Tela 1 |
1
- Simplificação e padronização das Demonstrações
Financeiras
Antes de dar início ao processo de análise, é conveniente colocar as demonstrações dentro de determinado formato e proceder a alguns ajustes com os objetivos de:
Este último ponto dá margem a que o analista faça uso de seus conhecimentos e de sua criatividade, uma vez que deve produzir um formato (ou modelo) adequado ao que tem em mente e ao grau de profundidade que deseja atingir.
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Tela 2 |
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Não
é possível, para isso, estabelecer um padrão. No
entanto, com fins puramente didáticos, como exemplo e ponto de
partida para uma análise de caráter mais geral, poder-se-ia
adotar um modelo como o proposto a seguir.
ORGA
S/A
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Tela 3 |
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O que é fundamental, no caso, além de que o modelo atenda ao propósito da análise, é que não só o analista que vai utilizá-lo como as demais partes que tenham que convalidar ou participar da análise saibam o que, exatamente, engloba cada rubrica. No modelo proposto, entende-se que as aplicações conversíveis imediatamente em moeda estão englobadas no disponível, juntamente com o caixa da entidade e seus depósitos bancários. Assim, as aplicações financeiras constantes do circulante referem-se a aplicações não imediatamente resgatáveis (observe-se que se encontram após os estoques), embora dentro do exercício. Note-se que o analista, por alguma razão, entendeu que deveria analisar quatro exercícios, e não apenas três, ou mesmo dois, o que seria mais comum. |
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Tela 4 |
| No caso da DRE, seria possível adotar o modelo seguinte. ORGA
S/A
Neste
caso, nota-se que o analista não considerou necessário
discriminar as deduções (impostos a recolher, devoluções,
abatimentos) da Receita Bruta. |
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Tela 5 |
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| Reclassificação de contas é a transferência de uma conta para outro grupo, para fins de análise. Uma correta avaliação da situação das entidades exige que se verifique, concomitantemente com a simplificação e padronização, a validade da inclusão de determinadas contas nos diversos grupos do Ativo ou do Passivo, e se façam correções necessárias. Por
princípio, qualquer rubrica que dê margem a dúvidas
impossíveis de serem esclarecidas deve ser interpretada “contra”
a entidade.
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Tela 6 |
| b)
parcelas a vencer no próximo exercício, embora referentes
aos financiamentos em longo prazo: devem também ser transferidas
para o passivo circulante (ex.: omissão de lançamento);
c) valores constantes do ativo não circulante imobilizado que não contribuem efetivamente para a geração de receitas devem ser desconsiderados (ex.: máquinas quebradas); |
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Tela 7 |
| d) valores
constantes do ativo circulante sobre cuja conversibilidade em moeda no
curto prazo haja dúvidas devem ser eliminados ou reclassificados
no realizável a longo prazo (ex.: estoques invendáveis);
e) valores constantes do ativo circulante sobre os quais não existe
certeza de recebimento devem ser eliminados ou reclassificados no realizável
a longo prazo (ex.: clientes com dificuldades financeiras).
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Tela 8 |
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| Além disso, determinadas contas devem ser reclassificadas ou terem seu valor ajustado para que se possam eliminar distorções decorrentes de exigências da própria legislação ou de fatos que não influem no objeto da análise: Verifica-se
que a possibilidade de obter informações para uma adequada
correção e reclassificação de contas não
depende apenas da vontade do analista. Em princípio, se ele está
trabalhando para a entidade, como empregado ou como técnico (consultor
ou auditor especialmente contratado) as informações devem
estar disponíveis e serem passíveis de fácil acesso.
No entanto, caso se trate de um analista externo à entidade, trabalhando
para um fornecedor ou um concorrente, a possibilidade de obter informações
pode ser extremamente reduzida.
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Tela 9 |
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Resumo |
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| Unidade 2 | Módulo 2 | Tela 10 |
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| 1
- Método de análise vertical
Este tipo de análise vertical tem como objetivo detalhar as demonstrações financeiras, ressaltando por meio de cálculos percentuais a participação de cada conta dentro de um total. Demonstra a importância de cada conta em relação à demonstração financeira a que pertence e, por meio da comparação com padrões do ramo ou com percentuais da própria empresa em anos anteriores, permite inferir se há itens fora das proporções normais.
