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- As histórias de cinco executivos
Se a vida nas grandes corporações está tão
ruim, seria de esperar que houvesse um êxodo para as pequenas
e médias empresas, além de uma onda de novos empreendedores.
Não é o que vem acontecendo, pelo menos não em
grande escala - provavelmente porque, se a vida já anda dura
nas grandes companhias, fora delas está duríssima.
Segundo
a Global Entrepreneurship Monitor, que analisa o empreendedorismo em
37 países, mais da metade dos empreendedores brasileiros cria
a própria empresa por pura necessidade. Mas há, também,
os que, mesmo bem-sucedidos numa grande organização, decidem
sair. “O risco de ser executivo está cada vez mais
próximo do risco de empreender. E, em tempos de corte de custos,
os que gostam de criar valor se cansam de vê-lo ser destruído
nas grandes empresas.”, diz Marília Rocca, diretora-geral
do Instituto Empreender Endeavor, organização não-governamental
de apoio ao empreendedorismo.
Veja, a seguir, os casos de cinco executivos que optaram pela saída,
e por quê:
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De
franqueador a franqueado - O paulista Michel Brull tornou-se
presidente da Fotoptica, a maior e mais tradicional rede de lojas
de foto e óptica do país, em 2000. Após uma fase
de crescimento acelerado, os resultados começaram a refletir
a queda no consumo e o aumento do dólar, que balizava parte
dos custos. Brull desenvolveu então diversos planos de redução
de custos e, articulou uma estratégia para a abertura de lojas
franqueadas. "A partir daí teríamos de cortar
mais custos e manter o plano das franquias, que já estava pronto.
Foi quando percebi que o projeto Michel e o projeto Fotoptica não
caminhavam mais juntos.” A solução estava
logo ali: aos 46 anos, Brull tornou-se franqueado da rede que dirigia.
Hoje, os aspectos que considera mais importantes são a autonomia
e a chance de trabalhar em algo que lhe dê prazer. Ele possui
três lojas em Campinas, no interior de São Paulo, e tem
planos de incorporar outras.
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