| Unidade 1 | Módulo 1 | Tela 1 |
O administrador de empresas, para o exercício de suas atribuições, utiliza-se de conhecimentos multidisciplinares. Muitas são as ciências que fazem interface com a administração de empresas, entre elas: a psicologia, a sociologia, a economia, a estatística, a contabilidade, a história, a informática, etc. Esta disciplina concentrará a importância e aplicação dos conhecimentos da psicologia organizacional na administração de empresas. Mas antes, vamos entender as origens da psicologia. 1 - Ciência, Psicologia e Senso Comum Ao longo da história humana, o ser humano sempre sentiu a necessidade de relacionar-se com seu semelhante. A comunicação, porém, muitas vezes não se estabelecia de forma fácil e, até hoje, isso acontece.
Mas por quê? Perguntaria você? Porque as
pessoas são diferentes. Percebem os estímulos de forma diferenciada.
Estruturam seu mapa mental de acordo com suas vivências e experiências
pessoais. E, em virtude disso, têm comportamentos diferentes. |
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Tela 2 |
Com a evolução dos tempos, alguns filósofos substituíram o termo alma por mente, passando então a Psicologia a ser a ciência que investigava a mente. Tal posicionamento deu margem a controvérsias, pois não se conseguiu chegar à unanimidade em relação ao conceito para esse novo "possível" objeto de estudo. E, durante muito tempo, a Psicologia buscou seu objeto de estudo. |
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Tela 3 |
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No saber popular,
o psicólogo passou a ser visto como alguém capaz de adivinhar
desejos, sentimentos e emoções, bem como de ter a capacidade
de interferir na mente das pessoas, dando margem a diversos tipos de preconceitos
e superstições. Foi atribuída ao psicólogo
a possibilidade de "ler a alma e a mente humana" , ficando a
profissão, nesse período, com ares místicos. |
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Tela 4 |
Hoje
se pode afirmar que a Psicologia permeia todos os meandros da sociedade.
Onde houver ser humano, ela se faz necessária.
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Tela 5 |
| É
comum a utilização do termo Psicologia nos mais variados
círculos sociais.
Não
há nesse discurso nenhum cunho científico em relação
à Psicologia. Simplesmente, as pessoas sabem que a forma foi inadequada;
mas não saberiam explicar, em termos psicológicos, o que
determinou aqueles padrões de comportamento da professora, do médico
e do chefe.Simplesmente, nos apropriamos de alguns termos da ciência
e os usamos em nosso cotidiano. |
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Tela 6 |
| O
nosso dia a dia está repleto desse tipo de "psicologia",
a qual poderíamos chamar de psicologia popular ou psicologia
de senso comum. Alguns autores utilizam o termo “psicologismo”para
designar essa prática.
Se
perguntarmos à dona Josefa por que oferece xarope caseiro a seu
neto, com certeza, ela nos dirá que o menino, sempre que fica resfriado,
melhora com isso. O remédio é feito em casa, com o uso de
diversas ervas, há três gerações, a família
de dona Josefa usa esse xarope e sempre deu certo. |
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Tela 7 |
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Tela 8 |
| Outra característica
do senso comum é que, sendo faculdade de julgar e discriminar o certo
do errado, reconhece a intuitiva e espontânea forma de se aprender
por tentativa e erro.
Um exemplo
clássico do senso comum, para explicar e determinar padrões
de comportamentos, é o uso disseminado de provérbios, contos
e lendas. |
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Tela 9 |
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Esse conhecimento
também é chamado de empírico, uma vez que se baseia
nas experiências vividas pelas pessoas no exercício cotidiano.
É conhecimento que não tem a preocupação em
questionar-se ou avaliar-se enquanto saber.
Ao sentir
a pele de seu filhinho quente, a mãe leva a mão à
testa dele e afirma (acertando, em muitas vezes) que ele está com
febre e doente. Isso é uma avaliação subjetiva, conhecimento
prático e ao mesmo tempo ingênuo, pois não é
crítico. |
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Tela 10 |
| Há ainda outra característica do conhecimento do senso comum. Ele não consegue fazer conexões que poderiam ser verificadas e nem explica situações mais complexas. Como exemplos, podemos referir as limitações do ser humano comum em relacionar a queda dos objetos com a lei da gravidade, o movimento da terra em relação ao Sol e o aparecimento dos dias e das noites. Diante da lâmina do microscópio, o ser humano comum vê apenas cores e formas. O cientista tem olhar diferenciado, porque dispõe de pressupostos que lhe permitem ver e analisar o que o ser humano comum não percebe. Isso implica estar de posse da teoria para aprendermos a enxergar o que a Ciência mostra.
