Unidade 5 Módulo 4
Tela 1
Módulo 04 - Informações contábeis para decisão

1 - Informação Contábil na Tomada de Decisão

E Você? Que tipos de informações contábeis são necessárias em determinados momentos para se tomar uma decisão de qualidade?

Em muitos casos, torna-se impossível avaliar alternativas sem a utilização de técnicas estatísticas ou da matemática financeira para auxiliar o momento da decisão, pois a complexidade organizacional e o número de variáveis a serem analisadas é crescente.

As maiores contribuições para o desenvolvimento das aplicações da matemática financeira no processo decisório vêm sendo apresentadas sob o nome de Engenharia Econômica. Alguns princípios da Engenharia Econômica, apresentados por Paulo Hummel e Mauro Taschner valem ser lembrados, pela importância em relação ao nosso conteúdo:

  • Não existe decisão a ser tomada considerando-se alternativa única;
  • Somente alternativas homogêneas podem ser comparadas;
  • Os critérios para decisão entre alternativas econômicas devem reconhecer o valor do dinheiro no tempo;
  • Não devem ser esquecidos os problemas relativos ao racionamento do capital;
  • Decisões separáveis devem ser tomadas separadamente;
  • Os graus de incerteza associados às previsões efetuadas devem ser tratados atribuindo-lhes um certo peso, conforme a importância;
  • As decisões devem levar também em consideração os eventos qualitativos não quantificáveis monetariamente e;
  • Utilizar sempre as informações contábeis e avaliar o impacto das alternativas.


Tela 2
Módulo 04 - Informações contábeis para decisão

2 - Decisões do Tipo Fabricar ou Comprar

É o tipo de decisão que deve ser tomada pela gerência com constância relativa. Em determinado processo é comum ocorrerem avaliações ou reavaliações da situação operacional. Em alguns momentos, pode-se deparar com variações de preços que podem gerar grandes lucros ou, em outra via, grandes prejuízos para a Empresa. Ou seja, se a empresa resolve fabricar uma peça que é parte de um de seus produtos, sem comparar com a alternativa de comprar a mesma peça de terceiro e, mais adiante, descobre que seria mais barato comprar de terceiros, a empresa está tendo prejuízos. Esses prejuízos podem, inclusive, se perpetuar após a produção, pois provavelmente seu preço será superior aos praticados por seus concorrentes que se utilizaram de informações gerenciais para resolver o que fazer.



Tela 3
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Para Iudícibus e Padoveze, a decisão de comprar ou fabricar envolve as seguintes variáveis:

Vejamos um exemplo adaptado de Iudícibus:

A administração da Industrial Serrana solicitou a opinião do contador a fim de decidir seria mais vantajoso continuar fabricando uma peça de um produto seu ou adquiri-la de um fornecedor. O preço de aquisição desta peça é de $ 469,12. A empresa precisa, atualmente, de 5.000 unidades de tais peças. Os custos para produzir as peças estão discriminados a seguir.

Peça XYZ
Quantidade: 5.000
Custos
 
Materiais
R$ 1.026.200,00
Mão-de-obra Direta
R$ 1.641.920,00
Mão-de-obra Indireta
R$ 351.840,00
Consumo de Energia
R$ 17.592,00
Outros Custos
R$ 32.448,00

Somando os custos necessários à fabricação das peças e dividindo pela quantidade produzida, teremos um custo unitário de R$ 614,00 (valor superior ao preço de aquisição das peças), mas deveremos analisar outras informações, a saber:

- possibilidade de redução de custos fixos: os equipamentos e ferramentas utilizados poderão ser vendidos, caso não tenham outra utilização no processo produtivo. Isso permitiria redução de depreciação e seguro. O espaço físico também pode ser reduzido ou reaproveitado, gerando também economia de recursos.
- utilização da capacidade ociosa: se a empresa apresenta grande capacidade ociosa, a alternativa de produzir merece maior atenção em virtude de possibilitar aproveitamento da capacidade instalada. Caso contrário, a aquisição permite a liberação de recursos (mão-de-obra, equipamentos e espaço físico) para fabricação de outros componentes ou do produto final.
- economia de custos: somente os valores evitáveis (custos evitáveis), ou seja, aqueles gastos que deixarão de existir quando a peça deixar de ser produzida, podem ser considerados economia de custos.
- cálculos adicionais por adquirir de terceiros: verificar os gastos adicionais, como seguro, frete, embalagens, etc.



Tela 4
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Para o nosso exemplo, consideraremos que se as peças forem adquiridas de um fornecedor, as máquinas utilizadas atualmente para produzi-las poderão ser vendidas pelo valor contábil (valor de aquisição menos depreciações).

Vale lembrar que a aquisição das peças permitirá uma redução de custos com depreciação de equipamentos e seguros (já inseridos no custo do produto) no valor de R$ 32.448,00.

Por outro lado, no caso de adquirirmos de um fornecedor, incorreríamos nos seguintes custos adicionais:



Tela 5
Módulo 04 - Informações contábeis para decisão

Que decisão tomar?

Podemos melhorar a visualização do problema com a construção do quadro de Comparação de Alternativas a seguir:

 
Custos
Fabricando a Peça $
Comprando a Peça $
Matérias-Primas
1.026.200
-
Valores das Peças
-
2.345.600
Fretes
-
5.000
Mão-de-obra Indireta
351.840
293.200
Mão-de-obra Direta
1.641.920
-
Energia e Outros Custos
50.040
-
Total
3.070.000
2.643.800

Assim, teremos um gasto de $ 3.070.000 para produzir e R$ 2.643.800 para adquirir as peças. Considerando os números, a decisão será pela aquisição, mas como salientamos anteriormente, a empresa deverá verificar outros aspectos como qualidade e continuidade do fornecimento.

Na base de tais números, provavelmente decidiríamos pela aquisição, em vez de fabricação.



Tela 6
Módulo 04 - Informações contábeis para decisão

Considerações

O importante numa decisão deste tipo é, por um lado, apresentar os custos de aquisição das peças e, por outro, apresentar os custos de fabricação das peças.

Se, por outro lado, os custos mão-de-obra indireta antes da fabricação forem de $ 100.000,00 e, com a decisão de fabricar, subirem para $ 120.000,00, somente a diferença de $ 20.000,00, poderá ser apropriada como custos da alternativa de fabricar.



Tela 7
Módulo 04 - Informações contábeis para decisão

3 - Decisões sobre Substituição de Equipamentos

O que acontece quando as empresas e, particularmente, as indústrias não acompanham o desenvolvimento de novas tecnologias, a utilização de novos métodos e máquinas no processo produtivo?

Certamente você responderia de imediato que ela deverá estar fora do mercado em pouco tempo, em função da perda de competitividade.

Esse é um dos motivos pelos quais a substituição de equipamentos é um tema em constante estudo pela administração de qualquer empresa, sobretudo aquelas cujos produtos apresentam maior velocidade de mudanças.

Afinal, quais as principais razões que levam à substituição de equipamento?

- Obsolescência física: equipamento muito utilizado que exige elevados gastos com manutenção;
- Existência de alternativas tecnicamente melhores;
- Obsolescência funcional: equipamento com pouca utilização devido à redução de demanda dos respectivos produtos;
- Possibilidade de substituição por equipamentos arrendados ou outras mudanças no processo produtivo.



Tela 8
Módulo 04 - Informações contábeis para decisão

Existem diversas alternativas quanto à substituição de equipamentos, pois pode ser adquirido um equipamento similar, um equipamento tecnicamente superior, ou até mesmo um equipamento usado. Essas alternativas devem ser analisadas, levando-se em conta os efeitos, a longo prazo, sobre os lucros e fluxos de caixa. Apresentaremos algumas técnicas e exemplos para ilustrar, de forma introdutória, o tipo de decisão pretendido.



Tela 9
Módulo 04 - Informações contábeis para decisão

Um dos procedimentos mais utilizados para avaliação de investimentos consiste na verificação da taxa de remuneração do capital investido. A opção mais conhecida para verificação da taxa de rentabilidade do capital investido é a Taxa Interna de Retorno (TIR), também chamada de Taxa de Retorno Ajustada pelo Tempo.