A Análise Vertical mostra, de um lado, qual a composição detalhada dos recursos tomados pela empresa, qual a participação dos capitais próprios e de terceiros, qual o percentual de capitais de terceiros a curto e a longo prazo, qual a participação de cada um dos itens de capitais de terceiros. De outro lado, a Análise Vertical mostra quanto por cento dos recursos totais foi destinado ao Ativo Circulante e quanto ao ativo não circulante (Realizável a Longo Prazo, investimentos, imobilizado e intangível). A comparação dos percentuais da Análise Vertical da empresa com os de concorrentes permite saber se a alocação dos recursos no Ativo é típica ou não para aquele ramo de atividade. É sabido, por exemplo. |
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Tela 11 |
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A análise do percentual de cada item do Ativo permite detectar a política de investimento da empresa em relação a estoques, duplicatas, imobilizado, enquanto no Passivo permite visualizar a política financeira de obtenção de recursos.
Vejamos um exemplo da Análise Vertical do Balanço Balanço
Patrimonial
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Tela 12 |
| Da
análise vertical do Balanço Patrimonial da Cia. Exemplo
pode concluir que:
a) No Ativo, em 2005: • As aplicações de recursos no ativo estão divididas, principalmente, entre o ativo circulante e o ativo não circulante investimentos, que representam, 39% e 28%, respectivamente, do ativo total da empresa; • A empresa preferiu investir em outras empresas (28% dos seus recursos estão aplicados em investimentos e 22% dos recursos foram aplicados no realizável a longo prazo em empréstimos a estas empresas), do que em estoques que representam apenas 11% dos ativos totais; • Os créditos referentes a vendas a prazo de mercadorias representam apenas 14% dos recursos totais da empresa. b)
No Ativo, em 2006:
•
Nota-se uma alteração na estrutura do ativo da empresa,
pois o ativo circulante, que em 2005 representava 39% dos recursos totais,
em 2006 passa a representar 70%, com destaque para a conta Créditos
(vendas a prazo) que passou a representar 44% dos recursos totais;
• Percebe-se, ainda, que a empresa investiu em imobilizado, pois estes passaram a representar 18% do total do ativo; • Outra observação importante é o que diz respeito ao relacionamento com empresas ligadas (controladas/coligadas), pois foram reduzidos os investimentos nestas empresas, que agora representam apenas 9% do total do ativo, contra 28% do ano anterior. • Ocorreu, ainda, o recebimento dos créditos com pessoas ligadas, que em 2006 representam 3% dos recursos totais, contra 22% no ano anterior. c) No Passivo, em 2005: •
A empresa trabalhou com 44% de capital de terceiros (soma do passivo
circulante com o exigível a longo prazo) e 56% de capital próprio
(patrimônio líquido);
d) No Passivo, em 2006:
•
A empresa trabalhou com 53% de capital de terceiros (soma do passivo
circulante com o exigível a longo prazo) e 47% de capital próprio
(patrimônio líquido); |
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Tela 13 |
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2 - Análise Vertical da Demonstração do Resultado do Exercício
Toda a atividade de uma empresa gira em torno das vendas. São elas que devem determinar o que a empresa pode consumir em cada item de despesa. Por isso, na Análise Vertical da Demonstração do Resultado, as vendas são igualadas a 100%, e todos os demais itens têm seu percentual calculado em relação às Vendas. Com isso, cada item de despesa da Demonstração do Resultado do Exercício pode ser controlado em função do seu percentual em relação a Vendas. Esse controle é extremamente importante quando se lembra que o percentual de lucro líquido em relação a Vendas costuma ser muito pequeno (de 5% a 10% para as atividades comerciais e industriais. Já para as empresas que prestam serviços, a lucratividade média costuma ser de 15% a 20%). Por isso, o aumento percentual de qualquer item da Demonstração do Resultado em relação a Vendas é indesejável. Há empresas que controlam rigorosamente esses percentuais, não permitindo que ultrapassem metas. |
