| Unidade 2 | Módulo 1 | Tela 1 |
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- Conceitos básicos
Imagine uma empresa; você já sabe que o ativo refere-se a investimentos e que, o passivo, a fontes de recursos.
A empresa em questão
seria uma indústria de confecção, onde, por decisão
da diretoria, foi aprovada uma expansão no parque fabril. Tal decisão
irá exigir desembolso de dinheiro por parte da empresa. Muito bem,
onde buscar este dinheiro? Este aumento poderá ser utilizado pela empresa em novos investimentos no seu parque fabril e/ou ser utilizado para atender suas necessidades de giro. Outra maneira de uma empresa buscar dinheiro seria por meio da emissão de novas ações, com isso, o seu patrimônio líquido seria aumentado via capital social. A empresa poderia buscar dinheiro no mercado financeiro, por meio, por exemplo, da captação de empréstimos junto aos bancos e/ou via emissão de dívidas, com isso, o passivo exigível da empresa iria sofrer um aumento. Observe que todas estas fontes mencionadas irão exigir remuneração por parte da empresa, portanto, todas as projeções, tanto de receitas quanto de custos/despesas operacionais deverão ser cuidadosamente pesquisadas. |
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Tela 2 |
| Esse
investimento, caso dê certo, irá colocar a empresa em posição
de destaque no mercado. Se der errado, poderá provocar sério
abalo na situação econômico-financeira da firma.
Pode-se assegurar que toda decisão que envolve saídas e/ou potencial saída de caixa incorre em risco. Como assim? Por exemplo, na elaboração do projeto, imagine que foram previstas entradas operacionais de caixa de $ 1.000, para os próximos 10 anos. Caso isto não ocorra, isto é, entre bem menos, o risco de queda no preço das ações da empresa será significativa. Imagine agora uma outra empresa qualquer, atraída para determinada
localidade no interior do país, movida, principalmente, por incentivos
fiscais. Supondo-se que a atividade da empresa exija qualificação
de mão-de-obra com idade média escolar acima de 10 anos,
com boa qualificação técnica. Por qualquer descuido,
o departamento de recursos humanos não se apercebe que naquela
localidade ou região um dos pontos fracos está exatamente
no baixo nível escolar da PEA. |
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Tela 3 |
| Para
complicar, pense na hipótese de que a empresa assumiu compromissos
significativos com seus principais clientes no exterior, quanto a futuras
entregas de mercadorias. Pense na dor de cabeça que a empresa iria
ter que suportar quando se apercebesse que teria que contratar pessoas de
outras localidades do País. Com
isso, o seu projeto, que antes desenhava um retorno X, poderia ter de operar,
por um bom tempo, com regresso de capital bem abaixo do esperado. Como explicar
esse tipo de situação para o acionista?
Pense no investimento de milhões de dólares na construção de um hotel voltado para o turismo em região maravilhosa, linda, cheia de encantos. Feito o investimento, material de primeira linha, recursos humanos muito bem treinados, contratos com fornecedores assegurados, tudo dentro do planejado. Porém, apesar das ações do governo, a violência começa a se espalhar no local. Suponha que o projeto previa uma ocupação média de 80%, com a violência, não prevista originalmente, como ficaria o retorno deste investimento? |
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Tela 4 |
Reflita agora sobre uma empresa que opera no segmento de supermercados no Brasil e que tenha feito uma captação em divisa externa, em meados de 1998 pelo prazo de cinco anos, para, com isso, operar uma estratégia agressiva em termos de aumento na participação de mercado. Qual foi o objetivo da captação daquele dinheiro? Alcançar a posição de líder do setor, a partir de 2003. A empresa tem suas receitas quase que integralmente em reais. Considere a posição do diretor financeiro e dos demais diretores executivos que tomaram a decisão de captar os recursos em divisa externa. Qual o comportamento deles, a partir de meados de janeiro de 1999, com a implantação do regime de câmbio flutuante? Como explicar isso para o acionista? Administração
Financeira no Novo Milênio O que é risco? Suponha que você esteja pensando em comprar ações da Vale. Você pretende desembolsar $20.000,00. Admitamos que você tenha uma expectativa sobre este investimento: retorno de 20% para os próximos 365 dias. Muito bem, suponhamos que o período de tempo se passou e que você está conferindo a sua expectativa de retorno. Suponha que o retorno das ações tenha sido de 15%. O que aconteceu?
O retorno observado foi inferior ao retorno esperado: 15% < 20%. Mas, suponha que ao invés de 15% o retorno das ações tenha sido de 30%, o que aconteceu?
Na primeira situação, 15% < 20%, você experimentou risco negativo, enquanto que na 2ª hipótese, 30% > 20%, você experimentou risco positivo. Desse modo, o risco inclui não somente os resultados ruins, isto é, retornos mais baixos do que o esperado, mas também resultados bons, ou seja, retornos mais altos do que o esperado. De fato, podemos nos referir ao primeiro como downside risk e ao segundo como upside risk; porém, consideramos ambos ao medir o risco. |
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Tela 5 |
Vamos supor que, ao invés de comprar papéis da Vale, você pensasse em comprar títulos do Tesouro dos Estados Unidos (EUA), logo, você estaria investindo seu dinheiro em papéis considerados livres de risco (sem risco), ou seja, se este tipo de papel estiver prometendo 4,5% ao ano; no final de 365 dias você irá receber os 4,5% prometidos. Observe que, neste tipo de investimento, não existe a surpresa de você ter de experimentar riscos negativos ou riscos positivos. Você deve estar pensando: por qual motivo foi mencionado títulos do Tesouro dos EUA e não títulos do Tesouro do Brasil?
Suponhamos que, para
o mesmo prazo de 365 dias, um título do Tesouro do Brasil esteja
prometendo pagar 12% ao ano, e que o prêmio cobrado sobre papéis
brasileiros seja de 250 pontos. Logo, você terá de dar um
desconto de 2,5%, ou seja:
A sua taxa livre de risco seria de 9,5% ao ano e não de 12% ao ano. |
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Tela 6 |
O que é retorno? Segundo Gitman (2004), o retorno é o ganho ou a perda total sofrida por um investimento em certo período de tempo. Suponha a compra de ações da Vale. Ao comprar a ação, você desembolsa dinheiro. Qual a sua expectativa com este tipo de investimento? Uma ação poderá propiciar entradas de caixa por meio da distribuição de lucros (dividendos), além do ganho/perda de capital, isto é, a comparação entre o preço de compra e o preço da ação em determinada data futura, seja para venda, seja para simples comparação. No Brasil, além dos dividendos, o investidor em ações pode receber também juros sobre capital próprio. Ao invés de ações, agora, pense em um táxi. Ao comprar o carro, o taxista normalmente calcula:
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Tela 7 |
Agora, vamos supor a compra de um equipamento (máquina) por uma indústria. Neste caso, é necessário considerar:
Equação para o cálculo do retorno:
onde: O retorno Kt, irá refletir o efeito combinado entre o valor inicial, o fluxo de caixa e valor final durante certo período de tempo que poderá ser: um dia, uma semana, uma quinzena, um mês, um trimestre, um semestre, um ano etc.
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Tela 8 |
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Exemplos: 1) Para cada um dos seguintes investimentos, calcule a taxa de retorno obtida durante o período de tempo.
Resolução: 2)
No ano passado, você comprou 500 ações da JJ à
$40 por unidade. Suponha você recebeu dividendos no total de $1.100.
Atualmente, a ação está cotada a $42. Calcule o retorno
desse investimento. Suponha que ao comprar o papel você tenha estimado
um retorno de 10%, o que você experimentou? 3)
O Sr Y, um analista financeiro da Empresa KY, deseja estimar a taxa de
retorno para dois investimentos de riscos similares: A e B. A pesquisa
do Sr Y indica que os retornos imediatamente anteriores atuarão
como estimativa razoável dos retornos futuros. No ano anterior,
o investimento A teve um valor de mercado de $600.000,00 e o investimento
B, de $1.500.000,00. Durante o ano, o investimento A gerou um fluxo de
caixa de $250.000,00 e, o investimento B gerou um fluxo de caixa de $280.000,00.
Os valores atuais de mercado do investimento A e B são $400.000,00
e $1.300.000,00, respectivamente. |
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Tela 9 |
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4)
Suponha que você compre 50 unidades de uma ação por
$10.000. A empresa, emissora do papel, não irá distribuir
dividendos, mas no final de um ano você poderá vender suas
ações por $11.000. Qual é o retorno em seu investimento
de $10.000? 5) A tabela a seguir apresenta o preço das ações da Microsoft entre os anos 1989 e 1998. A companhia não pagou dividendos durante o período.
a) Calcule o retorno
acumulado no período? |
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Tela 10 |
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2 - A preferência com relação ao risco Segundo Gitman (2004), as atitudes em relação ao risco
diferem entre os administradores (e as empresas). Os três componentes
básicos em relação ao risco são: aversão,
indiferença e tendência.
Assim, do ponto de vista de investimento, o administrador pode ser considerado:
• administrador indiferente ao risco;
• administrador tendente ao risco.
Tanto o indiferente ao risco como o tendente ao risco apresentam comportamentos irracionais, porém, eles existem. Quando isto acontece? Em finanças corporativas convencionais, o objetivo da empresa é a maximização da riqueza do acionista. Uma maneira simples de entender este princípio seria pensar no preço das ações de uma empresa: quanto maior o preço, maior o valor da empresa. Para que isto ocorra, será necessário que o retorno dos projetos em andamento na empresa seja maior que a taxa de corte dos projetos. Quando um administrador aceita índices de risco esperados maiores, acompanhados por retornos iguais ou menores do que o retorno atual, este administrador estará indo contra o objetivo da maximização da riqueza. Podemos caracterizar este tipo de situação - quando o administrador coloca os seus interesses particulares acima dos interesses da empresa - como um problema de Agency, assunto já estudado anteriormente. |
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Tela 11 |
Observe, abaixo, uma representação gráfica caracterizando os três componentes básicos em relação ao risco.
Observe
o administrador financeiro com aversão ao risco: no momento em
que o risco aumenta, isto é, passa de x1 para x2, automaticamente,
ele exige aumento na taxa de retorno. Por sua vez, o administrador indiferente
ao risco não se movimenta, convive com o aumento do risco sem
se preocupar com o aumento da taxa de retorno. |
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Tela 12 |
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Tela 13 |
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2) Você é um administrador financeiro e deseja avaliar três perspectivas de investimentos: A, B e C. Atualmente, a empresa obtém 13% sobre seus investimentos, os quais têm um índice de risco de 5%. Os três investimentos que estão sendo considerados estão resumidos abaixo, em termos de retorno e do risco esperado.
a) Se você
fosse indiferente ao risco, quais investimentos você selecionaria?
Com base na preferência
pelo risco, que tipo de administrador financeiro irá operar estes
ativos?
Com base na preferência
pelo risco, que tipo de administrador financeiro irá operar estes
ativos? |
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Tela 14 |
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5) Um administrador financeiro deseja avaliar três perspectivas de investimentos: F, G e H. Atualmente, a empresa obtém 11,75% em suas aplicações, com um índice de risco de 3%. Os três investimentos que estão sendo considerados estão resumidos abaixo, em termos de retorno e do risco esperado.
Com base na preferência
pelo risco, que tipo de administrador financeiro irá operar estes
ativos? 6) Suponhamos que atualmente a empresa JJ esteja obtendo em suas aplicações financeiras retorno igual a 13,25% e que o índice de risco dos papéis seja igual a 4,5%. A diretora financeira da JJ está analisando três papéis diferentes: X, Y e Z para a carteira de títulos da JJ. Os três novos papéis, segundo estimativas feita pela diretora sinalizam:
Caso a diretoria
da JJ fosse tendente ao risco, qual investimento seria escolhido? |
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Tela 15 |
3 - Aversão ao risco: o investidor O investidor avesso
ao risco não participa de um negócio pelo prazer do risco,
como faz o jogador, mas sim, porque vislumbra um prêmio de risco
adequado.
Existem investidores com diferentes graus de aversão ao risco; uns com maior, outros com menor disposição para correr risco. Por esse motivo, quando ocorrem grandes turbulências nos mercados, seja na economia real, seja nos mercados financeiros, é comum a expressão: a aversão ao risco aumentou.
A corrida por papéis livres de risco naqueles momentos de pânico costuma aumentar. Por que isto acontece? Diante do aumento da incerteza, o melhor refúgio são os papéis livres de risco, ou seja, é preferível ganhar 3% ao ano em ativos livres de risco, a se expor em ativos com risco e se sujeitar a perder muito dinheiro. |
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Tela 16 |
No mercado, quanto maior a aversão ao risco, maior será o prêmio cobrado pelo investidor, logo, maior a diferença entre a taxa de juros dos ativos considerados livres de risco para os ativos com risco. Como exemplo, podemos mencionar a desconfiança criada a partir de março/abril de 2002, no Brasil, na ocasião da eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na medida em que Lula avançava nas pesquisas eleitorais, mais o risco país crescia, passando de 700 pontos em abril de 2002 para 2400 pontos em novembro/dezembro de 2002. Os investidores, temerosos das promessas antigas do Sr. Lula da Silva, chegaram a exigir um prêmio pelo risco Brasil de 24% ao ano.
