| Unidade 3 | Módulo 1 | Tela 1 |
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1 - Custo de Capital Ao analisar o relatório que mostra a divulgação do resultado do 4T08 (4º trimestre de 2008) e 12MO8 da Grendene (www.grendene.com.br) somos informados de que a empresa investiu R$22,8 milhões em seu parque fabril durante o ano de 2008. De nada adianta a Grendene aumentar a sua capacidade de produção de calçados se a administração da empresa não souber dimensionar o custo das fontes de dinheiro que a Grendene utiliza em seus investimentos.
Um investimento no parque fabril irá exigir dinheiro não apenas para a compra do imóvel (terreno), da construção do(s) prédio(s), da compra do(s) equipamento(s), do treinamento da mão-de-obra, mas também recursos para atender a variação no ativo realizável operacional líquido ou na variação do capital de giro operacional líquido. As fontes de dinheiro que a empresa utiliza normalmente têm como origem o patrimônio líquido e o passivo exigível oneroso. É função da administração da empresa estimar o custo de cada uma das fontes de dinheiro utilizada pela empresa. Depois de apurado o custo de cada fonte, será necessário apurar o peso de cada fonte, com isso, será possível calcular o custo de capital da empresa ou o custo médio ponderado de capital – CMPC- ou WACC (weighted average cost of capital). |
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Tela 2 |
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Suponha que a taxa de retorno dos projetos de determinada empresa seja de 15% ao ano. Será interessante que o custo de capital dessa empresa seja menor que 15% ao ano porque, desta forma, será possível a existência da maximização da riqueza do(s) proprietário(s) da empresa. Vamos pensar numa S.A. de capital aberto, por exemplo, a Grendene. O capital social da Grendene poderá ser composto por ações ordinárias e ações preferenciais. Pode acontecer de ser somente por ações ordinárias. Mas não pode ser exclusivamente por ações preferenciais. Se ocorrer de existir os dois tipos de ações, será preciso apurar o custo das ações ordinárias e o custo das ações preferenciais. Vamos supor que a Grendene não distribua todo o seu lucro líquido, que ela sempre fique com uma parte desse lucro. Isso irá gerar lucros retidos, o que exige que se calcule o custo do lucro retido. Vamos imaginar que a Grendene esteja pensando em emitir novas ações, isso, por sua vez, irá provocar o cálculo do custo de emissão de novas ações. |
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Tela 3 |
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As empresas, em sua maioria, não vivem apenas do dinheiro oriundo do patrimônio líquido, é normal a participação de fundos vindos de banqueiros e, também, de investidores, portanto, teremos que calcular o custo da dívida nas empresas. Vamos começar pelo custo do patrimônio líquido. |
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Tela 4 |
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2 - Custo das Ações Ordinárias – KS O que são ações?
Podem ser consideradas como certificado ou título de propriedade, representativo das partes do capital social de uma sociedade econômica. O acionista é, portanto, proprietário de uma parcela da empresa, correspondente ao número de ações que possui.
Existem, basicamente, dois tipos de ações: 2. Preferencial. |
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Tela 5 |
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Quando um investidor compra uma ação, ele poderá experimentar as seguintes situações:
No Brasil, além dos dividendos, o acionista poderá receber juros sobre o capital próprio. De acordo com a Lei n. 10.303 de 31 de outubro de 2001, o número de ações preferenciais sem direito a voto, ou sujeitas à restrição no exercício desse direito, não pode ultrapassar 50% (cinqüenta por cento) do total das ações emitidas. Lemes Júnior, Rigo e Cherobim (2002), veem o custo de capital da ação ordinária, ks, como o retorno exigido pelos acionistas comuns, por financiarem permanentemente a empresa. Segundo Gitman (2004) o custo da ação ordinária pode ser medido, por exemplo, por meio de dois modelos, um deles é o CAPM (Modelo de Precificação de Ativos de Capital), o outro seria o Modelo de Gordon, também conhecido por modelo de avaliação com crescimento constante. Antes de estudar o modelo de Gordon, iremos estudar o modelo de crescimento nulo. |
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Tela 6 |
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3 - Modelo de crescimento nulo Pense numa empresa de capital aberto, por exemplo: Companhia Vale do Rio do Doce, Petrobras, Gerdau, Natura, Grendene, Bradesco, Itaú, Banco do Brasil, Randon, Marcopolo, Lojas Renner etc. Imagine que no último ano uma dessas empresas pagou $1,0 de dividendos por ação. Inicialmente vamos imaginar que essa empresa irá pagar esse valor de dividendos para sempre, ou seja, todo ano o valor dos dividendos por ação será igual a $1,0, de forma perpétua. O que você deduz? Certamente que não irá ocorrer qualquer taxa de crescimento nos dividendos pagos pela empresa, logo, a taxa de crescimento dos dividendos será nula. Essa situação nos remete a um modelo de avaliação de ações, chamado Modelo de Crescimento Nulo. Como representar o pagamento dos dividendos? O último dividendo se refere ao dividendo atual, portanto, será representado dessa maneira: D0. O próximo dividendo será representado dessa maneira: D1. O dividendo a ser pago no Ano 2 será representado por D2 e assim por diante. No modelo de crescimento nulo nós temos que:
Você está interessado em estimar o valor da ação da empresa. Pense agora como um investidor. Você está estudando a compra de ações de uma empresa, de imediato lhe vem à cabeça uma taxa de retorno desse papel. Essa taxa de retorno, k, certamente será de acordo com o risco do papel, quanto maior o risco, maior será o retorno exigido. Precisamos agora pensar no valor da ação, ou seja, no preço corrente da ação, P0. Como apurar o preço corrente da ação? |
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Tela 7 |
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Equação do modelo de crescimento nulo:
Onde: Exemplos 1) O retorno esperado de determinada ação é de 20%. O último dividendo pago pela empresa foi de $2,5 por ação. Suponhamos que a empresa deverá manter a política de pagar para sempre (prazo indefinido) dividendos de $2,5 por ação, calcule o preço corrente dessa ação. 2) Vamos empregar o modelo para calcular o valor de um imóvel. Admita que um imóvel esteja rendendo R$1.450,00 de aluguel mensalmente. Sendo de 1% a.m. o custo de oportunidade de mercado (ganho da melhor alternativa de aplicação disponível) estimar o valor desse imóvel hoje. 3) Vamos empregar o modelo para estimar o valor de uma empresa. Admita uma empresa que apresenta um fluxo de caixa livre para a empresa (FCLE) de $100,00/ano perpetuamente. Supondo uma taxa de desconto de 15% ao ano, qual o valor dos ativos operacionais da empresa tomando por base o FCLE? |
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Tela 8 |
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4) A JJ S/A é uma empresa madura do setor de componentes para máquinas operadoras. O dividendo mais recente pago aos acionistas ordinários foi de $2,40 por ação. Por causa de sua maturidade e da estabilidade de suas vendas e lucros, a administração da empresa entende que os dividendos permanecerão no nível atual no futuro. a)
Sendo o retorno exigido de 15%, qual é o valor da ação
da JJ? 5) Admita que seja prevista uma distribuição anual de dividendos de $0,50 por ação indefinidamente. Determinar o valor dessa ação hoje se os acionistas definirem em 20% a taxa mínima exigida de rentabilidade. |
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Tela 9 |
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4 - Modelo de crescimento constante – modelo de Gordon No modelo de crescimento nulo dos dividendos observamos que o valor dos dividendos será sempre o mesmo. Agora suponha que a empresa hipotética informe que sobre o valor de $1,0 do último dividendo, D0, irá incidir uma taxa de crescimento anual de 5% para sempre, ou seja, uma taxa de crescimento constante, g. Lembre-se do modelo anterior, no qual observamos que: D0=D1=D2=D3=......D∞ Agora, diante da nova situação como seria o valor dos dividendos futuros?