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Tela 14 |
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Na análise vertical da DRE calcula-se o percentual de cada conta em relação às vendas. Obviamente, o valor das vendas é igualado a 100%, conforme o exemplo que segue: Demonstração
do Resultado do Exercício de 2006
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Tela 15 |
| Análise vertical da demonstração do resultado do Exercício da Cia. Exemplo S/A, pode observar que:
•
Para uma receita bruta de venda de $1.000, a empresa tem um lucro líquido
de $205, ou seja, um lucro de aproximadamente 21% (20,5%) sobre o valor
das vendas efetuadas;
•
Para uma receita bruta de venda de R$1.500,00 a empresa tem um lucro
líquido de R$ 470, 00, ou seja, um lucro de 31% sobre o valor
das vendas efetuadas; |
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Tela 16 |
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Resumo A análise vertical tem o objetivo de detalhar as demonstrações financeiras, ressaltando mediante cálculos percentuais a participação de cada conta dentro de um total. Quando aplicada ao Balanço Patrimonial, a análise vertical busca evidenciar o percentual de cada conta em relação ao total do Ativo e do Passivo, ou seja, a real importância de cada grupo de conta no conjunto. Dessa forma, irá indicar a estrutura do Ativo e do Passivo, bem como suas modificações. O balanço evidencia os recursos tomados (financiamentos) e as aplicações desses recursos (investimentos). A Análise Vertical mostra, de um lado, qual a composição detalhada dos recursos tomados pela empresa, qual a participação dos capitais próprios e de terceiros, qual o percentual de capitais de terceiros a curto e a longo prazo, qual a participação de cada um dos itens de capitais de terceiros. De outro lado, a Análise Vertical mostra quanto por cento dos recursos totais foi destinado ao Ativo Circulante, quanto ao Realizável a Longo Prazo e quanto ao Ativo Permanente. Quando aplicada, a DRE evidencia o percentual de receita consumido pelo Custo da Mercadoria Vendida, pelas despesas, e quanto sobra de lucro para a empresa. |
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| Unidade 2 | Módulo 3 | Tela 17 |
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1
- Análise Horizontal
Quando aplicada ao Balanço Patrimonial, a Análise Horizontal procura indicar a variação ocorrida em cada uma das contas. A análise horizontal do Balanço mostra a que itens do Ativo a empresa vem dando ênfase na alocação de seus recursos e, comparativamente, quais recursos adicionais vem utilizando. Por exemplo. É interessante, na Análise Horizontal do balanço, observar comparativamente os seguintes itens:
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Tela 18 |
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O quadro seguinte ilustra esse procedimento, tanto para análise da composição do total do ativo e do passivo, como da composição de cada um dos principais grupos do ativo e do passivo. Balanço
Patrimonial
Cálculo: Por
meio da análise horizontal do balanço patrimonial observa-se
que o ativo circulante apresentou um crescimento de 226%, provocado
principalmente pela variação da conta créditos
(vendas a prazo), que apresenta um crescimento de 480%. Houve uma redução
de 75% no ativo realizável a longo prazo e um aumento de 200%
no ativo imobilizado. |
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Tela 19 |
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Análise
Horizontal da Demonstração do Resultado do Exercício
Houve um aumento de 50% na Receita Bruta e um aumento mais do que proporcional no lucro líquido (129%). |
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Tela 20 |
| Pergunta-se: Como vendemos 50% a mais e nosso lucro aumenta 129%? Destacamos inicialmente que, para vender 50% a mais, houve um aumento de 75% no custo da mercadoria vendida. Este fato ocasionou que o lucro bruto aumentasse apenas 33%.
Contudo, as despesas operacionais apresentaram um crescimento de apenas 3%, destacando-se a redução de 13% nas despesas gerais e administrativas e de 50% nas despesas financeiras.
