| Unidade 2 | Módulo 1 | Tela 1 |
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- Fontes de Coleta de Dados
A pesquisa de mercado pode ser feita utilizando-se fontes primárias e secundárias, cada uma com suas vantagens e limitações. As primárias são mais específicas e adequadas, porém, costumam ser mais caras. Em geral, buscam informações que estão fora da empresa e que são necessárias para a administração. Em geral, as pesquisas por fontes primárias compreendem levantamentos e amostras e demandam o conhecimento de técnicas de pesquisa de mercado. Os dados primários correspondem a informações coletadas para um propósito específico imediato e que não estão disponíveis em um primeiro momento. As secundárias,
em geral, correspondem à pesquisa de gabinete. Pode ser mais
barata, mas a informação nem sempre se encontra na forma
mais útil para as finalidades da empresa. Isso ocorre porque
os dados secundários são informações que
já existem em algum lugar, tendo sido coletadas para outro propósito.
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Tela 2 |
| Muitas
vezes, as empresas investem em pesquisas de dados primários (que
costumam ser muito mais caras e envolver um esforço institucional
muito maior) antes de verificar quais informações estão
disponíveis em fontes secundárias. Mesmo nos casos em que
a necessidade de uma pesquisa que forneça dados primários
esteja clara, ainda assim é recomendável que, previamente,
se faça uma pesquisa para levantar dados secundários que possam
servir de subsídio para a coleta de dados primários.
Quando a pesquisa é interna (pesquisa organizacional), a fonte secundária costuma vir da própria empresa, dos setores de gestão de pessoal, de finanças, de produção ou de marketing, podendo-se também levantar dados de outras empresas do mesmo setor para traçar uma comparação entre a primeira e suas concorrentes. Quando se trata de pesquisa de marketing, há abundância de dados secundários, desde os coletados pelo IBGE a vários outros que são levantados pelos sindicatos, associações de classe, órgãos do governo etc.
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Tela 3 |
| O
avanço da Internet permitiu o levantamento muito mais rápido
e viável de uma série de dados secundários, pois a
quantidade de informações disponibilizadas na rede cresce
a cada dia. Porém, nos casos de buscá-las na Internet é
fundamental verificar a fonte para garantir a credibilidade da mesma, pois
na rede há uma enorme quantidade de informações que
não são confiáveis.
Quando se fala de coleta de dados primários, os métodos a serem usados vão desde métodos qualitativos como o focus group e as entrevistas em profundidade até o tradicional survey que é o método quantitativo por excelência. Nesta disciplina, será dada ênfase na busca
de pesquisa de dados primários, uma vez que os dados secundários
são aqueles que já foram coletados anteriormente e que se
encontram disponíveis em algum lugar para serem utilizados. |
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Tela 4 |
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- Formas de Coleta de Dados
Independente da escolha da metodologia de pesquisa a ser empregada (quantitativa ou qualitativa), é necessário definir qual será a forma de coleta de dados. Há duas formas que podem ser usadas tanto em métodos qualitativos como em métodos quantitativos: a coleta de dados por comunicação e a coleta de dados por observação. A coleta de dados por comunicação é aquela em que se pergunta para o consumidor, para o funcionário da empresa ou para quem quer que seja o público-alvo da pesquisa, informações acerca do produto ou serviço da empresa, da concorrência, dos hábitos de consumo etc.. A coleta de dados por comunicação é mais versátil, rápida e econômica. Tem a vantagem de poder ser usada para obter a grande maioria das informações e dados que as empresas necessitam.
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Tela 5 |
Porém, a coleta de dados por comunicação tem uma desvantagem considerável: baseia-se em medidas perceptuais, isto é, depende da percepção que as pessoas têm sobre o fato, dependendo, portanto, da sinceridade, da memória e da boa vontade dos respondentes. Além disso, a coleta de dados por comunicação não tem como fugir do erro por desejo social, isto é, os pesquisados, muitas vezes de forma inconsciente, respondem aquilo que acreditam que o pesquisador gostaria de ouvir. Para diminuir esse risco, é necessário que se elabore cuidadosamente o instrumento de coleta de dados, pois a forma como são feitas as perguntas ou dispostas as alternativas de respostas pode influenciar os pesquisados. Existem diferentes formas de coletar dados por comunicação: entrevista pessoal, entrevista por telefone, entrevista por correio e entrevista por meio eletrônico (Internet, televisão, auditórios com tecnologia interativa e etc.).
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Tela 6 |
| A
coleta de dados por observação apresenta vantagens e limitações
distintas. Se por um lado evita os problemas dos métodos perceptuais
(minimizando, portanto, os problemas de percepção do pesquisado,
erros de memória ou falta de boa vontade); por outro, depende muito
da percepção do pesquisador e da capacidade do mesmo de analisar
os fenômenos. Se o analista for bastante observador e treinado para
a função que exerce, os resultados serão mais precisos
do que os métodos de coleta de dados por comunicação,
embora a interpretação dos dados seja mais difícil
e exija treinamento.
Porém, também há desvantagens. Essa forma de coleta de dados só pode ser usada para obter dados exteriorizados por meio de comportamentos, não mensurando, portanto, atitudes e opiniões. Em contrapartida, alguns dados só podem ser obtidos por este método, por exemplo, a mensuração dos batimentos cardíacos ou da liberação de adrenalina no momento da efetivação de um processo de compra. A coleta de dados por observação pode ser mecânica (câmera, audímetro, câmera de olhos etc.) ou humana (um ou mais pesquisadores observam comportamentos e fazem anotações).
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Tela 7 |
| A
coleta de dados por comunicação, assim como a coleta por observação,
pode ser usada tanto em pesquisas quantitativas como qualitativas. Vamos
considerar, por exemplo, uma pesquisa de marketing contratada por um shopping
center. Pode-se realizar uma pesquisa quantitativa, coletando-se dados
por comunicação (ex.: questionários com os clientes)
e por observação (ex.: quantificação do número
de pessoas que entram no shopping diariamente ou em determinado horário).