Interessante
é que a própria Ciência, ao debruçar-se sobre
a realidade cotidiana para analisá-la, acaba devolvendo parte de
seu saber ao senso comum que se incumbe de reciclá-lo e devolvê-lo
ao cotidiano, de forma singela e original. |
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Tela 11 |
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A Ciência
surge a partir da necessidade de entender-se e desvendar-se a realidade
com mais profundidade. Ela lida com problemas complexos e procura elucidá-los.
É produzida para atender a uma demanda das sociedades ou antecipar-se
a ela. Seu fim último deveria ser o bem-estar da humanidade. ![]() A Ciência
utiliza-se de diretrizes lógicas para avaliar os fenômenos
que estão sendo observados e de técnicas definidas para
verificar seus princípios. |
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Tela 12 |
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Ao utilizar-se de observação, experimentação e instrumentos de forma precisa e objetiva, a Ciência é capaz de prever e controlar a evolução dos fenômenos, o que lhe dá certo poder sobre a natureza. Essa faculdade pode estar a serviço do ser humano ou contra ele.
Conforme
Martins (1986), "é essa ambiguidade que deve provocar reflexões
de caráter moral, a fim de que sejam questionados os fins a que
se destinam os meios utilizados pelo ser humano: se servem à
liberdade ou às formas de dominação". O cientista
deve ter comprometimento moral e responsabilidade social de suma importância,
uma vez que a Ciência se encontra, imbricada com a política.
Nesse aspecto, poderíamos afirmar que não existe neutralidade
científica, uma vez que a ciência sempre está a
serviço de interesses de determinada comunidade, num dado momento
histórico.
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Tela 13 |
| O cientista
é alguém altamente compromissado com sua sociedade, uma
vez que seus estudos e descobertas contribuirão (ou não)
para a evolução e bem-estar da civilização. A primeira ciência humana moderna a se desenvolver foi a Economia que, até o século XVII, era vista apenas como simples estudo da troca entre indivíduos e países. Adam Smith, no século XVIII, foi o primeiro a explicar o sistema econômico em termos matemáticos, enquanto Malthus mostrou a dinâmica de crescimento populacional na análise econômica.
Para Malthus, a população cresce na progressão geométrica, enquanto a produção de alimentos cresce em progressão aritmética, o que significaria dizer que, em curto espaço de tempo, não haveria alimentos para todos. Afigura-se, para Malthus, a necessidade de restrição violenta das populações; a natureza humana se incumbe de destruir, por meio da disseminação de guerras e pestes. |
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Tela 14 |
| Foi Karl Marx (1818-1883), no século XIX, que tornou a economia mais rigorosa, em virtude dos conceitos e explicações científicas em torno das inter-relações e influências que existiam entre os fenômenos econômicos e os conjuntos humanos.
A
Sociologia, ciência humana dos fatos sociais, também surgiu
nesse período, iniciada por Augusto Comte (1798-1857), que pôs
em destaque as instituições, as crenças e costumes
coletivos. Foi Durkheim (1858-1917) quem tentou fazer da Sociologia uma
disciplina objetiva, considerando os fatos sociais como "coisas".
Já Max Weber (1864-1920), sem tirar o rigor científico dessa
disciplina, enfatizou a necessidade de se compreenderem os fenômenos
em vez de simplesmente explicá-los dentro do critério típico
das ciências da natureza. |
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Tela 15 |
| É a partir do século XIX que o desenvolvimento das ciências da natureza começa a discutir, em nível científico, os fatos humanos. Com isso, a tendência das ciências humanas é desvincular-se do pensamento filosófico que, durante muito tempo, permeou seu campo de trabalho. Percebe-se
que as ciências humanas, incluindo-se a Psicologia, inicialmente
tentaram aproximar-se de uma metodologia utilizada pelas ciências
naturais .E ao final do século XIX, procuram desenvolver metodologias
capazes de atender às especificidades de seu objeto de estudo:
o SER HUMANO e suas interfaces. |
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Tela 16 |
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Como
estudar e analisar um ser tão semelhante e, ao mesmo tempo, tão
diferente de si?