Segundo Ross, Westerfield e Jordan (2000) se o dividendo cresce a uma taxa constante, então substituímos o problema de prever um número infinito de dividendos futuros pelo problema de prever uma única taxa de crescimento, o que é uma simplificação considerável. Nesse caso, se D0 é o último dividendo pago e g a taxa de crescimento constante, o valor da ação pode ser expresso por:
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Tela 10 |
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Enquanto a taxa de crescimento g for menor do que a taxa de desconto, ks, o valor presente dessa série de fluxos de caixa poderá ser expresso por:
Onde: Segundo Gitman (2004) esse é o modelo de avaliação com crescimento constante, também conhecido como modelo de Gordon. A hipótese implícita do modelo é a de que a taxa de crescimento, g, seja inferior à taxa de retorno mínima aceitável (taxa de desconto), ks. Efetivamente, à medida que g for se aproximando de ks, o valor da ação vai convergindo ao infinito. Partindo-se da equação do valor de uma ação com crescimento constante, obtemos a seguinte equação para o cálculo do custo da ação ordinária:
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Tela 11 |
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Segundo Damodaran (2007) embora o modelo de Gordon seja uma abordagem simples e poderosa para avaliar ações, o seu uso é limitado a empresas com taxa de crescimento estável. Vale ter em mente duas percepções ao estimar uma taxa de crescimento estável. Primeiro, como a taxa de crescimento dos dividendos de uma empresa tem a expectativa de durar para sempre, pode-se esperar que os seus outros indicadores operacionais (incluindo receitas e lucros) cresçam à mesma taxa. A segunda questão refere-se a qual taxa de crescimento é razoável como uma taxa de crescimento estável. Essa taxa de crescimento deve ser inferior ou igual à taxa de crescimento da economia em que a empresa atua.
Em resumo, o modelo de Gordon é mais adequado a empresas com taxa de crescimento comparável ou inferior à da economia e que possuam políticas bem estabelecidas de pagamento de dividendos, que pretendam manter no futuro. O pagamento de dividendos deve ser consistente com a premissa de estabilidade, já que empresas estáveis geralmente pagam dividendos substanciais. Esse modelo subestimará principalmente o valor de ações de empresas que pagam consistentemente menos dividendos do que podem e acumulam caixa nesse processo. |
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Tela 12 |
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Exemplos 1) É esperado que no fim do Ano 1 a Empresa Alpha pague um dividendo por ação de $0,50. É esperado um crescimento de dividendos a uma taxa constante de 4,5% ao ano para sempre. A taxa de retorno requerida sobre a ação, ks, é de 15%. Qual é o valor de cada ação da empresa? 2) Atualmente, a ação da Empresa Gama é vendida por $20. Cada ação pagou um dividendo de $1,0. É esperada uma taxa de crescimento de dividendos constante de 5,25% ao ano para sempre. Qual é o retorno requerido sobre a ação da empresa? Qual é o preço da ação esperado para daqui a 1 ano? Para daqui a 5 anos? Para daqui a 20 anos? 3) Uma ação é negociada a $79 cada. Espera-se obter no fim do ano um dividendo por ação de $10,15, a uma taxa de crescimento constante, g, ao longo do tempo (para sempre). A taxa de retorno requerida da ação é de 17,85%. Se você for um analista que acredita nos mercados eficientes, qual seria sua previsão de g? 4) No início de 2008, o preço da ação da Empresa Alpha S.A. era de $100,0. Seus dividendos, em 2007, tinham sido de $12,0 por ação. Os analistas esperam que os dividendos, no futuro, cresçam à taxa constante de 4% ao ano para sempre. Com base no modelo de avaliação de crescimento constante - modelo de Gordon - um investidor médio, que comprou ações ordinárias da Empresa Alpha, ao preço de $100,0, espera uma taxa de retorno anual de quanto? |
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Tela 13 |
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5) Você é um investidor e deseja calcular o retorno da ação ordinária da Empresa Alpha S/A. A ação, atualmente, está sendo vendida por $90,00 cada. Os analistas esperam que, no futuro, os dividendos cresçam a uma taxa constante, para tanto, estão tomando por base a taxa de crescimento verificada nos últimos cinco anos, conforme demonstrado a seguir:
Com base no modelo de Gordon, calcule a taxa de retorno exigida para a ação ordinária da Empresa Alpha S/A. 6) Suponha que a Empresa Alpha S/A, uma grande empresa do setor siderúrgico, pagou no último ano dividendo de $3,2 por ação. O preço corrente da ação de Alfa é de $58 por ação. Você estima que o dividendo cresça a uma taxa constante de 6,5% indefinidamente. Qual é o custo da ação ordinária da Empresa Alpha S/A? 7) (Brigham, Ehrhardt (2006, p. 411). Você está considerando um investimento em ações ordinárias da KC. Espera-se que a ação pague um dividendo por ação de $2 no fim do ano. O beta da ação é igual a 0,9. A taxa livre de risco é de 5,6% e o prêmio pelo risco de mercado 6,0%. É esperado que a ação tenha um crescimento de dividendo a uma taxa constante g. Atualmente, a ação é vendida a $25 cada. Supondo que o mercado esteja em equilíbrio, que preço o mercado aposta que a ação terá no final de três anos? Isto é, qual é o P3? |
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Tela 14 |
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5 - Modelo de crescimento variável Segundo Gitman (2004) os modelos de crescimento nulo e constante não permitem que ocorra variação nas taxas de crescimento esperadas. Como elas poderiam subir ou cair por causa de mudanças de expectativas, é útil considerar um modelo de crescimento variável que permita alterações na taxa de crescimento dos dividendos. Segundo Damodaran (2007) o modelo de crescimento variável pode ser operado de três maneiras:
No nosso estudo, iremos operar basicamente o modelo em dois estágios. Outro detalhe, os nossos exemplos estarão voltados basicamente para apurar o valor (preço) corrente da ação, P0, e não o custo da ação, ks, ou seja, vamos treinar, de forma muito simples, avaliação de ações utilizando o modelo de crescimento variável. |
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Tela 15 |
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Exemplos 1) A WP paga um dividendo por ação de $1,50. É esperado um crescimento de dividendos de 10% ao ano nos próximos três anos e de 4% daí em diante. Qual é o dividendo por ação esperado para cada um dos próximos 4 anos? 2) Uma empresa encontra-se em fase de grande expansão, com o lançamento de novos produtos no mercado. Os dividendos atuais são de 1,15/ação e espera-se um crescimento de 10% ao ano nos próximos cinco anos. Após esse período de forte rendimento, espera-se que a taxa de crescimento se estabilize em 6% ao ano. Determinar o valor da ação hoje, sendo de 16% ao ano a taxa de retorno exigida pelos investidores. 3) A Empresa Beta S/A espera pagar os seguintes dividendos nos próximos quatro anos: $12, $10, $6 e $2. A partir de então, a empresa promete manter uma taxa constante de crescimento de 6% em seus dividendos, para sempre. Se a taxa exigida de retorno da ação é 16%, qual é o preço da ação hoje? 4) Uma empresa paga atualmente um dividendo por ação de $2,0. É esperado que o dividendo da empresa cresça a uma taxa de 20% ao ano nos próximos dois anos; daí por diante o dividendo crescerá a uma taxa constante de 7%. A ação da empresa tem beta igual a 1,2, a taxa livre de risco é de 7,5% e o prêmio pelo risco de mercado é de 4%. Qual seria sua estimativa para o preço corrente da ação? |
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Resolução 2 Esse exemplo poderá
