Unidade 2 Módulo 2
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Módulo 2 - Identificando Oportunidades

1 - Identificando oportunidades

A predisposição para identificar oportunidades depende basicamente de observação.

O empreendedor é curioso e não se cansa de observar negócios, na constante procura de novas oportunidades, seja no caminho de casa, do trabalho, nas compras, nas férias, lendo revistas, jornais ou vendo televisão.


  • Não basta esperar que a oportunidade apareça, é necessário identificá-la.
  • Saber observar é fundamental para quem deseja ser empreendedor.

Buscar oportunidades de negócios é o oposto de aguardar que alguém apareça com as “dicas” ou sugestões de quais são os negócios do momento.

Buscar oportunidades de negócios é envolver-se inteiramente num processo de descoberta dos melhores caminhos para a concretização de empreendimentos que tenham possibilidades de sucesso.

Oportunidades surgem inesperadamente, no decorrer do dia-a-dia das pessoas. Muitos negócios de sucesso são desenvolvidos a partir dessas oportunidades que, praticamente, batem à porta e imploram para ser identificadas e aproveitadas.


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Módulo 2 - Buscando Oportunidades

Os empreendedores em busca de novos negócios devem manter uma Postura pró-ativa, desenvolvendo um sistema orientador para a busca da oportunidade.

A predisposição para busca e criatividade, a fim de associar observações sobre os mais diversos tipos e formas de empreendimentos, permitirá ao empreendedor transformar uma simples oportunidade em próspero negócio.

Embora muitas pessoas tenham aptidão natural para identificar oportunidades, existem algumas “fórmulas” que podem ajudar no desenvolvimento dessa capacidade:



Postura pró-ativa - É a atitude de quem tem iniciativa; ir em busca de.



Identificação de necessidades

Em princípio, todo negócio atende necessidades de consumidores pela oferta de produtos ou serviços pelos quais eles estão dispostos a pagar. A procura e a identificação de necessidades não satisfeitas podem ser obtidas prestando atenção, por exemplo, às queixas das pessoas.



Observação de deficiência

Verificação dos pontos de um negócio, onde se podem introduzir melhorias.



Observação de tendências

O mundo sofre mudanças constantes, decorrentes da sucessão e superposição de tendências diversas. O entendimento dessas mudanças, incluindo os ciclos dos negócios, propicia a antecipação da tomada de decisões adequadas para enfrentá-las.



Derivação da ocupação atual

São oportunidades surgidas em decorrência da constatação e convicção de que, se o negócio lhe pertencesse, ele seria melhor.



Procura de outras aplicações

Oportunidades podem surgir pela transposição da solução encontrada para determinado problema, para outro problema em ambiente e condições diferentes.



Exploração de hobbies

Quando gostamos de fazer algo, é muito provável que haja outras pessoas que também gostem. A oportunidade, nesse caso, está no desenvolvimento de um serviço ou produto que satisfaça tal gosto. Essa é, sem dúvida, a forma mais agradável de desenvolver um negócio próprio. A dificuldade, no caso, é compatibilizar o tempo entre o negócio e o “hobby”.



Lançamento de moda

Desenvolver idéias que possam encantar grande número de consumidores. Esse tipo de empreendimento requer idéias originais e enfrenta altos riscos em decorrência dos ciclos de vida rápidos.



Imitação do sucesso alheio

Essa oportunidade de negócio requer observação e análise detalhada do negócio que se quer imitar. Deve-se identificar as razões do sucesso e, na medida do possível, introduzir melhorias que não existam no empreendimento original.



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Módulo 2 - Conceituando Oportunidade de Negócio
2 - Conceituando oportunidade de negócio

Como foi visto, a identificação de possíveis oportunidades de negócios com potencial de lucratividade, rentabilidade e crescimento requer habilidade, destreza e conhecimento.

Para definir-se oportunidade de negócio, é necessário separar e analisar as palavras-chaves que compõem o termo, ou seja, oportunidade e negócio.

A palavra oportunidade refere-se a uma circunstância, ocasião ou rumo de ação que, dado o seu caráter de adequabilidade e conveniência, vale a pena ser seguida e explorada.

Negócio pode ser conceituado dentro de amplo espectro de significados. Porém, para o empreendedor, o negócio deve estar vinculado a um eixo tridimensional envolvendo clientes, necessidades e forma de atendimento dessas necessidades dos clientes. Por exemplo, uma venda, ou o fechamento de um negócio, atende perfeitamente a esses três requisitos.

Portanto, a definição de negócio sempre considera os aspectos:
  • Grupos de clientes atendidos;
  • Funções executadas no atendimento aos clientes;
  • Satisfação das necessidades por intermédio dos produtos e/ou serviços oferecidos com determinada tecnologia.

A oportunidade de negócio poderá ser mais bem entendida se analisada pelo seguinte diagrama:



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Módulo 2 - Conceituando Oportunidade de Negócio

Definir ou conceituar o negócio é importante para o empreendedor pois permite que ele estabeleça os parâmetros balizadores com os quais precisa estar habituado.

A conceituação ajuda-o a aprimorar e aprofundar as facetas do negócio que está sendo concebido e lhe permite antever os caminhos de seu futuro desenvolvimento. A partir daí, podem surgir idéias novas sobre o produto, aplicações, mercados ou mesmo diversificação, conforme o empreendedor mudar e ampliar os itens de conceituação do seu negócio.

Uma conceituação de oportunidade de negócio pode ser obtida pela soma dos conceitos de oportunidade e de negócio.


Uma forma interessante de avaliar a consistência do conceito de um negócio, é por meio da simulação de operações comerciais com clientes potenciais do negócio.

Essa simulação deverá ser a mais próxima possível de uma operação real, permitindo, portanto, avaliar a receptividade dos clientes ao produto/serviço em questão e suas possibilidades de enfrentar, no mercado, a concorrência de similares. Fornecerá, ainda, importantes subsídios para reformular aspectos negativos detectados.


Parâmetros balizadores - São princípios ou normas que delimitam e devem ser levados em conta na estruturação de um problema ou sistema.



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Módulo 2 - Conceituando Oportunidade de Negócio

3 - Oportunidades passo a passo



Organização e equipe auxiliar

O empreendedor deve se organizar para buscar oportunidades de negócios. Ao iniciar qualquer atividade, é imprescindível que exista uma preparação prévia para facilitar a execução de tarefas.

Se a empresa quiser entrar em um novo setor de atividades, ela deve, primeiro, organizar-se internamente, criar a infra-estrutura operacional necessária, estabelecer o que deverá ser feito, determinar os prazos cabíveis, definir e atribuir responsabilidades. Da mesma forma, o empreendedor deve estruturar-se para a atividade de busca de oportunidades, porém de forma diferente de uma empresa, uma vez que ele ainda não tem nada em mãos no momento em que parte para a busca.