É possível buscar respostas em um trabalho experimental e várias pesquisas seguem esse caminho. Mas é preciso ter clareza quanto às limitações que essa metodologia provoca. Há experimentos que não podem ser feitos com humanos por questões éticas e morais, não se pode submeter ninguém a condições de constrangimento físico ou psíquico, por exemplo. Outro aspecto a ser observado é quanto à objetividade exigida pelas ciências naturais, o pesquisador deve estar isento de emoção e subjetividade. Como exigir fidedignidade plena, se o sujeito que conhece é da mesma natureza do objeto estudado? Como analisar o medo, a raiva, a alegria se o analista está sujeito a tais sentimentos devido à sua natureza humana? Atente-se às ciências da natureza que presumem a transferência de sua análise e de seus resultados para uma equação matemática, puramente mecânica e que pode ser quantificada. Embora as ciências humanas trabalhem com técnicas estatísticas, os resultados estão sujeitos às mais diversas interpretações. As ciências humanas ainda buscam melhor forma de entender esse ser humano multifacetado e não medem esforços para isso. É investigação incessante, incansável, mas gratificante! |
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Tela 17 |
| 2 - Principais
Métodos de pesquisa em Psicologia
Como a Psicologia constitui o seu saber? Como toda Ciência, a Psicologia parte de seu objeto de estudo. E qual é esse objeto?
Inicialmente, é importante ter-se em mente que o objeto de estudo da Psicologia é o comportamento; principalmente, o humano, em todas as suas formas de manifestação, com os processos mentais ou internos. Os psicólogos adotam o método científico que é
o mais apropriado para formar um corpo sistematizado de informações
exatas e de conhecimentos objetivos sobre esse comportamento e o funcionamento
mental. |
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Tela 18 |
| Os objetivos
da pesquisa psicológica são descrição,
explicação, predição e controle do comportamento.
Psicólogos podem observar diretamente o comportamento de funcionárias na área de produção, por exemplo. Entretanto, se quiserem aprender mais sobre a jornada dupla (família-empresa) das mães operárias, com certeza terão de utilizar outros instrumentos, além da observação na fábrica. Outro fator
importante é a possibilidade de poder explicar o fato observado
numa relação de causa e efeito. A essa explicação
dá-se o nome de hipótese, que deverá ser testada
por experimentação controlada, para verificar se a relação
feita é verdadeira ou não.
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Tela 19 |
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Outro ponto
a considerar é a previsibilidade. Se a hipótese levantada
for verdadeira, o cientista tem como descrever o que poderá acontecer,
em situações semelhantes à estudada. O
controle nas pesquisas psicológicas tem como finalidade
aplicar conhecimentos para resolver problemas práticos.
Em
algumas situações, é possível estender-se
o controle para outros tipos de drogas que gerem comportamentos semelhantes
ao produzido pelo álcool. Adquirir controle nesse caso pode significar
a conscientização das pessoas por meio de palestras, debates,
treinamentos, orientações adequadas com o devido encaminhamento
a setores especializados para tratamento. |
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Tela 20 |
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A Psicologia lança mão de vários métodos de pesquisa para desenvolver seus trabalhos. A seguir, mostraremos os processos mais utilizados:
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Tela 21 |
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a) Método experimental
Nesse
método, o pesquisador procura controlar todas as condições
sob as quais a pesquisa se desenvolve, a fim de descobrir relacionamento
entre as variáveis, que podem ser classificadas em independentes
e dependentes. Em Psicologia, a variável dependente é uma medição de comportamento; é a resposta dada pelo sujeito. Podem ser uma ação praticada, um resultado de teste, um relato verbal ou uma resposta fisiológica, como o batimento cardíaco e o registro de ondas cerebrais. |
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Tela 22 |
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b) Método observacional
Pode-se
dizer que o Método Observacional é o ponto de partida
de pesquisas dos comportamentos humano e animal. Serve para ajudar nas
investigações laboratoriais, complementando a pesquisa
com dados significativos observados pelo pesquisador. |
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Tela 23 |
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c) Método de levantamento de dados
É
uma forma de observação indireta da situação.
