Tela 1
Módulo I - Padronização e Ajustes Preliminares
1 - Simplificação e padronização das Demonstrações Financeiras

Antes de dar início ao processo de análise, é conveniente colocar as demonstrações dentro de determinado formato e proceder a alguns ajustes com os objetivos de:


• simplificar (às vezes tornar viável) o processo de análise, pela redução do número de contas;
• possibilitar comparações com outras entidades que atuem no mesmo ramo;
• eliminar erros cometidos indevidamente;
• eliminar distorções provocadas por fatores externos, ou por imperfeições do sistema contábil, ou até mesmo por exigências da legislação;
• adequar às demonstrações o que se pretende verificar especificamente.

Este último ponto dá margem a que o analista faça uso de seus conhecimentos e de sua criatividade, uma vez que deve produzir um formato (ou modelo) adequado ao que tem em mente e ao grau de profundidade que deseja atingir.



Tela 2
Módulo I - Padronização e Ajustes Preliminares
Não é possível, para isso, estabelecer um padrão. No entanto, com fins puramente didáticos, como exemplo e ponto de partida para uma análise de caráter mais geral, poder-se-ia adotar um modelo como o proposto a seguir.

ORGA S/A
Balanço Patrimonial
31.12.XX

Ativo
X1
X2
X3
X4

Circulante

• Disponível
• Clientes
• Estoques
• Aplicações Financeiras

Não Circulante

• Realizável a LP
• Investimentos
• Imobilizado
• Intangível

       
Total do Ativo            
         
Passivo
X1
X2
X3
X4


Circulante


• fornecedores
• duplicatas descontadas
• empréstimos
• financiamentos

Não Circulante (Exigível LP)

• empréstimos pessoais
• financiamentos

Patrimônio Líquido

• capital social
• reservas de lucro

       
Total do Passivo        


Tela 3
Módulo I - Padronização e Ajustes Preliminares

O que é fundamental, no caso, além de que o modelo atenda ao propósito da análise, é que não só o analista que vai utilizá-lo como as demais partes que tenham que convalidar ou participar da análise saibam o que, exatamente, engloba cada rubrica.

No modelo proposto, entende-se que as aplicações conversíveis imediatamente em moeda estão englobadas no disponível, juntamente com o caixa da entidade e seus depósitos bancários. Assim, as aplicações financeiras constantes do circulante referem-se a aplicações não imediatamente resgatáveis (observe-se que se encontram após os estoques), embora dentro do exercício.

Note-se que o analista, por alguma razão, entendeu que deveria analisar quatro exercícios, e não apenas três, ou mesmo dois, o que seria mais comum.



Rubrica

Rubrica é um termo utilizado com o mesmo sentido de “conta” ou até mesmo de “verba”.




Tela 4
Módulo I - Padronização e Ajustes Preliminares

No caso da DRE, seria possível adotar o modelo seguinte.

ORGA S/A
Demonstração do Resultado do Exercício
31.12.XX

X1
X2
X3
X4


Receita Bruta

(-) Deduções
(=) Receita Líquida
(-) CMV
(=) Lucro Bruto
(-) Despesas Operacionais
(=) Lucro Operacional1
(+/-) Rec./Desp. Financeiras
(=) Lucro Operacional 2
(+/-) Rec./Desp. Não Operacional
(=) Lucro Tributável
(-) Imposto de Renda
(=) Lucro Disponível
(-) Participações
(=) Lucro Líquido

       
Lucro por Ação        

Neste caso, nota-se que o analista não considerou necessário discriminar as deduções (impostos a recolher, devoluções, abatimentos) da Receita Bruta.

Também entendeu não ser importante detalhar as despesas operacionais (vendas, administrativas), mas destacou as despesas financeiras líquidas, apurando o Lucro Operacional sem (1) e com (2) a inclusão dessas despesas.

Por fim, deixou de evidenciar as participações no lucro disponível (debenturistas, empregados, administradores etc.).



Tela 5
Módulo I - Padronização e Ajustes Preliminares

2 - Reclassificação de contas

Reclassificação de contas é a transferência de uma conta para outro grupo, para fins de análise. Uma correta avaliação da situação das entidades exige que se verifique, concomitantemente com a simplificação e padronização, a validade da inclusão de determinadas contas nos diversos grupos do Ativo ou do Passivo, e se façam correções necessárias.

Por princípio, qualquer rubrica que dê margem a dúvidas impossíveis de serem esclarecidas deve ser interpretada “contra” a entidade.
São objetos dessa etapa da análise, sem pretensão de esgotar o assunto:

a) exigibilidades em longo prazo, sobre as quais não existe certeza quanto à data de vencimento devem ser transferidas para o passivo circulante (ex.: inexistência de documento formal devidamente registrado);



Reclassificação de contas

Transferência de uma conta para outro grupo, para fins de análise.




Tela 6
Módulo I - Padronização e Ajustes Preliminares
b) parcelas a vencer no próximo exercício, embora referentes aos financiamentos em longo prazo: devem também ser transferidas para o passivo circulante (ex.: omissão de lançamento);

c) valores constantes do ativo não circulante imobilizado que não contribuem efetivamente para a geração de receitas devem ser desconsiderados (ex.: máquinas quebradas);



Tela 7
Módulo I - Padronização e Ajustes Preliminares
d) valores constantes do ativo circulante sobre cuja conversibilidade em moeda no curto prazo haja dúvidas devem ser eliminados ou reclassificados no realizável a longo prazo (ex.: estoques invendáveis);

e) valores constantes do ativo circulante sobre os quais não existe certeza de recebimento devem ser eliminados ou reclassificados no realizável a longo prazo (ex.: clientes com dificuldades financeiras).



Tela 8
Módulo I - Padronização e Ajustes Preliminares

Além disso, determinadas contas devem ser reclassificadas ou terem seu valor ajustado para que se possam eliminar distorções decorrentes de exigências da própria legislação ou de fatos que não influem no objeto da análise:

Verifica-se que a possibilidade de obter informações para uma adequada correção e reclassificação de contas não depende apenas da vontade do analista. Em princípio, se ele está trabalhando para a entidade, como empregado ou como técnico (consultor ou auditor especialmente contratado) as informações devem estar disponíveis e serem passíveis de fácil acesso. No entanto, caso se trate de um analista externo à entidade, trabalhando para um fornecedor ou um concorrente, a possibilidade de obter informações pode ser extremamente reduzida.



Provisão para créditos de liquidação duvidosa

Para a provisão para créditos de liquidação duvidosa deve ser examinada a base de cálculo e seu valor deve ser subtraído do valor de contas (ou duplicatas) a receber.




Duplicatas descontadas

As duplicatas descontadas devem ter seu valor transferido para o passivo circulante, pois se trata, na realidade, de um empréstimo bancário com garantia.




Depreciação do exercício

A depreciação deve ter retificada sua influência na DOAR, pois não implica em saída de numerário.



Tela 9
Módulo I - Padronização e Ajustes Preliminares

Resumo

Embora sejam padronizadas, do ponto de vista legal e contábil, as demonstrações financeiras apresentam formas variadas no que diz respeito ao número de contas e sua denominação, bem como quanto ao grau de detalhamento dos elementos do patrimônio e contas de resultado.

