| Unidade 4 | Módulo 1 | Tela 1 |
1
- Investimentos
Pense na estrutura gráfica do balanço patrimonial de uma empresa. Atenha-se ao ativo. Sabendo-se que ele representa os investimentos, as aplicações ou uso de recursos, pode-se imaginá-lo dividido em duas partes, a saber:
Você sabe que os investimentos alocados no ativo permanente são, por natureza, de maturação em longo prazo. Por exemplo, uma empresa siderúrgica opera num setor que exige investimentos elevados no parque fabril, assim como, uma empresa do setor de celulose. Esta, além do parque fabril, certamente, deverá se preocupar com investimentos significativos em grandes extensões de terras, para o plantio de árvores, com vistas à extração da sua principal matéria-prima. Acredita-se que os investimentos em ativos fixos são movidos, em sua maior parte, pelas expectativas de comportamento da economia. Tais decisões de investimentos pelas organizações produzem efeito multiplicador significativo em toda a economia. Quando uma empresa resolve ampliar a sua capacidade instalada, na maior parte das vezes, faz com que uma série de outras empresas entre em movimento para atender a sua demanda.
|
|
|
Tela 2 |
|
O que
leva as organizações a investir em projetos de maturação
de médio e longo prazo e, onde, na maioria das vezes, esses investimentos
se concentram? Certamente, por trás de qualquer decisão
de investimento está a maximização da riqueza do
acionista. Para Gitman (2004), as empresas costumam fazer uma série de investimentos de médio e longo prazo, porém, a mais comum, em empresas industriais, localiza-se em ativos imobilizados, que incluem imóveis (terrenos), instalações e equipamentos. Referidos ativos muitas vezes são denominados ativos rentáveis, porque geralmente fornecem a base para a geração de lucro e valor à empresa. Os desembolsos realizados,
com expectativas de geração de benefícios de médio
e longo prazo, são considerados pelo autor, como dispêndio
de capital. Por sua vez, os desembolsos de recursos operados pelas organizações,
que resultam em benefícios obtidos em períodos inferiores,
são considerados como dispêndio corrente.
Imagine um investimento cuja vida útil seja de doze anos. Por doze anos, as decisões na empresa serão afetadas por essa aplicação. Além da projeção de vendas, os cuidados com treinamento de pessoal, aquisição de matéria-prima, assistência técnica, atualização tecnológica, entre outros, certamente irá fazer parte do dia-a-dia da empresa. |
|
|
Tela 3 |
Em artigo publicado no jornal Valor Econômico de 23/09/2010, página B14, encontramos uma entrevista com o presidente do Conselho de Administração da Cosan Açúcar e Álcool, Sr Rubens Ometto. A capacidade de produção do grupo Cosan em setembro de 2009 era de moer 63 milhões de toneladas ano de cana de açúcar. Na mesa de planejamento da Cosan estão sendo consideradas três estratégias:
Somente
de “greenfields”, a Cosan tem quatro projetos de
usinas – duas em Goiás, uma em Naviraí (MS) e uma
em Andradina (SP). O plano que está sendo desenvolvido visa superar
a marca de 100 milhões de toneladas de capacidade instalada nos
próximos anos. “Podemos ir para 100 milhões, 110 milhões
de toneladas de moagem. Dinheiro para nós não é problema”,
afirmou Ometto, referindo-se à geração de caixa esperada
com as operações sucroenergéticas, de logística
(Rumo) e de distribuição de combustíveis, que se
agigantou com a associação com a Shell. “Essa parceria
também reduziu substancialmente nosso endividamento que está
zerado”, disse Ometto. No relatório
anual da diretoria da Companhia Vale do Rio Doce (CVRD)
referente ao exercício social encerrado em 31/12/2003 encontramos
a seguinte informação: “Foi anunciado em janeiro programa
de investimentos de US$ 1,815 bilhão para 2004, com dispêndios
em crescimento – exploração mineral e projetos - de
US$ 1,202 bilhão, e stay-in-business capex – manutenção,
modernização, proteção ao meio ambiente, tecnologia
da informação - de US$ 613 milhões. O montante alocado
a projetos novos (greenfield) e à ampliação
de capacidade de projetos já existentes (brownfield) é
de US$ 1,138 bilhão. As iniciativas mais importantes se dedicam
à expansão de capacidade produtiva de minério de
ferro, bauxita, alumina e potássio, à conclusão do
projeto de cobre do Sossego, ao início do desenvolvimento do projeto
118, à geração de energia elétrica e à
aquisição de vagões e locomotivas para o transporte
de minério de ferro e de carga geral”. E o que significa crescimento orgânico? Suponha que a capacidade de produção de uma determinada empresa atualmente seja igual a 100 pares de calçados/dia. Essa produção é alcançada pela utilização de dez máquinas. A empresa poderia aumentar a sua capacidade de produção para 150 pares de calçados/dia de duas maneiras: a) através da compra de três novas máquinas, com isso
a empresa ficaria com treze máquinas; Qual das
duas opções caracteriza crescimento orgânico? A primeira,
ou seja, crescimento orgânico é o aumento da capacidade
de produção numa empresa via investimento direto no aumento
da capacidade de produção interna no produto ou serviço.
|
|
|
Tela 4 |
|
2 - Projeto: Definição e tipos de decisão O que é um projeto? Segundo
Damodaran (2004) um projeto é definido de forma ampla para incluir
qualquer decisão que vá resultar no uso dos escassos recursos
de uma empresa. Assim, tudo, desde decisões sobre aquisições
multibilionárias a decisões sobre que sistema de ar-condicionado
usar em um prédio, encaixa-se na definição de projeto.
|
|
Tela 5 |
|
|
|
Tela 6 |
|
|
|
|
|
|
| 3
- Fases do Processo de Orçamento de Capital
Na opinião de Lemes Júnior, Rigo e Cherobim (2002), o processo de orçamento de capital é muito rico e complexo; sua correta utilização depende da visão dos dirigentes da empresa e da forma como esse processo é incentivado e apoiado. Consiste em cinco fases:
|
|
Tela 7 |
| 4
- Interpretando um investimento no imobilizado
Imagine uma empresa que, após uma excelente oportunidade de negócio obtida numa das maiores feiras internacionais, ocorrida na Alemanha, conseguiu desenvolver um projeto que viabiliza uma nova linha de produto, dentro do seu negócio. O investimento exige a aquisição de uma nova máquina. Pense um pouco, se tal máquina for instalada, a capacidade de produção irá aumentar. Supondo-se que antes a fábrica produzisse 100 unidades, com a nova máquina, a produção poderia alcançar 120 unidades. Logo, de imediato, a receita de vendas iria aumentar.