A análise de valores agregados ao fluxo de caixa, gerados pelo novo investimento, também é uma metodologia muito utilizada. Esses fluxos de caixa são comparados ao custo de oportunidade dos recursos investidos. Quando a análise da viabilidade é realizada por meio do somatório dos fluxos de caixa descontados para a data atual, denomina-se Valor Presente Líquido(VPL) ou Valor Atual Líquido. É possível também levar os fluxos de caixa para o valor futuro, dependendo do interesse e possibilidades informacionais.

Trataremos então dessas duas metodologias para subsidiar a decisão sobre substituição de equipamentos:


  • Taxa Interna de Retorno (TIR) ou Taxa de Retorno Ajustada Pelo Tempo
  • Valor Presente Líquido (VPL) ou Valor Atual Líquido.

Para decidir entre alternativas ou projetos que envolvam fluxos de longo prazo, ambas as metodologias podem ser utilizadas.

A Metodologia da Taxa de Retorno Ajustada pelo Tempo ou Taxa Interna de Retorno (TIR):

O Método do Valor Atual Líquido ou Valor Presente Líquido (VPL):



Tela 10
Módulo 04 - Informações contábeis para decisão

Vejamos um exemplo de aplicação dos dois métodos:

Certa empresa poderia adquirir, por $ 300.000,00, uma nova máquina, e esta economizaria $ 29.000,00 por ano em despesas operacionais desembolsáveis. Sua vida útil estimada é de 20 anos, e o valor residual estimado é nulo.

Solução pelo Método da Taxa de Retorno Ajustada pelo Tempo ou Taxa Interna de Retorno (TIR).

Na verdade, segundo esta metodologia, $ 300.000,00 corresponde ao valor atual de uma anuidade de $ 29.000,00 a x % (porcentagem que estamos, justamente, procurando), durante 20 anos.

Como já mencionado anteriormente, o cálculo da TIR pode ser feito utilizando uma calculadora financeira ou em uma planilha Excel. Veja os valores na planilha.

Caso não possamos utilizar os recursos de planilha ou calculadora, poderemos utilizar uma tabela que facilmente encontramos nos livros de matemática financeira. Para isso, precisamos identificar o Fator (TR) na seguinte equação:

Verificando em uma tabela de Valor Atual de Anuidades e procurando, na linha de 20 anos, deve-se identificar a coluna que mais se aproxima de 10,345.

Assim, encontram-se a coluna de 7%, apontando 10,594, e a de 8%, apontando 9,8181.

A verdadeira taxa ajustada pelo tempo estará entre estas duas (7% e 8%).

Assim, por interpolação, uma diferença de 10,594 menos 9,8181, ou seja, 0,7759, corresponde a uma diferença percentual de 1%.

Considerando que 10,345 está mais próximo de 7% (Fator 10,594), significa que a verdadeira TIR será 7% mais um pequeno percentual.

Assim:

como

0,7759 está para 1%.
0,249 está para X%.

Logo, a TIR será de 7% + 0,32% = 7,32%

Observem que a TIR encontrada apresenta uma pequena diferença em relação ao cálculo realizado na planilha Excel, mas isso é normal devido à interpolação.



Fator de acumulação em séries uniformes postecipadas :

n

i (taxa de juros ao período)

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

11

12

13

14

1

0,9901

0,9804

0,9709

0,9615

0,9524

0,9434

0,9259

0,9259

0,9174

0,9091

0,9009

0,8929

0,8850

0,8772

2

1,9704

1,9416

1,9135

1,8861

1,8594

1,8334

1,8080

1,7833

1,7591

1,7355

1,7125

1,6901

1,6681

1,6467

3

2,9410

2,8839

2,8286

2,7751

2,7232

2,6730

2,6243

2,5771

2,5313

2,4869

2,4437

2,4018

2,3612

2,3216

4

3,9020

3,8077

3,7171

3,6299

3,5460

3,4651

3,3872

3,3121

3,2397

3,1699

3,1024

3,0373

2,9745

2,9137

5

4,8534

4,7135

4,5797

4,4518

4,3295

4,2124

4,1002

3,9927

3,8897

3,7908

3,6959

3,6048

3,5172

3,4331

6

5,7955

5,6014

5,4172

5,2421

5,0757

4,9173

4,7655

4,6229

4,4859

4,3553

4,2305

4,1114

3,9975

3,8887

7

6,7282

6,4720

6,2303

6,0021

5,7864

5,5824

5,3893

5,2064

5,0330

4,8684

4,7122

4,5638

4,4226

4,2883

8

7,6517

7,3255

7,0197

6,7327

6,4632

6,2098

5,9713

5,7466

5,5348

5,3349

5,1461

4,9676

4,7988

4,6389

9

8,5660

8,1622

7,7891

7,4353

7,1078

7,8017

6,5152

6,2469

6,9952

5,7590

5,5370

5,3282

5,1317

4,9464

10

9,4713

9,9826

8,5302

8,1109

7,7217

7,3601

7,0236

6,7101

6,4177

6,1446

5,8892

5,6502

5,4262

5,2161

11

10,368

9,7868

8,5302

8,7605

8,3064

7,8869

7,4987

7,1390

6,8052

6,4951

6,2065

5,9377

5,6869

5,4527

12

11,255

10,575

9,9540

9,3851

8,8633

8,3838

7,9427

7,5361

7,1607

6,8137

6,4924

6,1944

5,9176

5,6603

13

12,134

11,348

10,635

9,9856

9,3936

8,8527

8,3577

7,9038

7,4869

7,1034

6,7499

6,4235

6,1218

5,8424

14

13,004

12,106

11,296

10,563

9,8986

9,2950

8,7455

8,2442

7,7862

7,3667

6,9819

6,6282

6,3025

6,0021

15

13,865

12,849

11,938

11,118

10,380

9,7122

9,1079

8,5595

8,0607

7,6061

7,1909

6,8109

6,4624

6,1422

16

14,718

13,578

12,561

11,652

10,838

10,106

9,4466

8,8514

8,3126

7,8237

7,3792

6,9740

6,6039

6,2651

17

15,562

14,292

13,166

12,166

11,274

10,477

9,7632

9,1216

8,5436

8,0216

9,5488

9,1196

7,7291

7,3729

18

16,398

14,992

13,754

12,659

11,690

10,828

10,059

9,3719

8,7556

8,2014

7,7016

7,2497

6,8399

6,4674

19

17,226

15,678

14,324

13,134

12,085

11,158

10,336

9,6036

8,9501

8,3649

7,8393

7,3658

6,9380

6,5504

20

18,046

16,351

14,877

13,590

12,462

11,470

10,594

9,8181

9,1285

8,5136

7,9633

7,4694

7,0248

6,6231



É muito fácil calcular:

- Coloque em uma célula (B1) o valor do investimento inicial (negativo): -300.000
- Coloque o fluxo de caixa do período (no nosso caso, 29.000 em 20 anos)
- Em seguida, coloque a fórmula =TIR(B1:B21; 0,07). B1 a B21 compreende o intervalo das células com o investimento inicial e o fluxo de caixa, enquanto o 0,07 significa a TIR estimada (podemos estimar isso não afeta o resultado).
* Observe que o resultado do cálculo encontrado na planilha será 7,308%.



É muito fácil calcular:

- Coloque em uma célula (B1) o valor do investimento inicial (negativo): -300.000
- Coloque o fluxo de caixa do período (no nosso caso, 29.000 em 20 anos)
- Em seguida, coloque a fórmula =TIR(B1:B21; 0,07). B1 a B21 compreende o intervalo das células com o investimento inicial e o fluxo de caixa, enquanto o 0,07 significa a TIR estimada (podemos estimar isso não afeta o resultado).
* Observe que o resultado do cálculo encontrado na planilha será 7,308%.



Investimento

-300000

 

Fluxo de caixa

29000

 

29000

 

29000

 

29000

 

29000

 

29000

 

29000

TIR:

29000

7,308%

29000

 

29000

 

29000

 

29000

 

29000

 

29000

 

29000

 

29000

 

29000

 

29000

 

29000

 

29000

 



Tela 11
Módulo 04 - Informações contábeis para decisão

O que significa a taxa de retorno ajustada pelo tempo?

É a taxa que iguala o valor investido de $ 300.000,00 ao valor atual das economias de despesas de desembolso (ou ao valor das entradas de caixa) de $ 29.000,00 anuais durante 20 anos.

