| Unidade 2 | Módulo 1 | Tela 1 |
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1 - Definição de capacidade Definimos capacidade como a quantidade máxima de produtos e serviços que podem ser produzidos numa unidade produtiva, em dado intervalo de tempo. Assim, por exemplo, a capacidade de produção de uma célula é função da utilização real da capacidade instalada e da eficiência de seu uso. Uma célula de trabalho de uma empresa é formada por cinco máquinas, que são operadas oito horas por dia, durante seis dias na semana. Historicamente, a utilização de cada célula tem sido de 50% em razão das manutenções periódicas necessárias, sendo que ela é operada com uma eficiência de 110%. A carga de trabalho semanal disponível é:
Historicamente,
a utilização de cada célula tem sido de 50% em
razão de manutenções periódicas necessárias.
Dessa forma, a capacidade utilizada em cada célula é:
Como a célula é operada com uma eficiência de 110%, a capacidade efetivamente disponível é de:
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Tela 2 |
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| EXEMPLO
A porcentagem média de capacidade semanal que a fábrica utilizará com base na programação das próximas quatro semanas é de aproximadamente (considerar que 1 semana= 5 dias): Capacidade é a taxa de produtividade, usualmente expressa como volume de saída por período.
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Tela 3 |
| O Gerente de operações se preocupa com a capacidade por que:
O planejamento da capacidade é o primeiro passo quando uma organização decide produzir ou lançar novo produto. Primeiro, a capacidade é avaliada e define-se a necessidade de expansão ou troca do processo tecnológico. Toda decisão sobre capacidade é inseparável das decisões quanto à localização, pois a capacidade depende da demanda e a demanda sempre depende da localização. Bancos comerciais, por exemplo, expandem simultaneamente capacidade e demanda, abrindo novas agências. Decisões sobre o tamanho e a localização da agência são tomadas de acordo com as projeções sobre densidade e crescimento populacional da área pretendida, posição dos outros segmentos do mercado, acesso ao local (tráfego), e localização das concorrentes. Aumentando o número de agências, o Banco facilita os serviços para alguns clientes, a fim de que eles atraiam mais clientes. É óbvio que essas decisões aumentam os impostos, os custos operacionais e o custo do capital da organização. |
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Tela 4 |
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Para o planejamento da capacidade as seguintes atividades são consideradas:
Há
muitos fatores dos quais depende a capacidade de uma unidade produtiva.
Se o objetivo for aumentar a capacidade de uma unidade, deve-se alterar
pelo menos um dos fatores determinantes dessa capacidade. Alguns deles
não representam grande dificuldade para isso, mas outros dependem
de mudanças onerosas ou tomam tempo ou ambas as hipóteses.
Por exemplo, numa loja pode ser fácil contratar um funcionário
ou um da equipe atual trabalhar em horas extras, mas seguramente será
mais complicado aumentar a área construída da loja.
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Tela 5 |
| Entre os fatores mais influentes na capacidade encontram-se:
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Tela 6 |
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Tela 7 |
Quando
há diferenças sensíveis na capacidade de processamento
de um equipamento para outro, verifica-se que o equipamento mais lento
acabará por determinar a velocidade dos demais. |
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Tela 8 |
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Tela 9 |
| 2 - Importância das decisões de capacidade A necessidade de capacidade pode ser avaliada de duas perspectivas – em curto prazo e em longo prazo: Em curto prazo, gerentes sempre usam a previsão de demanda do produto para estimar e manobrar a carga de trabalho e as instalações. Então eles comparam as necessidades com a capacidade instalada e detectam quando serão necessários ajustes na capacidade. Em longo prazo, as necessidades de capacidade são mais difíceis de determinar porque a demanda futura e o avanço tecnológico são incertos. Obviamente, necessidades de capacidade de longo prazo dependem dos planos de marketing, desenvolvimento de produtos e ciclo de vida dos produtos. Evoluções no processo tecnológico devem ser antecipadas, embora os produtos continuem os mesmos.
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Tela 10 |
| Por que as decisões sobre capacidade são importantes?
