| Unidade 2 | Módulo 3 | Tela 1 |
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1 - Composição do Manual de Contas
O Plano de Contas deve ser acompanhado de Manual descritivo da função de cada conta. Segundo Aluísio Greco e Lauro Arend, "Manual de Contas é o conjunto de informações que detalham as funções e o uso de cada uma das contas do Plano de Contas". Nele, para cada conta, é informado o que nela deve estar contido. As Contas Patrimoniais ou Integrais representam o ativo, o passivo e o patrimônio líquido. |
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Tela 2 |
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| 2 - Ativo O Ativo compreende os elementos patrimoniais positivos, ou seja, os bens e direitos.
Os elementos do ativo devem ser dispostos em ordem decrescente de grau de liquidez ou realização. Assim, os ativos que podem se transformar mais rapidamente em dinheiro devem ser apresentados em primeiro lugar. Essa a razão porque o ativo circulante aparece antes do ativo não circulante. |
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Tela 3 |
| Ativo Circulante É preciso
lembrar que o Ativo possui dois grupos de contas: Ativo Circulante,
e Ativo não Circulante. O Ativo Circulante geralmente
é dividido em vários grupos menores, conforme a importância
das contas em relação ao total do Ativo. Considerando o
Plano de Contas apresentado, temos: Disponibilidades, Clientes, Outros
Créditos, Estoques e Despesas Antecipadas.
Vejamos então a composição do Ativo Circulante:
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Disponibilidades: agrupa os valores numerários
disponíveis em caixa e em estabelecimentos bancários com
direito a imediata utilização, assim como as aplicações
de curtíssimo prazo e liquidez absoluta.
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Tela 4 |
| • Outros Créditos: agrupa várias contas referentes aos direitos da empresa não classificáveis como Disponibilidades ou Clientes. Existe uma grande diversidade de contas que podem ser classificadas neste grupo como: Empréstimos a Receber de Terceiros, Juros a Receber, Cheques em Cobrança, Dividendos a Receber, Bancos – Contas Vinculadas, Adiantamento a Terceiros, Adiantamentos a Funcionários, Impostos a Recuperar, entre outras. |
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Tela 5 |
| • Estoques: referem-se às mercadorias adquiridas para revenda e demais itens comprados para o almoxarifado. No caso da indústria, são os produtos acabados, bem como a matéria-prima e outros materiais secundários que compõem o produto em fabricação.
Quando há expectativa de uma provável perda de materiais estocados, por se tornarem obsoletos ou em deterioração, a empresa deverá constituir uma Provisão para Perdas com Estoques. Inclusive, sempre que houver essa expectativa de perda em relação a qualquer ativo, a empresa deverá registrar uma provisão. |
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Tela 6 |
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| • Despesas Antecipadas: são despesas relativas a um período que ainda não transcorreu, mas cujo pagamento foi realizado integralmente à época da contratação, como no caso das assinaturas de publicações, prêmios de seguros ou encargos financeiros pagos antecipadamente. Os valores pagos quando da contratação são lançados nesta conta e apropriados mensalmente. |
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Tela 7 |
| Ativo
não Circulante
No grupo Realizável a Longo Prazo são classificados os empréstimos ou adiantamentos concedidos às sociedades coligadas ou controladas, a diretores e acionistas, além das aplicações financeiras de longo prazo e dos demais créditos a receber de clientes ou terceiros, cujo prazo de realização seja superior a 365 dias (a contar da data do Balanço). |
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Tela 8 |
| • Investimentos: são classificadas neste grupo as participações permanentes em outras empresas e outras aplicações de característica permanente que não se destinem à manutenção da atividade operacional, tais como: imóveis alugados a terceiros (não de uso, mas para renda), obras de arte, etc. Quando identificada
uma provável perda de valor ou parte do valor investido, deve ser
constituída uma Provisão para Perdas de Investimento.
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Tela 9 |
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| • Imobilizado: inclui bens destinados à manutenção das atividades operacionais da empresa, tais como: imóvel (onde está sediada a empresa), instalações, móveis e utensílios, máquinas e equipamentos (no caso de indústria), marcas e patentes, etc.
