| Unidade 3 | Módulo 1 | Tela 1 |
| 1 – Cultura: níveis e significados A noção de cultura vem de uma série de campos de estudo, cada qual com pontos de vista diversos (mas complementares) sobre o termo. Vejamos alguns conceitos:
Outra acepção, ainda, aborda cultura como parte do inconsciente das pessoas, que é acionado por meio de símbolos, que proveriam da combinação de determinadas condições ambientais internas e externas à comunidade. A possibilidade
de aproximações conceituais não se esgota com essas
três, mas alguns elementos parecem ser comuns, como a ideia de símbolo
e de ser parte do contexto de uma comunidade. |
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Tela 2 |
| Existem diversos níveis de cultura, como:
Esses níveis não são estáticos, estanques. Assim, quando trabalhamos em determinada empresa, por exemplo, levamos para ela nossa bagagem cultura. Nela, existe uma cultura, com a qual começamos a conviver desde o momento em que somos contratados para nela atuar. E a empresa não está isolada de um contexto, não é um sistema fechado, mas sim parte da sociedade, um sistema aberto que interage com públicos diversos, que têm suas próprias culturas e, todas elas, dentro de um determinado país – que, por sua vez, também detém uma estrutura cultural. Dentro de uma organização, a cultura é comunicada por meios diversos:
Interessante,
não? Mas, antes de aprofundarmos esse debate, vamos analisar um
pouco mais sobre o conceito de cultura organizacional e como ela se manifesta
no ambiente das empresas. |
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Tela 3 |
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| 2 – Cultura organizacional Assim como cultura, o conceito de cultura organizacional tem diversas acepções, de acordo com o período histórico, a ciência da qual advém e a corrente teórica a qual se vincula cada autor. Beyer e Trice definem cultura organizacional como uma rede de concepções, normas e valores, que são tomadas por certas e que permanecem submersas à vida organizacional. E completam: para criar e manter a cultura, essas concepções, normas e valores devem ser afirmados e comunicados aos membros da organização de uma forma tangível. O negrito aplicado ao termo “comunicados” por nós busca destacar a necessidade de que os as normas e valores que compõem a cultura necessitam ser divulgados, recebidos e compreendidos pelas pessoas para que se ela se efetive. Perceba como esse processo de difusão cultural guarda semelhança com o cerne do processo comunicacional – emissão de mensagem, recepção e decodificação. César acrescenta outra definição de cultura organizacional, como sendo o modo habitual de pensar e agir, que deve ser apreendido e aceito, que é mais ou menos compartilhado por todos os empregados da empresa. Novamente, aplicamos o negrito à palavra “compartilhado” para ressaltar que esse compartilhamento ocorre por um processo comunicacional – explícito ou tácito. Destaque
também ao pensar e agir que é mais ou menos comum às
pessoas – a relativização se deve ao fato de as pessoas
terem graus diversos de adequação a essa cultura, aceitando-a
com menor ou maior intensidade, maior ou menor envolvimento com ela. |
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Tela 4 |
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| A ideia mais difundida e empregada, contudo, foi formulada por Edgar Schein originalmente em 1984, que definiu cultura organizacional como um conjunto de pressupostos básicos que um grupo inventou, descobriu ou desenvolveu, ao aprender como lidar com os problemas de adaptação externa e integração interna e que funciona bem o suficiente para serem considerados válidos e ensinados a novos membros como a forma correta de perceber, pensar e sentir em relação a esses problemas. No conceito de Schein, a ênfase recai sobre a alusão aos pressupostos compartilhados por um grupo de pessoas para lidar com problemas internos (de integração interna) e externos (de adaptação externa) à organização, e também à “transmissão” desses pressupostos aos novos empregados, que os assumem como a maneira correta para lidar com aqueles problemas. Novamente, temos aqui a questão comunicacional, na medida em que ela atua como elemento capaz de estimular a integração interna entre os empregados e auxiliar a empresa no processo de adaptação a fatores externos (como mudanças oriundas do acelerado processo tecnológico, mudanças sociais etc.).
