A divulgação do trabalho científico é feita de diversos modos, por exemplo, contato pessoal, seminários, reuniões, debates, e mais recentemente pelo sistema virtual, utilizando as ferramentas da informática.

O trabalho científico é escrito e divulgado em revistas especializadas, impressas sob a forma de documento científico, o qual tem caráter permanente e pode ser colecionado, classificado, catalogado e reproduzido indefinidamente.

O documento escrito tem vida longa, e está ligado ao interesse histórico e de registro, justificando a sua conservação e armazenamento.

É importante verificar que a urgência, cada vez maior, requerida por pesquisadores em relação à publicação de resultados científicos vem agravar os problemas da circulação de informações. O conhecimento científico tem-se constituído em uma estratégia de poder, daí a urgência da sua divulgação e utilização no mundo real.

A barreira da língua levanta problemas como os de traduções; os entraves financeiros necessários para a publicação e aquisição de publicações especializadas dificultam a comunicação direta entre pesquisadores, ou seja, os pesquisadores ficam dependentes de repositórios, onde as informações são acumuladas, classificadas, catalogadas e indexadas.

2 - Tipos de Repositórios

Os repositórios podem ser:

• bibliotecas gerais ou especializadas, que, além das coleções de livros, revistas, teses, etc., dispõem dos catálogos correspondentes e coleções de referências bibliográficas;
  
  
• centros de bibliografia e documentação, onde se procede à classificação e indexação dos documentos, publicação de listas, catálogos ou periódicos geográficos;
  
  
• publicações bibliográficas, que desempenham papel primordial para a seleção e localização dos documentos com determinadas informações;
  
  
• outros repositórios intermediários de informação científica são representados pelos fichários pessoais, coleções de microfichas e microfilmes.

No contexto da redação do trabalho científico, o fundamental é estar atento às características do público a que se destina. Ou seja, quem escreve deve tornar-se claro e satisfazer as exigências de quem lê.

3 - Trabalho científico

O trabalho científico deve seguir as exigências da redação científica, observando:

O trabalho científico pode ser redigido na linguagem do público a que se destina.

Os textos devem ser nos tamanhos adequados, sem serem curtos ou muito extensos, pelos seguintes motivos:

1. de ordem econômica, o custo da publicação;
2. de ordem prática, os artigos longos são de leitura difícil, pois o leitor não dispõe de tempo para ler;
3. de ordem lógica, um trabalho científico não deve conter mais do que o texto suficiente para comunicar a informação que o autor tem a transmitir.

O autor deve eliminar do trabalho científico as frases e adjetivos supérfluos, as explicações inúteis e a documentação excessiva, que não trazem contribuição científica. Ou seja, os artigos científicos devem ser concisos.

Ao começar a redação de um trabalho científico, o autor deve ter formulado claramente o problema que vai responder. A linguagem científica tem que ser escrita e impessoal.

Antes de começar a escrever, o autor deve considerar a estrutura do artigo, a lógica e a sistemática dos assuntos discutidos.

Cada termo, cada expressão, cada tempo de verbo terá que ser escolhido cuidadosamente para que signifique exatamente o que o autor pretende transmitir, de forma clara, concisa e objetiva.

4 - Redação Científica

A redação deve ser coerente. Recomenda-se expor os resultados das observações e experiências no passado, usando-se o presente para as generalidades ou para as referências às condições estáveis. Deve-se evitar o emprego da voz passiva, pois o seu uso diminui a clareza e frequentemente deixa indeterminado o autor da observação.

Outras observações importantes quanto à redação científica:

1. Palavra estrangeira deve ser escrita em itálico, negrito ou sublinhada. Evite usar aspas;

2. Números cardinais até nove, devem ser escritos por extenso, a partir daí, em algarismos arábicos;

3. Quando indicar século utilize algarismo romano (Século XXI);

4. Números na ordem de milhar (R$ 10.000,00) que se refiram a unidades devem vir separados por pontos. No entanto, quando esse número indicar ano não se usa o ponto (2002);

5. Evite usar parênteses, porque cansam o leitor;

6. Evite o uso de etc., porque engloba muitas ideias e, portanto, perde precisão.

7. Use ponto ao invés de vírgula.

8. Siga as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas -ABNT (ABNT - NBR 6023),

As Normas Brasileiras, cujo conteúdo é de responsabilidade dos Comitês Brasileiros (ABNT/CB) e dos Organismos de Normalização Setorial (ONS), são elaboradas por Comissões de Estudo (ABNT/CE), formadas por representantes dos setores envolvidos, delas fazendo parte: produtores, consumidores e neutros (universidade, laboratórios e outros). É o Fórum Nacional de Normalização.