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Tela 21 |
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Análise Conjunta: Horizontal e Vertical
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Tela 22 |
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Demonstração do Resultado do Exercício
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Tela 23 |
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2 - Conclusões da análise vertical e horizontal O ativo total da empresa cresceu 82%, de 31/12/05 para 31/12/06, em termos reais. Esse crescimento deveu-se, principalmente, ao Ativo Circulante que teve expansão de 226%. O Ativo não circulante apresenta um decréscimo de 9%. O Ativo Realizável a Longo Prazo apresentou um decréscimo de 75% e o imobilizado um aumento de 200%. Dessa forma, alterou-se a estrutura de ativo da empresa. Em 2005, 39% dos recursos achavam-se investidos no Ativo Circulante, 61% no ativo não circulante, sendo que 28% em investimentos e 11% no imobilizado. O Ativo Realizável a Longo Prazo representava 22% do ativo total. Em 2006, 70% dos recursos achavam-se investidos no Ativo Circulante, 18% no Ativo imobilizado, e apenas 3% no Ativo Realizável a Longo Prazo. Os Capitais de Terceiros, que representavam 44% dos recursos totais em 2005, passam a representar 53% em 2006, tendo ocorrido um crescimento de 79% nas dívidas de curto prazo e de 308% nas dívidas de Longo Prazo. O Patrimônio Líquido (capital próprio), que fornecia 56% dos recursos em 2005, caiu para 47% em 2006, apesar do crescimento real de 55%.
Outro aspecto que se destaca é a alteração havida em Fornecedores. Essa foi a principal fonte de recursos de curto prazo da empresa. |
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Tela 24 |
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Em resumo, a empresa investiu maciçamente no Ativo Circulante, principalmente pelo aumento dos créditos a receber e investiu no Ativo Imobilizado, reduzindo os valores a receber a longo prazo e os investimentos em outras empresas. Financiou essa expansão com Capitais de Terceiros e com Capital Próprio. A situação financeira não ficou sacrificada em virtude de a empresa ter-se valido de Exigíveis a Longo Prazo e, tendo o Passivo Circulante crescido menos do que o Ativo Circulante, a empresa aumentou sua folga financeira de curto prazo (capital circulante líquido) As vendas apresentaram expansão de 50%, a empresa vendeu mais a prazo (aumento dos créditos a receber de 480%). A empresa teve um desempenho ruim no Custo dos Produtos Vendidos, os quais passaram de 40% para 47% de absorção das vendas. Com isso, o Lucro Bruto que representava 60% das vendas caiu para 53%. Esse decréscimo de 7 pontos percentuais é extremamente significativo diante do fato de o Lucro Líquido representar 21% das vendas em 2005. Se tudo o mais se mantivesse constante, a empresa iria alcançar a percentagem de 14% de Lucro Líquido sobre as Vendas em 2006.
Felizmente para e empresa, porém, suas despesas operacionais que consumiam 29% da receita bruta em 2005, consomem apenas 20% em 2006, apresentando em valores absolutos um aumento de apenas 3%. Ressalta-se a redução das despesas financeiras que tiveram uma queda de 50%. Essas despesas que consumiram 6% da receita em 2005 passaram a consumir 2% em 2006. Ao final, o percentual de Lucro Líquido/Vendas cresceu para 31%. Para um aumento de 50% nas vendas, a empresa apresenta um aumento de 129% no lucro líquido. Vejamos uma DOAR simplificada. |
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Tela 25 |
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Resumo Na análise horizontal, a evolução de cada conta mostra os caminhos trilhados pela empresa e as possíveis tendências. Baseia-se na evolução de cada conta de uma série de demonstrações financeiras em relação à demonstração anterior e/ou em relação a uma demonstração financeira básica, geralmente a mais antiga da série. Quando aplicada ao Balanço Patrimonial, a Análise Horizontal procura indicar a estrutura de Ativo e Passivo, bem como suas modificações. A análise horizontal do Balanço mostra a que itens do Ativo a empresa vem dando ênfase na alocação de seus recursos e, comparativamente, quais recursos adicionais vem utilizando. Quando aplicada, a Demonstração do Resultado do Exercício tem a finalidade de verificar se a variação ocorrida no lucro líquido é compatível com a variação ocorrida na receita de vendas. Se a empresa vender 100% a mais que no ano anterior, espera-se que seu lucro tenha o mesmo crescimento, contudo pode ocorrer um aumento de custos ou despesas mais do que proporcional à variação da venda, gerando uma redução no lucro líquido apesar de um aumento nas vendas. |
