| Unidade 3 | Módulo 1 | Tela 1 |
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- Arranjo Físico
Dessa
forma, o arranjo físico de uma operação produtiva
preocupa-se com a localização física dos recursos
de transformação. O arranjo físico é uma
das características mais evidentes de uma operação
produtiva porque determina sua “forma” e aparência.
É aquilo que notamos em primeiro lugar quando entramos pela primeira
vez em uma unidade de operação. Também determina
a maneira segundo a qual os recursos transformados – materiais,
informação e clientes – fluem na operação.
Mudanças relativamente pequenas na localização
de uma máquina numa fábrica ou dos bens em um supermercado,
ou a mudança de salas em um centro esportivo podem afetar o fluxo
de materiais e pessoas na operação. Isso, por sua vez,
pode afetar os custos e a eficácia geral da produção.
Para o projeto do arranjo físico é necessário levar em consideração:
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Tela 2 |
| Os três tipos de Arranjo físico correspondem aproximadamente aos três modelos de sistemas de produção já estudados, ou seja:
EXEMPLO Qual das afirmações abaixo é falsa : 1 - O arranjo físico recomendado para uma padaria
é por processo ou funcional; SOLUÇÃO Para responder essas
questões, inicialmente, deve-se identificar qual o tipo de sistema
de produção para cada processo. |
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Tela 3 |
| 2 - Arranjo físico por produto ou linear O arranjo
físico por produto ou linear é aquele em que os recursos
produtivos são arranjados levando em conta a sequência
de operações necessárias para executar o produto
ou serviço. Pense numa lanchonete do tipo fast food. Os clientes chegam e percorrem as mesmas operações na mesma sequência:
Os recursos são organizados de modo a favorecer o fluxo rápido
e eficiente de clientes, como numa linha de montagem: os recursos são
organizados na sequência em que o serviço é prestado
com o fluxo passando de um recurso a outro numa sequência predeterminada.
Na indústria, este tipo de arranjo físico é pouco utilizado, pois exige grandes investimentos em máquinas e equipamentos. Suas características são:
Exemplo: montadoras de veículos, petroquímica, etc. |
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Tela 4 |
| 3 - Arranjo físico por processo ou funcional Este é
o tipo mais comum de arranjo físico utilizado nas empresas industriais.
São projetados para acomodar a variedade de projetos de produto
e etapas de processamento.
Suas características são:
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Tela 5 |
| 4 - Arranjo físico celular O arranjo
físico celular tenta aumentar a eficiência do geralmente
ineficiente arranjo físico funcional, tentando, entretanto, não
perder muito de sua desejável flexibilidade. Fundamentado num
conceito às vezes chamado tecnologia de grupo, recursos não
similares são agrupados de forma que, com suficiência,
consigam processar um grupo de itens que requeiram similares etapas
de processamento.
Fonte: Slack, Nigel et all. A Administração da Produção. São Paulo: Ed. Atlas, 1999, p.166. a) lotes
de tamanho médio; |
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Tela 6 |
| Uma célula constitui um agrupamento de máquinas dedicadas a uma família de produtos com roteiros de produção semelhantes, isto é, que necessitam das operações das mesmas máquinas na mesma sequência de processamento. Essas máquinas são distribuídas em forma de sequência preferencial da família. Nas células, o agrupamento das máquinas diminui as filas intermediárias e as peças processadas fluem continuamente – uma a uma ou em pequenos grupos – de uma operação para a seguinte. Desta forma, o tempo entre o início da primeira e o fim da última operação coincide aproximadamente com o total de processamento e manuseio de uma peça, eliminando ao máximo os componentes do tempo de ciclo que não agregam valor, como se verifica no quadro a seguir:
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Tela 7 |
| Um esquema de célula de manufatura e seu fluxo de materiais podem ser visualizados no “Arranjo físico celular em U” como se segue:
Além da redução do tempo de ciclo, o arranjo físico das máquinas em células permite a redução da área, tornando o espaço fabril menos saturado e disponível para futura expansão da capacidade. São responsáveis também pela redução do tempo de ciclo. Com a organização do trabalho em grupos, executa-se um lote por vez, controla-se a qualidade na fonte e elimina-se o retrabalho, permitindo que cada lote deixe de concorrer com os demais lotes pelos recursos produtivos. Cada membro do grupo preocupa-se em realizar corretamente suas operações, de modo a não prejudicar a operação seguinte, e, consequentemente, o fluxo de produção da célula. Estabelece-se o conceito de fornecedores e clientes internos na célula, o fornecedor realizando as operações de acordo com a melhor qualidade possível. Torna-se fundamental, para o controle de qualidade na fonte, monitorar o desempenho das máquinas e realizar intervenções de caráter preventivo contra desregulagens e quebras. |
