| Unidade 4 | Módulo 3 | Tela 1 |
| 1 - Comunicação e o Posicionamento de Valor As características essenciais para a definição do posicionamento de valor devem representar (e ser representadas por) sua comunicação estratégica. Dando continuidade à proposta de análise de estratégias de diferenciação e posicionamento, a partir da exploração dos princípios básicos de liderança estratégica, este módulo abordará a estrutura de comunicação necessária para a validação do posicionamento de valor. Os questionamentos mais comuns sobre posicionamento são “o que este produto oferece?” e “a que condição?”; a resposta a estas perguntas leva à construção de estratégias que possibilitam a implementação eficaz do posicionamento pretendido. Deve-se analisar, em primeiro lugar, os questionamentos relacionados com a percepção, que em geral são responsáveis pelo início do processo decisório relacionado com situações que envolvam aquisição, retenção ou venda adicional (princípios de customer equity). As pessoas tomam decisões baseadas apenas naquilo que percebem. Muitas empresas ficam satisfeitas quando desenvolvem produtos ou serviços que realmente são melhores que os da concorrência em relação às características que essas empresas sabem ser importantes para as pessoas em seu (s) mercado(s)-alvo. O que elas esquecem é que nada acontece até que as pessoas almejadas realmente percebam as diferenças entre os seus produtos e os da concorrência. É o primeiro sinal concreto da necessidade da comunicação para viabilização do posicionamento estratégico. |
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Tela 2 |
| Muitas empresas, através da exploração das ferramentas de marketing promocional, tentam obter a percepção de que as são melhores, muito tempo antes de poderem provar isso na realidade. Tal situação pode ser explorada de forma positiva ou determinar o fracasso do posicionamento pretendido, caso as estratégias promocionais e estruturais não estejam bem alinhadas.
Um dos obstáculos para um posicionamento eficaz é que a maioria das pessoas não consegue perceber mais do que dois ou três atributos diferenciadores ao mesmo tempo. É importante que o posicionamento almejado seja fácil de ser lembrado. Se existe um excesso de atributos diferenciadores, o consumidor potencial pode ficar confuso. A função do profissional de marketing consiste em isolar os atributos diferenciadores mais importantes de sua oferta e utilizá-los em todos os elementos do composto mercadológico. |
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Tela 3 |
| Em vários casos, é muito compensador, sob o ponto de vista de custos, fazer o teste conceitual ou outra pesquisa com os consumidores potenciais para isolar a melhor combinação de atributos. Uma das formas mais utilizadas de pesquisa para essa finalidade é a realização de grupos focais, onde o conceito do produto possa ser testado em um “ambiente de laboratório”. É possível ainda, a separação de atributos de posicionamento por intermédio da utilização do expertise ou de forma intuitiva – o chamado feeling – com o objetivo de se chegar a uma boa combinação de atributos. Empresas como a Starbucks (tipo fast-food), um dos maiores cases de marketing que obtiveram êxito no mercado - ou a Apple, que recentemente reposicionou seu conceito com o lançamento do i-Mac (agradável e fácil de usar), foram bem-sucedidas, ao menos parcialmente, por causa de um posicionamento muito eficaz. Entretanto, é extremamente difícil obter relatos de novas empresas que falharam (ou não foram tão bem-sucedidas quanto poderiam ter sido) porque seu posicionamento e os segmentos-alvo associados não eram muito eficazes. Conforme foi anteriormente abordado, em principais atributos para a identificação de recursos valiosos, no Brasil encontramos alguns interessantes casos de posicionamento bem trabalhado, como o Marietta (refeições leves e saudáveis) e as Casas Bahia (variedade e preço). Para as empresas modernas, o posicionamento entrelaçado, a competência diferenciada e a vantagem competitiva sustentável são as decisões estratégicas mais importantes realizadas antes de iniciar uma nova atividade ou revitalizar uma empresa antiga. As decisões de posicionamento e segmentação são apenas a face pública atribuída às decisões de competência diferenciada e vantagem competitiva sustentável. E a comunicação mercadológica será o agente inicial responsável pela consolidação da imagem, em seu sentido mais amplo, pretendida. |
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Tela 4 |
| Comunicação Mercadológica x Back-office Corporativo - a comunicação mercadológica encontra-se atrelada ao back-office corporativo assim como as estratégias promocionais encontram-se vinculadas ao desenvolvimento de estratégias de produto, preço e mercado. Em outras palavras, a comunicação mercadológica depende de toda uma estruturação do mix de marketing; tal estruturação somente poderá ser realizada por intermédio da articulação entre as variáveis estratégicas relacionadas com toda a estrutura organizacional, de forma a integrar uma proposta consistente de mercado. Se o mercado não valorizar "aquilo que percebe ser a competência diferenciada da empresa versus a concorrência" – uma outra leitura possível para posicionamento –, então ele não será bem-sucedido (o posicionamento não e real). Além do mais, por ser difícil mudar percepções, a competência diferenciada percebida deve ser sustentável ao longo do tempo, acompanhando o princípio da manutenção da vantagem competitiva continuada.
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Tela 5 |
| Muitos novos empreendimentos de tecnologia e outros baseados na Internet têm sido muito inteligentes em seus nomes que sugerem o posicionamento apropriado. Empresas como CDNow (CDs pela Internet), Cade (site de busca pela Internet), Netscape Communications (navegadores na Internet), dentre outras, tornam fácil aos clientes potenciais lembrar-se do que essas empresas fazem e ao menos de parte de seu posicionamento. Por outro lado, pouco se pode deduzir do nome Vivara, por exemplo (uma importante rede joalheira que se posiciona por atributo e concorrência, em cima de bons preços e qualidade), que demanda maiores investimento pela não-associação direta de seus benefícios de posicionamento. Educar os consumidores é tarefa a ser realizada de forma conjunta com outras atividades de marketing (inclusive as atividades relacionadas com o back-office corporativo). Se o nome da empresa ou produto não é suficiente para posicioná-lo na mente do cliente, então é imediatamente necessário criar um slogan ou informação que insista de modo memorizável o posicionamento. Se o posicionamento tiver sido bem realizado, então um slogan ou uma informação pode, em muitos casos, comunicar os atributos apropriados de modo completo. Veja um exemplo dessa situação. Do mesmo modo que a brevidade e a simplicidade são valiosas no posicionamento, elas são também valiosas nos slogans e nas informações. O slogan que acompanha o nome de uma empresa ou um produto deve ser aquele que possa permanecer na memória por muito tempo, desde que o posicionamento esteja presente. Algumas vezes, o próprio posicionamento pretendido, a sua essência, é utilizado como slogan com sucesso pelas empresas.