O empreendedor deve definir se pretende conduzir o seu negócio sozinho ou em sociedade. Se pretender formar uma sociedade, o ideal para a busca de oportunidades é que os futuros sócios possam participar juntos do processo. Como nem sempre isso é possível, o empreendedor deverá levar em conta, pelo menos, o perfil psicológico do sócio ou sócios que pretende ter.

A formação de uma equipe de pessoas para participar da busca de oportunidades é idéia que requer alguns cuidados.

Convidam-se interessados direta ou indiretamente no negócio, colegas de trabalho ou mesmo outros empreendedores que estão montando ou já montaram seus negócios. O número de participantes deve ser limitado em 5 pessoas, no máximo, sendo aconselhável que todas possuam experiências e formações profissionais diferentes para melhor abordagem de idéias. O empreendedor assume o comando orientando as reuniões de trabalho e coordenando os processos de busca.

É de vital importância para o empreendedor entender que a organização para a busca de oportunidades é fator determinante para que a descoberta de negócios tenha maiores probabilidades de sucesso.



Motivação, concentração e avaliação de recursos

As chances de sucesso devem ser maximizadas, devendo ser analisados minuciosamente os fatores que motivaram o empreendedor a procurar a criação do seu negócio.

Para buscar oportunidades de negócio, o empreendedor deve direcionar sua ação, escolhendo algumas áreas específicas de pesquisa, concentrando assim os esforços da equipe e não dispersando energias em áreas não compatíveis.

Os recursos disponíveis deverão ser avaliados pelo empreendedor para melhor orientar o direcionamento estratégico da busca de oportunidades de negócios.




Recursos humanos à disposição do empreendedor e seus sócios

Deve-se efetuar um levantamento dos recursos humanos disponíveis envolvendo:

  • Formação escolar – O empreendedor será beneficiado se desenvolver suas atividades em área onde possui formação específica.
  • Habilidades – Procurar compatibilizar as habilidades disponíveis em efetuar este ou aquele trabalho, quando da seleção das áreas de atuação.
  • Interesses – Pessoas com firme interesse em desenvolver uma determinada área, seja porque gostariam de aprender sobre o ramo ou porque conseguem se ver efetuando aquela atividade, demonstram alto grau de energia positiva para o empreendimento.
  • Relacionamentos – É o famoso “abre portas”, facilitando o acesso a informações e ajudando na compra e venda de produtos e/ou serviços.
  • Conhecimentos Os conhecimentos adquiridos por meio de leituras, cursos, viagens e estudos formam embasamento interessante para compor outros pontos fortes a considerar.
  • Experiências O conhecimento e a experiência em determinado ramo de atividade traz uma série de capacitações relacionadas ao ramo, tais como conhecimentos de “macetes”, entendimento de possível sazonalidade etc.



Outros recursos necessários

O empreendedor deve conhecer os recursos e capacidades que objetivamente tem nas mãos para abrir uma empresa. Esses recursos e capacidades são os fatores necessários básicos para levar a cabo qualquer empreendimento.

O empreendedor e seus possíveis sócios deverão analisar com quanto de cada recurso e capacitação poderão contar para o negócio, sendo os principais os seguintes:
  • Capital – dinheiro, máquinas, instalações etc..
  • Capacidade Administrativa e Gerencial – preferencialmente deve o empreendedor ser o administrador, se não, procurar pessoal devidamente qualificado.
  • Acesso à mão-de-obra – se o negócio depender de mão-de-obra especializada.
  • Acesso a terrenos e imóveis – determinar o espaço físico onde irá funcionar a empresa, sejam eles alugados ou próprios. Quanto mais fácil for o acesso, menor a dificuldade para buscar oportunidades compatíveis.
  • Tecnologias dominadas – o domínio de uma tecnologia ou a facilidade de trânsito nos setores que a produzem e comercializam são imprescindíveis para os negócios com base tecnológica.



A busca de nichos e cuidados a serem seguidos

A busca de oportunidades deve levar em conta os objetivos, os pontos fortes e fracos, os recursos e a capacidade do empreendedor.

Esse conjunto de fatores tem a função de orientar a fase de consulta a fontes e balizar a equipe no seu esforço de busca de oportunidades.

O empreendedor deve sempre buscar um nicho, entendido como o local onde estão as oportunidades que melhor se adaptam a determinado empreendedor.

O nicho é um sub-setor do universo global de oportunidades. O empreendedor se aproveitará melhor de uma vantagem contida numa oportunidade se suas características particulares satisfazem, de forma mais eficaz que a sua concorrência potencial, aos requisitos do sucesso desta oportunidade.



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Módulo 2 - Identificando Oportunidades
4 - Evitando problemas

O primeiro problema a ser evitado refere-se a uma atitude puramente emocional, em relação à oportunidade de negócio. Isso impede uma visão crítica sobre sua real potencialidade e não permite desenvolver abertura apropriada aos comentários e sugestões de pessoas mais experientes e bem intencionadas.

O segundo, bastante comum, por mais estranho que pareça, diz respeito ao baixo nível de conhecimento do mercado fim, o que tornam diminutas as chances de sucesso do empreendimento.

Além desses, outros fatores de fracasso devem ser lembrados, embora menos freqüentes. São eles:
  • subavaliação da demanda de capital e dos problemas técnicos;
  • falta de diferenciação dos produtos em relação aos concorrentes;
  • falta de obstáculos à entrada de concorrentes,
  • desconhecimento dos aspectos legais envolvidos;
  • escolha errada de sócios;
  • localização inadequada do empreendimento.


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Módulo 2 - Identificando Oportunidades
Resumo

O empreendedor ou futuro empreendedor precisa aprender a reconhecer uma oportunidade de negócio. Para isso, o treino da observação é elemento fundamental; as oportunidades podem surgir onde e quando menos se espera.

Existem alguns itens que ajudam a reconhecer uma oportunidade, tais como: identificação de necessidades, observação de deficiências, observação de tendências, derivação da ocupação atual, procura de outras aplicações, exploração de hobbies, lançamento de moda, imitação do sucesso alheio.

A oportunidade de negócio abarca um grupo de clientes, as necessidades dos clientes e a tecnologia utilizada para satisfazer tais necessidades.

Uma oportunidade de negócio é circunstância, ocasião ou rumo de ação que, por apresentar caráter de adequabilidade e conveniência, vale a pena ser seguida e explorada com o objetivo de criar-se o núcleo de atividades de uma empresa, para o atendimento de necessidades de determinados clientes e com utilização de determinada tecnologia.

