Unidade 2 Módulo 3
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Manual de Contas

1 - Composição do Manual de Contas

O Plano de Contas deve ser acompanhado de Manual descritivo da função de cada conta. Segundo Aluísio Greco e Lauro Arend, "Manual de Contas é o conjunto de informações que detalham as funções e o uso de cada uma das contas do Plano de Contas". Nele, para cada conta, é informado o que nela deve estar contido.

As Contas Patrimoniais ou Integrais representam o ativo, o passivo e o patrimônio líquido.



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2 - Ativo

O Ativo compreende os elementos patrimoniais positivos, ou seja, os bens e direitos.

A T I V O = Bens + Direitos

Os elementos do ativo devem ser dispostos em ordem decrescente de grau de liquidez ou realização. Assim, os ativos que podem se transformar mais rapidamente em dinheiro devem ser apresentados em primeiro lugar. Essa a razão porque o ativo circulante aparece antes do ativo não circulante.



Significa a transformação do ativo em moeda corrente.



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Ativo Circulante

É preciso lembrar que o Ativo possui dois grupos de contas: Ativo Circulante, e Ativo não Circulante. O Ativo Circulante geralmente é dividido em vários grupos menores, conforme a importância das contas em relação ao total do Ativo. Considerando o Plano de Contas apresentado, temos: Disponibilidades, Clientes, Outros Créditos, Estoques e Despesas Antecipadas.

O Ativo Circulante diz respeito aos valores numerários que a empresa possui e aos créditos a receber até o final do exercício seguinte. O Realizável a Longo Prazo compreende os créditos da mesma natureza, mas conversíveis em dinheiro em um prazo maior.

Utilizando como exemplo um Balanço encerrado em 31.12.09, teremos:

• Todas as Duplicatas a Receber com vencimento até 31.12.10 serão consideradas de curto prazo e classificadas no Ativo Circulante.
• As Duplicatas a Receber com vencimento a partir de 01.01.2011 serão classificadas no Ativo Realizável a Longo Prazo(subdivisão do Ativo não Circulante).

Vejamos então a composição do Ativo Circulante:

Disponibilidades: agrupa os valores numerários disponíveis em caixa e em estabelecimentos bancários com direito a imediata utilização, assim como as aplicações de curtíssimo prazo e liquidez absoluta.

Clientes: agrupa a conta Duplicatas a Receber e as respectivas contas retificadoras.

  • Duplicatas a Receber: são valores relativos a vendas a prazo, cujos recebimentos se darão até o término do exercício seguinte.
  • Duplicatas Descontadas: referem-se aos valores recebidos antecipadamente relativos às duplicatas vicendas. As duplicatas são descontadas em um Banco mediante transferência da propriedade dos respectivos títulos para a instituição financeira que o descontou. Trata-se de uma conta retificadora, pois, tendo sido recebidas antecipadamente, estas duplicatas não representam crédito a receber. Elas permanecem na conta Duplicatas a Receber porque a empresa tem responsabilidades sobre elas. Se os clientes não pagá-las, a empresa deverá efetuar o pagamento ao Banco.
  • Provisão para Devedores Duvidosos: é constituída para reduzir o saldo da conta Duplicatas a Receber porque as empresas geralmente têm prejuízos com seus clientes. Para determinar o seu valor, a empresa toma como referência o histórico das perdas e as informações relevantes sobre os seus clientes.


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Outros Créditos: agrupa várias contas referentes aos direitos da empresa não classificáveis como Disponibilidades ou Clientes. Existe uma grande diversidade de contas que podem ser classificadas neste grupo como: Empréstimos a Receber de Terceiros, Juros a Receber, Cheques em Cobrança, Dividendos a Receber, Bancos – Contas Vinculadas, Adiantamento a Terceiros, Adiantamentos a Funcionários, Impostos a Recuperar, entre outras.


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Estoques: referem-se às mercadorias adquiridas para revenda e demais itens comprados para o almoxarifado. No caso da indústria, são os produtos acabados, bem como a matéria-prima e outros materiais secundários que compõem o produto em fabricação.

Quando há expectativa de uma provável perda de materiais estocados, por se tornarem obsoletos ou em deterioração, a empresa deverá constituir uma Provisão para Perdas com Estoques. Inclusive, sempre que houver essa expectativa de perda em relação a qualquer ativo, a empresa deverá registrar uma provisão.



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Despesas Antecipadas: são despesas relativas a um período que ainda não transcorreu, mas cujo pagamento foi realizado integralmente à época da contratação, como no caso das assinaturas de publicações, prêmios de seguros ou encargos financeiros pagos antecipadamente. Os valores pagos quando da contratação são lançados nesta conta e apropriados mensalmente.


Apropriar: lançar a débito de uma conta de Custo ou Despesa.



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Ativo não Circulante

O Ativo não Circulante compreende o Realizável a longo prazo, Investimentos, Imobilizado e Intangível. Podemos ainda encontrar saldos remanescentes do Diferido (grupo eliminado em alteração da lei nº 6.404/76, ocorrida em 2009).

Realizável a Longo Prazo


Conforme já estudado, o Ativo Realizável a Longo Prazo compreende os créditos da mesma natureza daqueles registrados nas contas do Ativo Circulante. A característica dos valores classificados nesse grupo é o maior prazo de conversibilidade dinheiro. Em outras palavras, os ativos realizáveis após 365 dias, a contar da data do Balanço, são classificados como Ativo Realizável a Longo Prazo.

Esquematizando-se a diferença entre o Ativo Circulante e o Ativo Realizável a Longo Prazo teremos:

Data do Balanço: 31.12.09

- CIRCULANTE: conversíveis em dinheiro até 31.12.10.
- REALIZÁVEL A LONGO PRAZO: conversíveis em dinheiro após 31.12.10.

No grupo Realizável a Longo Prazo são classificados os empréstimos ou adiantamentos concedidos às sociedades coligadas ou controladas, a diretores e acionistas, além das aplicações financeiras de longo prazo e dos demais créditos a receber de clientes ou terceiros, cujo prazo de realização seja superior a 365 dias (a contar da data do Balanço).



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Investimentos: são classificadas neste grupo as participações permanentes em outras empresas e outras aplicações de característica permanente que não se destinem à manutenção da atividade operacional, tais como: imóveis alugados a terceiros (não de uso, mas para renda), obras de arte, etc.

Quando identificada uma provável perda de valor ou parte do valor investido, deve ser constituída uma Provisão para Perdas de Investimento.



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Imobilizado: inclui bens destinados à manutenção das atividades operacionais da empresa, tais como: imóvel (onde está sediada a empresa), instalações, móveis e utensílios, máquinas e equipamentos (no caso de indústria), marcas e patentes, etc.

  • Um aspecto relevante a ser destacado em relação às contas do Ativo Imobilizado diz respeito à Depreciação. Trata-se de reconhecer a perda de valor dos bens pelo uso, desgaste ou obsolescência. Desse modo, a depreciação é uma forma de se diminuir o valor dos bens imobilizados, consistindo em uma conta redutora deste grupo. Se um determinado bem tem a vida útil de 10 anos, será depreciado ao longo deste prazo, ou seja, será lançado como custo ou despesa, um décimo de seu valor em cada ano. Vejamos um exemplo:



Exemplo de Depreciação
: Um equipamento contabilizado no Imobilizado por R$ 24.000,00, cujo prazo de vida útil é de 10 anos, terá a seguinte depreciação:

- Depreciação anual: Valor / nº de anos = 24.000,00 / 10 = 2.400,00
- Depreciação mensal: Valor / nº de meses = 24.000,00 / 120 = 200,00
A contabilização é feita da seguinte maneira:
- Débito: Despesa ou custo de Depreciação (conta de resultado)
- Crédito: Depreciação Acumulada (conta retificadora do ativo Imobilizado)



Tela 10
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Intangível: classificam-se os direitos que tenham por objeto bens incorpóreos destinados à manutenção da companhia ou exercidos com essa finalidade, tais como Marcas e Patentes, Softwares fundo de comércio adquirido. Este grupo de contas foi criado pela Lei nº 11.638 de 28 de dezembro de 2007, que alterou a Lei das Sociedades Anônimas (Lei nº 6.404/76).

Diferido: este grupo foi excluído pelas alterações, já mencionadas, da Lei das Sociedades Anônimas. Referia-se a gastos pré-operacionais e despesas cujo benefício para a empresa deveria ser reconhecido em mais de um exercício social. Esses gastos devem ser classificados no novo grupo (Intangível) ou, quando não aplicável, contabilizados como despesas do exercício. As empresas podem manter valores atualmente existentes do Diferido até que sejam totalmente amortizados.