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Tela 6 |
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| 2
- Formas essenciais de posicionamento de valor
Seguindo a linha proposta por Kotler para a abordagem de posicionamento de valor e forma de liderança estratégica, encontramos uma breve escala de variação sobre posicionamento de mercado, onde a relação é trabalhada a partir da identificação do “o que está sendo oferecido” sobre “qual valor de aquisição”. O posicionamento em termos de valor deve sempre ser analisado dentro de uma categoria específica de atuação e de segmentação: não é possível, dessa forma, a comparação de produtos ou serviços que tenham proposições de valor distintas e/ou de produtos ou serviços que atuem em diferentes caracterizações de mercados-alvo.
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Tela 7 |
| 3 - Liderança Estratégica e posicionamento de valor Líder em Produto As empresas que escolhem a liderança por produto como forma predominante de posicionamento estratégico devem atender a três desafios: o primeiro trata do incentivo constante à criatividade, sabendo como e onde procurá-la e como reconhecê-la; o segundo trata da estruturação da operação de logística e mercado de forma eficaz e o terceiro trata da necessidade de liderança de estar “a frente” do mercado, o que significa “ser o primeiro a apresentar a última tecnologia ou o melhor serviço dentro do mercado”. Esses três desafios ditam o perfil da estratégia de comunicação da organização - que deverá ser extremamente agressiva (altos investimentos em comunicação) para garantir sua posição competitiva. Em geral, o posicionamento de valor encontrado para este grupo é de mais por mais. Líder em Excelência Operacional A Southwest Airlines é um ótimo exemplo de organização que cresceu até o topo por causa de sua excelência operacional. A companhia utiliza muitos meios para minimizar seus custos e fornecer serviços simples e mais adequados, aos clientes, o que inclui a utilização de apenas um tipo de bilhete (os trechos são fechados e não há escalas), a rotatividade é a mais baixa do setor e a produtividade inversamente contrária (otimiza o trabalho de manutenção e acelerando o tempo gasto em terra), não oferece refeições de bordo (somente refrigerante e amendoim) em rotas curtas e entre aeroportos secundários (isto é, mais baratos). Dessa forma, a companhia garante a excelência operacional de seus produtos e opera com um posicionamento de valor de menos por menos. Líder em Intimidade com o Cliente Em um setor que, com frequência, aos olhos dos consumidores, parece ser um commodity, a TAM, assim como a British Airways, se tornou um referencial para o mercado tornando-se íntima dos seus clientes. Quando a a companhia reconheceu que o principal objetivo de seus clientes de primeira classe durante um vôo noturno é dormir, adaptou imediatamente seus serviços para fornecer-lhes um vôo sem escalas. Os passageiros da classe têm a opção de jantar em terra, em um salão especial, antes da decolagem e, quando já estão a bordo, podem servir-se de pijamas, travesseiros e edredons. Sem dar seus serviços por encerrados quando o avião chega ao destino, a British Airways oferece a seus estimados clientes desjejum, um banho, um quarto de vestir confortável e roupas recém-passadas. Os casos citados tratam de posicionamentos em termos de valor definidos como sendo mais por mais. Contudo, um salão de beleza, que tenha como objetivo “oferecer mais serviço por um valor menor de mercado”, pode se posicionar como mais por menos; no mesmo caso, caso queira “oferecer algo a mais pelo mesmo valor cobrado pelo mercado”, estaria se posicionando como mais pela mesma coisa. |
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Tela 8 |
| Resumo Um dos obstáculos para um posicionamento eficaz da empresa é a dificuldade do cliente em relação à percepção de um grande número de atributos: é importante que o posicionamento almejado seja fácil de ser lembrado. Nada acontece até que as pessoas almejadas realmente percebam as diferenças entre os seus produtos e os da concorrência. A função do profissional de marketing consiste em isolar e identificar os atributos diferenciadores mais importantes de sua oferta e utilizá-los em todos os elementos do composto mercadológico. E a comunicação mercadológica será o agente inicial responsável pela consolidação da imagem. Para as empresas modernas o posicionamento entrelaçado, a competência diferenciada e a vantagem competitiva sustentável são as decisões estratégicas mais importantes realizadas antes de iniciar uma nova atividade ou revitalizar uma empresa antiga. • Comunicação mercadológica - depende de toda uma estruturação do mix de marketing • Comunicação Mercadológica x Branding - várias organizações não aproveitam oportunidades de posicionamento quando dão nomes aos seus produtos, serviços e às suas empresas. Se os nomes escolhidos não representam em si o posicionamento apropriado, então a empresa tem de desembolsar mais recursos para comunicar seu produto para o mercado e educar o consumidor. • Educando o consumidor - quando o nome da empresa ou produto não é suficiente para a empresa posicionar-se na mente do cliente deve ser realizado de forma conjunta com outras atividades de marketing: a criação de um slogan ou de uma informação que insista de modo memorizável o posicionamento.. • Comunicação Mercadológica x Consolidação de Posicionamento - é preciso que a empresa decida a forma de divulgar seu posicionamento de valor. Quando decide sobre uma forma predominante de liderança, a organização irá adotar a sua proposta de valor para a divulgação de seus produtos e serviços. O posicionamento em termos de valor deve sempre ser analisado dentro de uma categoria específica de atuação e de segmentação: as classificações gerais possíveis tratam da análise do “o que está sendo oferecido” sobre “qual valor de aquisição” e contemplam cinco categorias: mais por mais, mais pela mesma coisa, a mesma coisa por menos e mais por menos. |
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| Unidade 5 | Módulo 1 | Tela 9 |
| 1 - A Inteligência Competitiva de Mercado A organização moderna é caracterizada por sua atuação em um ambiente extremamente dinâmico, que impõe o acompanhamento constante de sua posição. Esse acompanhamento se dá por intermédio da análise de seus recursos e de suas competências internas, bem como de seus respectivos impactos no ambiente de atuação – e vice-versa. As informações sobre clientes e fornecedores são decisivas para a empresa; por isso, elas não mais sobem a escada de marketing e depois descem pela hierarquia até as outras funções - elas hoje fluem lateralmente. Serão abordadas, a partir do estudo do Sistema de Informação de Marketing (SIM),as principais perspectivas da inteligência competitiva como fator primordial para a área de marketing, as vantagens da organização utilizar essa estratégia, bem como as formas de usá-la no contexto empresarial. A importância crescente da informação, para decisões e controle em marketing, encontra-se caracterizada pelo espaço cada vez maior que é dado à área de inteligência competitiva dentro das organizações. O setor de marketing tem, claramente, um papel importante a desempenhar na empresa, mantendo-a atualizada em relação às mudanças do ambiente em geral, bem como do ambiente competitivo. À medida que aumenta o ritmo das mudanças, esse papel toma-se cada vez mais vital para a própria sobrevivência da organização. |