Alguns passos podem ser seguidos, quando se decide buscar uma oportunidade. Começa pela organização e constituição de uma equipe auxiliar, passando pelos fatores motivacionais, direcionamento e orientação da ação e avaliação dos recursos humanos e materiais à disposição do empreendedor e sua equipe ou sócios. Finaliza com busca de nichos que levem em conta os fatores analisados.

Na busca de oportunidades, deve-se evitar, principalmente, atitudes puramente emocionais e áreas em que o conhecimento do empreendedor seja muito baixo.


Unidade 2 Módulo 3
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Módulo 3 - Fontes de Oportunidades
1 - Tipos e localização das oportunidades

Após encontrar o nicho no qual pesquisará as oportunidades, o empreendedor e sua equipe deverão agir de forma coordenada, norteando-se por princípios pré-determinados, dentro de um clima de consenso e convergência. O grupo deverá estar estruturado sobre bases homogêneas em ambiente propício para criar sinergia, buscando as oportunidades compatíveis com o perfil traçado.

Quanto aos tipos, as fontes de oportunidades podem ser:
  • Registradas: informações escritas em listas publicadas na imprensa, sistema de licenciamentos, patentes, inventos, publicações e outros.
  • Não Registradas: informações verbais de vendedores, fornecedores, clientes, pessoal de fábrica, do governo e outros.

Quanto à localização, as fontes de oportunidades podem estar:

  • No ambiente interno da empresa.
  • No ambiente externo, em nível nacional.
  • No ambiente externo, em nível internacional.
  • No ambiente futuro.


Sinergia - Simultaneidade de forças concorrentes. É a social cooperação entre grupos ou pessoas que contribuem, inconscientemente, para constituição ou manutenção de determinada ordem ecológica, em defesa dos interesses individuais.




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Módulo 2 - Empreendedorismo/Empreendedor

No ambiente interno da empresa, as oportunidades podem ser encontradas por intermédio de pesquisas:

  • nos laboratórios de pesquisa e desenvolvimento: utilizando-se de idéias surgidas que, muitas vezes, não podem ser implementadas;
  • de defeitos e falhas no processo produtivo: quando surgem tais dificuldades, normalmente são suscitadas idéias criativas geradoras de oportunidades;
  • de melhoria da qualidade de produtos e serviços: a busca da qualidade pode oferecer chances de implantação de negócios paralelos que contribuam para esse fim;
  • de melhoria dos ativos internos: podem envolver instalações, imagens de marca, canais de distribuição, pontos de vendas, posição no mercado e outros;
  • de criação de sinergia: a combinação de dois ou mais ativos gera benefício maior do que a soma das partes;
  • de “destipificação”: processo que consiste em pensar a empresa em termos de seus componentes e não no todo. Esse processo permite a identificação de oportunidades de reorganização, implementação de setores ou desenvolvimento de novas áreas de ataques para melhorar o resultado do todo.
As oportunidades criadas no ambiente interno da empresa, muitas vezes, estão relacionadas a processos de terceirização.


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Módulo 3 - Fontes de Oportunidades

No ambiente externo, em nível nacional, as oportunidades podem ser encontradas:

  • Pesquisando necessidades: compreender necessidades não satisfeitas pelos fornecedores, em termos qualitativos ou quantitativos, principalmente na área de “marketing”;
  • Procurando deficiências: verificar no ambiente externo como funcionam as empresas que atuam na área ou setor, “checando” se o funcionamento da empresa é adequado ou não;
  • Percebendo modismos: “sensações do momento”, que podem oferecer possibilidades de retorno interessantes para aqueles que se dispõem a oferecê-las;
  • Analisando negócios de terceiros: aprimorar modelos de negócios bem sucedidos em setores afins, por intermédio da imitação criativa;
  • Efetivando estudos de mercados: verificar se o mercado está bem suprido, se o consumidor está satisfeito, se há nichos não atendidos;
  • Procurando associações profissionais: buscar subsídios em associações ou sociedades que atuem na área ou setor de interesse e reúnem informações preciosas sobre o mercado específico;
  • Entrando em contato com agências de publicidade: conversar com publicitários é enriquecedor, no sentido de sair do lugar comum e trabalhar idéias diferentes;
  • Verificando patentes e licenças disponíveis ou negociadas: diversas patentes e licenças estão à venda ou simplesmente em doação, para quem quiser explorá-las;
  • Lendo revistas e jornais especializados: existem publicações especializadas em determinados setores de negócios que podem fornecer informações valiosas para o empreendimento;
  • Freqüentando feiras nacionais: local adequado para buscar idéias, podendo-se aprofundá-las por intermédio de diálogo com os expositores;
  • Fazendo visitas: promover contato com antigos clientes, fornecedores, distribuidores e outros elementos atuantes no mercado.


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Módulo 3 - Fontes de Oportunidades

No ambiente externo, em nível internacional, as oportunidades podem ser encontradas:

  • Nas novidades trazidas do estrangeiro;
  • Nas novidades levadas ao estrangeiro;
  • Nas Câmaras de Comércio;
  • Nos agentes do comércio exterior;
  • Nos catálogos e publicações estrangeiros;
  • Nas feiras internacionais.

No ambiente futuro, as oportunidades podem ser encontradas em decorrência de alterações de tendências e mudanças vinculadas:

  • Ao inesperado;
  • Às incongruências;
  • Às mudanças demográficas;
  • Às mudanças de percepção;
  • Aos novos rumos do conhecimento;
  • Ao surgimento de novas tecnologias.


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Módulo 3 - Fontes de Oportunidades
2 - Identificação e seleção das melhores idéias de oportunidades

O contato com as fontes de oportunidades inspira e oferece ao empreendedor e sua equipe informações valiosas para a sua identificação.

A experiência mostra que o processo de identificação das oportunidades está relacionado à percepção. A exposição direta das fontes “abre a mente” dos pesquisadores de oportunidades para a percepção de idéias que são embriões potenciais de futuros negócios.

A compilação dessas idéias, ou seja, o registro das percepções dos diversos membros da equipe, permite que elas sejam organizadas com base em critérios e métodos preestabelecidos, de forma a dar-lhes embasamento e corpo. Criam-se assim as condições para avaliar a amplitude e a profundidade das idéias surgidas. A compilação, ou fase escrita do processo de identificação é, também, uma forma de gerar e dar tratamento às idéias criativas objetivando extrair o máximo de cada uma.

Mas, qual delas é a melhor? Quais idéias são verdadeiras oportunidades?

