| Unidade 3 | Módulo 1 | Tela 1 |
| 1 - Marketing e Estratégia de Segmentação O marketing, desde o seu surgimento como disciplina (década de 50), passou por estágios de evolução, chegando às características atuais de segmentação de mercado. Com a mudança da conjuntura econômica mundial, inicialmente observada de maneira mais próxima pelo continente norte-americano, emergem os diversos players competindo por um mesmo setor. Todo esse cenário levou à busca do atendimento de mercados com características específicas para a otimização da atuação. Surge, assim, a noção de segmentação de mercado. Na década de 50, quando o marketing firmava-se como disciplina estruturada da gestão estratégica norte-americana, a segmentação de mercado era uma ferramenta até então desconhecida porque a realidade de mercado apresentava organizações com foco em seus respectivos produtos e serviços, justificado pelo objetivo de aumento do lucro operacional e pelo perfil de massa do público-alvo. Assim, cabia às empresas alavancar suas operações comerciais por intermédio da estruturação das ferramentas promocionais, que compreendiam, basicamente, vendas diretas e indiretas e exploração de espaço publicitário. Na realidade, o início do trabalho estruturado do marketing foi marcado por um ambiente pouco competitivo, muito distante de nossa realidade atual.
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Tela 2 |
| O desenvolvimento exponencial dos principais setores da economia, apoiados em uma conjuntura extremamente favorável que marcou o crescimento da economia mundial, abriu espaço para o incremento do número de empresas operantes em um mesmo mercado, aumentando, conseqüentemente, o número de competidores comuns – diretos e indiretos. A segmentação de mercado surge, de forma ainda tímida, na década de 60, nos Estados Unidos, e assume uma maior representatividade, em âmbito mundial, com a chegada dos anos 80. Para compreender melhor a evolução do princípio de segmentação de mercado, faz-se necessária a compreensão do quadro geral evolutivo do marketing.
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Tela 3 |
| Na realidade, podemos dizer que o Brasil, em relação ao quadro evolutivo do marketing como disciplina, encontrou-se em posição de defasagem, se comparado com a realidade de nações capitalistas de países com estruturas consolidadas, até meados da década de 80. Como disciplina estratégica, vinculada à administração de empresas, passa a ter maior espaço somente na década de 60. Devido à conjuntura econômica e social nacional, o perfil de aumento de concorrência que caracteriza a década de 60 norte-americana – considerada como a década do “marketing do consumidor” –, foi observado em nosso país somente em meados da década de 70. Já a considerada década do “marketing de relacionamento”, visando a trabalhar de forma ainda mais estreita os princípios da segmentação de mercado, a partir da prática da segmentação da segmentação (trabalho com nichos), somente é exercida em sua plenitude em meados da década de 80. Da mesma forma, o marketing global, direcionado para o aumento da participação no mercado mundial, assumiu maior representatividade em nosso país somente ao final da década de 80. A era do marketing da intimidade e a era do marketing de integração articulam conceitos que visam a exceder às expectativas do consumidor e integrá-lo ao processo de criação do produto.
Atualmente, a segmentação de mercado é entendida, de forma geral, como a subdivisão de um mercado em subconjuntos distintos de clientes, em que qualquer subconjunto pode, concebivelmente, ser selecionado como um objetivo de mercado, para ser alcançado com um composto de marketing distinto. A segmentação abrange diferentes tipos de amplitudes de mercado: é possível trabalhar a estratégia mercadológica para o atendimento de mais de um cluster de mercado, considerando-se características comuns, ou apenas de um cluster. Para compreender seu mercado-alvo, é preciso criar padrões de segmentação de mercado; em outras palavras, estabelecer o perfil comum que representará o mercado pretendido e focar as ações mercadológicas ao seu atendimento. |
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Tela 4 |
| 2 - Segmentação e Integração do Cliente no Processo Produtivo Para que seja possível a integração do cliente ao processo produtivo organizacional, a empresa precisa, em primeiro lugar, conhecer muito bem o seu cliente existente ou o em potencial: para tanto, a segmentação de mercado apresenta-se como importante ferramental para a construção de estratégias mercadológicas que possibilitem a interação entre o comportamento e as expectativas de mercado e a necessidade de adaptação da estrutura interna para o alcance dos objetivos organizacionais. Se o início do trabalho estruturado em marketing deu-se na década de 60, caracterizada pela ênfase no produto, a evolução da disciplina marca uma época cada vez mais caracterizada pela ênfase do mercado – no consumidor. Ainda é comum encontrar em boas referências bibliográficas frases como:
ou
Contudo, a segmentação de mercado propõe a identificação de “segmentos comuns” para a elaboração de estratégias específicas de marketing. |
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Tela 5 |
| Processo de Integração x Interação - a integração do cliente ao processo produtivo da organização, que aparece como uma forte tendência e vem se confirmando nesta década, pede a interação dos processos ao mercado, de forma a possibilitar a participação ativa dos clientes na elaboração dos produtos e serviços. Tal integração não se limita a disponibilização de um canal de comunicação com o cliente, e sim do replanejamento organizacional para que toda a estrutura esteja preparada para interagir com o mercado externo. E, para colocar toda a estrutura de uma organização aberta para modificações oriundas do mercado, é preciso estabelecer, antes de mais nada, o perfil do mercado ao qual a empresa estará disposta a atender.
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Tela 6 |
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| 3 - Aplicação da segmentação de mercados O sucesso da estratégia de marketing está interligado com o conhecimento que a empresa tem da segmentação de mercado, atual ou pretendida. Entretanto, apesar da segmentação de mercado ser uma estratégia mercadológica eficaz, existem situações práticas as quais exigem cuidadosas análises para se decidir pela aplicação ou não dessa estratégia. Vejamos, agora, três situações que sugerem ações cuidadosas, a partir de dois pensamentos:
Todas as empresas, independentemente de seu tamanho, lidam com a questão da escassez de recursos e da necessidade de sua adequação para a formulação de estratégias de mercado. E recursos limitados requerem ações otimizadas para a obtenção de resultados maximizados. Uma forma possível de otimização de recursos é a aplicação de técnicas que permitam delimitar o espaço de atuação da empresa por intermédio da segmentação de mercado. Por mais abrangente que seja a segmentação de mercado, pouquíssimos produtos podem abrir mão da segmentação de mercado em suas estratégias e planos de ação. Contudo, segmentar o mercado não significa abrir mão de consumidores com o perfil diferente do nicho definido pela empresa, mas ter consciência de que o nicho representa o padrão de consumidores para um determinado produto. |
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Tela 7 |
Escassez e Adequação
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Tela 8 |
| Situação 1: O Rolex e a Banca de Relógios - Para compreender o princípio de segmentação de mercado, veremos o caso ocorrido em 2001 na cidade de Brasília, que relata experiência real entre um cliente e um relojoeiro. O relojoeiro, aparentemente bastante simples que trabalhava em uma banca de um shopping center em Brasília -, comentou com uma cliente que pretendia presentear o seu filho, que acabara de se formar em uma faculdade de administração de empresas da cidade, com um Rolex. Para o profissional, “aquilo é que era um relógio”. Sentindo que a cliente lhe dava ouvidos, continuou falando sobre o orgulho de ter um filho formado, “doutor” na família e da importância de celebrar o tão esperado e importante momento com algo que pudesse ser transmitido de “geração em geração”. E, de fato, o relojoeiro comprou o falado relógio para o filho.