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Tela 10 |
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O conceito de Sistema de Informações de Marketing (SIM) nasceu das críticas que se fazia à deficiência da pesquisa de marketing que não atendia às necessidades do planejamento de marketing. Apesar de os objetivos, nas definições de sistema de informação de marketing e pesquisa de marketing, serem essencialmente os mesmos, a diferença ocorre na prática. Críticas mais
freqüentes à estrutura que antecedeu à chegada da área
de inteligência de mercado - os gestores, em geral, manifestaram
grande preocupação em relação a:
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Tela 11 |
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Um sistema de informações tem por objetivo fornecer informações pertinentes a um determinado assunto, a alguém interessado. Os elementos de um sistema de informações são: dados, processador, informações e controle. Veja a figura a seguir:
O SIM faz parte do sistema de Informação da empresa, devendo ser considerado, portanto, como um subsistema. Não é incomum, contudo, uma organização ter apenas um único sistema de informação – com origem na área de mercado e geralmente denominado “inteligência competitiva”. |
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Tela 12 |
A relação entre o sistema de inteligência de mercado e a organização, como unidade máxima sistêmica, pode ainda ser sub-dividida em três sub-sistemas: 1) de decisão; 2) de ação; e 3) de informação. Veja a representação abaixo:
O sistema de informações é um complexo estruturado e interagente de pessoas, máquinas e procedimentos destinados a gerar um fluxo ordenado e contínuo de dados, coletados de fontes internas e externas à empresa, para uso como base na tomada de decisões em áreas de responsabilidade específica da administração de marketing. Essa é uma definição de caráter quase universal – adotada por grande parte dos autores que atuam com SIM. Kotler chamou inicialmente
esta atividade de Marketing Information and Analysis Center. No entanto,
em obras posteriores, adotou o termo Sistema de Informações
de Marketing. Em suas mais recentes obras (Marketing Para o Século
XXI, 1999 e Marketing em Ação, 2002), Kotler ratifica a
importância do papel de inteligência competitiva
– também conhecida como gerenciamento do sistema de informações
estratégicas direcionadas para o processo de tomada de decisão. |
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Tela 13 |
Outros autores de marketing adotam outras definições:
A área de inteligência em marketing, responsável pelo SIM, deve prover à organização uma estrutura que possibilite a ação contínua, por intermédio da articulação do conhecimento e do mapeamento do mercado. Deve ser composta de pessoas, equipamentos e processos voltados para o futuro. Esses recursos dão destinados a gerar e processar o fluxo de informações de modo a ajudar nas decisões tomadas pela diretoria, dentro do plano geral de comercialização da empresa.
Apesar das diferenças que podem ser observadas entre as definições apresentadas, nota-se que a espinha dorsal é sempre a mesma. O sistema se inicia com a determinação de quais dados se fazem necessários. A seguir, deve proporcionar a geração ou reunião desses dados que passam a ser processados com o auxílio da estatística, da estruturação de um modelo e de outras técnicas. Deve haver um dispositivo de armazenagem dos dados para posterior consulta das informações desejadas. A área de inteligência opera de acordo com o porte da empresa e da complexidade do ambiente em que a mesma encontra-se inserida e, evidentemente, da disponibilidade de recursos existentes. |
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Tela 14 |
2 - Vantagens da Utilização da Inteligência de Mercado
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Tela 15 |
| Uma publicação
recente, realizada pelas Escolas de Negócios de três renomadas
universidades norte-americanas e uma européia (KELLOG, WARTON,
INSEAD e London Business School), traz importantes reflexões
a respeito do papel dos sistemas de informações gerenciais
na arena competitiva moderna.
As mudanças foram muitas nas transações de troca entre as eras industrial e da informação, entre os mercados "físico" e eletrônico (pós-nova economia): a concorrência pode vir de qualquer lado. A livraria Barnes & Noble sofreu concorrência da Amazon.com por dois anos antes de estabelecer seu próprio canal on-line. Tais estratégias das novas empresas que usam as propriedades dos mercados eletrônicos estão sendo repetidas em outros setores onde as empresas estabelecidas têm meios de negociar que não envolvem negócios eletrônicos. As empresas estabelecidas ficam especialmente vulneráveis se seus métodos proporcionam lucros e os novos meios oferecem benefícios de mensuração incerta ou difícil.
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Tela 16 |
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| 3
- A Informação em Tempo Real – Mudanças nas Empresas
A informação está disponível em tempo real a todas as partes da organização, embora ainda haja limitações de acesso em muitas organizações. Se a informação é utilizada ou não, é obviamente outra questão. Atualmente, as informações sobre clientes e fornecedores não mais sobem a escada de marketing e depois descem pela hierarquia até as outras funções - elas hoje fluem lateralmente. Da mesma forma, as informações sobre produção fluem lateralmente para as áreas de marketing e finanças. Esses aspectos serão abordados em a visão integrada do marketing.
O acesso à informação pode ocorrer em todos os níveis da organização, e não mais apenas no topo. Essa já é a regra em empresas como Coca-Cola, Procter & Gamble, Microsoft, Nestlé, Laboratórios Aché, Natura e outras empresas – multinacionais e nacionais. Mais e melhores informações estão, hoje, disponíveis nos pontos periféricos das empresas, onde se ligam a clientes, fornecedores e provedores de produtos complementares. Um representante de vendas do Laboratório Ache, que telefona para um cliente, dispõe de informações em tempo real sobre tudo que o cliente já comprou da empresa, quando ocorreram as compras, o histórico de atendimento (aquisição, retenção e vendas adicionais), os níveis atuais de produção do Laboratório e de seus planos de P & D (desenvolvimento e lançamentos de novos medicamentos) e assim por diante. À medida que cresce a riqueza das informações, crescem, também, os elos entre as partes da organização e entre a organização e seus clientes, fornecedores, concorrentes e provedores de produtos complementares. Isso implica economias e eficiências de custos. Empresas inovadoras
capitalizaram rapidamente sobre as vantagens que tal conectividade pode
proporcionar. Veja o exemplo
da fabricante de roupas italiana Benetton. |
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Tela 17 |
As estratégias de marketing de relacionamento estão intimamente ligadas, como o próprio título sugere, à análise do relacionamento com clientes, quer sejam este em níveis primário (cliente usuário) ou secundário (clientes indiretos). Administrar o relacionamento de diferentes bases de contato, relacionadas ao acesso ao cliente, pode significar a necessidade de elaboração de diferentes estratégias mercadológicas para cada canal de comunicação e distribuição dos produtos e/ou serviços oferecidos pela organização.