Finalmente, infere-se que as decisões sobre capacidade merecem muita atenção pelo seu caráter essencialmente estratégico, que se reflete no desenvolvimento de grandes somas de dinheiro, na imobilização forçada de recursos, nas dificuldades posteriores de mudança e no grande impacto sobre os custos de operação. |
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Tela 11 |
| Medida de capacidade - Para tomar decisões a respeito de capacidade, é importante ser capaz de medir capacidade. Existem duas formas de se medir a capacidade de uma unidade produtiva:
Medida por meio da produção - Nesse caso, as unidades de medida devem ser comuns ao tipo de produto obtido, ou seja, é impraticável misturar medidas, tais como metros com toneladas e assim por diante. Percebe-se que, se existe um só produto ou produtos semelhantes, não há problema em se medir a capacidade pela produção. Se existirem vários produtos, as necessidades e recursos produtivos serão diferentes para as diversas combinações desses produtos. Exemplos de medidas de capacidade utilizando a produção. Medida por meio dos insumos - Em organizações de serviços, com frequência, a maneira mais viável de medir a capacidade é por meio dos insumos utilizados. Há dificuldade, em muitos casos, de identificar o que seja a produção e, por conseguinte, há dificuldade de medi-la. Isso fica evidenciado com a medida de capacidade, num hospital em que é conhecida a variedade de serviços médicos prestados. Dada a dificuldade de se medirem tais serviços de forma isolada da qualidade que os acompanha, há mais sentido em vincular-se capacidade ao número de leitos disponíveis. |
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Tela 12 |
| 3 - Gestão da capacidade e da demanda Sabe-se que o administrador da produção e de operações preocupa-se com decisões sobre capacidade, por várias razões. Primeiro, porque é necessário ter capacidade suficiente para atender clientes, quando necessário. Depois, porque as questões de capacidade afetam:
As decisões de capacidade normalmente incluem as seguintes atividades:
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Tela 13 |
| 4 - Políticas básicas para a gestão da capacidade Em termos de sistemas de operações em geral, há três políticas básicas para a gestão da capacidade:
Ao se adotar qualquer das três políticas básicas de planejamento da capacidade, ou mesmo qualquer combinação delas, exige-se, inicialmente, que se tenha uma boa noção a respeito de como demanda ocorrerá em períodos futuros. A ilustração a seguir apresenta as três políticas básicas de gestão da capacidade e demanda.
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Tela 14 |
| 1) Política de ajustar a capacidade à demanda - Normalmente, políticas de alteração da capacidade necessitam, antes de tudo, que sejam identificados os setores cuja alteração de capacidade vai proporcionar o maior benefício em termos do aumento da capacidade do sistema em seu todo: os gargalos do processo. Os recursos gargalos são os limitantes de capacidade do processo como um todo; portanto, para sistemas sequenciais em que o gargalo é bem identificado, alterar a capacidade do sistema significa alterar a capacidade do gargalo. Nesses casos, é inútil despender recursos aumentando a capacidade de um ponto que evidentemente não seja gargalo, pois isso não resultará em alteração da capacidade do processo como um todo, mas apenas no aumento da ociosidade do recurso "não-gargalo" que teve sua capacidade aumentada.
No curto prazo, as alternativas de alterar a capacidade estão restritas a alterações moderadas, por causa de certas alterações estruturais (especialmente em processos intensivos em capital), necessárias a alterações substanciais de capacidade. Para alterações moderadas de capacidade, algumas alternativas podem ser:
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Tela 15 |
| O uso de alternativas de alteração deve ser pensado, a partir de uma ótica estratégica e não apenas levando em conta a alternativa econômica. No médio e longo prazo, as empresas têm normalmente maior liberdade e uma gama maior de alternativas a escolher, assim como podem também alterar substancialmente seus níveis de capacidade. Não se pode esquecer, entretanto, o princípio geral das previsões, que diz que quanto mais distante está o período previsto, maior a incerteza da previsão. E ainda há um agravante: as decisões tomadas com base em previsões de longo prazo são, em geral, as mais estratégicas e mais difíceis de reverter, além de serem as que, em geral, envolvem os maiores volumes de capital. Algumas alternativas para alterar a capacidade no médio e longo prazo são:
De um modo geral, a forma das expansões depende do tipo de sistema produtivo. Os sistemas mais intensivos em mão de obra podem agregar capacidade gradualmente, ao passo que nos sistemas produtivos mais intensivos em capital a adição de capacidade se dá em saltos, pois a tecnologia limita a escala dos incrementos. |
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Tela 16 |
| O desenho a seguir ilustra os diferentes tamanhos de incrementos de capacidade possíveis no médio e longo prazo.