Tela 11
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3 - Passivo

O Passivo compreende duas grandes divisões: Passivo Exigível e Patrimônio Líquido. O Passivo Exigível consiste nas obrigações da empresa, enquanto o Patrimônio Líquido consiste na riqueza efetiva ou Capital Próprio da entidade.

Vejamos inicialmente o Passivo Exigível, que é dividido em Passivo Circulante e Passivo não circulante.

Passivo Circulante

As obrigações que têm vencimento e serão pagas até o final do exercício subsequente, a contar da data do Balanço, são classificadas no Passivo Circulante. O raciocínio é análogo ao Ativo Circulante e Ativo Realizável a Longo Prazo, ou seja, as obrigações com vencimento após o final do exercício subseqüente são classificadas no Passivo não circulante.

Utilizando como exemplo um Balanço encerrado em 31.12.09, teremos:

• Todas as Duplicatas a Pagar com vencimento até 31.12.10 serão consideradas de curto prazo e classificadas no Passivo Circulante.
• As Duplicatas a Pagar com vencimento a partir de 01.01.11 serão classificadas no Passivo não circulante.

Veremos a seguir, as contam que compõem o Passivo Circulante.



Tela 12
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A conta Fornecedores registra as compras a prazo de mercadorias, matérias-primas e outros materiais ou serviços.

O item Empréstimos a Pagar representa as obrigações da empresa com as instituições financeiras.

Títulos a Pagar são as obrigações contraídas pela empresa a título de empréstimos ou financiamentos, por meio de pessoas físicas ou jurídicas, que não sejam instituições financeiras.

Salários a Pagar e Encargos Sociais a Recolher englobam os salários e encargos sociais quando incorridos em um mês e pagos em outro e que, portanto, devem ser provisionados.

Provisões Diversas representam obrigações da empresa para com terceiros, cujos valores devem ser estimados, como Provisão para Férias e Encargos. Devem também fazer parte desse grupo, as provisões para riscos fiscais, trabalhistas e outros, que possam implicar em desfecho desfavorável para a entidade.



Tela 13
Manual de Contas
Passivo não circulante

São obrigações exigíveis e serão liquidadas com prazo superior a um ano, a contar da data do Balanço.

Podem fazer parte desse grupo: Empréstimos e Financiamentos (Longo Prazo), Provisão para Imposto de Renda Diferido, Provisões Diversas (Longo Prazo).

A conta Financiamentos a Pagar representa as Parcelas dos empréstimos e financiamentos que vencem em um prazo superior a um ano da data do Balanço, contraídos junto a instituições financeiras. Essas parcelas são transferidas para o Passivo Circulante na medida em se aproxima o prazo de pagamento.

A conta Títulos a Pagar representa os recursos obtidos junto a pessoas físicas e/ou jurídicas, que não são instituições financeiras. Nesta conta são incluídas as debêntures com vencimento que ultrapassem 365 dias da data do Balanço.


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Patrimônio Líquido

O Patrimônio Líquido, também chamado de Capital Próprio, refere-se aos recursos dos sócios aplicados na empresa como Capital Social, adicionados ao resultado das operações. Compreende, portanto, o Capital Social, as Reservas e os Ajustes de Avaliação Patrimonial, as Ações em Tesouraria e o Prejuízo Acumulado.

Na distribuição dos lucros das empresas, destina-se uma parte para constituição de Reservas, com o fim de reforçar o capital, evitando que este venha a ser afetado por eventuais resultados negativos de exercícios futuros. As Reservas são destaques do Patrimônio Líquido, basicamente com fins fiscais e comerciais.

A Reserva não se confunde com Provisão porque esta não se destina a reforçar o capital da empresa, mas sim a registrar reduções do ativo ou aumento do passivo.



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Capital Social é o item que discrimina o montante subscrito, o Capital Integralizado e, por dedução, a parcela ainda não realizada do Capital Social da empresa. Compreende o valor dos recursos investidos pelos proprietários na empresa, e será modificado somente quando houver alteração do contrato social, decisão de assembléias e outras, dependendo do tipo de sociedade.


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Reservas: São parcelas que aumentam o Capital Próprio da empresa e podem ter diversas origens: valores recebidos dos sócios ou de terceiros (que não integram o Capital Social), valores decorrentes de acréscimos realizados no ativo permanente em função de reavaliação e lucros não distribuídos. Vejamos as principais contas de reservas:

  • Reserva de Capital: corresponde a valores recebidos dos sócios ou terceiros que não representam aumento de capital e que não transitaram pelo Resultado do Exercício como Receita. De acordo com o art. 182 da Lei nº 6.404/76 as Reservas de Capital poderão receber os seguintes valores:


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  • a contribuição do subscritor de ações que ultrapassar o valor nominal e a parte do preço de emissão das ações sem valor nominal que ultrapassar a importância destinada à formação do capital social, inclusive nos casos de conversão em ações de debêntures ou partes beneficiárias;
  • o produto da alienação de partes beneficiárias e bônus de subscrição;

    o resultado da correção monetária do capital realizado enquanto não estiver capitalizado.

Ajustes de Avaliação Patrimonial: serão classificadas nesta conta as contrapartidas de aumentos ou diminuições de valor atribuído a elementos do ativo e do passivo, em decorrência da sua avaliação a preço de mercado. Esses valores serão oportunamente transferidos para o resultado do exercício obedecendo ao princípio da competência.

Reservas de Lucros: significam lucros não distribuídos. São reservas constituídas pela apropriação de lucros da empresa, tais como: Reserva Legal, Reserva Estatutária e Reserva para Contingências. Apurado o lucro do exercício, os sócios ou acionistas devem deliberar sua destinação. Após as destinações compulsórias, poderá constituir Reservas ou ser distribuído aos sócios ou acionistas.



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Manual de Contas
A legislação fiscal determina que pelo menos 5% do Lucro Líquido do Exercício após o Imposto de Renda deva ser retido na empresa, até que a Reserva atinja 20% do Capital Social, para fazer face à sua continuidade, ou seja, para não descapitalizá-la, via Reserva Legal.

A Reserva Estatutária é prevista nos estatutos das empresas, conforme estabelecido no art. 194 da Lei nº 6.404/76.

A Reserva para Contingências está prevista no art. 195 da citada Lei e tem a finalidade de compensar a diminuição do lucro decorrente de perda julgada provável.

Prejuízos Acumulados: são os resultados negativos (prejuízos) acumulados decorrentes das atividades da empresa em períodos anteriores. Vale lembrar que a Lei nº 11.638 de 28/12/07 estabeleceu que os lucros obtidos serão classificados em Reserva de Lucros, como vimos no modelo de Plano de Contas. Assim, apenas os resultados negativos são transferidos para esta conta, quando não puderem ser compensados pelas reservas de lucros.



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Módulo 03 - Manual de Contas

4 - Receitas

Segundo a Equipe da FEA/USP, entende-se por "receita a entrada de elementos para o ativo, sob a forma de dinheiro ou direitos a receber, correspondentes, normalmente, à venda de mercadorias, de produtos ou à prestação de serviços. Uma receita também pode derivar de juros sobre depósitos bancários ou títulos e de outros ganhos eventuais".

Receitas Operacionais são as receitas decorrrentes da atividade principal ou acessória que constituem objeto da empresa.

A receita de vendas compreende as vendas de produtos da empresa, pelos valores constantes das Notas Fiscais. Isso significa que estão inclusos, dentro do valor bruto da venda, os Impostos.

A Receita de Serviços compreende as vendas de serviços da empresa, pelos valores constantes das Notas Fiscais. Isso significa que estão inclusos, dentro do valor bruto da venda, os Impostos.



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Manual de Contas

Deduções das Vendas podem ser causadas por:

  • Vendas Canceladas, que correspondem à anulação de valores registrados como receita de vendas, decorrentes desse cancelamento. As vendas podem ser canceladas por vários motivos: danificação no transporte, insatisfação do cliente quanto à qualidade da mercadoria, problemas financeiros do cliente, ou qualquer outro motivo desconhecido no ato da venda.

