| Unidade 1 | Módulo 1 | Tela 1 |
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1 - História da Contabilidade
Os agricultores egípcios nas margens do Nilo pagavam aos coletores de tributos, pelo uso de água para irrigação, com cereais e linhaça. Para controlar os pagamentos, eram fornecidos recibos aos agricultores, sob a forma de figuras de recipientes de cereais desenhadas nas paredes de suas casas. |
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Tela 2 |
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Os romanos
chegaram a ter um livro de escrituração de fatos patrimoniais
para cada atividade desenvolvida (livro de fabricação de
azeite, de vinho ou de armas) e/ou um livro das despesas e receitas.
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Tela 3 |
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Do Século
XIII até o início do Século XVII, as cidades italianas
de Veneza, Pisa, Gênova e Florença apresentavam intensa atividade
mercantil e cultural. Contavam, portanto, com os ingredientes necessários
para o florescimento da Contabilidade.
O
frei Luca Pacioli, nascido na Toscana, região da atual Itália,
publicou em Veneza, em 1494, o Tractatus de Computis et Scripturis
dentro da obra Summa de Arithmética, Geometria, Proportioni
et Proporcionalitá. A maior contribuição
do livro de Pacioli foi a divulgação do método de
escrituração contábil denominado de Método
das Partidas Dobradas. |
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Tela 4 |
| A Contabilidade
como ciência veio a florescer no início do Século
XVIII, na Itália, para suprir as necessidades de controle resultante
da grande atividade mercantil gerada pelo capitalismo. E a Escola Italiana,
como ficou conhecida, difundiu-se pelo mundo.
Alemães
e ingleses participaram, juntamente com os italianos, no Século
XIX, da evolução da teoria contábil, que avançou
com relação às necessidades das sociedades. Esse
período evolutivo ficou conhecido como Escola Européia. |
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Tela 5 |
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2 - A
Contabilidade no Brasil
A Escola Italiana foi, durante muitos anos, a força máxima da expressão contábil no Brasil. Com a instalação de empresas multinacionais no País, a Escola Americana passou a ser difundida mais amplamente. Como exemplo de sua influência, pode ser citada a Lei das Sociedades por Ações, que foi inspirada, em sua parte contábil, na doutrina norte-americana. |
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Tela 6 |
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3 - A terminologia contábil Todo ramo do saber humano tem sua linguagem especial. Isso ocorre, também, com a Contabilidade, que possui linguagem própria. Embora alguns termos contábeis coincidam com termos utilizados em nossa linguagem cotidiana, eles nem sempre significam a mesma coisa. Apresentamos, a seguir, dois exemplos:
Os registros contábeis devem fornecer informações confiáveis e no nível de detalhe adequado. Para isso, há necessidade de padronização e normatização do trabalho contábil, inclusive em relação à terminologia, evitando interpretações equivocadas das transações registradas pela empresa. O Conselho Federal de Contabilidade (CFC) estabelece que “os termos utilizados nos registros e nas demonstrações contábeis conseqüentes devem expressar, tanto quanto possível, o verdadeiro significado das transações ocorridas, preservando-se expressões do idioma nacional". Deve-se evitar, portanto, termos americanizados, como cash ou goodwill. A utilização de termos muito genéricos também não é aconselhável por permitir falhas na percepção de detalhes relevantes, indicadores de problemas ou aspectos positivos da situação patrimonial da entidade. O termo "credores", por exemplo, apresenta informações muito agregadas, omitindo a identificação dos tipos de credores, como fornecedores, bancos ou governo. Com isso, a entidade pode estar com elevadas dívidas tributárias e esse fato não ser percebido pelos usuários da informação contábil. |
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Tela 7 |
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| Além
da capacidade informativa, a contabilidade permite, por meio de suas técnicas,
manter um controle permanente do patrimônio da empresa. O controle
contábil se impõe para evitar ou diminuir as possibilidades
de erros e/ou irregularidades. Os erros referem-se às
incorreções involuntárias nas demonstrações
contábeis, incluindo falhas nos cálculos e na execução
dos registros, assim como decorrentes da interpretação equivocada
ou por desconhecimento dos Princípios e Convenções
Contábeis. As Irregularidades referem-se às
distorções voluntárias e intencionais nas demonstrações
contábeis, incluindo simulações deliberadas pela administração
(fraude gerencial) e apropriação de ativos (desfalques). Assim,
quando se verifica um engano na soma de valores, acontece um erro; mas,
quando a gerência cria um Caixa
2, ocorre uma irregularidade.
