| Unidade 1 | Módulo 1 | Tela 1 |
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- Conhecimento científico
Na atualidade, o desenvolvimento científico e tecnológico está concentrado nos países desenvolvidos, principalmente nos Estados Unidos, Japão e Países Europeus. O conhecimento científico a um só tempo concentra informação e tecnologia em suas diversas formas, a exemplo da tecnologia industrial, biotecnologia e tecnologia militar. Isto significa que a ciência ocidental tem sido um poderoso instrumento de dominação dos países do Terceiro Mundo em seus diversos aspectos. Os países
desenvolvidos têm um avançado sistema de ensino e pesquisa,
um forte setor privado, de grandes
firmas transnacionais, com domínio em tecnologia de ponta,
utilizando-a na produção de mercadorias para exportação
para os países subdesenvolvidos. Integram-se a este sistema as
universidades e os vários segmentos do setor privado. A geração
do conhecimento científico não é uma atividade autônoma,
ao contrário, é fruto da interação entre os
diversos segmentos organizados da sociedade. Nesta perspectiva, predomina o modo de produção do conhecimento, identificado por Gibbons et all (1995) como o Modo 1. |
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Tela 2 |
| Os
contextos teórico e crítico da ciência são
analisados a partir das diversas correntes da sociologia e da ciência
política, sobretudo por meio dos estudos clássicos do positivismo
e do marxismo. A seguir, têm-se alguns ramos teóricos que
analisam o conhecimento científico:
sociologia positivista, sociologia do conhecimento e sociologia da ciência. |
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Tela 3 |
A
abordagem científica enfatiza, na atualidade, a observação
e a experimentação enquanto método científico
por excelência. O método deve ser objetivo, claro e passível
de repetição. Alguns autores consideram como características
do método científico: indução
e dedução.
O uso do método científico leva ao avanço do conhecimento.
O conhecimento científico não surgiu amadurecido, pronto
e acabado, mas vem sendo produzido social e historicamente. Diferencia-se
de outras formas de conhecimento, como: o pensamento mítico,
o senso comum, o argumento de autoridade e o pensamento
filosófico.
O Pensamento mítico narra à origem do mundo e das coisas que nele existem por meio de relações entre forças sobrenaturais que governam o mundo e o destino dos homens (CHAUÍ: 1999:30); O Senso comum é o conhecimento espontâneo baseado na subjetividade que transmite hábitos e tradições, de geração a geração; envolve juízos comuns, crenças naturais compartilhadas por pessoas comuns; O Argumento de autoridade é adoção de uma verdade ou doutrina com base no valor intelectual ou moral daquele que a propõe (CERVO, 1998:23); O Pensamento filosófico é esforço racional para conhecer o universo como uma totalidade ordenada e dotada de sentido. Fundamentação teórica e crítica dos conhecimentos e das práticas (CHAUÍ, 1999: 16:17). |
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Tela 4 |
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O
racionalismo
científico ergueu-se pela superação do paradigma
escolástico aristotélico-tomista, predominante ao final
da Idade Média, um meio-termo entre religião e ciência,
que correspondeu à interpretação, por Santo Tomás
de Aquino, dos preceitos filosóficos de Aristóteles, buscando
uma conciliação entre razão e fé, subordinada
ao dogmatismo
cristão.
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Tela 5 |
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- Concepções de Ciência
Para
uma compreensão mais ampla do significado da ciência, não
basta entender sua definição ou conhecer sua perspectiva
atual. Temos que percorrer o caminho histórico que deu origem à
representação hoje construída pela sociedade.
A concepção racionalista usa a matemática como modelo de objetividade. Inicia-se com os gregos e se estende até o final do séc. XVII, enfocando que a ciência é um conhecimento racional, dedutivo e demonstrativo. Nesta concepção, a ciência "é a unidade sistemática de axiomas, postulados e definições que determinam a natureza e a propriedade de seu objeto, e de demonstrações, que provam as relações de causalidade que regem o objeto investigado". CHAUÍ (1999: 252). O objeto científico é matemático porque a realidade possui uma estrutura matemática. Portanto, "as experiências científicas são realizadas apenas para verificar e confirmar as demonstrações teóricas e não para produzir o conhecimento do objeto, este é conhecido exclusivamente pelo pensamento". CHAUÍ (1999: 252). |
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Tela 6 |
A
concepção empirista
utiliza o modelo de objetividade da medicina grega e da história
natural do séc. XVII. Afirma que a ciência resulta de observações
e experimentos que permitem estabelecer induções e oferecem
as propriedades, as leis de funcionamento e a definição
do objeto.