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Tela 9 |
| Para explorar esse caso verídico, adequado para a reflexão sobre a contextualização da segmentação –, temos uma série de questões a serem respondidas: 1)
O relojoeiro faz parte da segmentação de mercado da Rolex?
É muito comum ouvir “a Coca-Cola não utiliza técnicas de segmentação de mercado, pois abrange todo mundo, em diferentes segmentos ou estratos” ou “o sabão em pó OMO é utilizado por todas as classes sociais” por tratarem de produtos com grande amplitude de mercado. |
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Tela 10 |
| Situação 2: A Coca-Cola, apesar de atingir uma grande parcela da população, não alcança a todos os estratos da economia, nem a todos da mesma forma: a freqüência de consumo é diferenciada e o trabalho é focado nas características predominantes da população que mais consome o produto. É uma forma de otimizar os recursos envolvidos no processo de comercialização do produto, uma forma de segmentação estratégica e abrangente de mercado. Assim, não é possível assumir que todos os segmentos da sociedade consumam o produto: há nichos bastante específicos que aboliram refrigerantes de suas dietas e estratos que não possuem renda ou acesso para consumo do produto, dentre outros aspectos a serem considerados. Da mesma forma, é preciso considerar qual o perfil comum dos consumidores que mais compram o produto para a adequação do composto mercadológico.
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Tela 11 |
| Situação 3 : Sabão em pó OMO - Recentes pesquisas confirmaram a utilização do sabão em pó OMO em um amplo mercado, com características extremamente diferenciadas, tanto em termos demográficos quanto psico-comportamentais. Contudo, o público-alvo do referido sabão é analisado levando em conta, novamente, critérios de freqüência e formas de utilização, possibilitando, assim, a aplicação de técnicas de segmentação de mercado para a otimização das estratégias de marketing.
Os três casos aqui analisados confirmam que o sucesso da estratégia de marketing depende do conhecimento da segmentação de mercado, atual ou pretendida, para o ajuste de atributos de produto, das estratégias de preço, da escolha dos melhores canais de distribuição e veículos promocionais para o bom desempenho das ações de marketing. |
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Tela 12 |
| Resumo O marketing, como disciplina estruturada, surgiu na década de 50 nos Estados Unidos. O primeiro sinal de evolução foi observado na década de 60 com o conceito de segmentação de mercado com a mudança da conjuntura econômica mundial, o surgimento de diversos players competindo por um mesmo setor levou a busca do atendimento de mercados com características específicas para otimizar a atuação. É possível trabalhar a estratégia mercadológica para o atendimento de mais de um cluster de mercado, considerando-se características comuns, ou apenas de um. Para compreender
o mercado-alvo é preciso criar padrões de segmentação;
em outras palavras, estabelecer o perfil comum que representará
o mercado pretendido e focar as ações mercadológicas
ao atendimento do mesmo. Integração do Cliente no Processo Produtivo - é preciso conhecer o cliente existente ou potencial. Nesse sentido, a segmentação de mercado é importante instrumento para a construção de estratégias mercadológicas que possibilitem a interação entre o comportamento e as expectativas de mercado e a necessidade de adaptação da estrutura interna para o alcance dos objetivos organizacionais. Integração x Interação - a integração do cliente ao processo produtivo da organização implica interação dos processos ao mercado, de forma a possibilitar a participação ativa dos clientes quanto à elaboração dos produtos e serviços. Para isso, o ponto de partida é o estabelecimento do perfil do mercado ao qual a empresa quer atender. A aplicação da estratégia da segmentação de mercado precisa ser submetida à analise de situações porque, nem sempre, a sua aplicação deve ser a primeira opção da empresa. Quando existe a necessidade de redução de mercado, essa estratégia é o último recurso a ser utilizado. Quando os produtos atuam em segmentos de grande amplitude, a estratégia de segmentação de mercado pode não ser a mais indicada: o sucesso da estratégia de marketing depende do conhecimento da segmentação de mercado, atual ou pretendida, para o ajuste de atributos de produto, das estratégias de preço, da escolha dos melhores canais de distribuição e veículos promocionais para o bom desempenho das ações de marketing. |
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| Unidade 3 | Módulo 2 | Tela 13 |
| 1 - Princípios de Segmentação de Mercado Até
aqui, viu-se que o processo de segmentação de mercado
é considerada, mais atualmente, como uma fundamental estratégia
de marketing para a organização, visto contribuir efetivamente
com a identificação dos alvos de mercado. Por isso, a finalidade principal dessa prática é descobrir as principais diferenças entre os consumidores e agrupá-los diante das suas características comuns (objetivas e subjetivas). Esses são os tópicos que serão abordados neste módulo.
Aprofundando a conceituação de segmento de mercado vista na unidade anterior, temos que o segmento de mercado também pode ser considerado como a ciência e a arte de dividir pessoas ou coisas em grupos distintos, em que cada grupo será não apenas distinto, mas, idealmente, os grupos serão, também, exaustivos em seu conjunto. As pessoas de cada grupo serão mais ou menos parecidas e, inversamente, as pessoas de grupos diferentes serão diferentes. A segmentação pode ser usada para localizar nichos de mercado, afastar concorrentes e proporcionar as bases para um novo projeto de produto, ou para uma nova forma de concorrência. É possível criar segmentos com base em características diferentes: segmentos podem ser compostos de indivíduos, lares, estabelecimentos comerciais, códigos de endereçamento postal ou cidades. Também é possível criar segmentos com base no hábito de consumo – daí a importância fundamental do estudo do comportamento do consumidor para a elaboração de estratégias eficazes em marketing. A questão do comportamento do consumidor será tratada mais especificamente no próximo módulo.
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Tela 14 |
| É preciso refinar a definição do grupo, saber o quão refinado um grupo pode se tornar e quanto dos recursos de uma empresa será necessário para definir um segmento, de forma a projetar um produto ou serviço para atender a esse segmento.
