Unidade 3 Módulo 1
Tela 1
Patrimônio E Capital
1 - Patrimônio e Seus Elementos

O patrimônio forma-se por acumulação de bens. No início da formação do mundo, os indivíduos não possuíam patrimônio, pois, para satisfazer suas necessidades primárias de alimentação e habitação, moravam em cavernas naturais e, quando tinham fome, saiam procurando o que comer. Com o passar do tempo, o homem começou a guardar comida para o dia seguinte e a acumular peles de animais para usá-las quando delas necessitasse. Aos poucos, o homem primitivo começou também a perceber que poderia acumular bens para trocá-los por outros que ele não possuía. Esse conjunto de bens que ele guardava constituía seu patrimônio.



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Patrimônio E Capital

Considera-se, na atualidade, patrimônio como o conjunto de bens, direitos e obrigações de uma entidade, sendo que os bens e direitos são valores positivos e as obrigações representam valores negativos. Veja quadro abaixo:

PATRIMÔNIO
( + )
VALORES POSITIVOS
( - )
VALORES NEGATIVOS

BENS E DIREITOS

OBRIGAÇÕES

O patrimônio abrange, portanto, tudo aquilo que a pessoa tem (bens e direitos) e tudo que a pessoa deve (obrigações).



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Patrimônio E Capital

2 - Bem é qualquer coisa suscetível de avaliação econômica.

É a utilidade que dá ao bem valor econômico, porque ninguém o desejaria se não fosse útil e ele não teria, portanto, valor de troca. Além disso, é preciso que o bem seja apropriável, isto é, que possa ser propriedade de alguém. Se o bem não for apropriável não poderá ser permutado.



Coisa -
é o que existe na natureza, independente da intervenção do homem, como os rios, os mares, a terra, as árvores e o ar. Para satisfazer suas necessidades, o homem utiliza-se das coisas, transformando-as em bens. Por exemplo, o mar transforma-se em bem quando o homem o utiliza para a navegação ou para outras finalidades, como a pesca.



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Patrimônio E Capital
Os bens classificam-se em duas espécies: imóveis e móveis. São bens imóveis aqueles que não possam ser deslocados do seu lugar natural sem dano, aqueles que possam ser incorporados ao solo, tais como: terrenos, prédios e árvores. E são bens móveis os que podem ser objeto de remoção sem dano, por força própria ou alheia, como: animais, dinheiro, equipamentos, máquinas e mercadorias.

Existem outras classificações, como aquela que divide os bens em materiais imateriais, ou corpóreos e incorpóreos, ou tangíveis e intangíveis. Os bens materiais são, por exemplo, os equipamentos, as matérias-primas, os veículos, os prédios e as mercadorias. Como imateriais, temos os créditos (valores a receber de terceiros), marcas, patentes etc.



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Patrimônio E Capital
3 - Direitos são bens que nos pertencem, mas estão sob a posse de terceiros. No sentido contábil, são os créditos a receber de terceiros. Exemplificando: contas a receber por vendas a prazo de mercadorias, dinheiro aplicado em instituições bancárias, renda fixa resultante de aquisição de títulos de crédito, e cheque nominativo ou ao portador referente a serviços prestados.

Observa-se que ao nascer um direito para uma pessoa, surge uma obrigação para outra pessoa, decorrente desse direito.

Obrigações são dívidas ou compromissos para com terceiros, tais como: impostos a recolher, duplicatas a pagar, empréstimos bancários a honrar e contas mensais de serviços adquiridos (energia elétrica e telefone).

Exercício

Observe e identifique as contas de um Balancete de Verificação de uma empresa comercial. Clique na letra que indica o elemento correspondente: (B) para bens, (D) para direitos ou (O) para obrigações.

1. Veículos.

2. Financiamento de longo prazo.

3. Estoques.

4. Fornecedores.

5. Caixa.

6. Clientes.

7. Despesas Antecipadas.

8. Salários a Pagar.

9. Outros Créditos.

10.Provisão para Imposto de Renda.



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4 - Ativo e Passivo

O patrimônio compõe-se de uma parte positiva, denominada ATIVO, e de outra negativa, intitulada PASSIVO. O ATIVO é formado por bens e direitos, enquanto o PASSIVO, por obrigações. Veja o quadro a seguir:

PATRIMÔNIO
( + )
VALORES POSITIVOS
( - )
VALORES NEGATIVOS

BENS E DIREITOS
OBRIGAÇÕES
ATIVO

PASSIVO

O excesso do ATIVO sobre o PASSIVO representa o capital, também chamado de Patrimônio Líquido, parcela que aparece no PASSIVO para completar a igualdade entre o total do ATIVO e o do PASSIVO. Essa igualdade é denominada equação patrimonial, a ser vista no módulo 2 da Unidade 03 (que é o módulo seguinte) .



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Patrimônio E Capital
O ATIVO patrimonial abrange as aplicações de capitais em bens e direitos, variando essa aplicação de acordo com a natureza da entidade; o PASSIVO compreende a origem dos capitais, ou seja, a fonte de onde provêm.

Serão vistos, a seguir, os componentes do ATIVO, ou investimentos patrimoniais, e os do PASSIVO, que são as fontes de financiamento do patrimônio.

Patrimônio como investimento: de acordo com a natureza das entidades e a finalidade dos itens patrimoniais, os bens e direitos que compõem seu ATIVO recebem destinação específica, necessária à consecução de seus objetivos.



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Patrimônio E Capital
Em face da divergência de naturezas e finalidades das entidades, não podemos estabelecer classificação uniforme de componentes patrimoniais, mas podemos criar grupos gerais, comuns a todas elas; entretanto, os bens e direitos têm diversas classificações dentro desses grupos, de acordo com a natureza da entidade, a destinação dos bens e o prazo de realização dos direitos, isto é, de seu recebimento. Um prédio, um veículo ou um imóvel, por exemplo, não têm a mesma destinação em todas as entidades, pois umas os destinam a uso próprio e outras à venda. O mesmo ocorre com certos bens, ou mesmo com créditos da entidade (direitos), que podem existir em algumas e não existir em outras, de acordo com suas finalidades.

Os valores ATIVOS recebem, portanto, classificação de acordo com a natureza e a destinação dos bens em que são investidos os capitais.



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Patrimônio E Capital
Patrimônio como fonte de financiamento: se o ATIVO indica a aplicação dos capitais e o PASSIVO a origem desses capitais, teremos a representação, por meio das contas do PASSIVO, das fontes de financiamento para formação do ATIVO.

Nas entidades com fins lucrativos (empresas), o patrimônio se forma com a dotação de um capital inicial, aplicado por seu titular. Esse capital sofrerá variações, aumentativas e/ou diminutivas, mas será sempre a parcela que pertence aos proprietários e que lhes caberá em caso de liquidação de haveres e conseqüente paralisação das atividades patrimoniais.

A atividade econômica não prescinde, entretanto, da utilização de capitais de terceiros, seja como decorrência do funcionamento da empresa (fornecimento de matérias-primas, mercadorias e outros materiais), seja em forma de financiamentos para seu desenvolvimento (empréstimos de terceiros).

Nessas condições, as fontes de financiamento podem ser divididas em dois grupos: capitais próprios e capitais de terceiros.



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Patrimônio E Capital

Os capitais próprios distinguem-se, de acordo com sua origem, em dois grupos: (1) aqueles que tiveram sua origem fora do patrimônio e que foram fornecidos por seu titular; (2) aqueles que se originaram da própria atividade patrimonial, como lucros e reservas.

Os capitais de terceiros também merecem classificação, de acordo com sua origem, em:

  1. débitos de funcionamento, que são os decorrentes da atividade normal da empresa, como fornecimento de matérias-primas, mercadorias, serviços e materiais diversos;
  2. débitos de financiamento, assumidos para ampliação e desenvolvimento da empresa, tais como os decorrentes de empréstimos bancários, emissões de debêntures e financiamentos obtidos a longo prazo.


Tela 11
Patrimônio E Capital
Em Contabilidade, a palavra Capital é habitualmente utilizada para representar o dinheiro ou bens materiais que os proprietários (titular, sócios ou acionistas) ou terceiros (fornecedores e/ou financiadores) colocam à disposição da entidade para que ela possa iniciar suas atividades. Após determinado período de atividades, essa importância inicial sofre modificações, pois o objetivo das empresas (entidades com fins econômicos) é o aumento de suas riquezas.

Os atos constitutivos da entidade fixam o valor do Capital Social, expresso em moeda nacional. Ele pode ser alterado no decorrer da vida da entidade, mediante integralização de lucros ou reservas ou aportes de novos recursos externos.

A variação aumentativa do Capital aparece em outras contas, como de Reservas ou Lucros, denominando-se Capital Real a soma de todos esses valores, isto é, o Capital Inicial mais as reservas e os lucros decorrentes da atividade econômica. Essa soma chama-se também Patrimônio Líquido, porque é a parte do patrimônio que realmente pertence a seus titulares (proprietários de ações ou quotas de capital).



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Patrimônio E Capital

Todo Capital é Patrimônio Líquido, mas nem todo Patrimônio Líquido é Capital, já que os lucros gerados pelo Capital fazem parte do Patrimônio Líquido, porém não foram valores entregues pelos sócios ou acionistas, tendo sido produzidos pela própria entidade.

Vendidos todos os bens, recebidos os créditos e pagos os débitos, o proprietário do patrimônio estará de posse de uma importância líquida, que é seu Capital. Não se deve confundir, entretanto, Capital com dinheiro, porque esse excesso que pertence ao proprietário pode ser representado por outros bens e/ou direitos.



Tela 13
Patrimônio E Capital
Como explicar a diferença entre Capital e Patrimônio?

A origem dos capitais em qualquer entidade está representada por seu passivo. Daí afirmar-se que o Capital total à disposição de uma entidade é igual a seu passivo.

A soma dos capitais disponíveis é aplicada pela entidade, com vistas à produção de bens e serviços, isto é, com os recursos originários dos proprietários ou de terceiros, a entidade adquire máquinas, equipamentos, mercadorias etc. Isso constitui a aplicação dos capitais e esses elementos compõem o ATIVO.

Por sua vez, o patrimônio é o conjunto dos bens, direitos e obrigações de uma entidade, ou seja, o patrimônio pode ser conceituado como um conjunto de capitais cuja origem é representada pelo PASSIVO e a aplicação pelo ATIVO.



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Patrimônio E Capital
Existem diversos conceitos de Capital, entre os quais foram destacados:

Capital Social corresponde ao valor constante dos atos constitutivos do Capital da entidade. Representa o investimento inicial feito pelos proprietários e faz parte do Patrimônio Líquido. Ele só será alterado quando os proprietários da entidade realizarem investimentos adicionais (aumentos de Capital) ou desinvestimentos (diminuições de capital).

Suponha-se que duas pessoas resolvam constituir uma sociedade comercial e a denominem CERES, participando uma delas com R$ 750.000,00 em dinheiro e a outra com R$ 500.000,00 em mercadorias e R$ 250.000,00 em móveis e utensílios.

Geralmente, esta situação seria assim representada:

Sociedade Comercial Ceres/GO
ATIVO
PASSIVO

Em R$


Caixa........................750.000,00
Mercadorias...............500.000,00
Móveis e utensílios.....250.000,00

TOTAL ATIVO..........1.500.000,00

Em R$


PATRIMÔNIO LÍQUIDO

Capital Social.........1.500.000,00

TOTAL PASSIVO......1.500.000,00



Tela 15
Patrimônio E Capital

Capital Próprio é igual ao Patrimônio Líquido ou Situação Líquida. Constitui a riqueza líquida à disposição dos proprietários. Compreende a soma de Capital Social, Lucros Acumulados e Reservas.