Para essa concepção, o trabalho da razão é posterior à experiência e a ela está subordinado. Assim, "a experiência não tem simplesmente o papel de verificar e confirmar conceitos, mas tem a função de produzi-los" CHAUÍ (1999:252). A concepção construtivista, iniciada no séc. XX, combina procedimentos das concepções anteriores e a elas associa a ideia de conhecimento aproximativo e corrigível. Considera que o objetivo da ciência é fornecer modelos explicativos para a realidade e não a apresentação da realidade em si mesma.
"Não espera, portanto, apresentar uma verdade absoluta e sim uma verdade aproximada, que pode ser corrigida, modificada, abandonada por outra mais adequada aos fenômenos" CHAUÍ (1999:253). Destacam-se como pioneiros da ciência moderna: |
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Tela 7 |
3
- Positivismo Científico
O positivismo científico, hegemônico, da segunda metade do séc. XIX até meados do séc. XX, ainda exerce forte influência sobre o pensamento científico da atualidade. O termo positivismo, atribuído ao filósofo francês Augusto Comte (1798-1857), determinou critérios rigorosos para a ciência, condicionando sua validade à observação e à experimentação. Até constituir-se na concepção de ciência dominante da atualidade, sofreu influência marcante dos neopositivistas do Círculo de Viena (1928), que combinaram ideias empiristas do séc. XVII com a lógica moderna, que advoga o conhecimento positivo, ou seja, o que expressa uma experiência sensível é verificável pela experimentação.
O positivismo enfatiza os seguintes aspectos:
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Tela 8 |
Na perspectiva positivista, dominante da ciência moderna, o conhecimento científico é uma imagem universal e não distorcida do mundo, representando o modo como ele realmente é sem considerar o tempo e o lugar dos eventos observados e as características do observador.
Neste sentido, entre as várias classificações existentes, o conhecimento científico pode ser identificado: 1. Quanto ao objetivo: 2. Quanto à intencionalidade: |
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Tela 9 |
| Nesse
ponto da discussão, é necessário abrir um parêntese
para indagar se na Administração, campo de estudo situado
no domínio das ciências sociais e que nos interessa diretamente,
a questão do método está assim tão bem delimitado
como nas ciências naturais.
Os positivistas e neopositivistas afirmam que os fenômenos e comportamentos humanos e sociais podem ser tratados cientificamente pelo método experimental hipotético-dedutivo das ciências naturais. Entretanto, está se formando, na comunidade científica, um consenso em torno da ideia de que os fenômenos ligados aos seres humanos e às suas instituições sociais são fundamentalmente distintos dos fenômenos naturais. Enquanto as ciências físicas ou naturais têm como objeto de estudo fenômenos que se encontram fora do pesquisador, as ciências humanas e sociais estudam o próprio sujeito cognoscente, o que dificulta muito o conhecimento objetivo dos fenômenos a serem conhecidos. A
primeira questão que se coloca é a grande dificuldade de
controle das variáveis de pesquisa, como é possível
fazer nos laboratórios de física, por exemplo, onde é
fácil simplificar os fenômenos tornando constantes variáveis
como temperatura ou pressão.
Aspectos
éticos também podem ser impeditivos para a realização
de experiências em laboratório porque muitas delas podem
colocar em risco a integridade dos envolvidos. |
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Tela 10 |
| Essas dificuldades,
no entanto, não invalidam as ciências humanas, mas mostram
que seu objeto de estudo é diferente do das ciências da natureza.
As Ciências Naturais buscam:
As Ciências Sociais se destacam por:
Assim, com a construção de métodos que incorporaram as características citadas como, por exemplo, o dialético e o fenomenológico, as ciências sociais puderam transgredir as normas impostas pela visão dominante de ciência e provar que os fenômenos humanos, mesmos destituídos da regularidade dos fenômenos naturais, são dotados de sentido e, consequentemente, passíveis de tratamento científico. |
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Tela 11 |
| Método
dialético
- A dialética concebe a realidade humana e social como produto
de lutas e conflitos que determinam transformações constantes.