Também se pode realizar uma pesquisa qualitativa para o shopping,
usando as duas formas de coleta de dados. Pode-se, por exemplo, realizar
grupos de discussão focal com os clientes (coleta de dados por comunicação)
e análise do comportamento de compra de determinado perfil de cliente
a partir de observação livre ou sistemática do comportamento
dos mesmos no shopping.
Assim, não existe uma forma de coleta de dados
melhor do que a outra, mas sim formas mais adequadas para os diferentes
propósitos e objetos de pesquisa. |
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Tela 8 |
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- Coleta por telefone, correio, WEB e pessoalmente
A coleta de dados pode ser feita de diferentes maneiras. As mais usuais são: entrevista por telefone, entrevista por correio, entrevista pela WEB (e-mail ou site na Internet) e entrevista pessoal. Todas apresentam vantagens e limitações. São
características da coleta de dados por telefone:
Recomenda-se pesquisa por telefone quando:
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Tela 9 |
A
coleta de dados pelo correio apresenta as seguintes características:
Entre as vantagens da coleta de dados pelo correio, destacam-se: a) custo relativamente baixo; b) flexibilidade geográfica; c) ausência do entrevistador reduzindo o viés; d) abundância de dados; e) possibilidade de o respondente checar suas próprias respostas. Entretanto
a coleta de dados por correio apresenta algumas desvantagens que limitam
bastante a sua utilização. As principais desvantagens são:
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Tela 10 |
A
coleta de dados por entrevista pessoal também tem algumas características
marcantes:
Entre as vantagens da coleta de dados realizada pessoalmente estão: a) mais adequada para questões complexas ou para obter grande quantidade de informações; b) pode utilizar apoios visuais; c) pode utilizar técnicas não estruturadas; d) pode esclarecer dúvidas e explorar respostas dos pesquisados; e) permite graduar a velocidade da entrevista; f) entrevistador pode observar outros aspectos (aparência, atitudes etc.). Como desvantagens
da entrevista pessoal, é preciso considerar: |
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Tela 11 |
A
coleta de dados pela WEB pode ser feita por meio de questionários
colocados em sites ou em intranets e por e-mail. São características
da pesquisa feita pela WEB:
Entre as vantagens da pesquisa pela WEB destacam-se: a)
a rapidez; Já
as principais desvantagens são:
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Tela 12 |
| Resumo
A pesquisa de mercado pode ser feita utilizando-se fontes
primárias e fontes secundárias, cada uma com suas vantagens
e limitações. As fontes primárias são mais
específicas e adequadas, porém, costumam ser mais caras.
Em geral, buscam informações que estão fora da empresa
e que são necessárias para a administração
de marketing. As fontes secundárias correspondem à pesquisa
de gabinete. Em geral, é mais barata, mas a informação
nem sempre se encontra na forma mais útil para as finalidades da
empresa. Mesmo nos casos em que a necessidade de uma pesquisa que forneça
dados primários esteja clara, ainda assim é recomendável
que previamente se faça uma pesquisa para levantar dados secundários
que possam servir de subsídio para a coleta de dados primários.
O avanço da Internet permitiu o levantamento muito mais rápido
e viável de uma série de dados secundários, pois
a quantidade de informações disponíveis na rede cresce
a cada dia. Nas pesquisas de marketing, independente da escolha da metodologia de pesquisa a ser empregada (quantitativa ou qualitativa), é necessário definir qual será a forma de coleta de dados. Há duas formas que podem ser usadas: a coleta de dados por comunicação e a coleta de dados por observação. A coleta de dados por comunicação é mais versátil, rápida e econômica e pode ser usada para obter a grande maioria das informações e dados que as empresas necessitam. Porém, é uma medida perceptual, dependendo, portanto, não só da percepção, mas da sinceridade, da memória e da boa vontade dos respondentes. Pode ser feita por meio de entrevista pessoal, entrevista por telefone, entrevista por correio e entrevista por meio eletrônico (Internet, televisão, auditórios com tecnologia interativa etc.). A coleta de dados por observação é
mais precisa e evita os problemas dos métodos perceptuais, mas
depende muito da sensibilidade do pesquisador para analisar os fenômenos.
Divide-se entre: observação humana e observação
mecânica. A coleta de dados por comunicação pode ser
feita de diferentes maneiras. As mais usuais são: entrevista por
telefone, entrevista por correio, entrevista pela WEB (e-mail ou site
na Internet) e entrevista pessoalmente. Todas apresentam vantagens e limitações.
Não existe uma forma de coleta de dados melhor que a outra, mas
sim formas mais adequadas para os diferentes propósitos e objetos
de pesquisa. |
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| Unidade 2 | Módulo 2 | Tela 13 |
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1
- Importância e Classificação das Perguntas
As perguntas são “a alma” de qualquer processo de pesquisa de marketing. Quer seja em um roteiro estruturado, semiestruturado ou aberto, quer seja em um questionário, as perguntas são o meio de se obter as informações necessárias para o processo de tomada de decisão da empresa. Mesmo nos casos em que estas não existem, o que ocorre nos métodos por observação, ainda há um roteiro de fatos e indicadores a serem observados e registrados, que constituem a essência do processo de observação sistemática. Claro que também há a entrevista livre, mas ela em geral se dá apenas como uma etapa preliminar da sistemática ou de outras formas de coleta de dados.
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Tela 14 |
| A qualidade de um questionário depende das perguntas que o compõem e de sua adequada formulação. Nas pesquisas mercadológicas, elas são a expressão interrogativa das variáveis empíricas ou dos indicadores sobre os quais a empresa deseja obter informações. Os quesitos podem ser subdivididos em respostas, que são os elementos de variação ou as categorias da variável a que se refere à pergunta. Existe uma
ampla tipologia de perguntas e diversas formas de classificação.