ser operado com base na seguinte equação extraída
de Gitman (2004, p. 280) Nesse exemplo temos: O valor presente dos
dividendos esperados nos cinco primeiros anos atinge o seguinte valor: b) P0 =
[1/(1+ks)N x DN+1/(ks–g2)] O valor presente desses
dividendos é obtido no ano 5. Para transferir esse valor para o
ano 0 (momento atual), deve-se atualizá-lo pelo fator: (1,16)5,
ou seja: Vamos agora operar
a segunda parte da equação pela fórmula: Logo, o valor presente
do total dos dividendos no momento 0, que representa o valor teórico
da ação, atinge a: |
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Tela 17 |
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5) Suponha que a média do setor de sua empresa tenha uma taxa de crescimento esperada de 6% e que seus rendimentos de dividendos sejam de 7%. Sua empresa é quase tão arriscada quanto à média do setor, mas terminou com muito sucesso um trabalho de P&D que o leva a acreditar que seus lucros e dividendos crescerão a uma taxa de 50% em 2009 e de 25% no ano seguinte, após o que o crescimento deve ser igual à taxa média do setor, de 6%. O último dividendo pago foi de $1,0 por ação. Qual o valor por ação de sua empresa? 6) A NM está analisando a compra à vista das ações da GT. Durante o ano que acaba de se encerrar, a GT obteve lucro de $4,25 por ação (LPA) e pagou dividendos de $2,55 por ação, em dinheiro. Espera-se que os lucros e dividendos da GT cresçam 25% ano nos próximos três anos e, depois disso, 10% ao ano para sempre. Qual é o preço máximo por ação que a NM deveria pagar pela GT, caso haja um retorno exigido de 15% em investimentos com características de risco semelhante? Damodaran (2007, p. 109) apresenta a fórmula para o modelo de desconto de dividendos em dois estágios. Para o nosso exemplo vamos fazer uma adaptação entre essa fórmula e a fórmula já apresentada do professor Gitman. P0
= {D0 x(1 + g1) x [1 – (1+g1)t/(1+ Ks)t]}/(Ks –g1) + [1/(1+ks)N
x DN+1/(ks –g2)] 7) A HP Hotéis está iniciando um projeto de remodelação e expansão que durará três anos. A atividade de construção limitará os lucros durante esse período, mas, quando estiver concluída, deverá permitir à empresa que cresça muito mais rapidamente em termos de lucros e dividendos. No ano passado, a empresa pagou um dividendo de $3,40 por ação. Ela espera crescimento nulo no próximo ano. Nos anos 2 e 3 deve haver crescimento de 5% e, no ano 4, de 15%; do ano 5 em diante o crescimento deverá ser constante igual a 10% ao ano. Qual é o preço máximo que um investidor que exige um retorno de 14% deveria pagar por ação ordinária da HP Hotéis? |
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8) O dividendo anual mais recente da LI foi de $1,80 por ação e o retorno exigido da empresa é igual a 11%. Encontre o valor de mercado da ação da LI quando: a)
O crescimento esperado dos dividendos é de 8% ao ano, por três
anos, seguido de um crescimento anual constante de 5% do ano 4 para
sempre. b)
O crescimento esperado dos dividendos é de 8% ao ano, por três
anos, seguido de um crescimento anual constante de 0% do ano 4 para
sempre. c)
O crescimento esperado dos dividendos é de 8% ao ano, por três
anos, seguindo de um crescimento anual constante de 10% do ano 4 para
sempre. 9) A JJ S/A está se expandindo rapidamente e atualmente necessita reter todos os seus lucros (índice de payout=0, isto é, índice de retenção=1,0), por isso, ela não distribui lucros. Porém, os investidores esperam que a JJ comece a pagá-los com o primeiro dividendo de $1,0 para daqui a três anos. O dividendo deve crescer rapidamente, a uma taxa de 50% ao ano, durante os Anos 4 e 5. Após o Ano 5, a empresa deverá crescer a uma taxa constante de 8% por ano. Se a taxa de retorno requerida sobre a ação for de 15%, qual o valor da ação hoje? 10) Assumimos que a Empresa Alpha, uma das principais do seu setor de atuação, irá manter vantagem competitiva da sua marca pelos próximos cinco anos. Durante esse período (fase de crescimento alto) o crescimento dos dividendos será de 16%; a partir do sexto ano a empresa irá experimentar crescimento constante (perpétuo) nos dividendos de 3,5% ao ano. Durante a fase de crescimento acelerado, o custo de capital próprio da empresa foi estimado em 15%, caindo para 13,5% durante a fase de crescimento perpétuo. O dividendo pago no último exercício social foi de $2,0 por ação. Com base no modelo de crescimento variável, estimar o preço corrente da ação da Empresa Alfa. |
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Resumo Uma empresa, para fazer investimentos, necessita de fontes de dinheiro; essas fontes têm origem no passivo da empresa por meio do passivo exigível e do patrimônio líquido. O dinheiro oriundo do passivo exigível poderá ser de banqueiros ou de investidores. No patrimônio líquido temos dinheiro oriundo dos lucros gerados no negócio e também de ações ordinárias e preferenciais. Para calcular o custo de capital numa empresa se faz necessário apurar o custo individual de cada uma das fontes, assim como o peso de cada uma das fontes. O custo da ação ordinária poderá ser medido por dois modelos: modelo de crescimento constante (Modelo de Gordon) e modelo de precificação de ativos de capital (CAPM). Diante de uma situação onde a empresa irá pagar sempre o mesmo dividendo, o valor presente do preço da ação será estimado pelo modelo de crescimento nulo. Diante de uma situação em que os dividendos irão experimentar taxas de crescimento constante, para sempre, será empregado o modelo de crescimento constante (Modelo de Gordon) tanto para se estimar o preço corrente da ação quanto o custo da ação ordinária da empresa. Os modelos de crescimento nulo e constante não permitem que ocorram variações nas taxas de crescimento esperadas dos dividendos; como alternativa para esses dois modelos existe o modelo de crescimento variável, que pode ser operado de três maneiras:
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1
- Custo de emissão de novas ações ordinárias
– kn
A Companhia Vale do Rio Doce é uma das maiores empresas de capital privado no Brasil. Em janeiro de 2009 foi considerada a segunda maior mineradora do mundo. A Vale, para tocar os seus negócios, precisa de dinheiro, muitas vezes para crescimento orgânico e outras, para comprar empresas do setor de mineração. No relatório enviado a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) referente ao terceiro trimestre de 2008, encontramos:
A emissão de novas ações ordinárias e preferenciais feita pela Vale foi uma operação de oferta pública de ações, também conhecida por uma operação de underwriting. Nessa operação, nós temos a Vale em busca de dinheiro e os investidores querendo comprar as novas ações da Vale. Ocorre que essa operação não tem como ser feita diretamente entre a Vale e os investidores, fazendo-se necessário a figura de um intermediário no negócio. Quem é esse intermediário? São os bancos de investimento, os bancos múltiplos com carteira de investimento, as corretoras de títulos e valores mobiliários e as distribuidoras de títulos e valores mobiliários. A Vale contratou os serviços desse tipo de intermediários financeiros, para tanto, a Vale pagou uma comissão pelos serviços de colocação dos papéis (ações). |
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A Vale não desembolsou dinheiro somente com a comissão de underwriting. Uma operação de lançamento de novas ações, bem como de emissão de dívida, irá pedir dinheiro para:
A lista de gastos não costuma ser pequena. Descrevemos de forma muito sucinta a emissão primária, ou seja, a parte do negócio envolvendo a empresa emissora e os investidores (aqueles que compraram as ações na fonte), com os intermediários financeiros no comandando da operação.