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Tela 17 |
| Outro aspecto importante a considerar é o instante em que se dá o incremento de capacidade. O incremento pode antecipar-se ao aumento da demanda e pode seguir-se ao aumento dele, denotando políticas diferentes tais como:
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Tela 18 |
| Alguns
fatores influenciam a decisão sobre o momento quando deve dar-se
o incremento de capacidade. Um deles é a conveniência econômica
de se postergarem os investimentos. Isso leva a que a política
de seguimento da demanda seja a mais desejável. Além disso,
a política de seguimento da demanda também garante que a
ocupação da capacidade seja praticamente 100%. A decisão
de incrementar a capacidade ocorre apenas quando há garantia de
que a nova quantidade de capacidade adquirida seja utilizada em 100%.
Esses dois motivos de ordem econômica parecem indicar que a política de seguimento da demanda seja o mais recomendável, entretanto, cuidado! Não se deve esquecer que as análises em gestão de operações nunca devem obedecer a critérios exclusivamente econômicos. Devem obedecer também a critérios estratégicos, os quais refletem como a empresa compete no mercado Se, por um
lado, a política de seguimento da demanda favorece os custos baixos,
por outro penaliza o nível de serviço oferecido ao cliente.
Trabalhar muito próximo do limite de capacidade pode significar
um mau serviço prestado a todos os clientes, além de traduzir
também que uma parcela substancial de clientes simplesmente não
é atendida, nos momentos em que a demanda excede a capacidade.
A menos que seja monopolista ou ofereça serviço realmente
diferenciado, há o risco claro de perda de venda e possível
perda de cliente pela empresa. |
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Tela 19 |
| Quando se opta por incrementar capacidade, antecipando-se à demanda, o investimento em capital é antecipado, o sistema trabalha com certo nível de ociosidade, acarretando custos unitários mais altos. Porém, em compensação, o nível de serviços pode ser melhor e, sobretudo nos aspectos relacionados aos tempos de atendimento, o desempenho competitivo deve melhorar. Esse ponto pode ser ilustrado da seguinte maneira:
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Tela 20 |
| 2) Política de estoques para absorver variações da demanda
A segunda política possível de ser adotada, para o planejamento e gestão de capacidade de sistemas de produção e operações, é manter níveis de capacidade constantes e usar estoques para conseguir absorver as variações de demanda. Essa política é muito utilizada em empresas manufatureiras, já que é possível fabricar mais produtos do que o necessário, durante períodos de baixa procura e estocá-los para atender o excedente de demanda, em relação à capacidade em períodos de pico de solicitação. Em sistemas de serviços, entretanto, a utilização dessa política é limitada pelo fato de que é impossível estocar serviços. |
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Tela 21 |
| Política de usar estoques para absorver variações da demanda - Se o objetivo do planejamento de capacidade é garantir que em cada momento futuro a capacidade atenda à procura, outra forma de procurar atingir tal objetivo, além de alterar a capacidade e de absorver variações de exigência mediante o uso de estoques, é procurar alterar a demanda em si. Pela dificuldade de usar amplamente a política de estoques, a política de alteração da demanda talvez seja uma das principais alternativas para o gerente de serviços. Há diversas formas de se tentar alterar o perfil de demanda, no sentido de nivelá-la para que, deste modo, menos alterações de capacidade necessitem ser feitas e, por conseguinte, menos custos sejam incorridos com esta variação:
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Tela 22 |
| 5 - Avaliação econômica de alternativas de capacidade Das técnicas disponíveis para o estudo de alternativas de capacidade, é conveniente restringir-se à análise custo-volume ou análise do ponto de equilíbrio. A análise do ponto de equilíbrio estabelece uma relação entre receitas, custos e volume de produção (quantidade máxima). O objetivo fundamental da análise é verificar como se comportam os custos e receitas (e, consequentemente, os lucros) sob diferentes alternativas de volume de produção (ou de capacidade produtiva). Dado um produto, para que se proceda à análise, é preciso identificar os custos e as receitas.