  • Abatimentos que são parcelas redutoras dos preços em função de eventos ocorridos após a venda. São motivos de abatimento: deterioração parcial ou perda de qualidade do lote de mercadorias ou produtos comercializados; mercadorias ou produtos fora das especificações técnicas exigidas ou de qualidade inferior às amostras apresentadas; e/ou atraso na entrega. Os Abatimentos são diferentes dos Descontos porque enquanto aqueles são concedidos após a venda, em razão de motivos supervenientes, estes são contratados no ato da venda.

  • Impostos que incidem sobre as vendas não são consideradas despesas para a empresa, já que o sistema tributário apenas se utiliza das entidades com a finalidade de arrecadação.

Outras Despesas Operacionais provêm de transações não incluídas nas atividades principais ou acessórias que constituem objeto da empresa, como, por exemplo, os ganhos de capital obtidos na alienação de bens ou direitos do ativo permanente.



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Manual de Contas
5 - Despesas

Segundo Sérgio de Iudícibus, "despesa representa a utilização ou o consumo de bens e serviços no processo de produzir receitas".

Os Custos das Vendas assume diferentes nomenclaturas, dependendo do tipo de empresa. Custos das Mercadorias Vendidas (CMV) na empresa comercial; Custos dos Serviços Prestados (CSP) na empresa prestadora de serviços e Custos dos Produtos Vendidos (CPV) na empresa industrial.

  • O CMV refere-se ao valor pago na aquisição das mercadorias vendidas. A esse valor de aquisição são somados os gastos necessários para colocar as mercadorias em condições de venda. Isto significa que se a empresa tem gastos com transporte, embalagem e frete na aquisição da mercadoria, estes valores integram o custo de aquisição da mercadoria, sendo oportunamente transformado em custo das mercadorias vendidas.
  • O CSP refere-se aos gastos com mão-de-obra e materiais aplicados na prestação de serviço.
  • O CPV consiste no valor dos produtos acabados, transferidos para o Resultado por ocasião da venda. O valor dos produtos acabados consiste no custo com matéria-prima, mão-de-obra e outros gastos aplicados no processo de transformação. Durante a produção, os valores são acumulados na conta de Estoques de Produtos em Processo até a conclusão do processo produtivo, quando são transferidos para a conta Estoques de Produtos Acabados. Quando vendidos os produtos, os valores relativos aos seus custos são transferidos para a conta CPV.


É o nome com o qual se designam todos os bens adquiridos por um estabelecimento comercial, para serem revendidos.



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Manual de Contas
Despesas Operacionais são gastos administrativos e de comercialização, indispensáveis à colocação dos produtos no mercado.

As Despesas Operacionais englobam Despesas com Vendas, Despesas Administrativas e Despesas/Receitas Financeiras.

Despesas com Vendas são valores pagos ou incorridos para a promoção, colocação e distribuição das mercadorias ou produtos, e os riscos assumidos com vendas.

Descontos financeiros são os descontos obtidos na liquidação antecipada de obrigações. E descontos incondicionais são descontos que independem das condições de pagamento, sendo concedidos no momento em que se contrata a venda em função de fatores como: elevado volume de vendas, interesse promocional ou cliente especial.

Os descontos incondicionais são considerados parcelas redutoras dos preços de venda, constantes da nota fiscal ou da fatura de serviço e não dependentes de evento posterior à emissão desses documentos.



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Despesas Administrativas são os valores pagos ou incorridos para a gestão da empresa. As despesas com os empregados se constituem no maior volume de despesa para as empresas. De modo geral, entende-se como salário o valor pago pela efetiva prestação de serviço pelo empregado.

Além do salário, também existem contribuições que a empresa obrigatoriamente tem de fazer junto às entidades governamentais, tanto os referentes às suas contribuições, quanto a recolhimentos em favor dos empregados. Tais despesas são consideradas encargos sociais.

Exemplo:

Os valores do Imposto de Renda retido na fonte e do INSS de responsabilidade do próprio empregado não são encargos sociais, porque quem paga é o empregado, com a empresa fazendo o papel de agente arrecadador.



Contribuição ao INSS, FGTS, Seguro Acidente, PIS e COFINS sobre folha de pagamento.



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Manual de Contas
Despesas/Receitas Financeiras são os gastos realizados pelo uso de capitais de terceiros ou valores auferidos pela aplicação de excessos de disponibilidades da empresa.

Outras Despesas Operacionais consistem nas perdas com baixas de bens do Ativo Imobilizado vendidos ou desativados por obsolescência, eventuais prejuízos com sinistros ou outras perdas não relacionadas às operações da empresa.


Tela 25
Manual de Contas

Lucro do Exercício

O resultado do exercício é composto pelo total das receitas (ingressos ou recuperação do custo das operações), menos as despesas do exercício.

A diferença entre os preços de compra e de venda de mercadorias é o que se chama lucro bruto, ao qual são acrescidas outras receitas (operacionais e não operacionais) e deduzidas as despesas do exercício para se chegar ao lucro ou prejuízo líquido.

Após a transferência dos saldos das contas de despesas e receitas para a conta de “apuração do resultado do exercício”, obtém-se o valor do lucro ou prejuízo, pelo saldo desta conta de apuração. Com isso, todas as contas de receitas e despesas são encerradas quando seus saldos são transferidos para a conta Resultado do Exercício. O resultado obtido é detalhado por meio da Demonstração do Resultado do Exercício.

Em seguida, o saldo final da conta resultado do exercício será transferido para uma conta do Patrimônio Líquido. No caso de lucro, o valor não distribuído será transferido para as contas de Reservas de Lucros. No caso de prejuízo, o valor será transferido para Prejuízos Acumulados.



Tela 26
Manual de Contas

Resumo

O Plano de Contas deve ser acompanhado de Manual de Contas, contendo o conjunto de informações que detalham as funções e o uso de cada uma das contas do referido Plano.

As Contas dividem-se em Patrimoniais e de Resultado. As Patrimoniais ou Integrais representam o ativo, o passivo e o patrimônio líquido.

O ativo compreende os bens e direitos e direitos da entidade, dispostos em ordem decrescente de grau de liquidez ou realização.

No ativo circulante devem ser incluídos os bens e direitos já convertidos em dinheiro ou os bens que serão vendidos dentro do próximo exercício e os valores que têm vencimento e serão recebidos, também, dentro dos próximos 365 dias. O ativo circulante engloba as Disponibilidades, os Direitos Realizáveis a Curto Prazo, os Outros Créditos, os Estoques e as Despesas Antecipadas.

Os ativos que serão realizados ou recebidos após 365 dias da data do Balanço são classificados como ativo não circulante. Nele se incluem os Direitos Realizáveis a Longo Prazo.

O ativo circulante e os direitos realizáveis a longo prazo são conceitualmente formados de elementos patrimoniais da mesma natureza. O que difere é o vencimento ou a data de sua realização. Assim, os elementos do ativo circulante têm um grau de liquidez maior do que os elementos do ativo realizável a longo prazo. Mas todos eles trazem dentro de si a idéia de que serão realizados, ou seja, num momento ou noutro serão transformados em dinheiro.

Mas o ativo não circulante, possui, além dos direitos realizáveis a longo prazo, outros grupos que representam direitos e bens adquiridos sem a intenção de vendê-los ou realizá-los: investimentos, imobilizado e intangível. Ainda encontramos em algumas demonstrações contábeis saldos remanescentes do diferido, que foi extinto em 2009, por alteração na legislação societária.

O Passivo compreende as obrigações a curto e a longo prazo e o Patrimônio Líquido.

As dívidas que têm vencimento e serão pagas dentro do próximo ano são classificadas no passivo circulante.

São consideradas como passivo não circulante as dívidas com vencimento e que serão pagas após 365 dias da data do Balanço. Nesse PASSIVO se incluem os Financiamentos a Pagar e os Títulos a Pagar.

Patrimônio líquido são recursos dos sócios aplicados na empresa como Capital Social, mais o resultado das operações. Compreende, portanto, o Capital Social, as Reservas de Capital, Reservas de Lucros, Ajustes Patrimoniais e Prejuízos Acumulados, que são resultados acumulados decorrentes das atividades da empresa em períodos anteriores.

As Contas de Resultado ou Diferenciais registram as variações patrimoniais e englobam as receitas e as despesas, servindo também para determinar o resultado do exercício.

Entendem-se por receita a entrada de elementos para o ativo, sob a forma de dinheiro ou direitos a receber, correspondentes, normalmente, à venda de mercadorias, de produtos ou à prestação de serviços. Uma receita também pode derivar de juros sobre depósitos bancários ou títulos e de outros ganhos eventuais.