Por essa razão, para que seja possível sua análise, bem como a comparação da situação e do desempenho de diversas entidades, é conveniente colocá-las dentro de modelos previamente definidos, agrupando-se ou desmembrando-se algumas contas.

Além disso, é indispensável fazer a crítica das demonstrações, para identificar e corrigir erros eventualmente cometidos, e também reclassificar algumas contas, para que as demonstrações reflitam adequadamente a realidade da organização.



Relação entre dois valores ou grandezas. Os índices evidenciam o quanto os valores ou grandezas variaram no tempo.



Unidade 2 Módulo 2
Tela 10
Módulo 2 - O método das diferenças absolutas
1 - Método de análise vertical

Este tipo de análise vertical tem como objetivo detalhar as demonstrações financeiras, ressaltando por meio de cálculos percentuais a participação de cada conta dentro de um total.

Demonstra a importância de cada conta em relação à demonstração financeira a que pertence e, por meio da comparação com padrões do ramo ou com percentuais da própria empresa em anos anteriores, permite inferir se há itens fora das proporções normais.


A Análise Vertical quando aplicada ao Balanço Patrimonial busca evidenciar o percentual de cada conta em relação ao total do Ativo e do Passivo, ou seja, a real importância de cada grupo de conta no conjunto.
Dessa forma, irá indicar a estrutura do Ativo e do Passivo, bem como suas modificações.



O Balanço Patrimonial evidencia os recursos tomados (financiamentos/passivo) e as aplicações desses recursos (investimentos/ativo).

A Análise Vertical mostra, de um lado, qual a composição detalhada dos recursos tomados pela empresa, qual a participação dos capitais próprios e de terceiros, qual o percentual de capitais de terceiros a curto e a longo prazo, qual a participação de cada um dos itens de capitais de terceiros. De outro lado, a Análise Vertical mostra quanto por cento dos recursos totais foi destinado ao Ativo Circulante e quanto ao ativo não circulante (Realizável a Longo Prazo, investimentos, imobilizado e intangível).

A comparação dos percentuais da Análise Vertical da empresa com os de concorrentes permite saber se a alocação dos recursos no Ativo é típica ou não para aquele ramo de atividade. É sabido, por exemplo.



Ativo Circulante

A análise vertical mostra qual percentagem de investimentos foi destinada a cada um dos itens principais, como Estoques e Duplicatas a Receber.



Exemplo

Por exemplo, é sabido que no comércio é muito maior o investimento em Ativo Circulante do que em Ativo não circulante. Se uma empresa comercial apresentar maior investimento em Ativo não circulante do que em Ativo Circulante é aconselhável investigar o porquê disso.



Tela 11
Módulo 2 - O método das diferenças absolutas

A análise do percentual de cada item do Ativo permite detectar a política de investimento da empresa em relação a estoques, duplicatas, imobilizado, enquanto no Passivo permite visualizar a política financeira de obtenção de recursos.

Vejamos um exemplo da Análise Vertical do Balanço

Balanço Patrimonial
Cia. Exemplo SA

Ativo
2005
AV
2006
AV
Passivo
2005
AV
2006
AV
Circulante
700
39%
2280
70%
Circulante
670
37%
1200
37%
Disponibilidades
220
12%
530
16%
Contas a pagar
200
11%
300
9%
Créditos
250
14%
1450
44%
Fornecedores
100
6%
500
15%
Estoques
200
11%
300
9%
Impostos, taxas e contribuições
120
7%
80
2%
Outros
30
2%
0%
Dividendos a pagar
250
14%
320
10%
Não Circulante
1.100
61%
1.000
30%
Não circulante
130
7%
530
16%
Realizável a Longo Prazo
400
22%
100
3%
Empréstimos e financiamentos
130
7%
530
16%
Investimentos
500
28%
300
9%
Patrimônio Líquido
1000
56%
1550
47%
Imobilizado
200
11%
600
18%
Capital Social Realizado
800
44%
1.200
36%
Intangível
-
-
Reservas de Lucro
200
11%
350
11%
Ativo Total
1.800
100%
3.280
100%
Passivo Total
1.800
100%
3.280
100%

Cálculo:



Cálculo:

Total do Ativo : 1.800
Total do circulante : 700

1.800 _____ 100% x = 700 * 100 x = 38,88%
0700 ______ x% 111111.800



Tela 12
Documento sem título
Da análise vertical do Balanço Patrimonial da Cia. Exemplo pode concluir que:

a) No Ativo, em 2005:

• As aplicações de recursos no ativo estão divididas, principalmente, entre o ativo circulante e o ativo não circulante investimentos, que representam, 39% e 28%, respectivamente, do ativo total da empresa;
• A empresa preferiu investir em outras empresas (28% dos seus recursos estão aplicados em investimentos e 22% dos recursos foram aplicados no realizável a longo prazo em empréstimos a estas empresas), do que em estoques que representam apenas 11% dos ativos totais;
• Os créditos referentes a vendas a prazo de mercadorias representam apenas 14% dos recursos totais da empresa.
b) No Ativo, em 2006:
• Nota-se uma alteração na estrutura do ativo da empresa, pois o ativo circulante, que em 2005 representava 39% dos recursos totais, em 2006 passa a representar 70%, com destaque para a conta Créditos (vendas a prazo) que passou a representar 44% dos recursos totais;
• Percebe-se, ainda, que a empresa investiu em imobilizado, pois estes passaram a representar 18% do total do ativo;
• Outra observação importante é o que diz respeito ao relacionamento com empresas ligadas (controladas/coligadas), pois foram reduzidos os investimentos nestas empresas, que agora representam apenas 9% do total do ativo, contra 28% do ano anterior.
• Ocorreu, ainda, o recebimento dos créditos com pessoas ligadas, que em 2006 representam 3% dos recursos totais, contra 22% no ano anterior.


c) No Passivo, em 2005:

• A empresa trabalhou com 44% de capital de terceiros (soma do passivo circulante com o exigível a longo prazo) e 56% de capital próprio (patrimônio líquido);
• Das dívidas exigíveis (capital de terceiros), a maior parte são dívidas de curto prazo.
• A maior origem de recursos para a empresa é proveniente dos proprietários (capital social) que representa 44% dos recursos totais.

d) No Passivo, em 2006:

• A empresa trabalhou com 53% de capital de terceiros (soma do passivo circulante com o exigível a longo prazo) e 47% de capital próprio (patrimônio líquido);
• Das dívidas exigíveis (capital de terceiros), a maior parte são dívidas de curto prazo;
• Percebe-se um aumento do endividamento de longo prazo, que passou a representar 16% dos recursos obtidos pela empresa;
• Destaca-se que apesar de perder representatividade (de 56% em 2005 para 47% em 2006) o capital próprio apresenta um aumento em valores absolutos (de R$1.000,00 para R$1.550,00). Este fato ocorreu em função de o capital de terceiros ter aumentado em maior proporção do que o capital próprio.



Tela 13
Documento sem título

2 - Análise Vertical da Demonstração do Resultado do Exercício


A Análise Vertical atinge seu ponto máximo de utilidade quando aplicada à Demonstração do Resultado do Exercício, pois permite analisar em detalhes o desempenho da empresa.