O controle contábil adota como um de seus principais instrumentos a escrituração, considerada uma das técnicas da Contabilidade e que consiste em registrar, nos livros próprios, os fatos que provocam modificações no patrimônio de uma entidade. Não resta dúvidas de que a informalidade facilita a promoção de irregularidades. |
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Tela 8 |
| 4- Conceito e abrangência da contabilidade A Contabilidade tem sido definida de diferentes maneiras. Cada definição atende a propósitos diversos, conforme seja a intenção de abordar os assuntos contábeis. Sob a ótica da administração, a contabilidade é um importante instrumento que auxilia os administradores a tomar decisões. Na verdade, ela coleta dados econômicos, mensurando-os monetariamente, registrando-os e sumarizando-os em forma de relatórios ou de comunicados, que contribuem sobremaneira para a gestão empresarial. O Professor Hilário Franco apresenta um conceito que permite uma compreensão mais abrangente do processo contábil:
Um ramo do conhecimento humano, para ser considerado ciência, precisa apresentar características que o tirem da simples conotação de arte, técnica ou ferramenta. Alguns autores entendem que podemos afirmar que a Contabilidade é uma ciência porque possui objeto determinado e método de investigação próprio. |
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Tela 9 |
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| Clóvis
Padoveze procura demonstrar que a Contabilidade é uma ciência
porque apresenta as seguintes características: |
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Tela 10 |
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| O Patrimônio é o objeto da contabilidade e pode ser entendido como o conjunto de bens, direitos e obrigações. Os bens podem ser definidos como quaisquer coisas capazes de satisfazer as necessidades humanas e suscetíveis de avaliação econômica, enquanto os direitos são bens que nos pertencem, mas estão sob a posse de terceiros. No sentido contábil, são os créditos a receber de terceiros, como por exemplo: contas a receber por vendas a prazo e dinheiro aplicado em instituições bancárias. As obrigações, por outro lado, são dívidas ou compromissos para com terceiros, tais como: impostos a recolher, duplicatas a pagar, empréstimos bancários e faturas mensais de serviços contratados (energia elétrica, água e telefone). O patrimônio abrange, portanto, tudo aquilo que a entidade tem (bens e direitos) e tudo que a entidade deve (obrigações). Qualquer pessoa é titular de um patrimônio. Qualquer cidadão possui bens, direitos e obrigações; o que varia é o valor do patrimônio das pessoas. Ocorre da mesma forma com as empresas, ou seja, toda empresa tem um patrimônio, variando apenas o tamanho do mesmo, numa escala que pode ir do patrimônio da microempresa até o patrimônio de uma grande multinacional. Observe, ainda, que o patrimônio é dinâmico. As mutações ocorrem sempre que a entidade efetua qualquer tipo de transação: pagamentos, recebimentos, compras, vendas, empréstimos, etc. Visando
o melhor gerenciamento do patrimônio, a contabilidade produz, periodicamente,
um conjunto básico e padronizado de informações úteis
que permite a compreensão de como as operações da
entidade afetam o seu patrimônio. Em outras palavras, as transações
de uma entidade devem ser classificadas de maneira a facilitar a avaliação
do seu impacto no conjunto de bens, direitos e obrigações
da empresa. |
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Tela 11 |
| 5 - Objetivo
da Contabilidade A
função da Contabilidade é prover cada usuário
de informação útil para a tomada de decisões
econômicas. Administradores e outros responsáveis por decisões. Os responsáveis pela condução dos negócios de uma entidade são os usuários mais interessados na informação contábil. O interesse nos dados contábeis destas pessoas atinge um grau de profundidade e análise, bem como de freqüência, muito maior do que para os demais grupos de usuários. Para agir no futuro não é suficiente saber o que ocorreu no passado, mas é necessário saber o que está acontecendo no presente. Por isso, os relatórios destinados aos tomadores de decisão não se limitam ao Balanço Patrimonial e à Demonstração de Resultados, mas um fluxo contínuo de informações sobre os mais variados aspectos da gestão financeira e econômica das empresas. As informações devem atender às necessidades desses usuários apresentando respostas para questões como:
Entre as
vantagens que as informações contábeis oferecem,
a principal é a de auxiliá-los no processo decisório.
Nesse contexto, a contabilidade pode favorecer a redução
das incertezas existentes. Pode também ajudar a verificar se as
decisões tomadas no passado estavam corretas, promovendo o aprendizado
por meio do exame dos erros cometidos. Sócios e acionistas. São interessados principalmente na rentabilidade e segurança de seus investimentos e muitas vezes se mantêm afastados da direção da empresa. Por isso, precisam de informações resumidas que respondam às suas perguntas, tais como: a empresa está proporcionando resultados satisfatórios ou está apresentando prejuízo? Oferece perspectivas de rentabilidade e segurança para seus investimentos? Existe alguma alternativa mais adequada? Qual a taxa de lucratividade proporcionada? Normalmente, os relatórios contábeis básicos e os esclarecimentos prestados pela Administração por ocasião das Assembléias são suficientes para responder a tais perguntas. |
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Tela 12 |
| Fornecedores
e emprestadores de dinheiro. Eles têm como principal objetivo
o retorno dos recursos investidos. Para eles, é importante saber
se a empresa tem condições de pagar o empréstimo contratado
ou a mercadoria entregue. Assim, as informações que necessitam
são ligadas à rentabilidade e garantia de retorno dos recursos
investidos.
Governo.
O financiamento da atividade governamental necessita de recursos que,
em grande parte, vêm da atividade empresarial sob a forma de tributos.
Portanto, o governo quer saber quanto de impostos foi gerado para os cofres
públicos. Dentre outras questões, o governo procura identificar
se não estão ocorrendo fraudes gerenciais e/ou irregularidades
contábeis. Empregados
da empresa. Eles têm interesse por ser a empresa a fonte de
recursos que assegura seus salários e participações
nos lucros. Quando a empresa estiver passando por dificuldades financeiras
é importante saber se há perspectivas de recuperação;
o desconhecimento da realidade financeira e das perspectivas da entidade
pode fazer com que o empregado não se prepare para enfrentar uma
possível falência da empresa. Por outro lado, quando ela
vai bem, é bom o empregado saber se a empresa está cumprindo
os acordos de participação nos lucros. |
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Tela 13 |
| Resumo |
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| Unidade 1 | Módulo 2 | Tela 14 |
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| 1 - O que são Princípios e Convenções e Normas Contábeis? Os Princípios,
Convenções e Normas objetivam o tratamento contábil
uniforme dos atos e fatos administrativos e das demonstrações
deles decorrentes.
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Tela 15 |
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O
Conselho Federal de Contabilidade, emitindo a Resolução
CFC nº 750, de 29 de dezembro de 1993, dispôs no § 1º
do art. 1º que: "A observância dos Princípios Fundamentais
de Contabilidade é obrigatória no exercício da profissão
e constitui condição de legitimidade das Normas Brasileiras
de Contabilidade (NBC)".
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Tela 16 |
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Na
linguagem coloquial, utiliza-se a palavra princípios com o significado
de origem, começo. Na Contabilidade, consideram-se
como Princípios os conceitos e postulados gerais emanados da doutrina
contábil.