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Lemes Júnior, Rigo e Cherobim (2002) afirmam que na subscrição de novas ações, a empresa incorre nos custos de lançamento – emissão, corretagem, deságios – que resultam no custo de capital superior ao das ações existentes.
Segundo
Gitman (2004), normalmente, para que uma emissão de novas ações
seja efetuada, precisa haver underpricing –
venda a um preço inferior a seu preço corrente de mercado,
P0. Além do underpricing, devem ser considerados, também,
os custos de lançamento, a saber:
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O underpricing de emissões de novas ações ocorre por diversos motivos. Em primeiro lugar, quando o mercado está em equilíbrio (ou seja, a quantidade demandada de ações é igual à quantidade ofertada), uma demanda por ações adicionais só pode ser gerada com um preço mais baixo.
Em segundo lugar, quando são emitidas novas ações, a participação de cada uma na propriedade da empresa é diluída, o que justifica um valor mais baixo para a ação.
Finalmente, muitos investidores encaram a emissão de novas ações como um sinal de que a administração está recorrendo ao financiamento com ações ordinárias porque acredita que estão supervalorizadas. Ao reconhecerem essa informação, comprarão ações somente a um preço inferior ao valor corrente de mercado. Esses e outros fatores exigem que haja underpricing nos lançamentos de ações ordinárias. |
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Para efetuar o cálculo do custo de emissão de novas ações ordinárias, utilizamos a seguinte equação:
Onde: Exemplos 1) A Empresa JJ S/A deseja determinar o custo de novas ações ordinárias, kn. O preço de mercado de sua ação ordinária, P0, é igual a $40 cada. Os dividendos pagos aos acionistas nos últimos seis anos (2003-2008) foram os seguintes:
A empresa informa que os dividendos futuros deverão continuar crescendo tomando-se por base a média dos últimos seis anos. Para estimar o custo das novas ações ordinárias, kn, a empresa estima um underpricing de $2,0 por ação, e um custo associado à nova emissão de $2,2 por ação. |
Tela 25 |
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2) A Empresa Alpha pretende lançar no mercado novas ações ordinárias. Atualmente, essas ações estão sendo negociadas a $20,0 cada. Os analistas financeiros esperam que os dividendos que serão pagos no próximo ano sejam de $1,30, por ação. O lançamento destas ações terá um deságio de 5,75% e o custo de lançamento (underwriting) será de 2,75%, ambos sobre o valor atual das ações. Os dividendos da empresa têm crescido a uma taxa anual de 5,75% e, espera-se que esse crescimento continue no futuro. Calcule o custo da nova emissão de ações ordinárias da Empresa Alpha. 3) A Empresa MBG está pretendendo lançar novas ações ordinárias no mercado. Suas ações ordinárias atuais estão cotadas a $45,0 cada; no último ano a MBG pagou dividendos de $4,20 por ação; haverá o deságio de $0,9 por ação e o custo de lançamento será de $1,8 por ação. A taxa de crescimento dos dividendos, esperada pelos analistas de investimento, é de 4,25% para sempre. Calcule o custo de emissão das novas ações ordinárias da MBG. 4) A Empresa MB pretende lançar no mercado novas ações ordinárias. Atualmente, essas ações estão sendo negociadas a $120,0 cada. Os analistas financeiros esperam que os dividendos que serão pagos no próximo ano sejam de $9,50, por ação. O lançamento destas ações terá um deságio de 2,8% e o custo de lançamento (underwriting) será de 3,25%, ambos sobre o valor atual das ações. Os dividendos da MB, nos últimos três anos apresentaram uma taxa média anual de crescimento de 15%; os analistas estão projetando uma taxa anual constante de 6,5% no futuro. Calcule o custo da nova emissão de ações ordinárias da Empresa MB. |
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2
- Custo dos lucros retidos - kr
Imagine uma empresa que tenha apresentado no último exercício social um lucro líquido igual a $100. Suponhamos que nesta empresa o índice de >Payout seja igual a 0,40, logo, o índice de retenção será igual a 0,60. Portanto, nesta empresa nós teríamos um pagamento de $40 em dividendos para os acionistas, onde cada acionista irá receber o seu dinheiro de acordo com sua participação no capital da empresa. Ora, se a empresa desembolsar $40,00 dos $100 de lucro líquido, ela ficará com $60,00 para tocar os seus negócios. Vamos nos fixar nestes $60,00. Supondo que esse dinheiro seja incorporado ao capital social, o que irá acontecer? O capital social será aumentado em mais $60,00, com isso os acionistas serão premiados com uma bonificação em cima deste aumento, de acordo com a participação de cada um. Se o capital social, antes do aumento por incorporação de reservas, fosse de $500, a partir do aumento o capital social irá para $560. Pense num acionista que detenha 10% do capital social. Antes, ele participava com $50,00 sobre o capital social, agora ele terá $56,00. Observe que o acionista não desembolsou nenhum dinheiro para essa nova posição de capital social, pois o novo aumento do capital social foi com dinheiro gerado na própria empresa, porém, a participação do acionista se manteve em 10%, nesse caso, via bonificação de ações. Na verdade, o acionista abriu mão desse dinheiro para que o mesmo fosse mantido na empresa. Muito bem, estes
$60,00 já estavam dentro da empresa, pois, foram gerados pelas
atividades (negócios) da própria empresa. Logo, a empresa,
ao fazer o aumento do capital social de $500 para $560, não terá
que contratar nenhum banco de investimento para gerenciar o lançamento
do papel, e nenhum escritório de advocacia, assim como não
terá de gastar com encontros com analistas de investimento e
investidores etc. |
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Tela 27 |
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Segundo
Assaf Neto (2005) a justificativa básica para uma empresa reter
lucros, em vez de distribuí-los a seus proprietários, é
que ela possui alternativas de investimentos que remuneram o capital em
termos de risco incorrido na decisão. Caso não surjam essas
oportunidades financeiras, a orientação básica é
de que a empresa promova a distribuição de seus lucros aos
acionistas, de maneira que possam efetuar aplicações desses
recursos em outras alternativas de investimento que prometam ganhos compatíveis
ao risco assumido.
Equação:
Exemplo Usando os dados de cada empresa apresentados na tabela a seguir, calcule o custo de lucros retidos e o custo de novas ações ordinárias, empregando o modelo de avaliação com crescimento constante (modelo de Gordon).
