Alguns setores, porém, conseguiram até superar isso. Pelos cálculos do economista, a produtividade do trabalhador do setor de extração de petróleo, gás, carvão e de combustíveis subiu 11,73 ao ano. Os setores da economia brasileira que mais cresceram foram os produtores dos chamados “bens modernos”.

O IBGE identifica uma queda de oito pontos percentuais na participação do componente trabalho (remuneração dos empregados) no PIB.

O trabalho correspondia a 45% da renda nacional nos anos 1990. Agora, caiu para 37%. A remuneração do capital (remuneração das empresas depois do pagamento de imposto) subiu de 33% para 41% no período. O que falta para completar refere-se aos impostos – ou à participação do governo.

Ao mesmo tempo, as empresas investiram em tecnologias e os aluguéis subiram (ambos são componentes do capital) nos anos 1990. Como esses ganhos não foram repassados aos salários, veio a queda da participação do trabalho.

Segundo alguns economistas, essa situação deve persistir por mais algumas décadas no Brasil. Para que ocorra uma inversão, é preciso que o trabalho seja mais valorizado e a indústria esteja bem diversificada para absorver a mão de obra desempregada.

Na França, em meados dos anos 1980, com a mudança do processo de produção, toda a sociedade foi envolvida (universidades, patrões e empregados) para assistir à chegada da informática.

No Brasil, o quadro foi distinto. Não houve preparação, acabou-se, portanto, implementando-se uma política de defesa.

No entanto, parece que o medo do desemprego é um fantasma que continua rondado o mundo das organizações e produzindo medo nos trabalhadores.



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