Toda vez que a receita de vendas é alterada, o capital de giro operacional líquido tende a ser afetado. Por quê? O nível dos estoques tem forte relação de dependência com o faturamento, o que poderia ser estendido às contas a receber, aos fornecedores, assim como, à rubrica “caixa/bancos conta movimento”. Mesmo que a razão de cada uma dessas rubricas se mantenha estável quanto às vendas líquidas, em termos monetários, na maior parte das vezes, ocorre alteração no ativo realizável operacional líquido. Sabe-se que a diferença entre o ativo circulante e o passivo circulante denomina-se capital circulante líquido (CCL). Em orçamento de capital se faz necessário entender que nem todas as contas do ativo circulante e do passivo circulante são consideradas contas operacionais. Por exemplo, as contas Aplicação Financeira (Ativo) e a conta Empréstimos Bancários (Passivo Exigível) não são contas operacionais. É normal em muitas demonstrações financeiras encontrarmos, por exemplo, Contas a Receber no ativo realizável de longo prazo. Como esta é uma conta operacional - porque está ligada diretamente a atividade fim da empresa - para efeito de cálculo do investimento inicial, em orçamento de capital, deverá fazer parte do cálculo no momento da apuração da variação no ativo realizável operacional líquido.
Logo, o investimento
inicial em maquinário poderá trazer em seu bojo o incremento
no capital de giro operacional líquido; portanto, o investimento
inicial do projeto poderá contemplar o somatório do investimento
em ativo fixo mais a variação no capital de giro operacional
líquido. |
|
|
Tela 8 |
| O projeto,
assim como exige desembolsos de caixa, deve ser eficiente para operar com
futuras gerações de caixa que compensem o investimento, isto
é, de preferência, aumente a riqueza do acionista. Como isso
acontece?
Entende-se que o reflexo do ativo está no Demonstrativo de Resultado do Exercício (DRE). O equipamento novo, caso seja confirmada a aceitação do seu produto pelos consumidores, deverá gerar receita operacional; mas também gera:
Considere-se ainda que exista um lançamento contábil, muito importante, que não irá passar pelo caixa, mas que irá interferir no resultado contábil, pois refere-se a depreciação/amortização/exaustão. |
|
|
Tela 9 |
| Como
se mede a eficiência de um projeto? Entende-se que é por meio
do retorno que ele proporciona, via incremento da riqueza para o acionista.
Como?
Supondo-se que a empresa inicie o projeto com o desembolso de “$X” e, durante a vida útil do projeto, as entradas de caixa venham a gerar um valor “$Y”. Considerando-se que esse valor, por meio de uma taxa de desconto especificada, levando-se todos os valores a valor presente, tanto da(s) saída(s) quanto da(s) entrada(s) de caixa, promova o incremento de riqueza para a empresa, o valor de “Y” atualizado deveria ser superior ao valor de “X”, também atualizado. Como visualizar isso? Por meio do fluxo de caixa operacional que você irá apurar através da DRE (Demonstração de Resultado do Exercício). De que forma? Imagine uma DRE para um projeto específico. O fluxo de caixa operacional, em cada ano, pode ser calculado por meio de:
|
|
|
Tela 10 |
| O investimento
do projeto teve, na aquisição e na instalação
do equipamento, determinado valor que exigiu desembolso de caixa. Você já sabe que o valor desse investimento, de acordo com a legislação do imposto de renda, poderá ser depreciado, de acordo com a natureza do equipamento, por determinado período de tempo. Por exemplo, cinco anos. Para facilitar, não irá ocorrer depreciação acelerada; portanto, nos próximos cinco anos, aquele valor contabilizado como investimento inicial, referente ao equipamento em si (valor de aquisição mais gasto de instalação) irá experimentar um lançamento equivalente a vinte por cento do valor contábil. Você
já sabe que esse valor, referente à depreciação,
é contabilizado como custo/despesa, na DRE, tendo como contrapartida,
a crédito, a conta Depreciação Acumulada; na verdade,
uma conta redutora de ativo. Logo, o valor da depreciação
a ser lançado na DRE, irá aparecer como custo/despesa, nos
próximos cinco anos, mas, tal valor não irá passar
pelo caixa da empresa, isto é, não sairá do caixa.
Portanto, o lucro líquido do exercício não espelha
a realidade em termos de geração de caixa. No custo do produto
vendido (CPV), assim como, nas despesas operacionais, existe uma parcela
que se refere à depreciação, lançada como
custo/despesa, mas que não passou pelo caixa. Segundo Assaf Neto (2003, p.288), a avaliação de investimentos propõe que os fluxos de caixa a serem considerados no processo contenham, em termos incrementais, exclusivamente valores operacionais. Com isso, devem ser ignorados todos aqueles fluxos financeiros oriundos principalmente das amortizações dos empréstimos e financiamentos contraídos, e respectivos encargos de juros. É necessário que se ressalte que o valor de um investimento não deve estar vinculado à forma como ele é financiado, mas depender exclusivamente do volume e distribuição dos resultados operacionais esperados. É a qualidade dos investimentos, e não a estrutura de financiamento do ativo, que determina a riqueza e, conseqüentemente, a atratividade econômica de um investimento. Dessa forma, os fluxos de caixa para as decisões de investimentos são, pela teoria da administração financeira, apurados em valores líquidos (após a dedução do Imposto de renda/Contribuição Social) e admitindo-se que o projeto em avaliação seja integralmente financiado por capital próprio (não há uso de capital de terceiros). |
|
Tela 11 |
($ 000)
($ 000)
Diagrama do Fluxo de Caixa (DFC)
|
($ 000)
($ 000)
|
|||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Exemplo 1) A Empresa JJ está atualmente analisando a compra de uma nova máquina que custa $3.000.000,00 e exige $90.000,00 para instalação. A compra dela irá resultar em um aumento no capital de giro operacional líquido de $300.000,00, para atender à expansão do nível das operações. A duração do projeto, para fins de avaliação econômica, é de cinco anos, prevendo-se ser nulo o valor residual dos bens fixos. A alíquota do Imposto de Renda a ser aplicada sobre os resultados líquidos incrementais é de 25%. A recuperação do investimento em giro irá ocorrer no 5º ano. Deverá ser considerado: (a) o projeto é financiado integralmente por capital próprio; (b) o projeto incorpora também recursos de terceiros em sua estrutura de financiamento. O investimento é financiado da seguinte forma: a empresa teria optado por financiar 50% mediante o levantamento de um empréstimo bancário sem carência. Os encargos nominais (juros) da dívida atingem uma taxa de 31% ao ano. O prazo do financiamento é também de cinco anos, e as prestações são calculadas pelo sistema de amortização constante (SAC) e pagas ao final de cada período. Estão previstos
os seguintes resultados operacionais para o investimento ao longo dos
cinco anos: ($ 000)
Calcule o fluxo de caixa operacional do projeto. |
||||||||||||||||||||||||||||||
| |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Tela 12 |
2)
Uma empresa está avaliando a aquisição de um ativo
(equipamento) que custa $600 e exige $12 de gastos de instalação.
Será necessário um aumento de $17, de forma permanente,
no capital de giro operacional líquido. A duração prevista
do equipamento, para fins de avaliação econômica,
é de oito anos. Determinar o valor do investimento inicial, assim
como o valor da depreciação anual.