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Tela 5 |
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O conceito de Schein pressupõe a existência de três níveis segundo os quais a cultura de uma organização pode ser apreendida:
Cabe ressaltar o caráter dinâmico do modelo, pois esses níveis se retroalimentariam (por exemplo: os artefatos visíveis ajudam a reforçar os valores compartilhados; os valores compartilhados auxiliam na formação dos pressupostos etc.). Ele atribui, ainda, grande relevância ao papel dos fundadores da organização no processo de moldar seus padrões culturais; os primeiros líderes, ao desenvolverem formas próprias de equacionar os problemas da organização, acabam por imprimir sua visão de mundo aos demais e também a sua visão do papel que a organização deve desempenhar no mundo. O modelo de Schein prevê, ainda, a existência de subculturas dentro da cultura maior (a da organização), que estariam relacionadas às próprias características da profissão ou do grupamento da qual a pessoa faz parte. Por exemplo, dentro de uma mesma empresa, existe a cultura dos gerentes, a cultura dos engenheiros, a cultura dos profissionais do departamento de RH, a cultura dos administradores etc. Clique abaixo e assista a um vídeo com observações de Edgard Schein sobre cultura organizacional e sobre o Brasil.
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Tela 6 |
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| 3 – A cultura organizacional em diferentes países Os estudos sobre cultura organizacional ganharam maior visibilidade nos anos 80, devido ao crescimento do número de empresas multinacionais e, em especial, ao predomínio da administração japonesa. Com isso, as análises organizacionais apoiadas na variável cultura se propuseram a explicar diferenças em desempenho e atribuí-las a diferentes culturas. Deste ponto de vista, haveria culturas favoráveis e desfavoráveis ao bom desempenho empresarial. As empresas japonesas e todo o sucesso conquistado pelo Japão no pós-guerra, estariam a indicar que a cultura empresarial japonesa seria mais adequada para o bom desempenho empresarial do que suas congêneres norte-americanas. Em 1980 Geert Hofstede lançou um livro que deu projeção à linha de estudos comparativos entre culturas de diferentes países. Nessa obra, o autor apresentou os resultados de uma pesquisa realizada por ele, segundo a qual criou um modelo de quatro dimensões independentes, às quais denominou:
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Tela 7 |
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| A dimensão distância do poder buscava espelhar a medida com que empregados com menos poderosos de uma empresa aceitam a distribuição desigual de poder. Saiba + Em evitar incertezas, procurava-se analisar o incômodo do funcionário diante de situações de ambiguidade e a forma como eram evitadas por ele. Saiba + Na seara individualismo versus coletivismo, o primeiro item se referia à existência de redes sociais mais difusas, nas quais as pessoas procuravam tomar conta mais de si próprias e dos mais próximos, enquanto o segundo aludia ao estabelecimento de redes sociais mais profundas, nas quais as pessoas contam com a lealdade de outros grupos que não apenas os mais próximos ou de si mesmo. Quanto à dimensão masculinidade versus feminilidade, masculinidade refere-se ao quanto os valores dominantes na sociedade do país enfatizam a assertividade e a busca de dinheiro e bens materiais, ao passo que feminilidade relaciona-se ao predomínio de valores como relacionamento entre as pessoas, preocupação com o próximo e qualidade de vida.
O trabalho de Hofstede (que depois foi ampliado, recebendo uma quinta
dimensão – orientação de longo prazo)
causou impacto junto ao meio acadêmico e ao organizacional, levando
ao lançamento de diversos estudos na mesma linha. Saiba
+ |
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Tela 8 |
| 4 – Os estudos sobre cultura e o papel da comunicação Existem diferentes abordagens da cultura nos estudos que se realizam sobre ela. Para cada uma delas, a comunicação desempenha diferentes papéis. Thévenet classifica esses estudos em cinco teorias diversas, oriundas da antropologia:
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Tela 9 |
| 5 – A cultura organizacional e a comunicação Como vimos no início deste módulo, a cultura tem como elemento central valores e pressupostos. Para que os valores sejam compartilhados e os pressupostos básicos internalizados pelas pessoas – e, depois, transmitidos para os novos funcionários, à medida que entram na organização -, é fundamental que as organizações desenvolvam um composto comunicacional adequado. Na visão de Fleury, a comunicação constitui um dos elementos essenciais no processo de criação, transmissão e cristalização do universo simbólico de uma organização. Nesse sentido, a autora considera fundamental mapear o sistema de comunicações da empresa para a efetividade desse processo, por intermédio da identificação dos meios formais orais (reuniões, telefonemas etc.) e escritos (jornais, circulares, memorandos etc.), bem como os meios informais, tais como a “rádio peão” e do uso que é dado por eles pela organização.
Esse procedimento permite
obter uma série de informações úteis para
a análise da comunicação organizacional, como a finalidade
com que são utilizados, a qual(is) grupo(s) se dirige(m), qual
o nível de efetividade das mensagens veiculadas por eles etc. |
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Tela 10 |
| Assim,
cultura e comunicação têm um processo de influência
mútua entre elas, de forma a que a cultura seja acionada pela comunicação
e a comunicação sofra a influência da cultura da empresa.