Por outro lado, na medida em que a aversão ao risco diminui, maior exposição ao risco ocorre por parte do investidor. A história das bolhas especulativas tem mostrado justamente isso. A busca por ganhos maiores parece que escurece a visão do investidor, a guarda vai se abrindo e, quando menos se espera, a bolha arrebenta, e lá se vai pelo ralo o rico dinheirinho apurado durante a vida toda. |
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Tela 17 |
Exemplos
Partindo da hipótese de que predomina a aversão ao risco, qual o comportamento dos investidores em momentos como os do dia 21/01/2008? 2) No dia 12/03/2008, o Jornal Valor Econômico publicou:
Diante destas informações, como você avalia o comportamento da aversão ao risco, a partir da nova medida do Fed e do comportamento dos mercados no dia 11/03/2008? |
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Tela 18 |
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4 – Risco de um ativo individual Segundo Brigham e Ehrhardt (2006), o risco de um ativo pode ser analisado de duas formas:
Assim, o risco isolado de um ativo é o risco em que um investidor incorre caso mantenha apenas esse único ativo. Obviamente, a maioria dos ativos é mantida em carteiras, mas é necessário entender o risco isolado de forma a compreender o risco em um contexto de carteira, pois o ativo que tem um alto grau de risco, quando mantido sozinho, pode apresentar muito menor grau de risco se for mantido como parte de uma carteira com vários ativos. Nenhum investimento
será empreendido, a menos que a taxa de retorno esperada seja suficientemente
alta para compensar o investidor pelo risco percebido no investimento.
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Tela 19 |
5 - Análise de sensibilidade Segundo Gitman (2004),
a análise de sensibilidade ou análise de cenários
recorre a diversas estimativas dos retornos possíveis para oferecer
uma noção da variabilidade dos resultados. Um método
comum consiste em fazer estimativas pessimistas (pior), mais provável
(esperada) e otimista (melhor) dos retornos associados a um ativo. Nesse
caso, o risco do ativo pode ser medido pela amplitude dos retornos. A
amplitude é encontrada subtraindo-se o resultado pessimista do
resultado otimista. Quanto maior ela for, maior será a variabilidade,
ou seja, o risco do ativo. Exemplo 1) Um investidor está
tentando escolher a melhor entre duas alternativas de investimentos: a
ação do Banco A e a ação do Banco B, cada
uma exigindo desembolso inicial de recursos de $5.000. O quadro a seguir
apresenta a análise de risco dos dois papéis.
a) Determine a faixa de taxas de retorno para cada um dos dois investimentos. b) Qual o papel menos arriscado? Por quê? c) Se o investidor fosse tomar uma decisão de investimento, qual delas escolheria? Por quê? O que isso revela sobre a percepção do investidor acerca do risco? |
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Tela 20 |
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6 - Distribuições de probabilidade Segundo Gitman (2004), as distribuições de probabilidades oferecem uma visão mais quantitativa do risco de um ativo. A probabilidade de um evento é a chance de ele ocorrer. Um evento com 70% de probabilidade de ocorrência poderá acontecer sete vezes em cada dez vezes; um evento com probabilidade de 100% ocorrerá com certeza. Eventos com probabilidade igual a zero nunca ocorrem. Uma distribuição de probabilidades é um modelo que associa probabilidades aos eventos correspondentes. O tipo mais simples é o gráfico de barras, que mostra somente um número limitado de combinações entre eventos e probabilidades. Se conhecêssemos todos os eventos possíveis e as probabilidades correspondentes, poderíamos construir uma distribuição contínua de probabilidades. A distribuição contínua de probabilidade mais importante em estatística é a distribuição normal. As distribuições normais podem ser usadas para modelar muitos conjuntos de medidas na natureza, na indústria, no comércio, no mercado financeiro etc. Uma distribuição normal de probabilidade se assemelha a uma curva em forma de sino. Essa curva é denominada de curva normal ou de Gauss. Nela, a média, a mediana e a moda são iguais. A curva normal tem formato de sino e é simétrica em torno da média. A área sob a curva normal é sempre igual a 1,0 ou 100%. A curva normal aproxima-se mais do eixo x (abscissa) à medida que se afasta da média em ambos os lados, mas nunca toca o eixo.
Metade da área sob uma curva de Gauss está à esquerda do valor da média, indicando que há 50% de probabilidades de que o resultado efetivo seja menor que a média. Metade da área está à direita do valor da média, indicando a probabilidade de 50% de que será maior do que o valor da média. Da área sob a curva, 68,26% estão dentro de mais ou menos um desvio-padrão da média; 95,46% estão dentro de mais ou menos dois desvios-padrão da média, e 99,74% ficam dentro de mais ou menos três desvios-padrão da média. |
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Tela 21 |
7 - Mensuração de risco Suponhamos que o administrador financeiro da Empresa JJ esteja interessado em analisar o desempenho histórico de um par de ativos: a ação da Empresa A e a ação da Empresa B. A Empresa JJ dispõe de uma folga no seu fluxo de caixa no valor de $100,00 para os próximos 90 dias e o administrador financeiro pretende aplicar a sobra de caixa numa destas duas ações. O administrador financeiro utilizará instrumentos de medidas fornecidos pela estatística para atender ao seu objetivo de escolha de uma das duas ações. Para dimensionar o retorno numa carteira com apenas um ativo (ativo isolado), será utilizada a medida de tendência central, média, que irá medir o retorno médio do ativo. Para a mensuração do risco, serão utilizadas três estatísticas medidoras de risco:
Todas essas medidas são conceitos estudados em Estatística. A média de
um conjunto de dados históricos é a soma das entradas de
dados históricos dividida pelo número de entradas. Diante
de dados estimados (futuros) e com a mesma probabilidade de ocorrência
para cada um dos dados, o mesmo processo de cálculo será
aplicado. Porém, diante de uma distribuição de probabilidade
com chances diferentes de ocorrência para cada um dos dados, a média
será apurada com base no somatório do produto de cada dado
pela sua respectiva chance de ocorrência. |
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Tela 22 |
Neste curso, o retorno médio de um ativo será representado da seguinte maneira:
A variância, assim como o desvio-padrão têm por objetivo medir estatisticamente a variabilidade (grau de dispersão) dos retornos histórico/estimado de um ativo. Tanto a variância quanto o desvio-padrão não poderão apresentar valores negativos. Os valores serão expressos em porcentagem, sendo o menor valor para estas duas estatísticas medidoras de risco igual a 0%. A variância possui uma desvantagem, seus valores são expressos ao quadrado, com isso, sua interpretação torna-se difícil. A variância
é apresentada pela letra grega minúscula sigma ao quadrado: O desvio-padrão
é apresentado pela letra grega minúscula sigma: Enquanto a variância e o desvio-padrão medem o grau de dispersão absoluta dos valores em torno da média (retorno médio), o coeficiente de variação indica a dispersão relativa, ou seja, o risco por unidade de retorno observado/esperado. Neste curso, o símbolo do coeficiente de variação será: CV. Na medida em que os
exercícios forem desenvolvidos, iremos apresentar as fórmulas
para cada uma das estatísticas utilizadas. |
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Tela 23 |
Exemplos 1) O administrador financeiro da empresa JJ dispõe de $100,00 para aplicar no mercado financeiro. O investimento será na Ação A ou na Ação B. Nos últimos cinco anos, os dois papéis renderam:
Pede-se:
2) O administrador financeiro da Empresa XYZ dispõe de $100,00 para aplicar no mercado financeiro. O investimento será no Ativo C ou no Ativo D. O financeiro da XYZ está projetando os seguintes retornos para cada um dos papéis:
Pede-se:
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Tela 24 |
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Solução 1 a)
Retorno médio observado (dado histórico). Onde: Qual deve ser a preocupação diante de um retorno médio? Devemos nos preocupar com a consistência do retorno médio. É fácil ou não alcançar os 13% no caso da Ação A e os 15% no caso da Ação B? Quanto mais próximo do retorno médio estiverem os retornos observados que lhe deram origem, menor será a dispersão em torno do retorno médio e menor será o risco do ativo. Quanto mais dispersos do retorno médio estiverem os retornos observados que lhe deram origem, maior será o risco, pois, mais difícil será o alcance daquele retorno médio observado. Para sabermos a dispersão em torno do retorno médio, a estatística nos fornece estatísticas medidoras de risco. b)
Variância dos retornos observados: Onde: Variância dos
retornos observados da Ação A: Variância dos
retornos observados da Ação B: Percebemos que, no cálculo de cada uma das dispersões, a diferença está ao quadrado, portanto, não há como encontrarmos valores negativos no cálculo da variância. Por serem quadráticos, é difícil a interpretação da variância em relação ao retorno médio observado, já que este não está na mesma base da variância. Com base na variância, percebemos que o ativo mais arriscado é a Ação B, porque apresenta a maior variância. c)
Desvio-padrão dos retornos observados: Em relação à fórmula da variância, a diferença está na raiz quadrada. Portanto, o desvio-padrão dos retornos esperados é igual à raiz quadrada da variância, assim como a variância é igual ao desvio-padrão ao quadrado. Desvio-padrão
dos retornos observados da Ação A Desvio-padrão
dos retornos observados da Ação B: O desvio-padrão é a medida de quanto um retorno observado se desvia do retorno médio observado. Quanto mais espalhados estiverem os retornos observados, maior será o desvio-padrão, maior será a dispersão dos retornos, mais o retorno verdadeiro tende a ser diferente do retorno médio. Neste exemplo, o ativo mais arriscado com base no desvio-padrão é o Ativo B, que apresenta o maior desvio-padrão. d)
Coeficiente de variação
CVA = 17,89/13 Percebemos que a Ação B é: 1,45/1,38 = 1,05 vez mais arriscada do que a Ação A, com base no coeficiente de variação. O coeficiente de variação mostra o risco por unidade de retorno e oferece uma base mais confiável para comparação, quando os retornos esperados nas duas alternativas não são iguais. e) Percebemos que a Ação B é mais arriscada do que a Ação A porque apresenta a maior variância entre os retornos observados, o maior desvio-padrão entre os retornos observados e o maior coeficiente de variação, como predomina a aversão ao risco, a escolha do ativo dependerá do grau de aversão ao risco do administrador financeiro da Empresa JJ. Supondo que o administrador financeiro tenha uma maior aversão ao risco, ele escolherá a Ação A para aplicar os $100,00, por ser o ativo menos arriscado: apresenta o menor risco e o menor retorno médio observado. Supondo que o administrador financeiro tenha uma menor aversão ao risco, ele escolherá a Ação B para aplicar os $100,00, por ser o ativo mais arriscado e apresentar retorno médio observado maior. |
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Tela 25 |
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Solução 2 a) Retorno médio
esperado (estimado) Fórmula da
variância dos retornos esperados Variância dos
retornos esperados do Ativo C c)
Desvio-padrão dos retornos esperados (estimados) Desvio-padrão
dos retornos esperados do Ativo C Desvio-padrão
dos retornos esperados do Ativo D d) Coeficiente
de variação Com base no coeficiente de variação, o Ativo C seria: 1,12/0,98 = 1,14 vez mais arriscado do que o Ativo D. e) Percebemos que o Ativo C é mais arriscado do que o Ativo D porque apresenta a maior variância entre os retornos estimados, o maior desvio-padrão entre os retornos estimados e o maior coeficiente de variação. Como predomina a aversão ao risco, a escolha do ativo dependerá do grau de aversão ao risco do administrador financeiro da Empresa XYZ. Supondo que o administrador financeiro tenha uma maior aversão ao risco, ele escolherá o Ativo D para aplicar os $100,00, por ser o ativo menos arriscado: apresenta o menor risco e o menor retorno médio estimado. Supondo que o administrador financeiro tenha uma menor aversão ao risco, ele escolherá o Ativo C para aplicar os $100,00, por ser o ativo mais arriscado e apresentar o retorno médio esperado maior. Logo, investidores com maior aversão ao risco procurarão ativos menos arriscados, porém, terão de se contentar com retornos menores. Por sua vez, investidores com menor aversão ao risco estarão dispostos a correr riscos maiores, desde que os ativos sinalizem retornos maiores. |
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Tela 26 |
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3) O administrador financeiro da empresa Alfa dispõe de $100,00 para aplicar no mercado financeiro. O investimento será na Ação A ou na Ação B. O financeiro está estimando as seguintes ocorrências:
Pede-se: a) calcule o retorno
médio observado para cada uma das ações; 4) Suponha dois ativos, A e B, onde observamos:
O Sr. J é um operador da Corretora de Títulos e Valores Mobiliários XYZ. O Sr. M é um cliente da Corretora XYZ e confia muito nas dicas do Sr. J para suas aplicações financeiras. O Sr M deixa os cálculos sempre por conta do Sr J, logo, o que o Sr J sugere, imediatamente o Sr M acata. O Sr M está disposto a fazer uma aplicação no valor de $50.000,00 numa carteira com um ativo isolado. Suponhamos que predomine a aversão ao risco e que o Sr M seja daquele tipo de investidor que aceita correr risco desde que, quanto maior o risco, maior o retorno exigido. A seguir, duas situações em que o Sr M poderia estar exposto. a) Suponhamos que o Sr J (operador) esteja olhando os seus interesses e não os do Sr M, sendo que, para o Sr J, é muito importante a negociação da ação A. Seria possível ele indicar a Ação A? Solução |
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Tela 27 |
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Solução 3 a) Retorno
médio esperado (estimado) Onde: b) Variância
dos retornos esperados
Ativo A: Ativo B c)
Desvio-padrão dos retornos esperados Ativo A: Ativo B d)
Coeficiente de variação Com base no coeficiente de variação, o Ativo A seria: 0,86/0,15 = 5,73 vezes mais arriscado do que o Ativo B. e) Percebemos que o Ativo A é mais arriscado do que o Ativo B porque apresenta a maior variância entre os retornos estimados, o maior desvio-padrão entre os retornos estimados e o maior coeficiente de variação. Como predomina a aversão ao risco, a escolha do ativo dependerá do grau de aversão ao risco do administrador financeiro da Empresa Alfa. Supondo que o administrador financeiro tenha uma maior aversão ao risco, ele escolherá o Ativo B para aplicar os $100,00, por ser o ativo menos arriscado: ele está disposto a correr menos risco, por este motivo, aceitará um retorno menor. Supondo que o administrador financeiro tenha uma menor aversão ao risco, ele escolherá o Ativo A para aplicar os $100,00. Ele está disposto a correr risco maior, no entanto, exigirá um retorno maior. Logo, investidores com maior aversão ao risco procurarão ativos menos arriscados, porém, terão de se contentar com retornos menores; por sua vez, investidores com menor aversão ao risco estarão dispostos a correr riscos maiores, desde que os ativos sinalizem retornos maiores. Neste exemplo, percebemos
que o somatório das probabilidades (chances de ocorrência
do evento) alcançou 100%. Você observou que, tanto no cálculo
do retorno médio quanto no da variância e do desvio-padrão,
multiplicamos sempre pela respectiva chance de ocorrência e, como
nos dois exemplos anteriores, não operamos a divisão pelo
número de observações. |
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Tela 28 |
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5) Suponhamos dois ativos, A e B, que apresentam as seguintes informações:
Calcule o valor do desvio-padrão e o valor da variância de cada um dos ativos. Supondo que predomine a aversão ao risco, para uma carteira com apenas um ativo isolado, um investidor com $100.000,00 irá investir em qual dos dois ativos? 6) Suponhamos dois ativos, A e B, que apresentam as seguintes informações:
Calcule o valor do desvio-padrão e o valor da variância de cada um dos ativos. Supondo que predomine a aversão ao risco, para uma carteira com apenas um ativo isolado, um investidor com $100.000,00 irá investir em qual dos dois ativos? |
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Tela 29 |
7) Determinar a faixa para a taxa de retorno e o valor do retorno esperado, Ke, para os ativos A e B, conforme quadro a seguir.