- Cálculo do
custo/despesa de depreciação anual: 3) Admita que uma empresa esteja avaliando uma proposta de investimento visando à expansão de sua atividade. Os principais dados do projeto são apresentados a seguir:
($ 000)
Solução: Fluxo
de caixa das operações ($ 000) Demonstração do cálculo do fluxo de caixa residual: *Cuidado: neste exercício o equipamento foi vendido já totalmente depreciado, logo, a alíquota do imposto de renda/contribuição social de 33% incidiu sobre o valor total da venda, i.e., $250.000,00 x 0,33 = $82.500,00. Fluxos
de caixa relevantes ($ 000) |
|
|
Tela 13 |
| 4) A Nixon
Communications está tentando estimar o fluxo de caixa operacional
do primeiro ano (em t=1) para um projeto proposto. A equipe financeira obteve
as seguintes informações:
Vendas projetadas $10 milhões
Fluxo caixa operacional
5) A
Johnson Industries está considerando um projeto de expansão.
O equipamento necessário poderia ser comprado por $ 9 milhões
e o projeto também exigiria um investimento inicial de $3 milhões
em capital de giro operacional líquido. A alíquota de imposto
de renda da empresa é 34%. Qual é o desembolso inicial para
investimento do projeto?
6) A Carter Air Lines
está no último ano de um projeto. O equipamento custou originalmente
$ 20 milhões dos quais 80% já foram depreciados. A Carter
pode vender o equipamento usado hoje para outra empresa aérea por
$5 milhões e tem uma alíquota de imposto de renda de 34%.
Qual é o valor residual líquido do equipamento depois dos
impostos? |
||||||||||||||||||||||||||||
|
|
Tela 14 |
Para Gitman (1997), todos os benefícios esperados de um projeto proposto devem ser medidos na forma de fluxo de caixa. As entradas de caixa representam dinheiro que pode ser gasto, não simplesmente “lucros contábeis”, que não estão necessariamente à disposição da empresa para pagamento de suas contas. Por sua vez, a variação no capital de giro operacional líquido é a diferença entre as alterações ocorridas nas contas operacionais do ativo circulante e as alterações ocorridas nas contas operacionais do passivo circulante.
|
|
|
Tela 15 |
A Empresa
Muito Feliz está considerando a compra de um equipamento para aumentar
a sua capacidade instalada. O equipamento custará $85.000 e exigirá
$5.000 em gastos de instalação. Ele será depreciado
pelo método linear. A vida útil do equipamento é
de cinco anos. Não se espera que haja valor residual. O investimento
no ativo operacional líquido
irá aumentar em $20.000, sendo: aumento no caixa, $3.000; aumento
nas contas a receber, $15.000; aumento nos estoques, $12.000; aumento
nas duplicatas a pagar, $8.000,00; aumento nas contas a pagar, $2000.
Espera-se que os lucros antes da depreciação e do imposto
de renda sejam de $40.000 para cada um dos próximos cinco anos.
A empresa recolhe imposto de renda através de uma alíquota
de 23%. Resolução Investimento inicial: $110.000 c) Diagrama do fluxo de caixa do projeto
Observe, caso você esteja interessado em saber qual a taxa interna de retorno desse projeto, reveja conteúdos matemática financeira. Esse projeto opera com a TIR (Taxa Interna de Retorno) ou IRR (Internal Rate Return) de 17,70%a.a. Operando uma máquina financeira, por exemplo, a HP 12 C, você resolve com muita facilidade:
|
|
|
Tela 16 |
| Suponha
que a Empresa Muito Leve, uma indústria de ferramentas, esteja estudando
a ampliação da sua capacidade de produção por
meio da aquisição de novo equipamento, cujo preço de
aquisição será de $100.000,00, com os gastos de instalação
alcançando $10.000,00. O faturamento previsto no projeto, para esse
equipamento especificamente, é de $300.000,00/ano. A margem bruta
está prevista para 40% do faturamento; a margem operacional (antes
da provisão para Imposto de Renda) é de 8%. A alíquota
do imposto de renda para a empresa é de 25%. A vida útil do
equipamento será de 10 anos. Não está previsto valor
residual para o final do projeto. Com relação a variação
no capital de giro operacional líquido, prevê-se o aumento
de $30.000.
a) Determine o investimento inicial Resolução b) Demonstração da DRE
c) Entradas
de caixa operacional
|
|
|
Tela 17 |
Resumo A maximização
da riqueza do acionista tem muito a ver com o desempenho dos investimentos
efetuados no ativo permanente. Os tipos de decisão e projetos são:
decisões de substituição, decisões de expansão,
projetos independentes, projetos mutuamente excludentes, fundos ilimitados
versus racionamento de capital, abordagem de aceitar-rejeitar versus abordagem
de classificação. |
|
|
| Unidade 4 | Módulo 2 | Tela 18 |
VISÃO GERAL DAS TÉCNICAS DE ORÇAMENTO DE CAPITAL Existem várias técnicas à disposição das empresas, que podem ser utilizadas quanto à tomada de decisão de novos investimentos e projetos. Existem regras baseadas em lucros contábeis e regras baseadas no fluxo de caixa. No primeiro caso, Damodaran (2004) menciona o retorno sobre o capital investido e o retorno sobre o patrimônio líquido. Na parte que envolve fluxo de caixa, três técnicas se destacam: a) Período Payback; b) Valor Presente Líquido – VPL – ou NPV (Net Present Value); c) Taxa interna de retorno – TIR – ou IRR (Internal Rate of Return). Nós iremos analisar somente as técnicas relacionadas com o fluxo de caixa. O PRINCÍPIO DO INVESTIMENTO Damodaran (2004, p. 31) afirma: “O princípio do investimento coloca simplesmente que as empresas devem investir em ativos somente quando esperam obter um retorno maior do que um retorno mínimo aceitável. Esse retorno mínimo, que denominamos taxa de corte, deve refletir se o dinheiro é obtido de dívida ou patrimônio líquido e que retornos aqueles que investiram o dinheiro poderiam ter obtido em outro lugar, em investimentos similares”. Você irá observar que nem todos os autores compartilham desse ponto de vista, quando da apresentação dos métodos do VPL e da IRR isso será facilmente percebido. Quando da análise (escolha) de projetos de investimento, no momento da tomada da decisão, será adotado por nós a posição de Damodaran, ou seja, somente projetos com VPL>$0 estarão em condições de ser escolhidos. Observe, se você tem por objetivo, por exemplo, concursos públicos, você deve ficar atento aos editais, porque é importante saber o autor que está sendo adotado no edital na parte que trata sobre finanças. |
|
|
Tela 19 |
|
1
- Período de Payback
Segundo Ross, Westerfield e Jaffe (2002), o critério do payback é freqüentemente utilizado por empresas grandes e sofisticadas na tomada de decisão de investimentos que envolvem montantes relativamente pequenos.