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Tela 23 |
| Costuma-se dividir os custos em:
Sejam: CT = custo
total associado à produção de q unidades do produto; Tendo em conta as definições acima, pode-se definir: CT = CF + q CVu (1.0) |
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Tela 24 |
| Por outro lado, seja R a receita total associada à produção e venda de q unidades do produto ou serviços. Supondo que Pv é o preço de venda unitário do produto, pode-se escrever que: R = q Pv (2.0) Chamamos de Ponto de Equilíbrio ao valor q da produção tal, em que exista a igualdade entre custos totais e receita total, ou seja, a produção para a qual o lucro é zero. Para calcular quanto vale essa produção q, em função dos custos e do preço unitário de venda, basta igualar as equações (1.0) e (2.0): CT = CF + q CVu
= R = q Pv e, finalmente: q = CF/( Pv
- CVu) A equação (3.0) fornece então o ponto de equilíbrio, ou seja, o nível de produção que deve ser alcançado, a fim de recuperar, por meio dos rendimentos, todos os custos da operação. A ilustração abaixo mostra graficamente os custos, a receita e o ponto de equilíbrio.
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Tela 25 |
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Em certos momentos, pode haver interessados na quantidade produzida que corresponda a um certo valor prefixado L do lucro. Nesse caso, pode-se demonstrar facilmente que a quantidade q será dada por:
Uma indústria
apresenta custos fixos de R$100.000,00 mensais e
custos diretos médios de produção da ordem de R$15,00
por unidade produzida. O custo médio refere-se a uma linha de produtos
semelhantes, cuja composição deverá permanecer aproximadamente
constante. O preço médio de venda do produto pode ser considerado
como R$19,00 a unidade. (a) o ponto de equilíbrio para a planta; (b) a produção necessária para proporcionar um lucro mensal de R$16.000,00. Exemplo 2: A empresa
XYZ produz um só tipo de produto e possui a seguinte estrutura
de custos: |
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Tela 26 |
| Resumo O módulo realça os problemas de planejamento da capacidade das instalações, destacando que a capacidade produtiva de uma organização é o máximo de atividade de valor adicionado, a qual pode ser conseguida em condições normais de operação, durante determinado período de tempo. As decisões de planejamento e controle da capacidade afetam os desempenhos de custos, receitas, capital de giro, qualidade, velocidade, confiabilidade e flexibilidade. A capacidade pode ser medida tanto por meio da produção como dos insumos, mas a maior parte das organizações adota uma medida de capacidade com base em entradas para a operação, como o número de leitos disponíveis num hospital ou o número de litros de cerveja fermentada por semana em determinada cervejaria. Um passo importante do planejamento e controle da capacidade é identificar as estratégias para lidar com a flutuação da demanda. Há três estratégias puras:
A técnica do ponto de equilíbrio parte da comparação entre custos e receitas totais associados a um dado produto. Os custos totais são formados pelos custos fixos (que não variam com o volume de produção) e os custos variáveis (diretos) que aumentam com a produção. A quantidade produzida (e vendida) que iguala os custos e as receitas é o ponto de equilíbrio; para o ponto de equilíbrio, o lucro é nulo. |
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| Unidade 2 | Módulo 2 | Tela 27 |
| 1 - Importância das decisões de localização A seleção do local para a implantação de uma empresa, fábrica ou depósito de produtos é uma decisão ligada à estratégia empresarial e faz parte do processo de planejamento. Localizar significa determinar o local que será base das operações; onde serão fabricados os produtos ou prestados os serviços ou onde se fará a administração do empreendimento.