Solução: Faixa
do Ativo A: 22% – 10% = 12% |
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Tela 30 |
8) Calcular o valor dos desvios-padr�o dos ativos A e B.
Observa-se que o Ativo A apresentou desvio-padrão de 4,272%, enquanto o Ativo B, de 5,6789%. Logo, com base no desvio padrão, o Ativo que apresenta maior risco é o Ativo B, pois, opera com maior desvio-padrão. |
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Tela 31 |
| 9)
Com base no exemplo 8 calcule o coeficiente de varia��o, CV, para os Ativos
A e B. Resposta: aplicando-se a f�rmula para cada um dos Ativos, encontra-se:
Ativo A: cv
= 0,04272/0,165 Ativo B: cv
= 0,056789/0,165 O Ativo B opera com um coeficiente de variação mais alto; logo, é mais arriscado que o Ativo A. Observe a razão: 0,3442/0,2589 = 1,3295; isto significa que o Ativo B é 1,3295 vez mais arriscado que o Ativo A. 10) Partindo da hip�tese de que a distribui��o de probabilidade de retornos para os Ativos A e B (exemplo 8) � normal, calcule a faixa de resultados dos retornos esperados associados com as seguintes probabilidades de ocorr�ncia: a)68,26%; b)95,46%; c) 99,74%. Resposta
Ativo A a) 68,26% do retorno esperado irão localizar-se entre: 16,5% - 4,272% = 12,228% b) 95,46% do retorno esperado irão localizar-se entre: 16,5% - (4,272% x2) = 7,956% c) 99,74% do retorno esperado irão localizar-se entre: 16,5% - (4,272% x3) = 3,684% Ativo B a) 68,26% do retorno esperado irão localizar-se entre: 16,5% - 5,6789% = 10,8211% b) 95,46% do retorno esperado irão localizar-se entre: 10,8211% - 5,6789% = 5,1422% c) 99,74% do retorno esperado irão localizar-se entre: 5,1422% - 5,6789% = -0,5367%
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Tela 32 |
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11) Suponhamos que voc� tenha aplicado em apenas duas a��es, X e Y. Voc� acha que os retornos das a��es dependem das probabilidades a seguir:
a) Calcule
a taxa esperada de retorno, Ke, para as ações
X e Y; 12) Suponha que a a��o A, nos �ltimos quatro anos, tenha apresentado os seguintes retornos:
Calcule a
taxa de retorno média do título, assim como, a variância
e o desvio-padrão dos retornos da ação. |
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Tela 33 |
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a) Ação X ke
= Σ
(-0,10 x 0,1) + (0,02 x 0,2) + (0,12 x 0,4) + (0,20 x 0,2) + (0,38 x 0,1) ke = Σ (-0,35 x 0,1) + (0 x 0,2) + (0,20 x 0,4) + (0,25 x 0,2) + (0,45 x 0,1) ke = 14% b) Ação X σ
= σ
= x 0,2 +
(0,45 – 0,14)2 x 0,1 c)
Ação X d)
Resposta: |
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Tela 34 |
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13) O mercado e a ação J têm as seguintes distribuições de probabilidade:
a) Calcule as taxas
de retorno esperadas para o mercado e para a Ação J 14) O retorno esperado de uma Ação tem a seguinte distribuição:
Calcule o retorno esperado da ação, o desvio-padrão e o coeficiente de variação. |
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Tela 35 |
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| 15) Suponhamos que você tenha aplicado em apenas duas ações, A e B. Você acha que os retornos das ações dependem dos três estados seguintes da economia, que têm probabilidades iguais de ocorrência:
Calcule o retorno esperado de cada ação a variância e o desvio-padrão dos retornos de cada ação. 16) O retorno esperado de uma Ação tem a seguinte distribuição:
Calcule o retorno
esperado da ação, o desvio-padrão e o coeficiente
de variação. |
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Tela 36 |
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| 17) Suponha
que você ganhasse na loteria e lhe fosse oferecido (1) $0,5 milhão
ou (2) um jogo no qual você obtivesse $1 milhão, se a moeda
lançada desse cara; não ganharia nada, se desse coroa.
a) Qual o valor esperado desse jogo? b) Você prefere receber $0,5 milhão garantido ou jogar? Esta resposta deverá ser dada de forma pessoal. Há quem prefira receber $0,5 milhão. c) Se você escolhesse a hipótese segura de $0,5 milhão, você seria investidor avesso ao risco, ou amante do risco? d) Suponha que você efetivamente aceitasse o $0,5 milhão. Você pode investi-lo tanto num título do Tesouro americano, que lhe oferece retorno de $537.500 no final de um ano, ou em uma ação ordinária que tem probabilidade 50/50 de não valer nada ou valer $1.150.000 ao final de um ano. (1) Qual é o lucro, em dólares, esperado sobre o investimento em ações? (O lucro esperado sobre o investimento no título de dívida do Tesouro americano é de $37.500.) (2) Qual é a taxa esperada de retorno sobre o investimento em ações? (3) Qual é a taxa esperada de retorno sobre o título do Tesouro americano? 18) Duas ações, Koke e Pepsee, tinham a mesma cotação, há dois anos. Nos dois últimos anos, o preço da ação de Koke subiu primeiro 10% e depois caiu 10%, enquanto o preço da ação da Pepsee primeiro caiu 10% e depois subiu 10%. Essas duas ações têm o mesmo preço hoje? Por quê? |
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Tela 37 |
Resumo Todo administrador financeiro opera com o intuito de maximizar o preço da ação nas organizações. Todo administrador financeiro deve aprender a avaliar os dois determinantes principais do preço da ação: o risco e o retorno. O risco pode ser definido como a probabilidade de que algum evento desfavorável venha a ocorrer. O retorno mede o desempenho financeiro de um investimento durante determinado período de tempo. Com relação ao comportamento do administrador financeiro, com relação ao risco, predomina o avesso ao risco. Ele deve ser compensado por operar ativos com risco. Logo, à medida que aumenta o risco, aumenta a exigência de retorno. Pela da análise de sensibilidade, o investidor opera na forma de estimativas de retornos otimistas, mais prováveis e pessimistas. Neste tipo de análise, o risco pode ser medido através de uma faixa ou amplitude. Quanto maior a faixa ou a amplitude, maior será a variabilidade ou risco. Outra maneira de se avaliar o risco seria por meio da análise quantitativa, isto é, pelo emprego de probabilidades, distribuição probabilística, desvio padrão e coeficiente de variação. |
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| Unidade 2 | Módulo 2 | Tela 38 |
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1 - Carteira com dois ativos diferentes Pense em um investidor que dispõe de $100.000,00. Este investidor poderia utilizar esta sobra de caixa para aplicar, por exemplo, em títulos do Tesouro dos Estados Unidos, com prazo de vencimento de 12 meses. Neste caso, o investidor estaria aplicando todo o seu dinheiro numa carteira com apenas um ativo, além de ser um investidor que apresenta forte aversão ao risco, pois, prefere papéis considerados livres de risco.
Agora vamos pensar num investidor com menor aversão ao risco e que tenha suas sobras de caixa aplicadas numa carteira (portfólio) com dois papéis (títulos) diferentes, por exemplo: 40% em ações da Gerdau S.A. e 60% num Fundo de Renda Fixa. Este segundo tipo de investidor já não está mais concentrando toda a sua sobra de caixa num único ativo; ele já está diversificando os seus investimentos.
Você deve estar pensando: não seria mais interessante o investidor colocar suas sobras de caixa numa carteira com mais de dois ativos diferentes? Sim, seria. Quanto mais diversificada for uma carteira, melhor, pois menor tende a ser o risco. |
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Tela 39 |
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2 – Retornos de carteira Segundo Brigham e
Ehrhardt (2006), o retorno esperado de uma carteira, Fórmula: Onde: |
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Tela 40 |
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Exemplos
2) Suponhamos que um investidor disponha de $100.000,00, aplicados numa carteira de ações composta por cinco papéis diferentes. Os retornos esperados para os cinco papéis, para os próximos doze meses, estão listados a seguir e foram estimados pelo analista de investimento da Corretora XZY. Calcule o retorno esperado para essa carteira.
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Tela 41 |
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3
– Risco de carteira |
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Tela 42 |
Segundo
Assaf Neto (2005), quando o coeficiente de correlação for
igual a rX,Y = -1,0, diz-se que os retornos dos ativos em estudo
estão negativamente (inversamente) correlacionados, isto é,
quando o retorno do ativo Y diminui, o retorno do ativo X tende a elevar-se. |
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Tela 43 |
A variância
e o desvio-padrão medem a variabilidade de títulos individuais.
Quando se deseja medir a relação entre a taxa de retorno
de dois ativos diferentes, torna-se interessante o emprego de uma medida
estatística que meça a associação entre estes
dois ativos. É aqui que entram em cena a covariância e o
coeficiente de correlação linear. Ou Ou Onde: A covariância
poderá apresentar valores positivos, negativos ou iguais a zero.
