em questão. Associe os textos aos modelos propostos, formando o sentido correto de cada modalidade.
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- Para elaborar o texto técnico
Bem, até aqui, você já mostrou que sabe identificar grande parte das características do texto técnico. Veremos, então, as fases ou etapas que se recomenda cumprir na elaboração destes documentos:
Clique
aqui para saber mais sobre relatórios. |
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Vimos que o relatório deve ser impessoal, claro, preciso e sucinto. Não deve conter repetição de informações, que tornam maçantes a sua leitura e interpretação. Saiba também que tabelas, gráficos, fluxogramas, fotos e ilustrações devem ser inseridos no texto, desde que não sejam demasiadamente extensos. Se forem extensos, devem ser reunidos em anexos, tantos quanto forem necessários para fidelidade da informação. Cita-se, no texto, o local onde poderão ser encontrados. Quanto ao conteúdo, é importante em cada etapa, estabelecer quais dados e problemas serão relatados, quais os caminhos que podem ser tomados para solucionar problemas assim como as vantagens e desvantagens destes, e qual a melhor opção de resolução. E o e-mail? É uma carta, e, como tal, deve ter as mesmas características, ou seja, deve ser impessoal, clara, precisa e sucinta, e com o cuidado de o redator compor frases simples, com parágrafos curtos, de forma homogênea. A linguagem deve ser culta, simples, dinâmica e moderna. O bom texto de e-mail deve possuir, portanto, transparência, publicidade, objetividade, homogeneidade, especificidade, concisão e clareza – além de estilo visual agradável. Para equilíbrio dos parágrafos, recomenda-se deixar linhas em branco entre blocos de texto. Dessa forma, o texto fica organizado e mais fácil de ler, mesmo que a mensagem seja longa. Atualmente, não
há mais sentido em utilizar uma linguagem rebuscada, formal demais
ou antiquada. Basta lembrar que a empresa ou você, que está
escrevendo o e-mail, reflete sua imagem a partir do que oferece para interpretação
e, portanto, deve-se escrever de forma correta (gramatical e estilística)
sem afetação (em outras palavras, sem exagero ou presunção)
e sem palavras “mágicas” ou expressões que já
caíram em desuso. A simplicidade é prioridade, sempre. O
vocabulário pode ser extenso, sem ser obscuro ou rebuscado, ou
seja: é sempre interessante uma revisão para checar se as
palavras estão bem colocadas e se é possível simplificá-las
com um sinônimo. |
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Vejamos, a seguir, uma carta enviada por um leitor à coluna do SEBRAE Responde, a qual é publicada na revista Pequenas Empresas Grandes Negócios, e a resposta do Atendimento SEBRAE.
Agora vamos analisar os textos. Veja que o texto das cartas é sucinto, direto, sem meias palavras, certo? O objetivo da leitora é obter uma informação específica, a qual está explícita ao final do seu parágrafo. Observe, também, que a resposta do Atendimento SEBRAE, feita por Ayumi Veloso, prima por concisão, apresentando breve relato da Lei e da não prescrição do caso (do tipo atividade desenvolvida pela empresa da Leila). Sem grandes rebuscamentos, a carta apresenta os dados informativos e sugere à leitora que esclareça as dúvidas no site oficial. De forma simples e direta. Outro detalhe: como
é uma correspondência publicada em revista, ela não
precisa apresentar todas as informações (destinatário,
data e outros) usuais nas cartas oficiais impressas, ou seja, inicia-se
de forma direta e termina apenas com assinatura e dado da empresa que
forneceu a resposta. |
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Vamos exercitar o que aprendemos até aqui.
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5 - A linguagem: o que destacar, o que evitar Em qualquer tipo de texto, para que a informação ou comunicação seja eficaz, alguns detalhes são importantes: Ou seja, para escrever um relatório, uma correspondência, seja carta ou e-mail, deve-se estar atento à linguagem utilizada, ao foco e ao objetivo destes, assim como à qualidade e ao estilo. O mais importante é ser claro, simples, sem esquecer das normas da língua culta, para se chegar aos três objetivos acima com eficácia. Assim, a gramática e a pontuação são importantíssimas: letras maiúsculas e pontuação apropriada são tão necessárias em e-mails quanto são nas tradicionais cartas enviadas pelos correios. Lendo o seu e-mail, o destinatário pode ou não levá-lo a sério. Para valorizar o texto,
é importante saber o que evitar, para cumprir os objetivos, como:
fugir aos chavões
os quais desvalorizam o texto ou mesmo atrapalham o sentido; deve-se também
evitar o uso de palavras inadequadas, seja ao contexto, seja ao objetivo. |
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| Muitas
pessoas consideram que para escrever e-mails pessoais não é
necessário estar atento às regras citadas. Entretanto, para
que a comunicação seja perfeita e para que nossas ideias
sejam compreendidas, tais elementos são importantes sim! O que escrevemos
tem a ver com a nossa imagem, e mesmo para os amigos e conhecidos devemos
cuidar dessa imagem, certo?