Para desenvolvê-lo, o pesquisador lança mão de questionários,
entrevistas, dinâmicas de grupo , etc. Muitas vezes, é
usado como prolongamento da pesquisa observacional, quando essa não
se completa por si só. |
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Tela 24 |
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d) História de casos ou estudo de casos
É
uma forma indireta de se observar alguém ou alguma situação.
Por exemplo o pesquisador pergunta às pessoas o que elas fizeram
no passado e qual a relação delas com a situação
estudada; a partir daí, reconstrói a história,
com base nos dados obtidos. São consideradas fontes de dados
importantes para entender o que ocorreu em épocas anteriores. |
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Tela 25 |
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Tela 26 |
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Resumo PSICOLOGIA é a ciência que estuda o comportamento
e os processos internos de um indivíduo ou grupo de indivíduos. Durante muito tempo, esteve à procura de seu objeto de pesquisa, que foi definido como o comportamento (humano ou não) e os fenômenos psicológicos. Na Administração,
a Psicologia é de suma importância, pois ajuda o administrador
a entender o comportamento das pessoas com quem se relaciona profissionalmente
e também para o seu autoconhecimento. O método
observacional deve ser utilizado por pesquisadores altamente treinados
para evitar, ao máximo, inferências sobre o que eles observam
e assim manter a fidedignidade da pesquisa. |
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| Unidade 1 | Módulo 2 | Tela 27 |
| 1 - Como nasceu a Psicologia
Com base em achados ancestrais, presume-se que o ser humano sempre esteve em busca da compreensão de si mesmo. É por meio da arte, de objetos pessoais que sobreviveram ao tempo, que muitos pesquisadores levantam hipóteses desse gênero. Foi
entre os gregos, por volta do ano 700 a.C. até a dominação
romana, que a história do pensamento humano da antiguidade alcançou
seu apogeu. |
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Tela 28 |
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Considerado
o povo mais evoluído de seu tempo, os gregos demonstravam grande
interesse em entender as origens humanas. Nesse sentido podemos destacar
Sócrates, Platão e Aristóteles que em muito se empenharam
nessa tarefa. |
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Tela 29 |
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Sócrates queria entender o limite que separava o ser humano do animal. Para ele, a principal característica humana era a razão. O ser se percebia humano pelo fato de se perceber pensando. Segundo ele, os instintos seriam a fonte da irracionalidade, e a razão teria a função de controlar esses instintos. Ao tentar definir a razão como uma característica humana, Sócrates abre um espaço a ser percorrido mais tarde pela Psicologia: entender os meandros da mente humana. Sócrates usa um método para ensinar considerado como um processo "construtivo", que se divide em duas partes:
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Tela 30 |
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Platão
foi discípulo de Sócrates e o acompanhou até o fim
de seus dias. |
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Tela 31 |
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Aristóteles,
discípulo de Platão, deu grande contribuição
para o desenvolvimento da Psicologia. Segundo ele, alma e corpo não
poderiam ser dissociados. Portanto,
os vegetais teriam uma alma que ele chamou de vegetativa, cuja função
seria alimentação e reprodução; os animais
teriam uma alma vegetativa e uma sensitiva com a função
de percepção e movimento. O ser humano, por ser mais evoluído,
teria as duas almas anteriores além da alma racional, que tem a
função de pensar. |
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Tela 32 |
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| Caminhando no tempo, veremos que, com o advento do Cristianismo, uma nova força político-econômica começa a despontar. O poder do clero passa a prevalecer durante toda a Idade Média e influir não só no modo de trabalhar como no modo de viver. Portanto, nesse período, a Psicologia passa a receber influência do clero que monopolizava o saber e a produção do conhecimento.