Como a nossa intenção não é realizar um estudo
exaustivo de todas as tipologias e classificações possíveis,
mas sim apresentar as que são mais usadas nas pesquisas de marketing,
vamos considerar apenas duas classificações: segundo a função
que podem cumprir no questionário e segundo o tipo de resposta
que é esperada ou permitida. |
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Tela 15 |
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2 - Perguntas de Acordo com os Seus Objetivos Em relação à função desempenhada no questionário, há quatro tipos de perguntas: Pergunta-filtro
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Tela 16 |
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| Uma outra importante classificação de perguntas é a que se dá segundo as respostas que são esperadas ou permitidas. Neste sentido, as perguntas se dividem em dois grandes grupos: as perguntas abertas e as perguntas fechadas |
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Tela 17 |
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Tanto as perguntas fechadas como as abertas têm vantagens e limitações. Observe as vantagens e desvantagens das perguntas abertas:
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Tela 18 |
| Como foi dito, tanto as perguntas fechadas como as abertas possuem vantagens e limitações. No caso das perguntas abertas, a sua eficácia depende de dois aspectos: da capacidade e disposição do entrevistado em expressar-se e da capacidade do entrevistador em registrar com exatidão as palavras do entrevistado. As perguntas abertas são úteis em cinco tipos de situações. São elas:
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Tela 19 |
As
perguntas fechadas, por sua vez, também apresentam vantagens e desvantagens.
As fechadas costumam ser mais utilizadas nas pesquisas quantitativas, enquanto
as abertas são predominantes nos roteiros abertos ou nos roteiros
estruturados ou semiestruturados utilizados nas pesquisas qualitativas.
Observe as vantagens e desvantagens das perguntas fechadas:
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Tela 20 |
| Uma alternativa intermediária entre as perguntas abertas e fechadas são as semiabertas, ou seja, fechadas com um item aberto para reservar a possibilidade de incorporar outras respostas diferentes das previamente selecionadas. Um exemplo de pergunta semiaberta seria:
Cabe
esclarecer, contudo, que esta opção de pergunta semiaberta
não consegue reunir todas as vantagens das perguntas abertas e
fechadas; o que ela faz é minimizar as limitações
de ambas. |
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Tela 21 |
| As perguntas fechadas se dividem em dois tipos básicos: as dicotômicas e as de múltipla escolha. As perguntas dicotômicas são as que contêm duas únicas respostas. O fato de só aceitar duas respostas não significa que este tipo de pergunta não aceite a alternativa neutra: sem opinião/não sei/não se aplica. As perguntas dicotômicas costumam ter respostas do tipo “sim” ou “não”, mas também podem conter outras respostas como: “masculino” ou “feminino”. As perguntas dicotômicas apresentam três importantes vantagens:
Em contrapartida, as perguntas dicotômicas apresentam também três limitações:
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Tela 22 |
| As perguntas de múltipla escolha são aquelas em que o pesquisado deve eleger sua resposta entre um determinado elenco de respostas do questionário. Estas, assim como os demais tipos, apresentam vantagens e desvantagens:
As perguntas de múltipla escolha se dividem em quatro subtipos ou escalas. Para saber qual é o melhor a ser empregado, devem-se identificar as características, de mensuração (variáveis) no fenômeno focalizado e, de acordo com essas características definir o tipo de escala. |
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Tela 23 |
3 - Tipos de Escala Os tipos de escala comumente utilizados são quatro: nominal, ordinal, intervalar e escala razão. Cada uma delas apresenta atributos específicos e são recomendadas para determinados tipos de variáveis e temas de pesquisa. 1) Escala
Nominal – é aquela em que os números servem
apenas para nomear, identificar e (ou) categorizar dados sobre pessoas,
objetos ou fatos. O número da carteira de identidade é um
exemplo de escala nominal, assim como os números das camisas dos
jogadores de futebol. Na verdade, qualquer variável à qual
podem ser associados números de identificação, pode
ser mensurada a partir de escalas nominais. Esse tipo de escala é
bastante usado nas pesquisas de marketing. Uma pergunta como: “Qual
a sua marca de sabão em pó preferida?”, terá
como resposta uma escala nominal (1. Omo, 2. Ariel, 3. Minerva, 4. Campeiro,
por exemplo). Não faz o menor sentido tirar a média desse
tipo de escala. A única medida de tendência central possível
é a moda, devendo-se, nesse caso, usar-se apenas estatística
descritiva. |
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Tela 24 |
2) Escala Ordinal – é aquela em que os números servem para, ordenar, segundo um processo de comparação, as pessoas, objetos ou fatos, em relação a determinada característica. Assim, essa medida nos permite, por exemplo, saber qual a marca preferida, mas não em relação, à marca que está em segundo lugar. Uma pergunta comum que usasse escala ordinal seria: “Considerando as quatro marcas de sabão em pó listadas, (1. Omo, 2. Ariel, 3. Minerva, 4. Campeiro) apresente as três preferidas por você no quesito perfume, identificando a que você colocaria em primeiro, a que ficaria em segundo e a que estaria em terceiro lugar.” Nesse caso, apesar de o resultado da pesquisa fornecer qual a marca preferida em relação ao perfume, ela não diz quanto a marca preferida é melhor que aquela que aparece em segundo lugar. Ela apenas diz que um percentual X de pesquisados optou por aquela determinada marca. Portanto, não se pode tirar média em escalas ordinais, as únicas medidas de tendência central permitidas são a mediana e a moda. As escalas ordinais têm sido muito utilizadas em pesquisas de marketing e nas organizacionais, sempre que se desejar obter ordenamento das preferências, opiniões, atitudes e percepções de consumidores e de funcionários. O quadro 5 mostra as principais decisões que devem ser tomadas quando se adotam escalas ordinais de atitudes.
