2. A dominação tradicional se baseia no tradicionalismo, na crença, na rotina de todos os dias como inviolável norma de conduta. Podem citar-se algumas características desse tipo de dominação

  • O tradicionalista acredita na "santidade" da tradição. Tudo o que os nossos antepassados aceitaram como válido deverá continuar a sê-lo. Os usos e os costumes são a fonte última de poder. É tipo de dominação extremamente conservador. Opõe-se à mudança social, porque nada a legitima. Toda mudança social implica rompimento mais ou menos violento das tradições, em abandono de usos e costumes às vezes imemoriais e, portanto, deve ser combatida.
  • Aquele que exerce a dominação tradicional não é simplesmente um superior investido de autoridade, mas um "senhor"; seus subordinados, que constituem o quadro administrativo, não são "funcionários", mas "servidores", entre os quais se encontram os nobres, os empregados domésticos, os clientes, os escravos, os colonos, os servos, os vassalos, os favoritos etc.
  • As normas tradicionais não são perfeitamente definidas; o senhor tradicional usufrui de certa área de arbítrio.

Essas características tiram da dominação tradicional qualquer base racional. Ela não é exercida com preocupação de eficiência; procura escolher os meios mais eficientes para atingir os fins visados. As normas tradicionais, o tipo de subordinados e o arbítrio do senhor não o permitem.

Max Weber distingue dois tipos básicos de dominação tradicional: o patriarcalismo e o patrimonialismo.


O patriarcalismo se aproxima muito da gerontocracia (o domínio dos mais velhos). Esse tipo é a dominação tradicional original. Suas bases não são apenas tradicionais, mas também familiares e hereditárias. O que exerce a dominação patriarcal obedece estritamente às normas tradicionais e seus subordinados são iguais e não inferiores, companheiros e não súditos.

 


O patrimonialismo surge com o aparecimento de um quadro administrativo. O poder do senhor patrimonial apoia-se na tradição e também no domínio de escravos, servos, colonos, de forma que seu arbítrio é muito maior do que o do senhor patriarcal.

3. Dominação Racional-legal é aquela cuja legitimidade se baseia em normas legais racionalmente definidas. O predomínio desse tipo de dominação dentro de um sistema social define a existência de organização ou burocracia. Da mesma forma que a dominação tradicional corresponde a sistemas sociais como a família, o clã, a tribo, o feudo, a corte etc., a dominação racional-legal corresponde à burocracia. A Dominação racional-legal é a que mais nos interessa compreender no estudo das organizações modernas. Antes, porém, de nos determos neste tipo de dominação, vamos tentar definir “organização”.



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