No exemplo anterior, Capital Social confunde-se com Capital Próprio. Entretanto, se a empresa tivesse tido um lucro de R$ 50.000,00, decorrente da venda a vista de 50% do estoque de mercadorias, a representação gráfica de seu patrimônio passaria a ser a seguinte:


Sociedade Comercial Ceres/GO
ATIVO
PASSIVO
Em R$

Caixa......................1.050.000,00
Mercadorias................250.000,00
Móveis e utensílios.....250.000,00

TOTAL ATIVO... .......1.550.000,00






Em R$

PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Capital Social...............1.500.000,00
Reserva de Lucros...............50.000,00

TOTAL PASSIVO............1.550.000,00

è




Observe-se que, após essa operação, o Capital Social continuou sendo de R$ 1.500.000,00, enquanto o Capital Próprio passou a ser de R$ 1.550.000,00.



Tela 16
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Capital de Terceiros representa a aplicação dos recursos provenientes de financiadores (fontes de financiamento) e/ou fornecedores (fontes de funcionamento). É o mesmo que Passivo Exigível.

Suponha-se que a Sociedade Ceres adquira de fornecedores R$ 400.000,00 de mercadorias a prazo, objetivando repor seus estoques.

Seu patrimônio passaria a ter a seguinte configuração:


Sociedade Comercial Ceres/GO
ATIVO
PASSIVO
Em R$


Caixa.....................1.050.000,00
Mercadorias................650.000,00
Móveis e utensílios.....250.000,00


TOTAL ATIVO..........1.950.000,00

Em R$


PASSIVO EXIGÍVEL
Fornecedores..............400.000,00

PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Capital Social....................1.500.000,00
Reserva de Lucros....... .50.000,00

TOTAL PASSIVO.......1.950.000,00

 

O Capital de Terceiros, neste caso, é representado pela expressão monetária do elemento "fornecedores".



Tela 17
Patrimônio E Capital

Capital à Disposição da Entidade - O conceito contábil de Capital abrange todo o conjunto de recursos postos à disposição da entidade, seja pelos proprietários, seja por terceiros. É, portanto, o mesmo que Passivo Total (Exigível + Patrimônio Líquido).

No exemplo da Sociedade Comercial Ceres, após a terceira configuração patrimonial, identifica-se o seguinte:

Capital Social.......................................R$ 1.500.000,00;
Capital Próprio.....................................R$ 1.550.000,00;
Capital à Disposição da Entidade............R$ 1.950.000,00.



Tela 18
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Capital Realizado, a Realizar e Subscrito - Diz-se que o Capital Social só é realizado ou integralizado quando os recursos correspondentes são transferidos do patrimônio dos sócios para o da entidade. Eis porque a Lei nº 6.404/76 exige:
Art. 182. A conta Capital Social discriminará o montante subscrito e, por dedução, a parcela ainda não realizada.

Assim sendo, quando um sócio se compromete formalmente a entregar certa importância, em data futura, para compor o Capital Social da entidade, diz-se que, embora tenha havido uma subscrição, aquela parcela do Capital, correspondente aos recursos não entregues, encontra-se a integralizar ou a realizar.

Pode-se concluir, dessa forma, que o Capital Subscrito pode ou não estar integralizado.

Tome-se ainda, como exemplo, a Sociedade Ceres. Suponha-se que, ao ser formado o Capital Inicial da entidade, um dos sócios possuísse apenas R$ 500.000,00 em dinheiro, assumindo o compromisso de transferir para o patrimônio da Sociedade metade dos R$ 250.000,00 em 30 dias e a outra metade em 60 dias.

Graficamente, a situação representada no item sobre Capital Social teria a seguinte configuração após as modificações previstas neste item:

Sociedade Comercial Ceres/GO
ATIVO
PASSIVO

Em R$
Caixa......................500.000,00
Mercadorias.............500.000,00
Móveis e utensílios...250.000,00

TOTAL DO ATIVO..................1.250.000,00


Em R$
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Capital Social.................1.500.000,00
(-)Capital a Integralizar...(250.000,00)
>TOTAL DO PASSIVO...........1.250.000,0
                                                   à



É o ato jurídico formal pelo qual o sócio, acionista ou titular de empresa individual assume a obrigação de transferir bens e/ou direitos para o patrimônio da entidade à qual está vinculado.



Observe-se que o Capital a Integralizar se constitui em elemento redutor da expressão monetária do Capital Social.



Tela 19
Patrimônio E Capital

Capital Autorizado: toda mudança na constituição do Capital Social só pode ser feita por meio de uma alteração do Estatuto, Contrato ou Registro da Empresa na Junta Comercial ou no Cartório de Registro Civil das Pessoas Jurídicas, conforme o caso.

Para reduzir esse transtorno, a Lei nº 6.404/76, que dispõe sobre as Sociedades por Ações, instituiu a figura jurídica denominada Capital Autorizado. Isso significa que, nas Sociedades Anônimas, a Assembléia Geral dos Acionistas pode delegar ao Conselho de Administração (órgão executivo das Sociedades Anônimas) a faculdade de elevar o Capital Social até determinado limite autorizado.

Suponha-se que em uma Sociedade Anônima de Capital Autorizado a Assembléia Geral tenha deliberado:

  • elevar o Capital Social de R$ 150.000,00 para R$ 450.000,00;
  • integralizar 50% do aumento de Capital no ato da subscrição e os restantes 50% em três parcelas de R$ 50.000,00, a serem realizadas em 30, 60 e 90 dias;
  • autorizar o Conselho de Administração a elevar o Capital Social até o limite de R$ 1.000.000,00, quando este julgar necessário à expansão das atividades da empresa.

Assim sendo, na data da subscrição do aumento de Capital, identificam-se os seguintes tipos de Capital e seus respectivos valores:


  • Capital Social.............................R$ 450.000,00;
  • Capital Subscrito........................R$ 450.000,00;
  • Capital Integralizado...................R$ 300.000,00;
  • Capital a Integralizar...................R$ 150.000,00;
  • Capital Autorizado.......................R$ 1.000.000,00.

Observa-se, portanto, que o Capital Autorizado foi criado, pela Lei nº 6.404/76, como um instrumento de flexibilidade para as Sociedades Anônimas poderem elevar seu Capital Social com menos burocracia.



Tela 20
Patrimônio E Capital
5 - Universalidade do Patrimônio: Qualquer pessoa é titular de um patrimônio. Qualquer cidadão possui bens, direitos e obrigações; o que varia é o valor do patrimônio de uma para outra pessoa. Da mesma forma com relação as empresas.

Toda empresa tem um patrimônio, variando apenas o tamanho do mesmo, numa escala que pode ir do patrimônio da microempresa até o patrimônio de uma grande multinacional.



Tela 21
Patrimônio E Capital

6 - Aspectos Estáticos e Dinâmicos do Patrimônio

Observando-se um patrimônio em determinado momento, por exemplo, na ocasião do levantamento do Balanço Patrimonial, está-se frente ao seu aspecto estático.

Entretanto, o patrimônio está em constante mudança e ela, que tanto pode ser quantitativa como qualitativa, isto é, pode alterar seus componentes ou seus valores, fazem do patrimônio um conjunto de elementos dinâmicos que evoluem constante e rapidamente. As mutações ocorrem sempre que a entidade efetua qualquer tipo de transação - pagamentos, recebimentos, compras, vendas, empréstimos ou outra similar.



Tela 22
Patrimônio E Capital

A seguir, como exemplo do dinamismo patrimonial, serão apresentados três fatos administrativos, ocorridos em determinada empresa. Observe que a igualdade entre o ATIVO e o PASSIVO sempre se mantém.

1° fato

2° fato

3° fato



No início da atividade da empresa, ocorreu uma entrega de dinheiro pelos sócios, de R$ 5.000,00. Essa importância constitui uma obrigação para com os sócios, registrada no PASSIVO sob a denominação de "capital" e sua aplicação acarretou o surgimento de um bem, registrada no ATIVO com o título de "caixa". A representação contábil deste patrimônio foi:

Ativo
Passivo
Caixa...........R$ 5.000,00
Capital Social..............R$ 5.000,00





Posteriormente, a empresa comprou um micro Novadata por R$ 1.800,00, a vista. A variação ocorreu por uma redução da conta "caixa", sendo os recursos aplicados na aquisição de um bem que foi registrado sob a denominação de "móveis e utensílios". A nova composição do patrimônio passou a ser:

Ativo
Passivo
Caixa......................R$ 3.200,00
Móveis e utensílios....R$ 1.800,00
TOTAL.....................R$ 5.000,00
Capital......................R$ 5.000,00

TOTAL......................R$ 5.000,00





A seguir, foi realizada uma aquisição de mercadorias, por R$ 3.000,00, a prazo. Surgiu, simultaneamente, um bem (mercadoria) e uma obrigação (fornecedores), que foi representada assim:

Ativo
Passivo
Caixa......................R$ 3.200,00
Móveis e utensílios....R$ 1.800,00
Mercadorias.............R$ 3.000,00
TOTAL....................R$ 8.000,00

Fornecedores............R$ 3.000,00
Capital.....................R$ 5.000,00

TOTAL.....................R$ 8.000,00





Tela 23
Patrimônio E Capital

Resumo

Considera-se, na atualidade, patrimônio como o conjunto de bens, direitos e obrigações de uma entidade, sendo que os bens e direitos são valores positivos e as obrigações representam valores negativos.

O patrimônio compõe-se de uma parte positiva, denominada ativo, e de outra negativa, intitulada passivo. O excesso do ativo sobre o passivo exigível representa o capital próprio, também chamado de Patrimônio Líquido. Esta parcela aparece no passivo para completar a igualdade entre o total do ativo e o do passivo. Essa igualdade é denominada equação patrimonial.

O Capital social representa o dinheiro ou bens materiais que os sócios ou terceiros colocam à disposição da entidade para que ela possa iniciar suas atividades e o Patrimônio Líquido é formado inicialmente pelo capital, recebendo posteriormente outras parcelas como lucros e reservas. O Patrimônio Líquido não se confunde com o patrimônio da entidade porque este pode ser conceituado como um conjunto bens e direitos colocados à disposição da empresa, oriundos de capitais próprios ou de terceiros.

Alguns conceitos de Capital merecem destaque: O Capital Social ou Nominal representa o investimento inicial feito pelos proprietários da entidade e faz parte do Patrimônio Líquido; o Capital Próprio constitui a riqueza líquida à disposição dos proprietários e compreende a soma do Capital Social com os Lucros Acumulados e as Reservas; o Capital de Terceiros representa as obrigações da entidade, indicando as fontes de recursos utilizados para financiar as operações da empresa.

O Capital Subscrito pode estar integralizado ou a integralizar. É chamado de Capital Realizado ou Integralizado quando os recursos correspondentes são transferidos do patrimônio dos sócios para o da entidade.

O patrimônio é dinâmico, ocorrendo as mutações sempre que a entidade efetua qualquer tipo de transação, mas o Balanço é uma demonstração estática porque apresenta o Patrimônio em um determinado momento.



Unidade 3 Módulo 2
Tela 24
Equações Patrimoniais e Patrimônio Líquido
1 - Patrimônio como fundo de valores

A contabilidade estuda os componentes patrimoniais em seus aspectos qualitativos e quantitativos. No aspecto qualitativo, eles são classificados de acordo com a natureza e a destinação de cada um dos bens, direitos ou obrigações que formam esse patrimônio e são representados por contas, como: Caixa, Mercadorias e Contas a Pagar.

