| Unidade 3 | Módulo 3 | Tela 1 |
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1 - Conceitos básicos A Teoria Comportamental tem como base as ideias do psicólogo americano Watson (1878-1958), cujo interesse era estudar os métodos subjetivos no comportamento do indivíduo. A Psicologia não deveria se interessar pelos estados da alma, mas, sim, observar as reações de um indivíduo ou de um animal em face a um estímulo exercido. Segundo a Psicologia, o comportamento pode ser definido como:
Para Watson, tudo se reduz a uma questão de estímulo e resposta.
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Tela 2 |
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A administração estuda as dimensões do estímulo social com a mesma precisão dos estímulos de laboratório, incorporando conceitos como: sensação, percepção, emoção, atenção etc. Para a situação social torna-se difícil não só identificar o estímulo como também predizer sua resposta. A psicologia individual evoluiu para o estudo do comportamento dos grupos com o psicólogo alemão Kurt Lewin (1890-1947), e evoluiu também para a psicologia social e, posteriormente, para psicologia organizacional, que é a base da Teoria Comportamental da Administração. Teoria Comportamental é:
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Tela 3 |
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Os estudos passam a ser focalizados em três níveis:
Para administrar o comportamento humano nas organizações, busca-se, de forma democrática, soluções flexíveis para os problemas; levar o deslocamento da ênfase na estrutura para a ênfase nos processos e na dinâmica organizacional, os quais dependem de como as pessoas atuam. |
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Tela 4 |
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2 - Sistemas administrativos A teoria comportamental defende as ideias de Sistema Social Cooperativo e de Sistemas Administrativos, que serão analisados a seguir.
Barnard observou que as organizações bem sucedidas são as exceções, não a regra geral. São poucas as que existem há mais de cem anos, sendo o fracasso na cooperação e a má organização interna os principais problemas enfrentados por este tipo de organização. Esses fracassos são, frequentemente, atribuídos a defeitos de estrutura ou à fraca administração, que levam o sistema ao desequilíbrio. "Em qualquer dessas fraquezas pode estar presente, bem na raiz, a causa da instabilidade e da pouca duração das organizações formais relacionadas às forças exteriores. Essas forças fornecem o material usado pelas organizações e também limitam a sua ação. A sobrevivência de uma organização depende da manutenção de um equilíbrio de tipo complexo, num ambiente em permanente flutuação de materiais físicos, biológicos e sociais, elementos e forças que clamam pelo reajustamento dos processos internos da organização." (BARNARD:19__:38)
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Tela 5 |
Segundo o
autor, organização formal é "(
) um sistema de atividades conscientemente
coordenadas por duas ou mais pessoas num sistema cooperativo".
A existência inicial da organização depende da combinação dos elementos acima citados e, sua sobrevivência, da manutenção e do equilíbrio do sistema. Este equilíbrio é primeiramente interno, uma questão de proporções entre os elementos; é basicamente um equilíbrio entre o sistema e a situação externa a ele. O equilíbrio possui dois termos: efetividade e eficiência. |
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Tela 6 |
A sobrevivência organizacional depende dos dois processos inter-relacionados e interdependentes. O ambiente exerce pressão e requer uma combinação dos propósitos organizacionais e fatores ambientais. Por outro lado, os indivíduos devem ser satisfeitos em sua interação com a organização e, por essa razão, concordam em cooperar para atingir os propósitos organizacionais. O ato de induzir as pessoas à ação depende de comunicação. A organização informal torna-se necessária à operação da organização formal precisamente porque ela proporciona os meios para comunicação, coesão e proteção da integridade dos indivíduos.