|
|
|
Tela 20 |
|
Segundo Gitman (2004), quando o período de payback é usado
em decisões de aceitar-rejeitar, o critério é o seguinte:
se o período de payback for menor que o período de payback
máximo admissível, se aceita o projeto; se o período
de payback for maior que o período de payback máximo aceitável,
rejeita-se o projeto. Para Lemes Júnior, Rigo e Cherobim (2002), o método do período de payback apresenta as seguintes vantagens e desvantagens:
|
|
|
Tela 21 |
Exemplos 1) Suponhamos que na Empresa XYZ um determinado projeto de investimento apresente as seguintes informações:
Apresente
o DFC e calcule o período de payback do projeto. |
||||||||||||||||||||
|
Tela 22 |
2)
Sua divisão está considerando dois projetos de investimento,
cada qual exige o desembolso de caixa estimado (investimento inicial) de
$25 milhões. O Fluxo de caixa operacional estimado para os três
primeiros, assim como o fluxo de caixa total estimado para o ano 4 são:
a. Apresente o DFC
para cada um dos projetos. |
|
Tela 23 |
3) Suponhamos que na Empresa JJ um determinado projeto de investimento apresente as seguintes informações:
Apresente o DFC e calcule o período de payback do projeto. |
|
Tela 24 |
2
- Método do Valor Presente Líquido (VPL ou NPV – Net
Present Value)
|
|
|
Tela 25 |
Segundo
Gitman (2004) o valor presente líquido (VPL) é obtido subtraindo-se
o investimento inicial de um projeto (FC0) do valor presente de suas entradas
de caixa (FCt), descontadas a uma taxa igual ao custo de capital da empresa
(r). Essa taxa – frequentemente chamada de taxa de desconto, retorno
exigido, custo de capital ou custo de oportunidade – é o
retorno mínimo exigido que deve ser obtido em um projeto para que
o valor de mercado da empresa fique inalterado.
|
|
|
Tela 26 |
| Segundo Brigham e Ehrhardt (2006) o fundamento lógico do método do VPL é a objetividade. Um projeto de investimento com VPL=$0 significa que os fluxos de caixa do projeto são suficientes somente para pagar o capital investido e para proporcionar a taxa de retorno requerida sobre aquele capital. Se um projeto tiver VPL >$0, isto é, VPL positivo, então ele estará gerando mais caixa do que é necessário para pagar a dívida e para fornecer a taxa de retorno requerida ao(s) proprietário(s), e esse excesso de caixa cabe unicamente ao(s) proprietário(s) da empresa. Portanto, se uma empresa colocar em andamento um projeto com VPL positivo, a posição do(s) proprietário(s) será melhorada. Segundo Matias (2007) ao se calcular o VPL de um projeto de investimento, pode-se chegar a três situações diferentes. Cada resultado tem um significado em relação à viabilidade do projeto de investimento em análise:
|
|
|
Tela 27 |
Para que o VPL obtido seja realmente verdadeiro, é necessário que os fluxos incrementais líquidos, recebidos ao longo do tempo, sejam reinvestidos à taxa de desconto utilizada na avaliação do projeto de investimento. Caso não sejam reinvestidos com a mesma taxa de desconto (taxa de corte), a análise fica comprometida. Ross, Westerfield e Jordan (2000, p.216) afirmam: “Como a meta do administrador financeiro é aumentar o valor da ação, nossa discussão nesta seção conduz-nos à regra do valor presente líquido: Um investimento deverá ser aceito se seu valor presente líquido for positivo, e rejeitado se for negativo. Na eventualidade pouco provável de que o valor presente líquido seja exatamente igual a zero, ficaríamos indiferentes entre realizar ou não o investimento.” Quanto às vantagens e desvantagens do VPL, Lemes Júnior, Rigo e Cherobim (2002) afirmam:
|
|
|
Tela 28 |
|
|
Exemplos 1) Sua divisão está considerando dois projetos de investimento, cada um dos quais requer desembolso imediato de $25 milhões. Você estima que os investimentos produzirão os seguintes fluxos de caixa líquidos:
Calcule o valor do VPL de cada um dos projetos pressupondo os seguintes custos de capital: 0%; 5% e 16% ao ano. 2) A JJ S.A. está avaliando uma máquina de fixação de fragrâncias que exige investimento inicial de $24.000 e deverá gerar FCO anual de $5.000, durante oito anos. Para cada um dos custos de capital indicados calcule o VPL e indique se a máquina deve ser comprada. Taxas de corte: 10%, 12% e 14% ao ano. O cálculo do VPL deverá ser feito de forma manual; pela HP 12C e pelo Excel. |
|
Tela 29 |
3 - Taxa Interna de Retorno – TIR ou IRR A TIR ou IRR é
a taxa de desconto que zera um diagrama de fluxo de caixa (DFC) de um
projeto de investimento. Ao encontrar a IRR do projeto o VPL desse projeto
será igual a $0.
Onde:
|
|
|
Tela 30 |
Exemplo 1) Uma empresa está avaliando o seguinte projeto de investimento:
Calcule o taxa interna de retorno desse projeto. |
|
Tela 31 |
| Observe,
você acaba de encontrar dois valores próximos de zero, um positivo
e outro negativo. Se você fizer esforço, irá lembrar-se
da matemática financeira; onde, possivelmente, já praticou
esse tipo de cálculo.
De posse desses resultados, opera-se:
Com o emprego de uma máquina financeira, por exemplo, HP 12 C, encontra-se:
Observe: o cálculo feito por interpolação é praticamente igual ao realizado pela máquina financeira.
|
|
|
Tela 32 |
Diagrama do fluxo de caixa não-convencional
Brigham, Gapenski e Ehrhardt (2001) afirmam ser esse tipo de fluxo de caixa como de caixa incomum, em que os projetos, com tais características, podem apresentar dificuldades singulares ao serem avaliados pelo método IRR. O problema mais comum é a existência de múltiplas IRRs. Como a equação da TIR é polinomial de grau “n”, ela possui “n” raízes diferentes ou soluções. Todas, exceto uma das raízes, são números imaginários quando os investimentos têm fluxos de caixa normais (diagrama de fluxo de caixa convencional); portanto, no caso normal aparece somente um valor para a IRR. Entretanto, a possibilidade de múltiplas raízes reais, ou múltiplas IRRs, surge quando um projeto tem fluxos incomuns (ocorrem fluxos líquidos de caixa negativos durante algum ano, após o projeto ter sido posto em operação). Exemplo 1) Supondo-se que o projeto tenha o seguinte fluxo de caixa. Qual é sua TIR?
Solução a) através de uma máquina financeira, por exemplo, com HP 12 C:
Para continuar-se o cálculo, deve introduzir-se no visor uma estimativa e pressionar RCL g PSE . No
caso, arbitra-se, por exemplo, com a taxa de 10%; logo: Caso
você operasse com taxa arbitrada de 30%, encontraria: |
|
|
Tela 33 |
| b)
através da equação
Você teria que atribuir valores
a IRR até encontrar dois valores que, de preferência, estivessem
o mais próximo de zero, um com VPL positivo e outro com VPL negativo.