*sobre o preço corrente da ação Clique para ver as resoluções: |
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Tela 28 |
3
- Custo das ações preferenciais - KP
O custo da ação preferencial aqui estudado irá se restringir àquelas ações preferenciais que no ato de sua emissão garantem aos investidores uma promessa de dividendos periódicos fixos. Em alguns casos, os dividendos de ações preferenciais são especificados em moeda por ano. Por exemplo, $2,0 por ação ou $3,0 por ação etc. Em outros casos, os dividendos preferenciais são estipulados sob a forma de uma taxa anual. Essa taxa representa a porcentagem do valor de face da ação que corresponde ao dividendo anual. Segundo Brigham e Ehrhardt (2006) o custo componente da ação preferencial usado para calcular o Custo Médio Ponderado de Capital (CMPC) é o dividendo preferencial por ação, DP, dividido pelo preço líquido da emissão, NP, que é o valor que a empresa recebe depois de deduzir os custos de emissão. Equação:
Onde: KP = custo
da ação preferencial O valor de NP será
apurado da seguinte maneira: Por despesas de lançamento
nós temos os desembolsos de caixa que a empresa irá experimentar
em função do underwriting (comissão de underwriting
para os intermediários financeiros, publicações em
jornais, registro em bolsa de valores etc.). |
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Tela 29 |
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Segundo
Gitman (2004) como os dividendos de ações preferenciais
são pagos com os fluxos de caixa da empresa depois do IR/CS, não
é necessário fazer nenhum ajuste por causa dos impostos.
Quando do lançamento de ações preferenciais poderá ocorrer as seguintes situações:
Exemplos 1) Determinar o custo de cada uma das seguintes ações preferenciais:
* Preço de venda Clique para ver as resoluções: |
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Tela 30 |
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2)
A Empresa Alpha S/A pode emitir ações preferenciais perpétuas
a um preço de $50 cada. Espera-se que a emissão pague um
dividendo anual constante de $3,80 por ação. O custo da
emissão está estimado em 5%. Qual é o custo da ação
preferencial, kP, da empresa?
3) A Empresa JJ S/A planeja emitir algumas ações preferenciais ao valor de face de $100 cada com um dividendo de 11%. A ação está sendo vendida no mercado por $97 e a empresa deve pagar custos de 4,5% do preço de mercado. Qual é o custo da ação preferencial da JJ? 4) A Empresa TS S/A
acaba de emitir ações preferenciais. O título promete
um dividendo anual de 12% e se u valor de face é igual a $100.
Foi vendido a $97,50 por ação. Além disso, devem
ser pagos custos de lançamento de $2,50 por ação. |
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Tela 31 |
Resumo
As empresas de capital aberto (S/A) podem lançar mão, a qualquer tempo, da oferta pública de novas ações ordinárias e preferenciais. A emissão de novas ações seguir um processo onde, num primeiro momento irá envolver a empresa emissora, os investidores e instituições financeiras especializadas na colocação de títulos no mercado de capitais. Denomina-se operação de underwriting a emissão primária ou a oferta (leilão) pública de novas ações. Essa operação envolve a empresa – recebendo dinheiro e entregando novas ações–, o investidor – entregando dinheiro e recebendo novas ações–, e as instituições financeiras especializadas – recebendo uma comissão pelos serviços prestados para a empresa emissora. O custo de emissão de novas ações ordinárias envolve emissão, corretagem, deságios e será calculado pelo modelo de crescimento constante dos dividendos (modelo de Gordon) com destaque para a o underpricing e para os gastos com a colocação do título. Para efetuar o cálculo do custo de emissão de novas ações ordinárias, utilizamos a seguinte equação: kn = (D1/Nn) + g. O custo dos lucros retidos será calculado também pelo modelo de crescimento constante dos dividendos (modelo de Gordon) com o detalhe de que o tratamento será o mesmo das ações ordinárias já existentes. O custo da ação preferencial quando o pagamento dos dividendos se caracteriza como sendo perpétuo (para sempre o mesmo valor) será calculado por meio da seguinte equação: kP = DP/NP. |
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1 - Custo da dívida Pense numa empresa de grande porte como a Gerdau S/A, atualmente, uma das maiores multinacionais brasileira, com unidades produtivas em 14 países, com destaque para América Latina e América do Norte. A Gerdau começou a operar em 1901, com a fábrica de Pregos Pontas de Paris, na cidade de Porto Alegre, Rio Grande do Sul. No início, como a maior parte das empresas, ela era pequena, com o tempo, foi crescendo e tomando porte até alcançar a posição de 13° maior produtor de aço do mundo. Certamente no começo do século XX a maior fonte do dinheiro que bancava os negócios tinha como origem o bolso dos seus proprietários, juntamente com os lucros gerados no negócio.
Um dado interessante é que a Gerdau, em seus 108 anos de existência, ainda não experimentou prejuízo um ano sequer, sempre operou no azul. Será que ela irá conseguir passar pela crise atual no azul? A maior parte das empresas, não todas, com o tempo, para poder dar saltos em termos de porte precisam buscar dinheiro fora do eixo proprietário/lucros retidos. Esse dinheiro que virá de fontes de fora da empresa poderá ser obtido de muitas fontes: bancos de fomento (BNDES, BRDE, BIRD, BID etc.), bancos comerciais, bancos múltiplos, bancos de investimento, investidores etc. |
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Tela 33 |
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Quais as diferenças entre o dinheiro oriundo do patrimônio líquido e o dinheiro oriundo de empréstimos e da emissão de dívida? Segundo Damodaran (2004) a maioria das pessoas interpreta dívida e patrimônio líquido em termos de títulos e ações, mas a diferença entre dívida e patrimônio líquido está na natureza dos direitos sobre os fluxos de caixa da empresa.
Finalmente, os investidores em ações, em virtude dos seus direitos sobre os fluxos de caixa residuais da empresa, têm controle total, ou muito abrangente, da administração da empresa. Os credores, por outro lado, têm um papel muito mais passivo na administração, exercendo, no máximo, o poder de veto sobre decisões financeiras importantes. |
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2 - Fontes de dinheiro fora da empresa Se você entrar no site da Gerdau S.A. (www.gerdau.com.br) e olhar as demonstrações financeiras encerradas em 31/12/2007 irá observar que as obrigações financeiras (nota explicativa n°14 – Empréstimos e Financiamentos) estão distribuídas nas seguintes moedas: real, dólar dos EUA, euro, peso colombiano, peso argentino e peso chileno. Na área internacional, costuma-se dizer que câmbio não é para amadores, isso é válido para as nossas multinacionais; deve ser um bom desafio operar no departamento financeiro da Gerdau. Além das diferentes moedas, você irá observar que a Gerdau deve para instituições financeiras, por exemplo, o BNDES e também para investidores, por exemplo, via debêntures. Qual a diferença entre esses dois tipos de credores? Num empréstimo feito junto a um banco, no caso da Gerdau, o normal é que a garantia seja dada pela própria Gerdau, logo, o negócio fica entre a Gerdau e o banco. Suponha o Banco do Brasil (BB), se a Gerdau tiver problemas na geração de seu fluxo de caixa, o BB terá que arcar com as consequências, o risco de crédito será do BB.