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| Unidade 2 | Módulo 4 | Tela 26 |
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1 - Situação financeira: ativo circulante X passivo circulante
Evidentemente, o desejável seria que o Ativo Circulante (AC) fosse sempre maior que o Passivo Circulante. Enquanto o segundo significa obrigações a pagar, o primeiro significa dinheiro (caixa e bancos) e valores que se transformarão em dinheiro (Duplicatas a Receber e Estoques) Muitas vezes, mesmo que o AC seja maior que o PC, a empresa encontra dificuldades de pagamento das suas obrigações, isto porque as dívidas estão vencendo com rapidez maior do que os valores que se transformarão em dinheiro. Isto é, os recebimentos da empresa ocorrem de forma mais lenta que os vencimentos das Contas a Pagar. Quando ocorre este fato, a empresa recorre a empréstimos, descontos de duplicatas etc., no sentido de reforçar seu caixa para cobrir seus compromissos em vencimento. Em outras palavras, a empresa recorre a Capital de Giro. Capital Circulante Líquido (CCL) - Ativo Circulante menos Passivo Circulante. Evidencia o Capital Circulante Líquido, ou seja, a parte do Ativo Circulante que não está comprometida com o Passivo Circulante. A variação do CCL é evidenciada na Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos (DOAR).
Quanto maior for o CCL maior será a flexibilidade financeira da empresa. A análise
da capacidade de pagamento interessa particularmente aos credores em
curto prazo da entidade. É o principal fator a ser considerado
quando se trata de efetuar um empréstimo em curto prazo ou um
desconto de duplicatas ou de conceder prazos para pagamento.
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Tela 27 |
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Índices
de liquidez - Os índices de liquidez não medem
com exatidão matemática a capacidade de pagamento da entidade,
pois, como vimos anteriormente, receitas não são entradas
de caixa. Para isso, teríamos que ter uma previsão exata
dos fluxos de caixa.
a) Índice de liquidez imediata - é também chamado índice de liquidez instantânea resulta da divisão das disponibilidades da organização (caixa, bancos, aplicações financeiras resgatáveis a qualquer tempo) pelas suas obrigações vencíveis em curto prazo (passivo circulante, devidamente ajustado):
Não
seria razoável exigir de uma organização que disponha
de recursos para pagar hoje todas as suas dívidas, sabendo-se
que o seu vencimento se estende pelo período de um ano. Não
se poderia sequer considerar que ela estava sendo bem administrada se
assim procedesse.
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Tela 28 |
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b) Índice de liquidez corrente - Este índice mostra quantas unidades monetárias a entidade tem a receber no curto prazo (ativo circulante), para cada unidade monetária que tem a pagar no mesmo período (passivo circulante). Resulta, pois, da divisão do ativo circulante pelo passivo circulante.
Muito divulgado e considerado o melhor indicador da capacidade da organização de pagar suas dívidas em curto prazo, o índice de liquidez corrente exige do analista atenção para o fato de que, tanto no numerador (dividendo) como no denominador (divisor) estão agrupados valores com prazos de vencimento diferentes.
c) Índice de liquidez seco – os estoques, em princípio, têm a mais demorada conversibilidade em dinheiro, além de apresentarem também o menor grau de certeza quanto a sua conversibilidade. Este índice mede a dependência da empresa em relação à realização dos estoques. Utiliza-se este índice, bastante conservador, para avaliar a situação de liquidez das entidades com maior segurança. Resulta também da divisão do ativo circulante, porém excluídos os estoques, pelo passivo circulante.
Com esse procedimento elimina-se do ativo circulante o elemento de conversibilidade mais incerto e, ainda, cuja avaliação dá margem a dúvidas.
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Tela 29 |
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d) Índice de liquidez geral - este índice embora sofra restrições ainda maiores que o índice de liquidez corrente, face à grande variabilidade dos prazos de recebimento e pagamento, é o índice utilizado para avaliar a capacidade total de pagamento da organização em curto e longo prazo. Em outras palavras, mostra quantas unidades monetárias ela tem a receber, em curto e longo prazo, para cada unidade monetária que tem a pagar, também em curto e longo prazo.
