| Unidade 4 | Módulo 1 | Tela 1 |
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1 - Demonstração de Fluxo de Caixa
A DFC tem a finalidade de auxiliar o planejamento financeiro da empresa, antecipando o momento em que a empresa precisará de um financiamento, ou quando a empresa terá, mesmo que temporariamente, sobra de recursos para aplicar no mercado financeiro. A DFC é
obrigatória: Uma das principais diferenças entre a elaboração da DOAR e da DFC refere-se ao tratamento a ser dispensado aos investimentos efetuados a prazo. Principais diferenças entre a elaboração da DOAR e da DFC em relação aos investimentos efetuados a prazo:
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Tela 2 |
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A DFC utiliza a classificação do fluxo de caixa em três grupos: 1. Atividades
operacionais, Aspectos da classificação que geram polêmica:
Para fins do estudo, classificaremos:
Existem dois métodos para elaboração da DFC: Direto e Indireto ou reconciliação. Vamos estudar apenas o método direto. |
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Tela 3 |
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Como elaborar a DFC pelo método direto - Na elaboração da DFC pelo método direto, temos que saber a relação entre as contas da DRE e do Balanço Patrimonial – BP. Considerando que todas as operações foram efetuadas a prazo, teremos a seguinte relação entre a DRE e o BP.
Com base no quadro citado anteriormente, vamos supor os seguintes saldos ao final de um exercício financeiro:
O saldo inicial, em 2006, das duplicatas a receber era de R$ 100,00. As vendas geram aumento no saldo de duplicatas a receber, que passou então para R$400,00 (R$100,00 + R$300,00). Como o
saldo final é de R$50,00 podemos deduzir que R$350,00 (R$400,00
– R$50,00) foram recebidos durante o ano de 2006. Este pensamento é válido para as demais contas da DRE. |
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Tela 4 |
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Balanço Patrimonial– Cia. Avaliação S/A.
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Tela 5 |
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Demonstração do Resultado do Exercício
Notas
Explicativas: Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados
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Tela 6 |
| 2 - Demonstração do Fluxo de Caixa pelo Método Direto a) Caixa Líquido das Atividades Operacionais
Saldo Inicial
de Duplicatas a receber : R$ 120.000 Podemos deduzir que o recebimento de vendas/duplicatas foi de R$ 171.000 (R$ 120.000 + R$ 150.000 - R$ 99.000). Seguindo a estrutura da DRE, a próxima conta é CMV. CMV é quanto de estoque que saiu da empresa: Saldo Inicial
de estoque: R$ 80.000 Podemos deduzir que durante o período a empresa não comprou mercadorias para estoque. Vamos recordar de que quando a empresa compra estoque ela aumenta sua dívida com fornecedores. Então a pergunta que temos a responder é: quanto foi pago pela empresa aos fornecedores? Saldo Inicial
de fornecedores : R$ 140.000,00
A próxima conta da DRE é salários. A despesa com salários gera salários a pagar: Saldo Inicial
de salários a pagar : R$ 30.000
Seguindo a estrutura da DRE, a próxima conta é juros. A despesa com juros gera juros a pagar: Saldo Inicial
de juros a pagar : R$ 0
A próxima conta da DRE é fretes. A despesa com fretes gera fretes a pagar: Saldo Inicial
de fretes a pagar : R$ 0
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Tela 7 |
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Na seqüência da DRE temos o Resultado não operacional. O Resultado não operacional refere-se a ganho ou perda na alienação de ativo permanente. Como estamos verificando as atividades operacionais, vamos verificar esta variação quando estivermos analisando a variação do ativo não circulante. O Imposto de Renda na DRE gera Imposto de renda a pagar no passivo circulante. Saldo Inicial de
imposto de renda a pagar : R$ 3.200,00
As participações deduzidas na DRE geram participações a pagar no passivo circulante.