Toda a atividade de uma empresa gira em torno das vendas. São elas que devem determinar o que a empresa pode consumir em cada item de despesa. Por isso, na Análise Vertical da Demonstração do Resultado, as vendas são igualadas a 100%, e todos os demais itens têm seu percentual calculado em relação às Vendas. Com isso, cada item de despesa da Demonstração do Resultado do Exercício pode ser controlado em função do seu percentual em relação a Vendas.

Esse controle é extremamente importante quando se lembra que o percentual de lucro líquido em relação a Vendas costuma ser muito pequeno (de 5% a 10% para as atividades comerciais e industriais. Já para as empresas que prestam serviços, a lucratividade média costuma ser de 15% a 20%). Por isso, o aumento percentual de qualquer item da Demonstração do Resultado em relação a Vendas é indesejável. Há empresas que controlam rigorosamente esses percentuais, não permitindo que ultrapassem metas.



Tela 14
Módulo 2 - O método de análise horizontal

Na análise vertical da DRE calcula-se o percentual de cada conta em relação às vendas. Obviamente, o valor das vendas é igualado a 100%, conforme o exemplo que segue:

Demonstração do Resultado do Exercício de 2006
Cia. Exemplo S/A

Demonstração do Resultado do Exercício
2005
AV
2006
AV
Receita Bruta de Vendas e/ou Serviços
1.000
100%
1.500
100%
(-) Deduções da Receita Bruta
0%
Receita Líquida de Vendas e/ou Serviços
1.000
100%
1.500
100%
(-) Custo de Bens e/ou Serviços Vendidos
-400
-40%
-700
-47%
Resultado Bruto
600
60%
800
53%
Despesas/Receitas Operacionais
-290
-29%
-300
-20%
Com Vendas
-150
-15%
-200
-13%
Gerais e Administrativas
-80
-8%
-70
-5%
Financeiras
-60
-6%
-30
-2%
Resultado Operacional
310
31%
500
33%
Resultado Não Operacional
-5
-0,5%
50
3%
Receitas
65
6,5%
-
-
Despesas
-70
-7%
3%
Resultado Antes da Tributação/Participações
305
31%
550
37%
Provisão para IR e Contribuição Social
-100
-10%
-80
-5%
Lucro/Prejuízo do Exercício
205
21%
470
31%

Cálculo:



Cálculo:

Total das Vendas : $1.000
Total das despesas : $290

$1.000 _____ 100% x = $290 . 100 x = 29%
1$290 ______ x% 1111 $1.000 



Tela 15
Módulo 2 - O método de análise horizontal

Análise vertical da demonstração do resultado do Exercício da Cia. Exemplo S/A, pode observar que:

a) em 2005:

• Para uma receita bruta de venda de $1.000, a empresa tem um lucro líquido de $205, ou seja, um lucro de aproximadamente 21% (20,5%) sobre o valor das vendas efetuadas;
• O Custo da Mercadoria Vendida (quanto custou para a empresa o produto/serviço que ela vendeu por $1.000), consome 40% do total de sua receita bruta;
• As despesas operacionais consomem 29% do valor das vendas, com ênfase das despesas com vendas (15%);
• O imposto de renda e as contribuições sociais consumiram 10% da receita de vendas da empresa;

b) em 2006:

• Para uma receita bruta de venda de R$1.500,00 a empresa tem um lucro líquido de R$ 470, 00, ou seja, um lucro de 31% sobre o valor das vendas efetuadas;
• O Custo da Mercadoria Vendida (quanto custou para a empresa o produto/serviço que ela vendeu por R$1.500,00), consome 47% do total de sua receita bruta; isto faz que o lucro bruto, que era de 60% em 2005, caia para 53% em 2006;
• As despesas operacionais que consumiam 29% em 2005, representam agora 20% do valor das vendas, com ênfase, ainda, nas despesas com vendas (13%);
• O imposto de renda e as contribuições sociais consumiram 5% da receita de vendas da empresa.



Tela 16
Módulo 2 - O método de análise horizontal

Resumo

A análise vertical tem o objetivo de detalhar as demonstrações financeiras, ressaltando mediante cálculos percentuais a participação de cada conta dentro de um total.

Quando aplicada ao Balanço Patrimonial, a análise vertical busca evidenciar o percentual de cada conta em relação ao total do Ativo e do Passivo, ou seja, a real importância de cada grupo de conta no conjunto. Dessa forma, irá indicar a estrutura do Ativo e do Passivo, bem como suas modificações.

O balanço evidencia os recursos tomados (financiamentos) e as aplicações desses recursos (investimentos). A Análise Vertical mostra, de um lado, qual a composição detalhada dos recursos tomados pela empresa, qual a participação dos capitais próprios e de terceiros, qual o percentual de capitais de terceiros a curto e a longo prazo, qual a participação de cada um dos itens de capitais de terceiros. De outro lado, a Análise Vertical mostra quanto por cento dos recursos totais foi destinado ao Ativo Circulante, quanto ao Realizável a Longo Prazo e quanto ao Ativo Permanente.

Quando aplicada, a DRE evidencia o percentual de receita consumido pelo Custo da Mercadoria Vendida, pelas despesas, e quanto sobra de lucro para a empresa.



A análise encadeada utiliza-se das variações ocorridas em relação ao ano (exercício) tomado como base, não em relação ao ano anterior.




Unidade 2 Módulo 3
Tela 17
Módulo 3 - Método de análise vertical

1 - Análise Horizontal

A evolução de cada conta mostra os caminhos trilhados pela empresa e as possíveis tendências. Fundamenta-se na evolução de cada conta de uma série de demonstrações financeiras em relação à demonstração anterior e/ou em relação a uma demonstração financeira básica, geralmente a mais antiga da série.


Análise Horizontal do Balanço Patrimonial tem como finalidade mostrar a evolução de cada conta das demonstrações financeiras e, pela comparação entre estas, permitir tirar conclusões sobre a evolução da empresa.

Quando aplicada ao Balanço Patrimonial, a Análise Horizontal procura indicar a variação ocorrida em cada uma das contas.

A análise horizontal do Balanço mostra a que itens do Ativo a empresa vem dando ênfase na alocação de seus recursos e, comparativamente, quais recursos adicionais vem utilizando. Por exemplo.

É interessante, na Análise Horizontal do balanço, observar comparativamente os seguintes itens:


• Crescimento dos totais do Ativo Imobilizado e Circulante e de cada um dos seus principais componentes;
• Crescimento do Patrimônio Líquido comparativamente ao do Exigível total;
• Crescimento do Patrimônio Líquido mais Exigível a Longo Prazo comparativamente ao crescimento do Ativo Não Circulante;
• Crescimento do Ativo Circulante em comparação com o crescimento do Passivo Circulante;
• Verificação de quanto cada balanço da série contribui para a variação final obtida entre o primeiro e o último balanço.



Por exemplo

A Análise Horizontal pode mostrar, por exemplo, que a empresa investe prioritariamente em bens do Ativo Imobilizado e que o principal incremento de recursos se verifica no Passivo Circulante; disto se conclui que a empresa tomou financiamentos de curto prazo para investir no Ativo Imobilizado.



Tela 18
Módulo 3 - Método de análise vertical

O quadro seguinte ilustra esse procedimento, tanto para análise da composição do total do ativo e do passivo, como da composição de cada um dos principais grupos do ativo e do passivo.