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Tela 8 |
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- Arranjo físico posicional O projeto
de arranjo físico posicional coloca os recursos produtivos em
uma posição, o mais próximo possível do
local em que serão utilizados. Nesse tipo de arranjo físico,
o cliente, em vez de se deslocar entre os recursos, como nos casos do
arranjo físico por produto e por processo, fica estacionário
em uma posição definida. Este é o caso de um restaurante
convencional, no qual os clientes, ao chegarem, são conduzidos
às mesas e se sentam. A partir daí, o garçom leva-lhes
o cardápio, espera alguns minutos, vem tomar o pedido, traz as
bebidas, traz os pratos quando estes ficarem prontos, depois vem recolher
os pratos, trazer a conta, buscar o pagamento e, finalmente, trazer
o troco. Nesse caso, os recursos produtivos e bens facilitadores é
que vão ao encontro dos clientes, que permanecem estacionários.
Este é provavelmente o tipo de arranjo menos eficiente que o
arranjo linear para um restaurante, mas em compensação
permite maior grau de contato com o cliente, permitindo muitas vezes
a personalização dos serviços.
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Tela 9 |
| Assim, a disposição das máquinas e equipamentos em um arranjo físico posicional está ligada à movimentação de materiais e aos acessos ao local de aplicação. Deve-se ressaltar que a distância até o local de aplicação varia no decorrer do processo produtivo, como é o caso de lajes em um edifício, ou setores de um navio que estão sendo construídos. Alguns exemplos onde o arranjo físico posicional é utilizado:
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Tela 10 |
| 6. Vantagens e desvantagens dos tipos básicos de arranjo físico No quadro a seguir apresentam-se as principais vantagens e desvantagens de cada tipo de arranjo físico estudado.
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Tela 11 |
| Resumo A decisão de alterar o arranjo físico é particularmente importante porque mudar o arranjo físico é, em geral, uma tarefa difícil e longa, além de prejudicial ao funcionamento suave da operação. Dessa forma, não é decisão tomada com frequência. Por outro lado, se o arranjo físico se torna inadequado, o fluxo de pessoas e materiais na operação pode tornar-se confuso e oneroso. O procedimento para a decisão de alterar o arranjo físico começa com a decisão do tipo de processo, que será influenciada pela característica de volume-variedade da operação assim como por seus objetivos de desempenho estratégico. O tipo de processo influencia, até certo ponto, a decisão sobre qual dos quatro tipos básicos de arranjo físico têm maior probabilidade de adequar-se às necessidades da operação. Escolhido o tipo básico de arranjo físico, o seu projeto detalhado pode ser iniciado. Há quatro tipos básicos de arranjo físico. São eles:
O arranjo físico por produto é aquele em que os recursos de transformação estão configurados na sequência específica para a melhor conveniência do produto ou do tipo de produto. O arranjo físico por processo mantém todos os recursos similares da operação juntos. Os diferentes tipos de recursos que sofrem transformação percorrerão seus roteiros ao longo da operação, de acordo com suas necessidades de processamento. Esse tipo de arranjo físico é empregado, em geral, quando a variedade é relativamente alta. O arranjo físico posicional é normalmente usado quando os materiais e as pessoas transformados são muito grandes ou muito delicados, ou objetariam ser movidos. O arranjo físico celular é aquele em que os recursos necessários para uma classe particular de produtos são agrupados ou "juntados", de alguma forma. Arranjo físico do tipo “loja dentro da loja” em operações de varejo e maternidades em hospitais são exemplos de arranjo físico celular. |
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| Unidade 3 | Módulo 2 | Tela 12 |
| 1 - Métodos de previsão Planejar é atividade comum a qualquer tipo de empresa, qualquer que seja o tamanho ou o ramo a que se dedique. Entretanto, uma grande e importante base comum a todo planejamento é a previsão de demanda. É necessário saber quanto de seus produtos ou serviços a empresa planeja vender no futuro, pois essa expectativa é o ponto de partida, direto ou indireto, para praticamente todas as decisões. As vendas podem depender de muitos fatores – aumento vegetativo da população, situação da economia mundial, movimentos de mercados internacionais, esforços para aumentar a participação da empresa no mercado etc. – mas uma previsão, por mais imperfeita que seja, sempre é necessária.