A definição do mercado em submercados deve ponderar sobre os custos envolvidos, diretos e indiretos, para o alcance de diversos segmentos por intermédio da implementação de planos de marketing. O que é um “bom segmento” - uma empresa que decide operar em um mercado amplo reconhece que, normalmente, não pode atender a todos os consumidores daquele mercado. Em vez de competir em todos os mercados, precisa identificar os segmentos de mercado que pode atender com mais eficiência. Assim, deve buscar identificar aquilo que se pode chamar de “bom segmento”. Vejamos as principais características de um “bom segmento”. |
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Tela 15 |
| 2 - Principais Variáveis Para Segmentação de Mercado Na segmentação de mercado, deve-se considerar que um produto não atrai todo o mundo porque consumidores são pessoas com necessidades e desejos diferentes. Por isso, é preciso conhecer o comportamento, as motivações e os hábitos dos grupos distintos de compradores. E como fazer para conhecer os consumidores? É preciso selecioná-los em grupos, os mais homogêneos possíveis, utilizando as variáveis de segmentação. O leque dessas variáveis é bem amplo, mas, geralmente, utilizam-se aquelas que revelam determinadas características geográficas, demográficas (sendo a análise comportamental derivada da variável demográfica) e psicográficas. Vejamos cada uma delas. Variáveis Geográficas - a segmentação geográfica tem como objetivo definir a amplitude da atuação da organização em relação à comercialização de seus produtos e serviços. É comum a confusão entre variáveis geográficas de segmentação de mercado e a análise da região geográfica onde será instalada a operação da empresa. Como no mix de praça, um dos itens do composto mercadológico que trata da análise da distribuição, da logística e do perfil do mercado-alvo, as características geográficas não ficam limitadas à região de manufatura do produto e/ou da elaboração do serviço e sim enquadradas nas condições geográficas do mercado-alvo pretendido. Um produto pode ser produzido em Taiwan especialmente para ser comercializado, por exemplo, no Rio de Janeiro; nesse caso, a segmentação geográfica seria Rio de Janeiro – e não Taiwan. Já um salão de beleza, provavelmente terá sua sede próxima à região pretendida (cidade/bairro). Todas as características de um bom segmento deverão ser analisadas, com destaque para as questões de acessibilidade e operacionabilidade.
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Tela 16 |
| Variáveis Demográficas - a segmentação demográfica, uma das mais importantes e dominantes formas de segmentação, trata da definição do perfil geral do cliente ou consumidor potencial, por intermédio da consideração de sua classificação sócio-econômica, do estabelecimento de seu gênero, de sua idade, dentre outros importantes aspectos demográficos. Com a análise cruzada dos fatores que compõem a segmentação demográfica é possível estabelecer, por exemplo, atributos de produto que sejam mais atrativos para determinado perfil da população segmentada. Um bom exemplo de segmentação demográfica pode ser visualizado com o número crescente de produtos de beleza para diferentes etnias; da mesma forma, também influenciada por padrões comportamentais, observa-se o crescente número de cosméticos para o público masculino de alta renda e idade entre 30 e 50 anos. Todas as características de um bom segmento deverão ser analisadas, com destaque para as questões de mensurabilidade e substancialidade.
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Tela 17 |
| Variáveis Comportamentais - a segmentação comportamental pode ser considerada como sendo uma segmentação complementar à segmentação demográfica: a partir do perfil demográfico, o perfil comportamental é traçado a fim de identificar características que auxiliem a escolha do mercado, como ocasião da compra (motivo), benefícios esperados, status, dentre outros fatores. Todas as características de um bom segmento deverão ser analisadas para a realização da segmentação comportamental eficaz.
Variáveis Psicográficas - a segmentação psicográfica pode, da mesma forma que a comportamental, ser considerada como uma segmentação complementar à segmentação demográfica; ainda, pode ser considerada como complementar à segmentação comportamental. A partir do estabelecimento dos perfis demográfico e comportamental, é traçado o perfil psicográfico, geralmente associado à questão do “ego ou merecimento”. São consideradas, principalmente, as características Estilo de vida do consumidor (identificação do uso de seu tempo, ocupação etc) e Personalidade (identificação do momento da compra na vida do consumidor). É muito comum verificar ações de comunicação promocional, como por exemplo, propagandas com o apelo “você merece”. Para alguns autores, a segmentação psicográfica é considerada uma extensão da segmentação comportamental. Todas as características de um bom segmento deverão ser analisadas para a realização da segmentação comportamental eficaz. |
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Tela 18 |
| 3 - Seleção de Mercado-Alvo Como já visto antes, mercado-alvo consiste num grupo de compradores que partilham necessidades e características comuns, as quais a empresa decide atender. O desafio para as empresas é segmentar da maneira mais útil. Não basta reunir pessoas ou coisas em grupos distintos com base, simplesmente, na semelhança existente entre os membros de cada grupo. Principais Características e Resultados do Mercado-Alvo- as características iniciais a serem compreendidas encontram-se diretamente associadas às principais variáveis para segmentação de mercado (geográficas, demográficas, comportamentais e psicográficas). A análise de fatores como amplitude significativa de mercado, identidade e interesse da oferta encontra-se diretamente vinculada às características de um bom segmento (mensurabilidade, substancialidade, acessibilidade e operacionabilidade). A expressão USP (Unique Selling Proposition) ficou famosa nos anos 70 por promover a customização da proposição de venda de produtos e serviços, apoiada em princípios de marketing diferenciado (proposição única de venda). Para Kotler (Administração de Marketing, 1999), existem três estratégias de cobertura de mercado: marketing indiferenciado, marketing diferenciado, marketing concentrado. Vale notar que, mesmo considerando o chamado marketing indiferenciado de Kotler, onde há a proposição de uma oferta única para o cliente, a segmentação pode trazer importantes considerações sobre o comportamento do mercado escolhido, levando em consideração que dificilmente um produto conseguirá alcançar a todos os segmentos pretendidos com uma única estratégia. Quadro-resumo das Principais Características e os Melhores Resultados do Mercado-Alvo
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Tela 19 |
| Níveis de Definição de Mercado com Participação em Mercado Único - os níveis de definição de mercado estão ligados, de forma direta, ao princípio de segmentação de mercado.
No gráfico da esquerda pode-se observar que o mercado potencial para um determinado produto corresponde a 10% do total do mercado existente. A distinção entre a população total encontrada e o mercado potencial é realizada por intermédio do estabelecimento de padrões desejáveis de mercado, também conhecido como técnicas ou critérios de segmentação de mercado. Vamos considerar que a população total seja relacionada com nosso país: portanto, uma população estimada em cerca de 170 milhões de pessoas. O produto a ser colocado no mercado é um automóvel de luxo, acessível às classes mais privilegiadas, em termos econômicos, da população; assim, como conseqüência, deve-se desconsiderar todas as demais classes econômicas. O resultado reduziu a população total brutalmente (apenas 10% da população total). Como para a empresa só interessa trabalhar com os 10% do mercado total, há o transporte do mercado potencial para um novo gráfico – o da direita. Ainda dentro de mercado potencial, a empresa poderá realizar uma série de estratificações de acordo com seu interesse. A título de ilustração, o mercado foi subdividido em mercado penetrado I e II, mercado disponível e disponível qualificado e mercado-alvo. Cabe à empresa estabelecer seus critérios estratégicos para a segmentação de mercado e para a conseqüente definição de seu mercado-alvo. Quanto maior a complexidade do ambiente competitivo apresentado, maior será o número de cortes realizados sobre o mercado para o mapeamento da estratégica competitiva de atuação. |
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Tela 20 |
| Níveis de Definição de Mercado com Participação em Mercados Múltiplos - a complexidade para o estabelecimento de mercados-alvo aumenta de acordo com o número de mercados em que a empresa atue ou pretenda atuar. Os critérios estratégicos para a segmentação de mercado e para a conseqüente definição de seus mercados-alvo demandarão uma análise detalhada e particular do comportamento de cada mercado.