Destacam-se Santo Agostinho e São Tomás de Aquino. Santo Agostinho inspira-se em Platão no que se refere à imortalidade da alma e acrescenta que a alma seria o elemento da ligação do ser humano com Deus. Para ele, além da alma ser a sede da razão também era a prova viva da manifestação divina, por isso a igreja dedica-se a entender os meandros da alma humana. São
Tomás de Aquino surge num momento de transição e
conflitos internos na Igreja Católica, quando o protestantismo
começa a eclodir como símbolo de resistência, renovação
e transformação dos antigos preceitos católicos.
A igreja católica começa a ser questionada bem como seus
ensinamentos. Com esse ponto de
vista, procura, em termos racionais, explicar a relação
do ser humano com Deus, garantindo mais uma vez o estudo do psiquismo
por parte da Igreja, como forma de compreender os mistérios da
alma humana nessa relação com Deus. |
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Tela 33 |
| Enfim, embora a Psicologia como ciência seja recente, é importante que saibamos que, há cerca de 2300 anos, os gregos já haviam formulado teorias (com base em pesquisas), sobre a existência da psyche, e que suas ideias inspiraram outros pensadores :
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Tela 34 |
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2 - A Psicologia Científica e suas principais escolas A Psicologia Científica propriamente dita surge no século XIX, em virtude dos avanços do capitalismo, que traz consigo uma nova ordem econômica e social. Ordem essa que irá se refletir na forma de pensar, agir e sentir desse novo ser humano. Era necessário que a ciência apresentasse respostas técnicas imediatas aos problemas surgidos com a nova era: a industrialização. Era importante conhecer as novas formas de comportamento desse ser humano frente à nova economia que se estabelecia. Darwin, com sua tese
evolucionista, tira o ser humano de seu pedestal, ao dizer que ele já
não é mais o centro do universo. Com esse avançar
científico, começa a surgir uma nova visão de ser
humano e de mundo. Torna-se necessário entender melhor essa "máquina"
chamada SER HUMANO. |
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Tela 35 |
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Os temas da Psicologia, que até então eram estudados por filósofos, passam a ser estudados também pela fisiologia e neurofisiologia. Teorias sobre o sistema nervoso e seu funcionamento propõem explicações para os problemas levantados. Por volta de 1946, com os experimentos da neurologia, surge a teoria de que a doença mental está associada diretamente ao mau funcionamento de células cerebrais. A neuroanatomia descobre que o ser humano, muitas vezes, responde ao ambiente por reflexos, isto é, diante de um estímulo que chega à medula, o sujeito responde com um ato motor, sem tomar consciência imediata desse ato.
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Tela 36 |
| A Psicologia Científica sofreu influência de diferentes escolas que criaram a Psicologia Moderna, dentre elas, destacam-se: 1.
Estruturalismo; |
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Tela 37 |
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1.
Estruturalismo |
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Tela 38 |
| 2.
Funcionalismo |
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Tela 39 |
| 3.
Behaviorismo
O behaviorismo
influenciou fortemente a Psicologia Moderna assim como o meio administrativo.
Os princípios do Taylorismo estão fundamentados no condicionamento
humano: um desempenho humano no trabalho pode ser modificado por meio
de reforçamento para levar o indivíduo a se comportar
dentro dos padrões esperados pela organização. |
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Tela 40 |
| 4.
Gestalt |
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Tela 41 |
| 5. Psicanálise Sigmund Freud (1856-1939), ao criar a Psicanálise, revolucionou o meio acadêmico ao propor novas formas de tratamento para doenças de cunho emocional. Ele acreditava que, ao juntar detalhes que nos parecem superficiais a respeito de um problema, poderíamos chegar ao cerne da questão muito mais rápido do que se pensava. Ele enfatizava que havia uma "casa" para cada comportamento que era, muitas vezes, desconhecida pelo próprio sujeito que o emitia. Entre as características dessa escola, destacam-se:
A
Psicanálise facilita a compreensão do comportamento dos
indivíduos nas suas relações de trabalho. Ajuda a
identificar mecanismos repressores dentro da organização
apontando processos de dominação e manipulação
que impedem o crescimento e desenvolvimento das pessoas. Torna possível
identificar a forma pela qual os indivíduos absorvem os valores,
crenças e atitudes que estão presentes na organização.