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Tela 7 |
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O trabalho executivo não é o de realizar a tarefa da organização, mas sim o trabalho especializado que mantém a organização em operação. As funções do executivo parecem estar entre os propósitos organizacionais e os desejos individuais:
A eficiência de um sistema cooperativo (organização), segundo Barnard, é o resultado da interação entre desejos individuais, propósitos comuns e o sistema de comunicação. O indivíduo, quando descobre que seus motivos estão sendo satisfeitos, continua com seu esforço cooperativo e mantém o desejo de cooperar. Caso contrário, ele não mantém esse desejo. A eficiência depende do quanto é produzido, mas também do que ou quanto de retorno resulta para cada contribuição individual. Para ser eficiente, o sistema cooperativo deve criar o suprimento de satisfação. Em síntese, o processo de cooperação também inclui as trocas satisfatórias. Eficiência na oferta de indução não-econômica pode ser, nestes termos, tão vital quanto a eficiência produtiva. |
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Tela 8 |
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Os supervisores "orientados para o trabalho" tendem a centrar seus subordinados em tarefas bem estruturadas, repetitivas e em ritmo baseado em padrões científicos. Essa atitude, semelhante à de Taylor, tende a subdividir o trabalho em partes componentes, selecionar e treinar o empregado mais indicado e exercer pressão constante para conseguir os níveis de desempenho desejados. O supervisor se define como alguém que consegue que as coisas sejam feitas com os recursos disponíveis. Mas, os supervisores com melhor desempenho focalizam sua atenção nos aspectos humanos, nas dificuldades dos empregados e procuram manter uma boa equipe. Estes supervisores "orientados para o empregado" se definem como pessoas que lidam com seres humanos ao invés do trabalho. No curto prazo, os supervisores tecnicamente competentes e orientados para o trabalho podem atingir uma melhor produtividade quando utilizam técnicas de controle. Os membros desses grupos tendem a desenvolver uma atitude desfavorável com relação ao trabalho e aos supervisores. O desperdício cresce e esses setores apresentam maior turn over, pois aumenta a ocorrência de conflitos, como reclamações trabalhistas e redução do nível de atividades, já que o controlador não está fisicamente presente. |
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Tela 9 |
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Likert identificou diversas medidas e desenvolveu métodos para avaliar objetivamente algumas variáveis administrativas relevantes, como por exemplo:
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Tela 10 |
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Likert realizou sua pesquisa com base na análise de variáveis, como o processo decisório, sistema de comunicações, relacionamento interpessoal, sistema de recompensas, etc. Com os resultados obtidos, Likert dividiu os sistemas administrativos pesquisados em quatro tipos, do mais autoritário ao mais democrático:
Sugeriu, ainda, que quanto mais a empresa se aproximar do Sistema 4 maior será sua probabilidade de ser rentável, pois a interação entre os participantes será melhor e mais produtiva. Por outro lado, as empresas que se aproximam do Sistema 1 tendem a ter relações interpessoais inadequadas, gerando um clima de baixa produtividade. Observa-se que Likert realiza um estudo desde a visão do indivíduo, típica do início do comportamentalismo, passando pelas pesquisas nos pequenos grupos até chegar a uma visão geral da organização, como um sistema de partes integradas, estabelecendo uma conexão inicial entre comportamentalismo e Abordagem Sistêmica. |
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Tela 11 |
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3 - Tomada de decisão Simon trata o processo decisório numa perspectiva de racionalidade limitada, diferente da visão clássica em que as decisões visavam o ótimo como a única maneira certa de fazer as coisas. As ideias de Simon foram inspiradas no livro de Chester Barnard, As Funções do Executivo. A transição entre a Teoria das Relações Humanas e a Teoria Comportamental representa o marco histórico da Teoria Organizacional. Preocupa-se com o ambiente externo, por utilizar uma estrutura conceitual atual da Abordagem Sistêmica ou Teoria de Sistemas. James March e Herbert Simon compartilham as ideias de Chester Barnard e as aprofundam. Para eles, a pesquisa sobre o comportamento nas organizações é diferente do modelo clássico, que trata os participantes humanos como máquinas:
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Tela 12 |
O
ambiente é visto, pela Teoria Clássica, como um estímulo (ou sistema de
estímulos) bem definido. Cada estímulo provoca no indivíduo, a quem é dirigido,
um estado psicológico definido e previsível. Este estado inclui um programa
para a geração de uma resposta comportamental específica, a resposta "apropriada"
para o estímulo em questão. Existe, na organização, um conjunto de programas
de respostas que obedecem a um estímulo próprio e exclusivo, provocando
somente uma reação.
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Tela 13 |
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A mudança no ambiente proporciona ao indivíduo o acesso a um desses valores ou percepções memorizados, que ele acredita ser pertinente à situação. Este esquema estimulado contém um programa comportamental que o indivíduo executa. O esquema é parte da memória que influencia o comportamento do indivíduo. O comportamento pode ser alterado pela aprendizagem. Diferentes estímulos ativam diferentes esquemas, os quais incluem diferentes programas comportamentais, resultando em diferentes comportamentos. Os autores concluem que o indivíduo numa organização enfrenta essencialmente duas decisões:
A decisão de participar é baseada no conceito de equilíbrio organizacional de Barnard, que reflete o êxito da organização em remunerar seus participantes com valores adequados e motivá-los a continuar fazendo parte da entidade. A decisão para produzir é função das consequências do esquema de alternativas que o indivíduo percebe. Essas consequências são avaliadas em relação aos objetivos e valores individuais. |
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Tela 14 |
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A estrutura organizacional pode ser vista como uma função do processo de resolução de problemas. A existência de estrutura ou de programas possibilita limites para o processo de tomada de decisão. Os programas dão algum grau de estabilidade e permanência para a atuação na organização, que é uma característica necessária ao seu funcionamento. A similaridade do trabalho de March e Simon com as formulações de Barnard repousa na ênfase sobre o indivíduo na organização, diferentemente do ponto de vista dos clássicos. Seus trabalhos utilizam o mesmo modelo de equilíbrio organizacional. São fontes de efeitos ambientais sobre a organização:
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Tela 15 |
| Herbert Simon foi o primeiro a conceber a organização como um sistema de decisões, no qual cada indivíduo atua consciente e racionalmente, escolhendo e tomando decisões em decorrência de sua percepção das situações.