Assim, uma empresa que opere em mais de uma país terá uma estratégia geral de definição de mercado (global ou mundial) e “n” estratégias específicas para cada país que, por sua vez, pedirá, a depender de suas particularidades, estratégias específicas regionais (em nível de região, estado e/ou cidade). Uma grande empresa de refrigerantes, por exemplo, tem sua estratégia de estabelecimento de mercado-alvo global (ou geral), atrelada a estratégias divididas por blocos com interesses comuns (como a América Latina, por exemplo), por países (como o Brasil, por exemplo), por regiões (como nordeste e sudeste, por exemplo) e por cidade (como São Paulo, por exemplo). |
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Tela 21 |
| Resumo A segmentação de mercado é a subdivisão de um mercado em subconjuntos distintos de clientes, com objetivo de otimizar a atuação organizacional. Como nem todos gostam do mesmo produto/serviço, é preciso considerar as diferenças demográficas, psicográficas e comportamentais dos consumidores. Assim, os bons segmentos de mercado poderão ser identificados. Todas as características de um bom segmento deverão ser analisadas para a realização da segmentação comportamental eficaz (mensurabilidade, substancialidade, acessibilidade e operacionabilidade). É preciso refinar a definição do grupo, saber o quão refinado um grupo pode se tornar e quanto dos recursos de uma empresa serão necessários para definir um segmento, de forma a projetar um produto ou serviço para atender a esse segmento. As principais variáveis para segmentação de mercado são: Variáveis Geográficas – possibilitam definir a amplitude da atuação da organização em relação à comercialização de seus produtos e serviços. Não se deve confundir as variáveis geográficas de segmentação de mercado e a análise da região geográfica (local de instalação das operações da empresa) porque as características geográficas consideram as áreas geográficas nas quais seus produto/serviço serão comercializados e não simplesmente onde são produzidos; Variáveis Demográficas – define o perfil geral do consumidor em potencial ou cliente, por intermédio da consideração de sua classificação sócio-econômica, do sexo, da idade, dentre outros importantes aspectos demográficos. Com a análise cruzada dos fatores que compõe a segmentação demográfica é possível estabelecer, por exemplo, atributos de produto que sejam mais atrativos para determinado perfil da população segmentada; Variáveis Comportamentais - pode ser considerada como uma segmentação complementar à variável demográfica. A partir do perfil demográfico, o perfil comportamental é traçado para se identificar características que auxiliem a escolha do mercado (ocasião da compra, benefícios esperados etc); Variáveis Psicográficas essa pode, da mesma forma que a comportamental, ser considerada como uma segmentação complementar à segmentação demográfica e à comportamental. A partir do estabelecimento dos perfis demográfico e comportamental, é traçado o perfil psicográfico, consideradas, principalmente, as características Estilo de vida do consumidor e Personalidade (identificação do momento da compra na vida do consumidor). Seleção de Mercado-Alvo - o Mercado-alvo consiste num grupo de compradores que partilham necessidades e características comuns, as quais a empresa decide atender. O desafio para as empresas é segmentar da maneira mais útil. Não basta reunir pessoas ou coisas em grupos distintos com base, simplesmente, na semelhança existente entre os membros de cada grupo. Níveis de Definição de Mercado com Participação em Mercado Único - os níveis de definição de mercado estão diretamente ligados ao princípio de segmentação de mercado. Padrões desejáveis de mercado são definidos (técnicas ou critérios de segmentação) para distinguir a população total encontrada do mercado potencial. Ainda dentro de mercado potencial, a empresa poderá realizar uma série de estratificações de acordo com seu interesse, devendo a organização fixar critérios estratégicos para a segmentação de mercado e definição de seu mercado-alvo. Níveis de Definição de Mercado com Participação em Mercados Múltiplos - a complexidade para o estabelecimento de mercados-alvo aumenta de acordo com o número de mercados que a empresa atue ou pretenda atuar. Assim, uma empresa que opere em mais de um país terá uma estratégia geral de definição de mercado (global ou mundial) e “n” estratégias específicas para cada país que, por sua vez, pedirá, a depender de suas particularidades, estratégias específicas regionais (em nível de região, estado e/ou cidade). |
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| Unidade 3 | Módulo 3 | Tela 22 |
| 1 - Princípios do Comportamento do Consumidor Criar produtos ou serviços e definir segmentos de mercado são fatores essenciais para a estratégia mercadológica. Para se aplicar a estratégia de segmento de mercado é preciso realizar o mapeamento do comportamento do consumidor. Partindo do estudo do comportamento do comprador, veremos importantes ferramentas para a implementação de estratégias de segmentação de mercado, como a análise conjunta de mercado, e outros métodos para reconhecer, mapear e mensurar a disposição de troca dos consumidores ao adquirirem um produto. Enquanto "cortamos e fatiamos" o mercado, deve se ter em mente os custos envolvidos em atingir os diversos segmentos e na implementação de nossos planos. Da mesma forma, a identificação do perfil do consumidor deve ser considerada. Entre as principais considerações que podemos empregar para a segmentação de mercado, encontram-se as características demográficas e sócio-econômicas, a personalidade e o estilo de vida do consumidor e o uso e compra de produtos. Um instrumento bastante utilizado para a identificação do comportamento do público-alvo é a pesquisa exploratória. É bastante comum encontrar empresas que encomendam pesquisas de prospecção de mercado antes de iniciarem projetos de produtos; em muitos casos, dependendo da propensão ou aversão ao risco, as empresas contratam pesquisas.
Encontrar as opiniões de todos os leitores da Folha de São Paulo sobre um determinado assunto por meio do uso do instrumento de pesquisa, com uma pequena amostra, é simples. Mas quando segmentamos o grupo em, por exemplo, mulheres brasileiras entre 35 e 50 anos, com posições executivas em empresas multinacionais com receitas superiores a R$ 5 bilhões, podemos abordar o mercado de uma forma muito mais precisa. |
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Tela 23 |
| Assim, criar produtos ou serviços e definir segmentos de mercado são fatores fundamentais para a estratégia mercadológica, isto é, para um dado segmento, criar produto ideal com precificação e distribuição ideais (contemplados nos mixes de preço e praça, respectivamente). Além disso, queremos criar a estratégia e sua mensagem de comunicação de forma adequada. O desafio é encontrar segmentos mais atraentes que viabilizem a criação de planos de marketing adequados.