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Tela 10 |
• Intangível: classificam-se os direitos que tenham por objeto bens incorpóreos destinados à manutenção da companhia ou exercidos com essa finalidade, tais como Marcas e Patentes, Softwares fundo de comércio adquirido. Este grupo de contas foi criado pela Lei nº 11.638 de 28 de dezembro de 2007, que alterou a Lei das Sociedades Anônimas (Lei nº 6.404/76). • Diferido: este grupo foi excluído pelas alterações, já mencionadas, da Lei das Sociedades Anônimas. Referia-se a gastos pré-operacionais e despesas cujo benefício para a empresa deveria ser reconhecido em mais de um exercício social. Esses gastos devem ser classificados no novo grupo (Intangível) ou, quando não aplicável, contabilizados como despesas do exercício. As empresas podem manter valores atualmente existentes do Diferido até que sejam totalmente amortizados. |
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Tela 11 |
| 3 - Passivo
O Passivo
compreende duas grandes divisões: Passivo Exigível
e Patrimônio Líquido. O Passivo Exigível
consiste nas obrigações da empresa, enquanto
o Patrimônio Líquido consiste na riqueza efetiva ou Capital
Próprio da entidade.
Veremos a seguir, as contam que compõem o Passivo Circulante. |
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Tela 12 |
| A conta Fornecedores
registra as compras a prazo de mercadorias, matérias-primas e outros
materiais ou serviços.
O item Empréstimos a Pagar representa as obrigações da empresa com as instituições financeiras. Títulos a Pagar são as obrigações contraídas pela empresa a título de empréstimos ou financiamentos, por meio de pessoas físicas ou jurídicas, que não sejam instituições financeiras. Salários a Pagar e Encargos Sociais a Recolher englobam os salários e encargos sociais quando incorridos em um mês e pagos em outro e que, portanto, devem ser provisionados.
Provisões Diversas representam obrigações da empresa para com terceiros, cujos valores devem ser estimados, como Provisão para Férias e Encargos. Devem também fazer parte desse grupo, as provisões para riscos fiscais, trabalhistas e outros, que possam implicar em desfecho desfavorável para a entidade. |
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Tela 13 |
| Passivo não
circulante São obrigações exigíveis e serão liquidadas com prazo superior a um ano, a contar da data do Balanço. Podem fazer parte desse grupo: Empréstimos e Financiamentos (Longo Prazo), Provisão para Imposto de Renda Diferido, Provisões Diversas (Longo Prazo). A conta Financiamentos a Pagar representa as Parcelas dos empréstimos e financiamentos que vencem em um prazo superior a um ano da data do Balanço, contraídos junto a instituições financeiras. Essas parcelas são transferidas para o Passivo Circulante na medida em se aproxima o prazo de pagamento. A conta Títulos a Pagar representa os recursos obtidos junto a pessoas físicas e/ou jurídicas, que não são instituições financeiras. Nesta conta são incluídas as debêntures com vencimento que ultrapassem 365 dias da data do Balanço. |
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Tela 14 |
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Patrimônio
Líquido Na distribuição dos lucros das empresas, destina-se uma parte para constituição de Reservas, com o fim de reforçar o capital, evitando que este venha a ser afetado por eventuais resultados negativos de exercícios futuros. As Reservas são destaques do Patrimônio Líquido, basicamente com fins fiscais e comerciais.
A Reserva não se confunde com Provisão porque esta não se destina a reforçar o capital da empresa, mas sim a registrar reduções do ativo ou aumento do passivo. |
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Tela 15 |
| Capital Social é o item que discrimina o montante subscrito, o Capital Integralizado e, por dedução, a parcela ainda não realizada do Capital Social da empresa. Compreende o valor dos recursos investidos pelos proprietários na empresa, e será modificado somente quando houver alteração do contrato social, decisão de assembléias e outras, dependendo do tipo de sociedade. |
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Tela 16 |
| Reservas: São parcelas que aumentam o Capital Próprio da empresa e podem ter diversas origens: valores recebidos dos sócios ou de terceiros (que não integram o Capital Social), valores decorrentes de acréscimos realizados no ativo permanente em função de reavaliação e lucros não distribuídos. Vejamos as principais contas de reservas:
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Tela 17 |
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Tela 18 |
| A legislação
fiscal determina que pelo menos 5% do Lucro Líquido do Exercício
após o Imposto de Renda deva ser retido na empresa, até que
a Reserva atinja 20% do Capital Social, para fazer face à sua continuidade,
ou seja, para não descapitalizá-la, via Reserva Legal.