Despesa representa a utilização ou o consumo de bens e serviços no processo de produzir receitas. As despesas abrangem os Custos das Vendas, as Despesas administrativas, financeiras e outras despesas operacionais..

As Contas de Resultado apresentam, ainda, a conta Resultado do Exercício, composta pelo total das receitas, menos as despesas do exercício.

A diferença entre os preços de compra e de venda de mercadorias é o que se chama lucro bruto. Após a transferência dessa conta para a conta resultado do exercício, transferem-se para ela os saldos das contas de despesas e receitas, para apuração do resultado líquido do exercício, que pode ser lucro ou prejuízo. O saldo final da conta resultado do exercício será transferido para a conta do Patrimônio Líquido. No caso de lucro, o valor não distribuído será transferido para as contas de Reservas de Lucros. No caso de prejuízo, o valor será transferido para Prejuízos Acumulados.



Unidade 2 Módulo 4
Tela 27
Escrituração Contábil
1 - O que é Escrituração

Segundo Silvio Crepaldi, "entende-se por escrituração a técnica pela qual as ocorrências com efeitos no patrimônio são registradas". Portanto, a escrituração viabiliza a parte prática da Contabilidade, mediante a qual se realiza a execução do registro dos fenômenos patrimoniais.

Hilário Franco apresenta conceituação mais sofisticada: "escrituração é o registro dos fatos contábeis, segundo os princípios e normas técnico-contábeis, tendo em vista demonstrar a situação econômico-patrimonial da entidade e os resultados econômicos por ela obtidos em um exercício". O autor entende que as mutações do patrimônio precisam ser acompanhadas por um sistema lógico de registro dos fatos contábeis.



Tela 28
Escrituração Contábil

A escrituração deve propiciar a comunicação da "realidade econômica" aos usuários. Entretanto, algumas regras devem ser seguidas para que as informações possam ser aproveitadas com maior utilidade pelos interessados; dentre elas, a de que a escrituração deve ser feita obedecendo à legislação em vigor e observando métodos ou critérios contábeis uniformes no tempo.

Sobre a escrituração, determina a Lei n° 6.404/76, Art. 177 (Lei das S.A.)

A escrituração contábil das pessoas jurídicas é atribuição do contabilista legalmente habilitado nos termos da legislação.



"Art. 177. A escrituração da companhia será mantida em registros permanentes, com obediência aos preceitos da legislação comercial e desta Lei e aos princípios de contabilidade geralmente aceitos, devendo observar métodos ou critérios contábeis uniformes no tempo e registrar as mutações patrimoniais segundo o regime de competência. "



Tela 29
Escrituração Contábil

Toda ação, que determine uma variação no patrimônio, deve ser representada por um documento. Os documentos, denominados comprovantes, caracterizam as transações e precisam ser idôneos para que o fato possa ser registrado. Por isso, preliminarmente, os documentos são submetidos à conferência e, a seguir, à classificação.

A seguir, os documentos hábeis que retratam a realidade das operações praticadas são encaminhados para serem escriturados pela Contabilidade.



Operação que implica em identificar quantas e quais as contas devedoras e credoras que irão registrar contabilmente os valores da documentação.



Para que um documento seja considerado hábil, é necessário que o mesmo seja idôneo, devidamente preenchido com a atividade da entidade e vinculado com a atividade da mesma.



Tela 30
Escrituração Contábil

A entidade é obrigada a manter em boa ordem a documentação contábil.

Diversos sistemas contábeis podem ser utilizados na escrituração dos fatos administrativos, que exige a adoção de um método de escrituração.



Tela 31
Escrituração Contábil

A Contabilidade pode utilizar os seguintes sistemas: manual, mecanizado ou eletrônico.







O sistema manual consiste na utilização de canetas e livros para transcrição dos dados contábeis. É utilizado em pequenas empresas, que não necessitam freqüentemente de informações para a tomada de decisões.




O sistema eletrônico utiliza computadores. É o mais usado atualmente. O volume de informações deixou de ser problema pela agilidade e recursos dessa máquina, o que proporcionou emissão de relatórios e tomadas de decisão mais rápidas.



O sistema mecanizado consiste na utilização de máquinas de mecanografia específicas para a Contabilidade, permitindo a elaboração simultânea do Diário e do Razão. A máquina de mecanografia fornece também os somatórios de colunas, débitos e créditos.



Tela 32
Escrituração Contábil

O contador deve optar por um dos sistemas levando em conta o tamanho da entidade, a quantidade média de lançamentos efetuados e os elementos patrimoniais a serem controlados. A decisão pelo sistema adequado deverá ser condicionada, ainda, pela necessidade de rapidez em confronto com o custo da informação contábil.

O Regulamento do Imposto de Renda, Decreto nº 1.041/94, admite o sistema eletrônico, no art. 201: "Os livros comerciais e fiscais poderão ser escriturados por sistema de processamento eletrônico de dados, em formulários contínuos, cujas folhas deverão ser numeradas tipograficamente".

Na atualidade, a opção pelo uso da informática apresenta como vantagem a diminuição da margem de erro no processo contábil. Além disso, o custo de equipamentos e software utilizado, que dificultava a adoção de sistemas computadorizados pelas microempresas, tem sido equacionado pela crescente informatização da Contabilidade.



Tela 33
Escrituração Contábil

2 - Método de escrituração

É o conjunto de normas que devem ser observadas para o registro sistemático dos fatos contábeis.

No passado, foi utilizado o Método das Partidas Simples. Nele, quando se fazia um pagamento, lançava-se apenas na conta "caixa", sem contrapartida em uma conta de despesa.


Em 1494, o frade franciscano Luca Pacioli publicou um livro de matemática em que descrevia o Método das Partidas Dobradas. Por esse motivo, considera-se essa data como o marco da Contabilidade moderna.

A escrituração contábil é desenvolvida, mundialmente, pelo Método das Partidas Dobradas, também conhecido como "digrafia".



Tela 34
Escrituração Contábil

O método das partidas dobradas tem como princípio fundamental que "para todo débito existe um crédito de igual valor e vice-versa ". Donde se conclui que não existe débito (D) sem crédito (C).

O método pressupõe que, no registro dos fatos administrativos, a cada débito de determinado montante, corresponderá um crédito de igual valor, em uma ou mais contas. Em conseqüência, no método das partidas dobradas, o registro de um fato administrativo exige a movimentação de, no mínimo, duas contas, ou seja, o dinheiro sai de um lugar (origem) e vai para outro (aplicação). Por esta razão, o somatório dos valores creditados, em todas as contas, a qualquer época, será sempre igual ao dos valores debitados.

O lançamento em duplicidade, um débito e um crédito, sempre de mesmo valor, dá uma garantia relativa de que estes foram efetuados corretamente. Assim, na compra de um apartamento a vista por R$ 100.000,00, o Método das Partidas Dobradas ensina que duas alterações devem ser registradas:


 
  • a redução de R$ 100.000,00 no dinheiro existente (caixa);
  • o aumento de R$ 100.000,00 em aquisição de imóveis.




Tela 35
Escrituração Contábil

Em linguagem contábil, diz-se:


  • debita-se a conta que representa aplicação de recursos, no caso "imóveis";
  • credita-se a conta que representa a origem dos recursos aplicados, no exemplo "caixa".

O lançamento do exemplo anterior, na moderna Contabilidade, precedido de registro sobre a origem dos recursos, provenientes de vendas a vista de mercadorias, e seguido de depósito de parte do saldo no Banco do Brasil, é apresentado a seguir:

D
Caixa R$ 150.000,00
C
Vendas a Vista  
R$ 150.000,00
D
Imóveis R$ 100.000,00
C
Caixa  
R$ 100.000,00
D
Bancos R$ 30.000,00
C
Caixa  
R$ 30.000,00


O exemplo permite identificar que restou um saldo de R$ 20.000,00 na conta Caixa (150.000,00 – 100.000,00 – 30.000,00) e que as vendas à vista foram de R$ 150.000,00.



Tela 36
Escrituração Contábil

A escrituração apresenta duas funções: histórica e monetária.