Apesar da limitação apontada, o índice de liquidez geral mostra-se útil também por permitir identificar distorções no índice de liquidez corrente, provocadas por variações nos itens de longo prazo. Por exemplo, um excesso de liquidez ocasionado pela entrada de um grande volume de recursos no circulante, tendo como origem empréstimos a Longo prazo. Vejamos um exemplo: |
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Tela 30 |
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Cia.
Orga S/A
Vamos supor que do total do ativo circulante, R$10,00 sejam disponíveis, R$190,00 sejam duplicatas a receber e R$ 100,00 sejam estoques.
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Tela 31 |
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| 2 - Endividamento a) Histórico e média de endividamento No primeiro número, em 1973, da Melhores e Maiores, publicada pela Revista Exame, o Capital de Terceiros utilizado para financiar o Ativo era de aproximadamente 30% (70% de Capital Próprio). Em menos de 10 anos a situação quase se inverteu: a empresa brasileira utilizava-se de mais de 60% de Capital de Terceiros para constituir o seu Ativo (menos de 40% de Capital Próprio). A edição “Melhores e Maiores” da Revista Exame, 2002, apresenta uma média de endividamento das empresas brasileiras de 58%. b) Considerações sobre o Ativo Imobilizado
O volume de aplicações no Imobilizado varia de empresa
para empresa, de acordo com o seu ramo de atividade: c) Capital próprio X Capital de terceiros
Sabe-se que o Ativo (aplicação de recursos) é financiado por Capitais de Terceiros (Passivo Circulante + Passivo Não Circulante) e por Capitais Próprios (Patrimônio Líquido). Portanto, Capitais de Terceiros e Capitais Próprios são fontes (origens) de recursos.
Um dos aspectos importantes do Passivo é avaliar a estrutura do Capital:
Quanto maior for o Capital de terceiros, mais a empresa estará endividada (quantidade de dívida). Todavia, ao se analisar o Capital de Terceiros, detecta-se:
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Tela 32 |
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d) Os índices de endividamento, usualmente expressos em porcentagens, permitem avaliar o quanto à organização depende de capitais de terceiros, bem como a distribuição de suas obrigações entre o curto e o longo prazo. Os dois quocientes de grande utilidade para se avaliar a situação são:
No cálculo do grau de endividamento buscamos identificar se a empresa recorre a mais capital de terceiros ou capital próprio para financiar seu ativo. Seu cálculo é feito da seguinte forma:
No tópico anterior, analisamos o “quanto” a empresa tem de dívidas, dividindo o passivo em capital de terceiros e capital próprio. Vamos, agora, estudar a composição de endividamento. Neste estudo vamos nos preocupar apenas com as dívidas exigíveis (capital de terceiros), buscando identificar quanto da dívida é exigível no curto e quanto é exigível no longo prazo. O cálculo é feito da seguinte forma:
Este quociente mostra a participação percentual dos compromissos em curto prazo no total do endividamento exigível. |
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Tela 33 |
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Obviamente, a diferença entre 100% e o percentual encontrado nos dirá qual a participação do Exigível a Longo Prazo no endividamento total. Vejamos um exemplo:
Cia. Orga S/A
Temos
um passivo total de R$1.000,00 dividido entre R$600,00 de capital
de terceiros (passivo circulante + passivo não circulante)
e $400 de capital próprio. Quadro de Endividamento
Da
análise do quadro acima, podemos concluir que: A importância no estudo do endividamento, pode ser melhor exemplificada a partir do texto disponível na página do IEDI (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial – www.iedi.org.br), ou (Noticiário - Seleção Diária de Notícias Nacionais 22/Maio/2007) em que seu Diretor-Executivo afirma: |
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Tela 34 |
| (Noticiário
