A
preocupação teórica com os ciclos tem como antecedentes
as frequentes crises econômicas, que marcam o desenvolvimento capitalista
durante o século XIX.
As análises sobre o tema chegaram, de modo geral, a dois diagnósticos
para a teoria dos ciclos:
1) as crises estão de alguma forma vinculadas ao problema
da saturação geral dos mercados;
2) as crises não constituem colapsos ocasionais a serem
explicados individualmente por diferentes fatos em cada caso,
mas fazem parte do curso normal do capitalismo. São parte
de um movimento mais completo, que compreende a alternância
entre períodos de prosperidade e depressão.
A pergunta
fundamental de Schumpeter é: Por que ocorrem os ciclos econômicos?
Para ele, o essencial não é explicar as crises do capitalismo,
mas o porquê das flutuações das mudanças. O
economista acredita que os ciclos decorrem das mencionadas perturbações,
resultantes das mudanças ocasionadas pela introdução,
em conjunto, de inovações tecnológicas em momento
determinado, causando ruptura com o período anterior.
Se as mudanças
fossem distribuídas uniformemente, no tempo, não ocorreriam
tais perturbações na atividade econômica; nem, por
conseguinte, os ciclos, que são caracterizados pela ruptura. Por
outro lado, o aparecimento das inovações depende da iniciativa
empresarial.
Schumpeter
explica tal fenômeno pelo mecanismo de reação em cadeia,
ou seja:
A adoção de determinada novidade tecnológica
por uma empresa leva outras a fazerem o mesmo, e assim sucessivamente.
A cópia se torna obrigatória, porque a nova tecnologia
adotada pela empresa líder, alterou os padrões de
competividade vigentes. É essa demanda súbita dos
empresários criada pelos investimentos na nova tecnologia,
com seu efeito multiplicador sobre toda a economia, que provoca
as ondas longas de crescimento, divididas por crise, que o capitalismo
industrial conhece desde o seu início. O princípio
da reação em cadeia é o princípio
central, que explicaria as inovações e mudanças
no mundo das organizações.