A função histórica compreende o registro dos fatos, na ordem cronológica de ocorrência, relatando a história do patrimônio. Exemplo:

Em 01-08-x1,
D
Caixa R$ 150.000,00
C
Vendas a Vista R$ 150.000,00
Em 02-08-x1,
D
Imóveis R$ 100.000,00
C
Caixa R$ 100.000,00
Em 03-08-x1,
D
Bancos R$ 30.000,00
C
Caixa R$ 30.000,00

Função monetária da escrituração - Ao registrar os fatos administrativos pelos valores respectivos, a escrituração fornece uma visão estática do patrimônio, na qual são identificados os saldos numéricos registrados em cada conta. Assim sendo, a função monetária compreende os valores reunidos em grupos de fenômenos patrimoniais, tecnicamente dispostos, mostrando as variações monetárias que afetaram o patrimônio.



Tela 37
Escrituração Contábil

Todos os lançamentos são escriturados no livro Diário, em ordem cronológica, e transcritos para os demais livros.

A rotina do lançamento caracteriza-se pela identificação dos seus elementos essenciais, colhidos nos documentos que descrevem o fato administrativo; pela identificação da(s) conta(s) creditada(s) e debitada(s); pelo lançamento propriamente dito nos livros contábeis.

Como elementos do lançamento, temos:


a) local e data
b) débito (conta a ser debitada)
c) crédito (conta a ser creditada)
d) histórico
e) valor



É o registro de um fato administrativo, acompanhando e evidenciando a variação do patrimônio, realizado com base em um documento.



Tela 38
Escrituração Contábil
3 - Fórmulas de Escrituração

Chamam-se de fórmulas de escrituração as diversas maneiras de utilizar-se o lançamento, de acordo com os fatos ocorridos e para registro dos mesmos. As fórmulas são de quatro tipos.

1ª Fórmula - Utilizada quando existe um débito e um crédito. A primeira fórmula é usada para os lançamentos simples, em que se usa uma conta devedora em contrapartida com uma conta credora.

Para armar-se um lançamento de primeira fórmula, utilizam-se os elementos citados, colocando-se antes da conta credora a letra "a", indicando com isso que a conta devedora deve à conta credora.
Exemplo:

2ª Fórmula - Utilizada quando existe um débito, para mais de um crédito.
Exemplo:

3ª Fórmula - Utilizada quando existem mais de um débito e um só crédito.
Exemplo:

4ª Formula - Utilizada quando existe mais de um débito e mais de um crédito. É uma fórmula que não é usada na prática, pois, como pode ser visto a seguir, nada mais representa do que vários lançamentos de primeira fórmula.
Exemplo:



a) utilizando-se a letra "a":

ssDiversos    
ssa Diversos    
ssssssValor referente às seguintes aquisições:    
ssMERCADORIAS    
ssss ssPela compra de diversas mercadorias,    
ssss ssconforme N.F. nº 452 R$ 100,00  
ssMÓVEIS E ssUTENSÍLIOS    
ssss ssPela compra de uma mesa de madeira,    
ssss sspara uso da empresa R$ 90,00 R$ 190,00
ssa CAIXA    
ssssss Paga 1ª parcela das compras descritas R$ 70,00  
ssa DUPLICATAS A ssPAGAR    
ssss Casa Bernardo Sayão Ltda.    
ssss ssValor referente à parte financiada    
ssssss da compra acima R$ 120,00
R$ 190,00


b) substituindo-se a letra "a":

D -
MERCADORIAS    
aaaPela compra de diversas mercadorias,
   
aaaconforme N.F. nº 452
R$ 100,00  
D -
MÓVEIS E UTENSÍLIOS    
aaaPela compra de uma mesa de madeira,    
aaapara uso da empresa R$ 90,00  
C -
CAIXA    
aaaPaga 1ª parcela das compras descritas   R$ 70,00
C -
DUPLICATAS A PAGAR    
aaaCasa Bernardo Sayão Ltda.    
  aaaaaaValor referente à parte financiada    
  aaaaaada compra acima   R$ 120,00




a) utilizando-se a letra "a":

ssDiversos
ssaBanco c/Movimento
ssSalários
   
ssssPago salário do escriturário,    
ssssreferente ao mês de setembro R$ 150,00
ssAluguéis    
ssssPago aluguel referente ao mês em curso R$ 300,00  
ssMaterial de Escritório    
ssssPago pela compra de diversos impressos
R$ 60,00
R$ 510,00

b) substituindo-se a letra "a":

D -
Salários  
ssssPago salário do escriturário,  
ssssreferente ao mês de setembro
R$ 150,00
D -
Aluguéis  
ssssPago aluguel referente ao mês em curso R$ 300,00
D -
Material de Escritório  
ssssPago pela compra de diversos impressos R$ 60,00
C -
Banco c/Movimento
R$ 510,00




a) utilizando-se a letra "a":

ssMercadorias
ssDiversos
ssa Caixa
Pago pelas compras a vista
R$ 300,00
ssa Duplicatas a Pagar
Casa Bernardo Sayão Ltda.
   
ssValor referente a nossa compra a prazo R$ 400,00
R$ 700,00

b) Não utilizando-se o termo "DIVERSOS", que indica várias Contas a serem creditadas:

ssMercadorias
ssa Caixa
Pago pelas compras a vista
R$ 300,00  
ssa Duplicatas a Pagar
Casa Bernardo Sayão Ltda.
   
Valor referente a nossa compra a prazo
R$ 400,00
R$ 700,00

c) substituindo-se a letra "a":

D -
Mercadorias
R$ 700,00
C -
Caixa  
Pago pelas compras a vista
R$ 300,00
C -
Duplicatas a Pagar  
 
Valor referente a nossa compra a prazo
R$ 400,00




a) utilizando-se a letra "a":


ssBrasília/DF, 21 de setembro de 20X1
ssMóveis e Utensílios
ssa Caixa
ssssssssPago pela compra de um arquivo (histórico)                             R$ 350,00

b) existe outra maneira de efetuar-se o lançamento, substituindo-se a letra "a", que é o seguinte:

ssBrasília/DF, 21 de setembro de 20X1
D -
Móveis e Utensílios R$ 350,00
C -
Caixa
R$ 350,00
Pago pela compra de um arquivo (histórico).




Tela 39
Escrituração Contábil
O lançamento de primeira fórmula é um lançamento simples. Os lançamentos de segunda, terceira e quarta fórmula são chamados de lançamentos complexos. Eles servem para agrupar diversos lançamentos de primeira fórmula.

A legislação não permite que empresas de grande movimento façam registros contábeis usando a quarta fórmula para registrar todo o movimento. Somente as empresas de pequeno movimento poderão utilizar tal expediente para registrar seus fatos administrativos. Neste caso, utilizam-se as chamadas Partidas Mensais de Diário.



Tela 40
Escrituração Contábil

Uma das maiores dificuldades encontradas na mecânica dos lançamentos é saber qual a conta a ser debitada e qual a conta a ser creditada. Para facilitar o entendimento dos registros contábeis, tem-se a seguinte regra:

Debita-se a aplicação dos valores
Credita-se a origem dos valores

Veja algumas dicas para efetuar os Lançamentos:



Dica 1.


Débito indica dívida, portanto a conta que recebe será debitada; e crédito indica direito, logo a conta que fornece será creditada.


Dica 2.


As contas de ativo são debitadas quando ocorre aumento do saldo dos bens e direitos, e são creditadas quando ocorre redução de bens e direitos.


Dica 3.


As contas de passivo são debitadas quando ocorre redução das obrigações, e são creditadas quando há aumento do saldo das obrigações.


Dica 4.


Geralmente as contas de despesas são debitadas. Em alguns casos específicos, as contas de despesas são creditadas.


Dica 5.


Geralmente as contas de receitas são creditadas. Em alguns casos específicos, as contas de receitas são debitadas.




Tela 41
Escrituração Contábil

4 - Erros, Enganos e Impropriedades que Podem Ocorrer

A legislação em vigor diz que os livros contábeis não podem apresentar emendas, rasuras ou borrões.

Os erros, enganos e impropriedades que podem ocorrer no lançamento são de várias espécies.


  • erro ou omissão na redação do histórico do fato administrativo registrado;
  • borrão ou rasura na escrituração;
  • omissão de dados importantes na escrituração do fato administrativo;
  • valor incorreto resultando em registro a mais ou a menos;
  • impropriedade na classificação das contas para registro do fato administrativo;
  • inversão da posição da conta, se devedora ou credora, no registro do fato administrativo;
  • duplicidade de registro contábil de um mesmo fato administrativo;
  • omissão de registro de um fato administrativo;
  • salto de linha ou de página;
  • outros.