A Reserva Estatutária é prevista nos estatutos das empresas, conforme estabelecido no art. 194 da Lei nº 6.404/76. A Reserva para Contingências está prevista no art. 195 da citada Lei e tem a finalidade de compensar a diminuição do lucro decorrente de perda julgada provável. Prejuízos Acumulados: são os resultados negativos (prejuízos) acumulados decorrentes das atividades da empresa em períodos anteriores. Vale lembrar que a Lei nº 11.638 de 28/12/07 estabeleceu que os lucros obtidos serão classificados em Reserva de Lucros, como vimos no modelo de Plano de Contas. Assim, apenas os resultados negativos são transferidos para esta conta, quando não puderem ser compensados pelas reservas de lucros. |
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Tela 19 |
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4 - Receitas Segundo a Equipe da FEA/USP, entende-se por "receita a entrada de elementos para o ativo, sob a forma de dinheiro ou direitos a receber, correspondentes, normalmente, à venda de mercadorias, de produtos ou à prestação de serviços. Uma receita também pode derivar de juros sobre depósitos bancários ou títulos e de outros ganhos eventuais".
Receitas Operacionais são as receitas decorrrentes da atividade principal ou acessória que constituem objeto da empresa. A receita de vendas compreende as vendas de produtos da empresa, pelos valores constantes das Notas Fiscais. Isso significa que estão inclusos, dentro do valor bruto da venda, os Impostos. A Receita de Serviços compreende as vendas de serviços da empresa, pelos valores constantes das Notas Fiscais. Isso significa que estão inclusos, dentro do valor bruto da venda, os Impostos. |
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Tela 20 |
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Deduções das Vendas podem ser causadas por:
Outras Despesas Operacionais provêm de transações não incluídas nas atividades principais ou acessórias que constituem objeto da empresa, como, por exemplo, os ganhos de capital obtidos na alienação de bens ou direitos do ativo permanente. |
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Tela 21 |
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| 5 - Despesas
Segundo Sérgio de Iudícibus, "despesa representa a utilização ou o consumo de bens e serviços no processo de produzir receitas". Os Custos das Vendas assume diferentes nomenclaturas, dependendo do tipo de empresa. Custos das Mercadorias Vendidas (CMV) na empresa comercial; Custos dos Serviços Prestados (CSP) na empresa prestadora de serviços e Custos dos Produtos Vendidos (CPV) na empresa industrial.
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Tela 22 |
| Despesas
Operacionais são gastos administrativos e de comercialização,
indispensáveis à colocação dos produtos no mercado.
As Despesas
Operacionais englobam Despesas com Vendas, Despesas Administrativas
e Despesas/Receitas Financeiras. Descontos financeiros são os descontos obtidos na liquidação antecipada de obrigações. E descontos incondicionais são descontos que independem das condições de pagamento, sendo concedidos no momento em que se contrata a venda em função de fatores como: elevado volume de vendas, interesse promocional ou cliente especial. Os descontos incondicionais são considerados parcelas redutoras dos preços de venda, constantes da nota fiscal ou da fatura de serviço e não dependentes de evento posterior à emissão desses documentos. |
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Tela 23 |
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| Despesas
Administrativas são os valores pagos ou incorridos para a gestão
da empresa. As despesas com os empregados se constituem no maior volume
de despesa para as empresas. De modo geral, entende-se como salário
o valor pago pela efetiva prestação de serviço pelo
empregado.