Analisados do ângulo quantitativo, esses elementos são considerados sob um aspecto homogêneo, que é o da tradução monetária de seus valores. Sob esse aspecto, o patrimônio representa um fundo de valores, exibindo, de um lado, os valores positivos (bens e direitos) e, de outro, os negativos (obrigações). A diferença entre os valores positivos e negativos é chamada de situação líquida ou Patrimônio Líquido.



Tela 25
Equações Patrimoniais e Patrimônio Líquido

Já foi dito que o passivo é formado pelas obrigações da entidade. Porém, na exemplificação das obrigações, foram citadas apenas as obrigações da entidade para com terceiros. Não se falou das obrigações para com os sócios. Entretanto, o dinheiro que os sócios entregam à entidade, para a integralização do Capital, é uma obrigação da entidade para com eles, denominada de situação líquida ou Patrimônio Líquido. Ela se modifica com as alterações de Capital e pela apuração de lucros ou prejuízos. É claro que os prejuízos poderão tornar a situação líquida negativa. Nessas condições, os sócios passarão a ter obrigações para com a entidade e não o inverso.

Tendo em vista esse novo componente, a equação fundamental do patrimônio é a seguinte:

Donde se conclui que Patrimônio Bruto é o que a entidade tem, independentemente de suas dívidas, daí a igualdade:



Tela 26
Equações Patrimoniais e Patrimônio Líquido

Tudo gira em torno da equação patrimonial, que deu origem ao moderno conceito de Contabilidade. Para melhor compreensão da importância dessa equação, será apresentado um exemplo:

Patrimônio de Rogério
Em bens



= 1 casa no valor de R$ 2.000.000,00 e 1 carro avaliado em R$ 30.000,00, no total de R$ 2.030.000,00
Em direitos




= saldo bancário de R$ 50.000,00 e R$ 10.000,00 de contas a receber por vendas a prazo de mercadorias, totalizando R$ 60.000,00
Em obrigações





= deve R$ 1.000.000,00 à Caixa Econômica Federal do financiamento da casa, R$ 15.000,00 ao Banco General Motors referente ao financiamento do carro e R$ 60.000,00 a fornecedores, no total de R$ 1.075.000,00

Os dados sobre o patrimônio de Rogério permitem o cálculo do valor do seu Patrimônio Líquido, utilizando-se a equação patrimonial:

Patrimônio líquido (PL)
= Bens
+ Direitos
- Obrigações
PL
= R$ 2.030.000,00

+ R$ 60.000,00

- R$ 1.075.000,00

PL
= R$ 1.015.000,00


Tela 27
Equações Patrimoniais e Patrimônio Líquido

Isso significa que, embora ele tenha bens no valor de R$ 2.030.000,00 e direitos no total de R$ 60.000,00, o fato de ter dívidas (obrigações) no montante de R$ 1.075.000,00 faz com que sua riqueza efetiva (Patrimônio Líquido) seja reduzida para R$ 1.015.000,00.

Em outras palavras, se ele resolvesse transformar em dinheiro tudo o que tem e pagar tudo o que deve, ficaria com um saldo de R$ 1.015.000,00. Daí a importância do Patrimônio Líquido como medidor de riqueza.



Tela 28
Equações Patrimoniais e Patrimônio Líquido

2 - Avaliação da Situação Patrimonial

O Administrador deve compreender as demonstrações contábeis e os elementos patrimoniais, sob pena de tomar decisões equivocadas por desconhecer a situação da sua própria empresa ou mesmo de um cliente ou fornecedor.

Uma empresa pode possuir muitos bens, mas apresentar um Passivo Exigível muito elevado que comprometa suas operações.

O que significa isso?

Imagine que uma empresa comercial tenha iniciado suas operações com um Capital Social de R$ 100.000,00. Atualmente apresenta um ativo de R$ 200.000,00 e obrigações (empréstimos, fornecedores, salários a pagar e obrigações tributárias) no valor de R$ 150.000,00. Se calcularmos o Patrimônio Líquido da empresa veremos que ele reduziu de R$ 100.000,00 para R$ 50.000,00, certo?
Com isso, podemos ver que o aumento do ativo (bens e direitos) não representa, por si só, uma situação favorável. É necessário avaliarmos o que acontece com o patrimônio líquido.



Tela 29
Equações Patrimoniais e Patrimônio Líquido

O registro dos fatos administrativos, além de possibilitar a quantificação dos elementos patrimoniais quando se coloca a expressão monetária dos bens, direitos e obrigações, também permite identificar no Patrimônio Líquido o crescimento ou decréscimo da riqueza efetiva da entidade.

Suponhamos uma empresa constituída com um Capital Inicial em dinheiro, no montante de R$ 22.000,00, disponibilizado por duas pessoas. A representação contábil desse fato foi a seguinte:

Ativo
Passivo
(0) Caixa



R$ 22.000,00



Patrimônio Líquido

Capital Social


R$ 22.000,00 (0)
Total do Ativo

R$ 22.000,00

Total do Passivo

R$ 22.000,00

No primeiro mês de funcionamento, ocorreram as seguintes transações:

(1) aquisição de móveis e utensílios, no valor de R$ 3.000,00, provenientes de recursos adicionais, tendo sido necessário um aumento de Capital em igual valor;

(2) depósito de R$ 1.500,00 no Banco Regional de Brasília, utilizando-se recursos do Caixa;

(3) compra de um carro à vista por R$ 12.000,00, usando-se recursos do Caixa;

(4) aquisição de mercadorias no valor de R$ 4.000,00, sendo 50% à vista, utilizando-se recursos do Caixa e 50% a ser pago aos fornecedores em 45 dias;

(5) venda no montante de R$ 1.000,00 de mercadorias a vista, com lucro de R$ 200,00.



Tela 30
Equações Patrimoniais e Patrimônio Líquido

A representação contábil do mês é a seguinte:

Ativo
Passivo
(0,2,3,4,5) Caixa

(2) Banco
(1) Móveis e utensílios
(3) Veículo
(4 e 5) Mercadorias em estoque
R$7.700,00

R$ 1.500,00
R$ 3.000,00
R$ 12.000,00

R$ 3.000,00
Fornecedores


PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Capital Social
Lucro
R$2.000,00




R$ 25.000,00
R$ 200,00
(4)




(0 e 1)
(5)
TOTAL DO ATIVO R$ 27.200,00 TOTAL DO PASSIVO R$ 27.200,00  

Assim sendo, para saber qual o crescimento do Patrimônio Líquido basta subtrair do Patrimônio Líquido Final (Capital Inicial + aumento de Capital + Lucro) o valor do Patrimônio Líquido Inicial (somente o Capital Inicial):



Tela 31
Equações Patrimoniais e Patrimônio Líquido

Em valores teríamos o seguinte:

Patrimônio Líquido Final
Patrimônio Líquido Inicial
Crescimento do PL
=
=
=
R$ 25.200,00
R$ 22.000,00
R$ 3.200,00

Entretanto, aumento de capital não é considerado ganho. Para encontrá-lo, basta subtrair do crescimento do Patrimônio Líquido (PL) o valor do aumento de capital. A diferença, se positiva, será lucro, se negativa, será prejuízo. A seguir, apresenta-se o cálculo do Lucro do Período considerado:

Crescimento do PL
( - ) Aumento do Capital
Lucro do Período
=
=
=
R$ 3.200,00
- R$ 3.000,00
R$ 200,00


Tela 32
Equações Patrimoniais e Patrimônio Líquido

O Patrimônio Líquido é considerado uma boa medida de riqueza, permitindo a comparação de entidades diferentes. Assim, na Contabilidade, diz-se que é mais rico aquele que tem mais Patrimônio Líquido, ou é maior que outra a entidade que tem o maior Patrimônio Líquido. Exemplificando:

1º patrimônio: Novo Rico
1 carro importado
saldo bancário
financiamento do carro
=
=
=
R$ 90.000,00
R$ 30.000,00
R$ 70.000,00

Cálculo do Patrimônio Líquido:
PL = R$ 90.000,00 + 30.000,00 - R$ 70.000,00
PL = R$ 50.000,00

2º patrimônio: Classe Média Assumido
1 Corsa
saldo bancário
dívidas com fornecedores
=
=
=
R$ 12.000,00
R$ 60.000,00
R$ 4.000,00

Cálculo do Patrimônio Líquido:
PL = R$ 12.000,00 + R$ 60.000,00 - R$ 4.000,00
PL = R$ 68.000,00

No entendimento da Contabilidade, embora o Novo Rico ostente mais do que o Classe Média Assumido, o fato do Novo Rico ter dívidas elevadas faz com que, neste momento, o Classe Média Assumido seja considerado mais rico porque seu Patrimônio Líquido é maior.

Na etapa atual não é considerado o potencial de geração de receitas. Pode ser que o Novo Rico, a curto prazo, consiga quitar sua dívida, já que sua receita é boa. E pode ocorrer que a receita do Classe Média Assumido não seja tão boa. Isto pode fazer com que as posições se invertam brevemente. Entretanto, qualquer comparação toma como base um determinado momento, uma situação estática, apresentando uma radiografia de uma ocasião específica.



Tela 33
Equações Patrimoniais e Patrimônio Líquido

3 - Situação Patrimonial Líquida

A verdadeira situação patrimonial da entidade só é demonstrada quando do Ativo se deduz o valor do Passivo Exigível. Essa diferença, denominada situação líquida, permite observar três tipos de situações líquidas possíveis: positiva, nula ou negativa. Veja quadro a seguir:


Contas Patrimoniais
Situação Líquida
ATIVO > PASSIVO EXIGÍVEL
> 0
( + ) POSITIVA
ATIVO = PASSIVO EXIGÍVEL
= 0
( 0 ) NULA
ATIVO < PASSIVO EXIGÍVEL
< 0
(- ) NEGATIVA

A Situação Líquida Positiva ocorre quando o Ativo é maior do que o Passivo Exigível, ou seja, quando os Bens e Direitos superam as Obrigações para com terceiros. Nessa situação, em que se evidencia o patrimônio líquido, é que aparece o Capital.

A Situação Líquida Nula acontece quando o Ativo (Bens e Direitos) é igual ao Passivo (Obrigações). Nesse caso, o Capital foi absorvido e todo o patrimônio pertence a terceiros, pois o total dos bens e direitos é igual ao das obrigações.

A Situação Líquida Negativa se verifica quando o Ativo é menor do que o Passivo Exigível, ou seja, quando os Bens e Direitos são menores do que as Obrigações. Esta é uma situação desfavorável ou deficitária porque indica que todo o Capital foi absorvido, havendo ainda um déficit patrimonial, denominado Passivo a Descoberto. Isto significa que uma parcela das Obrigações (Passivo) ficará sem ser paga, mesmo que a entidade venda todo seu Ativo.

Para exemplificar apresentamos três casos de situação líquida passíveis de serem encontrados.



Empresas
Ativo
Passivo
Situação líquida
A
1.000.000,00
700.000,00
300.000,00
Positiva
B
1.000.000,00
1.000.000,00
0
Nula
C
1.000.000,00
1.200.000,00
(200.000,00)
Negativa




Tela 34
Equações Patrimoniais e Patrimônio Líquido
O patrimônio das entidades passa por freqüentes modificações acarretadas por decisões tomadas por seus dirigentes ou por acontecimentos fora do controle da administração, mas que têm reflexos sobre o patrimônio.

Todos os eventos que modifiquem o patrimônio, consentidos ou não pela administração, são chamados de fatos contábeis ou administrativos, e são objeto de registro pela Contabilidade. Quando a administração decide comprar uma máquina, essa decisão terá repercussão sobre o patrimônio. Quando ocorrem incêndios, atos terroristas ou desfalques, esses eventos também terão reflexo sobre o patrimônio, embora independam da administração.