Sua aplicação prática pressupõe tratamento
diferenciado às pessoas, pelo fato de entender o individuo como
um ser único e diferenciado dos demais, embora apresente muitos
pontos em comum com seus semelhantes. |
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Tela 42 |
| 3 - As diferenças entre Psiquiatria, Psicanálise e Psicologia No jargão popular, é comum ouvir palavras e termos que são importados de diversas ciências, principalmente quando se trata do comportamento humano. Na maioria das vezes, os termos são usados sem a devida compreensão. Quando
uma situação envolve alguma dissonância em relação
ao comportamento de alguém é comum ouvirmos a recomendação
para levar a pessoa a uma consulta com psiquiatra, psicanalista ou psicólogo,
sendo os termos utilizados, muitas vezes, como sinônimo.
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Tela 43 |
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a) Psiquiatria
A psiquiatria
é uma especialização da medicina, sempre exercida
por médicos. Embora lide com o comportamento humano está
voltada mais especificamente para os distúrbios mentais que possuem
uma causa orgânica, que se revelam no comportamento tido como
“anormal”. O psicólogo pode atuar em parceria com
o psiquiatra no tratamento dos distúrbios mentais. |
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Tela 44 |
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b) Psicanálise
A Psicanálise tem Sigmund Freud como seu fundador, pesquisador que revolucionou o meio científico de sua época pela nova forma como abordou a vida psíquica do ser humano. Sua grande preocupação era o que levava os indivíduos a esquecerem tantos fatos de sua vida. E em suas pesquisas ele descobriu que o esquecido era sempre algo penoso para o sujeito, daí o motivo do esquecimento. Freud inovou na medida em que valorizou os sonhos, as fantasias, os motivos internos e subjetivos do ser humano e tratou de como os problemas deveriam ser discutidos pela ciência. Para atuar
como psicanalista é necessário fazer um curso de formação,
mas não é preciso ser psiquiatra ou psicólogo,
embora seja desejável. O método de ação
utilizado pela psicanálise é a interpretação,
em que, por meio do discurso do individuo, isto é, de sua comunicação
verbal, busca-se o significado oculto do que é dito e que é,
muitas vezes, manifestado por ações, sonhos, delírios
e associações de ideias. A Psicanálise visa à
cura do indivíduo por meio do seu autoconhecimento. |
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Tela 45 |
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c) Psicólogo
A Psicologia é a ciência que estuda o ser humano em todas as suas manifestações comportamentais e os processos mentais. Várias escolas e teorias enfocam de forma diferenciada esses comportamentos e apresentam métodos e teorias específicas para atuar sobre ele. Pelo fato de o comportamento
humano ser extremamente complexo, observa-se que existem pontos comuns
entre as teorias e que elas acabam por se completar. Em todas as situações o psicólogo leva em consideração os aspectos estruturais e socioculturais que possam influenciar ou determinar o comportamento de um indivíduo ou grupo. No meio organizacional, por exemplo, sabemos que o comportamento de um executivo difere do comportamento de um operário ou servente. Por isso, é preciso considerar, ao analisarmos os comportamentos, o cenário em que o profissional está inserido, sua escolaridade e os aspectos socioculturais que determinam padrões diferentes de comportamento. Como já foi dito, os conhecimentos da Psicologia aplicados à prática de gestão das organizações auxiliam os gestores no alcance da eficiência dos processos administrativos, no desenvolvimento organizacional, na melhoria da qualidade de vida dos empregados e no clima organizacional. Veja um exemplo. |
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Tela 46 |
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| 4 - O que fazem os psicólogos
O Psicólogo promove a saúde, principalmente a mental. Portanto, deve empregar seus conhecimentos na sociedade na qual esteja inserido, contribuindo para que seus cidadãos encontrem condições psicológicas equilibradas e possam viver de forma sadia e emocionalmente equilibrada. As principais
áreas de atuação do psicólogo são:
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Tela 47 |
| A psicologia organizacional é, entretanto, a área que mais se relaciona com as atividades do administrador. A
psicologia organizacional estuda a inter-relação dos indivíduos
na empresa e as variáveis que podem interferir no comportamento.