Além do salário, também existem contribuições que a empresa obrigatoriamente tem de fazer junto às entidades governamentais, tanto os referentes às suas contribuições, quanto a recolhimentos em favor dos empregados. Tais despesas são consideradas encargos sociais. Os valores do Imposto de Renda retido na fonte e do INSS de responsabilidade do próprio empregado não são encargos sociais, porque quem paga é o empregado, com a empresa fazendo o papel de agente arrecadador. |
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Tela 24 |
| Despesas/Receitas
Financeiras são os gastos realizados pelo uso de capitais
de terceiros ou valores auferidos pela aplicação de excessos
de disponibilidades da empresa. Outras Despesas Operacionais consistem nas perdas com baixas de bens do Ativo Imobilizado vendidos ou desativados por obsolescência, eventuais prejuízos com sinistros ou outras perdas não relacionadas às operações da empresa. |
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Tela 25 |
| Lucro do Exercício
O resultado do exercício é composto pelo total das receitas (ingressos ou recuperação do custo das operações), menos as despesas do exercício. A diferença entre os preços de compra e de venda de mercadorias é o que se chama lucro bruto, ao qual são acrescidas outras receitas (operacionais e não operacionais) e deduzidas as despesas do exercício para se chegar ao lucro ou prejuízo líquido. Após a transferência dos saldos das contas de despesas e receitas para a conta de “apuração do resultado do exercício”, obtém-se o valor do lucro ou prejuízo, pelo saldo desta conta de apuração. Com isso, todas as contas de receitas e despesas são encerradas quando seus saldos são transferidos para a conta Resultado do Exercício. O resultado obtido é detalhado por meio da Demonstração do Resultado do Exercício. Em seguida, o saldo final da conta resultado do exercício será transferido para uma conta do Patrimônio Líquido. No caso de lucro, o valor não distribuído será transferido para as contas de Reservas de Lucros. No caso de prejuízo, o valor será transferido para Prejuízos Acumulados. |
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Tela 26 |
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Resumo O Plano de Contas deve ser acompanhado de Manual de Contas, contendo o conjunto de informações que detalham as funções e o uso de cada uma das contas do referido Plano. As Contas dividem-se em Patrimoniais e de Resultado. As Patrimoniais ou Integrais representam o ativo, o passivo e o patrimônio líquido. O ativo compreende os bens e direitos e direitos da entidade, dispostos em ordem decrescente de grau de liquidez ou realização. No ativo circulante devem ser incluídos os bens e direitos já convertidos em dinheiro ou os bens que serão vendidos dentro do próximo exercício e os valores que têm vencimento e serão recebidos, também, dentro dos próximos 365 dias. O ativo circulante engloba as Disponibilidades, os Direitos Realizáveis a Curto Prazo, os Outros Créditos, os Estoques e as Despesas Antecipadas. Os ativos que serão realizados ou recebidos após 365 dias da data do Balanço são classificados como ativo não circulante. Nele se incluem os Direitos Realizáveis a Longo Prazo. O ativo circulante e os direitos realizáveis a longo prazo são conceitualmente formados de elementos patrimoniais da mesma natureza. O que difere é o vencimento ou a data de sua realização. Assim, os elementos do ativo circulante têm um grau de liquidez maior do que os elementos do ativo realizável a longo prazo. Mas todos eles trazem dentro de si a idéia de que serão realizados, ou seja, num momento ou noutro serão transformados em dinheiro. Mas o ativo não
circulante, possui, além dos direitos realizáveis a
longo prazo, outros grupos que representam direitos e bens adquiridos
sem a intenção de vendê-los ou realizá-los:
investimentos, imobilizado e intangível. Ainda
encontramos em algumas demonstrações contábeis saldos
remanescentes do diferido, que foi extinto em 2009, por alteração
na legislação societária. As dívidas que têm vencimento e serão pagas dentro do próximo ano são classificadas no passivo circulante. São consideradas como passivo não circulante as dívidas com vencimento e que serão pagas após 365 dias da data do Balanço. Nesse PASSIVO se incluem os Financiamentos a Pagar e os Títulos a Pagar. Patrimônio líquido são recursos dos sócios aplicados na empresa como Capital Social, mais o resultado das operações. Compreende, portanto, o Capital Social, as Reservas de Capital, Reservas de Lucros, Ajustes Patrimoniais e Prejuízos Acumulados, que são resultados acumulados decorrentes das atividades da empresa em períodos anteriores. As Contas de Resultado ou Diferenciais registram as variações patrimoniais e englobam as receitas e as despesas, servindo também para determinar o resultado do exercício. Entendem-se por receita a entrada de elementos para o ativo, sob a forma de dinheiro ou direitos a receber, correspondentes, normalmente, à venda de mercadorias, de produtos ou à prestação de serviços. Uma receita também pode derivar de juros sobre depósitos bancários ou títulos e de outros ganhos eventuais. Despesa representa a utilização ou o consumo de bens e serviços no processo de produzir receitas. As despesas abrangem os Custos das Vendas, as Despesas administrativas, financeiras e outras despesas operacionais.. As Contas de Resultado apresentam, ainda, a conta Resultado do Exercício, composta pelo total das receitas, menos as despesas do exercício. A diferença entre os preços de compra e de venda de mercadorias é o que se chama lucro bruto. Após a transferência dessa conta para a conta resultado do exercício, transferem-se para ela os saldos das contas de despesas e receitas, para apuração do resultado líquido do exercício, que pode ser lucro ou prejuízo. O saldo final da conta resultado do exercício será transferido para a conta do Patrimônio Líquido. No caso de lucro, o valor não distribuído será transferido para as contas de Reservas de Lucros. No caso de prejuízo, o valor será transferido para Prejuízos Acumulados. |
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| Unidade 2 | Módulo 4 | Tela 27 |
| 1
- O que é Escrituração
Segundo Silvio
Crepaldi, "entende-se por escrituração a técnica
pela qual as ocorrências com efeitos no patrimônio são
registradas". Portanto, a escrituração viabiliza a
parte prática da Contabilidade, mediante a qual se realiza a execução
do registro dos fenômenos patrimoniais.