Quando investem
nesse tipo de iniciativa, as empresas estão comunicando a seus
diversos públicos (clientes, fornecedores, funcionários
etc.) que esses valores são importantes para elas. Com isso, o
público interno encontra referência para as atitudes e comportamentos
esperados dele pela empresa e o externo, permite inferências sobre
preocupações que guiam a produção e comercialização
de produtos e serviços por aquelas empresas, bem como dos valores
que norteiam a atuação delas. |
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Tela 11 |
| Resumo A noção de cultura vem de uma série de campos de estudo, cada qual com pontos de vista diversos (mas complementares) sobre o termo. A possibilidade de aproximações conceituais é extensa, mas alguns elementos parecem ser comuns, como a ideia de símbolo e de ela ser parte do contexto de uma comunidade. Isso remete a outra ideia fundamental em nosso estudo: existem diversos níveis de cultura, como a cultura pessoal, a cultura de um grupo, a cultura de uma comunidade, a cultura de uma organização (organizacional) e, até mesmo, a cultura típica de um país. Esses níveis não são estáticos, estanques. Assim, quando trabalhamos em determinada empresa, por exemplo, levamos para ela nossa bagagem cultura. Nela, existe uma cultura, com a qual começamos a conviver desde o momento em que somos contratados para nela atuar. E a empresa não está isolada de um contexto, não é um sistema fechado, mas sim parte da sociedade, um sistema aberto que interage com públicos diversos, que têm suas próprias culturas e, todas elas, dentro de um determinado país – que, por sua vez, também detém uma estrutura cultural. Assim como cultura, o conceito de cultura organizacional tem diversas acepções, de acordo com o período histórico, a ciência da qual advém e a corrente teórica a qual se vincula cada autor. Beyer e Trice definem cultura organizacional como rede de concepções, normas e valores, que são tomadas por certas que permanecem submersas à vida organizacional e que para criar e manter a cultura, essas concepções, normas e valores devem ser afirmados e comunicados aos membros da organização de uma forma tangível. César acrescenta outra definição: o modo habitual de pensar e agir, que deve ser apreendido e aceito, que é mais ou menos compartilhado por todos os empregados da empresa. A mais difundida e empregada, contudo, foi formulada por Edgar Schein, que a definiu como um conjunto de pressupostos básicos que um grupo inventou, descobriu ou desenvolveu, ao aprender como lidar com os problemas de adaptação externa e integração interna e que funciona bem o suficiente para serem considerados válidos e ensinados a novos membros como a forma correta de perceber, pensar e sentir em relação a esses problemas. |
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Tela 12 |
| O
conceito de Schein pressupõe a existência de três níveis
segundo os quais a cultura de uma organização pode ser apreendida:
artefatos visíveis, valores compartilhados e pressupostos básicos.
Os estudos sobre cultura organizacional ganharam maior visibilidade nos anos 80, devido ao crescimento do número de empresas multinacionais e, em especial, ao predomínio da administração japonesa. Em 1980, foi lançado o livro Culture’s consequences, international differences in Work-Related Values (Cross Cultural Research and Methodology), que deu projeção à linha de estudos comparativos entre culturas de diferentes países. Nessa obra, o autor, Geert Hofstede, apresentou os resultados de pesquisa realizada por ele, em duas fases: na primeira, foram aplicados, entre 1967 e 1973, mais de 100 mil questionários a funcionários (do segmento operacional ao executivo) de 72 subsidiárias da IBM, na segunda, foram feitas entrevistas em profundidade com empregados de unidades localizadas em 10 países. A partir da análise dos resultados, Hofstede criou um modelo de quatro dimensões independentes, as quais denominou: distância do poder, evitar incertezas, individualismo versus coletivismo e masculinidade versus feminilidade. Existem diferentes abordagens da cultura nos estudos que se realizam sobre ela. Para cada uma delas, a comunicação desempenha diferentes papéis. Thévenet classifica esses estudos em cinco teorias diversas, oriundas da antropologia: evolução cultural, particularismo histórico, funcionalista, materialismos cultural e idealismo cultural. A comunicação constitui um dos elementos essenciais no processo de criação, transmissão e cristalização do universo simbólico de uma organização. Nesse sentido, torna-se fundamental mapear o sistema de comunicações da empresa para a efetividade desse processo, por intermédio da identificação dos meios formais orais (reuniões, telefonemas etc.) e escritos (jornais, circulares, memorandos etc.), bem como os meios informais, tais como a “rádio peão” e do uso que é dado por eles pela organização. As ações empreendidas pelas empresas, tanto interna quanto externamente, costumam ser eivadas dos valores e princípios caros a elas. Exemplos disso são os patrocínios de projetos culturais e esportivos e os investimentos em projetos de preservação ambiental. Quando investem nesse tipo de iniciativa, as empresas estão comunicando a seus diversos públicos (clientes, fornecedores, funcionários etc.) que esses valores são importantes para elas. |