Pela fórmula do coeficiente de correlação linear, percebemos que o sinal do coeficiente será sempre determinado pelo sinal da covariância, já que o desvio-padrão não pode ser negativo. |
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Tela 44 |
Exemplos
b) Calcule o retorno para a carteira XY. c) Calcule o desvio-padrão para cada um dos ativos e também para a carteira XY. d) Calcule o coeficiente de correlação linear para as ações X e Y >Solução 1dVocê deve ter observado que o desvio-padrão da carteira XY é quase igual a zero. O mesmo não acontece com os desvios-padrão de cada um dos ativos individualmente. Logo, no momento em que se formou a carteira, o risco foi reduzido significativamente. A causa para este fato ter ocorrido está na diversificação e, principalmente, por estarmos diante de uma dupla de ativos com correlação negativa. Ao observamos o coeficiente
de correlação linear para esta dupla de ativos, percebemos
que o valor foi de -0,9952, isto é, quase igual a -1,0. Na verdade,
quando buscamos pares de ativos para formação de carteiras
com muitos ativos, o objetivo dos administradores de carteira é
a incorporação de duplas de ativos com correlação
negativa, porque, assim, será mais fácil reduzir o risco
total da carteira. |
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Tela 45 |
2) O Sr. KL pode investir em dois ativos: ativo A e ativo B. Ele está estimando os seguintes retornos para os dois ativos:
Calcule: O que podemos observar nesta carteira com dois ativos diferentes em relação à carteira com apenas um ativo individual? Neste exemplo, foi possível observar que:
Toda vez que o coeficiente de correlação linear entre os retornos de dois ativos diferentes for menor do que 1,0, para qualquer composição de carteira entre estes dois ativos, o desvio-padrão da carteira será sempre menor do que a média ponderada entre os desvios-padrão dos ativos individuais. Isto mostra que a diversificação entre ativos que apresentam coeficiente de correlação linear menor do que 1,0 irá sempre contribuir para a redução do risco total da carteira. Logo, nesta situação, irá compensar aplicar numa carteira com dois ativos diferentes ao invés de aplicar numa carteira com ativos isolados. |
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Tela 46 |
Solução 2 Retorno esperado
de cada ação - Variância e Desvio padrão dos retornos esperados de cada ação:
Covariância entre os retornos esperados das duas ações: CovA,B
= [(-6,0 – 12,25) (4,5 – 8,375) x 0,25 + (15,0 – 12,25)
(8,5 – 8,375) x 0,50 + (25,0 – 12,25) (12,0 – 8,375)
x 0,25]/10.000 Correlação entre os retornos das duas ações: Fórmula geral:
rA,B =
0,002940625/0,1130 x 0,02655 Retorno esperado da carteira AB: Desvio-padrão dos retornos esperados da carteira AB Fórmula: Onde:
Média ponderada dos desvios-padrão dos retornos esperados dos títulos individuais: MPDP = (0,60 x 11,30)
+ (0,40 x 2,66) |
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Tela 47 |
3) Suponhamos que você tenha aplicado em apenas duas ações, X e Y. Você entende que os retornos das ações dependem dos três estados seguintes da economia, que têm probabilidades iguais de ocorrência:
Calcule:
Imagine uma carteira com a seguinte composição: 70% de X e 30% de Y. Neste caso:
Neste exemplo, foi possível observar que:
Percebemos que a
diversificação provocou a queda no risco total medido pelo
desvio-padrão; este é o resultado de estarmos com uma dupla
de ativos com correlação linear menor do que 1,0. A redução
do risco total mostra que compensa aplicar numa carteira com dois ativos
diferentes ao invés de aplicar numa carteira com apenas um ativo
isolado. |
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Tela 48 |
Solução 3 Retorno esperado de cada ação: Variância e Desvio-padrão dos retornos estimados de cada ação:
CovX,Y
= {[(5,0 – 7,0) (-6,0 – 17,33) + (10,0 – 7,0) (26,0
– 17,33) + (6,0 – 7,0) (32,0 – 17,33)]/3}/10.000 Coeficiente de correlação linear entre os retornos esperados das duas ações: rX,Y =
0,001933/0,0216 x 0,1668 Retorno esperado da carteira XY: Desvio-padrão dos retornos esperados da carteira XY:
Média ponderada dos desvios-padrão dos retornos esperados dos títulos individuais: MPDP = (0,70 x 2,16)
+ (0,30 x 16,68) |
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Tela 49 |
4) Foram fornecidos a você os seguintes dados do retorno sobre três ativos - F, G, e H - durante os próximos quatro anos.
Usando esses ativos, você isolou três alternativas de investimento:
Com base nesses dados: a) calcule o retorno
esperado, a variância e o desvio-padrão para cada um dos
ativos; Diante de dois pares de ativos: um, com coeficiente de correlação linear negativa e outro, com correlação linear positiva, este, porém com coeficiente de correlação linear menor do que 1,0, o risco total será diminuído, neste caso, a carteira com dois ativos será sempre preferível à carteira com apenas um ativo isolado. O risco total será reduzido de maneira mais rápida se o par de ativos tiver correlação negativa. Quanto mais próximo de um coeficiente de correlação linear igual a -1,0, melhor. Como predomina a aversão ao risco, devemos sempre ir em busca de pares de ativos que possibilitem a redução do risco total. Segundo Brigham e Ehrhardt (2006), na realidade, a maioria das ações é positivamente correlacionada, mas não perfeitamente. Na média, o coeficiente de correlação para os retornos de duas ações selecionadas aleatoriamente seria cerca de +0,6, e, para a maioria dos pares de ações, rX,Y cairia para a faixa entre +0,5 e + 0,7. Sob essas condições, combinar ações em carteira reduz o risco, mas não o elimina completamente. |
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Tela 50 |
Solução 4 a1) retorno esperado para cada ativo isolado: a2) Variância e desvio-padrão dos retornos esperados:
4b) covariância e coeficiente de correlação linear: CovG,H
= {[(17 -15,5) . (14 – 15,5) + (16 -15,5) . (15 – 15,5) +
(15 – 15,5) . (16 – 15,5) + (14 – 15,5).(17 –
15,5)]/4}/10.000 Observe que: • No Ano 2, enquanto o retorno esperado do ativo G anda acima da média (16% > 15,5%), o retorno estimado para o ativo H anda em sentido contrário (15% < 15,5%), ou seja, ambos os retornos esperados se comportam em sentido contrário ao das suas médias, logo, novamente estamos diante de uma correlação negativa, o que é muito bom. Deve-se sempre perseguir correlação negativa. • O mesmo processo pode ser observado para o Ano 3 e para o Ano 4. Em muitas situações, como neste exemplo, se percebe o sinal da covariância sem ser necessário o cálculo, basta olhar o comportamento dos retornos esperados ou observados com seus respectivos retornos médios esperados ou observados. rGH = -0,000125/0,01118
x 0,01118 CovF,G
= {[(14 -15,5) . (16 – 17,5) + (15 -15,5) . (17 – 17,5) +
(16 – 15,5) . (18 – 17,5) + (17 – 15,5).(19 –
17,5)]/4}/10.000 Observe que: Ano 1: tanto o retorno esperado de F quanto o retorno esperado de H andam no mesmo sentido (correlação positiva), isto é, ambos operam abaixo das suas respectivas médias. Ano 2: assim como ocorreu no Ano 1, ambos os retornos esperados estão andando abaixo das respectivas médias, ou seja, andando no mesmo sentido (correlação positiva); Ano 3: ambos os retornos esperados estão andando acima das suas respectivas médias (18% >17,5%) e (17% >15,5%), novamente, correlação positiva. Ano 4: idem o observado
no Ano 3. 4c) cálculo do retorno de cada carteira/desvio-padrão de cada carteira: Carteira 40% de G
e 60% de H
Média ponderada
dos desvios-padrão dos ativos individuais Percebemos que a diversificação reduziu muito o risco, pois, na carteira com dois ativos, o risco total é igual a 0,22%, enquanto a média ponderada dos desvios padrão dos títulos individuais alcançou 1,118%. O motivo para esta queda significativa do risco deve-se ao fato de estarmos diante de uma dupla de ativos que apresenta correlação perfeitamente negativa. Carteira 60% de F
e 40% de G Média ponderada
dos desvios-padrão dos ativos individuais Novamente, em função do par de ativos apresentarem um coeficiente de correlação linear igual a -1,0, percebemos uma forte redução no risco total medido pelo desvio-padrão, que passou de 1,118% para 0,22%. Carteira 70% de F
e 30% de H
Média ponderada
dos desvios-padrão dos ativos individuais Neste caso, para qualquer composição de carteira entre os ativos F e H, o desvio-padrão dos retornos esperados da carteira será sempre igual à média ponderada dos desvios-padrão dos retornos esperados dos títulos individuais. Assim, seria indiferente colocar o dinheiro numa carteira com apenas um ativo ou colocar o dinheiro numa carteira com dois ativos diferentes porque o risco total (medido pelo desvio-padrão) não sofreu nenhuma redução. Observe que neste par de ativos o coeficiente de correlação linear é igual a 1,0. Logo, somente diante de pares de ativos com coeficiente de correlação linear menor do que 1,0 é que será possível ocorrer diminuição do risco total entre uma carteira com dois ativos diferentes e uma carteira com ativo individual (isolado). |
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Tela 51 |
5) Suponhamos que um investidor tenha como universo de investimentos apenas as três ações a seguir: Microsoft, Boeing (fabricação de aeronaves) e The Home Depot (loja de material de construção nos EUA). A seguir, os retornos observados destas ações:
Com base nestas informações, supondo-se que predomina a aversão ao risco: a) caso o investidor esteja interessado em aplicar a sua sobra de caixa num destes três ativos, qual ativo seria escolhido? b) supondo que o investidor esteja interessando em aplicar numa carteira com dois ativos diferentes, onde ele iria aplicar seu dinheiro? |
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Tela 52 |
Resposta 5a - carteira com apenas um ativo (ativo isolado) a1) Retorno médio observado para cada um dos papéis: a2) Variância entre os retornos observados
a3) Desvio padrão dos retornos observados
a4) Coeficiente de variação CVMicrosoft = 45,17/60,73 A Home Depot apresentou
a maior variância e, evidentemente, o maior desvio-padrão,
logo, em termos de valor absoluto, este seria o papel mais arriscado. |
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Tela 53 |
Resposta 5b - carteira com dois ativos diferentes b1) covariância entre os retornos observados CovMic,Boe
={[(122 – 60,73) (5 – 8,375) + (15,09 – 60,73) (-16
– 8,375) + (-5,43 – 60,73) (7,8 – 8,375) + (51,29 –
60,73) (8,7 – 8,375) + (43,59 – 60,73) (66,8 – 8,375)
+ (88.33 – 60,73) (35,9 – 8,375) + (56,38 – 60,73) (-8,1
– 8,375) + (114,61 – 60,73) (-33,10 – 8,375)](8-1)}/10.000 CovBoe,Depot
= {[(5 – 8,375) (161 – 49,84) + (-16 – 8,375) (50,3
– 49,84) + (7,8 – 8,375) (-22 – 49,84) + (8,7 –
8,375) (16,5 – 49,84) + (66,8 – 8,375) (3,8 – 49,84)
+ (35,9 – 8,375) (5 – 49,84) + (-8,1 – 8,375) (76,2
– 49,84) + (-33,10 – 8,375) (107,9 – 49,84)](8-1)}/10.000 rMic,Boe
=-0,020915/(0,4517 x 0,3110) rMic,Depot
= 0,206037/(0,4517 x 0,6190) rBoe, Depot
= -0,101748/(0,3110 x 0,6190) Neste exemplo, estamos diante de retornos observados que realmente aconteceram; não se trata de um exemplo puramente teórico. As três carteiras propostas: Microsoft/Boeing, Microsoft/Home Depot e Boeing/Home Depot apresentaram coeficientes de correlação linear menor do que +1,0, logo, para qualquer composição de carteira com dois ativos para estes três papéis, o risco de cada uma das carteiras, medido pelo desvio-padrão da carteira, seria sempre menor que a média ponderada dos desvios-padrão dos títulos individuais. Neste exemplo, as duas melhores carteiras seriam aquelas formadas com papéis da Boeing, sendo que a carteira Boeing/Home Depot seria a menos arriscada, por apresentar um coeficiente de correlação linear mais próximo de -1,0. Exatamente, supondo que existissem apenas estes três ativos, os dois papéis rejeitados para uma carteira com apenas um ativo, formam o melhor par de ativos para uma carteira com dois ativos. Este raciocínio se aplica também para uma carteira com vários ativos. Isto mostra a importância da diversificação na redução do risco em carteiras com mais de um ativo. |
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Tela 54 |
6) A tabela seguinte resume os retornos anuais que você teria obtido sobre duas empresas – Scientific Atlanta, fabricante de satélites e equipamentos de processamento de dados, e a At&T, a gigante das telecomunicações, entre 1988 e 1998.
a) Calcule o retorno
médio observado para cada um dos dois papéis. |
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Tela 55 |
Solução 6 6a) retorno médio observado para cada um dos ativos Atlanta AT&T 6c) Para uma carteira composta com apenas um ativo isolado. Supondo a existência de apenas estes dois papéis, a AT&T seria escolhida por investidores com maior aversão ao risco porque este tipo de investidor se satisfaz com um retorno menor, desde que assuma um risco menor. Neste exemplo, para o período entre 1988 e 1998, o papel da AT&T apresentou o menor retorno e, também, o menor risco para as três estatísticas medidoras de risco utilizadas para ativos isolados. Por sua vez, o papel
da Scientific Atlanta seria escolhido por investidores com menor aversão
ao risco, porque este tipo de investidor está disposto a correr
um risco maior, desde que, em contrapartida, receba um retorno maior. CovAtlanta,AT
= {[(80,95 – 27,37) (58,26 – 17,80) + (-47,37 – 27,37)
(-33,79 – 17,80) + (31 – 27,37) (29,88 – 17,80) + (132,44
– 27,37) (30,35 – 17,80) + (32,02 – 27,37) (2,94 –
17,80) + ( 25,37 – 27,37) (-4,29 – 17,80) + (-28,57 –
27,37) ( 28,86 – 17,80) + ( 0 – 27,37) ( -6,36 – 17,80)
+ ( 11,67 – 27,37) ( 48,64 – 17,80) + (36,19 – 27,37)
(23,55 – 17,80)]/(10 -1)}/10.000 6e) Para uma carteira com dois ativos Vamos supor que a carteira seria composta por 50% da Atlanta e 50% da AT&T. Retorno observado
da carteira: Média ponderada
dos desvios-padrão dos títulos individuais: Desvio-padrão
da carteira com dois ativos para a composição 50% para cada
papel: Neste exemplo, também com dados reais, percebemos que a carteira com dois ativos seria preferível à carteira com apenas um ativo isolado porque o coeficiente de correlação linear entre os retornos observados dos dois ativos é < +1,0. Percebemos que a diversificação provocou uma redução no risco, medido pelo desvio-padrão dos retornos observados da carteira com dois ativos, pois o desvio-padrão da carteira é menor que a média ponderada dos desvios-padrão dos retornos observados dos títulos individuais (35,23% < 39,625%). Na medida em que o investidor distribui mais o seu dinheiro, isto é, diversifica suas aplicações, a tendência é a redução do risco da carteira. Essa redução é ainda mais rápida se a dupla de ativos com correlação negativa forem incorporadas à carteira. |
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Tela 56 |
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7) Suponha que existam apenas dois ativos: o ativo A e o ativo B. Inicialmente, iremos operar com uma carteira com apenas um ativo (Ativo Isolado). A seguir, algumas informações sobre os ativos A e B: Retorno médio
esperado do ativo A = 25% Com base nesses dados, faça o que se pede a seguir.