A previsão de demanda é, pois, um processo racional de busca de informações acerca do valor das vendas futuras de um item ou de um conjunto de itens. A avaliação do potencial de mercado (projeção de demanda) pode apoiar-se em métodos quantitativos e qualitativos. |
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Tela 13 |
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2 – Principais erros cometidos pelas empresas quanto a previsões Segundo
Correa, previsão, sobretudo de demanda, é, em geral, um
dos assuntos mais controversos dentro das organizações
e um dos que mais suscitam polêmica entre setores. Em muitas empresas
os conceitos de previsões com metas se confundem.
Em muitas
situações, as pessoas mais ligadas aos setores comerciais
é que ficam responsáveis por produzir as previsões
de demanda que irão fundamentar várias decisões
de vários outros setores. São, com frequência, os
primeiros a serem acusados por “errar as previsões”.
Para gestores
de operações, é importantíssimo saber não
só quanto se espera ter de demanda ou vendas, mas também
saber qual é o erro esperado para essa previsão. Em outras
palavras, para operações, previsões são
sempre constituídas por dois números:
Outro erro frequente nas empresas, quando se trata de previsões, é a ideia: “Tentamos muito fazer previsões de forma técnica, mas continuávamos a errar, então paramos!” Dois contra-argumentos para ideia são: errar é normal em previsões; e, que interessa é "quanto" erramos. E, quanto menos erramos, menos colchões de segurança - e custos correspondentes– teremos. Portanto, vale a pena continuar a colocar esforços no sentido de melhorar a qualidade de previsões, mesmo que os erros continuem grandes.
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Tela 14 |
| 3 - Classificação dos métodos de previsão 3.1 - Métodos qualitativos São métodos que têm como base o julgamento de pessoas que, de forma direta e indireta, tenham condições de opinar sobre a demanda futura, tais como gerentes, vendedores, clientes, fornecedores etc. A avaliação qualitativa busca informações subjetivas do mercado consumidor, por meio da utilização de entrevistas ou questionários junto ao mercado consumidor ou aos intermediários da cadeia de abastecimento como compradores, vendedores ou gerentes dessas áreas. A seguir, uma breve revisão dos principais métodos qualitativos de previsão:
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Tela 15 |
| 3.2 - Métodos quantitativos São os métodos de previsão que se baseiam em séries de dados históricos nas quais se procura, mediante análises, identificar padrões de comportamento para que estes sejam então projetados para o futuro. Métodos quantitativos são os que utilizam modelos matemáticos para chegar aos valores previstos. Oferecem resultados claros, embora não necessariamente exatos quanto ao crescimento ou queda de aceitação; participação de um produto; participação da concorrência no mercado; estimativa da população e sua frequência de compra. Uma série histórica de dados é uma sequência de dados sobre determinada variável equiespaçada no tempo (por exemplo, dados de vendas diárias, semanais, quinzenais, mensais).
3.2.1 - Métodos quantitativos para demanda relativamente estável Os modelos quantitativos mais simples para previsão são aqueles que assumem que a demanda encontra-se relativamente estável, flutuando aleatoriamente em torno de um patamar que se deseja estimar. É vão o esforço de tentar prever a flutuação aleatória; portanto, é necessário atenuar, suavizar seu efeito quando se estimar o valor do patamar. Uma forma de fazer isso é usar modelos de médias móveis. Métodos das médias. O conjunto de modelos denominando genericamente de métodos das médias possui algumas peculiaridades, a saber:
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Tela 16 |
A média aritmética será o resultado da divisão do somatório das vendas pelo número de anos:
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Tela 17 |
Inicialmente, deve-se escolher o valor de n. Essa escolha é relativamente arbitrária. Como regra geral, quanto maior n, mais os efeitos sazonais serão suavizados. Supõe-se para o exemplo acima n=3, o que implica dizer que a demanda prevista para qualquer mês será sempre a média aritmética das demandas reais dos três últimos meses.