Um princípio para se tornar geralmente aceito deve ser reconhecido pelo consenso profissional como útil e praticável. A utilidade é verificada pela relevância da premissa para a prática contábil. A praticabilidade não deve ser confundida com dificuldade. Ela deve ser analisada mais em termos da relação custo-benefício. Se a aplicação do princípio é difícil, mas relevante, não deve ser descartada como impraticável. |
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Tela 17 |
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Segundo o Instituto Brasileiro de Contadores - IBRACON, "as Convenções ou Restrições representam, dentro do direcionamento geral dos Princípios, certos condicionamentos de aplicação, numa ou noutra situação prática. Os Princípios representam a larga estrada a seguir rumo a uma cidade. As Convenções seriam como sinais ou placas indicando, com mais especificidade, o caminho a seguir, os desvios, as estradas, saídas etc."
Devido à ampla margem de liberdade que os Princípios permitem ao contador, nos registros das operações, as Convenções surgem com o objetivo de restringir ou limitar o conteúdo dos Princípios, definindo mais precisamente seu significado. |
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Tela 18 |
| A Resolução CFC nº 751, de 29 de dezembro de 1993, dispõe sobre as Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC). Em seu art. 1º diz que as NBC estabelecem regras de conduta profissional e procedimentos técnicos a serem observados quando da realização de trabalhos contábeis, em consonância com os Princípios de Contabilidade. Princípios Contábeis Os princípios
somente são incorporados à doutrina contábil se forem
considerados praticáveis e objetivos pelos profissionais de contabilidade
e, principalmente, considerados úteis.
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Tela 19 |
Vimos, anteriormente,
que uma entidade é qualquer pessoa (física ou jurídica)
detentora de um patrimônio. Segundo o Princípio da Entidade,
a Contabilidade é realizada para as entidades, como pessoas distintas
dos sócios ou proprietários. Assim sendo, o Princípio
afirma a autonomia patrimonial, no sentido de que o patrimônio de
uma entidade não se confunde com aqueles de seus sócios
ou proprietários.
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Tela 20 |
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Uma
entidade é uma unidade para a qual se coleta, registra, demonstra
e divulga situações patrimoniais. Modernamente, com o crescimento
e com a descentralização ou desconcentração
das empresas, a entidade pode ser um órgão dentro de uma
empresa ou uma empresa dentro de um grupo empresarial, em que houve a
decisão de estabelecer tratamento diferenciado como se fossem unidades
econômicas separadas.
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Tela 21 |
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O Princípio
da Continuidade pressupõe que a Entidade continuará em operação
no futuro e, portanto, a mensuração e apresentação
dos componentes do patrimônio devem levar em conta essa circunstância.
A Continuidade influencia o valor econômico dos ativos e, em muitos
casos, o valor ou o vencimento dos passivos, especialmente quando a extinção
da Entidade tem prazo determinado, previsto ou previsível. Quando uma empresa está em condições de continuar suas atividades, avaliam-se seus ativos a valor de entrada (custo). Os valores de entrada são mais apropriados que os de saída, porque são mais objetivos e não registram ganhos ainda não realizados. Uma empresa em processo de extinção é tratada, contabilmente, de forma diferente. No momento em que se verifica que a entidade não tem condições de continuar existindo, passam a interessar os valores de realização do ativo e de liquidação do passivo. No caso dos ativos, eles são avaliados a valor de saída (valor de mercado), que é a expectativa futura de recebimentos, baseada no seu preço de venda. Entretanto, a suspensão de atividades pode provocar efeitos na utilidade de determinados ativos, com a perda, até mesmo integral, de seu valor. Isto pode ocorrer, por exemplo, com máquinas obsoletas. Alguns ativos intangíveis, como marcas, patentes e fundo de comércio, só têm valor, na maioria dos casos, quando há continuidade na vida operacional da entidade. |
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Tela 22 |
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O
Princípio da Oportunidade refere-se, simultaneamente, à
tempestividade e à integridade do registro do patrimônio
e das suas mutações, determinando que este seja feito de
imediato e com a extensão correta, independentemente das causas
que as originaram. Em outras palavras, as operações ou fatos
que afetam o patrimônio devem ser registrados contabilmente no momento
oportuno de maneira que as informações contábeis
possam constituir-se base segura para as decisões da empresa. |
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Tela 23 |
| As
perdas prováveis podem ser reversíveis ou apresentarem desfecho
diferente do previsto, como em casos de acordo trabalhista, vitória
judicial ou o pagamento do título avalizado. Mas, tal fato não
deve ser levado em conta até que efetivamente ocorra. O que se
deseja evitar é o elemento surpresa. Não deve a entidade,
em seus registros, evidenciar otimismos nem pessimismos exagerados.
Alguns
autores preferem denominar o Princípio da Oportunidade de Princípio
da Universalidade. E, algumas vezes, ele é confundido com o Princípio
da Competência, embora apresentem conteúdos diversos. Na
Oportunidade temos o conhecimento da variação patrimonial
e o seu oportuno reconhecimento, enquanto, na Competência, temos
a determinação de sua natureza. |
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Tela 24 |
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| O
objeto da Contabilidade é o patrimônio como um todo, não
se aceitando a hipótese de que nos registros ou nas demonstrações
contábeis possa ocorrer omissão de qualquer fenômeno
que importe na desfiguração do conjunto, dos componentes
do patrimônio ou do resultado do exercício. O rompimento do compromisso com a integridade leva às deformações da informação contábil, caracterizando a fraude. Portanto, os profissionais da área contábil devem estar atentos ao Princípio da Oportunidade de maneira a prevenir erros e omissões, pelos quais são responsabilizados. |
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Tela 25 |
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A
tempestividade indica que as variações sejam registradas
no momento em que ocorrerem, mesmo na hipótese de alguma incerteza.
Para que a Contabilidade produza uma idéia atualizada do que ocorre,
espelhando tudo, até o momento em que se evidencia, é preciso
que tão logo o fato seja percebido ou dele se tome conhecimento,
mereça o competente registro.