Esta taxa deve ser comparada com a taxa de juros sobre os recursos tomados emprestados. Se tomamos um empréstimo à taxa de 7,32% ao ano para adquirir a máquina, as economias de despesas de $ 29.000,00, durante 20 anos, produzidas pela máquina, pagariam exatamente o empréstimo e os juros durante os 20 anos. Se o custo de captação de capital for inferior a 7,32%, o projeto será lucrativo; caso contrário, será deficitário.

A taxa de retorno ajustada pelo tempo, portanto, foi de 7,32% ao ano.



Tela 12
Módulo 04 - Informações contábeis para decisão

Solução pelo Valor Atual Líquido ou Valor Presente Líquido (VPL):

Neste caso, todavia, iremos substituir $ 300.000,00 por uma incógnita, e o x% será substituído pela taxa desejada de retorno de 6%.

X = valor atual de uma anuidade de $ 29.000,00 a 6%, por 20 anos.
      O fator, na tabela para 6% e 20 anos, é, como vimos, 11,470.
      Substituindo este fator na última expressãoteremos: Valor Atual = 29.000 x 11,470 = 332.630

  Valor Atual. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . $ 332.630,00
(-) Custo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . $ 300.000,00
= Valor Atual Líquido . . . . . . . . . . . . . . . . $   32.630,00

O projeto é favorável, portanto, pois o valor computado é superior ao custo investido.

Consideramos o método do valor atual líquido melhor do que o da taxa de retorno ajustada pelo tempo, pois não exige interpolações e é aplicável com igual facilidade quando os fluxos não são constantes. Entretanto, os contadores e gerentes parecem entender melhor o método da taxa ajustada de retorno, pois comparamos uma taxa com outra, ao passo que, no método do valor atual líquido, comparamos um valor atual de um fluxo futuro com o custo do investimento.



Tela 13
Módulo 04 - Informações contábeis para decisão

No exemplo apresentado, aceitaríamos o projeto pelas duas metodologias.

Metodologia da Taxa de Retorno Ajustada pelo Tempo


  • projeto aprovado, pois a taxa ajustada, de 7,32%, é superior à taxa de juros de custo do dinheiro, de 6%.

Metodologia do Valor Atual Líquido


  • projeto aprovado, pois o valor atual do fluxo futuro a uma taxa de 6% (taxa de desconto) é superior ao custo do investimento.

A empresa "New Option S.A." está estudando a possibilidade de adquirir uma nova máquina de beneficiamento de algodão para substituir a máquina em uso.

A máquina, atualmente em uso, está relativamente bem conservada e poderá durar mais 10 anos. Mas a nova máquina é muito superior tecnicamente e permitirá a redução de custos de matéria-prima, materiais e outros custos diretos de operação em $ 50.000,00 por ano. A nova máquina custa $ 150.000,00, já instalada. A taxa de retorno desejada é de 25% e o tempo de vida útil da nova máquina é de 10 anos.

A depreciação da máquina atual é de $ 15.000,00 por ano, e seu valor contábil (custo menos depreciação) é de $ 9.000,00. Se for vendida agora, poderá receber $ 11.000,00. Daqui a 10 anos, não terá valor comercial.

Vejamos então se é viável a aquisição da nova máquina, utilizando o método da Taxa Interna de Retorno (TIR):

- Usando o Excel teremos:

-150000

 

50000

TIR

50000

31,113%

50000

 

50000

 

50000

 

50000

 

50000

 

50000

 

50000

 

50000

 

- Utilizando o cálculo manual teremos:

TR = 150.000 / 50000 = 3 Assim, verificando na tabela mencionada anteriormente (disponível nos livros de Matemática Financeira), encontraremos o Fator 3,0091 para a taxa de 31%, sendo n = 10; encontraremos o Fator 2,9304 para a taxa de 32%. Seguindo o raciocínio do exemplo apresentado anteriormente, a diferença será de 0,0787 (3,0091 – 2,9304) correspondente a 1%, mas queremos encontrar o percentual representado pela diferença de 0,0091 (3,0091 – 3).

Se 0,0787 corresponde a 1%, então 0,0091 corresponde a 0,11%. Assim, devemos somar 0,11 ao percentual encontrado na tabela para o fator 3,0091 e encontraremos a TIR, ou seja: 31,11%.

Vamos utilizar o método do Valor Atual Líquido ou Valor Presente Líquido (VPL).

Assim, verificamos que as economias derivadas da compra da nova máquina são de $ 50.000,00 anuais, durante 10 anos. Vamos então calcular o Valor Presente Líquido (VPL) utilizando a calculadora HP12C:

Passo
Teclas
1
[ON]
2
[f] [Reg]
3
150000 [CHS] [g] [CFo]
4
50000 [g] [CFj]
5
10 [g] [Nj]
6
25 [i]
7
[f] [NPV]
8
[ENTER] 150000 [+]

Observe que limpamos os registros da calculadora, informamos o valor do investimento, fluxo de caixa e número de períodos e, finalmente, informamos a taxa de retorno desejada. O resultado deverá ser de $ 178.525,16.

Poderemos aproveitar e confirmar o cálculo da TIR, utilizando as informações já incluídas na calculadora. Para isso basta dar mais um passo:

Passo
Teclas
9
[f] IRR

O resultado deverá ser 31,11, ou seja, 31,11% calculado na planilha Excel, certo?

O valor do investimento é de $ 150.000,00, logo, aparentemente, vale a pena adquirir a máquina, pois o valor atual dos rendimentos futuros proporcionados pela nova máquina é superior ao seu custo.

Entretanto, para tomar uma decisão final, precisamos levar em conta as informações sobre o provável valor da venda da máquina antiga e as depreciações.



Tela 14
Módulo 04 - Informações contábeis para decisão

As depreciações são alocações contábeis que não implicam saídas específicas de caixa (são chamadas despesas extra-caixa). As depreciações e os valores contábeis são, portanto, desprezados nas decisões envolvendo fluxos descontados de caixa, pois representam custos "expirados".

No que se refere ao valor de venda da máquina antiga, poderíamos receber $ 11.000,00 se fosse vendida agora.

Portanto, ao adquirir novo equipamento, venderíamos o antigo e receberíamos $ 11.000,00. Isto faz com que o custo efetivo da nova aquisição seja de $ 150.000,00 - $ 11.000,00 = $ 139.000,00.

Assim, o fluxo futuro de economias resulta num valor atual de $ 178.525, e o valor efetivo de custo do investimento é de $ 139.000,00. O projeto seria, portanto, aprovado.



Tela 15
Módulo 04 - Informações contábeis para decisão

Outras Considerações

Freqüentemente, o problema da decisão é complicado por um ou vários dos seguintes fatores:

É preciso considerar, por outro lado, que o fluxo descontado não é a única forma de avaliar projetos. Contadores e administradores freqüentemente usam outros métodos, a saber: Método do Payback, Método da Taxa Contábil de retorno e outros baseados, em nenhuma fórmula, apenas no "bom senso".

Alguns supervisores decidem por adquirir novo equipamento apenas quando o antigo, literalmente, "pifar".

É o mesmo tipo de comportamento de um dono de automóvel que substitui seu carro quando realmente estiver "caindo aos pedaços". Provavelmente, todavia, as despesas de manutenção e reparos que ele teve para poder andar com o carro antigo por tanto tempo, ou os aborrecimentos, perdas de tempo (mensuráveis em dinheiro), falta de segurança, etc., teriam tornado mais viável a alternativa de adquirir um carro novo, antecipadamente.



Tela 16
Módulo 04 - Informações contábeis para decisão

4 - Outros métodos de análise de investimentos

Método do payback

Um dos métodos mais utilizados para avaliação de investimentos consiste no cálculo do prazo de recuperação do capital investido, o payback. Este método dá muita ênfase ao tempo que demorará a recuperar o investimento e tira o destaque da lucratividade do projeto. Entretanto, é, provavelmente, o método mais usado, na prática, para avaliação de projetos.

Suponhamos duas alternativas de investimento. Uma implica o desembolso de $ 100.000,00, porém economiza (em despesas operacionais desembolsáveis) $ 30.000,00 por ano. A vida estimada é de seis anos.