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| Unidade 3 | Módulo 2 | Tela 13 |
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| 1 – Identidade, imagem e reputação Em diversas passagens de nosso estudo, temos ressaltado a alusão que autores fazem à importância da comunicação para a formação de imagem positiva por parte das empresas. Mas... o que é imagem? Qual sua relação com a identidade de uma organização? Trata-se de sinônimos? E reputação, é algo pessoal ou as empresas também têm uma? Vamos começar a responder essas perguntas com o seguinte ponto: identidade, imagem e reputação são elementos distintos. Para Argenti:
A partir da identidade, os diversos públicos formam suas percepções sobre a organização, constituindo a imagem que a empresa projeta para eles. Se essa imagem corresponder à realidade daquela empresa, o programa de identidade terá sido bem-sucedido. Por outro lado, se a imagem for diversa da realidade, a estratégia foi ineficiente ou o modo como empresa se percebe precisa ser modificado. Assim, tem-se que:
Nassar e
Figueiredo destacam, ainda, o fato de que a imagem corresponde ao somatório
de todas as imagens da empresa, ou seja, ao somatório da imagem
dos produtos que ela desenvolve, dos serviços que oferece etc.
à imagem da relação da empresa com o consumidor.
Ou seja, a imagem de uma empresa é fruto também do relacionamento
que ela tem com seu consumidor, mas também com os demais públicos
com os quais desenvolve laços (fornecedores, funcionários
etc.). |
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Tela 14 |
| Cahen
define imagem como o conceito que as pessoas têm e/ou formam sobre
as coisas. A imagem empresarial, por extensão, seria o conceito
que as pessoas desenvolvem sobre as empresas – a partir da
identidade delas e da relação que têm com as mesmas.
Por sua vez, a reputação de uma empresa é sólida quando a identidade e a imagem dela estiverem alinhadas; caso os dois elementos estejam desalinhados, a reputação não é sólida.
A figura abaixo sintetiza esse conjunto de ideias inicial. Veja:
Agora que vimos a diferenciação e o relacionamento entre os três elementos, vamos analisá-los um a um, para aprofundar nossa compreensão sobre o assunto. |
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2 – A identidade empresarial Como vimos anteriormente, a identidade de uma empresa é construída internamente (pelo público interno da organização, do nível operacional ao diretivo). Para que essa construção seja a mais positiva possível, Argenti sugere a necessidade de atentar-se a alguns fatores, quando da elaboração dela:
O primeiro elemento seria a busca de uma visão inspiradora. Mintzberg define a visão como a inspiração, o senso daquilo que precisa ser feito, a ideia-guia que orienta os caminhos da organização e que, para Argenti, abrange os principais valores, filosofias e objetivos dela. Saiba + O segundo é representado pela busca de elaboração cuidadosa da marca corporativa. Para isso, é necessário que o nome da empresa comunique a sua identidade e que a logomarca seja capaz transmitir atributos importantes para ela ou que facilite sua identificação imediata por parte do público (ex.: os arcos dourados que forma a logomarca do McDonald’s). O terceiro corresponde à coerência entre a forma como a empresa se apresenta ao público externo e ao que efetivamente faz. Exemplo. |
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Tela 16 |
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| Construída a identidade empresarial, faz-se necessário gerenciá-la. Argenti sugere a seguinte metodologia para realizar esse gerenciamento:
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Tela 17 |
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3 – A imagem empresarial A percepção de uma empresa pode se originar antes ou depois da interação do público com ela. O momento anterior se refere às informações que uma pessoa lê sobre uma empresa em uma revista ou jornal, ou na opinião de algum usuário de serviço dela, por exemplo. Assim, mesmo que nunca tenha interagido com uma empresa, a pessoa terá formado uma imagem sobre ela. O momento posterior corresponde àquele em que o usuário compara sua percepção anterior com a que obteve a partir do contato com a empresa – e é quando se forma uma imagem positiva ou negativa sobre ela. Sob o ponto de vista da empresa, é importante compreender a percepção dela junto a usuários/ clientes/ consumidores, mas também em relação a outros públicos, como os internos (funcionários, contratados etc.) e os externos (investidores, comunidade etc.). Isso se deve ao fato de que, como comentado anteriormente, a formação da imagem de uma organização leva em conta os relacionamentos que ela mantém com os diversos públicos com os quais interage. Pimenta coloca a questão da imagem da seguinte maneira:
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Tela 18 |
| Por sua vez, Machado e Malcher apontam as seguintes características da imagem empresarial:
Nesta colocação, destaca-se a importância do papel do receptor nesse processo – e de que a mensagem emitida pela empresa seja a mais fiel possível, se possível, interpretada sem ocorrência de ruídos.