8) Suponha que você possua uma fortuna (R$2.000.000) investida no Bradesco FIA Multisetorial (um fundo de ações) e espera obter um retorno anual de 25%, com um desvio-padrão de 45%. Por algum motivo, a sua aversão ao risco aumentou e você decidiu trocar R$500.000 do fundo de ações administrado pelo Bradesco para títulos do Tesouro Nacional. A taxa de títulos do Tesouro Nacional é de 9,25% (taxa livre de risco). Faça uma estimativa do retorno esperado e do desvio-padrão da sua nova carteira de investimentos. |
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Tela 57 |
Solução 7 7a) carteira com ativo isolado: Sabemos que a fórmula
do coeficiente de variação é a seguinte:
Percebemos que o ativo A é mais arriscado para as três estatísticas medidoras de risco operadas. Supondo que predomina a aversão ao risco, o ativo A poderia ser escolhido por investidores com menor aversão ao risco; enquanto o ativo B poderia ser escolhido por investidores com maior aversão ao risco. Por quê? Os investidores com menor aversão ao risco estão dispostos a correr mais risco, desde que o retorno esperado seja maior. Por sua vez, os investidores com maior aversão ao risco preferem ativos com risco menor, no entanto, aceitam retornos menores. Neste exemplo, o ativo A opera com o maior risco esperado e com o maior retorno esperado. O ativo B apresenta o menor retorno esperado e, também, o menor risco esperado. 7b) carteira com dois ativos: rA,B =
CovA,B/( Percebemos que o rA,B < 1,0, logo, seria preferível aplicar as sobras de dinheiro numa carteira com dois ativos diferentes ao invés de aplicar numa carteira com apenas um ativo isolado, porque o risco total medido pelo desvio-padrão dos retornos esperados da carteira, para qualquer composição de carteira entre os ativos A e B, será sempre menor que a média ponderada dos desvios-padrão dos títulos isolados. A diversificação irá permitir a redução do risco total. Essa dupla de ativos seria uma boa opção para uma carteira composta por vários ativos diferentes, porque ele apresenta correlação negativa. A perseguição por duplas de ativos com correlação negativa deve ser a máxima de todo administrador de carteiras de ativos. Por quê? Porque, segundo Damodaran (2004), na medida em que o coeficiente de correlação entra em declínio, o mesmo ocorre com o desvio-padrão da carteira. |
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Tela 58 |
Solução 8 Neste exemplo, devemos considerar os títulos do Tesouro Nacional como sendo livres de risco, portanto, com desvio-padrão igual a 0%. Sabemos que, antes do aumento da sua aversão ao risco, toda a sua sobra de caixa estava aplicada no fundo de ações, logo, o peso para o fundo era igual a 1,0 ou 100%. Agora, a situação mudou, a sua nova posição será: R$ 500.000 em títulos, ou seja: wTesouro
= 500/2.000 Cálculo do desvio-padrão esperado da nova carteira:
Percebemos que o aumento da aversão ao risco provocou a busca por um papel menos arriscado, no seu caso, foi um papel considerado livre de risco. Com isso, você teve o risco da sua carteira reduzido de 45% para 33,75%, por outro lado, a sua estimativa de retorno reduziu de 25% para 21,06%. O aumento na aversão ao risco fez com que você aceitasse um retorno menor com um risco menor. A diversificação permite que isto aconteça. |
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Tela 59 |
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9) Suponhamos que você esteja interessado em criar uma carteira de investimentos com duas ações – Coca-Cola e Texas Utilities. Na última década, um investimento nas ações da Coca-Cola teria rendido um retorno médio anual de 25%, com um desvio-padrão em retornos de 36%. Um investimento nas ações da Texas Utilities teria rendido um retorno médio anual de 12%, com um desvio-padrão de 22%. A correlação em retornos entre as duas ações é de 0,28. Com base nesses dados, resolva as questões a seguir. a) Presumindo que
a média e desvio-padrão, estimados a partir de retornos
passados, irão se manter no futuro, faça uma estimativa
dos retornos médios e desvio-padrão de uma carteira de investimentos
de 60% de ações da Coca-Cola e 40% da Texas Utilities. 10) Suponhamos que existam no mundo apenas dois ativos: ouro e ações. Seu interesse é investir seu dinheiro em um ou em outro ou em ambos os ativos. Consequentemente, você junta os seguintes dados sobre os retornos dos dois ativos pelos últimos seis anos:
Com base nesses dados, resolva as questões a seguir. a) Se você tivesse
de escolher apenas um deles, qual escolheria? |
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Tela 60 |
Solução 9 9a) carteira composta por 60% da Coca-Cola e 40% da Texas Você poderia calcular o desvio-padrão da carteira a partir da covariância, para tanto se faz necessário calcular a covariância: CovCoca-Cola,Texas
= 0,28 x 0,36 x 0,22
Calcular a média ponderada dos desvios-padrão dos títulos individuais: MPDP = (0,6 x 36)
+ (0,4 x 22) Logo, 25,50% < 30,40%, qual a causa? O fato de o coeficiente de correlação linear ser < +1,0. 9b) Cálculo da carteira de variância mínima, também conhecida por carteira de menor variância. Nós iremos operar, na verdade, a carteira de menor desvio-padrão. Para encontrarmos a carteira de menor desvio-padrão, devemos primeiro calcular o peso de cada um dos ativos na carteira: Fórmula geral: wX = ( Para o nosso exemplo temos: wCoca-Cola
= ( wCoca-Cola = 19,62% Como o somatório dos pesos tem que ser igual a 1,0 ou 100%: wTexas = 1,0 –
0,1962 Portanto, a carteira com menor variância será composta por 19,62% da Coca-Cola e 80,38% da Texas. Retorno da carteira de menor variância: Desvio-padrão da carteira:
O que significa a carteira de menor variância (na verdade a carteira de menor desvio-padrão, porque se fossemos calcular a carteira de menor variância o valor encontrado seria = 0,20802 = 0,043264)? O desvio-padrão e a variância da carteira de dois ativos é uma função da correlação entre os retornos dos dois ativos. Quanto maior a correlação dos retornos entre os dois ativos, menor o benefício da diversificação. A carteira de menor variância é uma carteira que funciona como uma espécie de divisor de águas. Por quê? Neste exemplo, qualquer carteira com retorno superior a 14,55% irá apresentar desvio-padrão da carteira > 20,80%. Por sua vez, qualquer carteira com retorno < 14,55% irá apresentar desvio-padrão da carteira > 20,80%. Neste exemplo, investidores com maior aversão ao risco irão escolher a carteira de menor variância. Na medida em que carteiras formadas pelo par de ativos composto pela Coca-Cola e pela Taxas Utilities, se afastarem da carteira de menor variância, menor será a aversão ao risco, porque o investidor irá aceitar risco esperado maior, porém, com retorno esperado também maior. Nenhuma carteira abaixo da carteira de menor variância seria escolhida, porque seria um comportamento irracional do investidor: aceitar carteira com risco esperado maior e retorno esperado menor que o da carteira de menor variância não faz qualquer sentido. Não esqueça que estamos supondo que o nosso investidor típico é uma pessoa com aversão ao risco. Mais uma vez você deve estar observando que existe uma preocupação com a aversão ao risco. Quanto maior a aversão, menor será a vontade por parte do investidor em se expor ao risco. Por outro lado, quanto menor a aversão ao risco, maior a disposição para correr risco, no entanto, maior também será a exigência de maiores retornos. 9c) Coca-Cola: retorno esperado = 25%; desvio-padrão esperado = 45%; Texas Utilities: retorno esperado = 12%; desvio-padrão = 22%. Coeficiente de correlação = 0,20. Retorno esperado da carteira será o mesmo, logo: Desvio-padrão da carteira:
Carteira de menor variância, na verdade de menor desvio-padrão: wTexas
= ( wTexas
= 87,30% Retorno da carteira
de menor variância: Desvio-padrão
da carteira:
Observamos que a nova situação proposta pelo autor deste exemplo, Damodaran (2004), nos mostra que a maior exposição da Coca-Cola no resto do mundo irá aumentar a dispersão dos seus retornos esperados (aumento do desvio-padrão), este aumento irá provocar uma maior incerteza na carteira. A dupla de ativos Coca-Cola/Texas Utilities sinaliza o mesmo retorno esperado para a composição 60%/40%, porém, o novo desvio-padrão da carteira subiu em função do aumento do risco da Coca-Cola. O aumento no risco da carteira foi menos que o proporcional ao aumento do desvio-padrão da Coca-Cola (17,72% contra 45%), em função da melhora do coeficiente de correlação linear (caiu de 0,28 para 0,20). Para a carteira de menor desvio-padrão, o retorno esperado da carteira caiu, enquanto o desvio-padrão aumentou. A queda do retorno esperado da carteira deve-se ao aumento da participação da ação da Texas. O aumento do risco da carteira foi decorrência, também, da maior dispersão nos retornos esperados da Coca-Cola. |
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Tela 61 |
Solução 10 10a) Diante de uma carteira com apenas um ativo, seria escolhida a carteira de mercado de ações, porque predomina a aversão ao risco. O ouro, além de apresentar o menor retorno, apresenta também o maior risco, tanto em termos absolutos, desvio-padrão, quanto em termos relativos, coeficiente de variação: CVouro = 25/8 Com base no coeficiente de variação, o ouro seria: 3,125/1,10 = 2,84 vezes mais arriscado. 10b) O melhor caminho seria operar uma carteira composta pelos dois ativos, pois este par de ativos apresenta correlação negativa. Com isso, o risco total medido pelo desvio-padrão para qualquer composição de carteira entre o ouro e as ações seria reduzido. 10c) carteira composta por 50% de ouro e 50% de ações
O risco da carteira seria sensivelmente reduzido em comparação com a média ponderada dos desvios-padrão dos retornos dos ativos individuais. A diversificação, diante de pares de ativos com coeficiente de correlação linear < +1,0, será preferível à carteira com ativo isolado. 10d) Com base neste exemplo, esta política pretendida pelo cartel poderia tornar o preço do ouro menos volátil, com isso, o desvio-padrão dos retornos do ativo poderia ser reduzido, o que tornaria o ativo menos arriscado. |
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Tela 62 |
| Resumo
A maioria dos investidores, ao invés
de aplicar todo o seu dinheiro num único ativo, mantém carteiras
de ativos; isto é, espalha o seu dinheiro em número maior
de ativos. Nem sempre a taxa esperada de retorno é igual à de retorno realizada. O retorno esperado de uma carteira é, simplesmente, a média ponderada dos retornos esperados dos ativos individuais da carteira. A base do processo de investimento em
carteiras está no conceito estatístico de correlação. Na média, o coeficiente de correlação
para os retornos de duas ações selecionadas aleatoriamente
seria de cerca de + 0,6 e, para a maioria dos pares de ações,
r deve cair na faixa entre + 0,5 e + 0,7. Sob essas condições,
combinar ações em carteira reduz o risco, mas não
o elimina completamente. |
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| Unidade 2 | Módulo 3 | Tela 63 |
| 1-
Risco e retorno: o modelo de precificação de ativos de capital
– CAPM
Segundo Gitman (2004), o aspecto mais importante do risco é o risco total do ativo, tal como visto pelos investidores no mercado. Ele afeta sensivelmente as oportunidades de investimento e – mais importante ainda – a riqueza dos proprietários. A teoria básica que liga o risco e o retorno de todos os ativos é o modelo de precificação de ativos de capital (Capital Asset Pricing Model – CAPM). Esse modelo deu aos professores Harry Markowitz e William F. Sharpe, o prêmio Nobel de Economia de 1990.