Tela 17
Módulo 04 - Informações contábeis para decisão

Outra máquina custaria $ 66.667,00 e economizaria $ 33.000,00 por ano. Sua vida seria de quatro anos.

No Caso da Máquina 1, P = 100.000,00 = 3,33 anos
                                       30.000,00

Se utilizássemos o método do payback puro, seríamos levados a escolher a máquina 2, pois o investimento inicial é recuperado mais rapidamente do que pela máquina 1.

Entretanto, a máquina 1 proporcionará 2,67 anos de economias (6 anos da vida útil menos 3,33 do payback) adicionais, ao passo que a máquina 2 proporcionará somente mais 1,98 ano (4 - 2,02).



Tela 18
Módulo 04 - Informações contábeis para decisão

É possível que, se levarmos em conta este fato adicional, a escolha recaia na máquina 1 (seria necessário, de qualquer forma, para ter certeza, o cálculo dos valores atuais, logo, cairíamos no método do fluxo descontado). Entretanto, existem variantes do método do payback que podem ser realmente úteis em várias decisões.

Uma delas é conhecida com "Payback Recíproco" e é definida como:

No caso do exemplo utilizado no estudo da Taxa de Retorno Ajustada pelo Tempo, teremos:

PR = $ 29.000 = 0,097, ou 9,7%.
       $ 300.000

Entretanto, com relação ao Payback Recíproco, pode-se demonstrar que é um método válido apenas se:

Note-se, de qualquer forma, que o Payback Recíproco sempre será algo maior que a verdadeira taxa de retorno (no caso do exemplo citado, esta taxa era de 7,32%).



Tela 19
Módulo 04 - Informações contábeis para decisão

Apesar das técnicas de fluxos descontados serem, normalmente, as melhores para o tipo de decisão que estamos tratando, alguns contadores e administradores estão mais familiarizados com a taxa contábil de retorno. Conquanto seja superior ao Payback, no sentido de preocupar-se com a lucratividade, tem o grave defeito de ignorar o efeito tempo nos fluxos.

A taxa contábil de retorno pode ser definida como:

TCR = Lucro médio adicional esperado
          Investimento adicional inicial

Alguns preferem que o denominador seja representado pelo investimento médio.

No caso do 1º exemplo, a taxa de retorno seria assim calculada:

TCR = $ 30.000,00 - $ 16.667,00 (depreciação) = 13,3%
                            $ 100.000,00



Tela 20
Módulo 04 - Informações contábeis para decisão

Resumo

No processo decisório, existe o momento anterior à decisão, o atual e o novo, que dependerá da decisão tomada. Deve-se avaliar que tipo de informação contábil é necessária em determinado momento? Em muitos casos, torna-se impossível avaliar as alternativas sem a utilização de técnicas estatísticas ou da matemática financeira para auxiliar a tomada de decisão.

As decisões do tipo Fabricar ou Comprar devem ser tomadas pela gerência com constância relativa. Em determinado processo, é comum ocorrerem avaliações ou reavaliações da situação operacional.

As decisões podem envolver as seguintes variáveis: a) comparação entre custos; b) grau de ocupação da capacidade da fábrica antes da decisão; c) problemas de mercado, tempos de espera e qualidade das partes; d) segurança no longo prazo.

As decisões sobre substituição de equipamentos devem avaliar se: a) continuamos a utilizar um equipamento já existente - parcialmente depreciado e quase sempre necessitando de muita manutenção e oferecendo produtividade apenas razoável; b) se adquirimos um novo equipamento, assumindo o custo do investimento e tendo as vantagens de maior produtividade e menor manutenção.

Para decidir que curso de ação tomar, vimos que é preciso calcular taxas de retorno ajustadas pelo tempo ou valores atuais. Dinheiro tem valor diferente, conforme seja recebido em épocas diferentes, não somente pelo fenômeno inflacionário, mas porque é muito mais proveitoso, sob todos os aspectos, receber $ 100 hoje do que daqui a um mês ou daqui a um ano.

Destacamos as principais taxas e suas aplicações, tais como: TCR - taxa contábil de retorno, TIR - taxa interna de retorno; o método do Payback.



Unidade 5 Módulo 5
Tela 21
Módulo 05 - Noções de Avaliação de Desempenho

1 - Informação para Avaliação de Desempenho

Uma das funções mais importantes da contabilidade gerencial consiste em fornecer informações hábeis para a avaliação de desempenho. Este desempenho pode ser considerado não somente em relação à apuração de resultados por produto ou por serviço.

O ponto mais importante da avaliação de desempenho consiste em aplicar instrumentos que dimensionem de forma clara e objetiva o desempenho dos diversos setores da empresa em relação às metas previamente estabelecidas.

Para Iudícibus (2000), "Tradicionalmente, a contabilidade gerencial tem dado muita ênfase ao centro de custo e chegou-se a pensar em contabilidade por responsabilidade, ficando esta, limitada ao mapeamento dos custos que seriam controláveis e dos que não seriam controláveis".

Contudo, hoje em dia, esta noção de contabilidade por responsabilidade está associada a conceitos mais avançados, como centro de lucro e centro de investimento, como veremos a seguir.



A alta administração deve acompanhar, controlar e cobrar com base em responsabilidades claramente atribuídas aos diversos setores.



Tela 22
Módulo 05 - Noções de Avaliação de Desempenho

2 - Centro de Custo

É a menor fração de atividade ou área de responsabilidade para a qual é feita a acumulação de custo (HORNGREN apud IUDÍCIBUS, 2000).

Centros de Custos podem coincidir com Departamentos, mas em alguns casos um departamento pode conter vários centros de custo. Por exemplo, um departamento de beneficiamento pode ter apenas um supervisor, mas pode ter várias linhas de beneficiamento. Para cada linha, poderíamos criar um centro de custo à parte e avaliá-lo separadamente.

No caso de uma Instituição de Ensino Superior, os Departamentos podem ser a menor unidade administrativa, sendo caracterizado como Centro de Custo.



Tela 23
Módulo 05 - Noções de Avaliação de Desempenho

Quando são criados centros de custos, os chefes ou supervisores dos centros passam a ser responsáveis pelos respectivos custos. Considerando que alguns custos não podem ser controlados por esses supervisores, sugiram os conceitos de custos controláveis e não controláveis. Pode-se dizer que custos controláveis são os passíveis de serem influenciados diretamente por um supervisor ou gerente durante certo interregno de tempo.

É importante notar que o maior ou menor grau de controle de um supervisor sobre um item de custo está diretamente associado ao nível de sua autoridade. Um custo pode recair em determinado centro de custo, entretanto seu controle pode escapar de seu supervisor.

Por exemplo, o custo da mão-de-obra indireta de certo departamento produtivo, numa empresa altamente centralizada, quanto à política de pessoal e salários, pode não ser controlável pelo supervisor do departamento produtivo, mas pelo Diretor ou Responsável pela área de Recursos Humanos, e assim por diante.

Por causa de problemas deste tipo, é que existe uma contradição entre a acumulação tradicional de custos em centros de custo e suas conseqüentes variações entre previsões e realizações, e a necessidade de se atribuírem responsabilidades em nível de pessoas, pelo desempenho.

Verifique que a depreciação pelo método da linha reta é incontrolável por qualquer setor ou função da empresa, pois está associada ao uso de um critério pré-definido.

Puramente sob um ponto de vista de contabilidade por responsabilidade, somente deveriam ser reportados como responsabilidade de um departamento os custos controláveis pelo responsável do departamento, excluindo-se os não controláveis, que seriam alocados como responsabilidade de mais alguém, dentro da organização.



Tela 24
Módulo 05 - Noções de Avaliação de Desempenho

3 - Centro de Lucro e Investimento

Centro de lucro é um segmento da empresa, às vezes constituído por uma divisão, que é responsável não apenas por custos (centro de custo), mas também por receitas e, portanto, por resultados.


 

Centro de investimento - É um centro de lucro, porém, o sucesso relativo não é mensurado pela diferença entre receitas e despesas, mas por esta diferença relacionada com o investimento realizado.

É o melhor conceito de Centro, pois o lucro deve ser relacionado com o que foi investido, a fim de obtermos a lucratividade relativa.