Como comentado anteriormente, a imagem é formada a partir da projeção de uma identidade, mas também do relacionamento que a pessoa mantém com uma empresa, da percepção que as pessoas têm a partir da opinião de terceiros, de notícias veiculadas na imprensa sobre ela, ou seja, de um conjunto de elementos que transmitem determinada imagem.
Em outras palavras, por maior que seja o esforço de divulgação de determinada identidade por uma empresa, as pessoas podem fazer “leituras” diversas da mesma.
Nas duas
afirmações, há, novamente, reforço à
importância do papel do receptor nesse processo. |
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Tela 19 |
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4 – A reputação corporativa Em sua obra, Argenti (2006, p. 97) cita Charles Fombrun, que afirma: “nas empresas em que a reputação é levada em conta, os gerentes dedicam bastante tempo a construir, sustentar e defender essa reputação, seguindo práticas que (1) formam uma identidade única e (2) projetam uma série de imagens coerentes e consistentes para o público”. Para ele, uma reputação forte tem implicações estratégicas para as empresas, permitindo atrair e reter os maiores talentos, fidelizar clientes e parceiros de negócios – e, com isso, contribuindo para o crescimento e o sucesso comercial delas. E conclui: “uma reputação bem estabelecida, por sua vez, converte-se em orgulho e compromisso – entre os funcionários, consumidores e o público em geral – , e essas qualidades são ativos insubstituíveis em um ambiente de negócios cada vez mais competitivo em escala global” (Argenti, 2006, p. 103). Clique abaixo e assista ao vídeo produzido pela Aberje (Associação Brasileira de Comunicação Empresarial) com entrevista com o jornalista Mauro Vianna, no qual ele analisa as questões de imagem e reputação das empresas.
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Tela 20 |
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| 5 – Propaganda corporativa Um dos meios mais utilizados pelas empresas para divulgar positivamente sua imagem junto a seus públicos de interesse é a propaganda corporativa. De acordo com Argenti:
Uma vez que todos os elementos de uma propaganda contribuem para a imagem de uma empresa, tanto a propaganda de um produto específico quanto a propaganda corporativa devem refletir uma estratégia única. A propaganda da imagem corporativa deve “marcar” uma empresa do mesmo modo que a de um produto marca um produto. Segundo o autor, é necessário que a propaganda corporativa tenha cunho estratégico (voltada para o futuro da empresa para que ela tenha longevidade e não fique estagnada ou ultrapassada) e seja coerente (conjugada às imagens dos produtos ou negócios da empresa, e adequada à visão da empresa). Mas a propaganda corporativa também pode ser utilizada para outras finalidades; assim, Argenti classifica-a em três categorias distintas:
Nesse tipo de propaganda, segundo Bendit, a ênfase é maior no conteúdo e não na forma – em função do tom de esclarecimento sobre determinada situação inerente a ela. E ressalta a necessidade de que o discurso argumentativo contenha ao menos um dos seguintes elementos:
Assim, percebe-se que a propaganda corporativa pode atender a mais de um fim; no entanto, aquela que busca incrementar a identidade ou reputação da empresa tem grande relevância nesse contexto. |
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Tela 21 |
| Resumo Identidade, imagem e reputação são elementos distintos. Para Argenti, a identidade de uma empresa é “a manifestação visual de sua realidade, conforme transmitida através do nome, logomarca, lema, produtos, serviços, instalações, folheteria, uniformes e todas as outras peças que possam ser exibidas, criadas pela organização e comunicadas a uma grande variedade de públicos”. A partir dessa identidade, os diversos públicos formam suas percepções sobre a organização, constituindo a imagem que a empresa projeta para eles. Se essas imagens corresponderem à realidade daquela empresa, o programa de identidade terá sido bem-sucedido. Por outro lado, se a imagem for diversa da realidade, a estratégia foi ineficiente ou o modo como empresa se percebe precisa ser modificado. Assim, tem-se que a imagem é o reflexo da identidade de uma organização. A reputação de uma empresa é sólida quando a identidade e a imagem dela estiverem alinhadas; caso os dois elementos estejam desalinhados, a reputação não é sólida. A diferença entre imagem e reputação é que esta é construída ao longo do tempo, não se caracterizando como uma percepção em determinado período – como a imagem. Identidade empresarial Para que a construção da identidade empresarial seja a mais positiva possível, Argenti sugere a necessidade de atentar-se a alguns fatores, quando da elaboração dela: visão inspiradora, marca corporativa cuidadosamente elaborada e autoapresentação coerente. Construída a identidade empresarial, faz-se necessário gerenciá-la. Para isso, o autor sugere a seguinte metodologia para realizar esse gerenciamento: fazer uma auditoria da identidade; definir objetivos para a identidade; desenvolver projetos e nomes; desenvolver protótipos; lançar e comunicar; e implementar o programa. |