Agora, pense numa debênture. Esse tipo de papel é um título de crédito emitido pelas empresas de capital de aberto e que é comprado por investidores (agentes econômicos com sobras de dinheiro em busca de oportunidades de aplicações financeiras). Se a Gerdau tiver qualquer tipo de problema no seu fluxo de caixa o risco será do investidor. Enquanto o empréstimo é feito diretamente com a instituição financeira, a emissão de dívida é feita via mercado de capitais. |
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A emissão de dívida via mercado de capitais irá seguir o mesmo caminho da emissão de uma nova ação ordinária ou de uma nova ação preferencial, será via uma operação de underwriting. A empresa irá contratar os serviços de um ou mais bancos de investimentos, corretoras de valores mobiliários e, distribuidoras de valores mobiliários. Esses intermediários financeiros farão a ponta entre a empresa emissora e os potenciais investidores. O papel (a dívida) poderá ser emitido com ágio (quando o investidor paga pelo papel um valor maior que o valor de face ou valor nominal), deságio (quando o investidor paga pelo papel um valor menor que o valor de face, é o que predomina) e ao par (quando o papel é comprado pelo investidor pelo valor de face ou nominal). Observe, para que uma empresa de capital aberto emita uma nova dívida se faz necessária a aprovação dos acionistas comuns (detentores de ações ordinárias); isso será feito em uma assembleia, onde normalmente é especificado o valor de face do papel e a taxa de juros nominal do papel (mais conhecida como juros de cupom). A empresa terá gastos com comissão de underwriting, escritório de advocacia, publicações em jornais, rodadas de reuniões com investidores (road show), solicitação de emissão nos órgãos reguladores (a CVM no Brasil; a SEC nos EUA), registro em bolsa de valores etc.
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3
- Custo de capital de terceiros de longo prazo - ki
Segundo Gitman (2004) o custo de capital de terceiros de longo prazo, ki, é o custo após o IR/CS (Imposto de Renda/Contribuição Social) hoje, de levantar recursos emprestados de longo prazo. Equação para apurar o custo do capital de terceiros:
Onde: ki = custo de capital
de terceiros depois dos impostos Parte da dívida de longo prazo é assumida por meio da emissão de obrigações (emissão de dívida). Os recebimentos líquidos com a venda de uma obrigação ou de qualquer título são os fundos efetivamente recebidos com ela. Os gastos de lançamento – os gastos totais de emissão e venda de um título – reduzem os recebimentos líquidos proporcionados pela venda. Esses gastos aplicam-se a todos os lançamentos públicos de títulos: ações, debêntures, notes, bonds etc. Incluem dois componentes: • gastos
de underwriting; • valor
de face ou valor nominal; |
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| Suponha que a Empresa Alpha tenha convocado uma assembleia de acionistas para aprovar o lançamento (emissão) de novas debêntures não conversíveis, no mercado. Na assembleia de acionistas foi estipulado que cada debênture sairá com o valor nominal (face) de $1.000,00, tendo também sido estipulado juros de 15% ao ano. O valor aprovado foi de 20.000 novas debêntures onde os juros serão anuais e o pagamento do principal no final do contrato, isto é, daqui a cinco anos. Neste caso, teríamos:
Exemplos 1) Calcule o custo da dívida depois dos impostos sob cada uma das seguintes condições:
2) Empréstimo bancário. A Empresa Alpha fez uma captação de dinheiro de longo prazo para tocar projetos de expansão em seu parque fabril pagando uma taxa nominal 12% ao ano. Esse dinheiro foi captado no BNDES tendo como agente repassador o Bradesco. Suponha que a alíquota do IR/CS da empresa seja de 30%, qual o custo desse empréstimo depois dos impostos? |
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Tela 38 |
3) Emissão de dívida. A Empresa Alpha S/A acabou de emitir um título de dívida de longo prazo com as seguintes características:
A alíquota do IR/CS da empresa foi estimada em 34%. 4) Emissão de dívida. A Empresa JJ tem condições de captar um volume ilimitado de capital de terceiros vendendo obrigações com valor de face de $1.000, cupom de 10% ao ano e prazo de 10 anos. Os pagamentos de juros seriam anuais. Para vender as obrigações o papel sofrerá um deságio de 0,25% sobre o valor de face e os gastos com comissão de underwriting e outras despesas serão de 2% do valor de face. A alíquota do IR/CS da JJ é de 34%. Calcule o custo anual da dívida antes do IR/CS, depois do IR/CS, bem como, o retorno anual para o investidor (opere com a hipótese de o investidor está isento do IR). 5) Com base em Brigham e Ehrhardt (2006). Os títulos de dívida da Empresa Alpha S/A têm nove anos remanescentes até o vencimento. Os juros são pagos anualmente, os títulos de dívida têm um valor nominal de $1.000 e a taxa de juros cupom é de 8%. Os títulos de dívida têm um rendimento até o vencimento de 9,75%. Qual é o preço de mercado atual desses títulos de dívida? |
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Tela 39 |
Nesse exemplo nós iremos fazer algumas operações:
O valor de face da obrigação é de $1.000, porém, o papel foi comprado pelos investidores por um preço menor. Por quê? O papel foi comprado por: $1.000 (1 – 0,005) = $995 cada, isto é, operou com um deságio de $5 por título. Isto ocorreu porque os investidores não aceitam ganhar apenas 13% ao ano, eles querem ganhar mais do que 13% ao ano, logo, o papel neste caso, sofre deságio, ou seja, o investidor desembolsa um valor menor do que o valor de face estipulado no título. Valor líquido
(VL) que irá entrar no caixa da empresa, por título: Cálculo
dos juros anuais: |
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Tela 40 |
Cálculo
do valor que será desembolsado no último ano (P + J). DFC dessa emissão de dívida:
Cálculo
do custo da dívida antes dos impostos, kd. Utilizando-se uma
máquina financeira (HP 12 C) encontramos: Cálculo do
custo da dívida depois dos impostos, ki. |
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Tela 41 |
Nesse exemplo primeiro iremos operar o custo da dívida para a empresa para, logo a seguir operar a taxa de juros recebida pelo investidor. Valor líquido
(VL) que irá entrar no caixa da empresa, por título: Cálculo
dos juros anuais: Cálculo
do valor que será desembolsado no último ano (P + J). DFC dessa emissão de dívida:
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Tela 42 |
Cálculo do
custo da dívida antes dos impostos, kd. Cálculo
do custo da dívida depois dos impostos, ki. Vamos agora
operar a taxa de juros ganha pelo investidor, ou seja, pelo comprador
do papel (obrigação). O valor dos juros
anuais e o valor que será recebido no último ano serão
iguais aos cálculos já operados para a empresa, portanto:
Cálculo da
taxa de retorno para o investidor Utilizando-se
uma máquina financeira (HP 12 C) encontramos: |
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Tela 43 |
DFC da divida
Nesse exemplo
o caminho será trazer todos os valores futuros para valor presente,
o caminho mais indicado é a aplicação do fator de
valor presente, FPV. Por uma questão
de gosto iremos operar a primeira fórmula. Portanto: |
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Tela 44 |
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6) Com base em Brigham e Ehrhardt (2006). Os títulos de dívida da Empresa Alpha têm oito anos remanescentes até o vencimento. Os juros são pagos anualmente, os títulos de dívida têm um valor nominal de $1.000 e a taxa de juros cupom é de 10%. Os títulos de dívida são vendidos ao preço de $850. Qual é o seu rendimento até o vencimento? 7) Com base em Brigham e Ehrhardt (2006). Os títulos de dívida da Empresa Alpha vão vencer em dezesseis anos. Os títulos de dívida têm um valor de face de $1.000 e uma taxa cupom de 7,0% paga semestralmente. O preço do título de dívida é $1.070. Os títulos de dívida são resgatáveis em oito anos ao preço de resgate antecipado de $1.035. Qual é o rendimento até o vencimento? Qual é o rendimento até o resgate antecipado? |