Tela 25
Módulo 05 - Noções de Avaliação de Desempenho

4 - A Descentralização

As empresas centralizadas reservam maior parte do poder de decisão para os seus principais executivos. Em contraste, as empresas descentralizadas delegam muita autoridade para que ocorram decisões importantes nos níveis intermediários.

Normalmente, as empresas altamente centralizadas têm maior dificuldade de responder rapidamente às mudanças exigidas pelos seus ambientes interno e externo. Podemos então dizer que a centralização é mais cabível nas empresas que atuam em ambientes estáveis.

Por outro lado, as empresas que atuam em ambientes dinâmicos precisam pensar na descentralização por duas razões:

• As pessoas que se encontram na linha de frente são as primeiras a ver ou sentir a necessidade de mudança.
• Essas pessoas estão em melhor posição para desenvolver o conhecimento e habilidades exigidas para entender as mudanças necessárias em seus próprios trabalhos.

Segundo Atkinson e Kaplan (2000), existem três condições necessárias para a descentralização eficiente:

• devem ser dadas aos funcionários a autoridade e a responsabilidade para tomar decisões;
• os funcionários devem ter treinamento e habilidades para aceitar a responsabilidade da tomada de decisão;
• a empresa deve ter um sistema para guiar e coordenar as atividades dos tomadores de decisões descentralizados.

A descentralização de atividades em unidades distintas de uma mesma empresa deve ser acompanhada por uma adequada criação de centros de custos e centros de lucro ou investimento. Contudo, a descentralização não acontece simplesmente com a criação de centros de custo e de lucro. Caso os gerentes de tais centros precisem de autorização da administração central para decidir, constata-se que de fato não existe descentralização.

Decidir entre centralização e descentralização de uma atividade requer a análise de muitas variáveis.

A descentralização de uma atividade é mais vantajosa quando as unidades da empresa forem independentes. Isto não quer dizer que a descentralização seja desvantajosa nas outras circunstâncias.



Tela 26
Módulo 05 - Noções de Avaliação de Desempenho

Todo esquema de descentralização na área industrial envolve o estabelecimento de preços de transferência entre as subunidades.

Várias teorias entrechocam-se a respeito da forma de cálculo de tais preços. A forma mais encontrada, na prática, é transferir na base do custo total mais alguma porcentagem de mark-up.

A polêmica sobre preços de transferência abrange tanto o campo da contabilidade quanto o da economia.

Vários fatores, segundo Iudícibus apud Horngren, são críticos na escolha desta ou daquela forma para o preço de transferência: conciliação entre fatores econômicos e de avaliação de desempenho, existência de mercados intermediários, grau de interdependência das subunidades (o método do preço de mercado seria mais apropriado no caso de haver bastante independência entre as subunidades), etc.

Segundo Iudícibus (2000),"... será interessante resumir o assunto da avaliação de desempenho da seguinte forma:



Tela 27
Módulo 05 - Noções de Avaliação de Desempenho

5 - O lucro como Medida de Desempenho

O lucro serve em muitos casos para simplificar toda a problemática de medir desempenho.

As maiores dificuldades para medir lucros são:


  • Escolher um índice de lucro que trate da alocação de custos e receitas ao centro de lucro.
  • Precificar a transferência de bens entre centros de lucros.

Vejamos um demonstrativo divisional construído com dados de uma Organização:

Receita $ 20.000
Custo variável $ 15.000
Margem de contribuição (*) $   5.000
Custos fixos controláveis $      800
Margem de contribuição controlável (*) $   4.200
Custos fixos não controláveis $   1.200
Margem de contribuição divisional (*) $   3.000
Despesas gerais e administrativas $   1.000
Lucros antes do IR (*) $   2.000

Os itens marcados acima (*) podem ser os indicadores de desempenho da divisão. Procure verificar cada um deles.

Lucro antes do IR - divisional - muitas empresas alocam as despesas gerais e administrativas às divisões no sentido de alerta, para que gerem lucros suficientes para cobri-las.

Um critério de alocação pode ser as vendas de cada unidade em relação ao investimento.



Importante para entender a relação custo/volume/lucro dentro da divisão.



Receita menos custo variável e custo fixo, controlável.



Mede o desempenho da divisão, uma vez que decisões de investir do passado influenciam o resultado presente.



Tela 28
Módulo 05 - Noções de Avaliação de Desempenho

Resumo

Uma das funções mais importantes da contabilidade gerencial consiste em fornecer informações hábeis para a avaliação de desempenho. Este desempenho pode ser considerado não somente em relação à apuração de resultados por produto ou por serviço.

O Centro de custo é a menor fração de atividade ou área de responsabilidade para a qual é feita a acumulação de custo.

Aprendemos que Centros de Custos podem coincidir com Departamentos, mas em alguns casos um departamento pode conter vários centros de custo.

Os custos controláveis são os passíveis de serem influenciados diretamente por um supervisor ou gerente durante certo interregno de tempo.

Um custo pode recair em determinado centro de custo, entretanto seu controle pode escapar de seu supervisor, caracterizando-os, portanto, como custos incontroláveis.

Centro de lucro é um segmento da empresa, às vezes constituído por uma divisão, que é responsável não apenas por custos (centro de custo), mas também por receitas e, portanto, por resultados.

Centro de investimento é um centro de lucro, porém o sucesso relativo não é mensurado pela diferença entre receitas e despesas, mas por esta diferença relacionada com algum conceito de investimento realizado.

A descentralização de execução deve ser acompanhada por uma adequada criação de centros de lucro ou investimento.

O lucro serve, em muitos casos, para simplificar toda a problemática de medir desempenho. Contudo as maiores dificuldades para medir lucros são: escolher um índice de lucro que trate da alocação de custos e receitas ao centro de lucro; precificar a transferência de bens entre centros de lucros.



Unidade 6 Módulo 1
Tela 29
Módulo 01 - Fluxo de Caixa

1 - Importância do Fluxo de Caixa

A escassez de recursos financeiros e o elevado custo para a sua captação tem exigido, de forma crescente, o planejamento e controle mais eficiente das necessidades empresariais. Por outro lado, a abertura de mercado e a internacionalização de capitais se apresentam como razões suficientes para que os investidores e financiadores de capitais busquem a cada dia mecanismos que permitam uma análise mais segura da situação financeira da empresa em que pretendam investir. As informações obtidas por meio das demonstrações contábeis clássicas não são suficientes para que os analistas de mercado avaliem os riscos e a capacidade de retorno do investimento que a empresa oferece.

Diante dessas necessidades, a Demonstração de Fluxo de Caixa (DFC) tornou-se obrigatória para as grandes empresas. O Fluxo de caixa é uma excelente ferramenta de planejamento financeiro, pois permite visualizar com antecedência as possibilidades de investimento, o grau de endividamento e o montante de dinheiro que é necessário manter em caixa, visando a otimização dos resultados da empresa.

A Demonstração de Fluxo de Caixa (DFC), exigida por lei, indica a origem de todo recurso (dinheiro) que entrou no caixa da empresa, bem como o destino de todo o recurso que saiu do Caixa em determinado período, informando, ainda, o resultado desse fluxo, que pode ter sido favorável ou desfavorável para a empresa.

O termo "fluxo de caixa" designa a entrada ou saída de dinheiro, independentemente da conta utilizada nos lançamentos contábeis (Caixa ou Banco). Ou seja, se o dinheiro foi registrado na conta banco por ocasião do recebimento, não significa que não faz parte do fluxo de caixa. Dessa forma, o fluxo dos recursos passa, necessariamente, pela conta Caixa e pela conta Bancos.



Tela 30
Módulo 01 - Fluxo de Caixa

2 - Demonstração de Fluxo de Caixa

A Demonstração de Fluxo de Caixa (DFC) pode ser apresentada pelo método direto ou método indireto.

No método direto, a DFC é elaborada a partir da movimentação diretamente ocorrida nas disponibilidades. Nesse método, são apresentados todos os itens que tenham provocado entrada ou saída de disponibilidade, ou seja, recebimentos ou pagamentos.

No método indireto, a DFC é elaborada a partir do resultado, ou seja, do lucro ou prejuízo líquido do exercício, de forma semelhante à DOAR. Considerando que o objetivo é apresentar o fluxo financeiro, são eliminadas do resultado, por adição ou exclusão, as receitas e despesas que não afetaram as disponibilidades ou representam atividades de financiamento ou investimento.