Finalizamos, assim, a análise de todas as contas da DRE e, como conseqüência as atividades operacionais. |
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Tela 8 |
| b) Caixa Líquido das Atividades Investimentos: As atividades
de investimentos estão relacionadas com a variação
do Ativo Não Circulante. Se o ativo não circulante, por exemplo, empréstimo a receber, diminui de um exercício financeiro para outro, significa que recebemos parte do empréstimo, e ocorre a entrada de recursos. Pelo exposto, podemos concluir que:
Assim, no Balanço Patrimonial temos:
Antes de afirmarmos que se trata de novos investimentos em outras empresas (compra de ações) devemos considerar a hipótese de que esta variação tenha sido resultado da avaliação dos investimentos por Equivalência Patrimonial. Se fosse esse o caso, haveria na DRE uma receita/despesa com equivalência patrimonial. Verificando as contas Imóveis para Renda e Veículos, constatamos uma redução de R$ 95.000,00 (R$70.000,00 em imóveis para renda e R$25.000,00 em veículos). Podemos deduzir que houve venda de Ativo Permanente. A pergunta agora é: por quanto a empresa vendeu estes ativos permanentes contabilizados por R$95.000,00? Na DRE temos um Resultado não operacional de R$5.000,00, o que nos leva a deduzir que o imobilizado foi vendido por R$100.000,00 gerando uma entrada de recursos no caixa da empresa. Os equipamentos tiveram um acréscimo no valor de R$43.000,00, o que pode ser fruto da nova aquisição de equipamentos. Antes de fazermos esta afirmação, devemos verificar se este acréscimo não é conseqüência da reavaliação. Caso fosse este o caso, haveria o surgimento da Reserva de Reavaliação no Patrimônio Líquido. |
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Tela 9 |
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| c) Caixa Líquido das Atividades Financiamento/ Passivo não Circulante Normalmente, relacionam-se as variações ocorridas no Passivo não Circulante. Se o passivo não circulante, por exemplo, financiamento, aumenta de um exercício financeiro para outro, significa que houve a obtenção de novo empréstimo e uma entrada de recursos da empresa. Se o passivo não circulante, por exemplo, empréstimo a pagar, diminui de um exercício financeiro para outro, significa que pagamos parte da dívida, e ocorre saída de recursos. Pelo exposto, podemos concluir que:
A próxima demonstração a ser analisada é a Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados. Na DLPA é evidenciada a distribuição do lucro: reservas e dividendos.
Saldo Inicial
de dividendos a pagar : R$ 10.000,00 A empresa pagou de dividendos no período o valor de R$ 7.000,00 (R$ 10.000,00 + R$ 5.087,00 – R$ 8.087,00). Vejamos, então, como fica a DFC: |
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Tela 10 |
| 3 - O Princípio da Competência do Exercício
Para exemplificar o efeito do atendimento a este princípio, vamos supor que a empresa, efetue em dezembro de 2006 uma venda a prazo, no valor de R$ 10.000,00 para recebimento em fevereiro de 2007, e que a única despesa da empresa seja com salários, no valor de R$ 2.000,00 que serão pagos também em janeiro de 2007. Com base nestes dados teríamos: Balanço Patrimonial
Demonstração
do Resultado do Exercício
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Tela 11 |
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A elaboração de uma demonstração à parte dos fluxos de caixa e sua análise justifica-se:
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Tela 12 |
| 4 - Comparação entre DRE e a DFC DRE – Demonstração do Resultado do Exercício X DFC – Demonstração do Fluxo de Caixa ou DRE X DFC Balanço Patrimonial
Demonstração do Resultado do Exercício (R$)
Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados
Notas Explicativas: O Resultado não Operacional refere-se à alienação de itens do ativo permanente. Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos (DOAR)
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Tela 13 |
Na DRE constatamos um lucro de R$ 9.197, contudo a variação do disponível foi de – R$ 137.800,00 (R$ 200.000,00 – R$ 62.200,00). Se aprofundarmos a análise verifica na DOAR que houve um aumento no Capital Circulante Líquido (AC – PC) de R$68.323,00.
Analisando
a DFC temos que as atividades operacionais consumiram caixa no valor
de R$ 197.800,00 apesar do lucro apurado na DRE. |
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Tela 14 |
| Resumo
A DFC é obrigatória para as empresas que
negociam suas ações em Bolsa (Capital Aberto) e para as
S/A de Capital Fechado que tenham o Patrimônio Líquido
superior a R$2.000.000 (dois milhões de reais). A variação dos ativos/passivos não circulantes provoca a seguinte alteração no caixa:
A falta
de geração de caixa em volume suficiente para financiar
as operações de uma empresa é o que tem levado
muitas empresas ao processo de falência, com a ressalva de que
nem sempre uma empresa lucrativa consegue gerar caixa. |
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| Unidade 4 | Módulo 2 | Tela 15 |
| 1
- A obtenção de recursos pela empresa
Quando a empresa obtém recursos, seu financiamento pode ser classificado como financiamento de dívida ou financiamento de capital próprio.
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Tela 16 |
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| Estabelecendo uma relação entre administração financeira e contabilidade, temos que as decisões de investimentos influenciam a composição do ativo, enquanto que as decisões de financiamento influenciam a composição do passivo das empresas.
A legislação faculta às empresas o pagamento de juros sobre o capital próprio, limitados à Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP). As empresas trabalham com capital de terceiros e com capital próprio, cada um com seu custo específico, sendo o seu custo total de capital chamado de “Custo Médio Ponderado de Capital”. Da mesma maneira que as empresas, os investidores tentam tomar decisões que aumentem a continuidade dos futuros fluxos de caixa esperados. As saídas de caixa dos investidores resultam de compras de ações, por isso eles gostariam de comprar seus investimentos a preços relativamente baixos. O valor de uma ação comercializada publicamente muda todos os dias, em resposta a mudanças na oferta e na demanda de ações. Os investidores monitoram as empresas nas quais investiram ou planejam investir, para que possam determinar adequadamente o “valor” dessas empresas e decidir se devem comprar ou vender suas ações.