A escolha do portfólio organizacional deve garantir à organização uma posição competitiva, a partir do equilíbrio entre os portfólios de produtos, fornecedores e mercados de destino (clientes). Em outras palavras, a organização deverá priorizar seus recursos para estabelecer o melhor mix integrado entre as bases de produto, cliente e mercado. |
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Tela 18 |
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| Ao falar
em projeção de mercado e marketing de relacionamento, entende-se
que a administração do relacionamento com o cliente deverá
ser constituída, de forma integrada, a partir da gestão de
todos os fatores responsáveis pelo contato, direto e indireto, da
organização com o cliente, quer seja este enquadrado, pela
a organização, como consumidor (cliente em potencial) ou como
cliente (cliente ativo).
As bases para o trabalho com o mercado encontram-se atualmente associadas aos princípios de Customer Relationship Management – CRM (Administração do Relacionamento com o Cliente). Ao falar em CRM, fala-se, em geral, do aparato tecnológico necessário à gestão do relacionamento do cliente. Contudo, o CRM envolve uma filosofia de gestão que extrapola as questões relacionadas à tecnologia da informação (TI), fundamentada em princípios de gestão do sistema de inteligência de marketing. Apesar da área de TI ser, em muitos casos, também a responsável pela estruturação e pela operacionalização – ao menos em termos tecnológicos – dos sistemas de informação em marketing, a gestão da informação de forma integrada, a fim de possibilitar a otimização dos recursos existentes e a maximização dos resultados, extrapola os limites da área: para que a área de inteligência tenha sucesso será necessária a participação de todas as demais células que compõem a organização, além do departamento de marketing e da área de tecnologia da informação. A utilização plena do conceito de administração do relacionamento com o cliente implica identificação dos sistemas de agregação de valor e valor econômico - que totalizam a cadeia de valor da organização. Vale lembrar que as bases estruturais do marketing de relacionamento, a espelho das estratégias de comercialização de produtos e/ou serviços, encontram-se fundamentadas em princípios de aquisição de novos clientes, retenção de clientes e expansão da base atual de consumo (vendas adicionais) – e não somente com a chamada “fidelização de clientes”. |
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Tela 19 |
| Resumo
A organização moderna é caracterizada por sua atuação em um ambiente extremamente dinâmico, que impõe o acompanhamento constante de sua posição. Para tanto, as informações fundamentais precisam estar disponíveis e sistematizadas para a tomada de decisão e controle da área de marketing. E a inteligência competitiva tem desempenhado esse papel, principalmente diante das mudanças do contexto mercadológico. • Área de Inteligência em marketing - responsável pelo Sistema de Informação de Marketing (SIM). tem a função criar uma estrutura de ação contínua, por intermédio da articulação do conhecimento e do mapeamento do mercado, composta de pessoas, equipamentos e processos voltados para o futuro e destinados a apoiar a tomada de decisões da diretoria,. A relação entre o sistema de inteligência de mercado e a organização, como unidade máxima sistêmica, pode ser sub-dividida, ainda, em três sub-sistemas: de decisão, de ação e de informação. A informação está disponível em tempo real a todas as partes da organização, embora ainda haja limitações de acesso em muitas organizações. O acesso à informação não deve mais estar restrita ao topo empresarial; todas as áreas periféricas das organizações precisam estar conectadas a elas. Isso fortalece os elos entre todos os agentes da empresa (todas as áreas da organização e seus clientes, fornecedores, concorrentes etc). As bases estruturais
do marketing de relacionamento, a espelho das estratégias de comercialização
de produtos e/ou serviços, encontram-se fundamentadas na identificação
da cadeia de valor da organização e de seus trabalhos a
partir do customer equity (aquisição, retenção
e expansão da base atual de consumo). |
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| Unidade 5 | Módulo 2 | Tela 20 |
| 1 - Matriz Boston Consulting Group – BCG Atualmente, tem-se pouco consenso sobre a melhor forma de avaliar os portfólios de carteiras. O estudo sobre composição da carteira tem se tornado um campo de pesquisa do Planejamento Estratégico ao explorar alguns modelos de decisão e análise. E, dentre eles, está a Matriz Boston Consulting - BCG. Assim, estudaremos essa matriz, sua composição, sua utilização na análise de portfólio de produto, bem como no ciclo de vida de um produto. O que é a Matriz Boston Consulting Group – BCG? - A década de 60 foi tida como uma época muito frutífera, em várias áreas de negócios. Nesse período, muitas empresas, inclusive a famosa GE, procuravam métodos para equilibrar seus portfólios de atividades. Algumas empresas contrataram a então recém-criada empresa de consultoria Boston Consulting Group (BCG) que, através de seu trabalho com a Mead Paper Corporation, desenvolvera um método para classificar suas aquisições em quatro categorias. A matriz Boston Consulting Group surge, assim, como a ferramenta de SWOT e do Composto de Marketing (Mix de Marketing). Por volta de 1970, este método evoluiu para o que eles chamavam então de sua “Matriz de Divisão de Crescimento” ou de “Matriz BCG”. Assim, pode-se dizer que:
Os objetivos principais do BCG são estudar a alocação de recursos da empresa, bem como seus riscos e oportunidades e analisar o estágio do produto em relação ao seu ciclo de vida – real e projetado. |
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Tela 21 |
| A Matriz BCG e o Ciclo de Vida do Produto - essa matriz classifica os negócios em quatro quadrantes (categorias):
A primeira dimensão, colocada no eixo vertical, reconhece o impacto do crescimento sobre o fluxo de caixa. O eixo horizontal mostra a variação da participação de mercado do nível baixo para o alto. No início do ciclo de vida, o produto tem uma certa probabilidade de ser lucrativo, mas pode exigir um consumo de caixa, dada à necessidade de fazer investimentos de capital ou de defender sua participação de mercado. O problema fica ainda maior em virtude do desequilíbrio dos mercados em crescimento, em que as vendas estão em um nível inferior ao da produção que, por sua vez, está abaixo do nível de compras. À medida que o ciclo de vida progride, passando do crescimento para a maturidade, os lucros tendem a diminuir porque o know-how torna-se mais acessível e a diferenciação diminui (o que pode aumentar a competição). Mas, ao mesmo tempo, os investimentos de capital são menores e as empresas passam a dispor de caixa. Esse potencial de geração de caixa em empresas que operam em mercados maduros proporciona a solidez de muitas empresas de primeira linha, tais como a Unilever, Bauducco, Avon, etc. A mudança pode aparecer como fluxo de caixa negativo quando a taxa de crescimento é alta, e como fluxo de caixa positivo quando a taxa de crescimento é baixa. Fluxos de caixa negativos estão relacionados, em geral, com baixa participação de mercado; fluxos de caixa positivos implicam altas participações de mercado. |
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Tela 22 |
| O Boston Consulting Group propôs esse relacionamento com base em resultados experimentais, os quais mostram que os custos operacionais da empresa decrescem à medida que ela ganha experiência no mercado. Contudo, não é recomendável ficar “refém” das propostas teóricas: vale lembrar que em administração as teorias são, de uma maneira geral, oriundas de casos de sucesso implementados. Tais casos refletem um retrato da organização em um determinado momento, em uma dada circunstância, onde as decisões foram fundamentadas a partir de um determinado grupo de recursos estratégicos.
