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dominação carismática é um poder sem base
racional, instável, arbitrário e que facilmente adquire
características revolucionárias.
A instabilidade deriva da fluidez de suas bases. O líder carismático mantém seu poder enquanto os seguidores reconhecem nele forças extraordinárias; naturalmente, esse reconhecimento pode desaparecer a qualquer momento. Por outro lado, a dominação carismática não pode ser delegada nem concedida em herança, como a racional-legal e a tradicional. É uma dominação essencialmente pessoal e intransferível. A arbitrariedade explica-se pela ausência de leis, estatutos e tradições que a regulamentem. É um poder cujos limites são dados pela sua própria personalidade. Por isso mesmo, tende a ser um instrumento de transformação social. Os grandes líderes revolucionários exercem geralmente uma dominação carismática, que vem romper a estabilidade e a solidez das normas legais e dos costumes tradicionais.
É fácil compreender porque a dominação carismática não é própria da burocracia. Irracionalidade, instabilidade e arbitrariedade chocam-se diretamente com as bases do conceito de organização. Isso não quer dizer, porém, que as burocracias não possam conter em seu seio pessoas com poder carismático. O problema da liderança natural, que é de importância fundamental para o bom funcionamento das organizações, está intimamente ligado ao conceito de dominação carismática. É certo que a definição de liderança, geralmente adotada pelos representantes da escola weberiana, procurou negar que o poder do líder tenha base em sua personalidade, em certas características especiais e extraordinárias de sua pessoa. Essa dificuldade em conceituar liderança, acentua a importância da dominação carismática na administração. |
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