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Tela 26 |
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| • Princípio do Registro Pelo Valor Original (Cost Basis of Valuation) De acordo do este princípio, os componentes do patrimônio devem ser inicialmente registrados pelos valores originais das transações com o mundo exterior, expressos a valor presente na moeda nacional. Em outras palavras, as aquisições de ativos deverão ser contabilizadas pelo seu valor histórico, ou seja, pelo seu valor de compra ou de aquisição dos insumos para fabricá-los. Quando da aquisição, poderão ser acrescidos aos valores originais apenas gastos necessários para colocar o ativo em condições de funcionamento ou de venda. Assim, a compra de mercadorias cujo valor da nota fiscal é de R$ 800,00, mas que para serem colocadas em condições de venda necessita de desembolso pela empresa de R$ 40,00 de frete e R$ 20,00 de seguro, deverá ser registrada no ativo pelo valor de R$ 860,00. |
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Tela 27 |
| As transações em moeda estrangeira devem ser transformadas em moeda nacional no momento do seu registro. Isto decorre da necessidade de homogeneização quantitativa do registro do patrimônio e das suas mutações, a fim de se obter a necessária comparabilidade. O princípio do Registro pelo Valor Original e a harmonização das Normas Brasileiras de Contabilidade Considerando
a necessidade de harmonização das normas contábeis
brasileiras com as normas internacionais, a Resolução nº
1.282/10 estabeleceu que os valores do ativo e do passivo devem ser mensurados
em graus distintos e combinadas, ao longo do tempo, de diferentes formas: |
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Tela 28 |
| Aplicação da atualização monetária: Os efeitos da alteração do poder aquisitivo da moeda nacional devem ser reconhecidos nos registros contábeis mediante o ajustamento da expressão formal dos valores dos componentes patrimoniais. É
necessário considerar os seguintes aspectos em relação
a adoção da atualização monetária: |
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Tela 29 |
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O Princípio da Competência pressupõe a simultaneidade da confrontação de receitas e despesas correlatas com isso, um serviço prestado em um determinado período, por exemplo, deve ter suas respectivas receitas e despesas registradas no mesmo período. A Empresa Saber S.A. encerra seu exercício social em 31 de dezembro de cada ano. A conta de energia elétrica referente a dezembro de 2010 foi recebida e paga em janeiro de 2011. Todavia, a despesa foi atribuída ao exercício de 2010. Tal entendimento decorre do Princípio da Competência, segundo o qual o fato gerador da despesa é o período em que o serviço foi prestado e não a data do pagamento da conta. A Empresa Garantia S.A. presta serviços de vigilância. Os serviços prestado no mês 01 são faturados só no mês 02 e recebidos no início do mês 03. Nesse caso, a receita será atribuída ao mês 01 porque ela deve ser reconhecida no mês em que o serviço foi realizado, e não na data de emissão ou recebimento da fatura. |
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Tela 30 |
O Princípio da Prudência pressupõe o emprego de certo
grau de precaução no exercício dos julgamentos necessários
às estimativas em certas condições de incerteza,
no sentido de que ativos e receitas não sejam superestimados e
que passivos e despesas não sejam subestimados, atribuindo maior
confiabilidade ao processo de mensuração e apresentação
dos componentes patrimoniais. |
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Tela 31 |
| 2- Convenções Contábeis e Divergências Conceituais O Conselho
Federal de Contabilidade é o mentor da corrente que não
faz distinção entre Postulados, Princípios ou Convenções
Contábeis. Por isso, estabeleceu por meio da Resolução
1,282/10, os seis Princípios de Contabilidade já estudados,
sem mencionar os Postulados e Convenções por considerá-los
com a mesma hierarquia.
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Tela 32 |
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3 - Normas Brasileiras de Contabilidade - NBC Segundo Hilário
Franco, as "normas contábeis são convencionais e não
fundamentais para o registro de fatos e elaboração de demonstrações
e informações contábeis, devendo ser interpretadas
como regras complementares, obedientes aos Princípios Fundamentais
e necessárias como padrões de conduta ou guias-de-orientação
para o exercício profissional". "Art.
2º As Normas classificam-se em Profissionais e Técnicas, sendo
enumeradas seqüencialmente.
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Tela 33 |
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As estruturas das Normas Profissionais e Técnicas serão agora apresentadas para que você possa entender a sua classificação e utilizá-las adequadamente. Normas Profissionais - A estrutura é a seguinte: NBC
P1- Normas Profissionais de Auditor Independente Normas Técnicas - A estrutura é a que segue: NBC
T 1- Das Características da Informação Contábil |
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Tela 34 |
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Para exemplificação de como são apresentadas as Normas, vamos reproduzir um item da NBC T1 sobre confiabilidade das informações contábeis:
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Tela 35 |
| Resumo Os Princípios, Convenções e Normas objetivam o tratamento contábil uniforme dos atos e fatos administrativos e das demonstrações deles decorrentes. Os Princípios referem-se às diretrizes mais gerais e as Convenções aos procedimentos que delimitam a aplicação dos Princípios. Enquanto os Princípios e as Convenções fundamentam e justificam a ação, as Normas a dirigem na prática. Neste módulo são estudados os 6 (seis) Princípios Fundamentais estabelecidos pelo Conselho Federal de Contabilidade: da Entidade, da Continuidade, da Oportunidade, do Registro pelo Valor Original, da Competência dos Exercícios e da Prudência. O Princípio da Entidade afirma a autonomia patrimonial, no sentido de que o patrimônio de uma entidade não se confunde com aqueles de seus sócios ou proprietários. O Princípio
da Continuidade parte do pressuposto de que a entidade continuará
existindo por tempo indeterminado. Sendo constatadas evidências
de término da atividade, essas evidências devem ser consideradas
na elaboração das demonstrações contábeis. O Princípio do Registro pelo Valor Original determina que as aquisições de ativos sejam contabilizadas pelo seu valor histórico, ou seja, pelo seu valor de compra ou de aquisição dos insumos para fabricá-los. Estabelece o Princípio da Competência que as receitas e as despesas devem ser atribuídas ao período contábil no qual ocorrem e não quando são recebidos ou pagos. O Princípio da Prudência determina a adoção do e estimativas que não subestimem o passivo e não superestimem o ativo. A prudência diz respeito na avaliação patrimonial que resulte menor patrimônio líquido. Essa posição conservadora procura defender os usuários das demonstrações contábeis quanto ao valor patrimonial da entidade. O Instituto
Brasileiro de Contadores (IBRACON) estabelece Postulados (Entidade e Continuidade),
Princípios (Custo como Base de Valor, Denominador Comum Monetário,
Confronto das Despesas com as Receitas e com o Período Contábil
e Realização da Receita) e Convenções ( Objetividade,
Conservadorismo, Materialidade e Consistência ou Uniformidade),
enquanto o Conselho Federal de Contabilidade não faz distinção
conceitual entre eles, estabelecendo apenas Princípios Fundamentais.