Quadro
5: Características das Escalas Básicas de Medição |
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Tela 25 |
3)
Escala Intervalar – é aquela em que os intervalos
entre os números nos dizem a posição e quanto as
pessoas, objetos ou fatos estão distantes entre si em relação
a determinada característica, fato que nos permite comparar diferenças
entre as mediações, mas não concluir quanto à
magnitude absoluta das medições (o que só acontece
na escala razão). Em pesquisas de marketing e nas organizacionais,
as escalas de intervalos são muito utilizadas para medir atitudes,
opiniões e preferências, nos casos em que o objetivo é
estabelecer medidas relativas e não absolutas. A escala intervalar
admite a média, a moda e a mediana. |
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Tela 26 |
4)
Escala Razão – é aquela que possui
as mesmas propriedades das intervalares, porém com a vantagem de
possuir o zero absoluto. Em função disso, a escala razão
não só permite a média, a moda e a mediana como medidas
de tendência central, como permite também acrescentar a este
rol a média geométrica. A escala razão é usada
em pesquisas de marketing e nas pesquisas internas nas organizações
para mensurar variáveis como renda, idade, número de consumidores,
número de funcionários, número de lojas, quantidade
de produtos consumidos, número de vezes que o produto é
comprado por ano, volume de vendas, lucro, participação
no mercado etc.. |
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Tela 27 |
| 4 - Elaboração de Perguntas Uma das maiores virtudes de um pesquisador é saber elaborar perguntas. Sua redação deve ser cuidadosa para evitar viés nas respostas. De modo geral, uma pergunta bem formulada atende a duas regras básicas:
Nesse sentido, existem algumas regras ou recomendações extraídas da vivência prática dos pesquisadores que são fundamentais para o aprendizado daqueles que pretendem formular perguntas. Veja as oito dicas para a elaboração de questionários de pesquisas de marketing ou pesquisas internas das organizações.
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Tela 28 |
| Há perguntas que se referem a temas sensíveis ou delicados que podem colocar os pesquisados em situações embaraçosas ou ainda que contenham um elemento de prestígio ou adesão a normas socialmente aceitas, que em geral dão lugar a respostas com alto índice de parcialidade. Para evitar os possíveis vieses produzidos por este tipo de pergunta ou a renúncia à resposta, tem-se desenvolvido diferentes procedimentos para obter respostas mais exatas. Podemos destacar quatro deles: Procedimentos
para evitar o risco de viés em perguntas embaraçosas:
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Tela 29 |
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Ao formular as perguntas para a pesquisa de marketing ou para a pesquisa interna na organização, a equipe deve tomar algumas decisões relativas à elaboração das respostas de múltipla escolha:
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Tela 30 |
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Resumo As perguntas
são “a alma” de qualquer processo de pesquisa de marketing.
É por meio delas que se obtêm as informações
necessárias para o processo de tomada de decisão da empresa. |
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Tela 31 |
| As
perguntas fechadas se dividem em dois tipos básicos: as dicotômicas
e as de múltipla escolha. |
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| Unidade 2 | Módulo 3 | Tela 32 |
1 - Classificação socioeconômica e a pesquisa de marketing
A determinação da classe socioeconômica também é fundamental para as pesquisas quantitativas que utilizam amostras estratificadas (amostragem probabilística) ou amostras por quotas (amostragem não probabilística), pois a classe social pode ser considerada como um dos estratos que serão usados na composição da amostra. O uso desses estratos permite que a amostra seja mais representativa, significando maior aproveitamento do investimento a ser feito na pesquisa. Nesses casos, a amostra terá um número determinado de pessoas a ser pesquisado em cada classe social, de acordo com os parâmetros de distribuição por classes no grupo definido como universo de pesquisa.
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Tela 33 |
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| Outra
importante utilização da classificação socioeconômica
nas pesquisas de marketing se dá nas tabulações cruzadas
que permitem identificar o relacionamento dessa variável com as opiniões
e comportamentos dos consumidores pesquisados. A identificação
da classe social serve também para tentar identificar o perfil do
consumidor típico de determinado produto ou serviço.
Porém, a determinação da classe social não
é simples. Até 1969, cada instituto de pesquisa desenvolvia
e usava um critério diferente. A falta de padronização
impedia comparações entre dados de fontes diferentes. Em
1970, a ABA – Associação Brasileira de Anunciantes
desenvolveu o Critério ABA, que tinha quatro classes sociais com
base em um sistema de pontos estabelecidos arbitrariamente levando em
conta a posse de bens, presença de empregada doméstica e
grau de instrução do chefe
de família. Em 1974 a ABA fez uma divisão das quatro
classes sociais em oito. Dois anos depois, em 1976, houve a criação
do primeiro critério conjunto da ABA com a Associação
Brasileira de Institutos de Pesquisa de Mercado – ABIPEME, que foi
uma revisão do critério anterior adotando cinco classes
sociais: A, B, C, D e E. Três anos depois, foi feito um novo critério
ABA-ABIPEME, sendo o primeiro critério construído por análise
estatística. Em 1991, havia dois critérios em uso no Brasil,
o da ABIPEME e o da ABA-ANEP (Associação Nacional das Empresas
de Pesquisa de Mercado). Em 1996, um professor da USP criou um novo critério
com uma proposta diferenciada, mas que não foi adotado nacionalmente.
Em 1997, foi homologado o Critério Brasil por ABA, ANEP e ABIPEME,
o qual passou por revisões em 2002 e em 2005/2006. Em janeiro de
2008 passou-se a adotar um novo critério. Os quatro principais
critérios serão apresentados a seguir: Critério ABIPEME
1991, Critério Mattar 1996, Critério Brasil 1997 e Critério
Brasil 2008. CRITÉRIO ABIPEME – 1991
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Tela 34 |
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A classificação de 1991, contudo, apresentava alguns problemas. Com o passar do tempo, as pessoas foram adquirindo mais bens e cada vez maior número de famílias, de acordo com o critério, ascendia para as classes superiores, porém, essa ascensão não era verificada nos demais comportamentos de consumo, o que demonstrou a necessidade de rever o critério adotado. O Professor da USP (Universidade de São Paulo), Fauze Mattar, apresentou em 1996 a sua sugestão para a classificação social. CLASSIFICAÇÃO SOCIOECONÔMICA DE MATTAR - 1996
Para facilitar a classificação dessas categorias ocupacionais, Mattar (1997) apresenta exemplos de ocupações que seriam enquadradas em cada categoria.