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Tela 22 |
| Imagem empresarial A percepção de uma empresa pode se originar antes ou depois da interação do público com ela. O momento anterior se refere às informações que uma pessoa lê sobre uma empresa em uma revista ou jornal, ou na opinião de algum usuário de serviço dela, por exemplo. Assim, mesmo que nunca tenha interagido com uma empresa, a pessoa terá formado uma imagem sobre ela. O momento posterior corresponde àquele em que o usuário compara sua percepção anterior com a que obteve a partir do contato com a empresa – e é quando se forma uma imagem positiva ou negativa sobre ela. Sob o ponto de vista da empresa, é importante compreender a percepção dela junto a usuários/ clientes/ consumidores, mas também em relação a outros públicos, como os internos (funcionários, contratados etc.) e os externos (investidores, comunidade etc.). Isso se deve ao fato de que, como comentado anteriormente, a formação da imagem de uma organização leva em conta os relacionamentos que ela mantém com os diversos públicos com os quais interage. A reputação corporativa Em sua obra, Argenti cita Charles Fombrun, que afirma: “nas empresas em que a reputação é levada em conta, os gerentes dedicam bastante tempo a construir, sustentar e defender essa reputação, seguindo práticas que (1) formam uma identidade única e (2) projetam uma série de imagens coerentes e consistentes para o público”. Para ele,
uma reputação forte tem implicações estratégicas
para as empresas, permitindo atrair e reter os maiores talentos, fidelizar
clientes e parceiros de negócios – e, com isso, contribuindo
para o crescimento e o sucesso comercial delas. |
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Tela 23 |
| Propaganda corporativa Um dos meios mais utilizados pelas empresas para divulgar positivamente sua imagem junto a seus públicos de interesse é a propaganda corporativa. Para Argenti, a propaganda corporativa pode ser definida como o uso pago da mídia com fins de beneficiar a imagem da empresa como um todo, e não somente de seus produtos ou serviços. Uma vez que todos os elementos de uma propaganda contribuem para a imagem de uma empresa, tanto a propaganda de um produto específico quanto a propaganda corporativa devem refletir uma estratégia única. A propaganda da imagem corporativa deve “marcar” uma empresa do mesmo modo que a de um produto marca um produto. O autor cita
a existência de três categorias de propaganda corporativa:
propaganda para reforçar a identidade ou melhorar a reputação
(usualmente associada a momentos em que a empresa encontra-se em processo
de expansão ou fusão, com o intuito de reforçar sua
identidade, ou em que teve abalo de sua imagem perante a opinião
pública e precisa melhorar sua reputação), propaganda
para atrair investimentos (que ocorre em momentos em que a empresa deseja
expandir seus negócios, entrar em novos negócios, capitalizar-se
etc.;) e propaganda para influenciar opiniões (também chamada
de propaganda argumentativa, é utilizada para enfrentar situações
de ameaças externas, por parte do governo ou de grupos de interesses
especiais). |
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| Unidade 3 | Módulo 3 | Tela 24 |
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| 1 – Conceitos de crise Como você bem sabe, as empresas estão inseridas em um contexto, em um ambiente. Elas fazem parte da sociedade e interagem com diversos públicos, sejam eles internos (clientes, contratados etc.) ou externos (clientes, fornecedores, acionistas, imprensa etc.). No dia a dia de suas operações, utilizam-se da comunicação para receber e enviar informações, fazer campanhas de lançamentos de produtos, interagir com os públicos, visando divulgar sua imagem junto a eles – e, em última instância, junto à sociedade. Mas, assim como as pessoas, as empresas estão sujeitas a imprevistos, a ocorrências inesperadas que afetam suas operações e que geram impacto negativo em sua imagem: são as crises. Vejamos alguns conceitos.