Portanto, o padrão verificado pelo Boston Consulting Group não pode ser extrapolado, assim como qualquer teoria ou modelo vigente, para toda e qualquer organização – é necessário que as empresas estejam preparadas para, a partir de modelos selecionados, adaptarem seus processos à realidade competitiva de seu mercado de atuação. Tal adaptação implica, ainda, na análise de todos os seus referenciais internos, relacionados com os recursos existentes e potenciais, para a construção da estratégica de mercado mais adequada à organização. |
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Tela 23 |
| A curva de aprendizagem é parcialmente responsável pelo ajuste estratégico, pois ensina a empresa a priorizar determinados planos de ação em detrimento de outros. Os retornos advindos das economias de escala e de investimento do capital também devem ser observados para o trabalho com a matriz de portfólio de produtos em relação ao mercado: assim como as curvas de aprendizado estão interligadas à participação de mercado através de um ciclo de virtudes, o trabalho com recursos e ativos valiosos deve ser considerado. Uma empresa com grande participação no mercado ganha mais experiência do que os seus concorrentes. A experiência, se bem trabalhada, resulta em custos menores – e os custos menores significam que, em geral, com um determinado preço de venda, a empresa alcance uma maior participação de mercado e tenha, dessa forma, maiores lucros. A empresa com os maiores lucros ou margens de contribuição sobre as vendas tem mais dinheiro para gastar com pesquisa e desenvolvimento ou com marketing, o que lhe permite manter uma grande participação de mercado. A curva de aprendizado implica também uma análise setorial de mercado: para reconhecer seu “aprendizado”, é fundamental que a organização busque sua identificação, seu referencial de atuação. A análise setorial apresenta três componentes:
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Tela 24 |
| Ao compreender esses componentes, a empresa pode identificar o tipo de concorrência que provavelmente irá enfrentar dentro do segmento escolhido e os tipos de estratégia que provavelmente levarão ao sucesso – a partir da consideração de seu portfólio de produtos. Portanto, a organização irá, na realidade, trabalhar com uma análise geral do mercado – que colocará lado-a-lado seus produtos junto com os de seus concorrentes – e com uma análise interna de suas estratégias projetadas e realizadas. Veja a figura abaixo:
O gráfico mostra que a Empresa (ou um produto dessa empresa) encontra-se classificado na fase de maturidade – onde, em geral, o potencial máximo de venda é alcançado e observa-se uma alta participação de mercado. A empresa está sendo seguida, de perto, pelo concorrente A que se encontra com alto crescimento de mercado e, portanto, em uma posição de ameaça para a empresa. |
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Tela 25 |
| O processo de aprendizado não contempla somente as experiências internas da organização, mas a análise de toda a dinâmica para a manutenção e o desenvolvimento da empresa em seu mercado de atuação. Assim, o aprendizado organizacional deve buscar, através do trabalho desenvolvido pela inteligência de marketing, monitorar também o comportamento de seus competidores. Nesse sentido, pode-se ver, na matriz, que o concorrente B pode sinalizar importantes caminhos a “não serem percorridos” (encontra-se atualmente na fase de declínio) e o concorrente C pode trazer ao mercado um diferencial que coloque a condição competitiva atual da empresa em posição não-privilegiada.
O estudo da turbulência também pode revelar às empresas uma nova orientação e possibilitar a empresa o desenvolvimento (e/ou o aprimoramento) de suas competências. As mudanças criam oportunidades para empresas inovadoras e ameaças para aquelas que, tentam evitá-las ou detê-las. E provável que ocorra uma redefinição para as palavras "trabalho" e "lazer", proporcionando oportunidades novas e importantes, para as empresas que estiverem prontas para aproveitá-las. A mudança do perfil demográfico, principalmente em seus aspectos de idade, estado civil, e distribuição de renda, oferece muitas oportunidades para o gerenciamento de marketing. Da mesma forma que a segmentação permite que a empresa dirija seus recursos para atender a um conjunto específico de necessidades dos clientes, a análise setorial ajuda a empresa a construir suas defesas orientadas contra um grupo específico de concorrentes e a consolidar seus pontos fortes de acordo com o tipo de mercado em que opera. |
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Tela 26 |
| 2 - Ciclo de Vida de Produto x Composto Mercadológico A análise do ciclo de vida do produto pode, ainda, ser representada por intermédio de um gráfico, onde o tempo de transição para cada uma das fases evolutivas do produto seja trabalhado no eixo x e o potencial máximo de vendas seja trabalhado no eixo y. Análise do Ciclo de Vida de Produto
O potencial máximo de vendas deve ser representado a partir da definição de critérios a serem definidos pela própria empresa. O potencial representará para a organização um parâmetro de transição entre as fases – atuando como um “controle” sobre as estratégias projetadas e as realizadas. Assim, pode-se dizer que o potencial máximo de vendas representa o conjunto de indicadores que servirá como referencial para a transição entre as fases a serem analisadas. A fase de declínio é alcançada no ponto de inflexão da curva. Uma das maiores falhas das organizações consiste, muitas vezes, na desconsideração dessa fase para fins de planejamento estratégico: muitas empresas ainda confundem esta fase com “o fracasso de suas operações”, com “suas falências”. Na realidade, produtos líderes freqüentemente encontram-se nessa fase: o declínio é caracterizado pela redução, se comparada com seu potencial máximo, da capacidade de venda da empresa. Portanto, estratégias de marketing de revitalização e marketing de convergência devem ser exploradas a fim de buscar o retorno para o potencial máximo. |
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Tela 27 |
| Referencial do Potencial Máximo Esperado – ao comparar o gráfico das estratégias de mercado projetadas para cada uma das fases previstas com o gráfico das estratégias realizadas, as organizações podem, eventualmente – a depender da dinâmica competitiva de mercado –, ter que rever seus referenciais esperados. Para melhor entender o assunto, vejamos o caso de uma empresa prestadora de serviços de telefonia móvel que operasse em um mercado fechado (somente um concorrente/região). Esse é um exemplo real que representa o primeiro momento no período que se seguiu a privatização do setor de telecomunicações.