Segundo
Damodaran (2004), o modelo de risco e retorno, que está há
mais tempo em uso e que ainda é o padrão na maioria das
análises, é o CAPM. O modelo supõe que não
existem custos de negociação, que todos os ativos são
negociados, e que os investimentos são infinitamente divisíveis
(isto é, que é possível comprar qualquer fração
de uma unidade do ativo). Ele também supõe que todos tenham
acesso às mesmas informações e que os investidores,
portanto, não podem encontrar ativos subvalorizados ou supervalorizados
no mercado. Acertar esses pressupostos permite que os investidores sigam
diversificando sem custos adicionais. |
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Tela 64 |
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| 2
- Tipos de risco
O risco total de um ativo pode ser medido pelo desvio-padrão ou pela variância desse ativo. Suponhamos que você acabou de calcular o desvio-padrão dos retornos observados ou dos retornos esperados de um ativo e que o valor encontrado seja de 20%. Portanto, o risco total desse ativo seria igual a 20%. O risco total de um ativo é formado por duas partes:
O risco sistemático, também chamado de não diversificável ou de mercado é aquele tipo de risco que não pode ser eliminado (ou reduzido) pela diversificação estando sempre presente na estrutura de uma carteira de investimento (portfólio).
Esse tipo de risco
é causado por fatores que afetam muitos, quando não todos,
os investimentos: guerras, variação nos níveis dos
preços, inflação (elevação e deflação),
queda, taxas de juros, taxas de câmbio, variações
no PIB (do estado normal para o estado de recessão; do estado normal
para o estado de forte crescimento) incidentes internacionais, eventos
políticos etc. |
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Tela 65 |
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O risco não sistemático também chamado de risco diversificável ou risco específico é aquele tipo de risco que poderá ser diminuído ou eliminado pela diversificação. Esse tipo de risco é aquele que afeta um único ativo (específico) ou um pequeno grupo de ativos.
O risco diversificável é causado por eventos aleatórios como processos judiciários, greves, programas de marketing bem ou mal sucedidos, ganho ou perda de um grande contrato, e outros eventos específicos de uma empresa em particular ou de um pequeno grupo de empresas. Segundo Damodaran (2006),
quando investimos em apenas um ativo (carteira com ativo isolado) estaremos
expostos tanto ao risco específico do ativo quanto ao risco de
mercado. Se, no entanto, expandirmos nossa carteira para que inclua outros
ativos (caderneta de poupança, fundos de renda fixa, fundos de
ações, CDBs, RDBs, ações, títulos do
governo, imóveis de renda etc.) estaremos diversificando e, ao
fazê-lo, poderemos reduzir nossa exposição ao risco
específico (diversificável) de um ativo. |
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Tela 66 |
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Há dois motivos pelos quais a diversificação reduz ou elimina o risco específico de um ativo. O primeiro é que cada investimento em uma carteira diversificada (com muitos ativos diferentes) constitui um percentual muito pequeno daquela carteira do que se a carteira não fosse diversificada. Por exemplo, se o nosso dinheiro estivesse todo aplicado em ações da Embraer, qualquer problema sério nessa empresa iria afetar em cheio o retorno do nosso investimento. Agora, se a Embraer fosse um dos cinqüenta ativos diferentes do nosso portfólio (carteira) e, com uma participação não muito expressiva, um problema de retorno com a Embraer poderia ser compensado pelos demais integrantes da carteira. O segundo motivo é que os eventos que representam riscos específicos de um ativo podem ser negativamente relacionados com os riscos específicos de outros ativos que compõem a carteira. Assim, em carteiras muito diversificadas, o risco específico tenderá a zero e não afetará o valor da carteira. Portanto, o retorno esperado de um ativo com risco depende apenas do risco sistemático desse ativo. Como o risco diversificável pode ser eliminado pela diversificação, não existe qualquer recompensa por assumi-lo. O mercado não recompensa riscos desnecessários. Segundo Ross, Westerfield e Jordan (2000), existe um corolário óbvio deste princípio: independentemente de quanto risco total (valor do desvio-padrão) um ativo tenha, apenas a porção de risco sistemático é relevante para determinar o retorno esperado (e o prêmio por risco) desse ativo. |
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Tela 67 |
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| Exemplos 1) David Talbot selecionou randomicamente para sua carteira, títulos de todos aqueles listados na New York Stock Exchange. Ele começou com um título e foi adicionando de um, até o total de 20 títulos mantidos na carteira. Depois que cada título foi adicionado, David calculou o desvio padrão da carteira, kp. Os valores calculados são apresentados abaixo:
a) No conjunto de eixos de números de títulos de uma carteira (eixo X) – risco da carteira (eixo Y), marque os dados do risco da carteira fornecidos na tabela precedente. b) Divida, no gráfico, o risco total da carteira em seus componentes de risco não-diversificável e diversificável e classifique cada um deles, no gráfico. 2) Considere as seguintes informações referentes a dois títulos.
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Tela 68 |
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3 - O modelo O CAPM liga o risco sistemático (não diversificável) ao retorno para todos os ativos. Segundo Brigham e Ehrhardt (2006) a principal conclusão do CAPM é esta: o risco relevante de um ativo individual é sua contribuição para o risco de uma carteira bem diversificada. Em outras palavras, o risco da Embraer para um investidor que tenha uma carteira com dez ativos diferentes ou para um administrador de um fundo de investimento que administre uma carteira com duzentos ativos diferentes será a contribuição que o papel da Embraer traz ao risco da carteira. O papel (ação, debênture, commercial paper etc.) pode ser bastante arriscado se mantido individualmente, mas se metade do seu risco puder ser eliminado pela diversificação, então o risco relevante, que é sua contribuição ao risco da carteira, é muito menor que seu risco isolado.
Como o risco sistemático é mensurado? A medida específica para o risco sistemático é o coeficiente beta, ß. Segundo Ross, Westerfield e Jordan (2000), o coeficiente beta, ß, nos diz quanto risco sistemático determinado ativo tem em relação a um ativo médio. Por definição, um ativo médio tem beta igual a 1,0 em relação a ele mesmo. Um ativo com beta igual a 0,5 tem, portanto a metade do risco sistemático de um ativo médio; um ativo com beta igual a 2,0 tem o dobro. |
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Tela 69 |
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Qual a referência para um ativo médio, kM? Quando pensamos num ativo médio, estamos nos referindo à carteira de mercado. Segundo Damodaran (2006), no CAPM supomos que a carteira de mercado contenha todos os ativos negociados no mercado e não apenas ações, portanto: ações, imóveis, ouro, obras de arte, títulos de dívida etc. Nos livros sobre finanças, a referência mais utilizada para caracterizar a carteira média de mercado é o Índice Standard & Poor’s 500 - S & P 500 -, que reúne as 500 ações mais negociadas na bolsa de Nova York. Por exemplo, suponha que, nos últimos doze meses, o índice S & P 500 tenha apresentado um retorno de 10%, logo, para os últimos doze meses, a taxa média de mercado, kM, a ser operada no CAPM (caso este índice seja a taxa de referência para a média de mercado) será de 10%. Suponha que os analistas ou os investidores estejam estimando para os próximos doze meses ou seis meses ou outro período qualquer para o S & P 500 um retorno de 8,5%, portanto este será o valor a ser estimado como taxa média de mercado no CAPM. Beta de um ativo livre de risco, ßRf Um ativo livre de risco, por definição, tem um retorno esperado que será sempre igual ao retorno realizado. Um ativo livre de risco não contém nem risco sistemático nem risco não sistemático.
Logo, o beta de um ativo livre de risco não será afetado pelas variações de mercado. |
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Tela 70 |
| Como dimensionar a taxa livre de risco, RF, riskfree rate? Suponha que o investidor esteja nos EUA, para efetuar operações naquele mercado. A referência para o ativo livre de risco serão os títulos do Tesouro dos EUA. Suponha que seja feito um investimento no Treasury Bill - T-bill - uma letra do Tesouro de curto prazo, com vencimento até um ano. Se a operação for por seis meses e os Treasuries para este período for de 3,0% ao ano, a taxa livre de risco a ser operada será de 3,0%. Caso a operação fique entre 1 e 10 anos a referência será uma Nota do Tesouro. Caso a operação seja de 10 anos ou mais anos, a referência para a taxa livre de risco será uma Obrigação do Tesouro. Segundo Damodaran (2007) a premissa para um ativo livre de risco é que o governo emissor do título não fique inadimplente, ao menos em moeda local. Em muitos países emergentes, essa premissa nem sempre pode ser vista como razoável. Em uma operação no Brasil, por exemplo, como calcular a taxa livre de risco? O autor sugere que se olhe para a classificação de crédito do Brasil junto às empresas de Rating. Como o Brasil recebeu, em 2008, o selo de investment grade pela agência classificadora Standard & Poor’s com classificação BBB (risco acima da média), devemos colocar o spread por inadimplência para títulos com esta classificação e diminuir este valor da taxa paga pelo Tesouro.
Por exemplo, suponha que para a classificação “BBB” o risco de inadimplência fosse de 1,5%. Se o Tesouro está pagando uma taxa de 11,75% ao ano, devemos fazer o seguinte cálculo: 11,75 – 1,5 = 10,25%. Esta seria a nossa referência para uma taxa livre de risco naquele momento. No caso dos títulos do Tesouro dos EUA, o risco de inadimplência é tido como sendo igual a zero. |
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Tela 71 |
| 4 - Classificação do beta de um ativo, ßj Suponhamos que o beta da Petrobras seja igual a 0,7, logo, como comparar este beta? Todo beta deverá ser comparado com o beta médio de mercado, ou seja, com o beta igual a 1,0. No caso do beta 0,7, isto significa que estamos diante de um beta defensivo porque é menor que o beta médio de mercado. Suponhamos que o beta da CBD (Companhia Brasileira de Distribuição) seja igual a 1,7, como classificar este beta? Por ser um beta maior do que o beta de risco médio, 1,0, estamos diante de um beta agressivo, mais volátil. Agora suponhamos que o beta da Vale seja igual a 1,0, como classificar este beta? Por ser um beta igual ao beta médio de mercado, estamos diante de um beta com risco médio. Os betas dos ativos serão sempre fixos? Não, vamos olhar para o caso do beta hipotético da Petrobras. Ele poderá ser alterado a qualquer momento e o mesmo vale para o beta da CBD e da Vale, porém, no caso do beta do ativo livre de risco, este será sempre igual a zero, assim como no caso do beta da carteira média de mercado que será sempre igual a 1,0, por definição. Existem ativos com beta negativo? Segundo Brigham e Ehrhardt (2006), teoricamente é possível para um ativo ter um beta negativo. Nesse caso, os retornos do ativo tenderiam a aumentar quando os retornos de outros ativos caíssem. Na prática, os autores nunca viram um ativo com beta negativo. Isto não impede que um ativo em determinado período do ano ou mesmo em determinado ano possa se mover contra o mercado como um todo, embora o beta do ativo seja positivo. Como exemplo, podemos mencionar a ação da Gol (empresa de aviação civil) que, a partir de março/abril de 2007 até o final do ano de 2007, em que pese ter um beta positivo, andou o tempo todo em sentido contrário ao mercado. |
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Tela 72 |
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Exemplos 1) Uma empresa deseja avaliar o impacto das mudanças no retorno de mercado sobre o ativo que tem um beta de 1,20. a) Se o retorno de
mercado aumentou em 15%, que impacto poderia esperar-se dessa mudança
sobre o retorno do ativo? 2) Uma empresa deseja avaliar o impacto das mudanças no retorno de mercado sobre o ativo que tem um beta de 2,20. a) Se o retorno de
mercado aumentou em 25%, que impacto essa mudança poderia ter sobre
o retorno do ativo? |
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Tela 73 |
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| 3) Responda às questões abaixo para os ativos, A–D.
a) Que impacto poderia
esperar-se do aumento de 10% no retorno de mercado sobre cada retorno
do ativo? 4) Ação A tem beta de 0,80, a Ação B tem beta de 1,40 e a ação C tem beta de –0,3. a) Classifique essas
ações, da mais arriscada à menos arriscada. |
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Tela 74 |
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5 - Estimação do beta Segundo Ross, Westerfield e Jaffe (2002), o beta mede a sensibilidade de um título a movimentos da carteira de mercado. A estimação do beta pode ser operada por meio da seguinte equação:
Onde: ßj
= beta do ativo j A maioria dos analistas faz suas estimativas para o beta dos ativos usando dados mensais de quatro a cinco anos, embora alguns usem dados semanais de 52 semanas. |
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Tela 75 |
| Exemplos 1) A tabela seguinte lista retornos da carteira de investimentos de mercado e da Scientific Atlanta, a cada ano, entre 1989 e 1998.