Em matéria de localização, nada pode ser negligenciado. Às vezes, detalhes aparentemente pequenos, quando não levados em conta, podem trazer desvantagens sérias. Aspectos negativos da localização devem receber tanta atenção quanto os aspectos positivos. Cada empresa tem suas peculiaridades, tornando o problema de localização específico para cada situação. Para algumas empresas, pode ser mais importante ficar próximas aos clientes (como supermercados, delegacia ou hospital); outras são atraídas pela proximidade das matérias-primas ou devem dirigir-se para local onde a mão de obra seja abundante ou bem treinada. |
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Tela 28 |
| A localização de uma operação afeta tanto sua capacidade de competir quanto outros aspectos, internos e externos. Em empresas industriais, localização afeta tanto os custos diretos, como o custo de transporte (das matérias-primas e componentes para a operação e dos produtos acabados da operação para os clientes), o custo de mão de obra (diferentes locais têm diferentes níveis salariais e até legislações diferentes no que diz respeito a custos indiretos), o custo e disponibilidade de energia (pense, por exemplo, num fabricante de alumínio que utiliza enormes quantidades de energia para a redução da pasta da alumina – um produto intermediário do beneficiamento de bauxita – no alumínio), água e outros. Em operações
de serviço, a localização pode afetar a conveniência
do cliente, o volume de tráfego resultante em torno da operação,
a visibilidade da operação, entre outras coisas. Decisões
erradas de localização são não caras apenas
do ponto de vista das consequências, mas também são
difíceis e caras de serem revertidas, sendo seus efeitos bastante
duradouros - em outras palavras, uma vez que a decisão de localização
foi efeitivada, a operação terá de conviver com ela
por um longo tempo. |
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Tela 29 |
As decisões quanto à localização de instalações
não são tomadas de maneira apressada. Ao contrário,
elas envolvem longos e custosos estudos de localizações
alternativas antes que o local definitivo seja escolhido. Aqueles que
já passaram por diversos desses estudos de localizações
geralmente concluem que não existe nenhuma melhor localização
definitiva, mas que, ao contrário, há diversas localizações
boas. Se um local for claramente superior a todos os outros em todos os
sentidos, a decisão quanto à localização será
fácil. Tipicamente, entretanto, diversos locais possíveis
surgem como boas opções, cada um com suas potencialidades
e fragilidades, e a decisão quanto à localização
torna-se uma decisão meio-termo (trade-off):
você poderá ganhar um tipo de benefício somente abrindo
mão de outro. Essas decisões meio-termo relativas à
escolha de pontos estratégicos podem ser aflitivas, e normalmente
são resolvidas somente depois de uma longa e cuidadosa ponderação
dos prós e contras de cada localização.
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Tela 30 |
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Tela 31 |
| 2 - Fatores determinantes nas decisões de localização Existe uma lista muito grande de fatores que podem influenciar, de alguma forma, as decisões de localização. Entretanto, nem todos são igualmente importantes, as circunstâncias porque a localização é um problema específico de cada companhia. Por exemplo, empresas industriais são, de modo geral, fortemente orientadas para o local onde estão os recursos: matérias-primas, água, energia e mão de obra. As atividades de serviços orientar-se-ão mais para fatores como proximidade do mercado, tráfego e localização dos competidores.
O custo de transporte é outro fator que justifica a localização de instalações industriais próximas às matérias-primas. Há matérias-primas volumosas de pequeno valor. Há
casos, finalmente, em que a empresa utiliza diversos fornecedores, milhares
às vezes. Fica claro que é impossível então,
à empresa, localizar-se perto de todos eles ou mesmo de todos os
mais importantes. Nessas circunstâncias, uma solução
viável seria buscar a minimização do custo total
de transporte de matérias-primas e de produtos acabados. |
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Tela 32 |
Em alguns
casos, notadamente quando se está desativando um local em favor
de outro, surge a questão da transferência de empregados.
Além do custo que isso representa, considerando-se o pagamento
extra pela legislação trabalhista, muitos funcionários
valorizam o local onde moram, o custo e o estilo de vida que levam e custo
de vida e, portanto, não desejarão ser transferidos.
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Tela 33 |
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Tela 34 |
| 3– Analisando as decisões quanto à localização de instalações de serviços Instalações
como, por exemplo, venda a varejo, serviços ao cliente com fins
lucrativos e serviços de saúde/emergência são
tipos de instalações que tentam localizar-se perto de seus
clientes/cidadãos.
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Tela 35 |
| 4 – Analisando as decisões quanto à localização de instalações industriais Inicialmente
deve-se identificar e separar os fatores que podem ter seus custos medidos
(quantificáveis) dos fatores para os quais essa medida não
é possível (não quantificáveis), e determinar
os custos dos fatores quantificáveis.
Os fatores não quantificáveis são:
Para esses
fatores deve-se montar um modelo de avaliação considerando
o peso que cada fator deve ter e a avaliação que a empresa
atribui a cada um dos fatores em cada local. |
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Tela 36 |
| 5 - Avaliação das alternativas de localização Muitos modelos têm sido desenvolvidos para auxiliar na escolha entre as várias localizações alternativas. Alguns desses modelos consideram a localização de uma só unidade como problema, ao passo que outros consideram diversas unidades ao mesmo tempo. Os modelos também variam em relação aos dados que exigem (há os que usam apenas informações qualitativas e os que partem para apurações numéricas rigorosas). No entanto, mesmo com dados puramente qualitativos, é comum usar-se algum sistema de quantificação e ponderação. Destacam-se dois métodos dedicados ao problema de localizar uma só unidade:
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Tela 37 |
| 5.1 - Ponderação qualitativa - Este método pode ser usado quando não se conseguir apropriar uma estrutura de custos a cada localidade considerada. Consiste em determinar uma série de fatores julgados relevantes para a decisão, nos quais cada localidade alternativa recebe um julgamento.