Para Simon, a organização é como um sistema cooperativo em que cada um dos membros toma decisões a todo momento. O processo decisório é complexo e depende tanto da situação como do decisor, da forma que ele percebe a situação e de sua personalidade. Suas etapas são:
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Tela 16 |
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Como vimos, a teoria da decisão difere da visão clássica em que as decisões visavam o ótimo, a única maneira certa de fazer as coisas. Simon demonstrou o artificialismo da teoria clássica, que pressupõe a noção plenamente racional de empresários, com acesso à totalidade das informações, voltados para a elevação dos lucros ao máximo. Essa construção artificial deu lugar, em suas pesquisas, a um modelo psicossocial, em que os decisores não podem escolher a melhor alternativa, mas sim, soluções satisfatórias ao invés de otimizantes. March e Simon sugerem que as organizações procurem uma solução "satisfatória", e não uma solução ótima.
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Tela 17 |
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Os autores afirmam que a tomada de decisão pode variar de caso para caso, e que o indivíduo pode procurar por vários comportamentos alternativos, até aquele em que um estímulo ambiental evoca uma gama de respostas altamente complexas e organizadas. Esses esquemas mentais altamente complexos são chamados programas. Segundo
a teoria da decisão, as chances de sucesso são sempre exercidas com respeito
a um limitado, aproximado e simplificado modelo da situação real.
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Tela 18 |
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O homem administrativo não necessita, para sua satisfação, do máximo absoluto, mas sim do suficiente...
Para Simon, o homem administrativo, sendo limitado em seus conhecimentos de alternativas e incapaz de estabelecer critérios para otimizar suas decisões, opta por satisfazer e não otimizar. Procura tomar decisões satisfacientes que atendam aos padrões mínimos de satisfação e nunca uma otimização. Portanto, uma alternativa é ótima, quando:
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Tela 19 |
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Para Etzioni, existe um tipo de unidade organizacional que constitui uma exceção parcial ao comportamento de busca, que foi proposto por March e Simon. São as unidades de pesquisa e desenvolvimento - P&D, formadas intencionalmente para continuar sua atividade de pesquisa mesmo quando todos os membros da organização já estão satisfeitos com as soluções encontradas. O conceito de inovação, segundo March e Simon, é a modificação de velhos programas, ou o desenvolvimento de novos, que requerem um processo de inovação.
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Tela 20 |
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4 - As teorias X e Y Douglas McGregor, (1906-1964) afirmava que o gerente mais eficiente é o que valoriza e confia nas pessoas desde o princípio e os menos eficientes são os que não valorizam nem confiam nelas. Em seu livro O Lado Humano da Empresa, publicado em 1960, McGregor falava das suposições que os gerentes fazem a respeito da motivação das pessoas. Às premissas tradicionais McGregor chamou de Teoria X, e às opostas, baseadas nos conhecimentos das ciências comportamentais, deu o nome de Teoria Y. McGregor define, assim, dois estilos de administração. ![]() |
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Tela 21 |
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A Teoria X está baseada na concepção tradicional da administração, e tem como pressupostos:
Os gerentes que compartilham esses pressupostos tendem a adotar um estilo de administração autocrático, pois se os empregados são preguiçosos cabe ao gerente impor, arbitrariamente e de cima para baixo, o método e o ritmo, controlando com a supervisão direta a execução do trabalho. Este estilo é semelhante aos da: Administração Científica de Taylor, Teoria Clássica de Fayol e Teoria Burocrática de Weber. Geralmente, quando o gerente impõe de cima para baixo o esquema de trabalho e passa a controlar o comportamento dos subordinados, está agindo conforme as premissas da Teoria X. |
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Tela 22 |
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A Teoria Y baseia-se em premissas sem preconceitos a respeito da natureza humana, tais como:
Com base nessa concepção o estilo gerencial é muito aberto e dinâmico, como também participativo e democrático. A tarefa do gerente é de criar as condições organizacionais para que as pessoas possam atingir melhor os objetivos pessoais e empresariais. |
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Tela 23 |
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A percepção dos gerentes, a respeito das pessoas, possui dois estilos de administração:
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Tela 24 |
| 5 - Autoridade, conflito e maturidade A autoridade pode ser compreendida como:
Para os escritores clássicos, a autoridade era vista como um fenômeno legal, de cima para baixo. Para Fayol, autoridade é o poder de dar ordens e o direito de ser obedecido. Para Weber, autoridade significa a probabilidade de que um comando ou ordem específica seja obedecida. Já os comportamentalistas, como Barnard, definem autoridade como um fenômeno psicológico verificado de baixo para cima, mas, a partir de quem obedece. Porém, o autor verificou que nem todas as ordens são obedecidas e concluiu que:
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Tela 25 |
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O indivíduo obedece não pelo poder da autoridade, mas decide conscientemente entre a alternativa de obedecer ou não. Obedece, se lhe traz vantagem, ou desobedece, se traz desvantagens, às quais quer evitar. A autoridade é vista como um fenômeno pelo qual o subordinado aceita decisões e ordens do superior sob certas condições, como:
Nessa visão, a autoridade não depende do superior, mas sim da disposição do subordinado em aceitá-la, pois a desobediência representa a negação da autoridade. |
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Tela 26 |
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Os administradores executam suas tarefas por meio de outras pessoas. O principal fator do processo administrativo é a autoridade pela qual outras pessoas são dirigidas e orientadas. Cabe aos administradores compreender o conceito comportamentalista, segundo o qual um subordinado aceita a autoridade quando permite que seu comportamento seja dirigido pelas decisões de seu superior sem examinar o mérito dela. Qualquer evento que se pretenda levar a autoridade além da "zona de aceitação", ela não será obedecida. |
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Tela 27 |
Na organização vista como um sistema cooperativo racional é necessário saber quais são as razões que levam as pessoas a cooperar com a mesma. Para Simon, os indivíduos estão dispostos a cooperar sempre que suas atividades contribuam direta ou indiretamente para seus próprios objetivos pessoais. A contribuição pode ocorrer de várias formas:
A compreensão da organização como sistema cooperativo exige não apenas o conhecimento dos princípios da organização formal, como também os princípios da psicologia, que respondem pelas causas do comportamento organizacional. |
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Tela 28 |
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Quando os objetivos individuais são incompatíveis com os objetivos da organização, o conflito poderá ser gerado. Conflito é:
Segundo Argyris, o conflito é inevitável entre o indivíduo e a organização quando há incompatibilidade entre a consecução do objetivo organizacional e da auto-realização do indivíduo pois as tarefas e situações organizacionais exigem direção, regulamento e controle adequados para indivíduos maduros. |
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Tela 29 |
A maturidade é entendida pelos comportamentalistas, como:
Para Argyris, existem sete tendências evolutivas no ser humano para que se transforme em pessoa madura, quais são: 1 - tende a evoluir de um estado de passividade, quando criança, para um estado de crescente atividade, quando adulto;2 - tende a passar de um estado de dependência, quando criança, para um estado de relativa independência, quando adulto; 3 - tende a se comportar de poucas maneiras, como criança, para ser capaz de se conduzir de diversas maneiras, como adulto; 4 - tende a eliminar interesses caprichosos e superficiais, próprios da criança, passando a desenvolver interesses profundos e intensos, quando adulto; 5 - tende a mudar de apenas uma perspectiva de curto prazo, incluindo apenas o presente, quando criança, para uma perspectiva mais ampla, incluindo passado e futuro, quando adulto; 6 - tende a evoluir de uma posição de subordinado de todo mundo, quando criança, passando a desejar uma posição igual ou superior a seus semelhantes, quando adulto; 7 - tende a desenvolver-se de um estado em que não tem consciência de si mesmo, quando criança, para um estado em que já tem conhecimento e controle de si próprio, quando adulto (ARGYRIS: 1969) |
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Tela 30 |
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Segundo o Argyris, as organizações formais, por sua própria natureza, incorporam condições incongruentes com as tendências de crescimento de uma personalidade saudável, mantendo a imaturidade das pessoas: "Se os princípios da organização forem usados como idealmente definidos, os empregados tenderão a trabalhar em ambiente no qual:
À medida que a empresa amplia suas exigências de controle sobre as pessoas, compromete a motivação e o desempenho espontâneo delas. A partir deste momento, o conflito potencial, entre a personalidade madura e as exigências organizacionais, se realiza ou se agrava acentuadamente, comprometendo tanto o sucesso individual como a sobrevivência organizacional. |
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Tela 31 |
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Quando os empregados são tratados como autômatos comportam-se como tais. Tornam-se hostis, reduzindo a produtividade e aumentando o desperdício. Para Argyris é possível a integração das necessidades individuais com os requisitos da produção em grau bastante elevado. As organizações que cuidam dessa integração são mais produtivas do que as que apresentam baixo grau de integração. Ele sugere
que, ao invés de pagarem altos salários e propiciarem altas posições hierárquicas
para seus empregados, seria mais proveitoso que os administradores procurassem
criar um clima de trabalho, em que todos tivessem oportunidade de crescer
e amadurecer, satisfazendo as suas próprias necessidades de: liderança,
criatividade, motivação.