Todos os eventos, consentidos ou não pela administração, que não afetem o patrimônio são chamados de atos administrativos e não são objeto de registro pela Contabilidade. Atender a um telefonema e receber uma visita são exemplos de atos administrativos.

As variações decorrentes dos fatos administrativos dão margem a três tipos de alterações no patrimônio, resultantes de fatos permutativos, modificativos e/ou mistos.



Tela 35
Equações Patrimoniais e Patrimônio Líquido

4 - Fatos Permutativos são aqueles que não alteram o Patrimônio Líquido (PL), ocorrendo apenas trocas entre os elementos do patrimônio, tais como: bens por bens, bens por obrigações, direitos por bens etc. Eles representam modificações entre componentes do Ativo e/ou Passivo, sem que o PL se modifique.
Exemplos:

  • compra de mercadorias a vista - aumenta-se uma conta do ATIVO (Mercadorias de 50 para 120) e diminui-se um valor equivalente em outra conta do ATIVO (Caixa de 100 para 30).
    Representação visual.
  • aquisição de terreno a prazo - aumenta-se uma conta do ATIVO (Terrenos em 500) e uma conta do PASSIVO (Duplicatas a Pagar, também, em 500).
    Representação visual.
  • recebimento de direito - aumenta-se uma conta do ATIVO (Caixa em 100) e diminui-se um valor equivalente em outra conta do ATIVO (Duplicatas a Receber, que são contas a receber por vendas a prazo de mercadorias, em 100).
    Representação visual.
  • pagamento de uma dívida - o PASSIVO é reduzido com a liquidação de um título (Duplicatas a Pagar, em 90) e o ATIVO é diminuído (Caixa, em 90). Representação visual:
    Representação visual.





>



>








Tela 36
Equações Patrimoniais e Patrimônio Líquido

5 - Fatos Modificativos são aqueles que alteram o Patrimônio Líquido. Podem ser aumentativos, quando o patrimônio aumenta com as receitas, e diminutivos, quando diminui com as despesas.

Exemplos:

  • receita de aluguel = fato modificativo aumentativo = aumenta-se uma conta do Ativo (Caixa, em 200) e aumenta-se uma conta do Patrimônio Líquido (Reservas de Lucros, em 200).
    Representação visual.
  • receita de juros = fato modificativo aumentativo = aumenta-se uma conta do ATIVO (Bancos, em 60) e aumenta-se uma conta do Patrimônio Líquido (Reservas de Lucros, em 60).
    Representação visual.
  • despesa de salários = fato modificativo diminutivo = reduz-se uma conta do ATIVO (Caixa, em 120) e reduz-se uma conta do Patrimônio Líquido (Reservas de Lucros, em 120).
    Representação visual.
  • despesa financeira = fato modificativo diminutivo = reduz-se uma conta do ATIVO (Bancos, em 30) e reduz-se uma conta do Patrimônio Líquido (Reservas de Lucros, em 30). Representação visual:
    Representação visual.











Tela 37
Equações Patrimoniais e Patrimônio Líquido

6 - Fatos Mistos são os que provocam alterações no ATIVO, no PASSIVO e no PATRIMÔNIO LÍQUIDO, simultaneamente. Combinam os fatos permutativos e modificativos.

Exemplos:

  • venda de mercadorias com lucro = entrou dinheiro no Caixa (77) e saíram Mercadorias (70), que são modificações no ATIVO e houve uma receita (lucro), que aumentou o PATRIMÔNIO LÍQUIDO (Reserva de Lucros).
    Representação visual.
  • pagamento de duplicata com juros = saiu dinheiro do Caixa (140), conta do ATIVO, diminuíram as obrigações com a redução de Duplicatas a Pagar (135), conta do PASSIVO, e houve uma despesa (juros pagos) que diminuiu o PATRIMÔNIO LÍQUIDO em 5.
    Representação visual.










Tela 38
Equações Patrimoniais e Patrimônio Líquido

O aumento da situação líquida positiva, ou a diminuição da situação líquida negativa, acarreta aumento da riqueza do titular do patrimônio; a diminuição na situação líquida positiva ou o aumento na situação líquida negativa resulta em diminuição da riqueza patrimonial.

O lucro aumenta e o prejuízo diminui o valor do Patrimônio Líquido. O lucro ou o prejuízo, embora modifiquem quantitativamente a situação líquida, podem não representar a mudança de uma situação positiva em negativa ou vice-versa, pois a empresa pode apresentar prejuízo em determinado exercício, mas continuar com a situação líquida positiva, embora diminuída. Para tanto, é necessário que a diminuição seja inferior ao patrimônio líquido existente.



Tela 39
Equações Patrimoniais e Patrimônio Líquido

4 - Equação do Equilíbrio Patrimonial

Já vimos que a equação fundamental do patrimônio é:

Patrimônio líquido = bens + direitos - obrigações

Para encontrar a equação do equilíbrio patrimonial passa-se o Patrimônio Líquido para o lado direito e os valores positivos para o lado esquerdo:

Bens + direitos = obrigações + patrimônio líquido

Simplificadamente, o lado esquerdo da equação é denominado ATIVO o lado direito, PASSIVO.

Ativo = passivo

Assim, o Ativo compreende os elementos patrimoniais positivos, ou seja, os bens e direitos, e o Passivo compreende os elementos patrimoniais negativos (as obrigações) e, ainda, evidencia a riqueza efetiva, isto é, o Patrimônio Líquido. Por aparecer no lado do PASSIVO sem ser um elemento negativo, o Patrimônio Líquido também é conhecido como Passivo Fictício, enquanto as obrigações representam o Passivo real.



Tela 40
Equações Patrimoniais e Patrimônio Líquido

5 - A Representação Estática do Patrimônio

Segundo Lopes de Sá, a "estática patrimonial é o estudo do patrimônio considerado sem movimento em um dado momento na sua estrutura qualitativa e quantitativa, isto é, nos seus elementos e nos seus componentes e valores".

Ao conjunto do Ativo e Passivo denomina-se Balanço Patrimonial. O nome Balanço vem da idéia de equilíbrio entre Ativo e Passivo, como numa balança. No Balanço Patrimonial, o Ativo compreende os bens e direitos, e o Passivo engloba as obrigações e o Patrimônio Líquido (PL).

Ativo (bens + direitos) = passivo (obrigações + pl)

Observe-se que o Balanço reflete a posição do conjunto patrimonial em determinado momento. Ele é um relatório estático. Por isso, o Balanço Patrimonial é a representação estática do patrimônio.

Entretanto, como o Balanço Patrimonial é um relatório que evidencia o patrimônio de uma entidade em determinado instante, isto significa que, em outro momento, um novo fato poderá alterar essa situação. Esse novo fato fará com que se tenha outro Balanço, configurando uma nova realidade.



Tela 41
Equações Patrimoniais e Patrimônio Líquido
Resumo

A Contabilidade estuda os componentes patrimoniais em seus aspectos qualitativos e quantitativos. No aspecto qualitativo, eles são classificados de acordo com a natureza e a destinação de cada um dos bens, direitos ou obrigações que formam esse patrimônio. Analisados do ângulo quantitativo, eles são considerados sob o aspecto da tradução monetária de seus valores, exibindo, de um lado os valores positivos e, de outro, os negativos. A diferença entre os valores positivos e negativos é chamada de situação líquida ou Patrimônio Líquido (PL).

O passivo é formado pelas obrigações da entidade, que podem ser para com terceiros ou para com os sócios. Entretanto, os prejuízos poderão tornar a situação líquida negativa, caso em que os sócios passarão a ter obrigações com a entidade e não o inverso.

O Patrimônio Bruto é o que a entidade tem, independentemente de suas dívidas, correspondendo ao ativo, ou seja, bens mais direitos. O Patrimônio Líquido leva em conta as obrigações, pois é obtido quando deduzimos as obrigações do Patrimônio Bruto. O PL é considerado uma boa medida de riqueza, permitindo identificar qual a real situação econômica de uma entidade e comparar patrimônios de entidades diferentes.

Há três tipos de situações líquidas possíveis: positiva, nula ou negativa. A Situação Líquida Positiva ocorre quando os bens e direitos superam as obrigações para com terceiros. A Situação Líquida Nula acontece quando o total dos bens e direitos é igual ao das obrigações. A Situação Líquida Negativa se verifica quando os bens e direitos são menores do que as obrigações; esta situação indica que todo o Capital foi absorvido, permanecendo ainda um déficit patrimonial denominado Passivo a Descoberto.

Todos os eventos que modifiquem o patrimônio, consentidos ou não pela administração, são chamados de fatos contábeis ou administrativos, e são objeto de registro pela Contabilidade. Todos os eventos que não afetem o patrimônio são chamados de atos administrativos e não são objetos de registro pela Contabilidade.

As variações decorrentes dos fatos administrativos dão margem a três tipos de alterações no patrimônio, resultantes de fatos: permutativos, modificativos e/ou mistos. Fatos permutativos são aqueles que não alteram o Patrimônio Líquido, ocorrendo apenas trocas entre os elementos do patrimônio. Fatos modificativos são aqueles que alteram o Patrimônio Líquido; eles podem ser aumentativos, quando o patrimônio aumenta com as receitas, e diminutivos, quando diminui com as despesas. Fatos mistos são os que provocam alterações no Ativo, no Passivo e no Patrimônio Líquido, simultaneamente.

A equação do equilíbrio patrimonial apresenta o ativo (bens e direitos) no lado esquerdo e o passivo (obrigações) no lado direito. Observe-se que o Balanço reflete a posição do conjunto patrimonial em determinado instante. Por isso, ele é considerado um relatório estático.



Unidade 4 Módulo 1
Tela 42
Encerramento do Exercício e Balancete de Verificação

1 - Contas patrimoniais e contas de resultado

As contas podem ser classificadas em dois grandes grupos: Contas Patrimoniais e Contas de Resultado.

As Contas Patrimoniais representam os elementos patrimoniais do ATIVO e PASSIVO, ou seja, caracterizam bens, direitos, obrigações e patrimônio líquido. Elas são, também, denominadas permanentes, pois sempre existirão enquanto durarem os elementos patrimoniais que representam.

As Contas de Resultado têm a função de registrar informações sobre despesas e receitas; assim sendo, elas não representam nenhum elemento patrimonial do ATIVO e PASSIVO. Elas são chamadas contas transitórias, pois só duram um Exercício Financeiro.

As Contas Patrimoniais fazem parte do Balanço Patrimonial e não são utilizadas para a Demonstração de Resultados, enquanto as Contas de Resultado só são utilizadas para a Demonstração de Resultados e não fazem parte do Balanço Patrimonial. Veja a utilização das Contas na elaboração de Demonstrações Contábeis:




É o período de um ano, em que se faz a apuração do resultado. Ele não precisa coincidir com o ano civil, mas deve ter 12 meses.




Tela 43
Encerramento do Exercício e Balancete de Verificação

O processo com as Contas de Resultado é o seguinte:

  • no primeiro dia do exercício, são abertas com saldo zero;
  • durante o período analisado recebem os dados de forma cumulativa, partindo de zero até chegar ao total do exercício;
  • as contas de despesas só recebem lançamentos a débito e as contas de receitas só recebem lançamentos a crédito;
  • ao final do período analisado, após obtida a informação de Lucro ou Prejuízo do período, as contas são zeradas (encerradas), para que no próximo exercício seu saldo parta de zero.

