A tendência à crise dos trabalhadores aumenta também devido à pressão das organizações que, empurradas pela alta competitividade no mercado, impõe aos seus trabalhadores a necessidade permanente da reciclagem.

Nas oficinas artesanais, por exemplo, quando a família participava de todo o processo produtivo, as crianças cresciam ao mesmo tempo em que aprendiam, já produziam, e o “jeito de fazer” não mudava. Quanto mais tradicional, melhor.

No entanto, com a industrialização e a introdução da divisão do trabalho, esta situação sofre mudança radical. Como na sociedade industrial aquilo que se aprende serve por muito tempo, a formação pode limitar-se a um tempo determinado. Na sociedade pós-industrial, que estamos vivendo, este esquema entra de novo em colapso, pois, como as mudanças são contínuas, requerem uma formação também ininterrupta; seja na escola ou na universidade, ou no trabalho.

Por exemplo, atualmente na escola de executivos da Telecom, a empresa estatal italiana de telefonia, os engenheiros fazem cursos de atualização, que duram nove meses. Mas, no final do curso, parte do que aprenderam já se tornou ultrapassado, porque no meio um novo tipo de celular ou fibra ótica foi introduzido no mercado. E, é justamente isso que provoca medo, ansiedade no ambiente organizacional. Quando se supõe que se domina uma técnica ou uma rotina de trabalho, novos padrões, metas e desafios são apresentados.



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