Dois casos particulares merecem destaque:
O método da média móvel simples pode ser eficiente quando a demanda é estacionária, ou seja, quando ela varia em torno de um valor médio. Para demandas crescentes ou decrescentes ao longo do tempo, a tendência é que a previsão fornecida pelo método esteja sempre em atraso, em relação aos valores reais. O método não é eficiente para capturar as variações sazonais, podendo mesmo acobertá-las quase completamente, dependendo do valor escolhido para n. |
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Tela 18 |
No exemplo anterior, poder-se-ia adotar os pesos 0.2, 0.3 e 0.5 (nesse caso n = 3) para demandas reais de julho, agosto e setembro, respectivamente. A previsão para outubro seria: Previsão (outubro) = 0.2 (12) + 0.3(15) + 0.5(14) = 13.9 Nesse caso, a soma dos pesos deve ser igual 1. Como no caso da MMS, a escolha de n é arbitrária, tal como o é a escolha dos pesos. A vantagem do MMP sobre MMS é que os valores mais recentes da demanda, que podem estar revelando alguma tendência, recebem importância maior. Entretanto, valem aqui as mesmas observações quanto ao valor de n; quanto maior for, mais a previsão suavizará os efeitos sazonais e mais lentamente responderá a variações na demanda. |
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Tela 19 |
A previsão para o período t é dada por uma fórmula empírica:
que se interpreta como: a previsão para o período t é igual à previsão para o período (t–1). Em termos simbólicos, pode-se escrever:
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Tela 20 |
Exemplo: Retomemos o mesmo exemplo que foi utilizado e ilustrado anteriormente. Assumindo a demanda prevista de junho igual a 10 (coincidente, pois, com o valor real) e adotando a = 0.3, podemos montar os cálculos abaixo:
Cálculos: D julho = D junho + a ( Y junho - D junho ) = 10 + 0,3( 10 – 10 ) = 10 D agosto = D julho + a ( Y julho - D julho ) = 10 + 0,3( 12 – 10 ) = 10,6 D setembro = D agosto + a ( Y agosto - D agosto ) = 10.6 + 0,3( 15 – 10.6 ) = 11,9 D outubro = D setembro + a ( Y setembro - D setembro ) = 11.9 + 0,3( 14 – 11.9 ) = 12.5 Lembrando que a finalidade última do modelo é a previsão, é fundamental que se tenha uma série de valores reais passados da demanda à qual o modelo possa ser aplicado. A posse dessa série permite tanto a fixação de um valor inicial para a previsão como a escolha da constante a. |
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Tela 21 |
Há pelo menos duas maneiras práticas para se fixar o valor inicial da demanda prevista (a qual não pode ser dada pelo modelo).
k = (1/ a) – 1 Quanto ao valor de a , ele é normalmente obtido por tentativas, de acordo com as seguintes etapas:
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Tela 22 |
Métodos da regressão por mínimos quadrados - interpreta a série numérica por meio da construção de uma reta. Identifica-se o comportamento médio da série que, a partir da reta resultante, permite realizar as projeções desejadas. Exemplo: A tabela
abaixo mostra as vendas anuais da fábrica XYZ Ltda.