O conhecimento da Psicologia Organizacional dá ao administrador:
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Tela 48 |
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5 - A psicologia organizacional e suas tendências A psicologia organizacional surgiu no século XX, quando dois psicólogos experimentais, Hugo Münsterberg (1863-1916) e Walter Dill Scott (1869-1955), iniciaram a aplicação de recursos de psicologia para resolver problemas em organizações. O estudo desenvolvido por Frederick Winslow Taylor (1856-1915), que buscava soluções para tornar o trabalho mais eficiente, surgindo assim a chamada administração científica e a organização do trabalho para produção em massa pode ser considerado como uma das principais influências no campo da psicologia organizacional. Henry Ford, empresário americano do ramo automobilístico, introduziu as ideias de Taylor na fabricação de automóveis, com a fragmentação das tarefas na linha de montagem facilitando o controle da produção por parte dos supervisores. Surgiu então uma série de pesquisas para simplificar movimentos do trabalho visando à eficiência. Nesse período, novos equipamentos e maquinários foram concebidos para facilitar essa eficiência e muitos estudos sobre a fadiga e a monotonia dos trabalhos repetitivos foram desenvolvidos pela Psicologia.
O filme Tempos Modernos, de Charles Chaplin, surgiu como uma crítica direta às ideias de Taylor e Ford, ao tratar o homem como uma máquina e sem controle do seu próprio processo de trabalho. |
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Tela 49 |
| Com o advento da primeira guerra mundial, a psicologia organizacional foi usada pelas forças armadas dos Estados Unidos com intuito de selecionar pessoas certas para determinados cargos e funções, que acabou impulsionando o desenvolvimento deste ramo da psicologia. Os psicólogos auxiliaram o exército na aplicação de testes em massa. Antes mesmo da segunda guerra, a psicologia organizacional já era um campo procurado pelas empresas, que estavam ganhando maior porte, para auxiliá-las na resolução de problemas de produtividade.
Enquanto a psicologia organizacional buscava soluções para melhorar a produtividade e eficiência organizacional por meio de pesquisas, várias constatações foram observadas, uma delas foi resultado do trabalho de Elton Mayo (1880-1949), um dos principais representantes da Escola das Relações Humanas. Em seu estudo, procurava a relação entre liderança e o comportamento dos empregados numa organização. Sua proposta enfatizava a interação das pessoas na organização. |
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Tela 50 |
| Mayo prendeu-se aos aspectos sociais do trabalho. A empresa utilizada para estudo foi a Western Eletric, em Hawthorne, perto de Chicago. Ele constatou que, mesmo em condições inóspitas como baixa luminosidade e alta temperatura, os operários produziam mais e melhor. Durante a experiência, em dado momento, aumentou e melhorou a luminosidade e no momento seguinte diminuiu a um nível inferior ao normal. Foi observado que tanto no primeiro como no segundo momento a qualidade e quantidade da produção melhoraram.
Em princípio, acreditava-se em distorção da pesquisa, mas, com uma análise posterior apurada, percebeu-se que a variável não esperada era o nível de relacionamento do grupo de trabalho. O relacionamento era positivo, não havendo conflitos entre eles, com alto índice de camaradagem e companheirismo. |
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Tela 51 |
| Essa pesquisa permitiu chegar-se à conclusão de que, quando os indivíduos sentem-se valorizados, respeitados pela organização, têm uma tendência a estarem mais abertos para aprendizagem de novas tarefas, esforçam-se mais para aprender e consequentemente produzem mais. Mayo argumentava que o ser humano tem um desejo natural de associação entre si. Propunha soluções para os problemas organizacionais, tais como: treinamento de natureza comportamental para supervisão, ênfase na liderança participativa, trabalho em grupo e entrevista de aconselhamento com funcionários que apresentavam dificuldades. A Experiência de Hawthorne permitiu chegar-se à conclusão de que o relacionamento pode ser mais importante do que os aspectos do ambiente físico no desempenho da tarefa. Com os estudos de Mayo, surgiu uma nova abordagem da administração, as Relações Humanas, em contraposição à teoria mecanicista da Administração Científica, que tinha como foco a produção. Outro acontecimento que estimulou o desenvolvimento da psicologia organizacional foi a participação dos psicólogos na segunda guerra. Além de trabalhar com a seleção de soldados, houve preocupação com treinamento, desenvolvimento de equipes, aspectos morais, entre outros. Depois
da guerra, acontecimentos como a aprovação da Lei dos Direitos
Civis americana (1964), que tornou ilegal a discriminação
das minorias nas organizações, e a aprovação
da lei que favorecia os americanos com invalidez (1991), são exemplos
de fatores que levaram as empresas a buscarem, nos trabalhos dos psicólogos,
auxílio para encontrar meios de eliminar a discriminação
no processo de trabalho. |
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Tela 52 |
| A psicologia organizacional teve como terreno fértil os Estados Unidos, mas seu trabalho não se restringiu às empresas americanas. Em uma pesquisa realizada pelo Instituto de Tecnologia de Israel, em 1994, foram relacionados os tópicos mais recorrentes em publicações de pesquisa na área da psicologia organizacional, retratando as diferenças de interesse entre os estudiosos da área.