O mapeamento do comportamento do consumidor abrange a descrição das necessidades do consumidor, quer sejam relacionadas com as primárias, secundárias ou terciárias – em alusão ao trabalho desenvolvido por Maslow, a Pirâmide das Necessidades Hierárquicas, de sua atitude em relação ao produto e sua forma de consumo, dos benefícios esperados, do comportamento e atitude ligados à estrutura de marketing (amplitude do composto mercadológico) e da reação do consumidor a variáveis de marketing (íntima relação com o item anterior). A base da segmentação de mercado considera, em primeiro lugar, a identificação das necessidades dos compradores. No caso de um artigo de higiene pessoal, mais especificamente um xampu, por exemplo, podemos verificar alguns fatores a serem identificados:
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Tela 24 |
| Cada necessidade é distinta, mas elas também podem ser combinadas de diferentes maneiras. Assim, é possível avaliar o desempenho do produto sobre a satisfação das necessidades do mercado, pretendido ou conquistado, em comparação com a proposta de valor dos concorrentes. Como resultado da análise, poderíamos, então chegar a algumas possibilidades em relação às estratégias de produto:
Um bom exemplo seria a empresa chegar à conclusão que não teria formas de adequação para solucionar as exigências de preço e qualidade: para fabricar um produto com as especificações mapeadas para um determinado segmento, o custo de produção seria elevado – de forma a inviabilizar a comercialização do produto a um preço baixo. As formas de definição de segmentos e de como é possível utilizar dados que possibilitem a otimização dos recursos competitivos organizacionais constituem as chamadas decisões críticas. Os segmentos eficazes devem ser criados de maneira tal que seu tamanho e poder aquisitivo possam ser medidos com eficácia. Devem ser lucrativos e deve ser possível o atendimento a eles de modo eficaz. Finalmente - e o que é mais importante – faz-se necessária a criação de segmentos que permitam o desenvolvimento de programas direcionados para atraí-los e atendê-los. Uma vez reunidas informações sobre os segmentos, o número de escolhas à disposição da empresa é consideravelmente aumentado. Cabe à empresa determinar se os custos envolvidos na realização das alterações exigidas pelos segmentos serão, pelo menos, compensados pelo aumento de receitas e lucros que, presume-se, irão ocorrer. É preciso, ainda, avaliar a melhor ação estratégica de acordo com o cenário encontrado: se é possível acrescentar outros produtos à linha já existente, se é possível eliminar itens constantes da linha de produtos, se é possível aprimorar os produtos, se é possível reposicionar ofertas existentes, dentre outras possibilidades a serem exploradas. |
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Tela 25 |
| 2 - Análises de Mercado Tratando da questão da segmentação de mercado de maneira um pouco mais complexa, é preciso, ainda, considerar o fato de que as análises não são feitas em um mundo estático. A concorrência pode ter acesso a dados semelhantes e pode estar fazendo alterações no mercado ao mesmo tempo em que outra empresa também as faz. E as reações que foram coletadas nos segmentos de interesse representam opiniões em um ponto específico no tempo, podendo perfeitamente mudar. Ao adaptar a estrutura da organização às necessidades de demanda de mercado, a organização pode correr o risco, em casos extremos, de perda de foco para cumprimento de suas principais diretrizes estratégicas. Vejamos um exemplo que também propicia a reflexão sobre a máxima do "cliente tem sempre razão": sempre terá razão e deverá ser ouvido, como representante do mercado, enquanto não comprometer os principais objetivos da organização. Análise Conjunta de Mercado - é uma sofisticada ferramenta para implementação de estratégias de segmentação de mercado. É utilizada, mesmo que de forma intuitiva, pela grande maioria das grandes empresas que atuam no Brasil e no mundo, e tem por objetivo medir as diferentes trocas que os consumidores estão dispostos a fazer ao adquirirem um determinado produto. Suas principais aplicações são no desenvolvimento de novos produtos, no reposicionamento de produtos antigos e na decisão de preços. Idéia central da Análise Conjunta - os produtos e serviços podem ser descritos por um conjunto de níveis de atributos, no qual os compradores estabelecem valores diferentes aos níveis de diferentes atributos e, a partir de então, escolhem a oferta que tem o valor total mais elevado, somando todos os "valores parciais". Novamente, é a melhor relação entre valor real e valor agregado, em relação aos atributos de produto e, conseqüentemente, à satisfação obtida com o consumo. Voltemos ao caso dos xampus abordado anteriormente:
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Tela 26 |
| Os valores parciais de distintos compradores apresentam ponderações diferenciadas; assim, as trocas que estão dispostas a fazer variam. Em outras palavras, o que influencia e determina o consumo pode variar entre grupos com perfis diferenciados. Ainda utilizando o caso do xampu, um consumidor pode preferir o preço acessível à qualidade superior, enquanto outro pode preferir embalagens maiores em relação a um produto mais concentrado. A técnica de análise conjunta de mercado é justificada a partir de quatro grandes pilares:
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Tela 27 |
| 3 - Reflexões sobre Métodos de Segmentação A segmentação de mercado e a estrutura de posicionamento de produto (conseqüência natural do processo de segmentação) passaram, recentemente, por diversas alterações. Foi observado um aumento significativo da ênfase sobre critérios de segmentação que representam dados mais flexíveis, como atitudes e necessidades, tanto em relação ao marketing para consumidores como entre corporações (marketing corporativo - business-to-business). Sabe-se que as bases para a segmentação dependem de seu objetivo, sendo representadas, portanto, por estruturas relativas – e não absolutas. Um bom exemplo para este caso seria uma análise na qual os mesmos clientes de um banco pudessem ser segmentados por perfil de conta, atitudes em relação ao risco e variáveis socioeconômicas: cada segmentação poderia ser útil para diferentes fins, como venda cruzada de produtos, preparação de mensagens de propaganda e seleção de mídia. Os chamados métodos de "mineração de dados" se tornaram muito mais versáteis durante a década passada. Um deslocamento em direção a "deixar que os dados falem por si mesmos", ou seja, encontrar segmentos através da detecção de padrões em dados internos e/ou de pesquisa. |
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Tela 28 |