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Tela 32 |
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6 - Críticas As pesquisas realizadas e as formulações teóricas dos autores comportamentalistas têm sofrido poucas críticas. Entretanto, podem ser apontadas algumas, como: |
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Resumo A Teoria Comportamental tem sua ênfase nos processos e na dinâmica organizacional, os quais dependem de como as pessoas atuam. a) Comportamento:
são as reações externas do organismo, observáveis por outras pessoas,
em resposta a um estímulo. Os estudos passam a focalizar três níveis:
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Tela 34 |
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As organizações bem sucedidas são as exceções, não a regra. Os fracassos são frequentemente atribuídos a defeitos de estrutura ou à fraca administração, que levam o sistema ao desequilíbrio. A organização é "um sistema de atividades conscientemente coordenadas de duas ou mais pessoas, num sistema cooperativo". Uma organização passa a existir quando:
O equilíbrio do sistema tem dois termos: efetividade e eficiência. A organização informal torna-se necessária à operação da organização formal, porque ela proporciona os meios para comunicação, coesão e proteção da integridade dos indivíduos e liga os propósitos estabelecidos pela organização formal aos desejos individuais. |
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Tela 35 |
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Likert, em seus estudos, avaliou objetivamente algumas variáveis administrativas relevantes, como:
Likert dividiu os sistemas administrativos pesquisados em quatro tipos, do mais autoritário ao mais democrático:
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Tela 36 |
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March e Simon vêem a organização como um sistema de comportamentos sociais inter-relacionados. Cabe ao indivíduo numa organização, enfrentar duas decisões: 1) se participa
ou não; A estrutura organizacional é vista como uma função do processo de resolução de problemas. São fontes de efeitos ambientais sobre a organização:
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Tela 37 |
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Decidir é
escolher entre alternativas.
O homem administrativo depende dos seus valores pessoais e do seu modo único de perceber, aprender e pensar, tomar decisões não otimizantes, mas satisfatórias. Uma alternativa poderá ser, portanto, ótima ou satisfatória. |
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Tela 38 |
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As teorias X e Y são estilos de administração concebidos por McGregor. A Teoria X baseia-se na concepção tradicional da administração, tendo por pressupostos que:
A Teoria Y baseia-se em premissas sem preconceitos a respeito da natureza humana, tais como:
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Tela 39 |
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A Autoridade é compreendida como um fenômeno legal e psicológico. Conflito é a existência de uma situação na qual um indivíduo ou um grupo experimenta dificuldade na escolha de uma alternativa de ação dentre duas ou mais possibilidades incompatíveis entre si. Existe um conflito inevitável entre o indivíduo e a organização devido a uma incompatibilidade entre a consecução do objetivo organizacional e da auto-realização do indivíduo. A Maturidade é a capacidade e a disposição de um indivíduo dirigir seu próprio comportamento em direção à realização de uma tarefa. À medida que a empresa amplia suas exigências de controle sobre as pessoas compromete a motivação e o desempenho espontâneo. E surge o conflito potencial, entre a personalidade madura e as exigências organizacionais, o qual se realiza ou se agrava acentuadamente, comprometendo tanto o sucesso individual como a sobrevivência organizacional. |
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| Unidade 4 | Módulo 1 | Tela 40 |