Sua proposta metodológica, em consequência, destaca quatro
princípios ou "leis" fundamentais:
Método fenomenológico - A maior contribuição da fenomenologia para o método das ciências sociais é conceber que o significado do objeto de conhecimento está na consciência do sujeito, que o carrega de sentido. O objeto não é um dado com existência objetiva própria, ele é para quem o conhece, o que significa que, para a concepção fenomenológica, tudo o que conhecemos depende fundamentalmente da atividade da consciência. |
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Tela 12 |
Resumo
A ciência é a expressão do desejo humano de domínio sobre a natureza e de compreensão da sociedade e do comportamento humano. Ela não nasceu pronta e acabada. Ao contrário, vem sendo construída social e historicamente, manifestando-se por meio de diferentes concepções: racionalismo, empirismo e construtivismo. Com o desenvolvimento industrial, a ciência aparece como uma ferramenta do sistema capitalista e, a partir de então, torna-se uma variável estratégica nas funções de produção, tendo em vista a acumulação de capital. Ciência e capitalismo consolidam-se simultaneamente. Neste contexto, o positivismo científico vem exercendo certa influência no pensamento científico. Assim, o que é científico é tomado como verdadeiro. Com a construção de métodos que incorporaram outros pressupostos, por exemplo, os métodos dialético e fenomenológico, puderam as ciências sociais transgredir as normas impostas pela visão dominante de ciência e provar que os fenômenos humanos, mesmos destituídos da regularidade dos fenômenos naturais, são dotados de sentido e, consequentemente, passíveis de tratamento científico. |
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| Unidade 1 | Módulo 2 | Tela 13 |
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- Introdução
No início do Século XX, as ideias de Albert Einstein e Karl Popper revolucionaram a concepção de ciência e do método científico. O dogmatismo, que no seu contexto histórico dominou a ciência, cedeu lugar à atitude crítica e sistemática do método científico. O método científico, quer dizer a estratégia e a tática da investigação científica, tem como principais características:
Neste contexto, o método cientifico busca explicar, prever e testar os fenômenos inteligíveis da natureza.
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Tela 14 |
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2
- Origem e Desenvolvimento
Na evolução do conhecimento, identificou-se, como o mais apropriado para desvendar a natureza, o chamado método científico, o qual abrange as ações indutivas, dedutivas e hipotético-dedutivas ou o teste de hipóteses. No plano do método indutivo, o sujeito do conhecimento deveria ter a mente limpa, livre de preconceitos, para que recebesse e se impregnasse das impressões sensoriais recebidas pelos canais de percepção sensível. O ato da investigação científica seria decorrente do processo indutivo, de meticulosa observação das relações quantitativas existentes entre os fatos, e o conhecimento seria formado pelas certezas comprovadas pelas evidências experimentais dos casos analisados. A partir de Isaac Newton e Immanuel Kant, o conhecimento é obtido pela ciência. O pensar, com razão pura, significa que é a ciência que põe o homem em contato com o real.
Nesta perspectiva, o crescimento da ciência seria acumulativo, por meio da superposição de verdades, demonstradas pelas provas factuais, geradas pelas observações particulares e pelos experimentos. |
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Tela 15 |
| 3 - A
Indução e a Dedução A indução, assim como era concebida por Francis Bacon e, posteriormente, por Isaac Newton e pelos positivistas do Século XIX, foi, por muito tempo, o critério de demarcação entre ciência e não-ciência.
Na sua forma dedutiva, conforme sugerido pelos racionalistas, como Descartes, Spinoza e Leibniz, que admitem que somente a razão seja capaz de levar ao verdadeiro conhecimento, o método dedutivo tem o objetivo de explicar o conteúdo das premissas. Por
meio de uma análise em ordem descendente, do geral chega-se ao
particular e a uma conclusão. Usa-se a construção
lógica para, a partir de duas premissas, retirar uma terceira logicamente
decorrente das duas primeiras, denominada de conclusão. |
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Tela 16 |
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4 - O Método Hipotético-Dedutivo No seu sentido hipotético-dedutivo, a ciência não é uma observação de fenômenos. Ao contrário, identifica-se à luz de um conhecimento disponível, e de problemas decorrentes dos fenômenos existentes na realidade. A percepção do chamado problema de pesquisa é decorrente de um fundo teórico. O fato somente tem relevância quando relacionado a um problema, dúvida ou questão que precisa de resposta. Apenas isso justifica uma investigação.