Em ambos os métodos, o fluxo deve ser segmentado em três atividades:

  1. Atividades Operacionais: são classificadas nessa categoria aquelas atividades normalmente decorrentes da operação da empresa, tais como: recebimentos pela venda de produtos, serviços e outros recebimentos, pagamento a fornecedores, pagamento de despesas operacionais, salários e outros pagamentos.
  2. Atividades de Investimentos: compreendem as transações: concessão e recebimento de empréstimos, compra e resgate de títulos financeiros, aquisição e venda de participações em outras sociedades, compra e venda de ativos utilizados na produção de bens e serviços ligados ao objetivo social da entidade. Não compreendem porém, as aquisições de ativos com o objetivo de revenda.
  3. Atividades de Financiamentos: incluem-se nessa categoria: a captação de recursos dos proprietários ou acionistas; a devolução dos recursos e os rendimentos desses recursos em forma de dividendos ou não; a captação de empréstimos de terceiros, sua amortização e remuneração e a obtenção e amortização de outros recursos classificados no longo prazo.


Tela 31
Módulo 01 - Fluxo de Caixa

Vejamos a representação gráfica dos dois métodos:



Vejamos o modelo de Demonstração de Fluxo de Caixa (DFC):

 

Vale destacar que a DFC elaborada como parte das demonstrações contábeis refere-se às operações realizadas no período contábil ao qual se referem os demais demonstrativos. Entretanto, o fluxo de caixa pode ser projetado para um período para, em seguida, ser comparado com o fluxo real. Essa comparação demonstra as variações, que servem de subsídios para o futuro da empresa.



Demonstração de Fluxo de Caixa (DFC)
Método Direto

Fluxo de caixa das atividades operacionais:
Venda de mercadorias e serviços (+)
Pagamento de fornecedores (-)
Salários e encargos sociais dos empregados (-)
Dividendos recebidos (+)
Impostos e outras despesas legais (-)
Recebimento de seguros (+)
Caixa líquido das atividades operacionais (+/-)

Fluxo de caixa das atividades de investimento:

Venda de imobilizado (+)
Aquisição de imobilizado (-)
Aquisição de outras empresas (-)
Caixa líquido das atividades de investimento (+/-)

Fluxo de caixa das atividades de financiamento:
Empréstimos líquidos tomados (+)
Pagamento de leasing (-)
Emissão de ações (+)
Caixa líquido das atividades de financiamento (+/-)

Aumento/diminuição líquida de caixa e equivalente de caixa

Caixa e equivalentes de caixa - início do ano

Caixa a equivalentes de caixa - final do ano



Demonstração de Fluxo de Caixa (DFC)
Método Indireto

Fluxo de caixa das atividades operacionais:
Lucro líquido
Depreciação e amortização (+)
Provisão para devedores duvidosos (+)
Aumento/diminuição em fornecedores (+/-)
Aumento/diminuição em contas a pagar (+/-)
Aumento/diminuição em contas a receber (+/-)
Aumento/diminuição em estoques (+/-)
Caixa líquido das atividades operacionais (+/-)

Fluxo de caixa das atividade de investimento:
Venda de imobilizado (+)
Aquisição de imobilizado (-)
Aquisição de outras empresas (-)
Caixa líquido das atividades de investimento (+/-)

Fluxo de caixa das atividades de financiamento:
Empréstimos líquidos tomados (+)
Pagamento de leasing (-)
Emissão de ações (+)
Caixa líquido das atividades de financiamento (+/-)

Aumento/diminuição líquida de caixa e equivalente de caixa

Caixa e equivalentes de caixa - início do ano

Caixa a equivalentes de caixa - final do ano



Tela 32
Módulo 01 - Fluxo de Caixa

3 - Fluxo de Caixa Projetado

O fluxo de caixa pode evidenciar tanto o passado como o futuro, o que permite projetar, dia a dia, a evolução do disponível, de forma que se possam tomar com a devida antecedência, as medidas cabíveis para enfrentar a escassez ou o excesso de recursos. Trata-se, portanto, de uma ferramenta de aferição e interpretação das variações dos saldos do Disponível da empresa. É o produto final da integração das Contas a Receber com as Contas a Pagar, de tal forma que, quando se comparam as contas recebidas com as contas pagas tem-se o fluxo de caixa realizado, e quando se comparam as contas a receber com as contas a pagar, tem-se o fluxo de caixa projetado.

O fluxo de caixa é um retrato fiel da composição da situação financeira da empresa. É imediato e pode ser atualizado diariamente, proporcionando ao gestor uma radiografia permanente das entradas e saídas de recursos financeiros da empresa.

O objetivo principal do fluxo de caixa projetado é informar como se comportará o fluxo de entradas e saídas de recursos financeiros em determinado período, podendo ser projetado a curto ou a longo prazo. A curto prazo busca-se identificar os excessos de caixa ou a escassez de recursos dentro do período projetado, para que através dessas informações se possa traçar uma adequada política financeira. A longo prazo, o fluxo de caixa projetado, além de identificar os possíveis excessos ou escassez de recursos, visa também obter outras informações importantes, tais como:

  • verificar a capacidade da empresa de gerar os recursos necessários para custear suas operações;
  • determinar o capital em giro no período;
  • determinar o Índice de Eficiência Financeira da empresa.;
  • determinar o grau de dependência de capitais de terceiros da empresa; etc.

É bom lembrar que as informações de que a empresa dispõe para elaborar o fluxo de caixa projetado a curto prazo diferem daquelas que estão disponíveis quando se projeta a longo prazo. Normalmente, quando se projeta a curto prazo, as principais operações que vão provocar entradas e saídas de dinheiro já foram realizadas e a empresa trabalha com relativo grau de certeza dos recebimentos e/ou pagamentos dentro do período. No entanto, quando se projeta a longo prazo, o que se conhece são apenas projeção das operações de ingressos e/ou desembolsos de recursos financeiros, ficando o fluxo de caixa projetado a longo prazo exposto a eventos não previstos, podendo comprometer as previsões consideradas.



Tela 33
Módulo 01 - Fluxo de Caixa

4 - Transações que afetam o Caixa

São as transações realizadas pelas empresas, que geram entradas ou saídas de dinheiro e, por isso, afetam o caixa ou as disponibilidades da empresa.

Transações que aumentam o Caixa

  • Integralização de capital em dinheiro.
  • Empréstimos bancários e financiamentos.
  • Venda de bens do Ativo Permanente.
  • Vendas a vista e Recebimento de Contas registradas na contabilidade.
  • Outras entradas (juros e/ou dividendos recebidos e indenizações diversas).

A ilustração, a seguir, apresenta um resumo das entradas de dinheiro no Caixa.



Tela 34
Módulo 01 - Fluxo de Caixa

Transações que diminuem o Caixa

  • Pagamento de dividendos aos acionistas.
  • Pagamentos de amortização, juros e atualização das dívidas.
  • Aquisição de bens do Ativo Permanente.
  • Compras à vista e Pagamento das compras feitas a prazo.
  • Pagamentos de despesas, custos.
  • Outros pagamentos.


Tela 35
Módulo 01 - Fluxo de Caixa

Vejamos, a seguir, um esquema representativo do fluxo financeiro da empresa:

Há alguns tipos de transações que não afetam o caixa em um primeiro momento, mas que, no futuro, geram saídas ou entradas de dinheiro.

Vejamos alguns exemplos dessas transações:



Poderá aumentar ou mesmo reduzir dívidas. No pagamento, a dívida será convertida e afetará o caixa.




Qualquer que seja a transação, que gere compromissos financeiros futuros para a empresa, afetará o caixa: comprar mercadorias, matérias-primas, aquisição de bens a prazo, etc. No primeiro momento, é feito o registro da entrada dos recursos e da obrigação de pagá-los no futuro.




Da mesma forma, qualquer venda ou transação que gere créditos a serem recebidos, no futuro, afetará o caixa.