O trabalho científico deve ser guardado e indexado. A indexação é efetuada pelos repositórios bibliográficos e normalmente se limita ao exame do título e do resumo do trabalho científico.

A redação técnico-científica não exige estilo agradável do ponto de vista literário. No estilo técnico-científico são importantes os seguintes pontos.

Empregam-se tabelas, figuras e gráficos inseridos no texto, no contexto da redação científica. Estes devem possuir um título resumido e explicativo do seu conteúdo, para atrair a atenção do leitor. Identificar sempre a fonte das informações existentes no interior dos gráficos, figuras e tabelas.

5 - Elaboração de Resenha Crítica

Para se elaborar a resenha crítica, exige-se o domínio das regras do método científico, o conhecimento sobre a redação científica, as normas de revisões e citações bibliográficas e o estado da arte sobre o conteúdo da resenha. Algumas sugestões apresentadas para a elaboração de uma resenha crítica:

Resumo

O conhecimento científico materializa-se na forma de trabalhos científicos que se destinam a um público diversificado. A comunidade científica apresenta-se como um dos seus principais consumidores, embora predomine um outro universo de leitores anônimos. Para a compreensão e divulgação do conteúdo científico em suas diversas estratégias, torna-se relevante o respeito ao conteúdo e a forma. A redação científica apresenta-se como um requisito fundamental à compreensão e padronização da comunicação científica. Diversas são as formas de divulgação dos resultados da prática científica, destacando, até então, a comunicação na forma escrita. Nesta perspectiva, o cientista deve respeitar as características do público a que se destina. Escreve-se para o leitor e não para si mesmo, com clareza, concisão, objetividade e consistência, que são requisitos fundamentais da redação científica. Não escreve e nem entende uma resenha quem não apreendeu os fundamentos do método científico.

1 - Introdução

A revisão bibliográfica objetiva o levantamento sobre o atual estado da arte de determinado tema, ou seja, refere-se ao conhecimento existente, até o momento, sobre o assunto. A revisão bibliográfica ajuda na identificação do problema da pesquisa.

A Referência bibliográfica é o conjunto de elementos que permitem a identificação, no todo ou em parte, de documentos impressos ou registrados em diversos tipos de material, que foram utilizados como fonte de consulta e citados nos trabalhos elaborados.

A referência bibliográfica, conforme a ABNT, tem elementos essenciais, indispensáveis para a identificação das fontes citadas de um trabalho e elementos complementares, opcionais, que podem ser acrescentados aos essenciais para melhor caracterizar as publicações referenciadas.

2 - Fases da Pesquisa Bibliográfica

A Pesquisa bibliográfica é delineada a partir das seguintes fases:

A leitura do material bibliográfico deve seguir os seguintes objetivos:

• identificar as informações e os dados constantes do material impresso;
• estabelecer relações entre as informações e os dados obtidos com o problema proposto;
• analisar a consistência das informações e dados apresentados pelos autores.

3 - Tipos de Leitura

Identificam-se como principais tipos de leitura:

As anotações das leituras bibliográficas são tomadas em fichas (de resumo, de citações, analíticas, de esboço e de autores), Os fichamentos têm como principais objetivos:

• identificação das obras consultadas;
• registro do conteúdo das obras;
• registro dos comentários acerca das obras;
• ordenação dos registros.

As anotações, na forma de fichamento, se transformam em citações quando usadas no trabalho científico. Ou seja, citações são ideias de outros autores e, quando citadas, podem vir ou não entre aspas. E quando breves, devem ser inseridas no próprio texto; quando longas (a partir de três linhas) devem ser destacadas mediante afastamento da margem (dentada).

As citações podem ser apresentadas sob a forma de transcrições textuais literais (diretas), em que se reproduz o texto, ou como paráfrases (indiretas), em que se usa a citação livre do texto, sem reprodução do pensamento literal do autor.

As citações são diretas, quando reproduzem literalmente o texto original, ou citação de citação, quando são retiradas de uma fonte intermediária.

No processo de revisão bibliográfica, usam-se as notas de rodapé, as quais objetivam acrescentar informações adicionais, sem quebrar a continuidade do texto. São muito usadas por quem escreve observando os mecanismos de descrição e análise.