Nesse exercício específico, você iria encontrar dois
valores para a TIR, a saber, 25% a.a. e 33,33% a.a. 2) Suponha que uma empresa esteja considerando o desembolso de $1,6 milhões para o desenvolvimento de uma mina de superfície (Projeto M). A mina produzirá uma entrada operacional de caixa de $10 milhões de dólares, no final do Ano 1. Então, ao final do ano 2, $10 milhões devem ser gastos para restaurar a região à condição original. Portanto, os fluxos líquidos de caixa esperados do projeto são os seguintes (em milhões de dólares):
Substituindo-se esses valores na equação da IRR, observa-se:
Através da interpolação, encontra-se dois valores para a IRR, a saber, 25% e 400%; isto é, quando você operar com as duas taxas de desconto, o valor do VPL será igual a zero. Caso você utilize uma máquina financeira, HP 12 C, o caminho seria:
Como existem duas IRRs para o exercício, você pode continuar com a sua HP 12 C
|
|||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
|
|
Tela 34 |
| Os
exemplos apresentados ilustram o problema de múltiplas IRRs, que
pode surgir quando o critério IRR é utilizado em projetos
com que tem fluxos de caixa incomum. A utilização do método
IRR em tais projetos pode produzir outros problemas, como a falta da IRR
ou uma IRR que leva a decisão errônea de aceitação/rejeição.
Em todos esses casos, o critério NPV poderia facilmente ser aplicado
e o método NPV leva as decisões conceitualmente corretas de
orçamento de capital.
Com relação às vantagens e desvantagens da TIR, Lemes Júnior, Rigo e Cherobim (2002) afirmam:
|
|
|
Tela 35 |
|
| 4
- Comparação dos métodos VPL e IRR
Diante de projetos independentes, os métodos do VPL e da IRR não irão divergir; agora, diante de projetos mutuamente excludentes, será possível a existência de divergência entre os dois métodos. Quando a divergência ocorrer, o administrador terá que decidir entre a escolha de um projeto com menor retorno e maior VPL ou escolher um projeto com maior retorno e menor VPL. Como em finanças corporativas o objetivo de uma empresa é maximização da riqueza do(s) proprietário(s) da empresa, veremos que o método do VPL será preferível ao método da IRR. Os exemplos a seguir são destinados a um melhor entendimento dos dois métodos sofisticados envolvendo o fluxo de caixa descontado. Segundo Brigham, Gapenski e Ehrhardt (2001) em muitos aspectos, o método do VPL é melhor do que o método do IRR que, entretanto, é familiar a muitos executivos de empresas; ele está amplamente divulgado na indústria e possui algumas virtudes.
1) Suponha a análise de um único projeto de investimento com os seguintes valores estimados:
Vamos calcular para cada uma das seguintes taxas de corte anuais o valor do VPL: 0%, 10%, 15% e 19%, e, logo a seguir, operar a TIR. Isso feito, colocar todas essas informações num gráfico cartesiano. Não esquecer que o processo deve iniciar sempre com o DFC estimado para o projeto de investimento. |
||||||||||||||||||||||||
|
Tela 36 |
|
|
2) Projetos mutuamente excludentes. Suponhamos que os projetos A e B, de igual risco, são alternativas de expansão da capacidade produtiva da Empresa JJ S.A. A seguir os fluxos de caixa estimados dos projetos.
Nesse exemplo
teremos um cálculo novo, a intersecção de Fisher
(ponto de equilíbrio). Iremos operar também o valor do VPL
para as seguintes taxas de desconto anuais: 0%, 5%, 10%, 15%, 25%. Com
base nessas informações, pede-se: Solução
Nesse exemplo iremos operar os três métodos estudados. Para o cálculo do VPL vamos operar mais as seguintes taxas anuais de desconto: 0%, 11,5%, 15,25%, 17% e 20%. Com base nessas informações, pede-se: (1) DFC estimado para cada projeto. (2) Estimar o período de payback de cada projeto excludente e fazer a escolha do projeto excludente com a devida justificativa. (3) Estimar a IRR e justificar a escolha do projeto excludente. (4) Estimar a taxa de desconto para o ponto de Fisher (ponto de equilíbrio) e o VPL dos projetos. (5) Estimar o VPL e justificar a escolha do projeto excludente para cada taxa de desconto do nosso exemplo. (6) Apresentar o gráfico cartesiano envolvendo os dois projetos excludentes. (7) Fazer o resumo de todas as decisões com base nos métodos do VPL e da IRR. (8) Tomar a decisão de investimento supondo uma taxa de desconto (taxa de corte) de 11,5% ao ano. (9) Suponhamos que os projetos não fossem mutuamente excludentes, mas independentes, como seria a decisão para cada taxa de desconto? |
|
Tela 37 |
|
| 4
- Comparação dos métodos VPL e IRR
Diante de projetos independentes os métodos do VPL e da IRR não irão divergir; agora, diante de projetos mutuamente excludentes será possível a existência de divergência entre os dois métodos. Quando a divergência ocorrer o administrador terá que decidir entre a escolha de um projeto com menor retorno e maior VPL ou escolher um projeto com maior retorno e menor VPL. Como em finanças corporativas o objetivo de uma empresa é maximização da riqueza do(s) proprietário(s) da empresa, veremos que o método do VPL será preferível ao método da IRR. Os exemplos a seguir são destinados a um melhor entendimento dos dois métodos sofisticados envolvendo o fluxo de caixa descontado. Segundo Brigham, Gapenski e Ehrhardt (2001) em muitos aspectos, o método do VPL é melhor do que o método do IRR que, entretanto, é familiar a muitos executivos de empresas; ele está amplamente entrincheirado na indústria e possui algumas virtudes.
1) Suponha a análise de um único projeto de investimento com os seguintes valores estimados:
Vamos calcular para cada uma das seguintes taxas de corte anuais o valor do VPL: 0%, 10%, 15% e 19%, e, logo a seguir, operar a TIR. Isso feito, colocar todas essas informações num gráfico cartesiano. Não esquecer que o processo deve iniciar sempre com o DFC estimado para o projeto de investimento. __________________ Guardar ____________ Suponha a existência de duas alternativas de investimento, mutuamente excludentes.