Sendo Y = a + b X a equação da reta em que: Y = a variável
dependente (que será prevista)
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Tela 23 |
Substituindo os valores assim obtidos nas equações normais, tem-se, lembrando que n = 11 540 = 11
a + 55 b (*) O sistema de duas equações e duas incógnitas resultante pode ser resolvido multiplicando-se a equação ( * ) por (-5) e a adicionarmos à equação ( **)
Substituindo o valor de b na equação (*) original, tem-se: a = (540 – 55b)/11 = (540 – 173.8)/11 = 33.318 => a = 33.318 A equação da reta que melhor representa os pontos dados é: Y = 33.318 + 3.1545 X Pode-se ter uma primeira ideia da adequação com que a reta permite prever futuros valores de Y, desde que conhecidos os correspondentes valores de X. Por exemplo, se quisermos o valor estimado de Y para X = 3 (valor real de Y é 38) teremos: Y = 33.318 + 3.1545*3 = 42.78 Valores reais e previstos
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Tela 24 |
Resumo Um modelo genérico de previsão e manutenção dos dados relativos à demanda é composto por cinco passos, a saber: objetivo, coleta e análise dos dados, seleção da técnica de previsão, obtenção das previsões e monitoramento do modelo. Os modelos de previsão de demanda classificam-se em qualitativos e quantitativos. Os modelos apresentados e exemplificados fundamentam-se em técnicas quantitativas. As técnicas das médias simples, ponderadas e exponencialmente ponderadas usam dados históricos para calcular uma média das demandas passadas. Essa média é usada como estimativa. A técnica
de regressão linear por mínimos quadrados estabelece relação
entre variáveis. Uma variável é conhecida ou assumida,
e usada para prever o valor de uma variável desconhecida. Dados
antigos estabelecem uma relação funcional entre as duas
variáveis. |
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| Unidade 3 | Módulo 3 | Tela 25 |
| 1
- Programação e Controle da Produção
Programar e controlar a produção são atividades marcadamente operacionais; encerram um ciclo de planejamento mais longo que teve início com o planejamento da capacidade. Os objetivos da programação da produção – potencialmente conflitantes entre si – são:
Reduzir custos operacionais requer que sejam reduzidos:
Por sua vez, atingir a produtividade desejada de pessoas e máquinas pode exigir um grau de ocupação desses recursos que pode levar ao aumento dos estoques. Finalmente, manter ou melhorar o nível de atendimento aos clientes pode também levar ao aumento de estoques, notadamente se a demanda for muito flutuante. Evidentemente, exige-se um balanço e um compromisso finais entre os vários objetivos, que dificilmente poderão ser totalmente atendidos ao mesmo tempo. |
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Tela 26 |
| Em
atividades industriais, programar a produção envolve,
primeiramente, o processo de distribuir as operações necessárias
pelos diversos centros de trabalho. Essa fase recebe o nome de alocação
de carga. Dado que diferentes operações podem aguardar
processamento num dado centro, a programação da produção
também envolve o processo de determinar a ordem na qual essas operações
serão realizadas. A essa fase dá-se o nome de sequenciamento
de tarefas.
Controlar a produção significa assegurar
que as ordens de produção serão cumpridas de forma
certa e na data certa. Para tanto, é preciso dispor de um sistema
de informações que relate periodicamente sobre: material
em processo acumulado nos diversos centros. |
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Tela 27 |
| 2
- O plano mestre de produção
Dá-se o nome de Plano Mestre de Produção - PMP - ao documento que diz quais itens serão produzidos, e quanto de cada item, para determinado período. Geralmente, esse período cobre algumas poucas semanas, podendo chegar a seis meses ou mesmo um ano. O PMP deverá ter aspecto simplificado como demonstra a quadro "Aspecto do plano mestre de produção semanas".