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1 - Origens A Teoria Quantitativa descende da Administração Científica, pois adota o método científico como estrutura para a solução dos problemas, dando maior ênfase ao julgamento objetivo que ao julgamento subjetivo. Sua particularidade deve-se ao fato de acrescentar métodos mais refinados, principalmente matemáticos, aliados a tecnologia computacional que permite analisar problemas mais amplos. Os autores da Escola Quantitativa, em sua maioria, provieram da Matemática, da Estatística, da Engenharia e da Economia e possuem uma orientação nitidamente técnico-econômica e estritamente racional e lógica. A partir da década de 1950, a Matemática surge com muitas contribuições à Teoria Geral da Administração, principalmente sob a forma de modelos matemáticos capazes de auxiliar na solução de problemas empresariais nas mais diversas áreas, como recursos humanos, produção, vendas, finanças e na própria administração geral. A Teoria Matemática enfatiza o processo decisório, tratando-o de modo lógico e racional, através de uma abordagem quantitativa. Os administradores perceberam que boa parte das decisões administrativas poderiam ser tomadas com base em soluções assentadas em equações matemáticas, capazes de simular certas situações da realidade empresarial. |
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Tela 41 |
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Muitos autores utilizam a denominação Pesquisa Operacional (P.O.) quando se referem à aplicação da Teoria Quantitativa ou Matemática aos problemas administrativos. As primeiras equipes de Pesquisa Operacional foram utilizadas pela Grã-Bretanha para solucionar problemas gerados na 2ª Guerra Mundial, realizando importantes inovações tecnológicas e táticas. Posteriormente, os americanos, ao entrarem na guerra, formaram suas equipes de P.O. e utilizaram os primeiros computadores para auxiliar na resolução dos vários cálculos envolvidos na modelagem matemática. Após 1945, a P.O. passou gradualmente a ser empregada em empresas públicas americanas e, posteriormente, nas privadas, em face do seu sucesso nas operações militares. A utilização da Teoria Quantitativa na administração, ganhou força a partir dos seguintes fatos:
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2 - A tomada de decisão A tomada de decisão é o foco principal da Teoria Quantitativa, e pode ser estudada sob dois pontos de vista:
No processo decisório, o administrador pode deparar-se com dois tipos extremos de decisão:
Nas decisões programadas ou não programadas podem ser utilizadas as seguintes técnicas de tomada de decisão:
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Tela 43 |
| 3 - Modelos quantitativos Em geral, o modelo é utilizado para simular situações futuras e avaliar a probabilidade de suas ocorrências. Ele busca delimitar a área de ação de forma a proporcionar o alcance de uma situação futura com uma razoável expectativa de ocorrência. Um modelo será bom quando for capaz de prever, com exatidão, o efeito das mudanças no sistema em estudo, bem como a eficiência geral do mesmo. Muitos modelos são criados a partir de problemas detectados, com o objetivo de simular situações decorrentes de cada uma das soluções possíveis, dando ao administrador subsídios mais fundamentados para a sua tomada de decisão. ![]() |
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Tela 44 |
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Os problemas organizacionais podem ser classificados em:
Tratar os problemas estruturados e não-estruturados utilizando modelos matemáticos tem suas vantagens, que são:
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Tela 45 |
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4 -
A Pesquisa Operacional - P.O. Muitos autores consideram a P.O. simplesmente como uma teoria da decisão aplicada. A P.O. objetiva tornar científico, mais racional e mais lógico, o processo decisório nas organizações, sejam elas industriais, prestadoras de serviços, militares, governamentais, etc. A abordagem de P.O. incorpora a abordagem sistêmica ao reconhecer que as variáveis internas e externas nos problemas decisoriais são inter-relacionadas e interdependentes. |
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Tela 46 |
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A P.O. analisa as operações de um sistema e não simplesmente um problema particular. Assim, ela utiliza:
A metodologia utilizada na P.O. busca:
A P.O. é desenvolvida em seis fases, que são:
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Tela 47 |
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Dentre as áreas de aplicação da P.O. nas organizações, podemos citar:
Embora algumas situações mais complexas exijam o desenvolvimento de modelos sob medida, existem muitos modelos já desenvolvidos, prontos para serem utilizados.