Tela 42
Escrituração Contábil

No caso de ocorrer rasuras, borrão ou emenda nas entrelinhas, a solução mais adequada será fazer uma ressalva, na própria escrituração. Essa ressalva terá que ser assinada por contabilista legalmente habilitado.


Se, no processo de escrituração, for deixada uma linha em branco, por engano, o contabilista deverá inutilizá-la mediante um traço horizontal e quando houver salto de página, esta deve ser preenchida com traços diagonais. Em ambos os casos, o contabilista deverá assinar ao lado para caracterizar a ressalva.



Tela 43
Escrituração Contábil

5 - Correção de Erros

O erro de redação verificado no histórico pode ser descoberto antes do encerramento ou depois de encerrado o lançamento.


Correção concomitante - O erro de redação, quando for encontrado antes do encerramento do lançamento, pode ser corrigido mediante a utilização de uma ressalva. Ressalvar, neste caso, é usar termos apropriados que permitam a correção do erro cometido, sem fazer uso de borrões ou rasuras, sendo as mais adotadas: "digo", "em tempo", "ou melhor", "aliás", "isto é" etc.
Exemplo:

Correção Posterior - Ao se descobrir o erro depois de encerrado o lançamento, não resta outra solução senão a de estornar o lançamento e fazer-se novo sem erro.



Caixa    
a Vendas
   
  Pagamento pelas compras, digo, recebido  
  pelas vendas de mercadorias R$ 300,00


Lançamento contábil efetuado com a finalidade de corrigir os erros e impropriedades cometidos na escrituração. Para efetuar um estorno basta fazer um lançamento inverso àquele que está incorreto, mencionando-se no histórico que se trata de um estorno por erro de lançamento e, em seguida, escritura-se o lançamento correto. Assim, quando se verifica que foi lançada indevidamente uma parcela a crédito ou a débito, estornar consiste na ação de registrar no DÉBITO quantia igual a que estava lançada no CRÉDITO ou vice-versa.



Tela 44
Escrituração Contábil

6 - Lançamento de correção

Como já foi dito, os livros contábeis não podem conter rasuras, emendas e/ou borrões. Para se evitar que isso aconteça, os erros de lançamento devem ser corrigidos por meio de outros lançamentos. Existem dois tipos de correção: estorno e lançamento complementar.

O Estorno anula o lançamento errado por meio de um lançamento inverso e depois faz-se a retificação pelo lançamento correto. Por exemplo:

A utilização da Conta T auxilia na compreensão do estorno:



Lançamento errado
Houve um lançamento de "Mercadorias" a "Caixa", quando deveria ter sido de "Aluguéis" a "Caixa", conforme se verifica a seguir:

   Mercadorias
   a Caixa
      Pagamento do aluguel relativo ao mês em curso
R$ 500,00


Estorno ou anulação
Lançamento inverso para correção do erro:

   Caixa
   a Mercadorias
      Estorno do lançamento do dia 18-9-X1,
      relativo ao pagamento do aluguel do mês em
      curso, por ter sido classificado indevidamente
R$ 500,00


Retificação
: Lançamento correto:

   Aluguéis
   a Caixa
      Retificação do lançamento do dia 18-9-X1
      referente pagamento de aluguel do mês em curso
R$ 500,00





Tela 45
Escrituração Contábil

O Lançamento Complementar ocorre quando é cometido um erro de algarismo e consiste em fazer-se um lançamento acertando para mais ou para menos. Exemplo:

Lançamento errado a menor
Lançamento complementar



Lançamento errado a menor
O lançamento foi de R$ 1,00 quando deveria ter sido de R$ 100,00:

Caixa
  a Vendas
      Pelas vendas a vista
R$1,00





Lançamento complementar

Retificação para mais:

  Caixa
  a Vendas
     Complemento do lançamento do dia
      26-9-x1, lançado a menor
R$99,00




Tela 46
Escrituração Contábil

As Contas T, referentes ao lançamento errado e ao lançamento complementar, encontram-se a seguir:



Tela 47
Escrituração Contábil

Lançamento errado a maior
O lançamento foi de R$ 200,00 quando deveria ter sido de R$ 2,00:

 Material de Escritório
 a Caixa
    Pela compra de diversos                              R$ 200,00

Lançamento complementar
Retificação para menos:

Caixa
 a Material de Escritório
    Retificação do lançamento do dia
    27-9-X1, lançado a maior                             R$ 198,00

As Contas T, referentes ao lançamento errado e ao lançamento complementar, encontram-se a seguir:




Tela 48
Escrituração Contábil

Quando na época oportuna, o contabilista deixa de efetuar o registro de um fato e, passado algum tempo, ele descobre a omissão, basta efetuar o registro do fato no dia em que se descobriu a omissão, mencionando no histórico o motivo e a data correta do evento.

Quando a omissão implicar falta de recolhimento de impostos, a entidade deverá providenciar os respectivos recolhimentos, espontaneamente, acrescidos dos encargos correspondentes.

A escrituração tem a função de relatar o passado da entidade; portanto, o poder de informação sobre o que acontecerá no futuro, que é um dos pontos mais importantes a se esperar da contabilidade, não pode ser obtido pela escrituração.



Tela 49
Escrituração Contábil

Resumo

Escrituração é o registro dos fatos contábeis, segundo os princípios e normas técnico-contábeis, tendo em vista demonstrar a situação econômico-patrimonial da entidade e os resultados econômicos por ela obtidos em um exercício. Ela deve permitir a comunicação da realidade econômica aos usuários.

O registro contábil dos fatos administrativos é feito com base em documentos que caracterizam as transações ou operações e que precisam ser idôneos.

A Contabilidade pode utilizar os seguintes sistemas: manual, mecanizado ou eletrônico. O sistema manual é adotado em pequenas empresas, que não necessitam freqüentemente de informações para a tomada de decisões. O sistema mecanizado consiste no uso de máquinas de mecanografia específicas para a Contabilidade. E o sistema eletrônico utiliza computadores.

A decisão pelo sistema adequado deverá ser condicionada pela necessidade de rapidez em confronto com o custo da informação contábil. Na atualidade, a opção pelo sistema eletrônico apresenta como vantagem a diminuição da margem de erro no processo contábil, além de proporcionar emissão de relatórios e tomadas de decisão mais rápidas.

Método de escrituração é o conjunto de normas que devem ser observadas para o registro sistemático dos fatos contábeis. O Método das Partidas Dobradas é adotado mundialmente, tendo como princípio fundamental que para todo débito existe um crédito de igual valor e vice-versa.

A escrituração apresenta duas funções: histórica e monetária. A função histórica compreende o registro dos fatos, na ordem cronológica de ocorrência, relatando a história do patrimônio. E a função monetária compreende os valores reunidos em grupos de fenômenos patrimoniais, tecnicamente dispostos, mostrando as variações monetárias que afetaram o patrimônio.

Lançamento é todo registro de um fato administrativo. A escrituração é feita por meio de lançamentos. Chamam-se de fórmulas de escrituração as diversas maneiras de utilizar-se o lançamento, de acordo com os fatos ocorridos e para registro dos mesmos.

As fórmulas são de quatro tipos. A primeira é utilizada quando existe um débito e um crédito; a segunda quando existe um débito para mais de um crédito; a terceira fórmula, quando existem mais de um débito e um só crédito: e a quarta, quando existe mais de um débito e mais de um crédito.

A legislação em vigor diz que os livros contábeis não podem apresentar borrões, emendas ou rasuras.

Quando o erro de redação for encontrado antes do encerramento do lançamento pode ser corrigido mediante a utilização de uma ressalva. Ao se descobrir o erro depois de encerrado o lançamento, a solução é estorná-lo e fazer-se novo sem erro.

Existem dois tipos de correção de lançamento: estorno e lançamento complementar. O Estorno anula o lançamento errado por meio de um lançamento inverso e depois se faz a retificação por meio do lançamento correto. E o lançamento complementar ocorre quando é cometido um erro de algarismo, consistindo em fazer-se um lançamento acertando para mais ou para menos.

O poder de informação sobre o que acontecerá no futuro, que é um dos pontos mais importantes a esperar da Contabilidade, não pode ser obtido pela escrituração.