a) Calcule os retornos
observados e as variâncias dos retornos observados para a Scientific
Atlanta e o mercado. 2) A tabela seguinte lista retornos da carteira de investimentos de mercado e da Microsoft, a cada ano, entre 1990 e 1998.
a) Calcule os retornos
observados e as variâncias dos retornos observados para a Microsoft
e o mercado. |
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Tela 76 |
| Solução
1
a) Retornos observados a1) retorno médio observado para cada um dos ativos Atlanta: Mercado: b) covariância entre os retornos observados da Atlanta e do mercado CovKm,Atlanta = {[(80,95 – 27,37) (31,49 –20,105
) + (-47,37 – 27,37) (-3,17 –20,105 ) + (31 – 27,37)
(30,57 –20,105) + (132,44 – 27,37) (7,58 – 20,105) +
(32,02 – 27,37) (10,36 – 20,105) + (25,37 – 27,37) (2,55
– 20,105) + (-28,57 – 27,37) (37,57 –20,105) + (0 –
27,37) (22,68 – 20,105) + (11,67 – 27,37) (33,10– 20,105)
+ (36,19 – 27,37) (28,32 – 20,105 )]/(10 -1)}/10.000 c) beta da Atlanta ßAtlanta = CovKm,Atlanta/ Estamos diante de um beta que anda em sentido contrário ao mercado. |
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Tela 77 |
| Solução
2
a) Retornos observados a1) retorno médio observado para cada um dos ativos Microsoft: Mercado: b) covariância entre os retornos observados da Atlanta e do mercado CovKm,Microsoft = {[(74,17 – 62,23) (-3,17 – 18,84)
+ (122,0 – 62,23) (30,57 –18,84 ) + (15,09 – 62,23)
(7,58 – 18,84) + (-5,43 – 62,23) (10,36 – 18,84) + (51,29
– 62,23) (2,55 – 18,84) + (43,59 – 62,23) (37,57 –
18,84) + (88,33 – 62,23) (22,68 – 18,84) + (56,39 –
62,23) (33,10 – 18,84) + (114,61 – 62,23) (28,32 – 18,84)]/(9-1)}/10.000
c) beta da Microsoft
ßMicrosoft= 0,023566/0,021811 Estamos diante de um risco sistemático (beta) mais volátil porque é maior que o beta médio de mercado, isto é, 1,08 > 1,0. |
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Tela 78 |
| 3) Observe as informações sobre a Ação J e a carteira de mercado para os últimos cinco anos. Neste exemplo, iremos operar não apenas o cálculo do beta para a Ação J, mas também iremos traçar a reta característica para este ativo e calcular o beta por meio de uma regressão linear simples. Além disso, iremos calcular o coeficiente de determinação, R2.
Com base nos dados, calcule: a) o retorno médio
observado para a Ação J e para a carteira de mercado; |
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Tela 79 |
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Solução 3 a) retorno médio observado para a Ação J e para a carteira de mercado b) variância dos retornos observados
c) covariância entre os retornos observados da carteira de mercado e a Ação J. covKM,J
= {[(23,8 – 14,86) (38,6 – 14,9) + (-7,2 – 14,86) (-24,7
– 14,9) + (6,6 – 14,86) (12,3 – 14,9) + (20,5 –
14,86) (8,2 – 14,9) + (30,6 – 14,86) (40,1 – 14,9)]/(5-1)}/10.000
d) beta da Ação J ßJ
= 0,036645/0,022859 Estamos diante de um beta mais volátil, agressivo, porque o beta da Ação J é maior que o beta médio de mercado, 1,6 > 1,0. |
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Tela 80 |
| A seguir, tem-se a representação do cálculo do beta para a Ação J, do exemplo anterior, por meio da reta característica (reta de regressão).
A representação gráfica da reta (linha) característica mostra os retornos observados da carteira de mercado no eixo dos X (abscissa) enquanto os retornos observados da Ação J estão no eixo dos Y (ordenada). A carteira de mercado será a variável independente e a Ação J será a variável dependente. A equação de regressão simples: Esta equação
determina que a variável dependente, |
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Tela 81 |
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f1) cálculo do aj aj
= parâmetro linear do modelo, ou seja, representa o ponto onde a
reta de ajuste (regressão) corta o eixo dos Y. f2) cálculo do ßj (já operado) ßj
= CovKm,J/ f3) f4) eJ = erro estocástico, ele varia randomicamente de ano para ano, dependendo dos fatores específicos do ativo J. f5) testando a equação de regressão simples Observe que este valor é diferente de 38,6% (valor observado), a diferença seria o erro estocástico. Observar que na representação gráfica o Ano 1 está localizado acima da reta característica (reta de regressão). Observe que na representação gráfica o Ano 2 está localizado abaixo da reta característica, esta diferença entre o valor observado, -24,7%, e o valor calculado seria o erro estocástico. De posse destes dois valores ajustados, seria possível calcular o beta da Ação J por meio da inclinação da reta: ßj
= 0,2918 – (0,2042)]/[0,238 – (0,072) |
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Tela 82 |
| 6 - Cálculo do Coeficiente de Determinação, R2 Segundo Assaf Neto (2005), o Coeficiente de Determinação, R2, é uma medida estatística que define a porcentagem de Y (variável dependente) que pode ser explicada pela equação de regressão linear. A partir de R2 é possível avaliar se os valores de X (variável independente) permitem, ou não, proceder a uma boa estimativa de Y. No nosso caso, entender como variável dependente a Ação J e, como variável independente, a carteira de mercado. Conforme se estuda em Estatística, o valor de R2 varia de 0 a 1,0. Quanto mais próximo de 1,0, melhor se revela o ajustamento da reta de regressão aos valores. Em termos financeiros, R2 permite que se conheça a parte do risco sistemático e a parte do risco não sistemático de um ativo. Fórmula:
Neste exemplo: Y corresponde
a Ação J;
Este valor indica, pelo conceito estatístico do coeficiente de determinação, R2, que 83% do risco da Ação J são de natureza sistemática e, (1 – 0,83) = 0,17 ou 17% são decorrentes de variáveis específicas da Ação J, ou seja, risco não sistemático. Esta parcela de 17% pode ser eliminada pela diversificação, não sendo, portanto, considerada nos cálculos de retorno esperado (exigido) do CAPM. |
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Tela 83 |
Resumo O aspecto mais importante
do risco é o risco total do ativo, tal como visto pelos investidores
no mercado. O modelo de risco e retorno há mais tempo em uso, e
que ainda é o padrão na maioria das análises, é
o CAPM. O risco total de um ativo pode ser medido pelo desvio-padrão
ou pela variância desse ativo. |
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| Unidade 2 | Módulo 4 | Tela 84 |
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1- Betas de carteiras Segundo Gitman (2004), o beta (risco sistemático) de uma carteira pode ser facilmente estimado usando os betas dos ativos que o compõem. Sendo wJ a proporção (peso) do valor total da carteira aplicada no ativo j, e sendo ßJ o beta do ativo j. Equação
A interpretação para o beta de carteira segue o mesmo princípio do beta de um ativo individual. Suponha que você tenha $1.000.000 aplicado numa carteira formada por vinte títulos diferentes (caderneta de poupança, títulos do Tesouro Nacional, fundo de renda fixa, fundo de renda variável, ações, ouro, imóveis de renda etc.). Você operou a equação para betas de carteiras e descobriu que o beta da sua carteira é igual a 1,5. Como interpretar este beta? Da mesma forma que se interpreta o beta para um ativo individual: essa carteira possui um beta agressivo, mais volátil, porque é um beta > que o beta médio de mercado, ou seja, 1,5 > 1,0. Caso o beta da carteira fosse igual a 0,75, a interpretação seria: esta carteira possui um beta defensivo porque é < que o beta médio de mercado, isto é, 0,75 < 1,0. Caso o beta fosse igual a 1,0, você estaria com uma carteira que apresenta um beta igual ao beta médio de mercado, portanto, uma carteira com risco médio: 1,0 = 1,0. |
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Tela 85 |
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Exemplos 1) Suponha que tenhamos os seguintes investimentos:
a) Qual é o
retorno esperado da carteira, 2) Você tem uma carteira com 25% investidos na ação A, 30%, na ação B, 10%, na ação C e 35%, na ação D. Os betas dessas quatro ações são 1,65, 0,75, 1,0 e 1,25, respectivamente. Qual é o beta da carteira? 3) Um investidor está tentando avaliar duas carteiras possíveis, formadas pelos mesmos cinco ativos, em diferentes proporções (pesos). Ele está particularmente interessado em usar os betas para comparar os riscos das carteiras, e para isso coletou os dados apresentados na tabela.
a) Calcule os betas
(risco sistemático) das carteiras A e B. |
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4) Um indivíduo tem $70.000,00 investidos
em uma ação que tem um beta de 0,55 e $40.000,00 investidos
em uma ação com beta de 1,55. Caso esses sejam os dois únicos
investimentos de sua carteira, qual é o beta dessa carteira? 5) Você é um administrador de carteira de investimento. Atualmente, você administra para seus clientes, pessoas físicas muito ricas, $10.000.000,00, que consistem em $100.000,00 de investimentos em cada um de 100 diferentes ativos. Atualmente, a carteira tem um beta igual a 1,45. Você está considerando a venda de $100.000,00 de um ativo com beta igual a 1,75, a fim de utilizar esses recursos para comprar outro ativo que tem um beta igual a 0,65. Qual será o novo beta da carteira administrada por você após essa transação?
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2 - Equação do CAPM Segundo Damodaran (2007), quando a história da moderna teoria de investimento for escrita, registraremos que uma parcela significativa dela foi dedicada ao desenvolvimento de modelos que tentaram medir o risco de investimentos e convertê-lo em retornos previstos. O CAPM é ainda o modelo-padrão para mensuração de risco e retorno em finanças. Uma das maiores aplicações do CAPM está na avaliação de empresas. Sabemos que o custo do patrimônio líquido é um ingrediente fundamental em todo modelo de fluxo de caixa descontado. É difícil de ser estimado por tratar-se de custo implícito, que pode variar amplamente entre os vários investidores na mesma empresa. Diferentes investidores podem muito bem perceber diferentes graus de risco no mesmo investimento e demandar diferentes taxas de retorno, conforme sua aversão ao risco. O desafio da avaliação é, portanto, duplo. A primeira tarefa é transformar o custo implícito em explícito, lendo o pensamento dos investidores patrimoniais em um investimento. A segunda tarefa, e a mais intimidante, é obter uma taxa de retorno que esses diversos investidores aceitem como o custo do patrimônio líquido correto na avaliação da empresa. No CAPM o retorno previsto de qualquer ativo pode ser escrito como uma função da taxa livre de risco, do beta desse ativo e do prêmio pelo risco de investir no ativo de risco médio: Equação do modelo: onde: Kj = retorno esperado
em relação ao ativo j Em resumo, no CAPM, todo o risco de mercado é capturado no beta (risco sistemático), medido em relação a uma carteira de mercado, o que, pelo menos em teoria, deveria incluir todos os ativos negociados no mercado mantidos em proporção ao seu valor de mercado. |
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A representação gráfica do CAPM pode ser expressa da seguinte maneira:
A inclinação da SML, Linha de Mercado de Títulos (Security Market Line), mostra em quanto o retorno requerido aumenta, à medida que o risco aumenta. Assim, a inclinação da SML reflete o grau de aversão ao risco existente na economia – quanto maior a aversão ao risco do investidor médio: • mais inclinada
será a SML; |
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Exemplos 1) Um ativo tem beta de 1,25, a taxa livre de risco é de 9,75% e a taxa média de mercado é de 13,75%. Qual deve ser o retorno esperado do ativo? 2) Um ativo tem um retorno esperado de 17,75%, a taxa livre de risco é de 10% e o prêmio pelo risco de mercado é de 5,5%. Qual deve ser o beta do ativo?
4) Uma ação tem retorno esperado de 25% e beta de 1,8. O retorno esperado do mercado é de 18%. Qual deve ser a taxa do ativo livre de risco? 5) Suponha que RF = 4%; KM = 10% e KA = 12% a) Calcule o beta
do ativo A 6) Suponha que RF = 5%; KM = 8% e ßJ = - 0,30 a) Calcule o retorno
exigido para o ativo J 7) Suponha que RF = 10%; KM = 13% e ßD = 1,0 a) Calcule o retorno
exigido para o ativo D |
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8) Para cada um dos casos, a seguir exposto, use o modelo de formação de preços de ativo de capital, para encontrar o retorno exigido.