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| Unidade 2 | Módulo 1 | Tela 36 |
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1 - Contas
Segundo Hilário
Franco, "Conta é o registro de débitos
e créditos
da mesma natureza, identificados por um título que distingue um
componente do patrimônio ou uma variação patrimonial".
Contas são, portanto, os grupos de fenômenos identificados
por título específico sob o qual são registrados
débitos e créditos de natureza idêntica. Ou, ainda,
contas são denominações que identificam e controlam
elementos contábeis de natureza semelhante. |
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Tela 37 |
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Qualquer operação realizada pelas entidades tem um reflexo imediato na Contabilidade onde estas operações são registradas, de acordo com sua natureza e seus respectivos valores. O ato de contabilizar essas operações por meio de um sistema universalmente adotado chama-se classificação. Classificar uma conta representa debitar ou creditar esta conta de acordo com a operação realizada e constitui a mais importante tarefa dentro de um setor de contabilidade, pois é dessa classificação que nascem os registros nos diversos livros contábeis que, por sua vez, dão origem aos levantamentos para a elaboração das demonstrações contábeis. As Contas dividem-se em:
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Tela 38 |
| No
Ativo são colocados os elementos representativos dos Bens e Direitos
da entidade, e no Passivo são colocados os elementos representativos
das Obrigações e o Patrimônio Líquido.
O passivo, incluindo as obrigações exigíveis e o patrimônio líquido representa as origens de recursos, ou seja, onde a empresa busca os recursos a serem aplicados nas suas atividades. O Ativo, incluindo os bens e direitos representa as aplicações dos recursos obtidos pela empresa. |
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Tela 39 |
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| As Contas Patrimoniais são também denominadas permanentes, pois sempre existirão enquanto existirem os elementos patrimoniais que representam. Estas contas não têm o seu saldo encerrado no final do exercício financeiro, ou seja, o saldo é verificado por ocasião da elaboração das demonstrações contábeis e a conta continua sendo movimentada normalmente após o Balanço. As Contas de Resultado registram as variações patrimoniais e englobam as RECEITAS e as DESPESAS, utilizadas para determinar o resultado do exercício. Veja no quadro como as Receitas e Despesas afetam o Patrimônio Líquido:
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Tela 40 |
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Não se deve confundir despesa com pagamento. Uma despesa pode ser incorrida sem que tenha sido paga (como é o caso dos salários, já que os serviços são prestados em um mês e pagos em outro); e pode ter sido paga sem que tenha sido incorrida (caso das Despesas Antecipadas, que podem ser exemplificadas pelos prêmios de seguros pagos antes do início do período de cobertura contra sinistros). Veja exemplos de Contas de Resultado:
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Tela 41 |
| Contas de Resultado são também denominadas Contas Transitórias, pois só servem até o momento da apuração do resultado (lucro ou prejuízo). Assim, elas têm tempo de vida definido.
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Tela 42 |
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As contas patrimoniais refletem a posição estática do patrimônio, ou seja, a situação patrimonial em determinado momento. As contas de resultado demonstram a dinâmica patrimonial, isto é, as variações aumentativas e diminutivas do patrimônio, que geram resultado positivo ou negativo, aumentando ou diminuindo a substância líquida patrimonial. |
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Tela 43 |
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Débito e Crédito Todas as operações ocasionam aumentos e diminuições no ativo, passivo e/ou no patrimônio líquido. Esses aumentos e diminuições são efetuados por meio dos débitos e créditos lançados nas contas. Debitar uma conta é registrar um valor na coluna do débito. Creditar uma conta é registrar um valor na coluna do crédito. O quadro abaixo contribui para a compreensão dos registros:
As contas do Ativo possuem saldo devedor, portanto, sendo debitadas terão os seus saldos aumentados. Quando essas contas são creditadas os seus saldos diminuem. As contas do Passivo e do Patrimônio Líquido possuem saldo credor. Por isso, um lançamento a débito dessas contas provoca uma redução no saldo, enquanto um crédito aumenta o saldo.
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Tela 44 |
| As
contas de despesas também apresentam natureza devedora –
assim como as contas do Ativo. Por isso, o comportamento é análogo,
ou seja, um débito aumenta uma conta de despesa e um crédito
reduz o seu saldo.
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Tela 45 |
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As contas do ativo são sempre devedoras porque compreendem os bens e os direitos do patrimônio e as contas representam os consignatários desses valores patrimoniais. Assim, se o bem pertence à entidade, aquele que está mantendo a sua posse tem um débito com ela do valor correspondente a esse bem. Se a conta indica um direito da entidade, ela também será devedora porque os direitos representam os créditos obtidos pelo empreendimento, ou seja, essas contas referem-se aos terceiros que estão devendo à entidade.
