Joseph Alois Schumpeter nasceu na Áustria em 1883 — o mesmo ano em que Keynes nasceu —, de origem sólida, mas não ilustre. Seu pai morreu quando ele tinha quatro anos; sete anos mais tarde sua mãe casou-se com um general e o pequeno Schumpeter foi enviado para Theresianum, uma exclusiva escola para os filhos da aristocracia. A exposição dos jovens a uma camada totalmente diferente da sociedade era, segundo acreditava-se na época, de importância decisiva para sua formação. Schumpeter logo adotou os modos e gostos dos colegas, adquirindo ares aristocráticos que o acompanharam por toda a vida. Irritou os companheiros, em mais de uma universidade, comparecendo às reuniões da faculdade em trajes de cavalgar e gostava de afirmar que sempre tivera três desejos: ser grande amante, grande cavaleiro e grande economista. Ele entrou na Universidade de Viena, centro de aprendizado da economia na época; logo se tornou estrela. Nunca foi um principiante na opinião do famoso economista Artur Spiethof, mas era também um enfant terrible, arriscando seu futuro ao discordar abertamente do professor Eugen von Bohm-Bauwerk, que era ainda mais famoso do que ele. Depois de Viena, viveu um período na Inglaterra, que o levou a um breve e infeliz casamento e, em seguida, à lucrativa posição como conselheiro financeiro de uma princesa do Egito. Schumpeter realizou o milagre de diminuir pela metade as despesas das propriedades da princesa; ao mesmo tempo dobrava seus rendimentos, simplesmente não cobrando pelos trabalhos prestados mais do que lhe era realmente devido. Mais importante ainda, enquanto estava no Egito, publicou seu primeiro livro sobre a natureza da teoria econômica, um livro que lhe valeu o cargo do professor na Áustria e, três anos depois, com vinte e sete anos, publicou The Theory of Economic Development, instantaneamente reconhecido como obra-prima. The Theory of Economic Development parece, análise do que veio a denominar-se mundo subdesenvolvido. Mas, em 1912, o status econômico especial e os problemas desse “mundo” ainda não tinham aparecido – aquela ainda era a época do colonialismo desbragado. |
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