|
||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
|
Tela 38 |
| Resumo
A classificação de projetos
pode ser feita de várias formas, no entanto, três se destacam:
o método do payback, o método do valor presente líquido
(VPL ou NPV) e o método do IRR. |
|
|
| Unidade 4 | Módulo 3 | Tela 39 |
1 - Abordagens para lidar com o risco Pense um pouco, será que as projeções de entrada de caixa operacional ocorrem sem qualquer tipo de problema? As entradas de caixa operacionais, em sua maior parte, estão sujeitas a muitas turbulências. Política de juro real elevada; carga tributária alta, com baixo retorno para a sociedade; taxas de desemprego elevadas; políticas comerciais protecionistas, etc; são fatores que tendem a prejudicar as referidas entradas de caixa dos projetos de investimento das empresas. Gitman (1997) vê o risco de um projeto de orçamento de capital convencional refletido pela variabilidade de suas entradas de caixa. As entradas, naturalmente, são conseqüências de variáveis que possuem riscos: vendas, despesas e impostos. Tem-se, portanto, como exemplo, o nível das vendas, o custo das matérias-primas, os salários, as tarifas públicas e as alíquotas de impostos. |
|
|
Tela 40 |
| 2
- Análise de sensibilidade
É a abordagem comportamental que utiliza inúmeros valores possíveis para uma determinada variável, a fim de avaliar o seu impacto no retorno da empresa. Em orçamento de capital, uma das abordagens de sensibilidade mais comum é estimar os VPLs associados a estimativas de entradas de caixa pessimista, mais prováveis e otimistas. Subtraindo-se o resultado pessimista de VPL do resultado otimista, a amplitude provável de resultado pode ser determinada. Quanto maior a amplitude ou a faixa, maior é a variabilidade, ou o risco, do projeto. Assaf Neto (2003, p. 334) afirma que: “a análise de sensibilidade é uma metodologia de avaliação do risco, que revela em quanto o resultado econômico (NPV) de um investimento se modificará diante de alterações em variáveis estimadas dos fluxos de caixa.” |
|
|
Tela 41 |
| Exemplo
A Empresa Alfa opera com o custo de capital, k, igual a 19,5% a.a. e, está considerando investir em um de dois projetos mutuamente excludentes, A e B. Cada projeto exige investimento inicial de $30.000 e promete entradas de caixa operacionais anuais iguais, durante 10 anos de vida. O Projeto A, refere-se a um equipamento para utilizar exclusivamente matéria-prima nacional. O Projeto B, refere-se a um equipamento que empregará apenas matéria-prima importada. O diretor financeiro de Alfa opera com a seguinte análise de sensibilidade para os dois projetos: Análise de sensibilidade para os projetos “A” e “B” de Alfa
Você deve estar curioso com os números do quadro. Observe:
Logo, para VPL > 0 será necessário que as entradas de caixa operacionais sejam maiores do que $7.034,562696. Observe que a amplitude do Projeto A é menor que a do Projeto B, isto é, $2.400 < $12.100, o que caracteriza o Projeto A menos arriscado do que o Projeto B. Mas existe um problema, os valores presentes líquidos, como surgiram aqueles valores? |
|
|
Tela 42 |
| Observe:
se você operar o valor presente líquido de cada uma das entradas
previstas, irá encontrar: Projeto A Pessimista: VPL = -$30.000 + {$ 7.100 x [1- (1 + 0,195)-10]/0,195} VPL = $279 Projeto B Pessimista: VPL = - $30.000 + {$0 x [1- (1+0,195)-10]/0,195 VPL = -$30.000 Projeto A e Projeto B Mais provável:VPL=-$30.000+ {$8.500 x[1- (1+0,195)-10]/0,195} VPL = $6.250 Projeto A Otimista: VPL = -$30.000 + {$9.500 x [1 – (1+0,195)-10]/0,195 VPL = $ 10.514 Projeto B Otimista: VPL = -$30.000 + {$12.100 x [1- (1+0,195)-10]/0,195} VPL = $21.602 Amplitude: Projeto A : $10.514 - $279 = $10.235 Projeto B : $21.602 - ($30.000) = $51.602 Comparando as amplitudes de VPLs ($10.235 para o Projeto A e $51.602 para o Projeto B), verifica-se que o Projeto A é menos arriscado que o Projeto B. |
|
|
Tela 43 |
| 3
- Equivalentes à certeza (ECs)
Uma das abordagens mais direta e teoricamente preferível para o ajuste do risco é o uso dos equivalentes à certeza. Eles representam a porcentagem de uma entrada de caixa estimada, que os investidores ficariam satisfeitos em receber com certeza, substituindo entradas de caixa possíveis, a cada ano. Gitman (2004) apresenta a equação básica para o VPL, quando os equivalentes à certeza são usados para ajuste ao risco:
onde: A
equação mostra que o projeto é ajustado ao risco;
converte, em primeiro lugar, as entradas de caixa esperadas em montantes
certos, |
|
|
Tela 44 |
| Exemplo
A Empresa Complicada montou um quadro, mostrado abaixo, que apresenta as entradas de caixa esperadas e os fatores de equivalentes à certeza, correspondentes a essas entradas de caixa. Esses dados são para uma nova máquina com cinco anos de vida, que exige um investimento inicial de $95.000. A empresa tem um custo de capital de 15% e uma taxa de desconto livre de risco de 10%.
a. Qual é o valor presente líquido (sem ajuste
ao risco)? |
|
Tela 45 |
| 4-
Taxas de desconto ajustadas por risco (TADRs) Segundo Gitman (2004), a taxa de desconto ajustada por risco (TADR) é a taxa de retorno que deve ser obtida em um projeto para recompensar os proprietários da empresa adequadamente – ou seja , para manter ou aumentar o preço da ação. Quanto mais elevado o risco de um projeto, maior a TADR e, portanto, menor o valor presente líquido de uma série de entradas de caixa. Na prática, as empresas criam uma série de classes de risco, atribuindo uma TADR a cada uma. Cada projeto é colocado subjetivamente na classe apropriada de risco e a TADR correspondente é usada para avaliá-lo. Isso às vezes é feito em divisão por divisão; nesse caso cada divisão possui um conjunto de classes de risco e TADRs associadas. A tabela a seguir poderá sintetizar um melhor entendimento da classe de risco e TADRs. |
|
|
Tela 46 |
|
||||||||||||||||||
|
|
Tela 47 |
|
Exemplo:
Os dados dos projetos são os seguintes:
Pede-se: (1) Ignorando quaisquer diferenças em termos de risco e supondo que o custo de capital da empresa seja de 12%, calcule o VPL de cada projeto. (2) Use o VPL para avaliar os projetos, empregando taxas de desconto por risco (TADRs) para levar em conta o risco. (3) Compare e explique os resultados obtidos nos itens (1) e (2). |
|
Tela 48 |
| A
SML
Quando estudamos o CAPM no Módulo 3 da Unidade II, o risco total de um ativo foi assim definido:
No caso de ativos negociados em um mercado eficiente, o risco diversificável
, que resulta de eventos não controláveis ou aleatórios,
pode ser eliminado com a montagem de carteiras diversificadas. O risco
relevante é, portanto, o risco não diversificável,
e é por ele que os donos de ativos são remunerados. Esse
tipo de risco comumente é medido pelo beta, um índice do
grau de variação do retorno de um ativo em resposta a uma
variação do retorno de mercado.