Esse julgamento é convertido numa nota, por meio de uma escala numérica arbitrária. A cada fator, segundo sua importância relativa, é atribuído um peso. A soma ponderada das notas dos fatores dará a pontuação final para cada localidade. Será escolhida a localidade que apresentar a maior pontuação final.
Em que:
Ni = ponderação final para a localidade i; |
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Tela 38 |
| 5.2 - Comparação entre custos fixos e variáveis - Mesmo que as empresas ou instituições à procura de uma localidade não visem o lucro, o ideal seria conhecerem, em detalhe, os custos nos quais se irá incorrer. Para cada localidade, seriam levantados os custos distribuídos por categorias preestabelecidas.
Pensando de forma simples, os custos poderiam ser divididos em fixos e variáveis, conforme sua independência ou não da quantidade produzida. A análise do ponto de equilíbrio pode ser usada para a decisão sobre localização da seguinte forma:
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Tela 39 |
| A empresa XYZ Ltda é uma fábrica de baterias para veículos e deseja construir uma nova fábrica para atender certa parte do mercado. Duas cidades foram previamente selecionadas (Campinas e Ribeirão Preto), sendo levantados, em cada uma das localidades, os custos fixos anuais e os custos variáveis por bateria-padrão fabricada. O custo variável da bateria-padrão resulta dos custos unitários de cada tipo de bateria, ponderados pela estimativa de suas participações nas vendas. Os custos obtidos são os seguintes:
- Espera-se
vender 100.000 baterias por ano, ao preço médio de R$80,00
cada. |
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Tela 40 |
| Solução (a) Melhor localização com base no lucro Para as localidades, a receita total será: RT = (100.000) x (80,00) = R$8.000.000,00 Os custos variáveis totais Campinas
=> (100.000) x 40,00 = R$4.000.000,00
Pelo critério do lucro máximo, a escolha recairia então sobre a cidade de Campinas, com um lucro de R$3.680.000,00 para a produção esperada de 100.000 baterias anuais. (b) Melhor
localização com base no ponto de equilíbrio q = [CF / ( PV – CVu )] em que: CF representa o custo fixo, PV é o preço unitário de venda e CVu o custo variável unitário. Para Campinas => q = [320.000,00/(80,00 – 40,00)] = 8.000 baterias Para Ribeirão Preto => q = [280.000,00/(80,00 – 42,00)] = 7.368 baterias Verifica-se que, por esse critério, a escolha recairia sobre Ribeirão Preto, invertendo-se, portanto, em relação ao resultado obtido em (a). Não é difícil verificar porque isso acontece. Para tanto, calcule-se, inicialmente, a produção para a qual os custos totais em Campinas e Ribeirão Preto seriam iguais. Seja x essa produção e expressando todos os valores em R$, tem-se que: Custos Totais
em Campinas = Custos Totais em Ribeirão Preto 320.000,00 + 40,00
x = 280.000,00 + 42,00 x |
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Tela 41 |
| A seguir temos as retas da receita e dos custos totais para as duas localidades, ressaltando os pontos de interesse.