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Tela 45 |
Nesse exemplo o aluno precisa ficar atento para a taxa de cupom. Aqueles 7% estão ao ano e não ao semestre. Para o cálculo dos juros semestrais se faz necessário apurar a taxa de juro semestral, nesse caso o cálculo será dessa maneira: Taxa semestral = Taxa
anual/2 Vamos para o DFC da dívida supondo o resgate no vencimento do papel, ou seja, em quinze anos. Observe que nesse exemplo o papel está sendo negociado no mercado com ágio ($1.070 > $1.000). DFC da dívida O exemplo informa: Indicação
do cálculo: |
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Tela 46 |
O rendimento do papel até o vencimento é igual a 3,149645482% ao semestre. Ocorre que
a taxa de rendimento do papel precisa ser expressa ao ano, portanto: Observe que a taxa efetiva é menor que a taxa de cupom, por quê? Porque o papel está sendo operado no mercado com ágio. Vamos para a hipótese de o investidor resgatar o papel antes do vencimento, agora iremos operar o cálculo direto na HP 12C, ou seja, iremos até a taxa efetiva ao ano. DFC da dívida O exemplo informa: Indicação
do cálculo: |
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Tela 47 |
Resumo A captação de empréstimo por parte de uma empresa junto à instituição financeira irá gerar uma obrigação da empresa tomadora com a instituição financeira; na maior parte das vezes, o risco da operação será da instituição que concedeu o empréstimo. Por sua vez, a captação de dinheiro por parte de uma empresa no mercado de capitais, por meio da emissão de dívida será coordenada por instituições financeiras especializadas na colocação de títulos de dívida junto aos investidores. Tais instituições são os bancos de investimento, as corretoras de títulos e valores mobiliários e as distribuidoras de títulos e valores mobiliários. O serviço dessas instituições será pago pela empresa emissora de dívida por meio de uma comissão, também conhecida por comissão de underwriting. No ato do leilão dos títulos de dívida, poderá acontecer de o papel ser negociado com: ágio, deságio e ao par. A maioria das pessoas interpreta dívida e patrimônio líquido em termos de títulos e ações, mas a diferença entre dívida e patrimônio líquido está na natureza dos direitos sobre os fluxos de caixa da empresa. O custo de capital de terceiros de longo prazo, ki, é o custo após o IR/CS (Imposto de Renda/Contribuição Social) hoje, de levantar recursos emprestados de longo prazo. |
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| Unidade 3 | Módulo 4 | Tela 48 |
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1
- Custo médio ponderado de capital – Ka
Vimos como se calcula o custo das diversas fontes de dinheiro que uma empresa pode vir a utilizar: custo da dívida, custo da ação ordinária e custo da ação preferencial. Agora, precisamos operar o custo de capital de uma empresa olhando ao mesmo tempo para a composição da(s) fonte(s) utilizada(s) pela empresa. Se pensarmos numa sociedade por ações, podemos encontrar as seguintes composições de capital:
Portanto, será possível nos defrontar com empresas onde a fonte de dinheiro seja exclusivamente de ações ordinárias. O que não será possível, numa sociedade por ações, é uma situação onde não exista a participação de ações ordinárias. Para apurarmos o custo de capital ou custo médio ponderado de capital de uma empresa será necessário dispormos do custo específico de cada fonte de dinheiro utilizada pela empresa e o peso (a proporção) de cada uma das fontes. Iremos representar o peso de cada fonte da seguinte maneira:
Segundo Gitman (2004) os pesos podem ser calculados com base no valor contábil ou no valor de mercado e podem ser usadas proporções históricas ou ideais. |
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Tela 49 |
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O custo médio ponderado de capital, ka, reflete o custo médio futuro de fundos esperado no longo prazo. É obtido multiplicando o custo de cada tipo específico de capital por sua proporção na estrutura de capital da empresa. A equação que especifica o CMPC é a seguinte:
Onde:
Segundo Brigham e Ehrhardt (2006) o custo de capital é afetado por uma variedade de fatores. Alguns estão além do controle da empresa, mas outros são influenciados por suas políticas de financiamento e de investimento.
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| Exemplos 1) Suponha uma empresa que apresente, a preços de mercado, a seguinte composição de fontes de dinheiro bancando os seus projetos de investimento: Ações ordinárias = $100; Ações preferenciais =$40 e Dívida = $60. Qual o peso de cada fonte? 2) Considere o quadro abaixo, com a estrutura financeira existente da Empresa ALPHA. O Valor do Capital Próprio da empresa é de R$ 2.000.000,00.
Calcule o custo médio ponderado de capital. 3) A Empresa Gama S/A compilou as informações apresentadas na seguinte tabela:
a) Calcule o custo
médio ponderado de capital usando como peso os valores contábeis. |
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Tela 51 |
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4) Na Empresa Alpha S/A o valor contábil das dívidas é igual a $90 milhões. Atualmente, os títulos de dívida estão sendo negociados a 110% do valor contábil e rendem, antes dos impostos, 13% ao ano. Os 6 milhões de ações da empresa estão sendo negociados a $19 por unidade. O retorno exigido pelos acionistas é igual a 19%. A alíquota do imposto de renda da empresa é de 34%. Calcule o custo médio ponderado de capital da Empresa Alpha. Responda: novos projetos de investimento nessa empresa seriam analisados em que condições? 5) Vamos supor que no exemplo anterior (N° 4) ao invés de a dívida estar sendo negociada a 110% do valor contábil ela estivesse sendo negociada a 95% do valor contábil, o que iria acontecer com as nossas perguntas? 6) A Empresa XYZ S/A possui uma estrutura de capital desejada de 51% de ações ordinárias, 9% de ações preferenciais e 40% de títulos de dívida. O custo das ações ordinárias é de 21%, o custo das ações preferenciais é de 18% e o custo de capital de terceiros antes dos impostos é de 12%. A alíquota do IR/CS é igual a 34%. Qual é o CMPC da JJ? Qual a condição para a análise de novos projetos de investimento nessa empresa? 7) Com base nas seguintes informações sobre a Empresa Alpha S/A descubra seu WACC (weighted average cost of capital). Suponha que a alíquota de IR/CS da empresa seja de 34%. Nessa empresa novos projetos de investimento serão analisados em que condições? Dívida: 100 obrigações com cupom de 7,5%, valor de face de $1.000, prazo de cinco anos, cotadas a 104% de seu valor nominal; sendo o pagamento dos juros anuais. Ações ordinárias: 10.000 ações, vendidas a $15 cada; beta igual a 0,8; taxa livre de risco de 10% e prêmio pelo risco de mercado igual a 4,5%. Ações preferenciais: 3.000 ações de $13 com dividendos de 11%. |
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Tela 52 |
| a) Vamos inicialmente
calcular os pesos: Valor da dívida = 100 x $1000 x (104/100) Valor da dívida = $104.000 Valor das ações preferenciais = 3.000 x $13 Valor das ações preferenciais = $39.000 Valor das ações ordinárias = 10.000 x $15 Valor das ações ordinárias = $150.000 Agora vamos operar o valor do capital total: Capital total = $104.000 + $39.000 + $150.000 Capital total = $293.000 De posse do valor de cada fonte individual e do capital
total vamos para os pesos das fontes de dinheiro de longo prazo: b) Operar o custo da ação preferencial c) Operar o custo da ação ordinária:
nesse exemplo estamos operando o CAPM: d) Operar o custo da dívida DFC
da dívida |