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Tela 48 |
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Em
geral, os administradores quando utilizam a P.O. se apóiam matematicamente
em uma ou mais das seguintes teorias:
Clique nos balões para obter informações adicionais. |
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Tela 49 |
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5 - Críticas Dentre as críticas feitas à Teoria Quantitativa da Administração, temos:
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Tela 50 |
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Resumo A Teoria Quantitativa descende da Administração Científica, pois adota o método científico como estrutura para a solução dos problemas, dando maior ênfase ao julgamento objetivo do que ao julgamento subjetivo. A utilização da Teoria Quantitativa na Administração ganhou força a partir dos seguintes fatos: surgimento da Teoria dos Jogos, aprimoramento da Teoria Estatística da Decisão, a existência de decisões quantitativas ou programáveis, o desenvolvimento dos computadores. No processo decisório, o administrador pode deparar-se com dois tipos extremos de decisão: programadas e não-programadas. O modelo simula situações futuras e avalia a probabilidade de suas ocorrências. Ele busca delimitar a área de ação de forma a proporcionar o alcance de uma situação futura com uma razoável expectativa de ocorrência. |
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Tela 51 |
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A Pesquisa Operacional utiliza elementos de probabilidade, estatística e matemática. A P.O. é desenvolvida em seis fases, formulação do problema, construção de um modelo matemático representativo do sistema em estudo, dedução da solução do modelo, teste do modelo e da solução, controle das variáveis da solução, implementação da solução. As técnicas utilizadas em P.O. se apoiam matematicamente em uma ou mais das seguintes teorias: Teoria dos Jogos, Teoria das Filas, Programação Linear, Teoria Estatística e Programação Dinâmica. Dentre as críticas à Teoria Quantitativa da Administração, temos: aplicação restrita aos problemas específicos, caráter exclusivamente quantitativo e alta aplicabilidade apenas no nível operacional. |
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| Unidade 4 | Módulo 2 | Tela 52 |
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1 - Os sistemas O conceito de sistema desenvolve-se paulatinamente no estruturalismo, entendido como um conjunto de elementos organicamente relacionados em determinada configuração, de modo que o todo se revela como maior do que a soma das partes. Para Bertalanffy, "sistema pode ser definido como um complexo de elementos em interação". Torna-se clara a importância da interação quando se pensa que "o todo é mais que a soma das partes", pois as peculiaridades do sistema não são compreendidas a partir das características dos elementos isolados. Churchman, outro pioneiro da análise sistêmica, define a palavra sistema como:
A estrutura de um sistema é composta pelos seguintes parâmetros: Esquema da estrutura de um sistema
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Tela 53 |
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Os sistemas podem ser classificados de acordo com o relacionamento com o ambiente e com sua constituição, como mostra o quadro abaixo:
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Tela 54 |
| 2 -
Características A Teoria Sistêmica compreende:
A Teoria Geral dos Sistemas trouxe inegáveis benefícios à TGA. O principal deles é a evolução do modelo de máquina, adotado pelas primeiras teorias administrativas, com a organização para o modelo de sistema aberto; isto é, um conjunto de partes em constante interação, orientado para determinados propósitos, em permanente interação com o ambiente, influenciando-o e sendo por ele influenciado. ![]() |
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Tela 55 |
Outro fator importante é a ideia de sinergia, que ocorre quando 2 + 2 = 5; isto é, os materiais e a energia importados para uma organização bem sucedida podem transformar-se num valor maior de saída. Isto demonstra que os componentes organizacionais funcionam de modo eficiente e são capazes de gerar receitas suficientes para pagar todos os custos e, ainda, proporcionar lucros. A palavra sinergia vem do grego syn = com e ergos = trabalho, indicando simplesmente trabalho conjunto ou cooperação. Mas, em Português, significa resultado maior do que o da simples soma dos efeitos, se as causas fossem consideradas atuando isoladamente. Por exemplo, quando, em determinado sistema produtivo, todos os fatores de produção são dobrados e se obtém um resultado maior do que o dobro, ocorre o ganho de escala, ou resultado sinérgico. ![]() |
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Tela 56 |
A abordagem sistêmica modifica a visão que se tinha do trabalhador. Ele passa agora a ser visto como "homem funcional", diferente das visões utilizadas pelas abordagens anteriores, como mostra o quadro a seguir:
Se a abordagem sistêmica vê a organização semelhante a um conjunto de partes em constante interação, as pessoas que nela trabalham são vistas como agrupamento inter-relacionado de condutas. Há tendência a enfatizar-se mais os papéis ou cargos desempenhados pelas pessoas do que as próprias pessoas. Essas passam a ter desempenho de ator em contato com os outros atores, como se fossem um sistema aberto. Agem conforme seu papel e mantêm expectativa sobre o papel desempenhado pelos demais, procurando deixar claro, para outros, as suas próprias expectativas. |
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Tela 57 |
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3 -