Unidade 2 Módulo 5
Tela 50
Livros Contábeis

1 - Escrituração Contábil


As ocorrências patrimoniais são registradas pela Contabilidade por meio de lançamentos nos livros contábeis, tais como o livro Diário, Razão, Caixa etc. Os Livros de Escrituração permitem que se possa conhecer, a qualquer momento, o desenvolvimento da vida social, econômica, financeira e patrimonial da entidade.
O termo livro é mantido em respeito ao passado, quando o Diário e o Razão eram escriturados em grandes livros e o contador era chamado de “Guarda-Livros”. Atualmente, as informações contábeis são processadas e podem ser consultadas diretamente em computadores. Ainda assim, em muitas situações são utilizadas as fichas substituindo as folhas dos livros.
Os principais livros utilizados no processamento contábil são o Diário e o Razão.



Tela 51
Livros Contábeis

2- Diário

O Diário é um livro no qual são registradas todas as transações de uma entidade, que possam ser expressas em termos monetários, em ordem cronológica e com a observância de certas regras.
O livro Diário está sujeito às formalidades extrínsecas e intrínsecas. A inobservância das formalidades extrínsecas invalida todo o Diário, que passa a fazer prova apenas contra o contribuinte. Já a inobservância das formalidades intrínsecas invalida apenas o registro ou registros onde ocorrerem.
As formalidades intrínsecas objetivam propiciar rigidez nos controles patrimoniais, já que, registrando em ordem de data e sem espaços em branco, evita-se a interposição de lançamentos posteriores com o objetivo de fraudar os registros contábeis.
O registro de uma operação no Diário denomina-se “Partida de Diário” e o método universalmente usado é o das “Partidas Dobradas”. Relembrando, o método das partidas dobradas consiste em registrar um fato em forma bipartida, de maneira a representar as duas variações decorrentes nas contas que traduzem os elementos afetados.
Os requisitos necessários de uma Partida de Diário são os seguintes:

• data da operação;
• conta a ser debitada;
• conta a ser creditada;
• histórico da operação, com a menção das características principais dos documentos comprobatórios da transação;
• valor da operação, em dinheiro




Formalidades extrínsecas: diz respeito às características externas, ou seja, aquelas não relacionadas ao seu conteúdo. As principais formalidades extrínsecas são:
• Termos de Abertura e de Encerramento;
• Registro na Junta Comercial (Departamento Nacional de Registro de Comércio);
• Páginas numeradas em seqüência, tipograficamente.



Formalidades intrínsecas: diz respeito às características inerentes ou essenciais do Diário. Aquelas relacionadas ao seu conteúdo que é a escrituração. As principais formalidades intrínsecas são:
• Escrituração em ordem cronológica de dia, mês e ano;
• Idioma e moedas nacionais;
• Inexistência de emendas, rasuras, espaços em branco, entrelinhas e borrões.



Tela 52
Livros Contábeis

Vejamos então um exemplo de lançamento contábil e sua escrituração do Diário:
A empresa realizou vendas no valor de R$ 35.000,00, à vista.

Observe a escrituração no Diário e veja uma das formas utilizadas para informar qual é a conta debitada e qual a creditada:

Caixa a Clientes

Recebimento da duplicata nº 3752 R$ 35.000,00

Dois detalhes podem ser observados: a conta devedora é colocada antes da conta credora e a conta credora, por convenção, é precedida da partícula “a”.


A conta debitada é "Caixa", pois vem primeiro e não está precedida de nenhuma letra.



A conta creditada é "Clientes", precedida pela letra "a".



Tela 53
Livros Contábeis

Vejamos um exemplo completo:
Operações:

Em 14 Fev
Constituição da empresa, com integralização de capital, conforme contrato Social devidamente registrado na Junta Comercial. Valor R$ 50.000,00
Em 15 Fev
Depósito no Banco do Brasil, em dinheiro, no valor de R$ 30.000,00, conforme recibo nº 345.
Em 16 Fev
Aplicação em Títulos de Renda Fixa, no valor de R$ 20.000,00, no Banco do Brasil, conforme aviso de débito nº 456.
Em 17 Fev
Aquisição de mercadorias para revenda, no valor de R$ 28.000,00, conf. NF nº 4.326, sendo R$ 8.000 pago à vista com o cheque nº 34001, do Banco do Brasil.
Em 18 Fev
Venda de mercadorias no valor de R$ 6.000,00, à vista, conf. N.F. nº 001.


Vejamos, a seguir, a solução utilizando o Diário Americano ou Bicolunado, no qual são utilizadas duas colunas: uma coluna para débito e outra para crédito.

Diário nº 1
Brasília, 14 de fevereiro de 2005

Data
Títulos das contas e históricos
Débito
Crédito
MÊS
DIA

Fev
14
CAIXA
a CAPITAL SOCIAL
Valor ref. integralização de Capital para Constituição da empresa, conf. Contrato Social registrado na Junta Comercial
50.000,00


50.000,00

15
BANCOS CONTA MOVIMENTO
a CAIXA
Depósito em dinheiro, recibo nº 345
30.000,00
30.000,00
16
APLICAÇÕES FINANCEIRAS
a BANCOS CONTA MOVIMENTO- Banco do Brasil
Aplicação em Títulos de Renda Fixa, conf. aviso nº 456.
20.000,00
20.000,00
17
ESTOQUE DE MERCADORIAS
a BANCOS CONTA MOVIMENTO
Pago NF 4.326 (parcial) com cheque Nº 34001
a FORNECEDORES
Valor NF 4.326 (parcial).
28.000,00

8.000,00

20.000,00
18
CAIXA
a RECEITA DE VENDAS
Venda de mercadorias à vista, conf. N.F. nº 001.
6.000,00
6.000,00


Tela 54
Livros Contábeis

3 – Razão

Enquanto o Livro Diário é o registro oficial das transações de uma companhia, o Livro Razão é um livro de controle de cada conta contábil.
As transações são lançadas no Diário em ordem cronológica, identificando as contas debitadas e creditadas, concomitantemente. Observe, porém, que não é fácil identificar o saldo de cada conta a partir da leitura do Diário. Para atender essa dificuldade informativa, o Razão demonstra os registros efetuados em cada conta, individualmente. Com isso, a partir do Razão, é possível verificar a movimentação e o saldo de cada conta, sendo este livro, o mais importante do ponto de vista contábil.

A estrutura do Razão permite rápida visualização do estado de cada componente patrimonial. No Diário isso não é possível, pois há uma simples listagem cronológica dos fatos.
Além disso, é por meio dele que são levantados os dados para a elaboração das demonstrações contábeis.



Tela 55
Livros Contábeis

O Razão é um livro sistemático, isto é, seleciona os lançamentos conforme sua natureza e finalidade. Ele é, na realidade, um auxiliar do livro Diário.

A escrituração do Razão deverá ser individualizada obedecendo à ordem cronológica das operações.

Neste livro destina-se uma página a cada conta, divididas em dois campos, uma para o débito e outra para o crédito. Os lançamentos são transcritos do Diário e servem para controlar os movimentos de débito e crédito de todas as contas. A exatidão aritmética do Razão é verificada pelo Balancete de Verificação.

Vejamos um modelo de Razão bastante sintético e prático a seguir.

  Conta:aaaaaaaaaaaaaaaaaa                                            Cód.:
Data CP Histórico Débito Crédito Saldo D/C

a
a a     a a

O “CP” significa contrapartida, isto é: o código numérico da conta que recebeu a outra parte do lançamento (débito ou crédito).

Na coluna “D/C” devemos indicar a natureza da conta: “D” de devedora e “C” de credora.

Vejamos as transações utilizadas como exemplo quando estudamos o Livro Diário, e os respectivos lançamentos no Razão:

Constituição da empresa, com integralização de capital, conforme contrato Social devidamente registrado na Junta Comercial. Valor R$ 50.000,00
Depósito no Banco do Brasil, em dinheiro, no valor de R$ 30.000,00, conforme recibo nº 345.
Aplicação em Títulos de Renda Fixa, no valor de R$ 20.000,00, no Banco do Brasil, conforme aviso de débito nº 456.
Aquisição de mercadorias para revenda, no valor de R$ 28.000,00, conf. NF nº 4.326, sendo R$ 8.000 pago à vista com o cheque nº 34001, do Banco do Brasil.
Venda de mercadorias no valor de R$ 6.000,00, à vista, conf. N.F. nº 001.