Nota-se
que a decisão tomada com base no lucro é variável,
conforme seja o valor da produção esperada. Assim, para
valores da produção, tomando-se por base 7.368 baterias
(ponto de equilíbrio de Ribeirão Preto), o lucro seria negativo
para ambas as localidades; para valores de produção, a partir
de 7.368 até imediatamente menos que 20.000 baterias, a cidade
de Ribeirão Preto seria a escolhida e, finalmente, qualquer produção
acima de 20.000 baterias levaria à escolha de Campinas. |
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Tela 42 |
| Resumo As decisões
de localização de instalações aplicam-se não
apenas a novos empreendimentos, mas também a empresas já
existentes e em operação normal. Isso acontece, entre outras
circunstâncias, quando os insumos básicos esgotam-se ou tornam-se
muito caros, ou ainda quando a capacidade instalada já é
insuficiente para o atendimento da demanda. |
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| Unidade 2 | Módulo 3 | Tela 43 |
| 1 - O produto Ao definir os conceitos básicos referentes à Estratégia de Manufatura, fica implícito que, para muitas empresas, uma das forças fundamentais reside na contínua revisão e na introdução de novos produtos. Empreendedores constroem, com frequência, novos negócios fundamentados na ideia de um único produto ou serviço. À proporção que os competidores se inserem no mercado, copiando produtos e serviços, as empresas se preparam para trazer à tona novos produtos. A ideia desses novos produtos e serviços provém de variadas fontes como:
Em geral, porém, o ambiente em que as empresas operam é dinâmico: existem pressões constantes para mudanças de projeto, vindas do mercado (clientes e competidores), da legislação ou de dentro da própria empresa. Dessa forma, o projeto original está sujeito a alterações frequentes ao longo do tempo. É bom ressaltar que a área de Administração da Produção e Operações em geral não é a responsável pela introdução de novos produtos, mas afeta e é afetada por esse movimento. Ela deve se preparar para os novos produtos, criando ou revendo métodos de trabalho onde for necessário, definindo as especificações de novos equipamentos e participando do processo de seleção e escolha, definindo sequências de novas operações, treinamento de funcionários para as novas situações etc. |
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Tela 44 |
| O produto é o que deve resultar de um sistema de produção para ser oferecido aos consumidores para que satisfaçam suas necessidades e expectativas. Os bens e os serviços possuem três aspectos:
Dessa forma, na realidade, quando o cliente compra um bem ou um serviço, compra um conjunto de benefícios esperados para satisfazer a sua necessidade, ou seja, compra conceitos. Exemplo: Máquina de lavar roupas Um gabinete atraente (caberá no espaço da área de serviço? Proporcionará o conforto de lavar roupas da maneira esperada dentro da minha casa, por um longo período de tempo?);
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Tela 45 |
| O sucesso de uma empresa depende muito da sua capacidade de ir ao encontro da satisfação das necessidades do cliente e, até mesmo, de superar as suas expectativas. Assim, o projeto do produto tem um papel fundamental dentro da estratégia competitiva da empresa, podendo ser diferenciado quanto ao seu custo, com menor número de peças, mais padronização, quanto à sua qualidade, robustez e inexistência de falhas. Estudos demonstram que cerca de 80% dos problemas de qualidade decorrem do projeto do produto e não dos processos produtivos. O desenvolvimento
de novos produtos é campo específico de trabalho, extremamente
dinâmico, que conta com especialistas nas mais diversas áreas
do conhecimento. Para se ter uma idéia de sua dimensão,
basta considerar um laboratório farmacêutico, uma agência
de publicidade ou uma simples fábrica de móveis. No mundo
no qual mudanças são constantes, a empresa tem que apresentar
estratégia pró-ativa, antecipar-se às necessidades
de seus clientes, desenvolvendo produtos e serviços inovadores.
Do contrário, estará condenada ao desaparecimento. |
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Tela 46 |
| Um produto deve apresentar as seguintes características: |
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Tela 47 |
| 2 - Ciclo de vida do produto A demanda por um produto geralmente tende a seguir um padrão predefinido chamado “ciclo de vida de um produto”. Os produtos atravessam uma série de estágios, começando com baixa demanda durante o desenvolvimento do mercado, continuando por meio de seu crescimento, maturidade, saturação e declínio. A natureza desse padrão provoca o surgimento de significativas dúvidas, no que se refere ao gerenciamento de operações.