As oportunidades com maior probabilidade de ser implantadas e geridas com sucesso pelo empreendedor são aquelas que:

  • Conseguem unir a satisfação das características próprias do empreendedor – seus objetivos, pontos fortes e fracos, recursos e capacitações - com a satisfação dos requisitos mercadológicos potenciais referentes ao nicho de oportunidades;
  • Satisfazem aos requisitos intrínsecos a qualquer novo negócio (aos chamados fatores críticos de sucesso de novos negócios).


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Módulo 3 - Fontes de Oportunidades

Qualquer oportunidade deve ser analisada, pelo menos, sob os seguintes aspectos:

• Qual mercado ela atende?
• Qual o retorno econômico que ela proporcionará?
• Quais as vantagens competitivas que ela trará ao negócio?
• Qual a equipe que transformará essa oportunidade em negócio?
Até que ponto vai o comprometimento do empreendedor com o negócio?


A propósito desse assunto, veja onde estão as melhores oportunidades no Brasil.



Copyright © 2010 AIEC.
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Onde estão as melhores oportunidades
- Susana Naiditch
(Extraído de artigo publicado na Revista VOCÊ s.a./janeiro 2001)

De norte a sul, há mais de 20 áreas à espera de empreendedores. Confira, aqui, quais são elas:



Procure identificar-se com a idéia e a oportunidade de negócio. Algumas perguntas cabem no caso do comprometimento do empreendedor: você está disposto a largar o emprego atual para encarar o desafio, mesmo sabendo que pode ficar anos sem receber uma remuneração compatível com a que recebia antes e os mesmos benefícios e regalias? Essa é a oportunidade da sua vida? Você se vê trabalhando nesse ramo de negócios e explorando essa oportunidade daqui a cinco, dez, ou quinze anos? Sua família o apoia nessa iniciativa?

No caso de você já ser empreendedor e a oportunidade significar mudança nos rumos de sua empresa: você já apresentou a idéia aos atuais clientes e fornecedores? Já discutiu com os demais membros da empresa? Você realmente acredita que essa oportunidade é a melhor opção?

Enfim, procure evitar que o entusiasmo sobressaia em relação à análise crítica do negócio.



De nada adianta identificar uma oportunidade e criar o protótipo de um produto, ou o mercado ser espetacular e promissor e o empreendedor ter desenvolvido o bom plano de negócios, se ele e sua equipe não estiverem à altura do negócio que está sendo criado. A experiência prévia no ramo conta muito; pode evitar muitos erros e gastos desnecessários, bem como agregar conhecimento singular ao negócio.

Outro fator que deve ser considerado é a formação da equipe. Se os membros da equipe tiverem formação eclética, multidisciplinar, será um grande diferencial, pois a equipe, nesse caso, estará sendo composta por perfis com habilidades complementares. Porém, de nada adianta a equipe ter todas essas características, se as pessoas estiverem no negócio, apenas atrás das compensações financeiras, sem paixão e orgulho pelo que estão fazendo.



Vantagens competitivas estão necessariamente ligadas a diferenciais que proporcionam ganho para o consumidor. Isso pode ocorrer por meio de um custo menor de produção, de estruturas enxutas, de criatividade no processo de obtenção do produto o que, ao final, levam a um produto ou serviço de menor custo e, consequentemente, de menor preço final. Nesse caso, o diferencial está sendo o menor custo. No entanto, a empresa pode deter conhecimento de mercado muito superior ao da concorrência. Isso lhe permite monitorar e controlar as tendências do mercado, antecipando-se aos competidores e sempre trazendo novidades que atendam aos anseios de seus consumidores, estabelecendo sua marca e fortalecendo sua presença na mente dos clientes.



É importante que se faça uma criteriosa análise das reais possibilidades de retorno econômico do empreendimento, pois não adianta simplesmente ser líder de mercado, se o retorno financeiro não compensar o esforço empreendido. Às vezes, é preferível ser segundo ou terceiro em um mercado que traga maior compensação financeira, do que ser líder em outro mercado com estrutura cara, altos custos de manutenção e pequenos lucros.



Os mercados de maior potencial são os mais atrativos para a criação de novos negócios. Eles possibilitam o crescimento rápido na participação do produto ou serviço e o estabelecimento de uma marca forte, já que há demanda por parte dos consumidores. Demais aspectos a serem considerados referem-se à concorrência, que em mercados em crescimento também está buscando seu espaço. Não há predominância de um ou outro concorrente. Há oportunidades para empresas criativas e bem planejadas atingirem o sucesso rapidamente.



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Módulo 3 - Fontes de Oportunidades

3 - Atitudes e situações a serem evitadas

Nos textos sobre empreendedorismo, são muito freqüentes advertências e recomendações sobre circunstâncias e atitudes desfavoráveis ao bom desempenho do empreendedor. Algumas delas já foram apresentadas, mas confira, agora, mais colocações com esse enfoque:

Para concluir e evitar exageros "empreendedorísticos", veja também este texto bem-humorado que circulou pela Internet, atribuído a Max Heringer.


Copyright © 2010 AIEC.
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Figura extraída do Caderno Especial Negócios, Coleção do EMPREENDEDOR, Folha de São Paulo, 22/09/2002.



Trecho extraído do artigo "Seja o seu patrão?", por Dalen Jacomino, publicado na revista VOCÊ s.a./ janeiro 2001.

Os dez pecados capitais

O site bizmove.com reuniu os erros fatais capazes de afundar qualquer negócio. Confira abaixo cada um deles e proteja-se:

1. Ficar preso demais a uma determinada idéia por muito tempo.
2. Reprimir seu espírito inquieto, criativo e dinâmico.
3. Ser excessivamente otimista em relação ao seu projeto. É preciso pesar os prós e os contras.
4. Ignorar o fluxo de caixa do negócio.
5. Não saber escolher o seu time.
6. Vislumbrar as diversas possibilidades do negócio sem considerar a realidade do mercado.
7. Preocupar-se somente em vender idéias, produtos ou projetos quando, muitas vezes, a saída está em ouvir seus clientes e entendê-los melhor.
8. Trabalhar com uma infra-estrutura capenga. A maioria dos empreendedores se dá bem quando conta com uma bela equipe de suporte.
9. Delegar demais. Como diz o velho ditado: "O olho do dono engorda o gado".
10. Desistir na primeira tentativa. Muitos empreendedores falham antes de chegar lá. O erro deve ser considerado parte do processo e não um motivo para o empreendedor tirar o time de campo.



Trecho extraído do artigo "E isso se ensina?", por David Cohen, publicado na revista VOCÊ s.a./ janeiro 2001.