Chegar a um plano mestre de produção, o qual compatibilize as necessidades de produção com a capacidade disponível, pode revelar-se uma tarefa complexa, em especial se os produtos envolvidos exigirem muitas operações, em regime intermitente, com a utilização de mesmo equipamento para diversos produtos. A partir do momento em que o plano mestre de produção diz o que será feito – quais os produtos e quanto de cada um deles –, começa então o problema de programar e controlar a produção para segui-lo; para tal, estão disponíveis técnicas e métodos. |
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Tela 28 |
3 - Programação para sistemas de volume intermediário É o sistema em que os diversos produtos são feitos na mesma linha de produção, tal como acontece com bebidas, cigarros, refrigeradores, aparelho de som etc. Toda vez que um produto é programado, é necessária mudança nas linhas, isto é, novo ajuste e preparação de máquinas. Para que isso ocorra, duas perguntas devem ser respondidas:
A resposta à pergunta quanto produzir pode ser dada de muitas formas, pois não faltam critérios específicos de cada empresa, baseados no bom senso ou em razões de ordem histórica. A teoria elementar dos custos associados aos estoques fornece a quantidade a fabricar que leva em conta, de um lado, os custos de preparação de máquinas para uma rodada de produção e, de outro, os custos de manter o produto em estoque. Esses dois custos são antagônicos: para se gastar menos com a preparação de máquinas é preciso diminuir o número de rodadas de produção, o que, para um dado nível de demanda, leva ao aumento na quantidade fabricada de cada vez e, consequentemente, nos estoques mantidos. Esse aumento nos estoques fará aumentar o custo de manutenção associado. Entretanto,
se os dois custos – preparação de máquinas
e manutenção de estoques, forem somados, é possível
determinar uma quantidade a produzir que minimize a soma. Essa quantidade
é chamada Lote Econômico de Fabricação
(LEF) e constitui possível resposta à pergunta de quanto
produzir de cada produto que utiliza a linha. |
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Tela 29 |
A outra questão – em que ordem produzir – é a do sequenciamento. Antes de qualquer coisa, é bom notar que o sequenciamento afeta o custo de preparação: há sequências melhores e piores sob esse ponto de vista. Assim, quando se passa de um produto a outro semelhante em termos de necessidades de processamento, o custo de preparação é relativamente menor do que se passarmos de um produto a outro com características muito diferentes. Na prática, o custo de preparação pode obrigar que se respeite essa sequência mais favorável de programação.
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Tela 30 |
Uma técnica usada para o sequenciamento é o chamado o Tempo de Esgotamento (TE). Dado um produto candidato ao sequenciamento, o seu Tempo de Esgotamento é definido como:
em que a taxa de consumo é a quantidade média consumida no intervalo de tempo (dia, semana, mês etc.). Se tivermos 3000 unidades de um produto estoque, por exemplo, e a sua taxa de consumo for de 800 unidades por semana, o seu Tempo de Esgotamento será de: TE = 3000/800 = 3,75 semanas O Tempo de Esgotamento é medida da urgência com que o produto deve ser fabricado: quanto menor o TE, mais cedo o produto estará em falta. Portanto, quando existirem vários produtos aguardando processamento na mesma linha, programa-se primeiro o produto com menor Tempo de Esgotamento. Tão
logo termine o processamento do produto escolhido, os cálculos
devem ser refeitos para que se determine o novo produto a ser sequenciado. |
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Tela 31 |
| Exemplo
Dados os cinco produtos apresentados na tabela seguinte, programá-los para o processamento de acordo com a técnica do Tempo de Esgotamento (efetuar as três primeiras rodadas).
Solução O quociente do estoque disponível pela taxa de consumo nos dará o valor do Tempo de Esgotamento TE para cada um dos produtos. Repete-se a tabela abaixo já com os tempos de esgotamento na última coluna.
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Tela 32 |
| O
primeiro produto a ser programado é o V, pois apresenta o menor TE
(tempo de esgotamento igual a 1,125). Serão feitas 2.800 unidades
do produto, ou seja, o LEF, no tempo de 1 semana (duração
rodada). Após esse tempo, é preciso refazer os cálculos,
para se determinar qual produto será então processado. Os
estoques iniciais serão variados. O estoque do produto I, por exemplo,
baixa de 1600 para 1400 unidades, porque foram consumidas 200 unidades da
semana de produção do produto V; de maneira semelhante, o
produto IV, digamos, tem seu estoque diminuído de 9.600 para 8.600
unidades e assim por diante. O produto V, que esteve em processamento durante
a semana, terá um estoque de:
Estoque final = estoque inicial + quantidade produzida – consumo semanal Estoque final = 900 + 2.800 – 800 = 2.900 unidades Veja na tabela todos os valores recalculados ao final
da semana 1, inclusive os novos tempos de esgotamento (TE), que
indicam que devemos processar o produto III. |
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Tela 33 |
| Final da semana 1
Ao final da semana 2.5 (ou seja, 1 + 1.5), quando termina o processamento do produto do produto III, os valores dos estoques terão novamente se alterado; como o tempo decorrido desde o último cálculo foi de 1,5 semanas (quanto durou o processamento do produto III), o consumo foi proporcional a esse tempo. Assim, por exemplo, do II foram consumidas 1800 unidades (1.200 x 1,5). Todos os cálculos refeitos até o final da semana 2,5 estão na tabela seguinte: Final da semana 2.5
Uma nova tabela mostraria que o produto II será o próximo a ser processado, sendo que esse processamento estará terminado ao final da semana 3,5. |
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Tela 34 |
| 4
- Programação para sistemas de baixo volume
Esta situação corresponde tanto a atividades industriais como a atividades de serviços. No caso das primeiras, temos a produção feita de forma intermitente, com muitos produtos, cada qual com sua sequência própria das operações; com frequência, as mesmas máquinas ou centros de trabalho, agrupados por funções, são utilizados para operações em diferentes produtos. Já no caso de serviços, as operações irão atuar sobre os próprios clientes, ou sobre documentos, papéis, formulários etc. A programação da produção nos sistemas intermitentes é bastante complexa. O fluxo irregular de material, graças ao projeto do arranjo físico característico, com centros de trabalho especializados, pode provocar o aparecimento de consideráveis quantidades de estoques de material em processo. Este material acumula-se em filas, junto aos centros de trabalho, aguardando o devido processamento.
