• Fugindo dos incêndios - Jacques Wladimirski, aos 42 anos, deixou uma carreira de duas décadas em grandes empresas, como Black & Decker, DirecTV e lntelig, para fundar a Golf & Gym, uma academia e escola de golfe voltada para eventos de negócios. Seu último cargo tinha sido de diretor-superintendente da Líder Táxi Aéreo. Wladimirski se lembra que se decepcionou com o mundo corporativo, pela primeira vez, ao ver um trabalho de um ano à frente da UUNet, prestadora de serviços de transmissão de dados, ir por água abaixo, quando a controladora WorldCom decidiu fundi-la com a Embratel. “As companhias perderam a visão de planejamento estratégico. Em geral, a rotina diária é administrar incêndios, e não entender o que, e o porquê está pegando fogo."
  • As metas imutáveis - Vanderlei Rigatieri, aos 41 anos, enviou uma mensagem aos colegas informando sua saída da presidência da subsidiária brasileira da Avaya, fabricante americana de equipamentos para telecomunicações. “Saí para procurar um ambiente em que não imperassem as metas do tipo de canhão, que não mudam de rota. Se você diz para a matriz que a realidade local é diferente, a resposta é: " Estou pouco ligando", diz Rigatiere. Esse tipo de postura gera insatisfação. As pessoas tendem a se tornar mais agressivas. A pressão de curto prazo contamina a estratégia. Hoje, Rigatiere é sócio e diretor-geral da DGX, uma prestadora de serviços de tecnologia.
  • Sem espaço para ideias - Márcio Xavier, recorda que participou, há alguns anos, de projeto pioneiro em um grande fabricante de fragrâncias européias. A ideia era enviar pesquisadores à Amazônia para trazer novas essências, mas o projeto não saiu do papel. “As empresas estão cada vez mais condicionadas à competição por autos. As decisões são, sobretudo, financeiras. A ordem subliminar é arriscar o mínimo para garantir própria sobrevivência. Em geral, não tem havido muito espaço para desenvolver rapidamente nas ideias,” diz Xavier. Ele deixou a diretoria para a América Latina da fabricante de fragrâncias para fundar, com três amigos, a Anantta, produtora de cosméticos e perfumes, com sede em São Paulo. Em apenas um ano, a Anantha lançou uma linha de três perfumes.
  • A ditadura dos trimestres - O clímax da carreira do executivo Ricardo Cidale, ocorreu quando foi promovido à vice-presidente comercial da matriz da empresa de tecnologia Real Networks, nos Estados Unidos. Poucos meses depois, no entanto, começou a questionar o rumo de sua vida profissional. “Vivia de trimestre em trimestre sem planos de médio e longo prazo”, diz. Percebi que, se continuasse ali, iria enferrujar o que aprendi sobre planejamento estratégico. Cidale é conselheiro de empresas emergentes, como as de tecnologia Gemco e Automatos. E mora em Búzios, no litoral do Rio de Janeiro, com a mulher e o filho.


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