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Tela 35 |
As
pesquisas realizadas por Fauze Mattar mostraram que a sua proposta de
classificação social era bem mais estável do que
a formulada pela ABA-ABIPEME em 1991. Porém, a própria Associação
Brasileira de Anunciantes (ABA) e ANEP (Associação Nacional
das Empresas de Pesquisa de Mercado), com a participação
da Associação Brasileira dos Institutos de Pesquisa de Mercado
(Abipeme), realizaram levantamentos socioeconômicos, em 1993 e em
1997, com o objetivo de medir mais adequadamente o poder aquisitivo do
consumidor. Os critérios para a classificação social
do país foram revistos, passando-se a adotar, a partir de primeiro
de agosto de 1997, o Critério Brasil. CRITÉRIO BRASIL – 1997 |
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Tela 36 |
Os objetivos do Critério Brasil eram vários, a saber: a) ter um sistema
de pontuação padronizado que seja um eficiente estimador
da capacidade de consumo; Os dados utilizados
foram os do Levantamento Sócioeconômico da edição
2005, do IBOPE Mídia. A amostra foi de 11.000 domicílios
distribuídos por 9 regiões metropolitanas: Fortaleza, Recife,
Salvador, Belo Horizonte, São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba,
Porto Alegre e Brasília. O Critério de 2008 foi baseado
no nível de instrução do chefe de família,
no sistema de pontuação com 9 itens (um a menos do que no
Critério Brasil 1997). O sistema de corte das classes sociais a
partir da pontuação dividiu a classe “C” em
“C1” e “C2”, pois como a classe “C”
está cada vez mais no mercado de consumo, a segmentação
da mesma passou a ser uma demanda do mercado. |
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Tela 37 |
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O cálculo do Critério Brasil 2008 é mostrado a seguir. Olhem com atenção para o Critério e, quem tiver curiosidade, identifique em que classe socioeconômica a sua família se encontra nesse novo Critério que passou a ser adotado no Brasil. |
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Tela 38 |
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A Construção dos Critérios de Classificação
Socioeconômica
A Construção de um Critério de Classificação envolve duas tarefas independentes: (a) desenvolver um sistema de pontuação, de modo que o número de pontos de um domicílio por este sistema esteja fortemente associado à capacidade de consumo do mesmo; e (b) estabelecer pontos de cortes para segmentação em classes. Embora haja muitas críticas ao sistema de pontos atribuídos a itens, esse sistema tem se mostrado mais simples e menos sujeito a erros do entrevistador que outros sistemas, como o de árvore utilizado no México ou itens muito subjetivos como a “qualidade da construção” utilizado na Colômbia, por exemplo. É importante entender que o Critério Brasil não tem a pretensão de identificar grupos de indivíduos raros na população. As metodologias de amostragem de tais grupos são diferentes e exigem uma abordagem diferente do problema. O Critério Brasil busca abranger apenas os indivíduos que estão dentro de padrões determinados. Claro que se fossem incluídos mais itens, poder-se-ia determinar as classes com maior precisão, porém, cada pergunta colocada no questionário tem um custo e o número de itens do Critério deve ser o menor possível para não encarecer demasiadamente a pesquisa. Também é importante compreender que embora contenha itens de natureza social, como grau de escolaridade, todos os itens do Critério Brasil são utilizados apenas como indicadores da capacidade de consumo. Os próprios formuladores do Critério admitem que não há pretensão de atribuir a ele qualquer caráter sociológico. A respeito da uniformidade
geográfica, é preciso considerar que em um país com
dimensões continentais, como o Brasil, é impossível
garantir perfeita uniformidade geográfica, mas as equipes responsáveis
pela formulação dos critérios buscam evitar itens
em que haja grande disparidade entre regiões por motivos alheios
à capacidade de consumo. Por exemplo, ar condicionado é
usado mais em função do clima do que da capacidade de consumo. |
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Tela 39 |
| Em relação
às escolhas dos bens que entrarão no cálculo da classe
social é muito comum ouvir perguntas do tipo: por que o computador
ou um iPOD não fazem parte do critério? Sem dúvida,
a inclusão da posse de itens de conforto doméstico como principal
aspecto no cálculo do Critério leva-o a se desatualizar rapidamente.
Porém, em função do desenvolvimento tecnológico,
alguns itens se desatualizam mais rapidamente que outros. Os itens que ainda
estão em fase de rápido crescimento no mercado (como telefone
celular) ou fortemente ligados à cultura e ao estilo de vida (como
computador, internet) introduziriam grande instabilidade no Critério.
Um Critério que tenha que ser atualizado com grande frequência
perde em padronização.
A respeito dos pontos de corte, deve-se registrar que não existem cortes naturais na distribuição de renda, portanto, não existe uma única técnica para encontrar os cortes que possam ser chamados de “corretos”. Assim, o corte é feito segundo uma questão de conveniência do usuário. Por isso que anteriormente adotavam-se cinco classes sociais, as quais foram ampliadas para sete e agora para oito classes, no caso do Critério Brasil 2008, que subdividiu a Classe “C”. Uma pergunta bastante comum é se os cortes obedecem ao critério de renda média familiar. Na verdade, as rendas vão mudando e o critério tem uma durabilidade maior. Porém, a título de curiosidade, apresentamos as classes do Critério de Classificação Econômica Brasileiro de 2008 de acordo com os valores de renda média familiar dos dados do Levantamento socioeconômico - LSE do IBOPE em 2005.
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Tela 40 |
Em relação à distribuição percentual das classes socioeconômicas na sociedade brasileira, a intenção da equipe que formulou o critério atual foi a de manter, aproximadamente, a distribuição por classes do Critério anterior. Na tabela a seguir são apresentadas as distribuições do percentual da população de acordo com os critérios e os dados do Levantamento Socioeconômico, realizado pelo IBOPE nos anos de 2000 e 2005.