A formulação do problema de pesquisa constitui-se na principal etapa do método científico, pois, a partir daí, é que se deve selecionar os procedimentos específicos a cada situação em particular. Muitas vezes, é mais simples resolver um problema do que formulá-lo devidamente. O pesquisador interessa-se por identificar e formular problemas de pesquisa, em vez da simples observação e posteriores generalizações.
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Tela 17 |
| Thomas
Kühn destaca principalmente a historicidade das descobertas científicas
e a mudança de paradigmas como os condicionadores das chamadas
revoluções científicas. Não
há regras autônomas no método científico. Caso
houvesse, os computadores seriam os melhores pesquisadores.
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Tela 18 |
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5 - Investigação Científica A investigação científica, no contexto do método científico hipotético-dedutivo constitui-se de duas grandes partes:
A investigação científica considera não só os aspectos de conteúdo, mas os critérios de forma e da redação científica, visto que se deve escrever para o leitor e não para si próprio. |
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Tela 19 |
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Resumo Método científico é um conjunto de procedimentos sistematizados que indica o caminho a ser seguido na investigação científica. Com as estratégias do método científico, busca-se evidenciar os diversos fenômenos da natureza, generalizar os conhecimentos, testar racionalmente, comprovar pela observação e experimentação. A partir
de Isaac Newton e Immanuel Kant, o conhecimento é obtido pela ciência.
A ciência passa a ser orientada pelo poderoso método científico-experimental
indutivo, e pode chegar às verdades exatas verificadas e confirmadas
pelos fatos. A investigação científica, no contexto do método científico hipotético-dedutivo, constitui-se de duas grandes partes:
De maneira ilustrativa, pode-se assim explicitar o sentido do processo de investigação científica:
Fases da Pesquisa: a primeira fase constitui-se do chamado marco teórico da pesquisa. Ela compreende as seguintes etapas: formulação do problema, elaboração de hipóteses, identificação das relações entre variáveis e a explicitação do referencial teórico da pesquisa. A segunda fase trata-se do delineamento empírico da pesquisa. Refere-se ao planejamento da investigação e abrange o ambiente em que são coletados, analisados e interpretados os dados da pesquisa. |
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| Unidade 1 | Módulo 3 | Tela 20 |
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1 - Estrutura Social da Ciência A Sociologia da Ciência, enquanto uma corrente de explicação do conhecimento científico segue os princípios da Teoria Sociológica Funcionalista e tem o Fato Social como objeto da ciência positivista. Nesta perspectiva funcionalista, o fato social é independente do indivíduo, ele é objetivo, externo ao indivíduo, independente e autônomo. Nesse enfoque
funcionalista, a ciência apresenta-se muito conservadora,
pois não explica as diferentes instituições sociais,
as mudanças complexas e as regras em curso na sociedade.
Predomina o controle social, oriundo da comunidade científica, contra aqueles que não seguem as citadas normas, muitas delas invisíveis e intangíveis. |
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Tela 21 |
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2 - Ciência e Poder O conhecimento científico é originado de situações sociais complexas, em que predominam interesses e pressões. Todos interferem na prática científica do pesquisador e, como consequência, na produção do conhecimento. A ciência é sempre um "poder fazer", certo domínio da natureza, apresenta-se como influente e ativo ao poder que o ser humano exerce sobre o outro. Isto significa dizer que o conhecimento é uma representação daquilo que é possível fazer e, por conseguinte, daquilo que poderia ser objeto de uma decisão na sociedade. O filósofo da ciência, o alemão Jürgen Habermas, considera que se pode classificar a maneira de ver as interações entre a ciência e a sociedade em três grupos distintos ou modelos diferentes.