Entender porque as contas do ativo tem natureza devedora e as contas do passivo tem natureza credora é fundamental para a compreensão dos assuntos que se seguem. O entendimento é bastante simples: A sistematização dos lançamentos contábeis teve origem na antiga Roma, onde a palavra débito deriva de Debitum, Debitare e Debitarium que designavam os direitos: devidos à mim, ou devido para mim (entendendo por “mim” a própria empresa ou entidade), configuravam todas e quaisquer aplicações de recursos, que por sua vez representavam a própria atividade da empresa ou entidade, daí a denominação: Ativo. Enquanto
Creditum, Creditare, Creditarium, designavam
as obrigações para com outrém, devidos por
mim (idem), configuravam todas as obrigações exigíveis
e não exigíveis, configuradas na condição
de origens de recursos que se materializam no ativo das entidades e apenas
representam os valores, daí a denominação: Passivo.
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Tela 46 |
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Despesas são contas de resultado e, como tal, têm a propriedade de alterar o Patrimônio Líquido da entidade. Todas elas reduzem os valores patrimoniais, porque são as responsáveis pelos registros das perdas eventuais, saídas monetárias para consumo, prejuízos nas vendas, diminuição nos lucros, deterioração de bens etc. Por que as despesas são sempre contas devedoras? Já foi visto que o ativo corresponde à aplicação de recursos e que estes são sempre registrados em contas devedoras. As despesas também são uma forma de aplicação de recursos, com a diferença de que elas não oferecem retorno físico (bens) ou virtual (direitos), representando uma forma de consumo desses recursos econômico-financeiros. |
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Tela 47 |
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As contas do passivo são credoras porque representam as obrigações do patrimônio, ou seja, referem-se a terceiros que são credores da entidade.
Receitas são contas de resultado que afetam positivamente o Patrimônio Líquido da entidade, pois são elas as responsáveis pelos registros do aumento da origem de recursos patrimoniais resultantes de quaisquer ganhos e, portanto, credoras. Por que as receitas são sempre contas credoras? Se o passivo caracteriza-se como sendo a origem dos recursos do patrimônio e se as receitas são uma fonte canalizadora de mais recursos para o empreendimento, elas serão sempre credoras por analogia com o passivo. |
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Tela 48 |
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2 - Esquema dos Registros O esquema, apresentado a seguir, auxilia você a entender os registros a débito ou a crédito:
Embora seu efeito não seja direto, pois os débitos e créditos transitam pelas contas de despesas e receitas, a variação que eles causam no Patrimônio Líquido é a seguinte:
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Um exemplo: Quando uma Imobiliária compra um imóvel à vista, por R$ 50.000,00, como será representada a operação nas contas patrimoniais?
Vamos relembrar:
Assim, em relação à operação indicada, teremos um débito na conta Imóveis e um crédito na conta Caixa. |
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Os principais elementos de uma conta são:
3 - Representação Gráfica da Conta A estrutura das contas no Livro Razão, que é um livro muito importante do ponto de vista da Contabilidade, usualmente pode ser representada por um quadro com 6 (seis) colunas.
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Veja um exemplo de preenchimento do Livro Razão utilizando-se as transações efetuadas pela Empresa Comércio de Eletrodomésticos S.A., no mês de julho do ano x1, que foram as seguintes:
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4 - Conta T A Conta "T", razonete ou razonete em T é a simplificação da representação gráfica do Livro Razão. A Conta T apresenta a seguinte representação gráfica:
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Os elementos que compõe o Ativo figuram no lado esquerdo do balanço. Guardando coerência, as contas do ativo devem apresentar saldos devedores (lado esquerdo). E assim sendo, as contas de ativo têm o saldo aumentado quando são debitadas, representando aumento dos bens e direitos. Com as contas do Passivo e do Patrimônio Líquido ocorre o inverso do que acontece com as do ativo. Estas diminuem quando são debitadas e aumentam quando são creditadas. |
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A Conta T,
por utilizar um gráfico simplificado, é muito usada para
a resolução de problemas, estudos e explicações.
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5 - Função das Contas As contas têm por FUNÇÃO registrar as operações que ocorrem com o Patrimônio e representar a variação patrimonial que um fato promoveu. Essa variação pode ser a débito ou a crédito da conta. Por exemplo: |
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O Funcionamento de uma Conta refere-se à forma pela qual esta é movimentada. Relaciona-se com os registros a débito ou a crédito das Contas. Quanto ao funcionamento, as Contas podem ser:
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6 - Contas Sintéticas e Analíticas
Ex.: Banco Conta Movimento. A empresa cria diversas contas para controlar os valores referentes aos seus bens, direitos e obrigações. A conta Bancos, por exemplo, é criada para controlar os valores depositados em banco. Entretanto, se a empresa possui conta em mais de um banco, deverá fazer o controle de cada canta separadamente. Assim, cada conta contábil, correspondente a uma conta bancária, será uma conta analítica (Banco Alfa, Banco Beta, etc.). O saldo total de todas as contas bancárias será controlado em uma conta “Bancos” – que é uma conta sintética. Em outras palavras, as contas analíticas são aquelas que indicam uma subclassificação das contas sintéticas. Elas individualizam os registros. Ex.: Banco de Tókio, Banco do Brasil, Citibank, etc. Os gráficos a seguir exemplificam as contas sintéticas e analíticas:
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Resumo Conta
é o registro de débitos e créditos da mesma natureza,
identificados por um título que distingue um componente do patrimônio
ou uma variação patrimonial. As contas dividem-se em patrimoniais ou integrais e de resultado ou diferenciais. As Contas Patrimoniais representam o ativo (bens e direitos), o passivo (obrigações) e o patrimônio líquido.
As Contas de Resultado registram as variações patrimoniais e englobam as receitas e as despesas, servindo também para determinar o resultado do exercício.