As armadilhas no caminho

Allan Cohen, professor de Liderança, do Babson College, adverte para algumas armadilhas em que os empreendedores costumam cair:

• O empreendedor é, normalmente, alguém que se sente recompensado por perceber oportunidades que os outros não viram. Esse sentimento, porém, pode tornar difícil para ele compartilhar idéias.

• O empreendedor gosta de distinguir-se dos outros, sair do rebanho. Essa disposição pode dificultar a formação de equipes.

• O empreendedor é, normalmente, aquele que mais entende do negócio. Mas, quando a empresa cresce, ela precisa de pessoas que entendam mais do que o empreendedor em suas respectivas áreas. Nem sempre ele é psicologicamente capaz de contratar gente que entende mais do que ele. As empresas querem incentivar o surgimento de empreendedores internos, mas seu sistema de prêmios emite uma mensagem dúbia a seus funcionários: embora o melhor empreendedor seja aquele que utiliza o máximo de recursos dos outros, a maioria das empresas dá mais poder a quem controla os recursos, não a quem usa os dos outros.



(Texto e referências capturados na Internet por correio eletrônico)
Autor: Max Gehringer
Revista Exame/Ed. 772 7/agosto/2002)

Foi tudo muito rápido. O executivo bem-sucedido sentiu uma pontada no peito, vacilou, cambaleou, deu um gemido e apagou.
Quando voltou a abrir os olhos, viu-se diante de um imenso portal. Ainda meio zonzo, atravessou-o e deu de cara com uma miríade de pessoas, todas vestindo cândidos camisolões e caminhando despreocupadas. Sem entender bem o que estava acontecendo, o executivo bem-sucedido abordou um dos passantes:
- Enfermeiro, eu preciso voltar urgente para meu escritório porque tenho um meeting importantíssimo. Aliás, acho que fui trazido para cá por engano, porque meu convênio médico é classe A e isto aqui está me parecendo mais um pronto-socorro. Onde é que nós estamos?
- No céu.
- No céu??
- É.
- Tipo assim, o céu, aquele? Com querubins voando e coisas do gênero? Que é isso amigo, você está com gozação?
- Certamente. Aqui todos vivemos em estado de gozo permanente.
Apesar das óbvias evidências (nenhuma poluição, todo mundo sorrindo, ninguém usando telefone celular), o executivo bem-sucedido custou um pouco a admitir que havia mesmo apitado na curva. Tentou então o plano B: convencer o interlocutor, por meio das infalíveis Técnicas Avançadas de Negociação, de que aquela situação era inaceitável. Porque, ponderou, dali a uma semana ele iria receber o bônus anual, além de estar fortemente cotado para assumir a posição de vice-presidente na empresa. E foi aí que o interlocutor sugeriu:
- Talvez seja melhor você conversar com Pedro, o síndico.
- É? E como é que eu marco uma audiência? Ele tem secretária?
- Não, não. Basta estalar os dedos e ele aparece.
- Assim? (...)
- Pois não?
O executivo bem-sucedido quase desaba da nuvem. À sua frente, imponente,
segurando uma chave que mais parecia um martelo, estava o próprio Pedro. Mas o executivo havia feito um curso intensivo de Approach para Situações Inesperadas e reagiu rapidinho:
- Bom dia. Muito prazer. Belas sandálias. Eu sou um executivo bem-sucedido e...
- Executivo... Que palavra estranha. De que século você veio?
- Do 21. O distinto vai me dizer que não conhece o termo "executivo"?
- Já ouvi falar. Mas não é do meu tempo.
Foi então que o executivo bem-sucedido teve um insight. A máxima autoridade ali no paraíso aparentava ser um zero à esquerda em modernas técnicas de gestão empresarial. Logo, com seu brilhante currículo tecnocrático, o executivo poderia rapidamente assumir uma posição hierárquica, por assim dizer, celestial ali na organização.
- Sabe, meu caro Pedro, se você me permite, eu gostaria de lhe fazer uma proposta. Basta olhar para esse povo todo aí, só batendo papo e andando à toa, para perceber que aqui no Paraíso há enormes oportunidades para dar um upgrade na produtividade sistêmica.
- É mesmo?
- Pode acreditar, porque tenho PHD em reengenharia. Por exemplo, não vejo ninguém usando crachá. Como é que a gente sabe quem é quem aqui, e quem faz o quê?
- Ah, não sabemos.
- Headcount, então, não deve constar em nenhum versículo, correto?
- Hã?
- Entendeu o meu ponto? Sem controle, há dispersão. E dispersão gera desmotivação. Com o tempo, isto aqui vai acabar virando uma anarquia. Mas nós dois podemos consertar tudo isso rapidinho implementando um simples programa de targets individuais e avaliação de performance.
- Que interessante...
- Depois, mais no médio prazo, assim que os fundamentos estiverem sólidos e o pessoal começar a reclamar da pressão e a ficar estressado, a gente acalma a galera bolando um sistema de stock option, com uma campanha motivacional impactante, tipo "O céu é seu".
- Fantástico!
- É claro que, antes de mais nada, precisaríamos de uma hierarquização e de um organograma funcional, nada que dinâmicas de grupo e avaliações de perfis psicológicos não consigam resolver. Aí, contrataríamos uma consultoria especializada para nos ajudar a definir as estratégias operacionais e estabeleceríamos algumas metas factíveis de leverage, maximizando, dessa forma, o retorno do investimento do Grande Acionista... Ele existe, certo?
- Sobre todas as coisas.
- Ótimo. O passo seguinte seria partir para um downsizing progressivo, encontrar sinergias hi-tech, redigir manuais de procedimento, definir o marketing mix e investir no desenvolvimento de produtos alternativos de alto valor agregado. O mercado esotérico, por exemplo, me parece extremamente atrativo.
- Incrível!
- É obvio que, para conseguir tudo isso, nós dois teremos que nomear um board de altíssimo nível. Com um pacote de remuneração atraente, é claro. Coisa assim de salário de seis dígitos e todos os fringe benefits e mordomias de praxe. Porque, agora falando de colega para colega, tenho certeza de que você vai concordar comigo, Pedro. O desafio que temos pela frente vai resultar em um turnaround radical.
- Impressionante!
- Isso significa que podemos partir para a implementação?
- Não. Significa que você terá um futuro brilhante se for trabalhar com o nosso concorrente. Porque você acaba de descrever, exatamente, como funciona o Inferno.



Tela 15
Módulo 3 - Fontes de Oportunidades
Resumo

As fontes de oportunidades podem se apresentar sob duas modalidades: registradas e não registradas.