Enfoque sistêmico Hoje, nas empresas, o sistema é tido como subsistema inserido em sistema socioeconômico maior. Da mesma forma, as partes componentes da organização são subsistemas do sistema-empresa. Por exemplo, diariamente, as referências são feitas ao sistema de recrutamento e seleção, ao sistema de planejamento e controle da produção, ao sistema de atendimento ao cliente e outros; é difícil falar-se de qualquer parte da empresa sem utilizar-se tal conceito. Mas não apenas nas empresas, os sistemas estão em toda parte, como o de transportes, o de abastecimento, o econômico, o de ecossistema, etc. Houve momentos na história da administração em que os fenômenos eram considerados de forma isolada e atomística. Os autores clássicos, por exemplo, viam a empresa como uma grande máquina, funcionando independentemente do ambiente e composta de trabalhadores, cada qual tomado isoladamente e visto como peça da máquina. Na concepção sistêmica, o todo não pode ser explicado adequadamente pelos seus componentes, mas pelo modo como as partes se ligam entre si e ao sistema maior. São as relações entre os elementos que contam e não apenas cada componente do sistema, tomado isoladamente. Com isso, cai por terra a lógica defendida pelos autores clássicos. Novos princípios entram em cena, substituindo o modo de pensar anterior. |
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Tela 58 |
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| Assim, o expansionismo ocupa o lugar do reducionismo, o pensamento sintético substitui o pensamento analítico e o mecanicismo é trocado pela teleologia. Veja, a seguir,
o significado desses princípios:
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Tela 59 |
| 4 - Organizações como sistemas abertos
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As primeiras teorias, como a Administração Científica, a Teoria Clássica, a Teoria de Relações Humanas e a Teoria da Burocracia aceitavam essa lógica interna. Somente a partir dos estudos de Chester Barnard, em 1938, surgiram as primeiras preocupações com uma visão sistêmica da organização. Mudou a concepção do sistema de relações entre as pessoas dentro de uma empresa e o relacionamento com o ambiente externo, com o qual estabelece troca de energias. Os comportamentalistas começaram a preocupar-se com isso, mas não aprofundaram a análise. Os estruturalistas, com sua herança sociológica, tiveram clara visão de que as organizações são unidades sociais mergulhadas no sistema social. Porém, a análise que realizaram mostrou-se limitada. As relações entre os componentes internos da organização e seu ambiente externo ainda eram relativas ao relacionamento mantido com outras organizações. Faltou aprofundamento do estudo dessa relação externa. Assim, o estruturalismo pode ser considerado teoria de transição para a análise sistêmica, porque não definiu o estudo das variáveis ambientais que interferem no funcionamento organizacional. Somente a partir da Teoria de Sistemas, a análise organizacional enxerga o estudo do ambiente como sistema do qual as organizações fazem parte; logo, o sucesso ou o insucesso das empresas passa a depender de como elas conseguem adaptar-se às condições ambientais. |
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Tela 61 |
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Sob o enfoque sistêmico, as empresas são vistas como entidades sociais, semelhantes a seres vivos, em permanente interação com o ambiente multidimensional e tumultuado, obrigando o administrador a lidar com incertezas e ambiguidades e, acima de tudo, a preocupar-se com o ajuste da organização a novos requisitos, na luta pela sobrevivência. Surge assim, a preocupação fundamental com a construção de modelos que interajam dinamicamente com o ambiente e cujos subsistemas denotem complexa interação igualmente interna e externa. Alguns modelos
de organizações como sistemas abertos foram propostos
por Trist e Rice, Katz & Kahn e Kast e Rosenzweig.
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5 - Críticas Fernando Mota considera que a Teoria de Sistemas aplicada à Administração não foi ainda tão criticada quanto as outras, porque ainda não houve tempo suficiente para estudos mais abrangentes e porque as obras mais importantes, nessa linha, são recentes. Outro motivo para a pequena quantidade de críticas é o fato de a perspectiva sistêmica ser compatível com a preocupação estrutural-funcionalista, presente no desenvolvimento das ciências sociais dos países capitalistas. Isso facilita, em parte, a sua aceitação, embora sob forte resistência da maior parte dos cientistas sociais. Finalmente, essa teoria não trata, a rigor, dos temas negligenciados pelos behavioristas e estruturalistas, ficando a salvo de suas críticas; limita-se a desenvolver algumas de suas ideias, a partir de um novo método. São críticas à Teoria Sistêmica: |
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Resumo O "sistema é um conjunto de partes coordenadas para realizar um conjunto de finalidades". A estrutura de um sistema é composta pelos seguintes parâmetros:
Os sistemas podem ser classificados:
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O enfoque sistêmico é um modo de pensar a respeito dos sistemas totais e seus elementos. Com o enfoque sistêmico, vai por terra a lógica racional cartesiana e novos princípios entram em cena, substituindo o modo de pensar anterior. O expansionismo substitui o reducionismo, o pensamento sintético ocupa o lugar do pensamento analítico e o mecanicismo é substituído pela teleologia. Surge a necessidade de novos modelos de organização, agora vista como sistema aberto. Dentre as principais características da Teoria Sistêmica destaca-se:
São críticas à Teoria dos Sistemas:
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