A título de curiosidade, apresentamos a seguir a distribuição percentual da população de acordo com as classes sociais e os dados do Levantamento Socioeconômico do IBOPE 2005, nas nove regiões metropolitanas pesquisadas, em que se verifica que Brasília é a que tem maior percentual de pessoas na classe mais alta (classe A1) enquanto São Paulo têm o menor percentual na classe mais baixa (classe “E”).
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Tela 41 |
Levantamento Socioeconômico As características sociais da população brasileira são acompanhadas regularmente pelo Grupo IBOPE por meio do Levantamento Socioeconômico, uma pesquisa que traça o perfil da população das principais regiões metropolitanas do país. O último Levantamento Socioeconômico foi realizado pelo Instituto em 2005.
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Tela 42 |
| O
IBOPE desenvolveu o Levantamento Socioeconômico para mensurar as características
sociais, demográficas e econômicas das famílias brasileiras.
O principal objetivo é complementar os dados do Censo populacional
do IBGE, fornecendo informações sobre a posse de bens de consumo,
especialmente daqueles que compõem o critério de classificação
econômica da população. O Levantamento Socioeconômico é dividido em dois módulos: Demográfico e Posse de Bens. No Módulo Demográfico são demonstradas a infraestrutura urbana, a condição socioeconômica e a demografia domiciliar. Já o Módulo Posse de Bens registra a presença de televisores, computadores, DVDs, automóveis, telefones celulares, antena parabólica, canal por assinatura, acesso à Internet entre muitos outros itens. O Levantamento Socioeconômico permite:
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Tela 43 |
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- Metodologia do Estabelecimento da Classificação
Em seu site, o instituto Ibope relata a metodologia empregada para o estabelecimento das classes socioeconômicas. As principais informações sobre a metodologia adotada são descritas a seguir: Quadro 2: Metodologia adotada para o Levantamento Socioeconômico
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Tela 44 |
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Porém, apesar de todo o rigor metodológico empregado no Levantamento Socioeconômico Metropolitano, a classificação social apresenta muitas limitações e dificuldades, sobretudo no caso brasileiro que apresenta altas discrepâncias na distribuição de renda. Parte dessas limitações decorre da dificuldade de que um critério único possa ser aplicado para as diversas possibilidades de organização familiar. O autor Fauze Mattar apresentou no 20º ENANPAD (Encontro Nacional da Associação Nacional de Pós-Graduação em Administração) em setembro de 1996, um interessante artigo mostrando “Porque os métodos de classificação socioeconômica utilizados no Brasil não funcionam”. |
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| Resumo Praticamente todas as pesquisas de marketing incluem a classificação socioeconômica dos respondentes. Essa classificação é importante porque as empresas, cada vez mais, trabalham com mercados segmentados e, portanto, ao ouvir os seus consumidores essa segmentação também é fundamental. Em muitos casos, a classificação social é utilizada como pergunta-filtro, pois a empresa pode ter interesse em apenas um segmento específico. A determinação da classe socioeconômica também é fundamental para as pesquisas quantitativas que utilizam amostras estratificadas ou amostras por quotas, pois a classe social pode ser considerada como um dos estratos que serão usados na composição da amostra. Outra importante utilização da classificação socioeconômica nas pesquisas de marketing se dá nas tabulações cruzadas que permitam identificar o relacionamento desta variável com as opiniões e comportamentos dos consumidores pesquisados. Assim, a identificação da classe social serve também para tentar identificar o perfil do consumidor típico de determinado produto ou serviço. Porém, a determinação
da classe social não é simples. Até 1969, cada instituto
de pesquisa desenvolvia e usava um critério diferente. A falta
de padronização impedia comparações entre
dados de fontes diferentes. Em 1970, a ABA – Associação
Brasileira de Anunciantes desenvolveu o Critério ABA, que tinha
quatro classes sociais, com base em um sistema de pontos estabelecidos
arbitrariamente, levando em conta a posse de bens, presença de
empregada doméstica e grau de instrução do chefe
de família. Em 1979, foi feito um novo critério ABA-ABIPEME,
sendo o primeiro critério construído por análise
estatística. Em 1997, foi homologado o Critério Brasil por
ABA, ANEP e ABIPEME, o qual passou por revisões em 2002 e em 2005/2006.
Em janeiro de 2008, passou-se a adotar um novo critério. Os quatro
principais critérios apresentados nesse módulo foram: Critério
ABIPEME 1991, Critério Mattar 1996, Critério Brasil 1997
e Critério Brasil 2008. |
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A classificação
socioeconômica do Critério Brasil 2008 manteve a estratificação
anterior, porém, subdividiu a classe “C” , formando-se,
portanto, oito possíveis grupos: “A1”, “A2”,
“B1”, “B2”, “C1”, “C2”,
“D” e “E”. A subdivisão da classe “C”
ocorreu para possibilitar classificações mais sutis, uma
vez que muitas empresas atendem especificamente a essa classe e gostariam
de poder conhecer de maneira um pouco mais detalhada o comportamento de
seus consumidores de acordo com a classe socioeconômica. |
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| Unidade 2 | Módulo 4 | Tela 48 |
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1
- Pesquisa Quantitativa X Pesquisa Qualitativa
A ciência não é neutra, tampouco as pesquisas de marketing o são. Mas a impossibilidade de neutralidade, como um pressuposto, não exime o pesquisador de buscar isenção e rigor metodológico. Na verdade, nenhuma metodologia é igual a outra. Cada metodologia está associada a uma visão de mundo e se propõe a estudar problemas, em geral, de naturezas distintas. As metodologias de pesquisa são formas desenvolvidas para apreensão do real. Todas as metodologias tentam apreender o real, mas o resultado é sempre o de um retrato, e o retrato não é a realidade. De maneira metafórica, pode-se dizer que determinado método tem a característica de “aumentar o zoom da foto”, revelando detalhes importantes da realidade. Outro método serve para “fotos panorâmicas”, conseguindo captar um espectro maior do fenômeno que está sendo estudado. Ambos são necessários, mas os seus usos são distintos. Nesse módulo, você irá aprender a distinguir pesquisa quantitativa e pesquisa qualitativa, bem como os critérios que você deve considerar antes de optar por uma ou por outra. |
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Como
você estudou, as pesquisas se distinguem entre quantitativas e
qualitativas de acordo com a tabulação que se faz dos
dados e também de acordo com a forma de abordagem do problema.