Hilário Franco apresenta conceituação mais sofisticada: "escrituração é o registro dos fatos contábeis, segundo os princípios e normas técnico-contábeis, tendo em vista demonstrar a situação econômico-patrimonial da entidade e os resultados econômicos por ela obtidos em um exercício". O autor entende que as mutações do patrimônio precisam ser acompanhadas por um sistema lógico de registro dos fatos contábeis. |
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Tela 28 |
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A escrituração deve propiciar a comunicação da "realidade econômica" aos usuários. Entretanto, algumas regras devem ser seguidas para que as informações possam ser aproveitadas com maior utilidade pelos interessados; dentre elas, a de que a escrituração deve ser feita obedecendo à legislação em vigor e observando métodos ou critérios contábeis uniformes no tempo. Sobre a escrituração,
determina a Lei
n° 6.404/76, Art. 177 (Lei das S.A.) |
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Tela 29 |
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Toda ação, que determine uma variação no patrimônio, deve ser representada por um documento. Os documentos, denominados comprovantes, caracterizam as transações e precisam ser idôneos para que o fato possa ser registrado. Por isso, preliminarmente, os documentos são submetidos à conferência e, a seguir, à classificação. A seguir, os documentos hábeis que retratam a realidade das operações praticadas são encaminhados para serem escriturados pela Contabilidade. |
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Tela 30 |
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A entidade
é obrigada a manter em boa ordem a documentação contábil.
Diversos sistemas contábeis podem ser utilizados na escrituração dos fatos administrativos, que exige a adoção de um método de escrituração. |
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Tela 31 |
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A Contabilidade
pode utilizar os seguintes sistemas: manual, mecanizado ou eletrônico.
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Tela 32 |
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O contador deve optar por um dos sistemas levando em conta o tamanho da entidade, a quantidade média de lançamentos efetuados e os elementos patrimoniais a serem controlados. A decisão pelo sistema adequado deverá ser condicionada, ainda, pela necessidade de rapidez em confronto com o custo da informação contábil. O Regulamento do Imposto de Renda, Decreto nº 1.041/94, admite o sistema eletrônico, no art. 201: "Os livros comerciais e fiscais poderão ser escriturados por sistema de processamento eletrônico de dados, em formulários contínuos, cujas folhas deverão ser numeradas tipograficamente". Na atualidade, a opção pelo uso da informática apresenta como vantagem a diminuição da margem de erro no processo contábil. Além disso, o custo de equipamentos e software utilizado, que dificultava a adoção de sistemas computadorizados pelas microempresas, tem sido equacionado pela crescente informatização da Contabilidade. |
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Tela 33 |
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2 - Método de escrituração É o conjunto de normas que devem ser observadas para o registro sistemático dos fatos contábeis. No passado,
foi utilizado o Método das Partidas Simples. Nele, quando se fazia
um pagamento, lançava-se apenas na conta "caixa", sem
contrapartida em uma conta de despesa.
