O exemplo japonês tem sido um elemento central na discussão sobre a crise do fordismo, constituindo-se em ponto de sustentação para teóricos do pós-fordismo e/ou da especialização flexível.

Há duas linhas de contestação:

Primeira: investe contra a generalização, contra o risco de se tomarem como “universais”, no Japão, práticas que são restritas a 1/3 de suas empresas - boas e grandes. Deve-se, portanto, considerar a heterogeneidade, ou, antes, a dualidade da estrutura do país.

Segunda: A ruptura com a produção em massa está longe de ser evidência ou consenso, o mesmo vale para a superação da conflituosidade nas relações capital-trabalho. No plano dos chamados “paradigmas” de desenvolvimento capitalista, superpõem-se e enfrentam-se caracterizações do Japão como pós, neo, ou mesmo pré-fordista.

Dentre os vários aspectos que caracterizam o modelo japonês, o que mais foi adaptado em outros contextos, inclusive no Brasil, foi o just-in-time, ficando secundarizado os referentes ao processo de organização e democratização das decisões dentro da empresa. Deve-se, portanto, tomar as cautelas metodológicas no uso das referências ao modelo japonês.



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