As contas de apuração são Contas de Resultado em que o saldo final não é definido antecipadamente, podendo ter saldo credor ou devedor. O exemplo clássico é a conta que faz o encerramento das Contas de Resultado, denominada "Lucros e Perdas" ou "Resultado do Exercício". Todas as contas de despesas e receitas são nela lançadas, apurando-se o Lucro (saldo credor) ou Prejuízo (saldo devedor).



Tela 44
Encerramento do Exercício e Balancete de Verificação

À medida que vão acontecendo as diversas operações realizadas pela empresa, elas vão sendo contabilizadas. Assim, durante o Exercício Financeiro, vão ocorrendo variações positivas e negativas nos componentes patrimoniais, provenientes do aumento ou diminuição de valor, não só nas Contas Patrimoniais (bens, direitos e obrigações), como nas Contas de Resultado (receitas e despesas).

A cada Exercício Financeiro a empresa deve apurar o resultado dos seus negócios. A Contabilidade confronta a receita com as despesas para saber se a empresa obteve lucro ou prejuízo. Se a receita foi maior que as despesas a empresa teve lucro. Se ocorreu o contrário, teve prejuízo.



Tela 45
Encerramento do Exercício e Balancete de Verificação

O encerramento das Contas de Resultado ao final do período é necessário porque não se pode misturar despesas e receitas de um período com gastos e ganhos do exercício seguinte, e assim sucessivamente. Dessa forma, depois de apurado o lucro ou prejuízo, é preciso deixar as contas de despesas e receitas com saldo zero, para que, quando se iniciar a contabilização do próximo período, os dados não venham a misturar-se.

O processo de zerar os saldos das contas de despesas e receitas ao final do exercício é denominado encerramento das Contas de Resultado.

Ao final do período, quando se vai fazer a apuração do lucro, faz-se ao mesmo tempo o encerramento das Contas de Resultado e o levantamento do Balanço Patrimonial.

O primeiro passo a executar é a criação da conta de apuração "Lucros e Perdas" ou "Resultado do Exercício", que servirá de resumo de todas as Contas de Resultado (despesas e receitas).

O segundo passo é transferir para essa conta todos os saldos das contas de despesas e receitas, zerando-as. Para tanto, as contas de despesas terão um lançamento a crédito do valor total de seu saldo final, em contrapartida a débito em Lucros e Perdas; enquanto as contas de receitas terão um lançamento a débito de seu saldo final, creditando-se a Lucros e Perdas.

A conta de Lucros e Perdas é uma conta de apuração, ou seja, é uma conta de caráter intermediário e transitório, com a finalidade única de apurar um valor, o lucro ou prejuízo. Por isso, ela é aberta no fim do exercício e encerrada no mesmo dia.



Tela 46
Encerramento do Exercício e Balancete de Verificação

Após apuração do lucro do período, deverão ser verificadas as distribuições e constituições de reservas de lucros. Assim, a conta Lucros e Perdas terá o seu saldo eliminado pelas distribuições de lucros e transferências para as contas de Reservas de Lucros.
No caso de prejuízo, o saldo deverá ser transferido para a conta Prejuízos Acumulados.



Tela 47
Encerramento do Exercício e Balancete de Verificação

2 - Balancete de Verificação

O Razão é o livro contábil por excelência, em que o contabilista apura o saldo das contas e a sua movimentação.

Numa empresa média ou grande, o número de contas a serem controladas é muito grande. Diante disso, sentiu-se a necessidade de um relatório que simplificasse ainda mais o livro Razão. Criou-se o Balancete de Verificação, que é a listagem das contas, contendo os saldos devedores numa coluna e os saldos credores em outra.

O Balancete é essencialmente uma ferramenta de trabalho do contabilista. A palavra verificação vem do fato de que o Balancete serve para comprovar a exatidão dos registros feitos no livro Razão. Por exemplo, se o Balancete acusar soma dos débitos diferente da soma dos créditos, é porque algum lançamento está sem contrapartida, isto é, possui só débito ou crédito escriturado no livro Razão.



Tela 48
Encerramento do Exercício e Balancete de Verificação

Embora o Balancete seja de muita utilidade, não detectará toda a amplitude de erros que possam existir nos lançamentos contábeis. Por exemplo, ele não evidencia o débito ou o crédito na conta errada, uma vez que os totais do Balancete continuarão iguais.

Não se deve confundir Balancete com Balanço. O Balanço Patrimonial é uma peça contábil acabada, pronta para todos os usuários da informação, sejam eles usuários internos ou externos. O Balancete é de utilização do contador e dos usuários internos que conhecem tecnicamente a informação contábil. Eis porque, geralmente, o Balancete é enviado aos diretores das áreas administrativas e financeiras.

A diferença fundamental entre o Balancete e o Balanço é que no Balancete constam as Contas de Resultado (despesas e receitas), que compõem a Demonstração de Resultados do Exercício, enquanto no Balanço Patrimonial tais valores estão sintetizados na conta Lucros ou Prejuízos Acumulados do grupo Patrimônio Líquido.

O Balancete serve como base para a elaboração de relatórios contábeis, como o Balanço Patrimonial e a Demonstração de Resultados do Exercício. Observe.



Tela 49
Encerramento do Exercício e Balancete de Verificação

A periodicidade do levantamento do Balancete fica a critério de cada entidade, mas, em geral, ele é feito mensalmente. O Balancete, além de possibilitar a identificação de erros cometidos na escrituração, permite ao administrador acompanhar os efeitos de sua gestão, orientando-o na tomada de decisões.

O primeiro passo a ser dado para o encerramento do Exercício Financeiro de uma empresa é o levantamento do Primeiro Balancete Final de Verificação (Antes dos Ajustes), na mesma data que representará o saldo de todas as Contas Patrimoniais e de Resultado.
Vejamos um exemplo completo da elaboração de um Balancete de Verificação, iniciando pela identificação das operações da empresa, contabilização e verificação dos saldos por meio do balancete:

1. Constituição da empresa com Capital em dinheiro de R$ 500;
2. Aumento de Capital em bens, sendo R$ 600 em Prédios e R$ 450 em Terrenos;
3. Depósito de R$ 350 em Banco (BEG);
4. Aplicação financeira em cheque no montante de R$ 250;
5. Compra de mercadorias para revenda, no total de R$ 480, sendo R$ 80 com cheque e R$ 400 a prazo;
6. R$ 45 referente a pagamento de despesas de cartório;
7. Rendimento creditado no valor de R$ 25, proveniente de aplicação financeira;
8. Venda de uma mercadoria (adquirida por R$ 150) por R$ 300, sendo R$ 200 recebidos em dinheiro a vista e R$ 100 a prazo, com emissão de promissória;
9. R$ 20 de pagamento de comissão a vendedor em dinheiro;
10. 0.Pagamento parcial de R$ 130 a fornecedor em dinheiro.
Continuando, atribui-se um código numérico a cada conta (para poder-se utilizar a coluna de contrapartida) e passa-se à escrituração do razão das contas envolvidas.



Conta: CAIXA                                          Código: 111
Data
CP
Histórico
Débito
Crédito
Saldo
DC
01
03
06
08
09
10
231
112
321
401
331
222
Entrada de Capital
Depósito bancário
Despesas de cartório
Vendas a vista
Despesas de comissões
Pagamento a fornecedor


500


200


350
45

20
130

500
150
105
305
285
155
D
D
D
D
D
D

Conta: BANCOS                                        Código: 112
Data
CP
Histórico
Débito
Crédito
Saldo
DC

03
04
05

111
113
121
Depósito em dinheiro
Aplicação financeira
Compra de mercadorias

350




250
80

350
100
20
D
D
D

Conta: APLICAÇÕES FINANCEIRAS              Código: 113
Data
CP
Histórico
Débito
Crédito
Saldo
DC
04
07
112
421
Aplicação financeira
Juros creditados
250
25
 
250
275
D
D

Conta: MERCADORIAS EM ESTOQUE            Código: 121
Data
CP
Histórico
Débito
Crédito
Saldo
DC
05
05
08
112
222
301
Compra mercadorias a vista
Compra mercadorias a prazo
Baixa custo de venda
80
400


150
80
480
330
D
D
D

Conta: PROMISSÓRIAS A RECEBER               Código: 122
Data
CP
Histórico
Débito
Crédito
Saldo
DC
08
401
Venda mercadorias a prazo
100
 
100
D

Conta: TERRENOS                                     Código: 151
Data
CP
Histórico
Débito
Crédito
Saldo
DC
02
231
Aumento de Capital
450
 
450
D

Conta: PRÉDIOS                                       Código: 152
Data
CP
Histórico
Débito
Crédito
Saldo
DC
02
231
Aumento de Capital
600
 
600
D

Conta: DESPESAS DE CARTÓRIO                  Código: 321
Data
CP
Histórico
Débito
Crédito
Saldo
DC
06
111
Pagamento em dinheiro
45
 
45
D

Conta: DESPESAS DE COMISSÕES                Código: 331
Data
CP
Histórico
Débito
Crédito
Saldo
DC
09
111
Pagamento de comissão em dinheiro
20
 
20

D

Conta: CUSTO DE MERCADORIAS VENDIDAS   Código: 301
Data
CP
Histórico
Débito
Crédito
Saldo
DC
08 121 Valor do custo de venda
150
 
150
D

Conta: FORNECEDORES                                   Código: 222
Data
CP
Histórico
Débito
Crédito
Saldo
DC
05
10
121
111
Compra de mercadorias
Pagamento em dinheiro

130
400

400
270
C
 C

Conta: CAPITAL SOCIAL                            Código: 231
Data
CP
Histórico
Débito
Crédito
Saldo
DC
01
02

02

111
151


152

Entrada em dinheiro
Aumento de Capital em bens imóveis
Aumento de Capital em bens imóveis
 
500

450

600
500

950

1.550
C

C

C


Conta: VENDAS                                        Código: 401
Data
CP
Histórico
Débito
Crédito
Saldo
DC
08
08
111
122
Vendas a vista
Vendas a prazo
 
200
100
200
300
C
C

Conta: RECEITAS FINANCEIRAS                    Código: 421
Data
CP
Histórico
Débito
Crédito
Saldo
DC
01
113
Juros creditados aplicação financeira
 
25
25
C



Tela 50
Encerramento do Exercício e Balancete de Verificação

A seguir, os mesmos fatos serão mostrados em contas T:

  • primeiro serão apresentadas as CONTAS DE ATIVO:







Tela 51
Encerramento do Exercício e Balancete de Verificação
  • em continuação serão apresentadas as CONTAS DE PASSIVO:



  • prosseguindo serão apresentadas as CONTAS DE DESPESAS:

  • concluindo serão apresentadas as CONTAS DE RECEITAS:



Tela 52
Encerramento do Exercício e Balancete de Verificação
  • Tomando-se como base os razões ou as contas T apresentados, é possível elaborar-se o seguinte Balancete de Verificação, a título de exemplo:

    PRIMEIRO BALANCETE FINAL DE VERIFICAÇÃO
    COMPANHIA CARMO DO RIO VERDE S.A.
    31-12-20x1

CONTA Nº
NOME
SALDO DEVEDOR
SALDO CREDOR
a ATIVO a a
111
Caixa
155
a
112
Bancos Conta Movimento
20
a
113
Aplicações Financeiras
275
a
121
Mercadorias em Estoque
330
a
122
Promissórias a Receber
100
a
151
Terrenos
450
a
152
Prédios
600
a
a
SOMA
1.930
a
a PASSIVO a a
222
Fornecedores a
270
231
Capital Social a
1.550
a
SOMA
a
1.820
a DESPESAS a a
301
Custo das Mercadorias Vendidas
150
a
321
Cartório
45
a
331
Comissões
20
a
a
SOMA
215
a
a RECEITAS a a
401
Vendas a
300
421
Juros a
25
a
SOMA
a
325
a a a a
a TOTAL
2.145
2.145


Tela 53
Encerramento do Exercício e Balancete de Verificação

3 - O Processo de Encerramento

Apresenta-se, a seguir, um esquema básico, em três passos, para o processo de encerramento das Contas de Resultado:

Primeiro passo - Abertura da Conta Lucros e Perdas.


