O tempo de trabalho necessário para o operário produzir um valor igual ao que recebe, sob forma de salário, é inferior à duração efetiva do seu trabalho e, é o tempo de trabalho não pago pelo capitalista ao operário. Daí decorre o lucro do capital. A esse valor não pago, Marx chama de “mais-valia”. Vejamos um exemplo:

Um trabalhador é contratado para produzir sapatos, em uma jornada de trabalho de 40 horas semanais, portanto, 160 horas/mês.

Imaginemos, que a produção de sapatos por operário ao longo de um mês seja de 100 unidades.

Supondo que o contrato de trabalho estabeleça que, por uma jornada de trabalho de 160 horas/mês, o nosso trabalhador receberá 500 reais, temos: 1 operário = 160 horas/mês = 500 reais/salário.

Pois então, provavelmente quando o empregado tiver cumprido 80 horas de trabalho já terá produzido 50 sapatos, que quando forem vendidos pagarão com sobra, seu salário. Agora responda: o operário para de trabalhar quando produz os 50 sapatos?

Não, ele continuará produzindo sapatos por mais 80 horas, transferindo a energia da sua força de trabalho para transformar cola, couro, linha, tinta, sola em nova mercadoria: sapato.



Copyright © 2010 AIEC.