| A maior utilização de métodos "híbridos" de segmentação faz com que seja possível segmentar os consumidores de acordo com um atributo inicial de preferência, como, por exemplo, uma determinada marca, para depois segmentá-los novamente de acordo com suas atitudes em relação ao consumo do produto, ocasiões, freqüência, dentre outros fatores. Cada vez mais há um estreitamento entre segmentação e desenvolvimento de novos produtos. Modelos computacionais de escolha (que utilizam informações sobre as trocas entre atributos feitas por consumidores) já podem encontrar os melhores segmentos para um perfil de produto ou o melhor perfil de produto para um dado segmento de mercado. A crescente disponibilidade de sistemas gerenciais (baseados em dados conjuntos) para encontrar acréscimos ideais a linhas de produtos - os produtos que melhor equilibram a possibilidade de canibalização de produtos existentes e o ataque aos concorrentes – tem auxiliado em muito o processo de tomada de decisão mercadológica. Ultimamente têm surgido inúmeras pesquisas sobre modelos dinâmicos de produto em relação ao(s) seu(s) segmento(s) de atuação, nos quais as possibilidades de retaliação competitiva são analisadas. Tais modelos examinam a vulnerabilidade da empresa a reações da concorrência no curto prazo e selecionam combinações de produto/segmento mais resistentes ao ataque competitivo. Uma disciplina bastante nova que se propõe a trabalhar esse assunto é a dinâmica de sistemas. O desenvolvimento de métodos de reconhecimento de padrões e clustering de clientes (trabalho a partir de segmentos com comportamentos comuns - clusters) é cada vez mais utilizado pelas organizações; Em outras palavras, trata de sistematização do processo de decisão sobre a exploração das características identificadas em um determinado segmento (análise do custo-benefício para a organização). A flexibilização da estrutura de clustering, que permite ao administrador afrouxar a definição de clustering com base apenas nas necessidades do comprador (movendo um pequeno número de pessoas de um cluster para outro), possibilita aumentar a previsibilidade de alguma medida de critério externo, como volatilidade de demanda para uma empresa que venda, por exemplo, um produto que sinalize como tendência a retração do mercado. A segmentação e a análise conjunta são tão aplicáveis a serviços quanto a produtos e dependem, para sua eficácia, do acompanhamento apurado do mercado pretendido ou penetrado. |
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Tela 29 |
| Resumo A segmentação de mercado visa encontrar segmentos mais atraentes que viabilizem a criação de planos de marketing adequados. Como nem “tudo agrada a todos”, é preciso mapear o comportamento do consumidor, abrangendo a descrição das necessidades do consumidor, de sua atitude em relação ao produto, de sua forma de consumo e dos benefícios esperados. O mapeamento do comportamento do consumidor abrange a descrição das necessidades do consumidor (sejam primárias, secundárias ou terciárias), de sua atitude em relação ao produto e sua forma de consumo, dos benefícios esperados, do comportamento e atitude ligados à estrutura de marketing e da reação do consumidor as variáveis de marketing. A segmentação de mercado considera, primeiramente, a identificação das necessidades dos compradores. As necessidades são distintas, mas cada uma delas pode ser combinada de diferentes maneiras. Assim, é possível avaliar o desempenho do produto sobre a satisfação das necessidades do mercado, pretendido ou conquistado, em comparação com a proposta de valor dos concorrentes. Ás vezes, a empresa pode chegar à conclusão que não teria formas de adequação para solucionar as exigências de preço e qualidade porque o custo de produção seria elevado, inviabilizando a comercialização do produto a um preço baixo. Análise Conjunta de Mercado - ferramenta utilizada para mensurar as diferentes trocas que os consumidores estão dispostos a fazer ao adquirirem um produto. Trata-se, portanto, de importante instrumento para implementar estratégias de segmentação de mercado. Idéia central da Análise Conjunta - os produtos e serviços podem ser descritos por um conjunto de níveis de atributos, onde os compradores imprimem diferentes valores para cada nível. A partir daí, escolhem a oferta que tem o valor total mais elevado, somando todos os "valores parciais". Os quatro pilares da Análise Conjunta: Mensuração das Preferências, Hierarquização das preferências, Construção de uma cadeia de informações sobre o consumidor, Construção de um mecanismo de simulação de compra. Métodos de Segmentação: Métodos de "mineração de dados" - Métodos "híbridos" de segmentação, Modelos computacionais de escolha - Modelos dinâmicos de produto em relação aos seu (s) segmento (s) de atuação,- Métodos de reconhecimento de padrões e clustering de clientes – |
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| Unidade 4 | Módulo 1 | Tela 30 |
| 1 - Posicionamento Estratégico e Segmentação O estabelecimento das estratégias de posicionamento e de segmentação de mercado constitui a essência do planejamento estratégico de marketing porque todas as decisões importantes da empresa dependem criticamente dessas decisões básicas. Essas decisões possuem íntima conexão com o motivo pelo qual os clientes preferirão um produto ou serviço em relação à concorrência. Grande parte das pesquisas em andamento sobre posicionamento estratégico, a partir da utilização de critérios de segmentação de mercado, vem sendo adequada ao crescimento contínuo do setor de serviços e à necessidade de níveis mais elevados de satisfação e fidelidade do cliente. A pirâmide do comércio no século XX foi invertida no século XXI: as bases estruturais, centradas na produção e no controle cederam lugar ao comportamento do mercado, revelando um maior nível de dependência das organizações em relação às exigências e expectativas de mercado (daí justificada a chamada era do marketing de integração com o cliente). Já as bases específicas, fundamentadas em produtos tangíveis, cederam lugar às bases fundamentadas em valor agregado e em serviço. |
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Tela 31 |
| Uma vez que uma empresa tenha recolhido informações sobre as necessidades do comprador, deverá, então, avaliar como os compradores reagirão ao mix de marketing definido e, o que é igualmente importante, como os concorrentes deverão reagir. Assim, o posicionamento e a segmentação constituem o verdadeiro núcleo daquilo que faz o empreendimento dar certo ou não. Todas as decisões e táticas importantes da empresa dependem criticamente dessas decisões básicas. A questão central trata da identificação da proposta de venda e de seu respectivo mercado-alvo.
A segmentação se propõe a responder qual será o perfil do mercado-alvo, enquanto o posicionamento, em linhas gerais, trata de como o produto ou serviço deve ser percebido por um mercado-alvo em comparação com a concorrência. O posicionamento busca resposta à pergunta "por que alguém no mercado-alvo comprará meu produto ou serviço e não o da concorrência?"; da mesma forma, ajuda a responde o questionamento sobre o valor total percebido de oferta em comparação à concorrência. As respostas a estes questionamentos de posicionamento e segmentação não são fáceis, mas são fundamentais para o sucesso das estratégias organizacionais. |
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Tela 32 |
| Após o estabelecimento das principais diretrizes sobre posicionamento, a organização pode equacionar todas as outras decisões relacionadas ao marketing. Se as decisões de marketing forem tomadas antes de o posicionamento e a segmentação estarem definidos, existe o perigo de que a empresa não seja percebida no mercado tão bem como poderia. Em outras palavras, a organização pode colocar todo o seu planejamento mercadológico a perder. O primeiro passo na criação de uma estratégia de posicionamento bem-sucedida é examinar o mercado competitivo e desenvolver uma série de atributos e níveis de produto ou serviço com os quais a organização queira ser identificada. Para a definição do posicionamento institucional ou do produto, é comum a utilização da técnica de pesquisa de grupo focal, que pode ser complementada por entrevistas em profundidade com consumidores e até com a utilização de pesquisas de opinião (aplicação de técnicas quantitativas que permitam extrapolar o resultado para a população almejada). A existência de um número maior de atributos de produto, com “n” níveis de sub-atributos diferentes para cada atributo, torna o processo de definição do posicionamento estratégico muito mais complexo. |
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Tela 33 |
| 2 - Conceitos relacionados à estratégia de gerenciamento - Dois importantes conceitos devem ser considerados para a construção da estratégia de posicionamento: competência diferenciada do empreendimento e vantagem competitiva sustentável.
