Nos últimos vinte e cinco anos, os mercados financeiros da maioria dos países vêm experimentando fortes processos de mudanças. Com o avanço das telecomunicações e também da informática, assim como da interdependência entre as nações, as autoridades monetárias têm adotado políticas de desregulamentação de seus sistemas financeiros.

Assim, tornou-se natural nos dias de hoje jornais noticiarem a facilidade com que os agentes econômicos estrangeiros fazem suas aplicações na Bovespa, assim como brasileiros fazem aplicações nos mercados internacionais.

Observe que, a partir de meados dos anos 90, um número razoável de bancos internacionais vem se instalando no Brasil. O Bamerindus foi comprado pelo HSBC, que tem matriz no Reino Unido; o Banespa e o Banco Real foram adquiridos pelo espanhol Santander. Assim como os estrangeiros, bancos nacionais também estão se arriscando fora do país, principalmente nos “paraísos fiscais”.

Na divulgação para a imprensa datada de 21/12/2011 o Banco Central do Brasil informou que o crédito do sistema financeiro nacional apresentou, em novembro, expansão mais acentuada que no mês anterior, refletindo, em particular, o retorno à normalidade após a greve bancária encerrada em 17 de outubro. Nesse contexto, o saldo total das operações de crédito atingiu R$1.984 bilhões, elevando-se 1,9% no mês e 18,2% em doze meses. Em decorrência, a relação empréstimos totais/PIB subiu para 48,2%, ante 47,5% em outubro e 44,9% no mesmo período do ano anterior. No mês, a representatividade dos bancos públicos aumentou de 42,4% para 42,8% em novembro, enquanto as participações relativas às instituições privadas nacionais e estrangeiras decresceram de 40,2% para 39,9% e de 17,4% para 17,3%, respectivamente.

O segmento de crédito livre correspondeu a R$1.275 bilhões, com aumentos de 1,4% no mês e de 15,8% em relação a novembro do ano anterior, passando a representar 64,3% do total da carteira do sistema financeiro. As operações relativas a pessoas físicas totalizaram R$644 bilhões, com incrementos de 0,9% e de 17,2% nas mesmas bases de comparação, enquanto as destinadas a pessoas jurídicas registraram avanços respectivos de 1,9% e de 14,4%, atingindo R$631 bilhões.

O crédito direcionado alcançou R$709 bilhões, ao crescer 2,9% no mês e 22,8% em doze meses. Além dos financiamentos habitacionais, cujo estoque atingiu R$182 bilhões, expandindo-se 2,9% no mês e 44% em doze meses, mantiveram desempenho expressivo os financiamentos do BNDES, com saldo de R$409 bilhões e expansões de 2,6% no mês e de 15,7% em doze meses. Destaque-se a expansão mensal de 4,9% nos financiamentos diretos do BNDES, que atingiram saldo de R$203 bilhões, com participação relevante de desembolsos aos setores de energia, mineração e telecomunicações.



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