A linha de mercado de títulos (SML) – a representação gráfica do CAPM- é apresentada na Figura a seguir. Qualquer projeto com IRR acima da SML seria aceitável, porque sua IRR seria superior ao retorno exigido, kprojeto; qualquer projeto com IRR inferior a kprojeto seria rejeitado. Em termos de VPL, qualquer projeto acima da SML teria VPL positivo e qualquer projeto abaixo da SML teria VPL negativo.
|
|
|
Tela 49 |
|
| Exemplo: 1) A Empresa JJ está analisando dois investimentos mutuamente excludentes. O prêmio pelo risco de mercado é de 6% e a taxa de retorno livre de risco é de 10%. Os fluxos de caixa associados aos dois projetos são os seguintes:
Suponha que o beta do Projeto X seja igual a 1,5 e o beta do Projeto Y seja igual a 1,15, utilizando-se o retorno exigido, com base no CAPM, como taxa de corte, o que você observa? Podemos observar que, utilizando-se o CAPM como taxa de corte, o projeto mutuamente excludente X seria rejeitado porque apresenta uma taxa interna de retorno menor que o retorno mínimo exigido, isto é, 15,97% < 19%, portanto, este projeto sendo colocado em andamento iria destruir riqueza do acionista já que iria operar com um VPL= -$4.035,36. Por sua vez, o projeto mutuamente excludente Y, apresenta uma IRR maior do que o retorno mínimo exigido, isto é, 19,60% >16,9%, logo, colocando-se ele em andamento, a riqueza do acionista seria incrementada, em termos econômicos, em $3.218,92. |
|||||||||||||||||||||
|
Tela 50 |
|
2) A Empresa NN está analisando dois investimentos mutuamente excludentes. O prêmio pelo risco de mercado é de 4,5% e a taxa de retorno livre de risco é de 9,25%. Os fluxos de caixa associados aos dois projetos são os seguintes:
Suponha que o beta
do Projeto A seja igual a 1,0 e o beta do Projeto B seja igual a 1,10,
utilizando-se o retorno exigido, com base no CAPM, como taxa de corte,
o que você observa? Utilizando-se o retorno
exigido, com base no CAPM, como fator de corte, observa-se que os dois
projetos excludentes seriam rejeitados, pois, ambos apresentam IRR menor
do que o retorno mínimo exigido, logo, ambos iriam provocar destruição
de riqueza para o acionista. |
|||||||||||||||||||||
|
Tela 51 |
|
| A
SML E O WACC Segundo
Ross, Westerfield e Jordan (2000), o uso do custo médio ponderado
de capital (WACC) como taxa de desconto para fluxos de caixa futuros,
só é apropriado quando o investimento proposto é
semelhante às atividades já existentes na empresa. Imagine,
por exemplo, uma empresa que possui duas divisões: uma empresa
telefônica regulamentada pelo governo e uma unidade de fabricação
de produtos eletrônicos. A primeira delas (a telefônica) tem
risco relativamente baixo, e a segunda um risco relativamente alto. |
|
Tela 52 |
| Suponha
que a Empresa Alfa possua um custo de capital de 13,5%. Imagine que a taxa
livre de risco é de 7,5% e que o prêmio pelo risco de mercado
é de 6,0%. Alfa, para simplificar, é financiada exclusivamente
por capital próprio, sendo o seu beta igual a 1,0. Com base no CAPM
calcule o retorno exigido para Alfa, bem como faça a demonstração
gráfica da SML e do custo médio ponderado de capital (WACC). kAlfa = 7,5 + (1,0 x 6,0) kAlfa = 13,5% Representação Gráfica:
|
|
|
Tela 53 |
| Vamos
supor que Alfa utilize o WACC para avaliar todos os seus investimentos.
Isso significa que qualquer investimento com retorno superior a 13,5% será
aceito, e qualquer investimento com retorno menor do que 13,5% será
rejeitado. Nosso estudo sobre risco e retorno, no entanto, diz que um investimento desejável é aquele que se situa acima da SML. Logo, a utilização do WACC para todos os tipos de projetos pode resultar na aceitação incorreta de projetos relativamente arriscados e na rejeição incorreta de projetos relativamente seguros. Voltando a Empresa Alfa, vamos supor que exista um Projeto A na empresa cujo beta seja igual a 0,75, sendo o retorno esperado do projeto igual a 13%. Com base no CAPM o retorno exigido para o projeto seria: kprojetoA = 7,5 + (0,75 x 6,0) kprojetoA = 12,0% |
|
|
Tela 54 |
| Portanto,
com base no CAPM o Projeto A seria aceitável porque o retorno esperado
do projeto é de 13%, isto é, maior que o retorno exigido.
No entanto, se utilizarmos o WACC como taxa de corte, esse projeto seria
rejeitado, porque tem um retorno inferior a 13,5%. Esse exemplo mostra que
uma empresa que utiliza o WACC como taxa de corte tenderá a rejeitar
projetos lucrativos cujo risco seja inferior ao da empresa em geral. No outro extremo, considere que a Empresa Alfa tenha um outro projeto, o Projeto B, com as seguintes características: ?projetoB = 1,3 com retorno esperado de 15%. Com base no CAPM, o retorno exigido para este projeto seria de: kprojetoB = 7,5 + (1,3 x 6,0) kprojetoB = 15,3% Portanto, com base no CAPM, esse investimento não é bom, porque, dado o risco sistemático, seu retorno é inadequado, isto é, 15% < 15,3%. No entanto, se utilizarmos o WACC para avaliá-lo, ele parecerá atraente, porque, 15% > 13,5%. Portanto, o segundo erro a ser cometido se utilizarmos o WACC como taxa de corte é o de que tenderemos a fazer projetos não lucrativos com risco maior do que o da empresa. Conseqüentemente, com o passar do tempo, empresas que utilizam o WACC para avaliar todos os seus projetos tenderão a aceitar projetos não rentáveis e como a se tornar cada vez mais arriscadas. |
|
|
Tela 55 |
Comparação
de projetos com durações diferentes Onde: Selecionar o projeto
com maior VPLA. |
|
|
Tela 56 |
A Empresa Gama S/A, uma empresa do setor metalúrgico, está avaliando dois projetos mutuamente excludentes, X e Y. Os fluxos de caixa relevantes de cada projeto são fornecidos na tabela a seguir. O custo de capital aplicável à avaliação desses projetos, que possuem o mesmo risco, é de 16%.
(1) Calcule o valor presente líquido de cada alternativa e classifique-as de acordo com seu VPL. (2) Calcule o valor presente líquido anualizado (VPLA) de cada alternativa e classifique-as com base nesse critério. (3) Por que é melhor usar o VPLA do que o VPL quando ordenamos projetos com durações diferentes? |
||||||||||||||||||||||||
|
|
Tela 57 |
| Solução (1) VPLX = [$35.000/(1+0,16)1 + $60.000/(1+0,16)2 + $50.000/(1+0,16)3] - $97.000 VPLX = $9.795,07 VPLY= [$68.000/(1+0,16)1+ $50.000/(1+0,16)2 + $30.000/(1+0,16)3 +$20.000/(1+0,16)4 + $20.000/(1+0,16)5 +] - $125.000 VPLy =$10.566,65 Com base no VPL o projeto exclusivo Y apresenta o maior VPL, logo, ele seria o escolhido . (2) VPLAX = $9.795,07/[1 – (1 + 0,16)-3]/0,16 VPLAX = $9.795,07/2,246 VPLAX = $4.361,12 VPLAY= $10.566,65/[1 – (1 +0,16)-5]/0,16 VPLAX =$10.566,65/3,27 VPLAX =$3.231,39 Com base no VPLA percebemos que o projeto excludente X seria preferido em relação ao projeto excludente Y, porque X gera o maior Valor presente líquido anualizado. (3) Porque o VPLA converte o valor presente líquido de projetos com durações diferentes em um montante anual equivalente. |
|
|
Tela 58 |
| 5
- Árvores de decisão
Imagine uma empresa que opera exclusivamente no mercado
nacional. Ela fabrica um produto que poderia ser comercializado, também,
no resto do mundo. Há forte
motivação na empresa quanto ao resto do mundo.