Balanço Patrimonial
Cia. Exemplo S/A

Ativo
2005
2006
AH
Passivo
2005
2006
AH
Circulante
700
2280
226%
Circulante
670
1200
79%
Disponibilidades
220
530
141%
Contas a pagar
200
300
50%
Créditos
250
1450
480%
Fornecedores
100
500
400%
Estoques
200
300
50%
Impostos, taxas e contribuições
120
80
-33%
Outros
30
-
100%
Dividendos a pagar
250
320
28%
Não Circulante
1100
100
-9%
Não Circulante
130
530
308%
Realizável a Longo Prazo
400
100
-75%
Empréstimos e financiamentos
130
530
308%
Investimentos
500
300
-40%
Patrimônio Líquido
1000
1.550
55%
Imobilizado
200
600
200%
Capital Social Realizado
800
1.200
50%
Intangível
-
-
Reservas de Lucro
200
350
75%
Ativo Total
1.800
3.280
82%
Passivo Total
1.800
3.280
82%

Cálculo:

Por meio da análise horizontal do balanço patrimonial observa-se que o ativo circulante apresentou um crescimento de 226%, provocado principalmente pela variação da conta créditos (vendas a prazo), que apresenta um crescimento de 480%. Houve uma redução de 75% no ativo realizável a longo prazo e um aumento de 200% no ativo imobilizado.

Verifica-se, ainda, uma redução de 40% nos investimentos.

Em relação ao passivo, verificamos um aumento de 55% no capital próprio, de 79% no capital de terceiros de curto prazo e de 308% no capital de terceiros de longo prazo.

Em relação ao capital de terceiros de curto prazo, ressalta-se o aumento da conta de fornecedores de 400%.



Cálculo

Cálculo Ativo Circulante (2006) – Ativo Circulante (2005) =

=$2.280 – $700 = $1580

$700 ______100%
$1580 ______x %

x = $1580 * 100 = 226%
000$700



Tela 19
Módulo 3 - Método de análise vertical

Análise Horizontal da Demonstração do Resultado do Exercício
Cia. Exemplo S/A

Demonstração de Resultado do Exercício
2005
2006
AH
Receita Bruta de Vendas e/ou Serviços
1.000
1.500
50%
(-) Deduções da
Receita Bruta
-
-
Receita Líquida de Vendas e/ou Serviços
1.000
1.500
50%
(-) Custo de Bens e/ou Serviços Vendidos
-400
-700
75%
Resultado Bruto
600
800
33%
Despesas/Receitas Operacionais
-290
-300
3%
Com Vendas
-150
-200
33%
Gerais e Administrativas
-80
-70
-13%
Financeiras
-60
-30
-50%
Resultado Operacional
310
500
61%
Resultado Não Operacional
-5
50
1100%
Receitas
65
50
-23%
Despesas
-70
-100%
Resultado Antes da Tributação/Participações
305
550
80%
Provisão para IR e Contribuição Social
-100
-80
-20%
Lucro/Prejuízo do Exercício
205
470
129%

Cálculo:

Houve um aumento de 50% na Receita Bruta e um aumento mais do que proporcional no lucro líquido (129%).



Cálculo

Cálculo Vendas (2006) – Vendas (2005) = $1.500 – $1.000 = $500

$1.000 _____100%
0$500 ______ x %

x = $500 * 100 = 50%
000$1000



Tela 20
Módulo 3 - Método de análise vertical

Pergunta-se: Como vendemos 50% a mais e nosso lucro aumenta 129%? Destacamos inicialmente que, para vender 50% a mais, houve um aumento de 75% no custo da mercadoria vendida. Este fato ocasionou que o lucro bruto aumentasse apenas 33%.

Contudo, as despesas operacionais apresentaram um crescimento de apenas 3%, destacando-se a redução de 13% nas despesas gerais e administrativas e de 50% nas despesas financeiras.


É importante observar que apesar da grande variação percentual da conta resultado não operacional (1.100%), seu valor absoluto em reais era muito pequeno (na análise vertical vimos que ele representa menos de 1% do total da receita bruta).



Tela 21
Módulo 3 - O método de análise por índices

Análise Conjunta: Horizontal e Vertical
Cia. Exemplo S/A

Ativo
2005
AV
2006
AV
AH
Passivo
2005
AV
2006
AV
AH
Circulante
700
39%
2280
70%
226%
Passivo Circulante
670
37%
1200
37%
79%
Disponibilidades
220
12%
530
16%
141%
Contas a pagar
200
11%
300
9%
50%
Créditos
250
14%
1450
44%
480%
Fornecedores
100
6%
500
15%
400%
Estoques
200
11%
300
9%
50%
Impostos, taxas e contribuições
120
7%
80
2%
-33%
Outros
30
2%
0%
-100%
Dividendos a pagar
250
14%
320
10%
28%
Não Circulante
1100
61%
1000
30%
-9%
Não Circulante
130
7%
530
16%
308%
Realizável a Longo Prazo
400
22%
100
3%
-75%
Empréstimos e financiamentos
130
7%
530
16%
308%
Investimentos
500
28%
300
9%
-40%
Patrimônio Líquido
1000
56%
1.550
47%
55%
Imobilizado
200
11%
600
18%
200%
Capital Social Realizado
800
44%
1.200
37%
50%
Intangível
-
-
-
-
-
Reservas de Lucro
200
11%
350
11%
75%
Ativo Total
1.800
100%
3.280
100%
82%
Passivo Total
1.800
100%
3.280
100%
82%


Tela 22
Módulo 3 - O método de análise por índices

Demonstração do Resultado do Exercício
Cia. Exemplo S/A

Demonstração do Resultado do Exercício

2005

AV

2006

AV

AH

Receita Bruta de Vendas e/ou Serviços

1.000

100%

1.500

100%

50%

(-) Deduções da Receita Bruta

-

-

Receita Líquida de Vendas e/ou Serviços

1.000

100%

1.500

100%

50%

(-) Custo de Bens e/ou Serviços Vendidos

-400

-40%

-700

-47%

75%

Resultado Bruto

600

60%

800

53%

33%

Despesas/Receitas Operacionais

-290

-29%

-300

-20%

3%

Com Vendas

-150

-15%

-200

-13%

33%

Gerais e Administrativas

-80

-8%

-70

-5%

-13%

Financeiras

-60

-6%

-30

-2%

-50%

Resultado Operacional

310

31%

500

33%

61%

Resultado Não Operacional

-5

-0,5%

50

3%

1100%

Receitas

65

6,5%

90

6%

38%

Despesas

-70

-7%

-40

-3%

-43%

Resultado Antes da Tributação/Participações

305

31%

550

37%

80%

Provisão para IR e Contribuição Social

-100

-10%

-80

-5%

-20%

Lucro/Prejuízo do Exercício

205

21%

470

31%

129%



Tela 23
Módulo 3 - Método de análise vertical

2 - Conclusões da análise vertical e horizontal

O ativo total da empresa cresceu 82%, de 31/12/05 para 31/12/06, em termos reais. Esse crescimento deveu-se, principalmente, ao Ativo Circulante que teve expansão de 226%. O Ativo não circulante apresenta um decréscimo de 9%. O Ativo Realizável a Longo Prazo apresentou um decréscimo de 75% e o imobilizado um aumento de 200%.