Tabelas e Gráficos devem possuir um título resumido e explicativo do seu conteúdo e que possa atrair a atenção do leitor. Deve-se fazer a sua chamada no texto e identificar sempre a fonte das informações existentes no interior dos gráficos e tabelas.

4 - Referências bibliográficas - Exemplos

Livro - Os elementos essenciais são: autor(es), título, subtítulo (se houver), edição, local, editora e data de publicação. Os elementos complementares são indicações de outros tipos de responsabilidade (ilustrador, tradutor, revisor, adaptador, compilador etc.); informações sobre características físicas de suporte material, páginas, e/ou volumes, ilustrações, dimensões, série editorial ou coleção e notas. Exemplo:

Tese - Como condição para obter o grau acadêmico de Doutor (PhD), ou os títulos universitários de catedrático e de livre-docente, exige-se a defesa de uma tese. A tese assume o formato de uma monografia ou de um relatório científico, conforme a área de ciência ou a natureza da investigação científica desenvolvida. São características da tese:

• ser elaborada por alunos de pós-graduação, regularmente vinculados a um programa de doutoramento;
• restringir-se, nesta elaboração, a uma área específica de concentração;
• ser produzida sob a tutela de um doutor orientador;
• revelar domínio de síntese de conhecimentos numa área específica e original;
• ter o texto apresentado, defendido e aprovado publicamente, por uma banca acadêmica, composta por professores doutores, geralmente entre quatro a seis, tanto da própria instituição de ensino, como convidados.

Exemplos:

Artigo científico (Revista) - São artigos publicados em revistas especializadas com objetivo de divulgar informações ou para comunicar resultados a respeito de um assunto.

O artigo científico tem formato reduzido entre 5 a 10 páginas, mas, sempre é um texto completo. Formatação para apresentação de artigo:

• Título (subtítulo);
• Autor(es);
• Créditos do(s) autor(es) (formação acadêmica, instituição, outras publicações, atividades relevantes ao assunto apresentado);
• Sinopse ou resumo do texto;
• Introdução;
• O corpo do artigo;
• Conclusão;
• Referências Bibliográficas (conforme normas atualizadas da ABNT).

Quando os artigos de revistas ou jornais são assinados, indicam-se autor(es), título do artigo ou matéria (em itálico), local de publicação, numeração correspondente ao volume ou ano, fascículo ou número da paginação inicial e final do artigo ou matéria, informações de período e data da publicação. Temos como exemplo:

Artigo relatório - Tem a mesma finalidade e características gerais do artigo científico. O artigo relatório tem intenção bem definida de publicar os resultados de uma pesquisa de campo ou de laboratório. Formatação sugerida:

• Título (subtítulo);
• Autor(es);
• Créditos do(s) autor(es);
• Sinopse ou resumo;
• Corpo do relatório (referencial teórico, metodologia e materiais, análise e interpretação dos resultados, recomendações e sugestões);
• Conclusão;
• Referências bibliográficas.

Nos casos de autoria em revistas, periódicos e boletins, mesmo que tenha um coordenador, editor, ou autor(es), os materiais terão entrada na bibliografia pelo nome da publicação. Pode-se também indicar entre colchetes { } a editora ou a entidade que produz o material e destacar sua origem. Exemplo:

Paper ou comunicação científica - Destina-se a basear uma comunicação oral em cursos, congressos, simpósios, seminários, reuniões científicas etc. Constam de duas a dez páginas estruturadas no modelo de artigo científico, para posterior publicação em atas ou anais dos eventos científicos em que foram apresentados. Também, são publicados na íntegra ou na forma de resumos ou sinopses. Deve conter a mesma estrutura intelectual dos artigos (introdução, corpo e conclusão), mas não apresenta subdivisões é um texto unitário. Exemplo:

Resumo

A prática científica desenvolvida pelo pesquisador não acontece em um vácuo social. Ela é consequência da observação da realidade e do levantamento do conhecimento científico armazenado em repositórios especializados. A investigação científica pressupõe o levantamento do estado da arte sobre o objeto da pesquisa. Nestas circunstâncias, é efetuada uma revisão bibliográfica, de acordo com as normas, buscando resgatar o conhecimento prévio do tema em estudo. Para tanto, o pesquisador desenvolve leituras e efetua os fichamentos no sentido de registrar os preceitos teóricos que irão fundamentar o problema e as hipóteses da sua investigação. A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) normatiza os procedimentos de citações e referências bibliográficas facilitando a padronização e a sua plena compreensão.