Seria ingênuo acreditar que a simples reprodução de seus quatorze princípios seria suficiente para garantir a pretendida revolução cultural na administração, capaz de reverter os padrões tradicionais. A análise de casos concretos mostra que o mais frequente é a adoção de alguns princípios, de acordo com cuidadosa avaliação das condições da empresa, considerados diferentes fatores - Exemplo.

Em relação ao caráter supostamente democratizador dos novos instrumentos de gestão, entre eles os PQTs, tem sido observada a natureza restrita da intervenção dos empregados no cotidiano de trabalho.

Estudos mostram a insignificância do tempo dedicado aos mecanismos participativos, se comparado ao número de horas de trabalho. Há autores que acentuam a natureza contraditória das novas formas de gestão. De um lado, possibilitam a expressão dos trabalhadores e valoriza-lhes a capacidade de pensar e de propor ideias, capacidade totalmente ignorada pela gestão em moldes tayloristas. Dessa forma, transforma imediatamente os dados do quotidiano de trabalho taylorista, caracterizado pela exclusão da palavra e do saber.

Nesse aspecto, considerando-se a situação dos trabalhadores brasileiros, historicamente desvalorizados pelo autoritarismo dos empregadores e das gerências, aquelas possibilidades contribuiriam para ganho em relação à autoestima. De outro lado, porém, o conhecimento e a expressão dos trabalhadores são recuperados em proveito da empresa.

Parece claro, no entanto, que maior abrangência de tais mecanismos dependeria de fatores como poder de pressão e de barganha dos empregados. É, porém, justamente nesse aspecto, que os fundamentos da nova gestão podem interferir.



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