As Contas Patrimoniais refletem a posição estática do patrimônio, ou seja, a situação patrimonial em determinado momento. E as contas de resultado demonstram a dinâmica patrimonial, isto é, as variações aumentativas e diminutivas do patrimônio. Todas as
operações ocasionam aumentos e diminuições
no ativo, passivo e/ou patrimônio líquido. Esses aumentos
e diminuições são efetuados pelos débitos
e créditos lançados nas contas. Débito significa
aplicação de recursos e Crédito identifica a origem
dos recursos aplicados. As contas têm por função registrar as operações que ocorrem com o patrimônio e representar a variação patrimonial que um fato promoveu no patrimônio da entidade. Essa variação pode ser a débito ou a crédito da conta. Quanto ao funcionamento, as contas podem ser: bilaterais e unilaterais. Bilateral é aquela que recebe registros tanto a débito quanto a crédito. Unilateral é aquela que só recebe registros a débito ou a crédito. Contas sintéticas são aquelas que representam um grupo de contas de mesma natureza, enquanto contas analíticas indicam uma subclassificação das contas sintéticas. |
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| Unidade 2 | Módulo 2 | Tela 60 |
| 1 - Importância
do Plano de Contas
No mundo moderno, caracterizado pela organização e racionalização de todas as atividades, não se concebe qualquer empreendimento sem plano prévio de ação.
O administrador financeiro prevê custos e receitas em seus orçamentos, que antecedem a ação. As indústrias projetam e testam seus produtos, antes de iniciar sua fabricação. Os departamentos de marketing e vendas fazem pesquisas de mercado, antecedendo o lançamento de um produto à venda. E o arquiteto elabora a planta da obra, antes de iniciar uma construção. |
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Na direção de uma entidade há necessidade de se estabelecerem normas de conduta e de se criarem métodos eficazes que possibilitem informações amplas e exatas, que emanem dos registros contábeis. Toda entidade deve fazer um estudo preliminar para definir quais contas utilizará para o registro de suas operações. Nesse planejamento, devem ser consideradas as peculiaridades, especialmente a política e as necessidades da direção no que se refere à freqüência de informações que o sistema contábil deve fornecer para auxílio na gestão da entidade. O resultado desse planejamento é uma relação de contas elaborada pelo contabilista e que servirá como um guia nas tarefas contábeis, denominada Plano de Contas.
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O objetivo da Contabilidade é produzir informações contábeis adequadas e transmiti-las de forma simples, clara e objetiva. Essas informações são disponibilizadas por meio de demonstrações contábeis bem elaboradas. As contas constantes do Plano de Contas da entidade são a base para a elaboração dessas demonstrações. Assim sendo, para Clóvis Padoveze, "Plano de Contas é o conjunto de contas criado, pelo contador, para atender às necessidades de registro dos fatos administrativos, de forma a possibilitar a construção dos principais relatórios contábeis e atender a todos os usuários da informação contábil". |
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O contabilista precisa criar as contas que irá usar, antes de iniciar o registro dos fatos. Por isso, uma das atividades iniciais para a elaboração da Contabilidade é a planificação das contas necessárias à revelação de todos os componentes patrimoniais, bem como suas variações.
O Plano de Contas destina-se a orientar o registro das operações, oferecendo a vantagem de uniformização das contas utilizadas em cada registro. Ele consiste de um elenco de todas as contas que se prevê sejam necessárias aos registros contábeis de uma entidade. Compreende-se, todavia, que ele não pode ser rígido e inflexível, devendo permitir alterações que se mostrem necessárias por ocasião de sua utilização. |
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A rápida evolução da economia moderna tem produzido modificações e aperfeiçoamentos na atividade empresarial. Isso exige a criação de novas contas, o cancelamento de algumas e o desdobramento de outras, de maneira que os registros contábeis acompanhem a evolução dos fatos e permitam a constante atualização dos elementos de informação. Os planos variam para cada tipo de organização e de acordo com as circunstâncias. Além do tipo de atividade da entidade em organização, será necessário levar em consideração as suas peculiaridades. Assim, um Plano de Contas aplicável à indústria siderúrgica é diferente do aplicado em empresas petrolíferas ou em indústrias alimentícias ou em confecções de roupas. Os aspectos estruturais (pequeno, médio ou grande porte) e de localização geográfica (descentralização territorial da entidade) influem na concepção do Plano de Contas. Assim sendo, a mesma conta poderá ser classificada de maneiras diferentes, segundo a natureza da entidade, pois o mesmo bem patrimonial pode constituir ativo realizável em uma entidade e ativo imobilizado em outra. Embora se
possa sugerir um Plano de Contas, ele será apenas exemplificativo,
uma vez que deverá ser feito um Plano para cada caso específico,
que difira dos outros em seus pormenores. |
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2 - Elaboração do Plano de Contas Para que seja adequado, o Plano deve adaptar-se a situação que se tenha em vista. Há, entretanto, certos princípios gerais que são comuns a todas as classificações, tais como:
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A boa organização do Plano de Contas facilita bastante a utilização das contas.
Na classificação geral, cada conta é identificada por um código que a distingue das demais. A codificação poderá ser numérica ou alfabética, ou ainda utilizar a combinação de letras e números. Qualquer que seja o sistema de codificação adotado, deve ser de tal forma que a inclusão de contas novas não afete a numeração das demais. Quando numérica,
a codificação pode obedecer a critério decimal ou
centesimal, para indicar os grupos de contas e suas subdivisões.
A classificação decimal permite a inclusão de contas
até um número de 10 para cada grupo específico e
a centesimal, até 100 contas em cada subgrupo. As contas podem, ainda, ser classificadas por vários departamentos ou seções da entidade, considerando-se separadamente os resultados de cada uma. |
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As contas que representam os elementos patrimoniais em seu maior grau de detalhamento são denominadas contas analíticas. E são intituladas contas sintéticas aquelas cujo saldo é conseguido pelo somatório do saldo de duas ou mais contas analíticas, ou de duas ou mais contas sintéticas. A conta analítica
se configura quando a obtenção de seu saldo é conseguida
por meio de lançamentos, ou seja, pelo registro de cada fato administrativo.