E como escrever e evitar deslizes em e-mails pessoais? Vamos exercitar em um exemplo.
Você deve ter
observado que o e-mail fica mais apreciável sem os erros, não
é mesmo? E a regra vale para os outros tipos de correspondências,
virtuais ou não, pois o uso correto das palavras e a clareza são
elementos importantes para a melhor informação. |
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| Para
escrever um simples e-mail a um amigo, é preciso ater-se aos erros
e à construção de ideias, mesmo sendo um texto
informal. E nos e-mails e cartas profissionais, como devemos proceder? Embora
seja importante a informalidade, esta não pode ser confundida com
excesso de intimidade. Um e-mail profissional é uma correspondência
de trabalho, portanto o leitor deve ser tratado respeitosamente, e o texto
deve ser construído com frases curtas e brevidade nas informações
destacadas. Devem ser evitadas também as abreviações. O e-mail é, por sua própria efetividade, um meio que opera com a rapidez da informação. Assim, se a empresa deseja que sua mensagem seja lida até o final, ela não deve ser maior do que uma tela. Além disso, devem-se evitar e-mails escritos em um único e longo parágrafo. E se a mensagem tenha por objetivo pedir que o destinatário faça algo, isso deve ficar explícito já na primeira ou segunda frase do e-mail. Caso contrário, o remetente não terá certeza de que o pedido será lido. Também não é má ideia encerrar a mensagem com a reiteração do pedido, mencionando prazos, caso existam. Outro erro a ser evitado é enviar e-mails sem título. Algumas pessoas deixam o espaço para o título da mensagem em branco esperando que o destinatário abra a mensagem movido por curiosidade. Entretanto, esse fato pode ser constrangedor para algumas pessoas, que não chegarão a abri-la. No entanto, um título atraente motivará a pessoa não só a abrir o e-mail como também respondê-lo rapidamente. Títulos como "Importante" funcionam apenas nas primeiras vezes, ainda mais se o seu conteúdo não for, de fato, importante. |
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Vejamos, na prática, algumas dessas situações.
Por fim, lembramos que tanto na vida particular como no meio profissional a comunicação é sempre muito importante. O ato de escrever está presente no nosso dia-a-dia e é preciso, portanto, cuidar para que nossa melhor imagem chegue ao nosso interlocutor, seja um amigo, um professor ou um cliente. Escrever bem e-mails é tão importante quanto qualquer outra atividade que mostre nossos conhecimentos. Portanto, adote essas simples regras e fique atento para expressar-se cada vez melhor. Clique
aqui para saber mais sobre netiqueta. |
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Resumo Relatórios devem ser completos e impessoais sem ser necessariamente extensos. Não há limites mínimos e máximos para se determinar seu tamanho, mas é prudente observar que não se avalia a eficiência de um documento pelo excesso e, tampouco, pelo pequeno volume do texto que faça omissão de informações essenciais. O e-mail é um dos mais utilizados meios de correspondência atualmente, tanto entre pessoas, quanto entre empresas, como também entre empresas e clientes. É uma carta, e, como tal, deve ser simples, e com o cuidado de o redator fazer frases com parágrafos curtos, de forma homogênea. A linguagem deve ser culta, simples, dinâmica e moderna. O bom texto técnico deve possuir transparência, publicidade, objetividade, homogeneidade, especificidade, concisão e clareza – além de estilo visual agradável. É importante lembrar que para escrever uma simples correspondência (carta ou um e-mail) deve-se estar atento à linguagem utilizada, ao foco e ao objetivo desta, assim como à qualidade e ao estilo da mesma. O mais importante é ser claro, simples, sem esquecer das normas da língua culta. A leitura cuidadosa
ou revisão, do início ao fim do texto, é essencial
para a finalização do mesmo, para detectar pequenas falhas
de redação e evitar expressões inadequadas, impróprias,
clichês e chavões. |
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