9) Use a equação básica do CAPM para solucionar cada uma das seguintes questões: a) Encontre o retorno exigido para um ativo com beta de 0,90, quando a taxa livre de risco e o retorno de mercado são 8% e 12%, respectivamente. b) Encontre a taxa livre de risco para uma empresa com retorno exigido de 15% e beta de 1,25 quando o retorno de mercado é de 14%. c) Encontre o retorno de mercado para um ativo com retorno exigido de 16% e um beta de 1,10, quando a taxa livre de risco é de 9%. d) Encontre o beta para um ativo com retorno exigido de 15% quando a taxa livre de risco e o retorno de mercado são 10% e 12,5%, respectivamente. 10) Considerem-se as seguintes ações:
Suponha que o CAPM seja válido. a) De
acordo com o CAPM, qual é o prêmio pelo risco de mercado? |
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De acordo com Brigham e Ehrhardt (2006), não se pode confundir o beta com a inclinação da SML, pois isso constitui erro. A inclinação de qualquer linha reta é igual à “altura” divida pela “distância”, ou “(Y1- Y0)/(X1- X0)”. Tornando-se Y = k, ou a taxa de retorno requerida ou exigida, e X = beta, ou o risco sistemático, encontra-se a inclinação da SML; na verdade, será o prêmio pelo risco de mercado, a saber: PRM = (KM - RF). Portanto, o exercício terá o seguinte caminho: (26 – 16)/(1,65 – 0,85) = 12,5% (prêmio pelo risco de mercado, ou a inclinação da SML). Calculando-se a taxa
livre de risco, RF, partindo-se da equação do CAPM, isto
é: É indiferente partir da Ação Alfa ou da Ação Gama, observe:
Calculando a taxa
da carteira de mercado, KM O cálculo do
prêmio pelo risco da Ação Alfa: O cálculo do
prêmio pelo risco da Ação Gama: Que tal alguns testes, quanto à inclinação da SML? Partindo da taxa requerida
de mercado com a taxa livre de risco: Partindo da Ação
Alfa e do retorno médio de mercado: Partindo-se da Ação
Gama e do retorno médio de mercado: |
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11) Linha do mercado de títulos, SML - Suponha que a taxa livre de risco, RF, é de 9% e que o retorno médio de mercado, KM, é de 13%. a) Desenhe a linha
de mercado de títulos (SML) sobre o conjunto de eixos de risco
sistemático (eixo x) – retorno exigido (eixo y). 12) Um investidor está tentando descobrir quanto risco precisa assumir para conseguir um retorno aceitável em sua carteira de investimento. A taxa livre de risco é atualmente igual a 8,75%; o retorno da carteira de mercado é de 13,75%. Use o CAPM para calcular o coeficiente beta associado ao retorno de cada uma das seguintes carteiras: a) 13% ; |
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| Solução 11 LINHA DE MERCADO DE TÍTULOS – SML (Security Market Line)
Retorno
exigido do Ativo A: Prêmio pelo
risco do ativo A: Retorno exigido do
Ativo B Prêmio pelo
risco do ativo B: Prêmio pelo
risco de mercado: |
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| Solução 12 a) você já
percebeu: o beta desta carteira será: 0 < ßA < 1,0,
por quê? O retorno esperado da carteira é: 8,75% < 13%
<13,75% b) você já
percebeu: o beta desta carteira será: ßB > 1,0, por quê?
O retorno esperado da carteira é: 15% >13,75% c) você já
percebeu: o beta desta carteira será: 0 < ßC
< 1,0, por quê? O retorno esperado da carteira é: 8,75%
< 11% <13,75% d) você já
percebeu: o beta desta carteira será: ßD> 1,0,
por quê? O retorno esperado da carteira é: 22% >13,75% e) Neste caso, iria depender do grau de aversão ao risco do investidor, pois ele dispõe de duas carteiras com risco sistemático < que o risco médio de mercado. Se escolhesse a Carteira C, ficaria caracterizado um grau de aversão ao risco maior; se optasse pela carteira A, ficaria caracterizado um grau de aversão ao risco menor. |
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13) Um ativo tem beta igual a 1,75 e seu retorno esperado é de 17,0%. A taxa livre de risco é igual a 10%. a) Qual é o
retorno esperado de uma carteira com investimentos iguais nos dois ativos? 14) O Ativo R tem um beta de 1,65, o Ativo S tem um beta de 0,7, a taxa esperada de retorno de uma ação média é de 15%, e a taxa de retorno livre de risco é de 10,5%. Quanto à taxa de retorno requerida do ativo mais arriscado excede a taxa de retorno requerida do ativo de menor risco? 15) Você possui uma carteira que tem 27% investidos na Ação X, 36% na Ação Y e 37% na Ação Z. Os retornos esperados dessas três ações são iguais a 20%, 16% e 12%, respectivamente. Qual é o retorno esperado dessa carteira? 16) Suponha-se gestor financeiro de um fundo de investimentos de $4 milhões. O fundo consiste de quatro ações com os seguintes investimentos e betas:
Caso a taxa requerida de retorno pelo mercado seja de 15% e a taxa livre de risco, de 10,75%, qual é a taxa requerida de retorno do fundo? 17) Vamos utilizar o CAPM para estimar o retorno esperado sobre uma ação da Cisco, supondo a taxa de juros de um título público em 5% ao ano, um beta de 1,39 e o prêmio de risco da carteira de mercado de 4% ao ano. |
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| Solução 13 Suponhamos que este investidor dispõe de $100.000,00. Ele pretende distribuir este dinheiro em dois ativos diferentes, parte no ativo livre de risco e parte num ativo com risco. Não esqueça que o beta do ativo = 1,75, isto é, mais volátil, enquanto o beta do ativo livre de risco = 0. Pense, neste caso, em situação normal, uma carteira composta por estes dois ativos poderia ter um beta de carteira que poderia variar entre 0 e 1,75. Se o beta da carteira for > 1,75, isto significa que o investidor irá investir um valor > $100.000 no ativo com risco, portanto, para ele tomar esta decisão o caminho seria fazer um empréstimo à taxa livre de risco e aplicar o valor do empréstimo no ativo com risco. a) Investimentos iguais,
é como se fosse $50.000 no ativo mais volátil e $50.000
no ativo livre de risco (50%/50%). b) Não podemos
esquecer que o beta do ativo livre de risco = 0, assim como, não
esquecer de que: (wJ + wRF) = 1,0 ou 100% c) Neste caso o melhor
caminho para o cálculo do beta da carteira é o cálculo
via inclinação da reta: d) O beta da carteira
é > que o beta do ativo mais arriscado, portanto, o investidor
terá que tomar empréstimo para operar com esta carteira. Como: wJ + wRF =1,0 Neste caso o investidor irá aplicar no ativo mais volátil a importância de $106.000, como ele dispõe de $100.000, deverá ir ao mercado e tomar dinheiro emprestado, neste caso, irá captar $6.000,00 à taxa livre de risco. |
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3 - Mudanças de expectativas inflacionárias Segundo Gitman (2004) a posição e a inclinação da SML são afetadas por dois fatores principais:
As mudanças de expectativas inflacionárias afetam a taxa de retorno livre de risco, RF. A equação da taxa de retorno livre de risco é
Onde: Essa equação mostra que, supondo uma taxa real de juros constante, k*, variações de expectativas inflacionárias, refletidas num prêmio por inflação, PI, resultarão em variações correspondentes da taxa livre de risco. Portanto, uma variação nas expectativas inflacionárias, geralmente como decorrência do manuseio da política monetária por parte das autoridades monetárias, provocará um deslocamento da SML. Como a taxa de juros livre de risco é um componente básico de todas as taxas de retorno, qualquer variação de RF refletirá em todas as taxas exigidas de retorno. As variações de expectativas de inflação resultam em deslocamentos paralelos da SML, em resposta direta à magnitude e à direção das variações. |
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Exemplo 1) A Empresa Alfa, uma empresa que produz motores elétricos e está em processo de crescimento, deseja determinar o retorno exigido de um Ativo Z com beta igual a 1,75. A taxa de juros livre de risco é 15%; o retorno da carteira média de mercado é 18,5%. Calcule a taxa de retorno mínima exigida para o Ativo Z. |
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| Solução Equação
do CAPM Como o nome do ativo
é, Ativo Z, vamos identificar as variáveis conforme o nome
do ativo. Portanto: O prêmio pelo
risco de mercado, PRM, é igual: O prêmio pelo
risco do Ativo Z, PRZ, é igual: Outra maneira de calcular
o PRZ seria: Vamos supor que a
taxa de juros livre de risco inclua uma taxa real de juros, k*, de 10%,
e um prêmio por inflação, PI, de 5%, portanto: Como não ocorreu
mudança na aversão ao risco, o prêmio pelo risco de
mercado não irá sofrer mudanças, logo: PRM=3,5% Qual deverá
ser o novo retorno mínimo exigido para o Ativo Z? Conclusão: o aumento de 2% ocorrido na taxa de juros livre de risco, como decorrência de uma mudança nas expectativas inflacionárias, provocou um aumento de 2% nas demais taxas de retorno. Caso estivéssemos diante de uma redução de 2% nas expectativas inflacionárias, as demais taxas de retorno iriam experimentar uma queda de 2%. Portanto, uma variação de expectativas inflacionárias se refletirá integralmente em uma variação correspondente dos retornos de todos os ativos, indicada por um deslocamento paralelo da SML. |
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4 - Variações da aversão ao risco Como a maior parte dos investidores tem aversão ao risco, a inclinação da SML, PRM, reflete o grau de aversão ao risco: quanto maior a inclinação, maior é esse grau, pois um nível mais elevado de retorno será exigido para cada nível de risco medido pelo beta, portanto, os prêmios por risco crescem de acordo com o grau de aversão ao risco. A recíproca é verdadeira. Variações da aversão a risco e, portanto, deslocamentos da SML decorrem de mudanças das preferências dos investidores, que geralmente resultam de eventos econômicos, políticos e sociais. São exemplos de eventos que aumentam a aversão ao risco: uma crise no mercado de ações, o assassinato de um líder político importante e a eclosão de uma guerra. Comparando as duas situações - mudanças de expectativas inflacionárias e variação de aversão ao risco - constamos que o retorno exigido para o Ativo Z, inicialmente, experimentou um aumento de: 23,125% - 21,125%=2%, isto é, foi proporcional ao aumento ocorrido no RF, agora, observamos que o aumento: 24,625 – 21,125=3,5%, é mais que proporcional ao aumento do PRM. Deve ficar claro, assim, que maior aversão ao risco resulta em retornos exigidos mais altos para cada nível de risco. Analogamente, uma redução da aversão ao risco faz com que diminua o retorno exigido a cada nível de risco. 2) Um projeto de investimento tem retorno anual esperado (estimado) de 14,80%. O beta estimado para o projeto, ßprojeto, é de 1,3. Para o período de vida útil do projeto a taxa de juros livre de risco, RF, e o prêmio pelo risco de mercado, PRM, foram estimados em: 9,0% e 4,0%, respectivamente. Supondo que nesta empresa não exista capital de terceiros, somente capital próprio, utilize o CAPM como taxa de corte para a tomada de decisão sobre este projeto de investimento. 3) Um projeto de investimento tem retorno anual esperado (estimado) de 14,5%. O beta estimado para o projeto, ßprojeto, é de 0,75. Para o período de vida útil do projeto a taxa de juros livre de risco, RF, e o prêmio pelo risco de mercado, PRM, foram estimados em: 10% e 6,0%, respectivamente. Supondo que nesta empresa não exista capital de terceiros, somente capital próprio, utilize o CAPM como taxa de corte para a tomada de decisão sobre este projeto de investimento. 4) Um projeto de investimento tem retorno anual esperado (estimado) de 17,75%. O beta estimado para o projeto, ßprojeto, é de 1,75. Para o período de vida útil do projeto a taxa de juros livre de risco, RF, e a taxa de retorno prêmio de mercado, KM, foram estimados em: 10% e 15,0%, respectivamente. Supondo que nesta empresa não exista capital de terceiros, somente capital próprio, utilize o CAPM como taxa de corte para a tomada de decisão sobre este projeto de investimento. Solução 4 Cálculo da taxa de corte: kprojeto
= RF + [ßprojeto (KM – RF)] Neste exemplo o retorno prometido pelo projeto de investimento é menor do que a taxa de corte, isto é: 17,75% < 18,75%. Neste caso, o projeto deve ser rejeitado, porque se for posto em andamento ele irá destruir riqueza do proprietário, com isso, o valor da empresa será diminuído. Segundo Damodaran (2004), se não houver investimentos suficientes que cubram a taxa de corte, deve-se devolver os recursos para os proprietários. As formas de retorno: dividendos e recompras de ações, vão depender das características dos acionistas. Nessa Unidade o nosso foco foi o Modelo de Precificação de Ativos de Capital (CAPM), convém ressaltar, no entanto, que não existe apenas o CAPM como modelo de mensuração de risco de mercado. Além do CAPM Damodaran (2007) recomenda: o Modelo de Precificação por Arbitragem (Arbitrage Pricing Model – APM), proposto pelo professor Stephan A Ross do MIT, assim como, os modelos multifatoriais. Por enquanto, a nossa disciplina ficará apenas no CAPM. |
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Resumo O beta mede a sensibilidade de um título a movimentos
da carteira de mercado. O beta (risco sistemático) de uma carteira
pode ser facilmente estimado usando os betas dos ativos que o compõe.
A interpretação para o beta de carteira segue o mesmo princípio
do beta de um ativo individual. |
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