As fontes de oportunidades podem estar no ambiente interno da empresa, no ambiente externo, em nível nacional, no ambiente externo, em nível internacional ou no ambiente futuro.

A abertura de pensamento e a exposição às fontes de oportunidades levam o empreendedor a desenvolver a percepção necessária para identificação e seleção das melhores idéias. O empreendedor e sua equipe devem fazer o registro das idéias a serem analisadas e tratadas de acordo com critérios preestabelecidos, para aproveitamento máximo. Alguns aspectos que devem ser analisados nas oportunidades são: mercado a atender, retorno econômico possível, vantagens competitivas agregadas ao negócio, equipe de trabalho e envolvimento do empreendedor com a idéia.

É freqüente o empreendedor deparar-se com circunstâncias que podem levá-lo ao insucesso. Estar informado sobre tais situações lhe facilitará o reconhecimento, quando estiver frente a uma delas, bem como evitará atitudes cujas conseqüências poderão ser desastrosas.


Unidade 2 Módulo 4
Tela 16
Módulo 4 - Checando Oportunidades

1 - Tabela de pontos para checagem dos princípios norteadores

Uma das formas de selecionar e checar oportunidades de negócio consiste no desenvolvimento de um processo de avaliação das idéias, tendo como referência os princípios norteadores do empreendedor.

Os princípios que orientam cada empreendedor são estabelecidos com base nos seus objetivos, nos pontos fortes e fracos, nos recursos e nas capacitações. Esses princípios constituem parâmetros para a avaliação das idéias.

O processo deverá responder à pergunta básica:


As idéias atendem aos princípios ou não?

A resposta a essa questão demanda uma série de etapas. A primeira delas é a montagem de uma tabela de pontos para avaliar os princípios norteadores. Observe a situação que será tomada como exemplo:


Um empreendedor, com oito anos de experiência adquirida no setor privado na área de produção, tem como objetivo independência pessoal e retorno financeiro maior que R$2.500,00 por mês (sua remuneração atual como gerente de fábrica).


Tela 17
Módulo 4 - Checando Oportunidades

Para estabelecer-se um critério de valoração qualitativa para cada princípio norteador, definem-se quatro categorias de avaliação e atribuem-se pontos que variam de zero a três, conforme o princípio seja menos ou mais desejável.

Inicialmente, serão considerados os princípios norteadores referentes aos objetivos do empreendedor:

Independência pessoal e retorno financeiro superior a R$ 2.500,00.

Aplicando-se o critério de valoração qualitativa para o primeiro objetivo do empreendedor, a independência pessoal, poderíamos determinar o seguinte:

Objetivo
Grau de Independência
Pontos
Independência Pessoal

Grande
Mediana
Pequena
Nenhuma

3
2
1
0

Em relação ao segundo objetivo, o retorno financeiro, o desejo do empreendedor é conseguir, com o seu negócio, remuneração maior que R$2.500,00 mensais, seu salário atual. Portanto, negócios que oferecem retorno menor que tal cifra não serão considerados atrativos; negócios que remunerarem em torno de R$2.500,00 serão passíveis de observação e os que remuneram acima desse valor estarão dentro das metas.

Dependendo do que o empreendedor considerar bom e ótimo, podem ser estabelecidas mais duas hipóteses: podendo-se avaliar como bom R$5.000,00/mês e, ótimo, R$10.000,00/mês.

Checagem
Principios Norteadores
Características do negócio
Pontos
Checagem com objetivos
1. Independência pessoal
Grande
Mediana
Pequena
Nenhuma
3
2
1
0
2. Retorno financeiro
Maior que R$10.000,00
Entre R$5.000 e 10.000
Entre R$2.500 e 5.000
Menor que R$2.500/mês
3
2
1
0


Tela 18
Módulo 4 - Checando Oportunidades

O mesmo procedimento deverá ser utilizado para atribuir pontos aos princípios norteadores referentes aos aspectos fortes e fracos do empreendedor.

No exemplo considerado, o empreendedor deverá dar preferência aos negócios que possam aproveitar seus pontos fortes que são:

• formação em engenharia elétrica;
• relacionamentos no setor privado;
• experiências com equipamentos elétricos.

Em contrapartida, considerando seu pontos fracos, buscará negócios que não demandem muita habilidade em lidar com consumidores diretos.

Para pontuar esses princípios norteadores, toma-se como base o mesmo tipo de tabela, já apresentado, qualificando os itens mencionados:

• formação em engenharia elétrica;
• relacionamento com o setor privado;
• experiência com equipamentos elétricos;
• habilidade em lidar com consumidores diretos.

Veja a Tabela de pontos para os pontos fortes e fracos.

Checagem
Princípios Norteadores
Características do negócio
Pontos
Checagem com pontos forte e fracos
1. Formação em engenharia elétrica
Do ramo de engenharia elétrica
Outras habilitações da engenharia
Com afinidade com produtos elétricos
Não emprega equipamentos
3
2
1
0
2. Relacionamento com o setor privado
Dependência total
Utilizado em muitas situações
Pouco utilizado
Não é utilizado
3
2
1
0
3. Experiência com equipamentos elétricos
Utiliza periodicamente
Utiliza secundariamente
Tem alguma relação
Não emprega equipamento
3
2
1
0
4. Contato com consumidor direto
Não necessita
Contatos esporádicos
Contatos frequentes
Contato diário
3
2
1
0


Tela 19
Módulo 4 - Checando Oportunidades

Finalmente, sob o ponto de vista dos princípios norteadores referentes aos recursos e capacitações disponíveis, pode-se assumir que serão apreciados os negócios que exijam capital oscilando entre mais de R$50.000,00 e menos de R$100.000,00 e que demandem capacidade gerencial mediana.

O montante de capital necessário para o início dos investimentos no negócio é aspecto importante e será considerado por faixas determinadas. Os negócios que exigirem maior volume de capital terão maiores dificuldades para ser implantados, ao contrário dos que necessitarem de capital menor. Os negócios que demandem menor volume de capital receberão pontuação maior, podendo propiciar a formação de uma “reserva técnica” de capital para eventualidades ou futuras ampliações.

Veja a Tabela de pontos para os recursos e capacitações

Checagem
Princípios Norteadores
Características do negócio
Pontos
Checagem com recursos/ condições
1. Capital inicial
Abaixo de R$50.000
Entre R$50 e 75.000
Acima de R$100.00
3
2
1
0
2. Capacidade gerencial requerida
Baixa
Mediana
Técnica
Alta
3
2
1
0
3. Base tecnológica
Nula
Pouca dependência
Média dependência
Grande dependência
3
2
1
0


Todos os quesitos considerados importantes deverão ser avaliados por intermédio da tabela de pontuação.