Segundo passo - Encerramento das Contas de Resultado:

a. Lançamentos para as Despesas:

DÉBITO - CONTA DE LUCROS E PERDAS
CRÉDITO - CONTA POR CONTA DAS DESPESAS
(pelo saldo de cada conta no fim do período)




b. Lançamentos para as Receitas:

DÉBITO - CONTA POR CONTA DAS RECEITAS
(pelo saldo de cada conta no fim do período)
CRÉDITO - CONTA DE LUCROS E PERDAS





Tela 54
Encerramento do Exercício e Balancete de Verificação

4 - Terceiro passo - Transferência do saldo da conta Lucros e Perdas para a conta Reservas de Lucros (no Patrimônio Líquido do Balanço Patrimonial):

a) Lançamento se der Lucro (soma dos créditos da conta Lucros e Perdas maior que a soma dos débitos):
DÉBITO - CONTA DE LUCROS E PERDAS
CRÉDITO - CONTA RESERVAS DE LUCROS


b) Lançamento se der Prejuízo (soma dos débitos da conta Lucros e Perdas maior que a soma dos créditos):

DÉBITO - CONTA DE PREJUÍZOS ACUMULADOS
CRÉDITO - CONTA DE LUCROS E PERDAS.

Conforme foi visto, o Balancete de Verificação serve como base para a elaboração do Balanço Patrimonial, que é o nosso próximo assunto.



Tela 55
Encerramento do Exercício e Balancete de Verificação

Resumo

As contas podem ser classificadas em dois grandes grupos: Contas Patrimoniais e Contas de Resultado.

As Contas Patrimoniais representam os elementos patrimoniais do ATIVO e PASSIVO. Elas são, também, denominadas permanentes, pois sempre existirão enquanto durarem os elementos patrimoniais que representam.

As Contas de Resultado têm a função de registrar informações sobre despesas e receitas. Elas são chamadas contas transitórias, pois só duram um Exercício Financeiro.

As Contas Patrimoniais fazem parte do Balanço Patrimonial e não são utilizadas para a Demonstração de Resultados, enquanto as Contas de Resultado só são utilizadas para a Demonstração de Resultados e não fazem parte do Balanço Patrimonial.

As contas de apuração são Contas de Resultado em que o saldo final não é definido antecipadamente, podendo ter saldo credor ou devedor. O exemplo clássico é a conta que faz o encerramento das Contas de Resultado, denominada "Lucros e Perdas" ou "Resultado do Exercício". Todas as contas de despesas e receitas são nela lançadas, apurando-se o Lucro (saldo credor) ou Prejuízo (saldo devedor) do período.

O encerramento das Contas de Resultado é necessário porque não se pode misturar despesas e receitas de um período com gastos e ganhos do exercício seguinte, e assim sucessivamente. Dessa forma, depois de apurado o lucro ou prejuízo, é preciso deixar as contas de despesas e receitas com saldo zero, para que, quando se iniciar a contabilização do próximo período, os dados não venham a misturar-se.

O primeiro passo a executar para o encerramento das Contas de Resultado é a criação da conta de apuração "Lucros e Perdas", que servirá de resumo de todas as Contas de Resultado. O segundo passo é transferir para essa conta todos os saldos das contas de despesas e receitas, zerando-as.

A conta de Lucros e Perdas é uma conta de caráter transitório, com a finalidade única de apurar o lucro ou prejuízo. Por isso, ela é aberta no fim do exercício e encerrada no mesmo dia.

Após apuração do lucro do período e verificadas as distribuições devidas, o valor remanescente de lucro será transferido para o Patrimônio Líquido da empresa. Assim, a conta Lucros e Perdas terá o seu saldo eliminado pelas distribuições de lucros e transferências para as contas de Reservas de Lucros. No caso de prejuízo, o saldo deverá ser transferido para a conta Prejuízos Acumulados.

O Balancete de Verificação é essencialmente uma ferramenta de trabalho do contabilista. A palavra verificação vem do fato de que o Balancete serve para comprovar a exatidão dos registros feitos no livro Razão. Embora ele seja de muita utilidade, não detectará toda a amplitude de erros que possam existir nos lançamentos contábeis. O Balancete serve, ainda, como base para a elaboração de relatórios contábeis, como o Balanço Patrimonial e a Demonstração de Resultados do Exercício.

Não se deve confundir Balancete com Balanço. O Balanço Patrimonial é uma peça contábil acabada, pronta para todos os usuários da informação, sejam eles usuários internos ou externos. O Balancete é de utilização do contador e dos usuários internos que conhecem tecnicamente a informação contábil.

A diferença fundamental entre o Balancete e o Balanço é que no Balancete constam as Contas de Resultado (despesas e receitas), que compõem a Demonstração de Resultados do Exercício, enquanto no Balanço Patrimonial tais valores estão sintetizados na conta Lucros ou Prejuízos Acumulados, do grupo Patrimônio Líquido.

A periodicidade do levantamento do Balancete fica a critério de cada entidade, mas, em geral, ele é feito mensalmente. O Balancete permite ao administrador acompanhar os efeitos de sua gestão, orientando-o na tomada de decisões.

O primeiro passo a ser dado para o encerramento do Exercício Financeiro de uma empresa é o levantamento do Primeiro Balancete Final de Verificação (Antes dos Ajustes), na mesma data que representará o saldo de todas as Contas Patrimoniais e de Resultado.

A elaboração de um Balancete de Verificação começa pela listagem dos fatos do período, continua com a escrituração do razão ou esquematização das Contas T e, finalmente, elabora-se o Balancete.

O módulo apresenta um esquema básico, em três passos, para o processo de encerramento das Contas de Resultado.



Unidade 4 Módulo 2
Tela 56
Demonstração do Resultado do Exercício (DRE)
1 - Estrutura básica da DRE

A Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) é um resumo ordenado das receitas e despesas da entidade em determinado período, que tem por objetivo fornecer o Resultado Líquido do Exercício e os elementos que o compuseram.

A DRE é elaborada a partir da conta Lucros e Perdas, que é de caráter predominantemente de trabalho e de difícil entendimento. Ela é uma demonstração financeira imprescindível para a elaboração do Balanço Patrimonial. Deve, inclusive, preceder o levantamento do mesmo.

A finalidade da Demonstração do Resultado do Exercício é melhor evidenciar o ganho, tendo em vista as necessidades de informações do usuário externo, bem como fornecer os dados essenciais à análise da formação do resultado do exercício.

A DRE apresenta os saldos finais dos movimentos das contas do sistema de resultado, referindo-se a determinado período de apuração - em geral um mês ou doze meses.



Tela 57
Demonstração do Resultado do Exercício (DRE)

A Demonstração do Resultado do Exercício é apresentada de forma dedutiva vertical, isto é, das receitas subtraem-se as despesas, até apurar-se o resultado do exercício (lucro ou prejuízo).

RECEITA
( - ) DESPESA
= LUCRO OU PREJUÍZO

Veja uma estrutura básica de DRE, tomando-se como base as determinações legais e fiscais, recomendadas também pelas instituições contábeis que interferem no assunto, como o Conselho Federal de Contabilidade, os Conselhos Regionais de Contabilidade e o Instituto Brasileiro de Contadores - IBRACON.



ESTRUTURA BÁSICA DE DRE
Empresa Z
DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS
Período de 01.01 a 31.12.x1
 
 RECEITA BRUTA
  ( - ) Tributos Incidentes sobre Vendas
  ( - ) Devoluções e Abatimentos
  ( - ) Descontos Incondicionais
    = RECEITA LÍQUIDA
 

( - ) Custo das Mercadorias Vendidas (se comércio)
ou ( - ) Custo dos Produtos Vendidos (se indústria)
ou ( - ) Custo dos Serviços Prestados (se empresas de serviços)
  = RESULTADO BRUTO

 

    ( + ) Outras Receitas Operacionais
    ( - ) Despesas Operacionais
     - De Vendas
     - Administrativas
     (-) Financeiras Líquidas (despesas – receitas)
(+) ou (-) Equivalência Patrimonial
= RESULTADO ANTES DA CONTRIBUIÇÃO SOCIAL

 

         ( + ) ou ( - ) Resultado Não Operacional
         ( + ) ou ( - ) Equivalência Patrimonial
         ( + ) ou ( - ) Saldo de Correção Monetária
             = RESULTADO ANTES DA CONTRIBUIÇÃO SOCIAL

 

       ( - ) Provisão para a Contribuição Social
           = RESULTADO ANTES DO IMPOSTO DE RENDA

 

        ( - ) Provisão para o Imposto de Renda
            = RESULTADO DEPOIS DO IMPOSTO DE RENDA

 

    ( - ) Provisão para Participação de Debenturistas
    ( - ) Provisão para Participação dos Empregados
    ( - ) Provisão para Participação dos Administradores
    ( - ) Provisão para Participação de Partes Beneficiárias
        = RESULTADO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO

 




Tela 58
Demonstração do Resultado do Exercício (DRE)

2 - As apurações dos agrupamentos de contas da DRE

A Receita Bruta compreende, no período, o resultado da venda de mercadorias, produtos ou serviços prestados que estejam relacionados com o objetivo social da empresa. Assim, se a empresa é fabricante de computadores, as receitas provenientes das vendas de computadores são classificadas nesse grupo de contas.

Na Receita Bruta estão incluídos os TRIBUTOS INCIDENTES SOBRE AS VENDAS, que pertencem ao governo e dela não foram deduzidas as DEVOLUÇÕES (vendas canceladas), os ABATIMENTOS (descontos) e os DESCONTOS INCONDICIONAIS verificados no período.

 RECEITA BRUTA
    ( - ) TRIBUTOS INCIDENTES SOBRE VENDAS
    ( - ) DEVOLUÇÕES E ABATIMENTOS
    ( - ) DESCONTOS INCONDICIONAIS
      = RECEITA LÍQUIDA


Tela 59
Demonstração do Resultado do Exercício (DRE)

3 - Tributos incidentes sobre vendas são os impostos e taxas decorrentes da venda e que variam proporcionalmente às vendas efetuadas. Os mais comuns são:

TRIBUTOS
COMPETÊNCIA
 IPI - Imposto sobre Produtos Industrializados
Federal
 ICMS - Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços
Estadual
 ISS - Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza
Municipal
 PIS - Programa de Integração Social
Federal
 COFINS - Contribuição para Financiamento da Seguridade Social
Federal

Admita-se que a Cia. Celina Carvalho Tristão, indústria, tenha emitido uma Nota Fiscal de venda cujo preço do produto seja de R$ 5.000,00 mais 30% de IPI e que o ICMS, de 18%, esteja embutido no preço do produto:

 Nota Fiscal
 Cia. Celina Carvalho Tristão
 
   
 Preço do Produto R$ 5.000,00
 + IPI (30%) R$ 1.500,00
 Preço total R$ 6.500,00
   
 ICMS (18% x R$ 5.000,00) R$ 900,00

DRE - Cia. Celina Carvalho Tristão
 RECEITA BRUTA R$ 6.500,00
 ( - ) Deduções de Tributos:  
IPI
(R$ 1.500,00)
ICMS
(R$ 900,00 )
 RECEITA LÍQUIDA R$ 4.100,00

A empresa é apenas uma intermediária que arrecada tributos junto ao consumidor e recolhe ao governo o resultado dessa arrecadação; por isso, eles não devem ser considerados como receita da empresa, mas como recursos que transitam pelo caixa, razão pela qual são deduzidos da RECEITA BRUTA da empresa.