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Tela 22 |
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Na sociedade brasileira, o Modelo Tecnocrático é bastante difundido, e existe uma tendência de se recorrer aos especialistas como detentores supremos do conhecimento científico. Pressupõe-se que o comum dos mortais não compreende nada, e recorre-se então aos que "sabem". Neste contexto, seriam os conhecimentos científicos (e, portanto, os "especialistas") que determinariam as políticas a serem seguidas pela sociedade. O Modelo Tecnocrático, ao pretender determinar a política (ou a ética) a ser seguida, graças ao conhecimento científico, comete um abuso de saber, pois, afinal, o conhecimento científico não é neutro. Foi construído de acordo com um projeto organizado, e este pode determinar a sua natureza. |
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Tela 23 |
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Tela 24 |
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3 - Revoluções científicas A ciência avança por meio das revoluções científicas, que substituem os velhos pelos novos paradigmas. As revoluções científicas são eventos pelos quais um paradigma, até então aceito, se vê total ou parcialmente superado por outro que desponta como veículo mais apropriado para a teoria e a prática científica.
Predomina no contexto atual da ciência, ou seja, é paradigma vigente, o paradigma cartesiano-newtoniano, cujas principais características são:
Para Thomas Kühn, formulador das chamadas revoluções científicas, a ciência não pode ser vista sem considerar o seu caráter histórico, pois ela se resumiria simplesmente às observações e análises de teorias. |
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Tela 25 |
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Ciência é um conjunto de conhecimentos socialmente adquiridos ou produzidos historicamente, dotados de universalidade e objetividade que permitem sua transmissão, são estruturados com métodos, teorias e linguagens próprias, que visam compreender e possibilitam orientar a natureza e as atividades humanas. A ciência é também vista como prática científica consubstanciada em um determinado paradigma, como ciência normal. A investigação científica é fundada nas realizações científicas passadas e consolidadas em um paradigma. Ela é restrita em suas explicações, embora seja importante para o desenvolvimento científico. Com o passar do tempo, os cientistas não conseguem responder à natureza dos fatos investigados, no contexto do paradigma da ciência normal, ou seja, a descoberta de um fato começa a exteriorizar anomalias, isto quer dizer que de alguma forma deixou de se alcançar uma determinada expectativa paradigmática. A anomalia de um determinado paradigma pode gerar uma diferente descoberta científica. Após, articuladas as experiências e a teoria experimental, pode surgir nova descoberta, e a teoria converter-se em novo paradigma. O estabelecimento de novas teorias, precedidas por um período de insegurança dos cientistas, estabelece a chamada crise do paradigma vigente, o que irá exigir a destruição em larga escala de teorias e grandes alterações no conteúdo da ciência normal. |
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Tela 26 |
| Para que
uma anomalia seja considerada uma crise, exige-se uma grande catástrofe
no contexto da comunidade científica. Sendo que a resposta à
crise pode ser pelo seu direto enfrentamento e pela emergência de
um novo candidato a paradigma. Tem-se uma nova concepção
da ciência, dos métodos e dos objetivos do processo científico. |
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Tela 27 |
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4 - Emergência de novos Paradigmas Para que uma descoberta seja considerada científica, é indispensável que atenda aos seguintes aspectos:
As revoluções
científicas têm se constituído em uma efetiva contribuição
no processo de transformação da ciência.
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Tela 28 |
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Resumo Reconhecidamente importante às atividades humanas, a ciência não é neutra, pois ela não representa apenas um elemento material ou uma coisa no contexto do processo de produção de mercadorias. Ao contrário, a ciência e, como consequência, a tecnologia, corresponde a uma relação social de produção complexa e permeada de contradições. Ela não é distribuída igualmente entre os diferentes segmentos sociais, assim como está a serviço de quem desenvolve. O ambiente político, social e econômico no qual a prática científica é operada pelos cientistas não reflete uma situação de neutralidade, ou mesmo de simetria social. O desenvolvimento da ciência envolve um complexo processo de ação pessoal e social dentro de organizações públicas e privadas, que atuam em estreita articulação com o ambiente em que está inserida. O conhecimento científico é desenvolvido por cientistas que trabalham em organizações proprietárias dos meios de produção. Os cientistas formam comunidades com regras próprias e fechadas àqueles que não são identificados como cientistas ou não pertencem às chamadas comunidades científicas. A ciência em uso, referenciada por estas comunidades, chama-se de "ciência normal". Os problemas determinantes da prática científica são referenciados pelas estruturas teóricas aceitas e comprovadas pela comunidade científica. As alterações e o estabelecimento de novas teorias operacionais e normativas, pelos denominados "paradigmas", faz-se por "revoluções". Após anomalias e crises, acontece a mudança de orientação da comunidade científica em torno de um novo paradigma e, assim, a ciência se transforma. |
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