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Tela 25 |
| 2
- Características
Os conceitos vistos anteriormente trazem pontos aos quais se precisa atentar, como o teor inesperado da crise, o fato de gerar impacto na empresa e poder ser tangível (físico) ou intangível. Além desses, cabe atentar a características comuns às crises (apesar de elas se constituírem em eventos únicos, singulares), apontadas pelo autor a partir de Ray O’Rourke, diretor executivo do banco de investimentos Morgan Stanley. São elas:
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Tela 26 |
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3 – Ciclo de vida da crise Silva Neto sugere a existência de um ciclo de vida da crise, ou seja, as diferentes etapas de desenvolvimento dela. Num primeiro momento, um assunto sensível com potencial de geração de crise é mantido sob conhecimento exclusivo de algumas poucas pessoas na empresa. Num segundo momento, esse assunto, não resolvido, afeta alguns públicos mais próximos; com isso, a organização se vê obrigada a prestar esclarecimentos a agências fiscalizadoras e envolver especialistas e fornecedores na busca de soluções urgentes. Em seguida, outras pessoas começam a ter conhecimento do assunto, que escapa do controle e chega à mídia – que, por sua vez, percebe o valor dessa informação como notícia e a divulga, disparando uma espécie de “gatilho” da crise. Com a veiculação do assunto na imprensa, outros públicos potenciais (como Ministério Público, Organizações Não-Governamentais, políticos, concorrentes) se manifestarão, procurando culpados e atingindo a imagem ou a reputação da empresa. As declarações desses públicos também são divulgadas pelos meios de comunicação, intensificando o impacto da crise. A cobertura da imprensa continuará enquanto houver fatos geradores de notícias. Após isso, a crise tende a ser encerrada ou a ficar latente até ressurgir no futuro – caso as causas não sejam debeladas em definitivo por parte da empresa. O gráfico a seguir ilustra, de forma sintética, essas etapas.
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Tela 27 |
| 4 – Preparação para gestão e comunicação de crises Silva Neto sugere atenção a três etapas fundamentais para gerir a crise e realizar comunicação visando minimizar seus danos:
A etapa de planejamento é fundamental para o sucesso do enfrentamento da crise e envolve ações relacionadas não só à comunicação, mas a diversas áreas intervenientes em situações dessa ordem. |
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Tela 28 |
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Para o autor, um plano de crises é geralmente composto pelos seguintes elementos:
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Tela 29 |
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| 5 – A comunicação de crise: antes, durante e depois A comunicação de crise contempla o conjunto de ações a serem tomadas pelas empresas, antes, durante e depois do surgimento dela. Michael Kempner, presidente da MWW/Strategic Communication, relaciona cinco passos a serem adotados pelas empresas antes da ocorrência da crise:
Por sua vez, Argenti, enumera os principais passos a serem adotados pelas empresas durante a crise:
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Tela 30 |
| Se se pode falar nesse conjunto de ações a serem postas em práticas na comunicação em situações de crise, pode-se também falar em ações a NÃO serem feitas, a serem evitadas nesses momentos.
Forni sugere que os funcionários devem ser os primeiros a tomar ciência dos fatos por parte da empresa, pois, se não existir engajamento do público interno, a empresa terá dificuldades para convencer a opinião pública. Após os empregados, o autor sugere que os controladores da empresa, os diversos conselhos, acionistas e clientes, nessa ordem, sejam os primeiros a receber informações quando da ocorrência de crises. Para o público
externo, informações podem ser disponibilizadas de imediato
no site da empresa, pois esse é um dos primeiros meios aos quais
as pessoas recorrem para obtê-las e para acompanhar o desdobrar
dos acontecimentos. |
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Tela 31 |
| Além do público e do meio a ser utilizado para esclarecimento, é importante atentar para as ações a serem efetivadas para gerir adequadamente a situação. O autor sugere levantar todos os dados com a maior transparência e fixar uma estratégia de esclarecimento, podendo-se utilizar de:
Outro fator relevante é a necessidade de subsidiar-se o porta-voz da empresa com o máximo de informações, cercá-lo de pessoas-chave para a explicação sobre o episódio e, previamente, simular perguntas que podem vir a ser feitas. Um documento contendo perguntas e respostas, com tudo o que pode vir a ser abordado pela imprensa, deve ser preparado. Por fim, entre as melhores práticas para a gestão de crise, Silva Neto, citando Ulmer, Sellnow e Seeger, sugere a necessidade de aprender-se com ela, revendo os padrões de prevenção e ampliando o diálogo com os diversos públicos de relacionamento da empresa. Para complementar
