2 - As políticas tecnológicas tradicionais

Talvez a marca mais importante do contexto histórico em que se adotavam as políticas tecnológicas no pós-guerra tenha sido a guerra fria. Havia como pressuposto básico para a ação governamental a questão da segurança. Isto é, ampliou-se preocupação de desenvolver equipamentos militares mais sofisticados que os do bloco socialista.

Foi adotada a tese de segurança tecnológica da economia e da sociedade como um todo. A ideia da existência de um conjunto de técnicas, que deveriam ser dominadas pelo país, transbordava para as relações intercapitalistas.


As políticas tecnológicas tradicionais foram estruturadas em torno de alvos mais ou menos precisos, definidos segundo critérios técnicos. Elaboraram-se programas para desenvolver determinada tecnologia dentro de certo cronograma, cujo cumprimento deveria resultar em “produto” e no aprendizado de um conjunto de procedimentos.

Tais políticas tendiam a ser estáticas, no sentido de que não se planejava relação mais orgânica entre o resultado do programa e o processo social como um todo. Atingido o alvo desejado, selecionavam-se outros. Algum dos mais célebres programa já realizados constituem bons exemplos dessa concepção de política tecnológica: o programa Manhattan.

Também fazia parte da mentalidade prevalecente à época a ideia de que o desenvolvimento científico e tecnológico se espalharia naturalmente para o conjunto da economia e da sociedade, garantindo o bem-estar social e o crescimento econômico. Assim, implementar políticas tecnológicas significava, antes de tudo, definir alvos, de forma competente e garantir recursos no orçamento.



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