|
Surgem, então, os grandes sistemas oligopolistas, constituídos de empresas enormes e complexas. Ora, com o crescimento das empresas, torna-se impossível administrá-las eficientemente, a não ser por meio da introdução do sistema burocrático. Na economia familiar ou mesmo na pequena industrialização, é possível controlar informalmente os subordinados; mas, numa empresa com centenas ou milhares de empregados, a única forma de controlar a atividade de cada um deles é enquadrá-los em organização burocrática. É fácil observar que, quanto maior a empresa, mais ela tende a burocratizar-se. Desde que o controle, por supervisão direta do proprietário sobre a maioria dos subordinados, se torna inviável, à medida que as relações pessoais entre os indivíduos vão se impondo pelas relações funcionais, a sobrevivência da organização começa a depender da contratação de administradores e técnicos profissionais competentes, a empresa tende a se burocratizar. Acrescenta-se a isso a importância da burocracia no mundo moderno: a necessidade que logo sentiu a classe capitalista na medida em que cresciam as empresas de garantir a disciplina dos trabalhadores. Em muitas ocasiões, do ponto de vista estritamente técnico, poder-se-ia duvidar se seria mais conveniente estabelecer sistema hierárquico rígido ou mais democrático, em que os trabalhadores pudessem participar das decisões e, se possível, autogerir-se ao nível da produção. Entretanto, mesmo nesses casos, a opção burocrática era sempre a adotada, na medida em que garantia a disciplina dos trabalhadores. Nesse quadro, a organização burocrática é não apenas instrumento técnico, ao nível do desenvolvimento das forças produtivas, mas também político, de luta de classes a serviço das classes dominantes. |
Copyright © 2010 AIEC. |