Tela 36
Módulo 01 - Fluxo de Caixa

Vejamos a seguir, um exemplo simplificado de um fluxo de caixa projetado:

A Comercial Carvalho é uma loja de conveniências e elabora orçamentos trimestrais para acompanhamento de suas atividades e para decisões sobre a política de preços e prazos. Para o terceiro trimestre de 2010 temos as seguintes projeções:

Mês
Compras
Vendas
Despesas
Julho
54.000,00
60.000,00
12.000,00
Agosto
45.000,00
58.000,00
13.100,00
Setembro
42.000,00
79.000,00
14.840,00

Informações complementares:

a) Compras: a empresa adota como política realizar 50% de suas compras à vista e o restante com 30 dias de prazo.

b) Vendas: são realizadas 30% à vista e 70% com 30 dias de prazo.

c) Despesas: todas as despesas são pagas no próprio mês de realização.

d) O saldo de caixa projetado em 01 de julho de 2010 é de R$ 31.000,00.

e) A empresa projetou, ainda, que em 01 de julho haveria saldos a receber (vendas) no valor de R$ 14.000,00 e a pagar (compras) no valor de R$ 22.000,00.

Vejamos um esquema para elaboração do fluxo de caixa projetado:



Tela 37
Módulo 01 - Fluxo de Caixa

Considerando as informações da empresa Comercial Carvalho e o esquema indicado, podemos elaborar o fluxo de caixa. Vejamos:

 
JULHO
AGOSTO
SETEMBRO
Saldo Inicial R$ 31.000,00 R$ 2.000,00 (R$ 1.200,00)

(+) Entradas (recebimentos)

Receb Vendas a vista
R$ 18.000,00
R$ 17.400,00
R$ 23.700,00
Receb vendas a prazo
R$ 14.000,00
R$ 42.000,00
R$ 40.600,00
(-) Saídas (Pagtos)
Pagto compras a vista
R$ 27.000,00
R$ 22.500,00
R$ 21.000,00
Pagto compras a prazo
R$ 22.000,00
R$ 27.000,00
R$ 22.500,00
Pagto despesas a vista
R$ 12.000,00
R$ 13.100,00
R$ 14.840,00
(=) saldo final
R$ 2.000,00
(R$ 1.200,00)
R$ 4.760,00

Algumas observações sobre o fluxo de caixa:

  • O saldo inicial do fluxo de caixa foi informado, naturalmente obtido no relatório de fluxo de caixa do trimestre anterior.
  • O recebimento de vendas a vista registrado no mês de julho refere-se à 30% das vendas previstas para o mês de julho.
  • O recebimento de vendas a prazo registrado no mês de julho refere-se à 70% das vendas previstas para o mês de junho. Neste caso, o valor deve ser obtido no fluxo de caixa do trimestre anterior (informado na letra “e”).
  • As saídas são projetadas seguindo o mesmo raciocínio indicado para as entradas de caixa.
  • O saldo de caixa no final de cada mês é obtido pelo cálculo: Saldo final = saldo inicial + entradas – saídas.
  • O saldo inicial de agosto é saldo final de julho.
  • Observe que em agosto o fluxo de caixa indica insuficiência de recursos. Diante disso, a empresa deverá planejar uma redução da saída ou aumento na entrada de caixa de maneira a equilibrar o fluxo.


Analise o exemplo apresentado. Em caso de dúvidas, abra uma discussão no fórum.

Vale destacar que o fluxo de caixa projetado pode ser elaborado na periodicidade desejada pela empresa: mensal, quinzenal, semanal ou diário. É comum a elaboração de um fluxo de caixa mensal em um prazo maior e um fluxo semanal ou diário em um prazo menor. A elaboração do fluxo de caixa semanal ou diário permite visualizar eventual descasamento das entradas e saídas durante o mês, permitindo ajustes de curto prazo. A empresa pode ter um elevado valor a receber no dia 25 de julho, mas um pagamento previsto para o dia 20 de julho. O fluxo diário permitirá a correção antecipada e evitará atrasos de pagamentos.



Tela 38
Módulo 01 - Fluxo de Caixa

Resumo

A demonstração do fluxo de caixa deve ser elaborada pelas grandes empresas para atender a legislação societária, mas sua obrigatoriedade surgiu por ser uma excelente ferramenta de planejamento financeiro. Ela permite visualizar com antecedência as possibilidades de investimento, o endividamento e o montante de dinheiro necessário para manter as atividades financeiras em nível de excelência.

A demonstração do fluxo de Caixa indica a origem de todo recurso (dinheiro) que entrou no caixa da empresa, bem como o destino de todo o recurso que saiu do Caixa em determinado período, informando, ainda, o resultado desse fluxo, que pode ter sido favorável ou desfavorável para a empresa.

A Demonstração de Fluxo de Caixa (DFC) pode ser apresentada pelo método direto ou método indireto. No método direto, a DFC é elaborada a partir da movimentação ocorrida nas disponibilidades, ou seja, recebimentos ou pagamentos. No método indireto, a DFC é elaborada a partir do lucro ou prejuízo líquido do exercício, com eliminações, por adição ou exclusão, das receitas e despesas que não afetaram as disponibilidades ou representam atividades de financiamento ou investimento.

As transações que afetam o caixa são as transações que as empresas executam/operam que geram entradas ou saídas de dinheiro e, por isso, afetam o caixa ou as disponibilidades da empresa.

O relatório de fluxo de caixa deve ser elaborado, inclusive em nível internacional, segmentado em três grandes áreas: a) atividades operacionais; b) atividades de investimentos; c) atividades de financiamento.

O fluxo de caixa pode evidenciar tanto o passado como o futuro, o que permite projetar, dia a dia, a evolução do disponível, de forma que se possam tomar com a devida antecedência, as medidas cabíveis para enfrentar a escassez ou o excesso de recursos. Quando se comparam as contas a receber com as contas a pagar, tem-se o fluxo de caixa projetado.

Em um sentido mais amplo, o fluxo de caixa projetado permite traçar uma adequada política financeira para a empresa.



Unidade 6 Módulo 2
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Módulo 02 - Patrimônio Líquido e Vareações

1 - Patrimônio Líquido

Conforme já visto, o Patrimônio Líquido representa as obrigações da empresa para com os sócios ou acionistas (proprietários) e indica a diferença entre o valor dos Ativos (bens e direitos) e o valor do Passivo (obrigações com terceiros).

Representa, primariamente, o capital da empresa, os recursos aportados pelos sócios ou acionistas, quando da criação da empresa.

Contudo, está subdividido em:



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2 - Capital Social

Representa o investimento efetuado pelos proprietários da empresa. Quando a empresa é uma limitada - Ltda - será dividido em quotas; quando a empresa for uma sociedade anônima - S/A - estará dividido em ações.

A Lei das S/A reza que a conta Capital Social deverá representar o montante do capital subscrito e, por dedução, o capital a ser realizado.



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Módulo 02 - Patrimônio Líquido e Variações

A representação simplificada no Balanço Patrimonial pode ser da seguinte forma:

Capital Social


Capital Subscrito.....................$ 350.000,00
(-) Capital a realizar................$ (50.000,00)
(=) Capital realizado................$ 300.000,00

Assim, o Capital Subscrito representa o compromisso assumido pelos sócios ou acionistas em contribuir para a empresa com uma certa quantia.

Observe que o Capital pode ser integralizado também na forma de móveis e equipamentos, ou utensílios, que recebem avaliação para formar o capital.

Como os sócios ou acionistas não têm a "obrigação" de colocar todos os recursos à disposição da empresa de uma só vez e forma, a diferença entre o que foi disponibilizado para a empresa e o montante comprometido é o capital a realizar.

O capital realizado é a parte integralizada do capital social, ou seja, os acionistas ou sócios já colocaram à disposição da empresa recursos que serão representados nessa conta do Capital Social.



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3 - Reservas de Capital

São contribuições recebidas dos proprietários e de terceiros que não representam receitas ou ganhos, portanto não devem transitar por contas de resultado.

Deverão ser classificados(as) como "Reservas de Capital":

  • contribuições que ultrapassarem o valor nominal e ágios na subscrição de ações;
  • prêmios recebidos na emissão de debêntures;
  • doações e subvenções para investimento.

As reservas de capital podem ser utilizadas para:



São títulos (representam obrigações e podem ser conversíveis em ações) de longo prazo emitidos pelas companhias, concedendo a seus titulares, além da participação no lucro, juros e correção monetária no período.