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Tela 53 |
| Observa-se que a psicologia organizacional vem acompanhando a evolução das empresas e realizando estudos para o desenvolvimento de técnicas e métodos que podem ser usados em diferentes questões do trabalho, tais com: stress no trabalho, seleção de pessoal, desenvolvimento de carreira, avaliação de desempenho, qualidade de vida, motivação, liderança, trabalho em equipe, entre outros. Hoje, a psicologia organizacional enfrenta novos desafios, como por exemplo, as mudanças tecnológicas que diretamente afetam o comportamento dos grupos de trabalho e a própria estrutura organizacional. É necessário dar novo significado às relações de trabalho, bem como descobrir mecanismos para lidar com o stress da vida moderna que interfere no processo produtivo e no bem estar físico e mental dos indivíduos. Cabe à
psicologia organizacional mostrar as possibilidades de progresso organizacional
por meio do desenvolvimento das pessoas que compõem a organização. |
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Tela 54 |
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| Poderíamos, então, definir a psicologia organizacional (minúscula) como uma área da Psicologia Aplicada que se utiliza da metodologia científica, para estudar o comportamento humano nas organizações objetivando o crescimento e desenvolvimento institucional para alcançar um clima organizacional harmônico e satisfatório, e, consequentemente, maior produtividade e capacidade de competitividade no mercado.
Estamos na era das inteligências múltiplas, do capital intelectual, das doenças ocupacionais, de mercados globalizados e da internacionalização. Estamos na era da Gestão do Conhecimento e Gestão por competência. Esse momento exige do mundo científico posturas diferenciadas e que atendam rapidamente a demanda existente. A psicologia organizacional tem procurado acompanhar essa evolução a partir da revisão de seus métodos de pesquisa e de tratamento de dados. Sabemos que ela não é um corpo de conhecimentos acabado, muito pelo contrário, tem muito a evoluir, pois está em constante transformação, assim como as empresas. |
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Tela 55 |
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Resumo A história da Psicologia se inicia na Grécia Antiga, com destaque para três grandes filósofos: Sócrates, Platão e Aristóteles. Seus interesses estavam voltados para desvendar os mistérios que envolviam o ato de pensar, a alma e a razão humanas. Com
o Cristianismo, merecem destaque: Santo Agostinho e São
Tomás de Aquino. O primeiro inspira-se nas ideias de Platão
no que se refere à imortalidade da alma, o elemento de ligação
com Deus. Psicologia científica começa a despontar no século XIX, com os avanços do capitalismo. Wundt, na Alemanha, desenvolve o primeiro laboratório, onde faz experimentos com as sensações humanas. Sua escola é chamada de estruturalista, os psicólogos deveriam estudar os processos elementares da consciência e localizar suas correlações com o sistema nervoso. William
James, da escola funcionalista, questiona o estruturalismo, defendendo
a utilidade prática das pesquisas. Para os funcionalistas a consciência
era única e pessoal, e sua função é ajudar
na adaptabilidade do ser humano ao meio. A
Gestalt teve em Wertheimer seu grande representante. A percepção
é o ponto chave dessa escola, pois segundo a Gestalt, os processos
perceptivos influenciavam o comportamento. Seus princípios são
muito usados no meio organizacional, como por exemplo, quando se pretende
lançar um produto no mercado. |
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