Dessa forma, alterou-se a estrutura de ativo da empresa. Em 2005, 39% dos recursos achavam-se investidos no Ativo Circulante, 61% no ativo não circulante, sendo que 28% em investimentos e 11% no imobilizado. O Ativo Realizável a Longo Prazo representava 22% do ativo total. Em 2006, 70% dos recursos achavam-se investidos no Ativo Circulante, 18% no Ativo imobilizado, e apenas 3% no Ativo Realizável a Longo Prazo.

Os Capitais de Terceiros, que representavam 44% dos recursos totais em 2005, passam a representar 53% em 2006, tendo ocorrido um crescimento de 79% nas dívidas de curto prazo e de 308% nas dívidas de Longo Prazo. O Patrimônio Líquido (capital próprio), que fornecia 56% dos recursos em 2005, caiu para 47% em 2006, apesar do crescimento real de 55%.


Tendo o Passivo Circulante crescido menos que o Ativo Circulante, a empresa financiou parte deste último com Exigível a Longo Prazo e com Capital Próprio (o que, diga-se de passagem, é correto).

Outro aspecto que se destaca é a alteração havida em Fornecedores. Essa foi a principal fonte de recursos de curto prazo da empresa.



Fornecedores

Em 2005 os “Fornecedores” não financiavam totalmente os Estoques. Em 2005 a empresa tinha uma dívida com os fornecedores de $100 para um estoque de $200. O percentual de “Fornecedores sobre o Passivo Total passou de 6% para 15%, enquanto que os estoques passaram de 11% para 9%. Podemos afirmar que os fornecedores, em 2005, cobriam apenas metade dos estoques mantidos pela empresa.” Essa alteração é favorável, pois, normalmente, “fornecedores” representam uma fonte estável de recursos e freqüentemente mais barata.



Tela 24
Módulo 3 - Método de análise vertical

Em resumo, a empresa investiu maciçamente no Ativo Circulante, principalmente pelo aumento dos créditos a receber e investiu no Ativo Imobilizado, reduzindo os valores a receber a longo prazo e os investimentos em outras empresas.

Financiou essa expansão com Capitais de Terceiros e com Capital Próprio. A situação financeira não ficou sacrificada em virtude de a empresa ter-se valido de Exigíveis a Longo Prazo e, tendo o Passivo Circulante crescido menos do que o Ativo Circulante, a empresa aumentou sua folga financeira de curto prazo (capital circulante líquido)

As vendas apresentaram expansão de 50%, a empresa vendeu mais a prazo (aumento dos créditos a receber de 480%). A empresa teve um desempenho ruim no Custo dos Produtos Vendidos, os quais passaram de 40% para 47% de absorção das vendas. Com isso, o Lucro Bruto que representava 60% das vendas caiu para 53%. Esse decréscimo de 7 pontos percentuais é extremamente significativo diante do fato de o Lucro Líquido representar 21% das vendas em 2005. Se tudo o mais se mantivesse constante, a empresa iria alcançar a percentagem de 14% de Lucro Líquido sobre as Vendas em 2006.


Contudo, pode ser observado que o lucro líquido passou para 31%. Como?

Felizmente para e empresa, porém, suas despesas operacionais que consumiam 29% da receita bruta em 2005, consomem apenas 20% em 2006, apresentando em valores absolutos um aumento de apenas 3%. Ressalta-se a redução das despesas financeiras que tiveram uma queda de 50%. Essas despesas que consumiram 6% da receita em 2005 passaram a consumir 2% em 2006. Ao final, o percentual de Lucro Líquido/Vendas cresceu para 31%.

Para um aumento de 50% nas vendas, a empresa apresenta um aumento de 129% no lucro líquido. Vejamos uma DOAR simplificada.



DOAR simplificada

Capital Circulante Líquido ao final de 2005 = R$700 – $670 = $30
Capital Circulante Líquido ao final de 2006 = R$2.280 – $1.200 = $1080
Variação do Capital Circulante Líquido = R$1.050

Origens de Recursos

Redução do Ativo Realizável a Longo Prazo = R$300
Redução do Ativo Investimentos = R$ 200
Aumento do Passivo Não Circulante = R$400
Aumento do Patrimônio Líquido = R$550
Total das Origens = R$1.450

Aplicações de Recursos

Aumento do Ativo Imobilizado = R$400
Total das Aplicações = R$400

Variação do CCL (origens – aplicações) = R$1.450 – R$400 = R$1.050



Tela 25
Módulo 3 - O método de análise por índices

Resumo

Na análise horizontal, a evolução de cada conta mostra os caminhos trilhados pela empresa e as possíveis tendências. Baseia-se na evolução de cada conta de uma série de demonstrações financeiras em relação à demonstração anterior e/ou em relação a uma demonstração financeira básica, geralmente a mais antiga da série.

Quando aplicada ao Balanço Patrimonial, a Análise Horizontal procura indicar a estrutura de Ativo e Passivo, bem como suas modificações.

A análise horizontal do Balanço mostra a que itens do Ativo a empresa vem dando ênfase na alocação de seus recursos e, comparativamente, quais recursos adicionais vem utilizando.

Quando aplicada, a Demonstração do Resultado do Exercício tem a finalidade de verificar se a variação ocorrida no lucro líquido é compatível com a variação ocorrida na receita de vendas. Se a empresa vender 100% a mais que no ano anterior, espera-se que seu lucro tenha o mesmo crescimento, contudo pode ocorrer um aumento de custos ou despesas mais do que proporcional à variação da venda, gerando uma redução no lucro líquido apesar de um aumento nas vendas.



Unidade 2 Módulo 4
Tela 26
Módulo 3 - O método de análise por índices

1 - Situação financeira: ativo circulante X passivo circulante


O Ativo Circulante (AC) também é conhecido como Ativo Corrente ou Capital de Giro.

Evidentemente, o desejável seria que o Ativo Circulante (AC) fosse sempre maior que o Passivo Circulante. Enquanto o segundo significa obrigações a pagar, o primeiro significa dinheiro (caixa e bancos) e valores que se transformarão em dinheiro (Duplicatas a Receber e Estoques)

Muitas vezes, mesmo que o AC seja maior que o PC, a empresa encontra dificuldades de pagamento das suas obrigações, isto porque as dívidas estão vencendo com rapidez maior do que os valores que se transformarão em dinheiro. Isto é, os recebimentos da empresa ocorrem de forma mais lenta que os vencimentos das Contas a Pagar.

Quando ocorre este fato, a empresa recorre a empréstimos, descontos de duplicatas etc., no sentido de reforçar seu caixa para cobrir seus compromissos em vencimento. Em outras palavras, a empresa recorre a Capital de Giro.

Capital Circulante Líquido (CCL) - Ativo Circulante menos Passivo Circulante. Evidencia o Capital Circulante Líquido, ou seja, a parte do Ativo Circulante que não está comprometida com o Passivo Circulante. A variação do CCL é evidenciada na Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos (DOAR).


O CCL é também conhecido como Capital de Giro Próprio (CGP).

Quanto maior for o CCL maior será a flexibilidade financeira da empresa.