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Reavaliação dos Bens - Pela Lei das Sociedades Anônimas (S/A) e pelo Regulamento do Imposto de Renda, o valor contábil do Ativo Permanente pode: a) diminuir, mediante depreciação, amortização, exaustão acumulada ou provisão para perdas prováveis na realização de investimentos; b) aumentar mediante reavaliação.

A reavaliação representa a complementação, até o valor de mercado, pela diferença entre este valor e o do custo contábil do bem.

As reservas de reavaliações são constituídas com base em laudo (emitido por peritos) aprovado em Assembléia Geral.

A avaliação de bens deverá ser feita por três peritos, ou por empresa especializada, nomeados pela Assembléia Geral. Os avaliadores responderão por eventuais danos que causarem à Cia., na avaliação de bens.



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4 - Reservas de Lucros

"Serão classificadas como reservas de lucros as contas constituídas pela apropriação de lucros da companhia". Representam "lucros reservados" e constituem garantia e segurança adicional para a saúde financeira da companhia; porque são lucros contabilmente realizados que não foram distribuídos aos sócios ou acionistas.

As reservas de lucro deverão ser revertidas quando os motivos para sua constituição não mais existirem. Na ocasião da reversão, os valores das reservas deverão retornar para a conta de Lucros ou Prejuízos Acumulados.

Na constituição da Reserva, a conta Lucros ou Prejuízos Acumulados foi debitada contra crédito de Reservas de Lucros. Na reversão, o lançamento inverso deverá ser feito.



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5 - Lucros ou Prejuízos Acumulados

A conta "Lucros ou Prejuízos Acumulados" apresenta o saldo remanescente de Lucros ou Prejuízos Acumulados como, por exemplo, os lucros não distribuídos, não capitalizados ou ainda não apropriados na formação de reservas de lucros.

Quando o resultado de um período for prejuízo, este deverá ser, obrigatoriamente, absorvido pelos lucros acumulados, pelas reservas de lucros e pela reserva legal, observando a ordem aqui descrita.



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6 - Ações em Tesouraria

Representam o produto da operação de compra pela companhia, de suas próprias ações, para revendê-las futuramente, e pode ser feita com o objetivo de participar no mercado de suas ações, visando influir, de maneira limitada, na liquidez e na cotação de tais ações.

Essa "interferência" da companhia no mercado, comprando suas próprias ações, tem limite. Este é até o saldo de lucros ou reservas (exceto a Reserva Legal), e a regulamentação da Comissão de Valores Mobiliários.

A compra representa a retirada de circulação de parte das ações e deve ser contabilizada a preço de custo de compra. A contabilização é débito de Ações em Tesouraria e crédito de Caixa ou Bancos.



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7 - Distribuição de Lucros ou Dividendos

A distribuição de lucros ou dividendos é prevista na Lei das Sociedades Anônimas, para as S/As. Para as Sociedades por cota de responsabilidade limitada, não existem exigências legais, existe ampla liberdade quanto à política a ser adotada pelas empresas.

Os acionistas têm direito a receber como dividendo obrigatório, em cada período, a parcela dos lucros estabelecida no estatuto. Quando o estatuto for omisso, o dividendo mínimo obrigatório será de 50% do Lucro Líquido Ajustado. O Lucro Líquido Ajustado significa, na verdade, uma atualização das reservas em função do Lucro do Período.



São aquelas cujos sócios têm responsabilidade limitada ao montante do capital social. Em caso de falência, os sócios respondem solidariamente pelas quotas não integralizadas pelos demais sócios. A firma ou a denominação social devem ser sempre acompanhadas da expressão limitada.




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8 - Situação Financeira e Situação Econômica

Através da análise das contas do grupo Circulante no Balanço Patrimonial, podemos ter posições sobre a situação financeira da empresa. Quando o Ativo Circulante é menor do que o Passivo Circulante, a empresa terá dificuldades em cumprir suas obrigações, o que indicará uma posição financeira, no mínimo, desconfortável.

Por outro lado, pode-se identificar, por meio do Balanço Patrimonial, também a situação econômica da empresa.

A variação do Patrimônio Líquido é indicadora da situação econômica da empresa. O crescimento constante do Patrimônio Líquido com parcelas de lucros não distribuídas aos acionistas reforça a situação econômica dela. Além disso, o crescimento do Capital Próprio em relação aos Capitais de Terceiros deixa a empresa numa situação mais sólida, menos sensível a mudanças do mercado no dia-a-dia. Se o lucro reforça a situação econômica da empresa, o prejuízo a conduz ao enfraquecimento.



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9 - O Resultado (Lucro ou Prejuízo)

A cada exercício social ou período contábil (normalmente de 12 meses), a empresa deverá apurar o resultado. Consiste em aplicar mecanismos que evidenciarão o lucro ou o prejuízo do período em questão. Na prática, a empresa pode apurar esse resultado mensalmente, trimestralmente, enfim, em períodos menores que os doze meses. Os sistemas de computadores, voltados à área contábil financeira, tornam esse trabalho viável e barato.

O Lucro ou Prejuízo apurado no período é a diferença entre as Receitas e as Despesas.

Sinteticamente, as Receitas representam todas as entradas de dinheiro na empresa, e as Despesas, todas as saídas de dinheiro.

Revisando os conceitos de apuração de resultados, anteriormente estudados, podemos esclarecer os conceitos de perdas e ganhos como se segue:

Perdas representam saídas de recursos, sem nenhum benefício para a empresa, e são de difícil previsão. Exemplos: desfalques, prejuízos com inundações, incêndios, greves, que independem da vontade da empresa. Geralmente a perda reduz os ativos da empresa.

Ganhos representam ingressos de recursos também imprevisíveis e de forma aleatória. Ocorrem independentemente da atividade operacional da empresa. Exemplos: ganhos com seguros recebidos, venda de bens do imobilizado com lucro, etc. Representam aumento nos ativos.



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Resumo

O Patrimônio Líquido representa as obrigações da empresa para com os sócios ou acionistas (proprietários) e indica a diferença entre o valor dos Ativos (bens e direitos) e o valor do Passivo (obrigações com terceiros).

O capital social representa o investimento efetuado pelos proprietários da empresa. Quando a empresa for uma limitada (Ltda.) será dividido em quotas; quando a empresa for uma sociedade anônima (S/A), será dividido em ações.

As reservas de capital são contribuições recebidas dos proprietários e de terceiros que não representam receitas ou ganhos, portanto não devem transitar por contas de resultado.

Pela Lei das Sociedades Anônimas (S/A) e pelo Regulamento do Imposto de Renda, o valor contábil do Ativo Permanente pode: a) diminuir mediante depreciação, amortização, exaustão acumulada ou provisão para perdas prováveis na realização de investimentos ou b) aumentar mediante reavaliação.

Serão classificadas como reservas de lucros as contas constituídas pela apropriação de lucros da companhia. Representam "lucros reservados" e constituem garantia e segurança adicional para a saúde financeira da companhia; porque são lucros contabilmente realizados os que não foram distribuídos aos sócios ou acionistas.

A conta Lucros ou Prejuízos Acumulados representa o saldo remanescente de lucros ou prejuízos acumulados como, por exemplo, os lucros não distribuídos, não capitalizados ou ainda não apropriados na formação de reservas de lucros.

As Ações em Tesouraria representam o produto da operação de compra pela companhia, de suas próprias ações, para revendê-las futuramente.

A distribuição de lucros ou dividendos é previsto na Lei das Sociedades Anônimas, para as S/A. Para as Sociedades por quotas de responsabilidade limitada, não existem exigências legais, existe ampla liberdade quanto à política a ser adotada pelas empresas.

Através da análise das contas do grupo Circulante no Balanço Patrimonial, podemos ter posições sobre a situação financeira da empresa.

A cada exercício social ou período contábil (normalmente de 12 meses), a empresa deverá apurar o resultado. Consiste em aplicar mecanismos que evidenciarão o lucro ou o prejuízo do período em questão.

Perdas representam saídas de recursos, sem nenhum benefício para a empresa, e são de difícil previsão. Exemplos: desfalques, prejuízos com inundações, incêndios, greves, etc.

Ganhos representam ingressos de recursos também imprevisíveis e de forma aleatória. Ocorrem independentemente da atividade operacional da empresa. Exemplos: ganhos com seguros recebidos, venda de bens do imobilizado com lucro, etc.