Para muitos setores empresariais, os dias de crescimento rápido são, definitivamente, uma coisa do passado. Naqueles setores em que ainda é possível observar grandes taxas de crescimento, a concorrência provavelmente se tornará mais acirrada e de caráter internacional. Já não é suficiente que as empresas adotem uma "orientação de marketing". Isso já é uma pressuposição básica. A chave para o sucesso estará na implementação eficaz do conceito de marketing através de estratégias de posicionamento definidas com clareza.
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Tela 28 |
| 3 - Ciclo de Vida de Produto Projetado x o Verificado A representação gráfica abaixo apresenta um exemplo da necessidade de ajuste entre o planejamento estratégico mercadológico realizado e o verificado. Análise Comparativa do Ciclo de Vida de Produto (o Projetado e o Verificado)
A empresa projetou o alcance da maturidade em dois anos quando, na realidade, esse estágio foi alcançado em menos de um ano. Por outro lado, o declínio, que havia sido projetado para ocorrer após dois anos de atuação, ocorreu também em um período de menos de um ano – mantendo-se, até o momento relatado (um ano), em inclinação estabilizada-constante (com leve tendência de queda). Exploraremos, a seguir, algumas possibilidades, que levam à revisão das estratégias, pois, conforme foi relatado, a conjuntura do mercado foi alterada.
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Tela 29 |
| As estratégias mercadológicas terão de ser ajustadas de acordo com o verificado no mercado, quer por intermédio da análise de portfólios entre produtos concorrentes, quer pela análise interna de portfólios ou pela análise de ciclo de vida de produto em relação ao potencial máximo de desempenho esperado. Assim, dando continuidade à linha estratégica do marketing, o planejamento do mix de marketing deverá ser realizado para cada uma das fases projetadas – e adaptadas em relação à realidade encontrada.
Em relação ao controle de Ciclo de Vida de Produto (CVP), pode-se dizer que os Sistemas de Informação representam importante fonte de subsídios não somente para a área de marketing, mas para toda a organização. Vale a pena entender sua estrutura e componentes de funcionamento. Não é incomum a associação, extremamente correta, entre Sistema de Informação (SI) e Curva de Aprendizagem Organizacional: quanto melhor estruturado for o SI, maior será a influência da Curva de Aprendizagem sobre os resultados da organização – observados por intermédio das estratégias projetadas e executados de Ciclo de Vida de Produto. Da mesma forma, o Customer Relantionship Management (CRM) ou Administração do relacionamento com o Cliente encontra-se intimamente relacionada com a inteligência de mercado, possibilitando a percepção de "tratamento individual" e gestão das ações mercadológicas de acordo com o ajuste das ofertas a segmentos, também conhecidos como clusters, de clientes. O direcionamento da oferta de valor aos clientes possibilita a gestão do relacionamento com os clientes e deve ser iniciado antes mesmo da fase de aquisição de produtos: o planejamento de como os clientes deverão ser tratados – e de como os produtos serão direcionados à cada cliente –, possibilitará a projeção das estratégias mercadológicas em relação ao CVP. Vale lembrar que para cada fase de produto prevista, compreendida entre introdução, crescimento, maturidade e declínio, deverá ser calculado o custo do cliente para a organização. Em outras palavras, deverão ser identificadas estratégias para cada uma das três fases fundamentais do “Ciclo de Vida do Cliente” dentro da empresa – compreendidas pelas fases de aquisição, de retenção e de vendas adicionais (princípio de customer equity). A Projeção de Ciclo de Vida de Produto encontra-se, portanto, intimamente relacionada com o mix de marketing (cada fase deverá ter estratégias mercadológicas específicas). Comportamentos comuns podem ser, de forma geral, observados em cada fase; contudo, é preciso ter bastante cuidado para não cair na armadilha de "fórmulas fechadas", como "sempre acontecerá nesta fase isto ou aquilo". É possível até considerar que, em determinados setores, em geral “na fase de maturidade sejam necessários investimentos menores em propaganda”, mas nunca será possível adotar este pensamento como “uma máxima”, pois a análise dependerá, dentre outros fatores, do impacto das influências do mercado específico sobre a organização e das estratégias adotadas por seus dirigentes. |
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Tela 30 |
| Resumo Este módulo apresentou as características e objetivos da Matriz Boston Consulting Group – BCG, bem como a forma e quando aplicá-la. A Matriz BCG:
Diante da progressão do ciclo de vida do produto (vai do crescimento à maturidade), os lucros tendem a diminuir porque a diferenciação diminui visto o know-how torna-se mais acessível. Porém, os investimentos de capital são menores e as empresas passam a dispor de caixa. O padrão de comportamento verificado pelo Boston Consulting Group, para as fases de lançamento, crescimento, maturidade e declínio, não pode ser extrapolado para toda e qualquer organização. É necessário que as empresas estejam preparadas para, a partir de modelos selecionados, adaptarem seus processos à realidade competitiva de seu mercado de atuação, a partir da análise de todos os seus referenciais internos. O princípio da curva de aprendizagem implica na experiência bem trabalhada como resultante da otimização de processo e da maximização de resultados (maior participação de mercado e maiores lucros). A análise de concorrência, a partir do portfólio e do ciclo de vida de produtos, pode levar ao ganho de experiência de aprendizagem. O potencial máximo esperado representará para a organização um parâmetro de transição entre as fases – atuando como um “controle” sobre as estratégias projetadas e as realizadas. O planejamento do mix de marketing deverá ser elaborado, considerando os mixes de produto, preço, praça e promoção, para cada uma das fases projetadas – e adaptado em relação à dinâmica de mercado encontrada. |
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| Unidade 5 | Módulo 3 | Tela 31 |
| 1
- O Trabalho de Cenários x Planejamento Estratégico em Marketing
Atualmente, todos os fatores conjunturais combinam-se para tornar o planejamento empresarial, em geral, e o planejamento de marketing, em particular, cada vez mais difíceis do que foi no passado. Tais fatores também tornam esses planejamentos atividades mais vitais do que nunca. Nesse contexto, os estudos de cenários (análise do futuro) possibilitam à inteligência de mercado ir além da mera análise do passado e do acompanhamento de estatísticas correntes – sobre indicadores de mercado antecedentes –, fornecendo ao tomador de decisões indicações acerca do futuro. Diante disso, será estudada, neste módulo, a vinculação das estratégias do marketing ao estudo de cenários, bem como ao planejamento estratégico como processo fundamental para o desenvolvimento e implementação de ações estratégicas com possibilidades de sucesso mercadológico. Planejar é determinar os objetivos e os meios eficazes para alcançá-los. Diante da natureza proativa do planejamento estratégico, uma atividade contínua de análise do futuro (estudos de cenários) é uma exigência lógica e operacional para o marketing. Não efetuar essa análise significa admitir que há estabilidade no ambiente externo, o que contraria a experiência: observa-se, na verdade, uma alteração nas mudanças estruturais (econômicas, políticas, sociais, tecnológicas etc.), causa de rompimento entre os padrões conhecidos no passado e os esperáveis no futuro.