A análise da capacidade de pagamento interessa particularmente aos credores em curto prazo da entidade. É o principal fator a ser considerado quando se trata de efetuar um empréstimo em curto prazo ou um desconto de duplicatas ou de conceder prazos para pagamento.

A possibilidade de obter informações mais detalhadas para o empréstimo de recursos ou para a concessão de prazos para pagamento depende do porte da entidade solicitante e do volume de recursos envolvidos.

Nem sempre os fornecedores têm condições de exigir a apresentação de balancetes e outros demonstrativos considerados necessários para uma análise prévia aprofundada. Muito menos possíveis investidores particulares ou concorrentes poderiam fazer tal tipo de solicitação.

Além disso, nem todas as organizações são de capital aberto, o que as obrigaria a disponibilizar determinadas informações. Outras não possuem porte que justifique o interesse de instituições especializadas nas peculiaridades de seus negócios.


Em qualquer caso, no entanto, as demonstrações financeiras são o ponto de partida para o conhecimento da capacidade de pagamento de uma organização, seja qual for o seu porte ou ramo de negócios.



Tela 27
Módulo 3 - O método de análise por índices

Índices de liquidez - Os índices de liquidez não medem com exatidão matemática a capacidade de pagamento da entidade, pois, como vimos anteriormente, receitas não são entradas de caixa. Para isso, teríamos que ter uma previsão exata dos fluxos de caixa.

Além disso, não existe uma correspondência perfeita entre os prazos de recebimento e de pagamento dos diversos elementos do ativo e do passivo circulante, ainda que desconsiderada a possibilidade de atrasos e inadimplências.

No entanto, tais índices, combinados com outros, que veremos adiante, são indicadores bastante seguros da capacidade de pagamento.

Dependendo das circunstâncias, como volume e prazos envolvidos, a avaliação da liquidez pode ser mais ou menos rigorosa.


Quatro índices são habitualmente utilizados para a avaliação da liquidez:

a) índice de liquidez imediata;
b) índice de liquidez corrente;
c) índice de liquidez seco;
d) índice de liquidez geral.

a) Índice de liquidez imediata - é também chamado índice de liquidez instantânea resulta da divisão das disponibilidades da organização (caixa, bancos, aplicações financeiras resgatáveis a qualquer tempo) pelas suas obrigações vencíveis em curto prazo (passivo circulante, devidamente ajustado):


Disponibilidades ÷ Passivo Circulante

Não seria razoável exigir de uma organização que disponha de recursos para pagar hoje todas as suas dívidas, sabendo-se que o seu vencimento se estende pelo período de um ano. Não se poderia sequer considerar que ela estava sendo bem administrada se assim procedesse.

Basear-se em índice tão severo para tomar decisões só se justificaria no caso de suspeita de que todos os que têm obrigações para com a entidade, em particular seus clientes, não poderiam honrar seus compromissos, o que de antemão desaconselharia qualquer negócio.

No entanto, é de se supor que toda entidade deva dispor de recursos para fazer face a despesas que ocorrem rotineiramente, algumas delas imprevistas, embora de valor não elevado, bem como para enfrentar eventuais crises episódicas que impossibilitem o recebimento em dia daquilo que lhe é devido.

Esse índice permite assim, verificar a existência desse mínimo de recursos necessário para atender as eventualidades.



Tela 28
Módulo 3 - O método de análise por índices

b) Índice de liquidez corrente - Este índice mostra quantas unidades monetárias a entidade tem a receber no curto prazo (ativo circulante), para cada unidade monetária que tem a pagar no mesmo período (passivo circulante). Resulta, pois, da divisão do ativo circulante pelo passivo circulante.


Ativo Circulante ÷ Passivo Circulante

Muito divulgado e considerado o melhor indicador da capacidade da organização de pagar suas dívidas em curto prazo, o índice de liquidez corrente exige do analista atenção para o fato de que, tanto no numerador (dividendo) como no denominador (divisor) estão agrupados valores com prazos de vencimento diferentes.

c) Índice de liquidez seco – os estoques, em princípio, têm a mais demorada conversibilidade em dinheiro, além de apresentarem também o menor grau de certeza quanto a sua conversibilidade. Este índice mede a dependência da empresa em relação à realização dos estoques. Utiliza-se este índice, bastante conservador, para avaliar a situação de liquidez das entidades com maior segurança.

Resulta também da divisão do ativo circulante, porém excluídos os estoques, pelo passivo circulante.


(Ativo Circulante – estoque) ÷ Passivo Circulante

Com esse procedimento elimina-se do ativo circulante o elemento de conversibilidade mais incerto e, ainda, cuja avaliação dá margem a dúvidas.



Tela 29
Módulo 3 - O método de análise por índices

d) Índice de liquidez geral - este índice embora sofra restrições ainda maiores que o índice de liquidez corrente, face à grande variabilidade dos prazos de recebimento e pagamento, é o índice utilizado para avaliar a capacidade total de pagamento da organização em curto e longo prazo.

Em outras palavras, mostra quantas unidades monetárias ela tem a receber, em curto e longo prazo, para cada unidade monetária que tem a pagar, também em curto e longo prazo.


(AC + RLP) ÷ (PC + PNC)

Apesar da limitação apontada, o índice de liquidez geral mostra-se útil também por permitir identificar distorções no índice de liquidez corrente, provocadas por variações nos itens de longo prazo. Por exemplo, um excesso de liquidez ocasionado pela entrada de um grande volume de recursos no circulante, tendo como origem empréstimos a Longo prazo. Vejamos um exemplo:



Tela 30
Módulo 3 - O método de análise por índices

Cia. Orga S/A
Balanço Patrimonial

Ativo
31/12/2006
Passivo
31/12/2006
Circulante
300
Circulante
120
Não Circulante
700
Não Circulante
480
Realizável a longo prazo
200
Exigível a longo prazo
480
Imobilizado
500
Patrimônio Líquido
400
Total
1.000
Total
1.000

Vamos supor que do total do ativo circulante, R$10,00 sejam disponíveis, R$190,00 sejam duplicatas a receber e R$ 100,00 sejam estoques.

L
I
Q
U
I
D
E
Z

Imediata
=
Disponível
=
$10
=
$0,08
Passivo Circulante
$120
 
 
 
 
Corrente
=
Ativo Circulante
=
$300
=
$2,50
Passivo Circulante
$120
 
 
 
 
Seco
=
Ativo Circulante - Estoques
=
$300-$100
=
$1,67
Passivo Circulante
$120
 
 
 
 
Geral
=
AC + ARLP
=
$300+$200
=
$0,83
PC + PNC
$120+$480


Da análise do quadro anterior, pode-se concluir que:

a) a empresa possui R$0,08 de recursos disponíveis para cada um real de divida de curto prazo;

b) a empresa possui R$2,50 de recursos de curto prazo para cada R$1,00 de dívida de curto prazo;

c) a empresa possui R$1,67 de recursos de curto prazo, independentemente dos estoques, para cada R$1,00 de dívida de curto prazo;

d) a empresa possui R$0,83 de recursos de curto e longo prazo para cada R$1,00 de dívidas de curto e longo prazo.



