Para começar, a burguesia, classe dominante, é incapaz de manter seu poder sem revolucionar permanentemente os instrumentos da produção, sem racionalizar seus atos. Ou seja, no capitalismo há uma permanente busca para se combinar os meios apropriados aos fins, de forma a obter o máximo de resultado com o mínimo de esforços.

Para Marx, a burguesia não pode existir sem transformar constantemente os instrumentos de produção, portanto as relações de produção. Esta característica diferencia o capitalismo de todos os outros sistemas econômicos, qual seja a busca permanente de transformar os meios de produção e, ao fazê-lo, também alterar as relações de produção.

Se concordarmos com Marx, que há uma relação entre meios de produção e relações de produção, também concordaremos que as novas mudanças tecnológicas e de gestão nas organizações criam novos tipos de relações. O desenvolvimento tecnológico (aqui ocupando o lugar dos meios de produção) exige um trabalhador com determinado nível de especialização. Isto cria, no ambiente organizacional, certo clima de medo ocasionado por novas e sempre prováveis mudanças que poderão, a qualquer momento, representar a “minha demissão”.
Este seria, portanto, um exemplo da relação direta que há entre meios de produção e relação de produção ao qual se referia Marx.



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