 
Conta: CAIXA Código: 1111
Data
CP
Histórico
Débito
Crédito
Saldo
D/C
14/02/05
241
Integralização de Capital
50.000,00
 
50.000,00
D
15/02/05
1112
Depósito Bancário
 
30.000,00
20.000,00
D
18/02/05
311
Vendas à vista
6.000,00
 
26.000,00
D
 

 
 
   
 
Conta: CAPITAL SOCIAL Código: 241
Data
CP
Histórico
Débito
Crédito
Saldo
D/C
14/02/05
1111
Integ. Capital em dinheiro
 
50.000,00
50.000,00
C
 



 
Conta: CAIXA Código: 1111
Data
CP
Histórico
Débito
Crédito
Saldo
D/C
14/02/05
241
Integralização de Capital
50.000,00
 
50.000,00
D
15/02/05
1112
Depósito Bancário
 
30.000,00
20.000,00
D
18/02/05
311
Vendas à vista
6.000,00
 
26.000,00
D
 
 
 
   
 
Conta: BANCOS CONTA MOVIMENTO Código: 1112
Data
CP
Histórico
Débito
Crédito
Saldo
D/C
15/02/05
1111
Depósito em dinheiro
30.000,00
 
30.000,00
D
16/02/05
1113
Aplicação em Renda Fixa
 
20.000,00
10.000,00
D
17/02/05
1141
Compra de mercadorias
 
 8.000,00
2.000,00
D
 
 
 



 
Conta: BANCOS CONTA MOVIMENTO Código: 1112
Data
CP
Histórico
Débito
Crédito
Saldo
D/C
15/02/05
1111
Depósito em dinheiro
30.000,00
 
30.000,00
D
16/02/05
1113
Aplicação em Renda Fixa
 
20.000,00
10.000,00
D
17/02/05
1141
Compra de mercadorias
 
 8.000,00
2.000,00
D
 
 
 
   
 
Conta: APLICAÇÕES FINANCEIRAS Código: 1113
Data
CP
Histórico
Débito
Crédito
Saldo
D/C
16/02/05
1112
Aplicação em Renda Fixa
20.000,00
 
20.000,00
D
 



 
Conta: BANCOS CONTA MOVIMENTO Código: 1112
Data
CP
Histórico
Débito
Crédito
Saldo
D/C
15/02/05
1111
Depósito em dinheiro
30.000,00
 
30.000,00
D
16/02/05
1113
Aplicação em Renda Fixa
 
20.000,00
10.000,00
D
17/02/05
1141
Compra de mercadorias
 
 8.000,00
2.000,00
D
 
 
 
   
 
Conta: ESTOQUES DE MERCADORIAS Código: 1141
Data
CP
Histórico
Débito
Crédito
Saldo
D/C
17/02/05
1112
Compra –NF 4326
28.000,00
 
28.000,00
D
 
   
 
Conta: FORNECEDORES Código: 2111
Data
CP
Histórico
Débito
Crédito
Saldo
D/C
17/02/05
1141
Compra de mercadorias
 
20.000,00
20.000,00
C
 



 
Conta: CAIXA Código: 1111
Data
CP
Histórico
Débito
Crédito
Saldo
D/C
14/02/05
241
Integralização de Capital
50.000,00
 
50.000,00
D
15/02/05
1112
Depósito Bancário
 
30.000,00
20.000,00
D
18/02/05
311
Vendas à vista
6.000,00
 
26.000,00
D
 
 
 
   
 
Conta: RECEITA DE VENDAS Código: 311
Data
CP
Histórico
Débito
Crédito
Saldo
D/C
18/02/05
1111
Vendas à vista
 
6.000,00
6.000,00
C
 



Tela 56
Livros Contábeis

O Razão em "T" (RAZONETE) - Para facilitar os lançamentos do livro Razão, principalmente no sentido didático, é usada uma forma de simplificá-lo, utilizando o Razonete, que conserva apenas as colunas de débito e de crédito do Razão, conforme se destaca, a seguir:

  Conta:aa                                          Código:
Data CP Histórico Débito Crédito Saldo DC

a
a a a a a a

Observa-se que a parte destacada forma a letra "T" maiúscula. Em cima da transversal virá o nome da conta e o saldo será colocado, após um traço, no lado adequado. Se devedor, na coluna da esquerda (dos débitos); se credor, na coluna da direita (dos créditos). 


Tela 57
Livros Contábeis

Assim como no livro Razão abre-se uma folha para cada conta, na simplificação será aberto um Razonete para cada conta. A seguir, apresenta-se o esquema básico da conta T:



Tela 58
Livros Contábeis

Vamos estudar alguns exemplos:
Inicialmente vamos listar e numerar as operações e, em seguida, lançar na conta T, identificando as contas e numerando os lançamentos para identificação e correção posterior. Ao final, colocaremos uma linha após os lançamentos e indicaremos o saldo final da conta.
Listagem e numeração das 5 (cinco) operações utilizadas até agora:
1- Constituição da empresa, com integralização de capital no valor R$ 50.000,00.
2- Depósito no Banco do Brasil, em dinheiro, no valor de R$ 30.000,00.
3- Aplicação em Títulos de Renda Fixa, no valor de R$ 20.000,00.
4- Aquisição de mercadorias no valor de R$ 28.000,00, sendo R$ 20.000,00 a prazo e R$ 8.000 pago à vista.
5- Venda de mercadorias no valor de R$ 6.000,00, à vista.

Caixa
Bancos Conta Movimento
Débito
Crédito
Débito
Crédito

(1) 50.000,00

(5) 6.000,00


30.000,00 (2)


(2) 30.000,00


20.000,00 (3)

8.000,00 (4)
Sd 26.000,00
aa
Sd 2.000,00
aa

Aplicações Financeiras
Mercadorias em Estoque
Débito
Crédito
Débito
Crédito
(3) 20.000,00
aa
(4) 28.000,00
aa
Sd 20.000,00
aa
Sd 28.000,00
aa

Fornecedores
Capital social
Receita de Vendas
Débito
Crédito
Débito
Crédito
Débito
Crédito
aa

20.000,00 (4)
aa

50.000,00 (1)
aa

6.000,00 (5)
aa
20.000,00 Sd
aa
50.000,00 Sd
aa
6.000,00 Sd


Tela 59
Livros Contábeis

Como verificar se os saldos estão corretos?
O método das partidas dobradas, conforme já estudamos, consiste em escriturar cada operação por meio de um débito e um crédito de igual valor. Pode ser utilizada mais de uma conta a débito ou a crédito, mas o total de débitos deverá ser igual ao total de créditos.
É costume verificar essas igualdades periodicamente, relacionando todas as contas em um demonstrativo chamado Balancete de Verificação. Vejamos então um Balancete de Verificação a partir das contas utilizadas para registrar as operações vistas nos exemplos anteriores:

Balancete de Verificação
em Fevereiro de 2005
CONTAS
SALDOS
DEVEDORES
CREDORES
Caixa
26.000,00
Bancos Conta Movimento
2.000,00
Aplicações Financeiras
20.000,00
Estoque de Mercadorias
28.000,00
Fornecedores
20.000,00
Capital Social
50.000,00
Receita de Vendas
6.000,00
Total
76.000,00
76.000,00



Tela 60
Livros Contábeis
Resumo

Os bens e direitos de uma entidade são registrados em contas que especificam o tipo e o valor de cada ativo. A soma dos valores registrados em cada conta representa o total do Ativo da entidade.
Todos os valores registrados no ativo possuem correspondência no passivo ou no patrimônio Líquido, pois os bens e direitos são adquiridos pela redução do próprio ativo ou pelo aumento do passivo ou do patrimônio líquido.
Débito e Crédito são palavras convencionadas para indicar se uma transação aumenta ou diminui o ativo, passivo ou patrimônio líquido de uma companhia, e a transações são registradas nas contas por meio de lançamentos.
Diferentes usuários possuem interesse nas informações relativas aos valores patrimoniais das entidades. Por isso, todas as transações, expressas em termos monetários, devem ser registradas para que se possam avaliar as alterações no patrimônio da entidade.
O registro das transações deve ser realizado de forma cronológica e sequencial no Diário. Este livro de escrituração está sujeito às formalidades extrínsecas e intrínsecas e apresenta os lançamentos contendo os seguintes dados: data da operação; conta a ser debitada; conta a ser creditada; histórico da operação, com a menção das características principais dos documentos comprobatórios da transação e valor da operação.
O Razão constitui-se em um livro muito importante, já que por meio dele é apurado o saldo de cada conta. Ele facilita também a verificação do trabalho contábil, uma vez que os saldos obtidos podem ser relacionados para confirmar a igualdade dos débitos e créditos. Este relatório no qual são separadas as contas devedoras e credoras e confirmado se o total dos débitos corresponde ao total dos créditos é denominado Balancete de Verificação.