Tela 31
Módulo 3 - O método de análise por índices

2 - Endividamento

a) Histórico e média de endividamento

No primeiro número, em 1973, da Melhores e Maiores, publicada pela Revista Exame, o Capital de Terceiros utilizado para financiar o Ativo era de aproximadamente 30% (70% de Capital Próprio). Em menos de 10 anos a situação quase se inverteu: a empresa brasileira utilizava-se de mais de 60% de Capital de Terceiros para constituir o seu Ativo (menos de 40% de Capital Próprio).

A edição “Melhores e Maiores” da Revista Exame, 2002, apresenta uma média de endividamento das empresas brasileiras de 58%.

b) Considerações sobre o Ativo Imobilizado


O Ativo Imobilizado representa Bens e Diretos de uso da empresa. Por meio da utilização do Imobilizado e outros Ativos a empresa obtém lucro na sua atividade operacional.

O volume de aplicações no Imobilizado varia de empresa para empresa, de acordo com o seu ramo de atividade:

Indústrias, de maneira geral, possuem Imobilizado de valor alto, pois investem nos bens de produção.
Empresas comerciais possuem Imobilizado de pequeno valor; seu investimento concentra-se, basicamente, na conta Estoque, no Ativo Circulante.
Outro aspecto importante é que o Imobilizado seja financiado pelo Patrimônio Líquido ou pelo Passivo Não Circulante (Exigível a Longo Prazo), nunca pelo Passivo Circulante.

c) Capital próprio X Capital de terceiros


A Contabilidade é um sistema de informação voltado principalmente para prover os usuários de informações para a tomada de decisão.

Sabe-se que o Ativo (aplicação de recursos) é financiado por Capitais de Terceiros (Passivo Circulante + Passivo Não Circulante) e por Capitais Próprios (Patrimônio Líquido). Portanto, Capitais de Terceiros e Capitais Próprios são fontes (origens) de recursos.

Ativo
Passivo

Circulante – realizável a longo prazo e permanente

Capital de terceiros

Capital próprio

Aplicações de recursos

Origem de recursos

Um dos aspectos importantes do Passivo é avaliar a estrutura do Capital:

• Capital de Terceiros (PC + PNC); e
• Capital Próprio (PL).

Quanto maior for o Capital de terceiros, mais a empresa estará endividada (quantidade de dívida). Todavia, ao se analisar o Capital de Terceiros, detecta-se:

• O prazo da dívida;
• O custo da dívida; e
• Para quem se deve.

Capital de Terceiros e Capital Próprio são os indicadores do endividamento que nos informam se a empresa se utiliza mais de recursos de terceiros ou de recursos dos proprietários.



Revista Exame 2002

Razões da variação do nível de endividamento - Na década de 70, principalmente em função do grande desenvolvimento econômico do Brasil, as empresas se endividaram para ampliar seu potencial produtivo.
Na década de 80, vieram à recessão, os juros altos, a inflação desenfreada e o medo do empresário em se endividar. Como conseqüência os Ativos das empresas ficaram defasados, obsoletos, pois não foram renovados por falta de captação de recursos.
Normalmente, os países desenvolvidos possuem um endividamento (quantidade) até 60%, daí terem um Ativo competitivo, uma tecnologia de ponta.



Tela 32
Módulo 3 - O método de análise por índices

d) Os índices de endividamento, usualmente expressos em porcentagens, permitem avaliar o quanto à organização depende de capitais de terceiros, bem como a distribuição de suas obrigações entre o curto e o longo prazo.

Os dois quocientes de grande utilidade para se avaliar a situação são:

a) Grau de endividamento (quantidade de dívida); e
b) Composição do endividamento (qualidade da dívida).


a) Grau de endividamento (quantidade de dívida) - as dívidas da empresa estão contabilizadas no passivo, sendo que o passivo se divide em capitais de terceiros e capitais próprios. Lembre-se de que o ativo total é igual ao passivo total.

No cálculo do grau de endividamento buscamos identificar se a empresa recorre a mais capital de terceiros ou capital próprio para financiar seu ativo.

Seu cálculo é feito da seguinte forma:

Grau de Endividamento

 

Capital de Terceiro

 

Passivo Circulante + Passivo Não Circulante

Ativo Total

Ativo (passivo) Total



b) Composição do endividamento – O termo endividamento vem da palavra dívida. As dívidas da empresa são evidenciadas em seu passivo.

No tópico anterior, analisamos o “quanto” a empresa tem de dívidas, dividindo o passivo em capital de terceiros e capital próprio.

Vamos, agora, estudar a composição de endividamento. Neste estudo vamos nos preocupar apenas com as dívidas exigíveis (capital de terceiros), buscando identificar quanto da dívida é exigível no curto e quanto é exigível no longo prazo.

O cálculo é feito da seguinte forma:

Composição do Endividamento

 

Passivo Circulante

Capital de Terceiro

Este quociente mostra a participação percentual dos compromissos em curto prazo no total do endividamento exigível.



Razões da variação do nível de endividamento - Na década de 70, principalmente em função do grande desenvolvimento econômico do Brasil, as empresas se endividaram para ampliar seu potencial produtivo.
Na década de 80, vieram à recessão, os juros altos, a inflação desenfreada e o medo do empresário em se endividar. Como conseqüência os Ativos das empresas ficaram defasados, obsoletos, pois não foram renovados por falta de captação de recursos.
Normalmente, os países desenvolvidos possuem um endividamento (quantidade) até 60%, daí terem um Ativo competitivo, uma tecnologia de ponta.




Tela 33
Módulo 3 - O método de análise por índices

Obviamente, a diferença entre 100% e o percentual encontrado nos dirá qual a participação do Exigível a Longo Prazo no endividamento total. Vejamos um exemplo:

Cia. Orga S/A
Balanço Patrimonial

Ativo
31/12/2006
Passivo
31/12/2006
Circulante
300
Circulante
120
Não Circulante
700
Não Circulante
480
Realizável a longo prazo
200
Exigível a longo prazo
480
Imobilizado
500
Patrimônio Líquido
400
Total
1.000
Total
1.000

Temos um passivo total de R$1.000,00 dividido entre R$600,00 de capital de terceiros (passivo circulante + passivo não circulante) e $400 de capital próprio.

O capital de terceiros está dividido em R$120,00 de dívidas de curto prazo e R$480,00 de dívidas de longo prazo. Vejamos o Quadro de Endividamento

Quadro de Endividamento

Endividamento
Grau de endividamento
Composição do endividamento
(quantidade de dívida)
(qual a composição da dívida exigível)
31/12/2006
Valor
%
31/12/2006
Valor
%
Capital de Terceiro
$600
60%
Passivo Circulante
$120
20%
Capital Próprio
$400
40%
Passivo Não Circulante
$480
80%
Passivo Total
$1.000
 
Capital de Terceiros
$600
 

Da análise do quadro acima, podemos concluir que:

a) 60% do ativo da empresa é financiado por capital de terceiros e 40% por capital próprio; e
Das dívidas exigíveis (capital de terceiros) 80% terão vencimento a longo prazo, e 20% serão exigíveis nos próximos 12 meses. Vejamos um exemplo.