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Tela 34 |
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O método das partidas dobradas tem como princípio fundamental que "para todo débito existe um crédito de igual valor e vice-versa ". Donde se conclui que não existe débito (D) sem crédito (C). O método pressupõe que, no registro dos fatos administrativos, a cada débito de determinado montante, corresponderá um crédito de igual valor, em uma ou mais contas. Em conseqüência, no método das partidas dobradas, o registro de um fato administrativo exige a movimentação de, no mínimo, duas contas, ou seja, o dinheiro sai de um lugar (origem) e vai para outro (aplicação). Por esta razão, o somatório dos valores creditados, em todas as contas, a qualquer época, será sempre igual ao dos valores debitados. O lançamento em duplicidade, um débito e um crédito, sempre de mesmo valor, dá uma garantia relativa de que estes foram efetuados corretamente. Assim, na compra de um apartamento a vista por R$ 100.000,00, o Método das Partidas Dobradas ensina que duas alterações devem ser registradas: |
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Tela 35 |
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Em linguagem contábil, diz-se:
O lançamento do exemplo anterior, na moderna Contabilidade, precedido de registro sobre a origem dos recursos, provenientes de vendas a vista de mercadorias, e seguido de depósito de parte do saldo no Banco do Brasil, é apresentado a seguir:
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Tela 36 |
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A escrituração apresenta duas funções: histórica e monetária. A função
histórica compreende o registro dos fatos, na ordem cronológica
de ocorrência, relatando a história do patrimônio.
Exemplo:
Função monetária da escrituração - Ao registrar os fatos administrativos pelos valores respectivos, a escrituração fornece uma visão estática do patrimônio, na qual são identificados os saldos numéricos registrados em cada conta. Assim sendo, a função monetária compreende os valores reunidos em grupos de fenômenos patrimoniais, tecnicamente dispostos, mostrando as variações monetárias que afetaram o patrimônio. |
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Tela 37 |
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Todos
os lançamentos são escriturados no livro Diário,
em ordem cronológica, e transcritos para os demais livros.
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Tela 38 |
| 3 - Fórmulas
de Escrituração
Chamam-se de fórmulas de escrituração as diversas maneiras de utilizar-se o lançamento, de acordo com os fatos ocorridos e para registro dos mesmos. As fórmulas são de quatro tipos. 1ª Fórmula - Utilizada quando existe um débito e um crédito. A primeira fórmula é usada para os lançamentos simples, em que se usa uma conta devedora em contrapartida com uma conta credora. Para armar-se
um lançamento de primeira fórmula, utilizam-se os elementos
citados, colocando-se antes da conta credora a letra "a", indicando
com isso que a conta devedora deve à conta credora. 2ª
Fórmula - Utilizada quando existe um débito,
para mais de um crédito. 3ª
Fórmula - Utilizada quando existem mais de um débito
e um só crédito. 4ª
Formula - Utilizada quando existe mais de um débito
e mais de um crédito. É uma fórmula que não
é usada na prática, pois, como pode ser visto a seguir,
nada mais representa do que vários lançamentos de primeira
fórmula. |
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Tela 39 |
| O lançamento
de primeira fórmula é um lançamento simples. Os lançamentos
de segunda, terceira e quarta fórmula são chamados de lançamentos
complexos. Eles servem para agrupar diversos lançamentos de primeira
fórmula.
A legislação não permite que empresas de grande movimento façam registros contábeis usando a quarta fórmula para registrar todo o movimento. Somente as empresas de pequeno movimento poderão utilizar tal expediente para registrar seus fatos administrativos. Neste caso, utilizam-se as chamadas Partidas Mensais de Diário. |
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Tela 40 |
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Uma das maiores dificuldades encontradas na mecânica dos lançamentos é saber qual a conta a ser debitada e qual a conta a ser creditada. Para facilitar o entendimento dos registros contábeis, tem-se a seguinte regra:
Veja algumas dicas para efetuar os Lançamentos: |
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Tela 41 |
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4 - Erros, Enganos e Impropriedades que Podem Ocorrer A legislação em vigor diz que os livros contábeis não podem apresentar emendas, rasuras ou borrões. Os erros, enganos e impropriedades que podem ocorrer no lançamento são de várias espécies. |
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Tela 42 |
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No caso de ocorrer rasuras, borrão ou emenda nas entrelinhas, a solução mais adequada será fazer uma ressalva, na própria escrituração. Essa ressalva terá que ser assinada por contabilista legalmente habilitado.