Ao contrário do que pensa a maioria das pessoas, não é
a quantidade de pesquisados (tamanho da amostra) que define se a pesquisa
é quantitativa ou qualitativa, mas sim como os dados serão
analisados. Contudo é fato que, em geral, as pesquisas qualitativas,
em função da dificuldade de análise dos dados,
adotam amostras bem mais reduzidas do que as pesquisas quantitativas.
Digamos, por exemplo, que eu resolva fazer uma pesquisa de satisfação com a disciplina, pesquisando os alunos da sua turma. Eu posso pesquisar todos os alunos e continuar sendo uma pesquisa qualitativa ou eu posso pesquisar apenas alguns alunos e, mesmo assim, a metodologia ser quantitativa. No caso de uma pesquisa quantitativa, independente do número de pesquisados, os dados seriam tabulados desconsiderando-se quem são os sujeitos que responderam, isto é, as respostas são válidas de acordo com a sua representatividade e não com quem as forneceu. Por exemplo, numa pesquisa quantitativa com todos os alunos da turma, eu poderia chegar à conclusão de que 70% dos alunos estão satisfeitos com a disciplina, 20% estão insatisfeitos e 10% não quiseram opinar. Em uma análise qualitativa desta pesquisa, eu poderia buscar compreender os motivos de satisfação e de insatisfação de cada sujeito, além de pesquisar quem são os que não quiseram opinar e porque optaram pela não participação na pesquisa. Assim, enquanto na pesquisa quantitativa eu obteria uma visão geral do que está acontecendo, numa pesquisa qualitativa eu poderia compreender porque esses fenômenos estão ocorrendo e como eles ocorrem. Naturalmente, ambas as informações são relevantes. |
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2
- A pesquisa quantitativa
A pesquisa quantitativa permite pesquisar opiniões, atitudes e comportamentos. Uma de suas características mais marcantes é a objetividade, pois os dados são considerados estatisticamente e, para isso, não só as perguntas mas também as alternativas de respostas precisam ser tão objetivas quanto possível. As pesquisas quantitativas oferecem a possibilidade de extensão dos resultados para a população pesquisada, isto é, permitem que os resultados obtidos sejam considerados não só para a compreensão dos comportamentos, opiniões e atitudes da amostra pesquisada, mas extrapolados para a população que foi representada por aquela amostra. É isso que acontece, por exemplo, nas pesquisas de intenção de votos. Os institutos de pesquisa não precisam pesquisar toda a população para prever os resultados das urnas. Eles pesquisam uma parcela relativamente pequena da população e conseguem prever os resultados com reduzida margem de erro. Essa generalização dos resultados obtidos na amostra para toda a população só é possível em pesquisas quantitativas, o que não significa que todas as quantitativas permitam essa extrapolação. Como você verá no capítulo sobre amostragem, essa generalização de resultados só é possível se a amostra for probabilística. Esta, aliás, é outra característica importante das pesquisas quantitativas: elas demandam conhecimento e aplicação das técnicas de amostragem. As pesquisas quantitativas são muito usadas por fornecerem informações sobre os fenômenos pesquisados em vários níveis. Por não fazer uma análise profunda, as pesquisas quantitativas possibilitam a inclusão de maior número de variáveis, oferecendo uma análise mais ampla dos fenômenos. As pesquisas quantitativas, pela própria natureza de sua tabulação de dados, demandam a utilização de instrumentos estatísticos e questionários estruturados, preferencialmente com perguntas fechadas. São usadas tanto para pesquisas ad hoc como para pesquisas de iniciativa dos institutos de pesquisa. São mais indicadas quando se quer estudar relações causais entre as variáveis e quando se objetiva obter resultados conclusivos. |
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3
- A pesquisa qualitativa
As pesquisas qualitativas, por sua vez, envolvem técnicas em sua maioria de origem psicológica. Elas examinam o tipo e o nível de resposta obtida e também são indicadas para o estudo das opiniões, atitudes e comportamentos das pessoas. Sua característica mais marcante é a subjetividade, isto é, os resultados são analisados considerando-se a individualidade das respostas, no sentido de que elas não são consideradas maciçamente, mas individualmente, como depoimentos únicos. Exatamente em função dessa subjetividade, as pesquisas qualitativas não possibilitam a generalização dos resultados para a população. As amostras não são probabilísticas e a análise dos dados não necessita dos instrumentos estatísticos. É fato que em alguns casos, a análise do conteúdo dos dados coletados qualitativamente também pode ser quantificada, mas essa quantificação é apenas um suporte para a análise e não muda a natureza qualitativa da tabulação dos dados. As pesquisas qualitativas, em geral, não usam questionários estruturados, mas sim roteiro de questões, que são abertos, isto é, novas perguntas vão sendo incluídas durante o decorrer da própria entrevista. |
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4
- Diferenças entre quantitativas e qualitativas
Existem algumas diferenças marcantes entre as pesquisas qualitativas e as quantitativas. As qualitativas costumam levantar hipóteses que muitas vezes são verificadas em pesquisas quantitativas. Enquanto as qualitativas se propõem a responder a perguntas “por que” e “como”, as quantitativas respondem a questões mais objetivas como: “quantos”, “o que”, “quando” e “onde”. Enquanto as pesquisas qualitativas usam amostras reduzidas e um roteiro aberto como instrumento de coleta de dados, as pesquisas quantitativas contemplam amostras amplas e adotam questionários estruturados. Outra diferença é que na pesquisa qualitativa
os entrevistados não são escolhidos com base em amostras
probabilísticas, o que acontece com as quantitativas. Na qualitativa,
a entrevista é informal, sendo o pesquisado quem determina
o ritmo da entrevista. Já nas pesquisas quantitativas, como
os questionários são estruturados, a entrevista é
mais formal e o entrevistador é quem determina o ritmo das
respostas. Se as pesquisas qualitativas exigem a participação
ativa do entrevistador e, portanto, maior experiência e preparo
dos mesmos, nas quantitativas o entrevistador tem participação
limitada, não agindo como investigador, mas como alguém
que simplesmente auxilia no processo de coleta de dados. |
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O quadro a seguir resume as diferenças entre as pesquisas qualitativas e quantitativas.