Por outro lado, as contas sintéticas não recebem lançamentos.
Exemplo :
As
contas Ativo, Ativo Circulante, Ativo não Circulante,
Disponível e Direitos Realizáveis a Curto Prazo
são exemplos de contas que sintetizam informações
de outras contas, cada uma no seu devido grau de resumo. |
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3 - Modelo de Plano de Contas As contas são distinguidas por um número de quatro ou mais algarismos, que representam:
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| O Plano prevê quatro grandes grupos de contas, utilizando critério decimal. Assim, toda vez que encontramos uma conta cujo número se inicie pelos números: 1 contas do grupo ATIVO 2 contas do grupo PASSIVO 3 contas do grupo RECEITA 4 contas do grupo DESPESA As divisões
dos grupos de contas serão indicadas pelo segundo número.. Veja os códigos das contas indicadas no plano de contas a partir da página 13. |
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| Assim sendo, ao encontrar-se, por exemplo, o código 1.1.2.1.42, sabe-se que se trata da seguinte descrição de conta:
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A seguir, encontra-se um exemplo de Plano de Contas que procura acompanhar, em suas linhas gerais, a classificação de contas prevista pela Lei nº 6.404/76, que regulamenta as sociedades por ações. O Plano tomado como exemplo mostra um número de contas adequado a empresas de tamanho médio. O responsável pela Contabilidade poderá adaptá-lo aos casos concretos que tiver em vista, eliminando as contas desnecessárias e criando as que forem indispensáveis à entidade cujos fatos pretende registrar. Será apresentado um Plano de Contas para empresas comerciais, cujo objetivo é a revenda de mercadorias. Poderá, entretanto, ser adaptado para empresas industriais, com a inclusão de contas patrimoniais representativas de bens indispensáveis a essa atividade, tais como Máquinas e Ferramentas, assim, como a criação de contas estoque e de resultado que caracterizem o custo industrial. |
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Exemplo de "Plano de Contas" para uma empresa comercial de porte médio: Contas Patrimoniais
Procure observar que:
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4 - Contas de Resultado
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5 - Abertura e Movimentação das Contas As contas são abertas à medida que se tem necessidade de registrar fatos com elas relacionados, e são movimentadas toda vez que ocorrem outros fatos da mesma natureza. Para tanto, utiliza-se o detalhamento de contas previsto no Plano de Contas. Ao se constituir uma empresa, é aberta a conta Capital, para registrar o valor do capital inicial. Essa conta somente será movimentada quando houver aumento ou redução desse capital.
Ao registrar-se o capital, o que se faz mediante crédito da conta Capital Integralizado, abre-se também a conta do ATIVO, representativa do bem ou direito entregue para formação do capital. |
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Se a constituição do Capital for em dinheiro, tem-se:
Para exercer suas atividades, a empresa terá necessidade de adquirir bens. Na compra de móveis e máquinas a prazo, abrirá as contas específicas, que serão debitadas, e registrará a obrigação na conta fornecedores. Se adquirir mercadorias com pagamento em dinheiro, abrirá a conta específica e creditará a conta Caixa, cujo saldo será reduzido. |
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Tendo em vista o relatado, serão abertas e movimentadas as seguintes contas:
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O Plano de Contas é, hoje, uma peça imprescindível e a sua ausência nos trabalhos de escrituração contábil denota conduta deficiente por parte do contabilista na execução de seu trabalho. A inexistência de um Plano de Contas dá margem a improvisações que podem produzir sérios inconvenientes, uma vez que os registros também passam a ser improvisados, dificultando a padronização dos lançamentos e afetando a comparabilidade e a confiabilidade das informações. Ademais, a ausência de um Plano de Contas facilita a alteração freqüente de critérios, colaborando para a plena desorganização contábil. |
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Para que o capital tenha o rendimento esperado é necessário que ele seja aplicado com critério. Daí a importância das informações contábeis para acompanhamento da situação patrimonial e, consequentemente, empresarial. Uma classificação
de contas adequada pode contribuir bastante para que a Contabilidade possa
atingir seu fim principal, que é o de fornecer informações
e orientação sobre a situação patrimonial
da entidade e suas variações. Eis porque é importante
a classificação das contas em grupos que permitam a comparação
entre si, pondo em evidência a proporcionalidade entre bens, direitos
e obrigações. |
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Resumo No mundo moderno não se concebe qualquer empreendimento sem plano prévio de ação. Por isso, o contador tem de planejar a estruturação de suas contas, antes de usá-las, criando um conjunto de contas denominado Plano de Contas. Ele destina-se a orientar o registro das operações, oferecendo a vantagem de uniformizar as contas utilizadas em cada registro. A rápida evolução da economia tem produzido modificações e aperfeiçoamentos na atividade empresarial. Isso exige a criação de novas contas, o cancelamento de algumas e o desdobramento de outras, de maneira que os registros contábeis acompanhem a evolução dos fatos e permitam a constante atualização dos elementos de informação. Embora se possa sugerir um Plano de Contas, ele será apenas exemplificativo, uma vez que deverá ser feito um Plano para cada caso específico, já que além do tipo de atividade da entidade em organização, será necessário levar em consideração as suas peculiaridades. Há certos princípios gerais que são comuns a todas as classificações e devem ser observados na elaboração do Plano de Contas. Na classificação geral, cada conta é identificada por um código que a distingue das demais. Essa codificação poderá ser numérica ou alfabética, ou ainda utilizar a combinação de letras e números. São denominadas contas analíticas aquelas que representam os elementos patrimoniais em seu maior grau de detalhamento. E são intituladas contas sintéticas aquelas cujo saldo é conseguido pelo somatório do saldo de duas ou mais contas analíticas, ou de duas ou mais contas sintéticas. |
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