Se, no processo de escrituração, for deixada uma linha em branco, por engano, o contabilista deverá inutilizá-la mediante um traço horizontal e quando houver salto de página, esta deve ser preenchida com traços diagonais. Em ambos os casos, o contabilista deverá assinar ao lado para caracterizar a ressalva. |
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Tela 43 |
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5 - Correção de Erros O erro de redação verificado no histórico pode ser descoberto antes do encerramento ou depois de encerrado o lançamento.
Correção
concomitante - O erro de redação, quando for encontrado
antes do encerramento do lançamento, pode ser corrigido mediante
a utilização de uma ressalva. Ressalvar, neste caso, é
usar termos apropriados que permitam a correção do erro
cometido, sem fazer uso de borrões ou rasuras, sendo as mais adotadas:
"digo", "em tempo", "ou melhor", "aliás",
"isto é" etc. Correção Posterior - Ao se descobrir o erro depois de encerrado o lançamento, não resta outra solução senão a de estornar o lançamento e fazer-se novo sem erro. |
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Tela 44 |
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6 - Lançamento de correção Como já foi dito, os livros contábeis não podem conter rasuras, emendas e/ou borrões. Para se evitar que isso aconteça, os erros de lançamento devem ser corrigidos por meio de outros lançamentos. Existem dois tipos de correção: estorno e lançamento complementar. O Estorno anula o lançamento errado por meio de um lançamento inverso e depois faz-se a retificação pelo lançamento correto. Por exemplo: A utilização da Conta T auxilia na compreensão do estorno:
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Tela 45 |
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O Lançamento Complementar ocorre quando é cometido um erro de algarismo e consiste em fazer-se um lançamento acertando para mais ou para menos. Exemplo: |
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Tela 46 |
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As
Contas T, referentes ao lançamento errado e ao lançamento
complementar, encontram-se a seguir:
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Tela 47 |
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Lançamento
errado a maior
Lançamento
complementar
As Contas T, referentes ao lançamento errado e ao lançamento complementar, encontram-se a seguir:
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Tela 48 |
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Quando na época oportuna, o contabilista deixa de efetuar o registro de um fato e, passado algum tempo, ele descobre a omissão, basta efetuar o registro do fato no dia em que se descobriu a omissão, mencionando no histórico o motivo e a data correta do evento. Quando a omissão implicar falta de recolhimento de impostos, a entidade deverá providenciar os respectivos recolhimentos, espontaneamente, acrescidos dos encargos correspondentes. A escrituração
tem a função de relatar o passado da entidade; portanto,
o poder de informação sobre o que acontecerá no futuro,
que é um dos pontos mais importantes a se esperar da contabilidade,
não pode ser obtido pela escrituração. |
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Tela 49 |
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Resumo Escrituração é o registro dos fatos contábeis, segundo os princípios e normas técnico-contábeis, tendo em vista demonstrar a situação econômico-patrimonial da entidade e os resultados econômicos por ela obtidos em um exercício. Ela deve permitir a comunicação da realidade econômica aos usuários. O registro contábil dos fatos administrativos é feito com base em documentos que caracterizam as transações ou operações e que precisam ser idôneos. A Contabilidade pode utilizar os seguintes sistemas: manual, mecanizado ou eletrônico. O sistema manual é adotado em pequenas empresas, que não necessitam freqüentemente de informações para a tomada de decisões. O sistema mecanizado consiste no uso de máquinas de mecanografia específicas para a Contabilidade. E o sistema eletrônico utiliza computadores. A decisão pelo sistema adequado deverá ser condicionada pela necessidade de rapidez em confronto com o custo da informação contábil. Na atualidade, a opção pelo sistema eletrônico apresenta como vantagem a diminuição da margem de erro no processo contábil, além de proporcionar emissão de relatórios e tomadas de decisão mais rápidas. Método de escrituração é o conjunto de normas que devem ser observadas para o registro sistemático dos fatos contábeis. O Método das Partidas Dobradas é adotado mundialmente, tendo como princípio fundamental que para todo débito existe um crédito de igual valor e vice-versa. A escrituração apresenta duas funções: histórica e monetária. A função histórica compreende o registro dos fatos, na ordem cronológica de ocorrência, relatando a história do patrimônio. E a função monetária compreende os valores reunidos em grupos de fenômenos patrimoniais, tecnicamente dispostos, mostrando as variações monetárias que afetaram o patrimônio. Lançamento