O mercado interno encontra-se em recessão. A entrada no comércio
exterior seria através de um contrato de três anos, com a
maior rede varejista dos EUA. A capacidade instalada atual da empresa
atenderia, tranqüilamente, o mercado interno e o contrato com a empresa
norte-americana. Segundo Assaf Neto (2003, p. 343 a 347), caso a contração no mercado interno seja revertida, a empresa deveria avaliar três decisões:
|
|
|
Tela 59 |
| Observe
que, na hipótese de a economia nacional encontrar o caminho da estabilização
e ocorrer um ciclo de crescimento sustentável, a empresa, como desafiante,
terá que enfrentar o dissabor de perder participação
no mercado, assim como, o seu objetivo de tornar-se líder de mercado.
Entende-se que a pior das situações seria
a empresa subestimar os seus concorrentes no mercado interno. Sucede que
a retomada da posição de mercado, poderia levar vários
anos em ambiente de competitividade, exigindo redução da
margem de lucro dos produtos comercializados. O caso introduz para um problema de decisão seqüencial, em que uma liberação, no presente, envolve a tomada de outras decisões, ao longo do tempo. A solução do caso é desenvolvida de maneira mais lógica, por meio de árvores de decisão. |
|
|
Tela 60 |
| Essencialmente,
árvores de decisão são diagramas que permitem representar
e avaliar problemas que envolvem decisões seqüenciais, colocando
em destaque os riscos e os resultados financeiros identificados nos diversos
cursos de ação.
Por convenção o diagrama será constituído por dois tipos de nós:
Para cada situação da empresa, há as seguintes possíveis decisões: D1 = não aceitar o contrato de exportação D2 = aceitar o contrato de exportação D3 = reduzir a oferta de produtos no mercado interno D4 = terceirizar parte da produção D5 = implementar novos investimentos para elevar a produção Os eventos possíveis, sobre os quais a empresa demonstra incerteza na decisão são os seguintes: E1 = não ocorre a recuperação do mercado interno E2 = ocorre a recuperação do mercado interno, exigindo maior capacidade de oferta de produtos da empresa E3 = perda de participação de vendas, no mercado interno, é considerada rapidamente recuperável, não impondo reduções relevantes nos resultados financeiros E4 = perda de participação de vendas, no mercado interno, exige esforço de vários anos e sacrifício da margem de lucro |
|
|
Tela 61 |
1:
D1 = Não aceitar o contrato de exportação 2:
E1 = Mercado interno não cresce 3:
E1 = Mercado não cresce 4:
D3 = Reduzir vendas no mercado interno 5:
E3 = Recuperação da economia interna No ponto de decisão 1, deve a empresa decidir se aceita ou não o contrato de exportação por três anos. Ao não aceitar, existe a incerteza de a demanda interna continuar em contração, ou de vir a ocorrer uma expansão no mercado interno. Tal é identificado no ponto de incerteza 2. Ao aceitar
o contrato de exportação, a empresa defronta-se com as possíveis
situações de incerteza, definidas em 3: a possibilidade
de manter-se a recessão interna - sem preocupação
da empresa com relação ao atendimento da demanda por seus
produtos, sendo atual capacidade de produção suficiente
para abastecer seus consumidores internos e externos – a possível
recuperação das vendas no mercado interno. |
|
|
Tela 62 |
Nessa situação, deve a empresa decidir como elevará sua produção para atender à demanda crescente por seus produtos, conforme orientado pelo ponto de decisão 4. No quarto estágio, são relacionadas três alternativas de decisão:
A árvore de decisão demonstra, ainda, que a decisão de restringir as vendas aos consumidores internos envolve a perda de participação de mercado, cuja recuperação constitui outra variável de incerteza, conforme ilustrada no ponto 5. Dessa maneira, por meio do diagrama de árvore de decisão, destacam-se definições seqüenciais que devem ser tomadas pelas empresas, além das incertezas a que essas decisões conduzem. A estrutura do problema surge de forma lógica, permitindo melhor entendimento e avaliação da decisão. |
|
|
Tela 63 |
| 6
- Identificação de valores na árvore de decisão
Estabelecida a estrutura seqüencial do problema, por meio da árvore de decisão, o próximo passo é o de atribuir as probabilidades aos estados de natureza e identificar os resultados financeiros de várias decisões possíveis.
Hipoteticamente, a empresa opera com: a probabilidade de crescimento das vendas no mercado interno, de 50%; e a probabilidade de manutenção da atual situação, ou recessão de 50%. Logo há probabilidade de ocorrência de E1, de 50% e a de E2, 50%. Na avaliação da empresa, ainda, há somente 40% de probabilidade de a perda de participação de mercado ser recuperável rapidamente, sem custos adicionais relevantes (E3). A recuperação mais lenta e onerosa à empresa (E4) tem 60% de chance de ocorrer, segundo projeção da área mercadológica. Assim, a empresa definiu os seguintes fluxos operacionais de caixa:
A empresa
prevê o custo adicional de $50/ano se a recuperação
for lenta e dispendiosa em sua participação nas vendas de
mercado. A redução dos fluxos de caixa decorrentes do aumento
de custos, pela contratação adicional de serviços
de terceiros - conforme estabelecido na alternativa D4 - é estimada
em $35/ano. Em outros termos, o custo equivalente anual da decisão
de efetuar novos investimentos produtivos está dimensionado em
$25/ano. |
|
|
Tela 64 |
7 - Atribuição de valores à árvore de decisão
|
|
|
Tela 65 |
| 8
- Solução
do problema de decisão seqüencial
Após a apresentação gráfica
do problema, por meio da estrutura de uma árvore de decisão,
e calculados os resultados operacionais de caixa e incertezas, resta finalmente
identificar a melhor estratégia de decisória. Em outras
palavras, deve ser selecionada a decisão que promove o maior valor
esperado: Aí, também, o contrato de exportação
seria preferido, pois, $155 > $130. |
|
|
Tela 66 |
9 - Solução por árvore de decisão
|
|
|
Tela 67 |
Resumo É fácil imaginar que tudo o que está contido num projeto de investimento, irá ocorrer 100%; seria o Nirvana para as organizações. Porém, no mundo real, a situação é diferente. Nem sempre os valores projetados nos fluxos de caixa operacionais ocorrem como previsto; aliás, na maioria das vezes, não acontece mesmo. |
|
|