Tela 60
Demonstração do Resultado do Exercício (DRE)

4 - Devoluções e Abatimentos - Em determinadas circunstâncias, o comprador devolve total ou parcialmente a mercadoria por sentir-se prejudicado. Isto ocorre quando a mercadoria está em desacordo com o pedido, geralmente por questões de preço, qualidade, quantidade ou pela ocorrência de avaria.

Um exemplo bastante atual é o caso de produtos que, embora mantenham o seu preço unitário, tenham reduzida a sua quantidade na lata ou pacote. Isso geralmente é constatado pelo peso do produto, ou seja, a lata de 1 kg passa a conter 900 gramas do produto. Esse procedimento pode dar origem a devolução da mercadoria, pois revela um aumento de preço disfarçado.

Contabilmente, as devoluções de vendas não devem ser deduzidas diretamente da conta "Vendas", mas registradas na conta "Vendas Canceladas" que tem saldo de natureza contrária ao da conta "Vendas".

Algumas vezes, a empresa vendedora propõe um abatimento no preço (desconto) para compensar o prejuízo do comprador e para evitar a devolução. Tanto a devolução como o abatimento são deduzidos da RECEITA BRUTA.

Suponha-se que a Cia. Picareta tenha vendido R$ 8.000,00 de mercadorias de má qualidade, metade para um comprador e 25% para cada um dos outros dois compradores. A empresa A devolveu 20% do lote e, para evitar devolução, a empresa B aceitou a proposta de 10% de abatimento e a C, de 15%.

CÁLCULO DAS DEDUÇÕES
DRE - CIA. PICARETA
 Empresa A
(20% de devolução)  = R$ 800,00
 Empresa B
(10% de abatimento)= R$ 200,00
 Empresa C
(15% de abatimento)= R$ 300,00

 RECEITA BRUTA    R$ 8.000,00
 ( - ) DEDUÇÕES:

  • Devoluções      R$    800,00
  • Abatimentos    R$    500,00


 RECEITA LÍQUIDA R$ 6.700,00



Tela 61
Demonstração do Resultado do Exercício (DRE)

Serão considerados "Descontos Incondicionais" somente as parcelas redutoras do preço de venda, quando constarem da nota fiscal de venda dos bens ou da fatura de serviços e não dependerem, para a sua concessão, de evento posterior à emissão desses documentos.

Enquanto isso, os abatimentos não figuram no documento fiscal e são originados de evento posterior a emissão desse documento.

Observe-se que deduções são ajustes (e não despesas), realizadas sobre a RECEITA BRUTA para se apurar a RECEITA LÍQUIDA. Ela é que deve ser vista como a receita de vendas, porque é o que sobra após as deduções e a subtração dos tributos respectivos.



Tela 62
Demonstração do Resultado do Exercício (DRE)

Quando o resultado bruto é positivo, denomina-se Lucro Bruto. O Lucro Bruto numa empresa comercial é a diferença entre a RECEITA LÍQUIDA e o Custo da Mercadoria Vendida, sem considerar as despesas administrativas, financeiras e de vendas. Para outros tipos de empresas, o raciocínio é o mesmo. Nas indústrias, considera-se o custo dos produtos vendidos e nas empresas prestadoras de serviços, leva-se em conta o custo dos serviços prestados.

  RECEITA LÍQUIDA
    ( - ) CUSTO DAS MERCADORIAS VENDIDAS
    ou ( - ) Custo dos Produtos Vendidos
    ou ( - ) Custo dos Serviços Prestados
      = RESULTADO BRUTO

Assim, após deduzir-se o custo da mercadoria adquirida para revenda (ou o custo de fabricação do produto, ou o custo do serviço prestado) encontra-se o resultado bruto.



Tela 63
Demonstração do Resultado do Exercício (DRE)

Ao resultado bruto são somadas outras receitas operacionais e, desse montante, são diminuídas as despesas operacionais, encontrando-se o resultado operacional. Quando ele é positivo, denomina-se Lucro Operacional.

  RESULTADO BRUTO
    ( + ) OUTRAS RECEITAS OPERACIONAIS
    ( - ) DESPESAS OPERACIONAIS
                  - Comerciais
                  - Administrativas
                  - Financeiras Líquidas
     = RESULTADO OPERACIONAL

DESPESAS OPERACIONAIS são aquelas necessárias para vender as mercadorias, produtos ou serviços, bem como administrar a empresa e financiar as operações.

As despesas financeiras líquidas devem ser compensadas com as Receitas Financeiras (conforme disposição legal), isto é, essas receitas são deduzidas daquelas DESPESAS.

Entretanto, se o montante de Receita Financeira for maior que o de Despesa Financeira, ela será deduzida de outras Despesas Operacionais.

DESPESA FINANCEIRA
> RECEITA FINANCEIRA
DESPESA FINANCEIRA
< RECEITA FINANCEIRA
Despesa Financeira R$ 500.000,00
Receita Financeira (R$ 150.000,00)
Desp./Rec. Financeira
R$ 350.000,00
 
Despesa Financeira R$ 500.000,00
Receita Financeira (R$ 600.000,00)
Desp./Rec. Financeira
(R$ 100.000,00)
DESPESAS OPERACIONAIS
DESPESAS OPERACIONAIS
De Vendas R$ 700.000,00
Administrativas R$ 800.000,00
Financeiras R$ 350.000,00
Total R$ 1.850.000,00
 
De Vendas R$ 700.000,00
Administrativas R$ 800.000,00
Financeiras (R$ 100.000,00)
Total R$ 1.400.000,00


São as derivadas de aplicações financeiras, juros de mora recebidos, descontos obtidos, etc.



As DESPESAS FINANCEIRAS são as remunerações aos capitais de terceiros, tais como: juros pagos ou incorridos, comissões bancárias, correção monetária prefixada sobre empréstimos, descontos concedidos, juros de mora pagos, etc.



As DESPESAS ADMINISTRATIVAS são aquelas necessárias para administrar (dirigir) a empresa. De maneira geral, são gastos nos escritórios que visam à direção ou à gestão da empresa. Pode-se citar como exemplos: honorários administrativos, salários e encargos sociais do pessoal administrativo, aluguéis de escritórios, materiais de escritório, seguro de escritório, depreciação de móveis e utensílios, assinaturas de jornais, etc.



As DESPESAS DE VENDAS englobam desde a promoção da mercadoria, produto ou serviço, até sua colocação junto ao consumidor (comercialização e distribuição). Abrangem despesas com o pessoal da área de venda; comissões sobre vendas; propaganda e publicidade; marketing; estimativa de perdas com duplicatas derivadas de vendas a prazo (por falta de pagamento); etc.



São aquelas necessárias para vender as mercadorias, produtos ou serviços, bem como administrar a empresa e financiar as operações. Portanto, são todas as despesas que contribuem para a manutenção da atividade operacional da empresa. Os principais grupos de DESPESAS OPERACIONAIS são: DESPESAS DE VENDAS, DESPESAS ADMINISTRATIVAS e DESPESAS FINANCEIRAS.



São receitas marginais da empresa, sem grande expressão, que não são consideradas como objetivo primário da empresa. São aluguéis de imóveis disponíveis temporariamente, recuperações de impostos, recuperações de despesas, etc.



Tela 64
Demonstração do Resultado do Exercício (DRE)

5 - Apuração do resultado antes da contribuição social - As despesas e receitas não relacionadas diretamente com o objetivo do negócio da empresa eram classificadas como não operacionais. Mudanças recentes na Lei 6.404/76 extinguiram esse grupo de contas. Com isso, as receitas e despesas anteriormente classificadas como “não operacionais” devem ser classificadas como “outras receitas operacionais” ou “outras despesas operacionais”.

Outras Receitas Operacionais são ingressos provenientes de transações atípicas não incluídas nas atividades principais ou acessórias da empresa. São exemplos dessas receitas: venda de ativos permanentes, tais como venda de veículo, de máquinas ou equipamentos (imobilizado), ou venda de ações (investimentos). Exemplificam outras despesas operacionais: baixas de ativos permanentes, como máquinas obsoletas e os prejuízos com imóveis ou equipamentos decorrentes de sinistros.

O Resultado não Operacional é encontrado mediante o somatório das receitas não operacionais menos as despesas não operacionais.

Equivalência Patrimonial é a contrapartida do critério de avaliação específico dos investimentos permanentes relevantes em sociedades controladas e coligadas.

Saldo de Correção Monetária é a conta que reflete os efeitos da inflação sobre os elementos patrimoniais, quando esse procedimento for obrigatório.



Tela 65
Demonstração do Resultado do Exercício (DRE)

6 - Apuração do resultado antes do imposto de renda - Na apuração do Resultado Líquido do período, a Contribuição Social deve ser deduzida antes de computado o valor correspondente à Provisão para o Imposto de Renda.

  RESULTADO ANTES DA CONTRIBUIÇÃO SOCIAL
    ( - ) Provisão para a Contribuição Social
     = RESULTADO ANTES DO IMPOSTO DE RENDA
  RESULTADO ANTES DA CONTRIBUIÇÃO SOCIAL
    ( - ) Provisão para a Contribuição Social
     = RESULTADO ANTES DO IMPOSTO DE RENDA

Apuração do resultado depois do imposto de renda - O Imposto de Renda (IR) incide sobre o lucro da empresa.

  RESULTADO ANTES DO IMPOSTO DE RENDA
    ( - ) Provisão para o Imposto de Renda
     = RESULTADO DEPOIS DO IMPOSTO DE RENDA

As pessoas jurídicas são tributadas pelos lucros verificados segundo os lançamentos contábeis, escriturados em obediência a legislação comercial e tributária.

O Lucro Real será calculado num livro extracontábil denominado "Livro de Apuração do Lucro Real - LALUR". Quando esse lucro, que serve de base de cálculo para o Imposto de Renda, for inferior ao limite estipulado pela Legislação vigente, a alíquota será de 15 %. Atualmente, este limite está fixado em R$ 240.000,00 anuais.

Será adicionado 10% à alíquota base para aplicar à parcela de lucro que exceder o limite estabelecido. Com isso, a parcela de lucro acima de R$ 240.000,00 pagará IR de 25%.

Assim sendo, quando uma empresa apura no exercício social um Lucro Real de R$ 1.000.000,00, ela pagará de Imposto de Renda:

 Alíquota de 15% sobre R$ 240.000,00
 Alíquota de 25% sobre R$ 760.000,00
 TOTAL de IR a ser pago
= R$ 36.000,00
= R$ 190.000,00

= R$ 226.000,00

O exercício social em que é gerado o lucro (ano X) denomina-se "ano base". O exercício em que se paga o IR (ano X + 1) denomina-se "exercício financeiro". Pelo Regime de Competência considera-se o IR no período em que foi gerado (ano base) e não no período de pagamento (exercício financeiro).



É o Lucro Líquido do Exercício ajustado pelas adições, exclusões ou compensações prescritas ou autorizadas pela legislação. Enquanto LUCRO PRESUMIDO é a forma simplificada para determinação da base de cálculo, que desobriga os contribuintes de manter escrituração contábil.



Tela 66
Demonstração do Resultado do Exercício (DRE)

7 - Apuração do resultado líquido

A Apuração do Resultado Líquido é efetuada deduzindo-se do Resultado Depois do Imposto de Renda as Doações e Contribuições, bem como as provisões para Participação de Debenturistas, de Empregados, de Administradores e de Partes Beneficiárias.