- Seleção Diária de Notícias Nacionais 22/Maio/2007) A estrutura de capitais refletiu essa redução do endividamento, com os recursos próprios passando a representar 42,8% das fontes de recursos em 2004, contra 37% em 2003. Paralelamente, uma outra mudança teve lugar: o endividamento empresarial de curto prazo encolheu como proporção da dívida total, o que também pode ser interpretado como uma melhora no perfil do endividamento. Considerando as empresas pesquisadas, respectivamente, com e sem Petrobras, a participação dos empréstimos de curto prazo nas dívidas totais das empresas passa de 33% para 28% e de 39% para 34%, entre 2003 e 2004. Ou seja, não somente o endividamento empresarial caiu como melhorou sua qualidade no período em tela. Os dados sugerem ainda uma expressiva melhora no desempenho operacional das empresas industriais. O lucro da atividade sobre a receita líquida para o total das empresas sem a Petrobras subiu de 15,5%, em 2003, para 21,1%, em 2004. Note-se que a relação entre o lucro líquido (que inclui o resultado não-operacional) e a receita líquida cresceu de 10,7% para 13,5%. Em termos de rentabilidade (relação entre o lucro líquido e o patrimônio líquido), essa aumentou expressivamente para o conjunto das empresas. Não considerando a Petrobras, a evolução foi de 20, 8% em 2003 para 25,5% em 2004; levando em conta a Petrobras, o aumento foi menor, mas ainda assim a rentabilidade manteve um nível excepcional: 26,3% em 2003 e 26,6% em 2004. Um último dado deve ser sublinhado: o aumento de 33,1% no valor do lucro líquido acumulado das empresas selecionadas, um percentual significativamente mais elevado do que o crescimento da receita líquida, de 23,8%. Note que a variação do IGP-M no período foi de 12,4%. Em grande parte, esses importantes avanços no desempenho e na estrutura de capitais das empresas brasileiras em 2004 podem ser atribuídos à recuperação da demanda doméstica e à expressiva ampliação das exportações. Esses fatores levaram ao aumento da utilização da capacidade instalada das empresas que tanto assusta (mas não deveria fazê-lo) as autoridades econômicas brasileiras, pois, diferentemente do que muitos imaginam, a maior utilização de capacidade é um fator que, além de incentivar o investimento, amortece tensões de preços. Também contribui para ampliar a rentabilidade, na medida em que abre oportunidade para que as empresas diluam seus custos fixos de produção. A maior produtividade da indústria, que, segundo dados preliminares dos estudos do Iedi, evoluiu cerca de 6% em 2004, foi certamente um outro fator destacado que contribuiu para que o setor melhorasse significativamente seu desempenho e rentabilidade. Boa lucratividade e redução (além da melhora do perfil) das dívidas significa que as empresas ganharam capacidade de investir, seja porque passaram a dispor de mais expressivas fontes internas de recursos, seja porque se habilitaram novamente a se endividar como meio alternativo de financiamento dos eventuais novos investimentos. Ou seja, no presente momento, a restrição financeira das empresas brasileiras é menor, pelo menos no que se refere à grande empresa. É relevante
preservar essa capacitação financeira porque essa é
uma precondição para o aumento do investimento na economia
brasileira, embora não seja a única, pois perduram dúvidas
sobre a segurança do investimento de longo prazo e se a economia
brasileira de fato apresenta uma boa perspectiva de aumento de demanda.
Em particular, as incertezas ainda presentes dizem respeito à segurança
que se pode atribuir a um investimento de longo prazo como em infra-estrutura
e, sobre a demanda, persiste a indagação se ela será
contida em nome do controle inflacionário ou se terá prosseguimento
a sua evolução. “A política econômica
em curso poderia dedicar maiores esforços para, no que depender
de sua ação, deixar ambas as questões esclarecidas”.
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Tela 35 |
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Resumo Os
índices de liquidez indicam a capacidade de pagamento da entidade.
Os mais utilizados são o índice de liquidez corrente,
que mede a capacidade da organização de honrar os compromissos
assumidos no exercício seguinte com os recursos que tem a receber
no mesmo exercício, e o índice de liquidez seca, que desconsidera
os estoques existentes, por se tratar do item menos líquido do
ativo circulante. |
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