O trabalho
com cenários surge como importante subsídio para reduzir
as incertezas inerentes ao negócio e ao sistema considerado, proporcionando
o enriquecimento do debate sobre questões críticas relacionadas
ao futuro da organização por intermédio do trabalho
contínuo de identificação e projeção
de oportunidades e ameaças ao negócio, proporcionando as
condições necessárias para a revisão das opções
estratégicas existentes, frente a mudanças do ambiente externo.
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Tela 32 |
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Lembra-se do fluxo básico de planejamento e controle estratégico visto no Módulo I da Unidade I? Pois então, com base nele é possível dizer que o trabalho com cenários fornecerá importantes subsídios para o processo de elaboração estratégica na medida em que as projeções serão incorporadas para a decisão dos caminhos e das formas de atuação possíveis à organização. Como pode ser observado, em destaque em azul, na representação gráfica abaixo, o trabalho com cenários integra a proposta de planejamento e controle estratégica.
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Tela 33 |
| A chamada
“gestão por resultados” tem sido uma preocupação
cada vez maior dos profissionais da área de marketing e é
justificada pela necessidade da mensuração clara e precisa
dos objetivos organizacionais. As ferramentas de avaliação
do desempenho estratégico são instrumentos eficientes para
viabilizar tal gestão.
A busca da vantagem competitiva continuada, a partir da antecipação
de ações e reações do mercado que possibilitem
a construção de estratégias que preservem os ativos
e as capacidades superiores, faz com que as organizações
tenham que fundamentar seus planejamentos na escolha de estratégias
alternativas que possibilitem a consolidação de planos de
ação eficazes. Os estudos de cenários
possibilitam à inteligência ir além da mera análise
do passado e do acompanhamento de estatísticas correntes –
sobre indicadores de mercado antecedentes –, fornecendo ao tomador
de decisões indicações acerca do futuro. |
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Tela 34 |
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2 - O Processo de feedforward e o Marketing Estratégico
Os indicadores de desempenho exercem um importante papel no que tange ao controle entre o padrão desejado e o padrão verificado pela organização em relação ao mercado: o controle por ações corretivas e por informações possibilita o feedforward ou a retro-alimentação sistêmica da organização. Do ponto de vista estritamente lógico, os objetivos são visualizados e devem ser analisados porque se realizarão no futuro. Do ponto de vista da eficácia da decisão, é preciso saber “ver antes”, para modificar, aproveitar ou induzir ocasiões a favor da empresa.
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Tela 35 |
O marketing, em termos de trabalho sobre projeções futuras (natureza essencial de sobrevivência no mercado), pode ser descrito sobre três dimensões coexistentes: a) filosófica; b) funcional; e c) operacional:
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Tela 36 |
| 3
- O Marketing e o Plano de Negócios
Assim como na estrutura básica de business plan (plano de negócios), o marketing compreende a tomada de decisões nas quatro funções da administração: 1) planejamento; 2) organização; 3) direção; e 4) controle. Vejamos cada uma delas:
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Tela 37 |
Para que o exercício de planejamento de marketing seja adequadamente executado, é preciso, portanto, que ele tenha uma base sólida. Assim, é fundamental que se disponibilize para os responsáveis pelo planejamento de marketing todas as informações possíveis a respeito:
Somente com base em informações desse tipo será possível avaliar corretamente os riscos e as conseqüências das várias linhas de ação alternativas e escolher aquela que melhor convenha à empresa na ocasião. As contínuas
e aceleradas mudanças sociais, econômicas, tecnológicas
e culturais que caracterizam o ambiente de marketing da organização,
associadas às mudanças vividas pelas empresas, com acréscimos
e perdas de capacitações, novas estruturações,
alterações nas políticas e estratégias, aquisições
e incorporações, disponibilidade ou não de recursos
de vários tipos, dificuldades momentâneas etc., fazem com
que a tarefa do administrador de marketing fique cada vez mais complexa
e arriscada. A forma de reduzir este risco é dispor do máximo
de conhecimento a respeito dessas variáveis; daí a importância
cada vez maior do sistema de inteligência de marketing. |
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Tela 38 |
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| 4
- A Integração do Marketing
A fim de estruturar as bases para a manutenção e expansão de seu portfólio de clientes, a organização deverá trabalhar, de forma alinhada e integrada, todas as ações relacionadas aos processos de back-office e front-office de sua operação. Simplificando, a organização não deverá priorizar somente as ações da linha de frente com o mercado (front-office) e sim proporcionar condições para que sua posição competitiva seja fundamentada em bases sólidas de desenvolvimento de toda a estrutura organizacional (back-office) - responsável pelo apoio estratégico, tático e operacional à atuação comercial da organização. Essa tendência pode ser claramente observada com a importância, cada vez maior, atribuída às ferramentas de marketing de incentivo. Veja um bom exemplo disso. O marketing é
uma coisa importante demais para ser deixada a cargo apenas do departamento
de marketing: O marketing é uma tarefa de todos na organização.
As ações de todos podem ter um impacto sobre os clientes
finais e sobre sua satisfação. Para um diretor de produção, a orientação de marketing pode significar a alocação de escassos recursos financeiros no controle da qualidade e não em linhas de produção supersofisticadas, se a qualidade interessar mais ao cliente. Pode significar que a eficiência de produção que exige produtos padronizados seja contrabalançada com produtos variados e possibilidades de escolha induzidas pêlos clientes. Para o vendedor, pode
significar estar preparado para ouvir o que deseja o cliente, em vez de
usar os elegantes e sofisticados discursos de venda criados no escritório.