Competência diferenciada é o modo como algumas pessoas se referem à vantagem que é a origem da vantagem competitiva sustentável. Se ela é sustentável, então sua empresa possui algo que é difícil de ser imitado por sua concorrência e deve ser diferenciado em seu empreendimento (princípios básicos da Visão Baseada nos Recursos da Empresa -RBV). A vantagem competitiva sustentável é o que mantém a competência diferenciada para a empresa. Dessa forma, conforme pode ser observado no gráfico anterior, a organização precisa encontrar um meio para permanecer continuamente à frente da concorrência, a fim de proporcionar retornos superiores ao sistema. Ainda, em relação ao sistema: assumi-se uma condição de feedforward. |
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Tela 34 |
| A relação entre a competência diferenciada e a vantagem competitiva sustentável proporciona à empresa a estrutura necessária para a obtenção da vantagem competitiva continuada. Estar à frente da concorrência significa que a empresa pode vender mais e com maior facilidade, por intermédio da prática de uma política de preços – maiores ou menores (controle de custos em relação às empresas concorrentes) ou da prática de diferenciação (em geral associada à prática de preços maiores). Para examinar a vantagem competitiva é necessário que a organização utilize a lente do consumidor. A vantagem competitiva é o motivo pelo qual o cliente ou o cliente potencial terá maior probabilidade de comprar da organização do que de seus concorrentes. Se a empresa for bem-sucedida no desenvolvimento de uma vantagem competitiva que é sustentável em relação aos ataques da concorrência, estará criando um valor sustentável. |
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Tela 35 |
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Tela 36 |
| A empresa precisa mapear os seus próprios pontos fortes e fracos em relação à concorrência e aos seus ativos estratégicos. Um fator-chave para competir com sucesso em mercados cada vez mais concorridos é reconhecer nesses fatores um importante potencial a ser explorado. Toda organização precisa estar ciente de suas competências centrais: aquelas aptidões específicas em que ela é inigualavelmente boa, que pode produzir a vantagem competitiva continuada. Ativos Estratégicos como Vantagem Competitiva - A abordagem de marketing, baseada na identificação de ativos estratégicos, incentiva as organizações a examinar sistematicamente seus recursos atuais e potenciais no mercado e a selecionar aqueles que apresentem, preferencialmente, uma singularidade defensável. Os ativos construídos no mercado junto aos clientes, por intermédio de uma proposta de marketing integrado, são menos vulneráveis às investidas de concorrentes do que preços baixos ou tecnologias facilmente imitáveis.
Seguem alguns tipos de ativos estratégicos:
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Tela 37 |
| Resumo
Conceituação de posicionamento estratégico e sua relação com o segmento de mercado. O Posicionamento Estratégico
busca responder "por que alguém no A Segmentação de Mercado
se propõe a responder qual será o perfil do Os passos básicos do posicionamento estratégico: Após o estabelecimento das principais diretrizes
sobre posicionamento, a A Competência diferenciada do empreendimento - modo como algumas pessoas se referem à vantagem competitiva, se essa é sustentável ou não. Se a vantagem competitiva é sustentável, a empresa possui algo que é difícil de ser imitado por sua concorrência e deve ser diferenciado em seu empreendimento; é o que mantém a competência diferenciada para a empresa. Recursos Valiosos - trata da identificação das fontes da competência diferenciada para a organização que, por sua vez, se bem trabalhadas, são representadas pela vantagem competitiva sustentável. Ativos Estratégicos como Vantagem Competitiva - análise sistemática dos recursos atuais e potenciais da empresa, no mercado, e seleção dos recursos com singularidade defensável. Os ativos construídos no mercado junto aos clientes, por meio de uma proposta de marketing integrado, são menos vulneráveis às investidas de concorrentes do que preços baixos ou tecnologias facilmente imitáveis. |
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| Unidade 4 | Módulo 2 | Tela 38 |
| 1
- A diferenciação de mercado
Para que uma organização possa se posicionar de forma competitiva, precisa encontrar um ou mais diferenciais estratégicos, que podem estar relacionados ou não com a estrutura produtiva da empresa, a fim de identificar o seu posicionamento estratégico de valor. Já vimos o posicionamento estratégico de mercado, agora abordaremos o posicionamento estratégico de valor que é diretamente ligado ao posicionamento competitivo da empresa. Tal posicionamento se dá pela identificação de um ou mais diferenciais estratégicos a partir de seus recursos e ativos valiosos, independentemente de estarem relacionados à estrutura produtiva da organização. Existem inúmeras
maneiras para se avaliar e interpretar o grau de competitividade de uma
empresa perante seu mercado de atuação. Para CK Prahalad
(Competindo pelo futuro, 1997), a inovação é defendida
como o caminho para o sucesso empresarial. Como os produtos tendem a tornar-se
cada vez mais próximos, em temos de especificações
e vantagens para o cliente (tendem a transformar-se em “commodities”),
a capacidade de criar novas necessidades de mercado e atendê-las
antes da concorrência torna-se grande diferencial. |
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Tela 39 |
Uma outra forma defendida, em geral, por autores relacionados à área de produção, é voltada para uma visão mais fragmentada, segmentada, onde as organizações podem concorrer em custo, qualidade do produto, flexibilidade e tempo.
Ao falar em diferenciação de mercado, uma referência faz-se quase que obrigatória, por ser, talvez, a abordagem mais completa: os princípios básicos de diferenciação de mercado defendidos por Michael Porter, nos anos 80. Distinguem dois grandes vetores estratégicos de competitividade: 1) custo; e 2) diferenciação. A médio prazo, uma empresa pode escolher entre oferecer um produto padronizado a um custo muito baixo (menor que a concorrência) ou diferenciá-lo, criando valores agregados que justifiquem dispêndios extras para sua aquisição. A longo prazo, porém,
a empresa deve reavaliar sua posição competitiva e pode
ser obrigada a trabalhar o equilíbrio entre os dois *vetores de
acordo com o acirramento da competitividade (maior competitividade gera
a necessidade de trabalho com diferenciação e custos). |
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Tela 40 |
| 2
- O Posicionamento Estratégico de Valor
O posicionamento estratégico de valor ganhou, na segunda metade da década passada, uma importante contribuição com uma pesquisa coordenada pelo famoso estudioso do marketing, Philip Kotler, e os consultores Michael Treacy e Fred Wiersema: trata-se de uma proposta de análise dos aspectos comuns para a construção e manutenção de marcas fortes, apresentada no Brasil em primeira mão pela HSM Management. A análise realizada por Kotler segue a linha da identificação de ativos e recursos valiosos defendida pela corrente de autores da Visão Baseada nos Recursos da Organização (RBV), inicialmente defendida pela universidade de Harvard, e que tem uma série de seguidores pelo mundo todo. Na realidade, a contribuição fornecida por Kotler, Wiersema e Treacy corrobora a identificação do perfil de liderança estratégica proposto por Porter. Veja o modelo abaixo: |
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Tela 41 |
| Vejamos
mais detalhadamente cada uma dessas formas de liderança (no módulo
III será estudada a relação de cada forma de liderança
estratégica relativamente à comunicação):
1) Liderança de produto - as empresas que adotam uma orientação de liderança do produto concentram-se no desenvolvimento de mercadorias novas e melhores, o que, muitas vezes, acaba canibalizando seus próprios produtos obsoletos. Em geral, têm processos de negócios essenciais, que geram idéias e produtos que podem ser comercializados de forma habilidosa. Por estarem expostas como sendo representantes do “ideal desejado pelo mercado” (ninguém tem um produto melhor que a empresa), necessitam contar com uma estrutura extremamente ágil, que recompense o perfil inovador de seus processos e que fomente a capacidade inovadora de sua célula funcional – que contempla todos os recursos existentes na organização, desde os humanos até os tecnológicos.