o estudo deste tema, acesse o site Comunicação Empresarial
Online na seção “comunicação e crise”
(http://www.comunicacaoempresarial.com.br/comunicacaoempresarial/ Aproveite
sua visita e explore a infinidade de conteúdos sobre comunicação
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| Resumo Assim como as pessoas, as empresas estão sujeitas a imprevistos, a ocorrências inesperadas que afetam suas operações e que geram impacto negativo em sua imagem: são as crises. Silva Neto define crise como um evento específico e inesperado, que cria altos níveis de incerteza e ameaça às empresas e aos seus públicos e gera grande pressão por respostas imediatas sobre suas causas, seus efeitos e consequências. Segundo o Institute for Crisis Management, crise é uma ruptura significante nos negócios que estimula uma extensa cobertura dos meios de comunicação. Por sua vez, Argenti trata crise como uma catástrofe séria que pode ocorrer naturalmente ou como resultado de erro humano, intervenção ou até mesmo intenção criminosa. Pode incluir devastação tangível, como a destruição de vidas ou ativos, ou devastação intangível, como a perda da credibilidade da organização ou outros danos de reputação. Estes últimos resultados podem ser consequência da resposta da gerência à devastação tangível ou aos resultados de erro humano. Os autores relacionam uma série de exemplos de tipos de crises, para melhor ilustrar os conceitos, tais como: acidentes com vítimas, ações de defesa dos consumidores, disputas trabalhistas, defeitos e recalls, casos de discriminação, catástrofes, acidentes operacionais que geram impacto ambiental, fraudes e crimes cometidos por funcionários, falhas em produtos e serviços, dentre outros. Existem características comuns às crises (apesar de elas se constituírem em eventos únicos, singulares). São elas:
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Silva Neto sugere a existência de um ciclo de vida da crise, ou seja, as diferentes etapas de desenvolvimento dela: primeiro, um assunto sensível com potencial de geração de crise é mantido sob conhecimento exclusivo de algumas poucas pessoas na empresa; segundo, esse assunto, não resolvido, afeta alguns públicos mais próximos, fazendo com que a organização seja obrigada a prestar esclarecimentos a agências fiscalizadoras e a envolver especialistas e fornecedores na busca de soluções urgentes. Em seguida, outras pessoas começam a ter conhecimento do assunto, que escapa do controle e chega à mídia – que, por sua vez, percebe o valor dessa informação como notícia e a divulga, disparando uma espécie de “gatilho” da crise. Com a veiculação do assunto na imprensa, outros públicos potenciais (como Ministério Público, Organizações Não-Governamentais, políticos, concorrentes) se manifestarão, procurando culpados e atingindo a imagem ou a reputação da empresa. As declarações desses públicos também são divulgadas pelos meios de comunicação, intensificando o impacto da crise. A cobertura da imprensa continuará enquanto houver fatos geradores de notícias. Após isso, a crise tende a ser encerrada ou a ficar latente até ressurgir no futuro – caso as causas não sejam debeladas em definitivo por parte da empresa. Silva Neto sugere atenção a três etapas fundamentais para gerir a crise e realizar comunicação visando minimizar seus danos: auditoria de vulnerabilidade, planejamento de crises e preparação para responder às crises. Para o autor, um plano de crises é geralmente composto pelos seguintes elementos: objetivos; escopo ou tipo de crise; legislação, normas e políticas; definições (incidente, emergência, crise e recall); comitê de gestão de crises; comunicação (interna e externa); informações (dados e registros); orientação especializada; e anexos. |
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| A comunicação de crise contempla o conjunto de ações a serem tomadas pelas empresas, antes, durante e depois do surgimento dela. Michael Kempner, presidente da MWW/Strategic Communication, relaciona cinco passos a serem adotados pelas empresas antes da ocorrência da crise:
Argenti enumera os principais passos a serem adotados pelas empresas durante a crise: assumir o controle da situação; coletar o máximo de informação possível; montar um centro de gerenciamento da crise; comunicar-se com rapidez e frequência; entender a missão da mídia em uma crise; comunicar-se diretamente com o público afetado; lembrar que os negócios devem continuar; e fazer planos para evitar outra crise imediatamente. Por fim,
entre as melhores práticas para a gestão de crise, Silva
Neto, citando Ulmer, Sellnow e Seeger, sugere a necessidade de aprender-se
com ela, revendo os padrões de prevenção e ampliando
o diálogo com os diversos públicos de relacionamento da
empresa. |
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