O desemprego no Brasil - Pesquisas revelam que o trabalhador brasileiro está mais produtivo, mas nem por isso está ganhando mais dinheiro.
Levantamento feito com 42 setores da economia revela que, de 1991 a 1998, a produtividade por empregado aumentou, em média, 2,5% ao ano, ou 19,1% no período, um aumento igual ao da economia norte-americana.

Isso significa que o operário que produzia cem canetas em 1991 passou a fabricar 119 unidades em 1998, no mesmo espaço de tempo. Só que, enquanto isso, de 1990 a 1999, a participação do salário na composição do Produto Interno Bruto (PIB) caiu oito pontos percentuais, de 45% para 37% respectivamente.

Há vários setores em que a renda real do empregado até caiu, como o de refino de petróleo, farmacêutico, perfumaria, café, leite, laticínios, óleos vegetais, comunicações e construção civil. É o que constata trabalho do Ph.D. em Economia, Regis Bonelli, pesquisador associado do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada). Entretanto, ele não viu relação entre ganhos de produtividade e queda de preços.

O trabalhador saiu perdendo nessa década, porque nos anos 1990 ele ficou muito mais preocupado em manter o emprego do que em aumentar o salário. O desemprego faz com que os sindicatos percam poder de negociação. Além disso, para poder competir, as empresas tiveram de reduzir custos, o que significa, entre outras medidas, evitar reajustes salariais.
Os salários dos metalúrgicos da região metropolitana, por exemplo, não acompanharam sequer a inflação. O ganho médio anual de produtividade do trabalhador brasileiro, de 2,5% é parecido com o de um país desenvolvido, mas ainda é baixo para um país em desenvolvimento.



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