Tais filas fazem com que o tempo efetivamente dedicado
ao processamento de um dado material seja muito menor que o tempo que
ele fica parado, aguardando a sua vez. Tornar o fluxo de trabalho mais
ritmado e as filas menores possíveis é o grande desafio
para os sistemas intermitentes. |
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Tela 35 |
De
forma simplificada, há duas questões básicas que a
programação deve responder:
A alocação de carga pode ser facilmente resolvida por meio de um gráfico de Gantt. Iremos concentrar atenção na atividade de sequenciamento. Qualquer regra que estabeleça um sequenciamento de trabalhos deve se guiar por algum critério. É preciso que essas grandezas sejam definidas, dado que delas derivam os principais critérios de sequenciamento utilizados. Consideramos para tanto que n trabalhos encontram-se num dado centro de trabalho para processamento, numa sequência já estabelecida. Define-se:
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Tela 36 |
| Exemplo
1
Cinco trabalhos foram sequenciados em um centro de processamento, na ordem de chegada: A, B, C, D e E. Conhecendo-se o tempo de processamento e a data devida, calcular, para cada um deles:
Solução Da maneira como são definidas as grandezas procuradas, devemos calcular, progressivamente: tempo de espera, tempo de término e o atraso de cada trabalho. Os cálculos resumem-se no seguinte:
A regra de sequenciamento ilustrada pelo exemplo é chamada Regra PEPS. É a regra dominante em atividades de serviço. Poderiam ser utilizados outros critérios, como Minimização do Tempo Médio de Término, que procura sequenciar os trabalhos na ordem crescente de seus Tempos de Processamento. |
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Tela 37 |
| Exemplo
2
Considere novamente o problema de sequenciamento apresentado anteriormente. Efetue o sequenciamento de forma a minimizar o tempo médio de término (regra MTP) e compare o resultado com a regra PEPS.
Solução A regra MTP resulta no sequenciamento E (1), C (2), D (4), A (5) e B (8). Os cálculos são então feitos de acordo com as definições de tempo de espera, tempo de término e atraso. A tabela abaixo apresenta o mesmo formato do exemplo 1 para facilitar as comparações.
Em relação à regra PEPS, o tempo médio de espera passou de 10,4 dias para 4,6 dias. Isso acabou reduzindo o tempo médio de término, de 14,4 para 8,6. Inicialmente, houve melhoria em relação aos atrasos; apenas o trabalho B ficará atrasado (ao passo que na regra PEPS os trabalhos B, C e D ficaram atrasados) e o tempo médio passou de 4,4 dias para 2,2 dias. Em relação aos critérios analisados, a regra MTP se mostrou superior à regra PEPS. |
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Tela 38 |
| 5
- Programação para sistemas de alto volume
A linha de montagem representa o caso clássico do fluxo de operações em um sistema contínuo. Na linha de montagem, o produto (ou parte dele) é dividido em certo número de operações (ou tarefas) que devem ser distribuídas por postos de trabalho. O posto de trabalho é ocupado por uma ou mais pessoas; mesmo que haja uma só pessoa no posto de trabalho, mais de uma tarefa ou operação pode ser alocada ao posto.