Quando
são reveladas ao mercado de informações favoráveis
sobre os futuros fluxos de caixa de uma determinada empresa, os investidores
a valorizam mais. |
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Tela 17 |
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A remuneração do capital social ocorre de duas formas:
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Tela 18 |
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| 2
- O EVA
O valor econômico agregado, EVA, é definido como o valor que a empresa agrega após remunerar todos os recursos investidos, quer sejam capital de terceiros ou capital próprio. Sua equação é a seguinte:
Vamos supor que uma empresa tenha a seguinte estrutura patrimonial (excluindo-se os passivos de funcionamento) |
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Tela 19 |
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Balanço Patrimonial
Lucro Operacional
do período: R$ 4.000,00 Dos dados acima, podemos extrair que:
A empresa
deve, então, gerar um retorno mínimo (lucro) de R$ 2.700,00
(13,5% * R$ 20.000,00). |
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Tela 20 |
Vejamos a utilização da fórmula:
Vamos, agora,
comparar o EVA com a TRI. Considerando
o investimento de R$20.000,00, haverá uma agregação
de valor de R$1.300,00 (R$20.000,00 * 6,5%).
EVA = (20%
-13,5%) * R$ 20.000,00 |
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Tela 21 |
3 - EBITDA
Trata-se de uma ferramenta criada com a pretensão de indicar a capacidade de um empreendimento gerar lucro operacional. O lucro operacional é calculado a partir da Demonstração do Resultado do Exercício, que será ajustada com a finalidade de destacarmos o lucro sem a influência do resultado financeiro (juros), das depreciações (que não representam sacrifício financeiro) e dos impostos sobre o lucro. Deve também ser desconsiderado, o resultado com a equivalência patrimonial, pois assim como as depreciações, afetam o resultado (lucro), mas não possuem reflexo no caixa. Pela simples descrição do EBITDA pode-se observar que o valor por ele expresso não condiciona o resultado líquido da empresa. Ou seja, uma empresa pode apresentar prejuízo líquido do exercício, embora com EBITDA positivo. Tomemos como exemplo, uma empresa que tenha, de forma simplificada, as seguintes demonstrações:
Ajustando a DRE para cálculo do EBITDA (LAJIDA)
Comparando-se o EBITDA com as despesas financeiras, verificamos que o resultado operacional é cinco vezes superior às despesas financeiras, o que permite avaliar a capacidade da empresa em remunerar, em termos de caixa, os recursos de terceiros. |
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Tela 22 |
| Segundo
Assaf Neto (2006), o EBITDA equivale ao conceito restrito de fluxo de caixa
operacional da empresa, apurado antes do cálculo do imposto de renda.
Parte das receitas consideradas no EBITDA pode não ter sido recebida,
assim como parte das despesas incorridas pode ainda estar pendente de pagamento.
A análise deste comentário de Assaf Neto induz a uma analogia com o fluxo de caixa das atividades operacionais. Na elaboração da DFC utilizamos o regime de caixa, ou seja, consideramos apenas os valores efetivamente recebidos e pagos, enquanto que no EBITDA, por se tratar de um resultado ajustado da DRE (formulada segundo o Princípio da Competência do Exercício), parte das vendas (que geram o lucro) podem ainda não ter sido recebidas, bem como as despesas podem não ter sido pagas.
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Tela 23 |
Resumo Para financiar
suas atividades, a empresa pode obter recursos com terceiros por meio
de empréstimos (capital de terceiros) ou por integralização
de capital social (capital próprio). A remuneração do capital próprio ocorre pela distribuição de dividendos. As empresas utilizam em suas atividades tanto capital próprio como capital de terceiros, o que nos leva à necessidade do cálculo do Custo Médio Ponderado de Capital. O Valor Econômico Adicionado (EVA) é uma medida de desempenho operacional que indica a verdadeira lucratividade das operações, pois considera em seu cálculo o custo do capital próprio, evidenciando o valor efetivamente adicionado ao patrimônio líquido. O LAJIDA (EBITDA) é um indicador financeiro que mostra se os ativos operacionais estão gerando caixa. Representa o provável fluxo de caixa operacional ao desconsiderar as despesas com depreciação, juros, e os impostos sobre o resultado. Comparando o EBITDA com a Demonstração do Fluxo de Caixa devemos lembrar que o EBITDA tem por base a Demonstração do Resultado do Exercício que é elaborada segundo o Princípio da Competência do Exercício (receitas e despesas contabilizadas em função do fato gerador, independentemente do recebimento das receitas e do pagamento das despesas), enquanto que o Fluxo de Caixa considera apenas os valores efetivamente recebidos e pagos. |
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