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Tela 53 |
Custo da dívida
antes dos impostos, kd. Observe, o valor inicial é maior que o valor de face ($1.040 > $1.000) enquanto que os juros foram operados sobre o valor de face, isso significa que o custo nominal para a empresa será menor que a taxa de cupom. Operando o custo da
dívida antes dos impostos via HP 12C Vamos operar o custo
da dívida depois dos impostos: e) Agora, estamos
em condições de operar o CMPC da empresa, pois, já
dispomos dos pesos e do custo de cada fonte de dinheiro de longo prazo. Novos projetos de investimento deverão apresentar taxa de retorno > 9,92%, com isso será possível alcançar VPL >$0 e atender ao objetivo de uma empresa em finanças corporativas: a maximização da riqueza do(s) proprietário(s). Vamos treinar um pouco mais o DFC. Suponhamos que os papéis da empresa estivessem sendo cotados a 100% do valor de face, como ficaria o DFC da dívida? DFC da dívida Você irá observar que o custo nominal da dívida antes dos impostos será exatamente igual à taxa de cupom, veja: Custo da
dívida antes dos impostos, kd. Operando
o custo da dívida antes dos impostos via HP 12C |
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Tela 54 |
| Vamos avançar
um pouco mais no DFC, suponhamos agora que o papel esteja sendo negociado
a 96% do valor de face, isso irá implicar em um kd maior que a taxa
de cupom. Valor líquido = $1.000 x (96/100) Valor líquido = $960
Custo da dívida
antes dos impostos, kd. Operando o custo da
dívida antes dos impostos via HP 12C Portanto, diante de um DFC onde o pagamento dos juros será anual e no último ano teremos principal mais o juro daquele ano, o custo da dívida antes dos impostos em relação à taxa de cupom, será decidido pelo valor na data focal zero. |
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Tela 55 |
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8) Com base nas seguintes informações sobre a Empresa Alpha S/A, descubra seu custo médio ponderado de capital, bem como, utilizando-se o custo de capital como taxa de corte, de que maneira novos projetos de investimentos teriam condições de ser analisados nessa empresa? Suponha que o custo de capital da empresa esteja maior que a mediana do setor, isso torna a Empresa Alpha menos competitiva, o que você recomendaria para a administração da empresa para tornar a mesma mais competitiva em termos de CMPC? Dívida: 4.000 obrigações com cupom de 8,5% ao ano, valor de face de $1.000,00, pagamento de juros anuais, prazo da operação de cinco anos, sendo que o principal deverá ser pago no final da operação; as obrigações estão cotadas a 97,70% de seu valor nominal. A alíquota do IR/CS da empresa é de 34,0%. Ações ordinárias: 73.000 ações, vendidas a $50 cada; seu beta é de 1,25; o prêmio pelo risco de mercado é igual a 5,5% e a taxa livre de risco é de 10,0%. O dividendo por ação pago mais recentemente foi de $4,95, e espera-se que os dividendos cresçam a uma taxa de 5,5% ao ano indefinidamente. Ações preferenciais: 30.000 ações cotadas a $48, com dividendos de 13,0%. E como poderíamos melhorar (reduzir) o custo de capital da Empresa Alpha S/A? Olhando-se apenas para o cálculo matemático, podemos aumentar o peso da dívida – porque é a fonte mais barata – e reduzir (por meio da compra de ações por parte da própria empresa, por exemplo) o peso das ações ordinárias. Vamos aumentar o peso da dívida para 50% e reduzir o peso das ações ordinárias para 34%: Ka = (ki x wi) +
(kp x wP) + (ks x ws) |
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Tela 56 |
a) Vamos começar pelos pesos das fontes de dinheiro de longo prazo. Valor da dívida
= 4.000 x $1.000 x (97,70/100) Valor das ações
preferenciais = 30.000 x $48 Valor das ações
ordinárias = 73.000 x $50 Agora vamos operar
o valor do capital total: De posse do valor
de cada fonte individual e do capital total vamos para os pesos das fontes
de dinheiro de longo prazo: b) Operar o custo
da ação preferencial c) Operar o custo
da ação ordinária. Nesse exercício teremos
que operar o custo da ação ordinária utilizando os
dois modelos: CAPM e o modelo de Gordon, caso o valor encontrado não
seja o mesmo, será necessário operar o custo médio
entre os dois modelos. |
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Tela 57 |
Modelo de Gordon: Modelo de precificação
de ativos de capital (CAPM): Custo médio
da ação ordinária: d) Operar o custo da dívida Valor líquido
= $1000 x (97,70/100) Juros anuais = $1.000
x (8,5/100)
DFC da dívida |
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Tela 58 |
Custo da dívida antes dos impostos, kd. $977 –[$85/(1 + kd)1+$85/(1 + kd)2+.....+$1.085/(1 + kd)5] =$0 Observe, o valor inicial é menor que o valor de face ($977 < $1.000) enquanto que os juros foram operados sobre o valor de face, isso significa que o custo nominal para a empresa será maior que a taxa de cupom. Operando o custo da
dívida antes dos impostos via HP 12C Vamos operar o custo
da dívida depois dos impostos: e) Agora, estamos em condições de operar o CMPC da empresa, pois, já dispomos dos pesos e do custo de cada fonte de dinheiro de longo prazo. Ka = (ki x wi) + (kp
x wP) + (ks x ws) Novos projetos de
investimento deverão apresentar taxa de retorno > 11,39%, com
isso será possível alcançar VPL >$0 e atender
ao objetivo de uma empresa em finanças corporativas: a maximização
da riqueza do(s) proprietário(s). |
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Tela 59 |
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A situação melhorou um pouco, pois agora a empresa poderá tocar projetos não mais com IRR >11,39%, mas sim com IRR >10,66%. Ocorre que a alteração dos pesos poderia ser vista de outra maneira pelo mercado. Os investidores poderiam enxergar aumento do risco de crédito da empresa, pois o aumento do peso da dívida irá exigir mais fluxo de caixa para o pagamento do serviço da dívida. Isso poderia vir a prejudicar a empresa ao invés de ajudar, portanto, mudanças baseadas em alterações nos pesos das fontes tendo como pano de fundo o custo das fontes é muito perigoso.
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Tela 60 |
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Na administração do passivo exigível todo cuidado deve ser observado com a captação de dinheiro, ou seja, saber escolher as instituições financeiras que melhor atendam as necessidades da empresa. Por exemplo, suponha que a empresa tenha facilidade de colocar seus produtos na Ásia, nesse caso, seria interessante que uma das instituições financeiras da empresa fosse um banco com forte penetração na Ásia. Se a empresa está num segmento com potencial de grande crescimento, se faz necessária uma aproximação com bancos que tenham forte atuação com produtos do BNDES etc. O que fazer caso a empresa não consiga gerar projetos de investimento com IRR maior que a taxa de corte? Segundo Damodaran (2004, p. 608):
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Tela 61 |
Resumo O custo médio ponderado de capital (CMPC) ou custo de capital reflete a política de utilização de dinheiro adotada pela administração de uma empresa. Três são as fontes de longo prazo mais utilizadas pelas empresas: ações ordinárias, ações preferenciais e dívida. Em sociedades por ações uma dessas fontes estará sempre presente na estrutura de capital da empresa: a ação ordinária. Além do custo individual de cada fonte, será necessário que seja apurado o peso de cada fonte de dinheiro empregado pela empresa. Os pesos poderão ser calculados com base no valor contábil ou no valor de mercado e poderão ser usadas proporções históricas ou ideais. O custo de capital será afetado por uma variedade de fatores. Alguns estarão além do controle da empresa, enquanto outros serão influenciados pelas políticas de financiamento e de investimento adotadas pela administração da empresa. |
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