A importância no estudo do endividamento, pode ser melhor exemplificada a partir do texto disponível na página do IEDI (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial – www.iedi.org.br), ou (Noticiário - Seleção Diária de Notícias Nacionais 22/Maio/2007) em que seu Diretor-Executivo afirma:



Vejamos um exemplo:

Ativo
2005
2006
Passivo
2005
2006
Ativo Circulante
700
2280
Passivo Circulante
670
1200
Disponibilidades
220
530
Contas a pagar
200
300
Créditos
250
1450
Fornecedores
100
500
Estoques
200
300
Impostos, taxas e contribuições
120
80
Outros
30
Dividendos a pagar
250
320
Ativo Realizável a Longo Prazo
400
100
Passivo Exigível a Longo Prazo
130
530
Créditos com pessoas ligadas
400
100
Empréstimos e financiamentos
130
530
Ativo Permanente
700
900
Patrimônio Líquido
1000
1550
Investimentos
500
300
Capital Social Realizado
800
1.200
Imobilizado
200
600
Lucros Acumulados
150
250
Diferido
-
-
Reservas de Lucro
50
100
Ativo Total
1.800
3.280
Passivo Total
1.800
3.280

Liquidez
2005
2006
Imediata
R$ 0,33
R$ 0,44
Corrente
R$ 1,04
R$ 1,90
Seca
R$ 0,75
R$ 1,65
Geral
R$ 1,38
R$ 1,38

Endividamento
2005
2006
Grau de endividamento
44%
53%
Endividamento exigível de curto prazo
84%
69%
Endividamento exigível de longo prazo
16%
31%

Da análise dos índices pode-se concluir que:

a) o aumento no endividamento (de 44% para 53% não prejudicou a liquidez de curto prazo da empresa (de $1,04 para $1,90); e

b) a empresa em 2006 não depende da liquidação de seus estoques para o pagamento das dívidas de curto prazo.



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M�dulo 05 - Planejamento de pesquisa

(Noticiário - Seleção Diária de Notícias Nacionais 22/Maio/2007)

“Os dados comparados de 2004 e 2003 mostram que houve uma significativa queda no endividamento das grandes empresas brasileiras. É o que mostram os indicadores para 112 grandes empresas industriais que o Iedi pesquisa regularmente. O endividamento geral, que pode ser avaliado por meio da relação entre o endividamento oneroso líquido e o capital próprio, acusou um recuo significativo: de 1,70 para 1,34, considerando o total da amostra, e de 1,72 para 1,37, levando em conta o total das empresas industriais exceto a Petrobras. Os destaques foram os setores de Alimentos, em que essa relação caiu de 3,18 para 2,18; Bebidas (de 1,97 para 0,93); Química (de 2,13 para 1,59); Siderurgia (de 1,70 para 1,45); e Petróleo e Gás (de 1,72 para 1,30).

A estrutura de capitais refletiu essa redução do endividamento, com os recursos próprios passando a representar 42,8% das fontes de recursos em 2004, contra 37% em 2003. Paralelamente, uma outra mudança teve lugar: o endividamento empresarial de curto prazo encolheu como proporção da dívida total, o que também pode ser interpretado como uma melhora no perfil do endividamento. Considerando as empresas pesquisadas, respectivamente, com e sem Petrobras, a participação dos empréstimos de curto prazo nas dívidas totais das empresas passa de 33% para 28% e de 39% para 34%, entre 2003 e 2004. Ou seja, não somente o endividamento empresarial caiu como melhorou sua qualidade no período em tela.

Os dados sugerem ainda uma expressiva melhora no desempenho operacional das empresas industriais. O lucro da atividade sobre a receita líquida para o total das empresas sem a Petrobras subiu de 15,5%, em 2003, para 21,1%, em 2004. Note-se que a relação entre o lucro líquido (que inclui o resultado não-operacional) e a receita líquida cresceu de 10,7% para 13,5%.

Em termos de rentabilidade (relação entre o lucro líquido e o patrimônio líquido), essa aumentou expressivamente para o conjunto das empresas. Não considerando a Petrobras, a evolução foi de 20, 8% em 2003 para 25,5% em 2004; levando em conta a Petrobras, o aumento foi menor, mas ainda assim a rentabilidade manteve um nível excepcional: 26,3% em 2003 e 26,6% em 2004. Um último dado deve ser sublinhado: o aumento de 33,1% no valor do lucro líquido acumulado das empresas selecionadas, um percentual significativamente mais elevado do que o crescimento da receita líquida, de 23,8%. Note que a variação do IGP-M no período foi de 12,4%.

Em grande parte, esses importantes avanços no desempenho e na estrutura de capitais das empresas brasileiras em 2004 podem ser atribuídos à recuperação da demanda doméstica e à expressiva ampliação das exportações. Esses fatores levaram ao aumento da utilização da capacidade instalada das empresas que tanto assusta (mas não deveria fazê-lo) as autoridades econômicas brasileiras, pois, diferentemente do que muitos imaginam, a maior utilização de capacidade é um fator que, além de incentivar o investimento, amortece tensões de preços. Também contribui para ampliar a rentabilidade, na medida em que abre oportunidade para que as empresas diluam seus custos fixos de produção. A maior produtividade da indústria, que, segundo dados preliminares dos estudos do Iedi, evoluiu cerca de 6% em 2004, foi certamente um outro fator destacado que contribuiu para que o setor melhorasse significativamente seu desempenho e rentabilidade. Boa lucratividade e redução (além da melhora do perfil) das dívidas significa que as empresas ganharam capacidade de investir, seja porque passaram a dispor de mais expressivas fontes internas de recursos, seja porque se habilitaram novamente a se endividar como meio alternativo de financiamento dos eventuais novos investimentos. Ou seja, no presente momento, a restrição financeira das empresas brasileiras é menor, pelo menos no que se refere à grande empresa.

É relevante preservar essa capacitação financeira porque essa é uma precondição para o aumento do investimento na economia brasileira, embora não seja a única, pois perduram dúvidas sobre a segurança do investimento de longo prazo e se a economia brasileira de fato apresenta uma boa perspectiva de aumento de demanda. Em particular, as incertezas ainda presentes dizem respeito à segurança que se pode atribuir a um investimento de longo prazo como em infra-estrutura e, sobre a demanda, persiste a indagação se ela será contida em nome do controle inflacionário ou se terá prosseguimento a sua evolução. “A política econômica em curso poderia dedicar maiores esforços para, no que depender de sua ação, deixar ambas as questões esclarecidas”.

Disponível em www.iedi.org.br  Data:10/05/07



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Módulo 3 - O método de análise por índices

Resumo

Os índices de liquidez indicam a capacidade de pagamento da entidade. Os mais utilizados são o índice de liquidez corrente, que mede a capacidade da organização de honrar os compromissos assumidos no exercício seguinte com os recursos que tem a receber no mesmo exercício, e o índice de liquidez seca, que desconsidera os estoques existentes, por se tratar do item menos líquido do ativo circulante.

Ao utilizar índices de liquidez é importante levar em conta que o fluxo dos recebimentos não coincide com o fluxo de pagamentos, nem há certeza absoluta de que todos os créditos e estoques se converterão efetivamente em disponibilidades monetárias.

Os índices de endividamento são também importantes, por mostrarem o quanto a entidade depende de capitais de terceiros (grau de endividamento) e o perfil de sua dívida (composição do endividamento), que permite avaliar se a organização dispõe de tempo para alcançar resultados positivos e assim saldar os débitos contraídos.