  RESULTADO DEPOIS DO IMPOSTO DE RENDA
     ( - ) Doações e Contribuições
     ( - ) Provisão para Participação de Debenturistas
     ( - ) Provisão para Participação de Empregados
     ( - ) Provisão para Participação de Administradores
     ( - ) Provisão para Participação de Partes Beneficiárias
      = RESULTADO LÍQUIDO

As doações e contribuições são dirigidas às fundações com a finalidade de assistir o quadro de funcionários; às previdências privadas com o objetivo de complementar a aposentadoria; às cooperativas de empregados; etc.

As participações somente são deduzidas do Resultado do Exercício depois de computada a provisão para o Imposto de Renda. Elas são determinadas, sucessivamente, com base nos lucros que remanescerem.

Provisão para Participação de Debenturistas. As debêntures poderão assegurar a seus titulares juros fixos ou variáveis, participação nos lucros das empresas e prêmio de reembolso.

Provisão para Participação de Empregados. Se previsto pelo estatuto, os empregados terão participação no lucro anual da empresa.

                   Provisão para Participação de Administradores.
                   Provisão para Participação de Partes Beneficiárias.

O RESULTADO LÍQUIDO, quando positivo, denomina-se Lucro Líquido. Ele é a sobra líquida à disposição dos proprietários (sócios ou acionistas).



São títulos negociáveis, sem valor nominal, estranhos ao capital social, instituíveis a qualquer tempo e que concedem a seus titulares direitos de participação nos eventuais lucros anuais da empresa emissora. Embora as partes beneficiárias geralmente sejam atribuídas gratuitamente a fundadores, acionistas, ou terceiros, como remuneração de serviços prestados à empresa, elas podem também ser vendidas, caso em que o valor recebido é considerado obrigatoriamente como uma reserva de capital.



São títulos de crédito de emissão privativa das Sociedades Anônimas que garantem a seu detentor direito de crédito contra a companhia no montante do valor de face do título (Artigo 52 da Lei das Sociedades por Ações).



Tela 67
Demonstração do Resultado do Exercício (DRE)

8 - Distribuição do lucro - Os proprietários decidem a parcela do Lucro Líquido que ficará retida na empresa e a parte que será distribuída aos donos do capital (dividendos). A distribuição do lucro será evidenciada na Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados.

Lucro por ação A indicação do montante do lucro ou prejuízo líquido por ação é obrigatória por força do disposto no artigo 187, inciso VII, da Lei n° 6.404/76.

O lucro ou prejuízo por ação constitui-se em informação auxiliar para avaliação da evolução dos resultados das operações realizadas pela empresa ao longo de diversos exercícios sociais. Possibilita aos investidores melhor avaliação dos resultados alcançados por seus ativos de risco.

Para cálculo do lucro ou prejuízo por ação, divide-se o lucro líquido do exercício pelo número de ações em circulação que compõe o capital social. Exemplo: Uma empresa que apurou um lucro líquido de R$ 10.000.000,00 e cujo capital está dividido em 1.000 ações, apresenta o seguinte resultado:

 
LUCRO
POR AÇÃO =
LUCRO LÍQUIDO
N° DE AÇÕES EM CIRCULAÇÃO

 
LUCRO
POR AÇÃO =
10.000.000,00
1.000

= 10.000,00


Tela 68
Demonstração do Resultado do Exercício (DRE)

Na Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados evidencia-se o "destino" do lucro, a canalização, a distribuição do lucro do exercício.

Havendo sobras (saldos) de lucros de exercícios anteriores não distribuídos, estas sobras são às Reservas de Lucros.

Dessa forma, o roteiro contábil é: em primeiro lugar apurar o LUCRO (ou prejuízo);às Reservas de Lucros, após distribuição do lucro aos proprietários (dividendos), canalizar o lucro retido (não distribuído) para o patrimônio líquido (conta dos proprietários).

O resultado do período é obtido a partir da Demonstração do Resultado do Exercício (DRE). Este resultará da soma algébrica dos valores positivos (receitas) e dos valores negativos (despesas e participações). Se as receitas superarem as despesas, dizemos que o resultado é positivo (lucro). Se, ao contrário, as despesas superarem as receitas, o resultado será negativo (prejuízo).



Tela 69
Demonstração do Resultado do Exercício (DRE)

A Demonstração Comparativa do Resultado dos Exercícios permite comparar o desempenho nos negócios, bem como a evolução da situação econômico-financeira da empresa. Geralmente ela compara os dois últimos exercícios sociais.

A seguir, fornecem-se os dados para a elaboração de exemplo de DRE Comparativa:

1) A Loja Nely Vital e Silva, de roupas femininas, vendeu R$ 1.200.000,00 em x0 e R$ 1.800.000,00 em x1;
2) Pagou a alíquota de 12% referente ao ICMS incidente sobre as vendas;
3) Concedeu a clientes especiais 10% de descontos, registrados na Nota Fiscal, sobre 2% das vendas em x0 e 3% das vendas em x1;
4) As roupas foram adquiridas por R$ 480.000,00 em x0 e por R$ 720.000,00 em x1;
5) Alugou uma loja para um armarinho, por 24 meses e ao preço de R$ 2.000,00 por mês;
6) Gastou, com publicidade, R$ 50.000,00 em x0 e R$ 80.000,00 em x1;
7) As despesas com pessoal administrativo e materiais de escritório representaram R$ 120.000,00 em x0 e R$ 180.000,00 em 4x0;
8) Remunerou capitais de terceiros no montante de R$ 60.000,00 em x0 e R$ 90.000,00 em x1. Recebeu R$ 15.000,00 em x0 e R$ 30.000,00 em x1, das aplicações financeiras;
9) Vendeu a Kombi que fazia transportes para a loja, com um lucro de R$ 14.000,00 em x1 e vendeu um terreno com um lucro de R$ 20.000,00 em x1;
10) Alíquota de 3% destinados à Contribuição Social;
11) A alíquota do IR é de 15%;
12) Do resultado, 5% destinam-se a Participação dos Empregados;
13) Do resultado, 5% são direcionados para a Participação dos Administradores;
14) Toma-se o número de ações em circulação, 100.000 (cem mil) para calcular-se o Resultado por Ação.

Veja um exemplo de DRE comparativa.



Loja Nely Vital e Silva
CGC n° 00.000.000/ 0000 - 00
DEMONSTRAÇÃO COMPARATIVA DOS RESULTADOS DOS EXERCÍCIOS
Períodos: 01-01-x0 a 31-12-x0 e 01-01-x1 a 31-12-x1
 
 
20x1
20x0
 RECEITA BRUTA
1.800.000
1.200.000
  ( - ) ICMS Incidente Sobre Vendas
( 216.000)
( 144.000)
  ( - ) Descontos Incondicionais
( 54.000)
( 24.000)
 RECEITA LÍQUIDA
1.530.000
1.032.000
  ( - ) Custo das Mercadorias
( 720.000)
( 480.000)
 RESULTADO BRUTO
810.000
552.000
  ( + ) Outras Receitas Operacionais
24.000
24.000
  ( - ) Despesas de Vendas
( 80.000)
( 50.000)
  ( - ) Despesas Administrativas
( 180.000)
( 120.000)
  ( - ) Despesas Financeiras Líquidas
(60.000)
(45.000)
 Outras Receitas Operacionais
( 20.000)
( 14.000)
  
 RESULTADO ANTES DA CONTRIBUIÇÃO SOCIAL
534.000
375.000
  ( - ) Provisão para a Contribuição Social
( 16.020)
( 11.250)
 RESULTADO ANTES DO IMPOSTO DE RENDA
517.980
363.750
  ( - ) Provisão para o Imposto de Renda
( 77.697)
( 54.563)
 RESULTADO DEPOIS DO IMPOSTO DE RENDA
440.283
309.187
  ( - ) Provisão para Participação dos Empregados
( 22.014)
( 15.459)
  ( - ) Provisão para Participação dos Administradores
( 22.014)
( 15.459)
 LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO
396.255
278.269
LUCRO POR AÇÃO =
3,96
2,78




Tela 70
Demonstração do Resultado do Exercício (DRE)

São várias as informações que podem ser obtidas mediante análise da DRE Comparativa.

A informação sobre a evolução do Resultado Líquido do Exercício chama a atenção de qualquer analista. Pode-se observar que a empresa teve um LUCRO LÍQUIDO de R$ 278.269,00 em 20x0 e de R$ 396.255,00 em 20x1, o que demonstra melhoria na sua situação econômico-financeira.

Analisando-se o LUCRO BRUTO observa-se um aumento de R$ 552.000,00 para R$ 810.000,00. Entretanto, a relação entre o LUCRO BRUTO e a RECEITA LÍQUIDA caiu de 53,49% em 20x0 para 52,94% em 20x1, o que significa que a empresa está praticando um preço com uma margem de lucro menor.



Tela 71
Demonstração do Resultado do Exercício (DRE)

Resumo

A Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) é um resumo ordenado das receitas e despesas da entidade em determinado período, que tem por objetivo fornecer o Resultado Líquido do Exercício e os elementos que o compuseram.

A DRE é elaborada a partir da conta Lucros e Perdas e é uma demonstração financeira imprescindível para a elaboração do Balanço Patrimonial. Ela é apresentada de forma dedutiva vertical, isto é, das receitas subtraem-se as despesas, até apurar-se o resultado do exercício (lucro ou prejuízo).

Nas apurações dos agrupamentos de contas da DRE surge, em primeiro lugar, a apuração da Receita Líquida. Ela compreende a Receita Bruta, ou seja, o resultado da venda de mercadorias, produtos ou serviços prestados que estejam relacionados com o objetivo social da empresa, menos os Tributos Incidentes sobre Vendas, as Devoluções e Abatimentos e os Descontos Incondicionais.

A seguir, apura-se o Resultado Bruto que, quando positivo, denomina-se Lucro Bruto. O Lucro Bruto numa empresa comercial é a diferença entre a RECEITA LÍQUIDA e o Custo da Mercadoria Vendida, sem considerar as despesas administrativas, financeiras e de vendas. Para outros tipos de empresas, o raciocínio é o mesmo.

A apuração do agrupamento de contas da DRE denominado Resultado Operacional é efetuada quando ao Resultado Bruto são somadas as Outras Receitas Operacionais e, desse montante, são diminuídas as Despesas Operacionais.

A apuração do Resultado Antes da Contribuição Social engloba a adição ou subtração da Equivalência Patrimonial.

Do Resultado Antes da Contribuição Social devem ser deduzidas as Provisões para a Contribuição Social e para o Imposto de Renda.

A apuração do Resultado Líquido é efetuada deduzindo-se do Resultado Depois do Imposto de Renda, as Doações e Contribuições, bem como as Provisões para Participação de Debenturistas, de Empregados, de Administradores e de Partes Beneficiárias.

O Resultado Líquido é a sobra líquida à disposição dos proprietários, que decidem a parcela do Lucro Líquido que ficará retida na empresa e a parte que será distribuída aos donos do capital. A distribuição do lucro será evidenciada na Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados.

O resultado do período é obtido a partir da Demonstração do Resultado do Exercício (DRE). Este resultará da soma algébrica dos valores positivos (receitas) e dos valores negativos (despesas e participações).

A Demonstração Comparativa do Resultado dos Exercícios permite comparar o desempenho nos negócios, bem como a evolução da situação econômico-financeira da empresa. Geralmente ela compara os dois últimos exercícios sociais.

A Análise da DRE Comparativa permite obter várias informações. Dentre elas, destaca-se a evolução do Resultado Líquido do Exercício.