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Tela 42 |
| 2)
Liderança por Excelência Operacional - as empresas
que adotam tal forma de liderança têm processos de negócios
essenciais que estimulam os sistemas de distribuição e fornecem
um serviço, considerado como “descomplicado”. Em geral
é caracterizada por uma estrutura que tenha uma autoridade forte
central, e sistemas gerenciais que mantêm procedimentos operacionais
padrão. As empresas operacionalmente superiores não inovam
sempre em relação aos produtos que fabricam ou aos serviços
que prestam, nem cultivam relacionamentos íntimos ou profundos com
os clientes. Pelo contrário, distribuem produtos já existentes
no mercado e que podem agradar à massa de consumidores em determinada
categoria oferecendo-lhes “o melhor preço pela menor inconveniência”.
3) Liderança por Intimidade com o Cliente - uma organização que seleciona o item intimidade com o cliente como seu principal meio para distribuir valor acaba por integrar-se à mente e ao comportamento dos clientes. Em vez de selecionar um produto, uma empresa íntima do cliente oferece uma solução para o problema do comprador e, assim, estabelece um relacionamento estreito com ele.
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Tela 43 |
| A adoção
de um perfil não inviabiliza o trabalho com as demais formas possíveis,
aqui apresentadas em três grandes grupos, de “liderança
estratégica” por parte da empresa: o fato de terem sido citadas
três padrões competitivos sobre os quais competir não
significa que uma empresa deva concentrar todos os recursos de que dispõe
para distinguir-se em apenas uma dessas frentes. Contudo, como os recursos
organizacionais são limitados, quer sejam estes relacionados com
recursos financeiros, humanos, tecnológicos, quer sejam relacionados
com o tempo ou com a capacidade de disponibilização de ativos
valiosos, a organização terá que estabelecer os seus
limites de atuação considerando a definição
de seus principais ativos estratégicos.
Para que seja possível
estabelecer as bases para o posicionamento de valor estratégico
– e consequentemente a forma predominante de liderança estratégica
para alcançar o mesmo –, é preciso que a chamada equação
do cliente / customer equity, seja considerada. |
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Tela 44 |
Como a comunicação
será objeto de estudo da próxima unidade, as formas básicas
para obtenção de posição estratégica
de mercado e a garantia da manutenção da vantagem competitiva
continuada serão aqui abordadas. |
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Tela 45 |
| 3
- Formulação de Estratégias Competitivas Dinâmicas
A formulação das estratégias competitivas dinâmicas passa pela análise do ambiente competitivo, da antecipação das ações e reações dos concorrentes, da formulação de estratégias dinâmicas, da escolha entre estratégias alternativas a ser confirmada a análise do ambiente. |
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Tela 46 |
| 4
- Ciclo de Vantagem Competitiva Continuada
Dando continuidade ao gráfico de Formulação de Estratégias Competitivas Dinâmicas, a manutenção da vantagem competitiva continuada somente será possível por intermédio da busca da proteção dos ativos estratégicos identificados em relação a sua propensão natural a corrosão de seu valor: as causas de erosão da vantagem competitiva deverão ser constantemente monitoradas (interna e externamente). Em termos simples, o ciclo de vantagem competitiva continuada compõe-se de inter-relações das dimensões-chave fontes de vantagem, vantagens de posição obtidas, erosão de vantagem, investimentos em renovação. O circuito se fecha ao se retornar à dimensão fontes de vantagem. Veja a representação gráfica do ciclo, a seguir: Uma das maiores dificuldades para toda e qualquer empresa trata da alavancagem de suas competências a fim de gerar ativos valiosos para a organização. Para identificar a segmentação e o estabelecimento de alvo nessa situação, é preciso considerar os tipos diferentes de competências que as empresas apresentam ou podem desenvolver. Organizações bem-sucedidas costumam mostrar-se disciplinadas na maneira como organizam suas competências para criar valor. As três abordagens
sobre liderança estratégica são fundamentadas em
princípios de posicionamento competitivo de valor e tem por apelo
a geração de valor diferenciado ao consumidor – quer
seja na forma de liderança de produto, por excelência operacional
ou por intimidade com o cliente. |
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Tela 47 |
| Resumo
Para verificar o nível de competitividade de uma organização foram enfocados sobre diferenciação de mercado de Porter e de Kotler. Michael Porter distinguiu dois grandes vetores estratégicos de competitividade (custo e diferenciação); mais tarde, Philip Kotler coordenada um trabalho, endossado pelo colega estrategista de Harvard, sobre as formas de lideranças fundamentadas em posicionamento estratégico de valor:
O maior desafio das organizações é administrar recursos limitados, a adoção de um perfil predominante de liderança não inviabiliza o trabalho com as demais formas estratégicas apresentadas. A organização deve estabelecer limites de atuação considerando a definição de seus objetivos estratégicos. Para estabelecer as bases para o posicionamento de valor estratégico – e consequentemente a forma predominante de liderança estratégica para alcançar o mesmo –, é preciso considerar todos os papéis possíveis de serem exercidos pelo consumidor, desde a primeira aquisição, passando pela fase de retenção até chegar à fase de compra adicional (diretrizes básicas do customer equity). A formulação de estratégias competitivas dinâmicas encontra-se diretamente relacionada com o ciclo de vantagem competitiva continuada – que trabalha a proteção dos ativos estratégicos identificados em relação a sua propensão natural à corrosão de valor. Como os recursos
organizacionais são limitados, sejam financeiros, humanos, tecnológicos,
ou relacionados com o tempo ou capacidade de disponibilização
de ativos valiosos, a organização deve estabelecer os seus
limites de atuação considerando a definição
de seus principais ativos estratégicos. |
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