Tela 20
Módulo 4 - Checando Oportunidades

Considerando-se os nove princípios norteadores levantados e os pontos a eles atribuídos, obtêm-se a seguinte Tabela de pontos dos princípios norteadores:

Checagem
Princípios Norteadores
Características do negócio
Pontos
Checagem com objetivos 1. Independência pessoal Grande
Mediana
Pequena
Nenhuma
3
2
1
0
2. Retorno Financeiro Maior que R$10.000,00
Entre R$5.000 e 10.000
Entre R$2.500 e 5.000
Menor que R$2.500/ mês
3
2
1
0
Checagem com pontos fortes e fracos 3. Formação em engenharia elétrica Do ramo de engenharia elétrica
Outras habilitações da engenharia
Com afinidades com produtos elétricos
Não emprega equipamentos
3
2
1
0
4. Relacionamento com o setor privado
Total
Frequente
Pouco frequente
Nenhum
3
2
1
0
5. Experiência com equipamentos elétricos Utiliza periodicamente
Utiliza secundariamente
Tem alguma relação
Não emprega equipamento
3
2
1
0
6. Contato com o público consumidor Não necessita contatos
Contatos esporádicos
Contatos freqüentes
Contato direto
3
2
1
0
Checagem com recursos/condições 7. Capital Inicial Abaixo de R$50.000
Entre R$50 e 75.000
Entre R$75 e 100.000
Acima de R$ 100.000
3
2
1
0
8. Capacidade gerencial requerida Baixa capacidade
Capacidade mediana
Mais técnico
Capacidade alta
3
2
1
0
9. Base tecnológica Grande dependência
Média dependência
Pouca dependência
Nula
3
2
1
0


Estabelecidos os princípios norteadores, eles devem ser avaliados para cada idéia de oportunidade.



Tela 21
Módulo 4 - Checando Oportunidades

2 - Atribuição de pesos aos princípios avaliados

Esta é a segunda etapa do processo de checagem das idéias e consiste em atribuir pesos aos princípios norteadores, de acordo com sua importância. Os pesos por intermédio dos quais os princípios são ponderados também variam de 0 a 3 e são correlacionados com a importância relativa de cada princípio:

extremamente importante
peso 3
muito importante
peso 2
importante
peso 1
menos importante
peso 0

Retomando o exemplo anterior, o retorno financeiro pode ser considerado extremamente importante e receber peso 3, enquanto a formação em engenharia elétrica pode ser um princípio menos importante e receber peso 1. Completando o exemplo, veja como fica a tabela.

Tabela de pesos para cada princípio

Checagem
Princípios norteadores
Pesos
Objetivos
1. Independência pessoal
2. Retorno financeiro
2
3
Pontos forte e fracos
3. Formação em engenharia elétrica
4. Relacionamento com setor público e privado
5. Experiência com equipamentos
6. Habilidade em lidar com consumidores
1
2
2
1
Recursos e Capacitações
7. Capital inicial
8. Capacidade Gerencial
9. Base Tecnológica
3
2
2
  Total de Pesos
18


Tela 22
Módulo 4 - Checando Oportunidades

3 - Critérios para determinação dos pontos

A terceira etapa da checagem das idéias, em relação aos princípios norteadores, consiste na determinação dos pontos para cada idéia de oportunidade em relação a cada princípio.

É importante ter em mente que a atribuição de pontos e pesos deve ser feita a partir de critérios definidos pelo empreendedor e sua equipe de apoio.

Não há regras rígidas para serem seguidas, mas alguns cuidados podem ser tomados.

Lembre:


As avaliações, ponderações ou estabelecimento de pesos devem contemplar todos os princípios e todas as oportunidades.

Veja, agora, algumas sugestões, para que a atribuição dos pontos a cada idéia, em relação a cada princípio, seja efetivada com critério:

  • Adotar espírito crítico para elaborar método simplificado destinado a julgar uma idéia de oportunidade, de forma rápida e econômica;
  • Ter em mente que o julgamento feito por uma equipe é mais efetivo do que a avaliação realizada por uma só pessoa;
  • Não despender tempo demais em cada avaliação. Via de regra, o ganho percentual obtido não é proporcional ao tempo extra investido;
  • Julgar sempre todas as idéias simultaneamente, em relação a um certo princípio. A análise comparativa permite que a distribuição de pontos fique mais equilibrada.


Tela 23
Módulo 4 - Checando Oportunidades

4 - Tabela de avaliações das idéias

A parte final da checagem consiste na montagem da tabela contendo as avaliações de todas as idéias de oportunidades. Essa tabela fornecerá determinado número de pontos para cada idéia baseada em média ponderada.


A tabela de avaliação deverá ser aplicada a cada idéia de oportunidade. A comparação entre as médias ponderadas obtidas permitirá maior objetividade na escolha.

Após a distribuição de pontos, cada valor é multiplicado pelo peso correspondente ao princípio norteador. Assim, na tabela de avaliações, para cada idéia de oportunidade, há duas colunas, uma com pontos e outra com pontos multiplicados por pesos.

A média ponderada é obtida somando-se os pontos multiplicados pelos pesos e dividindo-se esta soma pela somatória dos pesos. Dessa forma, será obtida uma Média Ponderada (MP) para cada idéia de oportunidade.



Concluindo o exemplo, para a elaboração final da Tabela de avaliação, foi utilizada:

a) a primeira tabela de pontos, acrescida
b) da tabela de pesos anterior, em que
c) o somatório dos pesos atribuídos aos nove princípios norteadores considerados é igual a 18.

Para o exemplo dessa tabela, a média ponderada máxima possível é 3,0; resultante do cálculo supondo o maior valor possível para cada item.

Assim, a oportunidade "X", analisada no exemplo, alcançou a média ponderada igual a 1,9. Em relação à média máxima, que é 3,0, esse valor representa 63% dos requisitos dos princípios norteadores.

Em paralelo, outra oportunidade, "Y", poderá ser analisada e alcançar média ponderada igual a 0,7, preenchendo apenas 23% dos requisitos dos princípios norteadores.


Oportunidades com menos de 30% de preenchimento dos quesitos devem ser descartadas.