é todo registro de um fato administrativo. A escrituração é feita por meio de lançamentos. Chamam-se de fórmulas de escrituração as diversas maneiras de utilizar-se o lançamento, de acordo com os fatos ocorridos e para registro dos mesmos. As fórmulas são de quatro tipos. A primeira é utilizada quando existe um débito e um crédito; a segunda quando existe um débito para mais de um crédito; a terceira fórmula, quando existem mais de um débito e um só crédito: e a quarta, quando existe mais de um débito e mais de um crédito. A legislação em vigor diz que os livros contábeis não podem apresentar borrões, emendas ou rasuras. Quando o erro de redação for encontrado antes do encerramento do lançamento pode ser corrigido mediante a utilização de uma ressalva. Ao se descobrir o erro depois de encerrado o lançamento, a solução é estorná-lo e fazer-se novo sem erro. Existem dois tipos de correção de lançamento: estorno e lançamento complementar. O Estorno anula o lançamento errado por meio de um lançamento inverso e depois se faz a retificação por meio do lançamento correto. E o lançamento complementar ocorre quando é cometido um erro de algarismo, consistindo em fazer-se um lançamento acertando para mais ou para menos. O poder de informação sobre o que acontecerá no futuro, que é um dos pontos mais importantes a esperar da Contabilidade, não pode ser obtido pela escrituração. |
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| Unidade 2 | Módulo 5 | Tela 50 |
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1 - Escrituração Contábil
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Tela 51 |
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| 2- Diário O Diário
é um livro no qual são registradas todas as transações
de uma entidade, que possam ser expressas em termos monetários,
em ordem cronológica e com a observância de certas regras.
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Tela 52 |
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Vejamos
então um exemplo de lançamento contábil e sua escrituração
do Diário:
Observe a escrituração no Diário e veja uma das formas utilizadas para informar qual é a conta debitada e qual a creditada: Dois detalhes podem ser observados: a conta devedora é colocada antes da conta credora e a conta credora, por convenção, é precedida da partícula “a”. |
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Tela 53 |
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Vejamos
um exemplo completo:
Diário
nº 1
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| 3
– Razão
A estrutura do Razão
permite rápida visualização do estado de cada componente
patrimonial. No Diário isso não é possível,
pois há uma simples listagem cronológica dos fatos. |
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O Razão é um livro sistemático, isto é, seleciona os lançamentos conforme sua natureza e finalidade. Ele é, na realidade, um auxiliar do livro Diário. A escrituração do Razão deverá ser individualizada obedecendo à ordem cronológica das operações. Neste livro destina-se uma página a cada conta, divididas em dois campos, uma para o débito e outra para o crédito. Os lançamentos são transcritos do Diário e servem para controlar os movimentos de débito e crédito de todas as contas. A exatidão aritmética do Razão é verificada pelo Balancete de Verificação. Vejamos um modelo de Razão bastante sintético e prático a seguir.
O “CP” significa contrapartida, isto é: o código numérico da conta que recebeu a outra parte do lançamento (débito ou crédito). Na coluna “D/C” devemos indicar a natureza da conta: “D” de devedora e “C” de credora. Vejamos as transações utilizadas como exemplo quando estudamos o Livro Diário, e os respectivos lançamentos no Razão:
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O Razão em "T" (RAZONETE) - Para facilitar os lançamentos do livro Razão, principalmente no sentido didático, é usada uma forma de simplificá-lo, utilizando o Razonete, que conserva apenas as colunas de débito e de crédito do Razão, conforme se destaca, a seguir:
Observa-se que a parte destacada forma a letra "T" maiúscula. Em cima da transversal virá o nome da conta e o saldo será colocado, após um traço, no lado adequado. Se devedor, na coluna da esquerda (dos débitos); se credor, na coluna da direita (dos créditos). |
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Tela 57 |
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Assim como no livro Razão abre-se uma folha para cada conta, na simplificação será aberto um Razonete para cada conta. A seguir, apresenta-se o esquema básico da conta T:
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Tela 58 |
| Vamos
estudar alguns exemplos:
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Tela 59 |
Como verificar
se os saldos estão corretos?
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Tela 60 |
| Resumo
Os
bens e direitos de uma entidade são registrados em contas que especificam
o tipo e o valor de cada ativo. A soma dos valores registrados em cada
conta representa o total do Ativo da entidade. |
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