Embora a
sequência de operações seja fixa, a sua designação
a postos de trabalho pode ser mais eficiente ou menos eficiente, no sentido
de melhor ou pior aproveitamento do tempo disponível em cada posto.
A tarefa do balanceamento de linha é atribuir as tarefas aos postos
de trabalho de forma a atingir uma dada taxa de produção
e de forma que o trabalho seja dividido igualmente entre os postos. |
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Tela 39 |
Um
exemplo ajudará a introduzir alguns conceitos importantes sobre a
linha de montagem. Um produto ou serviço requer, para sua execução
5 operações A, B, C, D e E, de forma que A seja a primeira
operação B e C seguem-se obrigatoriamente depois de A, mas
independentes entre si, D só pode ser feita depois que A, B e C estejam
concluídas, a fim de que venha por último, depois que as anteriores
estejam concluídas. Supõe-se, também, que cada tarefa
tenha um tempo de duração fixo e conhecido: A toma 1 minuto,
B e C tomam dois minutos cada uma, e D e E tomam 5 e 3 minutos respectivamente.
Essas informações estão consolidadas no quadro abaixo:
Por outro lado, a figura abaixo apresenta o chamado Diagrama de Precedências, que facilita a visualização da ordem em que as tarefas devem ser completadas. No Diagrama de Precedências, as tarefas são apresentadas por círculos, unidos por retas que simbolizam a precedência. Ao lado de cada círculo, coloca-se a duração da tarefa correspondente.
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Tela 40 |
| O
conteúdo de trabalho em uma unidade do produto é
medido pela soma dos tempos das tabelas; o conteúdo do trabalho é
1+2+2+5+3 = 13 minutos. O conteúdo do trabalho é o tempo que
se gastaria para se fazer uma unidade se houvesse um só posto de
trabalho.
Se a linha operar diariamente durante 8 horas (480 minutos) e a taxa de produção for de 80 unidades por dia, o tempo disponível para se fazer uma unidade será de:
Para que haja um balanceamento entre os postos de trabalho, nenhum deles pode ter mais que 6 minutos disponíveis (em caso contrário, a taxa de produção irá aumentar ou diminuir). O tempo disponível em cada posto de trabalho é chamado de tempo de ciclo. O número mínimo necessário de postos de trabalho N será dado pelo quociente entre o conteúdo de trabalho da unidade do produto e o tempo de ciclo:
Como o número N deve ser inteiro, é necessário arredondar o resultado. Portanto, deveremos ter no mínimo 3 postos de trabalho. Dessa forma, as tarefas A, B e C, que juntas consomem 5 minutos, serão alocadas no Posto 1, a tarefa D (5 minutos) é alocada ao Posto 2 e a tarefa E (3 minutos) é alocada ao Posto 3. O quadro abaixo mostra as alocações:
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Tela 41 |
| Resumo
Os objetivos da programação da produção são os seguintes: permitir que os produtos tenham a qualidade especificada, reduzir estoques e custos operacionais e manter e melhorar o nível de atendimento ao cliente. Programar a produção envolve inicialmente a alocação de carga, que é a distribuição das operações pelos vários centros de trabalho. A seguir, dadas diversas operações que aguardam processamento em um centro qualquer, a programação da produção envolve também o processo de determinar a ordem na qual essas operações serão realizadas. Esta etapa é o sequenciamento de tarefas. Uma técnica usada para o sequenciamento em sistemas de volume intermediário é o Tempo de Esgotamento, definido como o quociente entre o estoque disponível do produto e a taxa de consumo. É processado o produto com o menor Tempo de Esgotamento (quanto menor o Tempo de Esgotamento, mais cedo o produto estará em falta). Regras de sequenciamento são regras empíricas, usadas em situações rotineiras de programação. As regras estáticas mais populares são PEPS e MTP. Dada uma linha de montagem, a tarefa do balanceamento
de linha é a de atribuir as tarefas aos postos de trabalho, de
forma a atingir uma dada taxa de produção, dividindo o trabalho
tão igualmente quanto possível entre os diversos postos. |
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