Dessa
forma, o projeto do produto deve levar em consideração que
todo produto tem ciclo de vida, alguns mais longo, outros mais curto,
havendo ainda os produtos que já nascem com data para serem retirados
do mercado, isto é, com morte prevista. É o conceito de
obsolescência planejada, introduzido por Alfred Sloan Jr., na General
Motors. O que se constata é que o ciclo de vida dos produtos se
torna cada vez mais curto, exigindo das empresas dinâmica e flexibilidade
cada vez maiores. Do ponto de vista de gerenciamento operacional, o ciclo
de vida do produto pode ser descrito em quatro partes, revelando quatro
áreas importantes de desenvolvimento. |
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Tela 48 |
| À
medida que surgem novos competidores, a forma de competição
altera-se drasticamente. Visto que os estágios iniciais do ciclo
de vida do produto enfatizam a qualidade e características únicas
do produto, os estágios finais enfatizam seu preço competitivo
e capacidade de entrega. O processo de conversão tem mudado substancialmente,
incluindo novos tipos de orientação e treinamento de pessoal,
revisão de equipamentos e instalações, planejamento
e sistema de controle. As quatro fases do ciclo de vida do produto são as seguintes:
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Tela 49 |
| 3 - Estratégias para o desenvolvimento de novos produtos A forma pela qual a empresa desenvolve novos produtos faz parte da sua estratégia empresarial de longo prazo e consiste, basicamente, de três formas: |
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Tela 50 |
| Desenvolvimento do projeto de novos produtos - A despeito de todas as diferenças que possam existir entre empresas e seus produtos, existem algumas etapas bem definidas no desenvolvimento do projeto de um novo produto.
Desenvolver novo produto é grande empreendimento com estágios identificáveis. À medida que o processo de desenvolvimento atravessa cada fase, seus riscos e seu potencial são cuidadosamente examinados, técnica e comercialmente, de forma que qualquer proposta de novo produto pode morrer ou ser atrasado em cada estágio do processo. Vejamos:
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Tela 51 |
| O lançamento de novos produtos é negócio arriscado para qualquer empresa, em razão do grande investimento necessário. Por isso, o ciclo de desenvolvimento dos novos produtos necessita ser muito bem analisado, planejado e conduzido.
No que diz respeito aos aspectos externos, consideram-se:
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Tela 52 |
Os
aspectos técnicos dizem respeito à viabilidade do bem ou serviço;
é necessário avaliar se a empresa tem condições
de produzir o bem ou prestar o serviço. Dessa forma, deve-se prestar
atenção aos fatores:
Os aspectos mercadológicos procuram verificar a possibilidade de sucesso do lançamento do produto no mercado. Alguns aspectos devem ser levados em consideração:
Os aspectos financeiros procuram verificar as consequências financeiras de cada novo bem ou serviço, calculando:
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Tela 53 |
Projeto
preliminar - Ao se elaborar um projeto preliminar do produto, é
o momento de utilizar os conhecimentos de todos os departamentos da empresa,
como também os eventuais futuros fornecedores, numa espécie
de parceria. É fase de engenharia simultânea. Faz-se análise
detalhada da manufaturabilidade do produto, incorporando-se ao projeto as
alterações decorrentes.
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Tela 54 |
Projeto final - Detalha-se o produto, com suas folhas de processo, listas de materiais, especificações técnicas, fluxogramas de processo etc.
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Tela 55 |
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4 - Tecnologia do processo de manufatura A tecnologia do processo refere-se ao equipamento, pessoal e sistemas utilizados para fabricar produtos e serviços de uma empresa. Os cinco tipos de tecnologias de processo são:
Os consumidores estão, cada vez mais, requisitando maior variedade de produtos em pequenos lotes. O Sistema Flexível de Manufatura - FMS visa atender a tais necessidades, uma vez que os sistemas tradicionais não são econômicos nesse caso, devido à sua rigidez. 4.1 – Sistemas Flexíveis de Manufatura Um Sistema
Flexível de Manufatura consiste de um grupo de unidades de processamento
(predominantemente máquinas ferramentas de controle numérico
computadorizado) interconectadas mediante um sistema automatizado de estocagem
e manuseio de material, e controladas por um sistema integrado de computador.
O sistema recebe o nome de “flexível” por ser capaz
de processar uma variedade de diferentes tipos de peças, simultaneamente
nas várias unidades de trabalho.
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Tela 56 |
As atividades de projeto envolvem o uso efetivo do computador para criar, modificar ou documentar o projeto de engenharia. O Computer Aided Design - CAD é mais comumente associado com sistema gráfico interativo, chamado às vezes de sistema CAD. Há várias razões para se usar um sistema como o CAD:
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Tela 57 |
Resumo Para introdução
e desenvolvimento de novos produtos, a área de Administração
da Produção e Operações é fundamental,
pois é ela que se prepara para os novos produtos, criando e revendo
métodos de trabalho onde for necessário, definindo as especificações
de novos equipamentos e participando do processo de seleção
e escolha, definindo sequências de novas operações,
treinando os funcionários para as novas situações.
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