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As pesquisas qualitativas podem complementar as quantitativas. Há três casos em que isso pode ocorrer:
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5 - Critério para a escolha Alguns critérios precisam ser considerados na escolha entre pesquisas qualitativas e quantitativas. Há dez critérios principais que precisam ser considerados na decisão do método de pesquisa: 1) Assunto da pesquisa – assuntos mais complexos indicam a utilização de pesquisa qualitativa, pois são mais difíceis de serem pesquisados em questionários estruturados e exigem maior tempo na realização da coleta de dados. 2) Complexidade do público a ser pesquisado (target group) – quando o grupo a ser pesquisado é complexo e pouco homogêneo, indica-se a pesquisa qualitativa porque ela mostra os resultados em bases individuais e não apresenta viés nos resultados se o grupo for heterogêneo. 3) Necessidade de avaliação clara em bases individuais – mesmo se o grupo não for complexo, mas se houver necessidade de conhecer opiniões individuais, recomenda-se a metodologia qualitativa, já que a quantitativa trabalha com técnicas estatísticas e não com análises individualizadas. 4) Nível de conhecimento do assunto pesquisado – quando se tem bastante conhecimento do assunto a ser pesquisado, pode-se realizar pesquisa quantitativa, pois ela exige esse conhecimento para a elaboração das perguntas fechadas. 5) Certeza quanto à solidez das atitudes sobre aquele assunto – quando não se tem certeza se o público-alvo tem opinião formada sobre o assunto a ser pesquisado, o ideal é realizar pesquisas qualitativas, pois elas mostram esse grau de incerteza, enquanto os resultados da quantitativa podem “mascarar” essa incerteza e levar a decisões erradas. |
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6) Considerações de custo – se a empresa dispuser de poucos recursos, em geral é indicada a pesquisa quantitativa, pois a complexidade da qualitativa torna-a mais dispendiosa. Porém, se a amostra da quantitativa for muito grande, a situação pode se inverter ficando a qualitativa com custo menor. 7) Restrições de prazo – quando o prazo é curto, a indicação é para pesquisas quantitativas porque as qualitativas demandam mais tempo na análise dos resultados e elaboração do relatório. O meio a ser utilizado na coleta de dados da quantitativa, entretanto, pode inverter esta situação, pois a coleta de dados por correio é bastante demorada. 8) Objetivo da pesquisa – se a empresa que está contratando a pesquisa objetiva utilizá-la para tomar decisões relevantes como o lançamento ou a retirada de determinado produto do mercado, aconselha-se a utilização de pesquisa quantitativa, pois as qualitativas não permitem a generalização dos resultados obtidos na amostra para o restante da população. 9) Quantidade de variáveis a serem pesquisadas – se houver muitas variáveis a serem pesquisadas, deve-se utilizar a metodologia quantitativa, porque ela é mais ampla, conseguindo pesquisar uma gama maior de assuntos. Já a qualitativa, em função da sua complexidade, se aplica para os casos em que se quer pesquisar menor número de variáveis. 10) Profundidade da análise dos resultados – a pesquisa qualitativa permite maior aprofundamento da análise dos resultados do que a quantitativa. Exatamente por isso, a qualitativa só consegue abordar um número restrito de variáveis. Responder a questões “por que” e “como”, aprofunda muito mais as respostas do que as questões “o que”, “quantos”, “quando” e “onde”, cujas respostas tendem a ser mais objetivas. |
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Resumo Cada metodologia está associada a uma visão de mundo e se propõe a estudar problemas de naturezas distintas. As pesquisas se distinguem entre quantitativas e qualitativas de acordo com a tabulação dos dados e com a forma de abordagem do problema. As características mais marcantes de uma pesquisa quantitativa são: a objetividade, a análise estatística dos resultados, a possibilidade de extensão dos resultados para a população pesquisada, a aplicação das técnicas de amostragem, a inclusão de maior número de variáveis, o uso de questionários estruturados como instrumentos de coleta de dados, a verificação de hipóteses, a resposta a perguntas “quantos”, “o que”, “quando” e “onde”, o uso de amostras amplas e a participação limitada do entrevistador. As pesquisas qualitativas, por sua vez, envolvem técnicas em sua maioria de origem psicológica, examinam o tipo e o nível de resposta obtida. Suas características mais marcantes são: a subjetividade, a não possibilidade de generalização dos resultados para a população, a não utilização dos instrumentos estatísticos, a utilização de roteiro aberto como o instrumento mais comum de coleta de dados, o levantamento de hipóteses, a resposta a perguntas “por que” e “como”, o uso de amostras reduzidas e a participação ativa do entrevistador. As pesquisas qualitativas e quantitativas não são excludentes, pelo contrário, são complementares. Os critérios mais importantes na escolha entre pesquisas qualitativas e quantitativas são: o assunto da pesquisa, a complexidade do grupo a ser pesquisado, a necessidade de avaliação clara em bases individuais, o nível de conhecimento do assunto pesquisado, a certeza ou não quanto à solidez das atitudes sobre aquele assunto, as considerações de custo, as restrições de prazo, o objetivo da pesquisa, a quantidade de variáveis a serem pesquisadas e a profundidade da análise dos resultados. |
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