TABELA DE AVALIAÇÃO PARA A OPORTUNIDADE "X"

Checagem
Princípios Norteadores
Características do negócio Pontos
Pontos x pesos
Checagem com objetivos 1. Independência pessoal Grande
Mediana
Pequena
Nenhuma
3
2
1
0
2 x 2=4
2. Retorno Financeiro Maior que R$10.000,00
Entre R$5.000 e 10.000
Entre R$2.500 e 5.000
Menor que R$2.500/ mês
3
2
1
0
2 x 3 =6
Checagem com pontos fortes e fracos 3. Formação em engenharia elétrica Do ramo de engenharia elétrica
Outras habilitações da engenharia
Com afinidades com produtos elétricos
Não emprega equipamentos
3
2
1
0
3 x 1 =3
4. Relacionamento com o setor privado Total
Frequente
Pouco frequente
Nenhum
3
2
1
0
0 x 2 =0
5. Experiência com equipamentos elétricos Utiliza periodicamente
Utiliza secundariamente
Tem alguma relação
Não emprega equipamento
3
2
1
0
3 x 2 =6
6. Contato com consumidor direto Não necessita contatos
Contatos esporádicos
Contatos freqüentes
Contato direto
3
2
1
0
1 x 1 =1
Checagem com recursos / condições 7. Capital Inicial Abaixo de R$50.000
Entre R$50 e 75.000
Entre R$75 e 100.000
Acima de R$ 100.000
3
2
1
0
2 x 3 =6
8. Capacidade gerencial requerida Baixa capacidade
Capacidade mediana
Mais técnico
Capacidade alta
3
2
1
0
3 x 2 =6
9. Base Tecnológica
Grande dependência
Média dependência
Pouca dependência
Nula
3
2
1
0
1 x 2 =2




Tela 24
Módulo 4 - Checando Oportunidades

5 - Outras checagens e etapa final da seleção de oportunidades

Processos semelhantes ao que foi apresentado para a checagem dos princípios norteadores podem ser feitos para a checagem de outros aspectos das oportunidades em análise. Por exemplo, seguindo o mesmo procedimento de montagem de tabelas, pode-se fazer a checagem com os fatores críticos de sucesso para um negócio. Basicamente, esses fatores se inserem em 3 áreas de análise:

as características do empreendedor;
• o ramo industrial em que se quer entrar e a sua estrutura;
• a estratégia para o novo negócio.

Para a realização da checagem, devem ser montadas tabelas com critérios semelhantes aos da checagem dos princípios norteadores apresentada anteriormente. Nesse caso, porém, não há necessidade de ponderar os valores por intermédio de pesos, pois cada requisito assume importância determinada. A atribuição de pontos deve ser feita julgando-se cada idéia de oportunidade, em relação à pontuação possível, variando de 0 a 3.



Tela 25
Módulo 4 - Checando Oportunidades

Além da checagem com os fatores críticos de sucesso, é possível, também, fazer a checagem com os nichos de mercado.

Nesse caso, trata-se de avaliar se as idéias de oportunidade de negócio encontram respaldo na realidade de mercado; ou seja, se o potencial dessas idéias, em relação ao aproveitamento mercadológico, é sensível.

Tal checagem não substitui um estudo de mercado aprofundado para a oportunidade escolhida, objeto de uma fase posterior de elaboração do Plano de Negócio. Busca-se, por meio de pesquisa simples, a resposta para a seguinte pergunta:

Há mercado para essa oportunidade de negócio?

Entre todas as checagens, essa é a que requer um pouco mais de cuidado e de investimento de tempo. Enquanto a checagem com fatores críticos de sucesso é mais rápida e depende em grande parte de julgamentos, a checagem com o nicho é mais demorada e implica na busca de dados objetivos. Por isso mesmo, ela é deixada para a última etapa, porque algumas idéias já terão sido descartadas, diminuindo o trabalho de avaliação e o custo associado.

Lembre-se que:


Para as verdadeiras grandes idéias, não há mercado a ser medido; há porém maior risco.


Da mesma forma que nas checagens anteriores, deve-se montar uma tabela de pontos e uma tabela de avaliações. Continuando os exemplos, as mudanças agora são que o número máximo de pontos aumentou para 4,0 (para permitir peso relativo maior e amplitude mais acentuada nas análises) e que não há descarte puro e simples após terceira checagem, mas sim a escolha final.


Tela 26
Módulo 4 - Checando Oportunidades

Após realizar as checagens, selecionar as melhores oportunidades é questão de soma.

O empreendedor pode decidir entre elaborar um plano de negócio para a oportunidade que obteve a maior soma de pontos ou para as duas ou três oportunidades melhor classificadas. Tudo depende do seu grau de confiança na solução apontada, do seu tempo para se aprofundar em planos detalhados para mais de uma opção, do seu interesse em desenvolver mais de um negócio.

A última fase é muito simples. Basta somar os pontos parciais de cada checagem, em relação às oportunidades que foram avaliadas. Se as 3 checagens foram realizadas, o maior número possível de pontos é 10,0.

Checagem com princípios norteadores
3,0
Checagem com fatores críticos de sucesso
3,0
Checagem com os nichos de mercado
4,0
Total de pontos
10,0

Assim, o número de pontos reflete também o grau percentual de cada oportunidade, em relação ao máximo enquadramento.

Resta acrescentar que o processo de busca e seleção de oportunidades não termina com a escolha da melhor opção. Para o empreendedor apenas ativa o espírito de “busca constante”.

Estar sempre atento para oportunidades é o melhor caminho para obter sucesso crescente no mundo empresarial e estender o horizonte de longo prazo para a continuidade e a sobrevivência dos empreendimentos.

O processo de busca e seleção de oportunidades imbui as pessoas de espírito inovador, pelas inúmeras informações conseguidas e pelas mudanças de postura para a compreensão de como ressaltar a percepção. O conhecimento dos principais requisitos para checagem das idéias prepara o cérebro para focar as áreas de melhor retorno.

Enfim, é possível dizer que o processo de busca e seleção prepara o empreendedor para evoluir, para gerenciar constantemente as oportunidades relevantes.



Tela 27
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Resumo

Em relação à checagem das oportunidades de negócio, foram apresentados os seguintes pontos importantes:

  • A relevância da realização de checagens, para que a escolha das oportunidades não seja feita baseada somente na intuição;
  • A checagem com o direcionamento estratégico por meio de princípios norteadores, a montagem das tabelas de pontos, de pesos e de avaliações;
  • A atribuição de pontos para cada idéia e a relação entre investimento de tempo e aprimoramento do grau de certeza de uma avaliação;
  • A checagem com fatores críticos de sucesso de novos negócios, ressaltando os pontos ligados à estratégia competitiva;
  • A checagem com o nicho de oportunidades, verificando as idéias com a realidade de mercado e entendendo quais são os requisitos mercadológicos principais;
  • Identificação de oportunidades selecionadas e, entre elas, a que apresenta melhores possibilidades.