Para o responsável pela P&D, pode significar a solução
de problemas técnicos pouco sofisticados que provocam a insatisfação
do cliente, em vez de dedicar-se ao desenvolvimento de um produto com
a última palavra da tecnologia. Para o departamento financeiro,
pode significar estar preparado para investir em novas oportunidades sem
um retorno imediato, para construir um futuro mais sólido no mercado. |
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Tela 39 |
Cada departamento terá seus próprios interesses, muitas vezes suas próprias metas e sistemas de recompensa. Entretanto, no final, a maneira como cada departamento opera deve estar voltada para criar satisfação para o cliente, em vez de satisfazer seus interesses próprios, muitas vezes, míopes. Uma das tarefas mais importantes do executivo-chefe é assegurar que todas as operações da empresa sejam direcionadas para o mesmo fim. Para isso, é fundamental que a personalidade desse executivo entenda o papel central do marketing na organização.
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Tela 40 |
| O
perigo de se distanciar dos clientes e daquilo que desejam aumenta com o
tamanho, a complexidade e a burocracia da organização. Porém,
até mesmo nas grandes organizações a comunicação
ainda é possível.
Cabe ao nível hierárquico mais alto da empresa fazer do cliente o centro de suas operações, se é que temos alguma esperança de que penetre em todos os aspectos da empresa. A adoção de uma filosofia de marketing e sua implementação eficaz em toda a organização é uma das principais características de todos os executivos-chefe mais bem-sucedidos. Estar ciente do grau de mutação do ambiente em que o marketing ocorre é de grande importância para o desenvolvimento e implementação de uma orientação de marketing. Os horizontes de planejamento foram reduzidos. Em certos ramos, onde o planejamento de longo prazo em mercados relativamente previsíveis poderiam abranger períodos de 10 a 15 anos, pouquíssimas empresas hoje em dia são capazes de planejar além de alguns poucos anos à frente, em qualquer aspecto, exceto nas questões mais genéricas. As estratégias mais bem-sucedidas sofrem uma erosão ao longo do tempo. Aquilo que foi um sucesso numa certa época, em um mercado, não pode garantir o sucesso no futuro no mesmo ou em outros mercados. GRANDES EMPRESAS x PEQUENAS EMPRESAS / MARKETING PRODUTOS x MARKETING DE SERVIÇOS Muito se
ouve falar sobre a diferença existente entre o marketing praticado
para produtos tangíveis, ou seja, para os considerados “produtos”,
e o praticado para produtos intangíveis, também conhecidos,
em geral, por “serviços”. Da mesma forma, a aplicação
das ferramentas de marketing sempre é questionada quanto ao tamanho
da organização: é comum, em salas de aula e em ambientes
de negócio, ouvir citações como “os professores
somente ensinam marketing usando exemplos de empresas de grande porte”
e “a realidade de grandes empresas não pode ser comparada
à encontrada em empresas menores”. 1. As ferramentas
mercadológicas possuem uma base comum de aplicação
e Em relação ao primeiro ponto, por incrível que pareça, as ferramentas mercadológicas são comuns a todas as aplicações particulares. Em outras palavras, ao contrário do que muitos autores pregam – com ''marketing específico disto ou daquilo'' –, as especificidades de produtos, quer sejam tangíveis ou intangíveis, requerem apenas adaptação da forma e intensidade de aplicação da ferramenta. Esta é uma visão bastante particular e prática, livre de maiores fundamentações convencionais exercidas pela Academia. É lógico que produtos intangíveis requerem muito mais atenção (e em geral esforços) de marketing: ao ''vender'', no sentido mais amplo da palavra, um produto que não pode ser tocado e que, muitas vezes representa o conceito de ''promessa'' (você não sabe se vai funcionar da forma que lhe é dito ou não), há que se trabalhar muito a questão da credibilidade, que encontra-se diretamente relacionada com o marketing institucional e de marca, como exemplos da própria aplicação do arcabouço mercadológico. Independentemente da natureza do produto, todas as ferramentas deverão ser adaptadas e utilizadas considerando as particularidades de cada mercado. A respeito de exemplos de marketing utilizados oriundos de ''grandes empresas'', é válida uma das mais clássicas analogias utilizadas em administração, relacionada com a Guerra e o Planejamento Estratégico e amplamente discutida em análises de conteúdo do livro Arte da Guerra: se você vai para uma guerra, precisa saber exatamente como ler os mapas, utilizar as armas, quem está ao seu lado (com quem você pode contar) e do lado oposto (quem você irá enfrentar). Um ''soldado'' altamente qualificado e treinado para utilizar as suas ''armas'', ler os seus ''mapas'' e interagir com as situações apresentadas, apresenta muito mais probabilidade de ser bem sucedido em sua incursão que um ''soldado'' que não conhece todas as ''armas'', que não está preparado para ''ir ao campo de batalha'' e que não foi treinado para interagir com situações adversas. O mesmo pode-se dizer do marketing. Ao analisar casos de empresas de grande porte estamos, na realidade, analisando situações muito mais complexas se comparadas às observadas em empresas de menor porte. Quando se aprende a lidar com as principais ferramentas mercadológicas – incluindo a análise estrutural de mercado (competição e recursos valiosos) –, passa-se a ter a opção de uso do conhecimento. Isso significa que, ao lidar com realidades menos complexas, é possível, simplesmente, reduzir o “número de ferramentas” a ser utilizado. Por outro lado, o caminho inverso não é possível: ao desenvolver conhecimentos (base de aprendizado) direcionados apenas sobre mercados e estruturas que apresentam um menor índice de complexidade, quando se depara com realidades mais elaboradas não se tem capacidade de reação. Por esta
razão que os estudos foram direcionados, desde o início,
para a compreensão de organizações consideradas como
“mais complexas”. fazer com que se adquira ferramentas que
possibilitem habilitar a atuação em diversos segmentos de
mercado. Ainda, de acordo com a experiência profissional relatada
e publicada por diversos professores e consultores de mercado, o aprendizado
obtido por intermédio da prática do marketing em organizações
de grande porte, em geral, possibilita a transposição tanto
para casos de produtos intangíveis (serviços), como para
empresas de menor porte – facilitando, neste caso, o trabalho do
profissional devido ao maior conhecimento sobre as “armas”
que dispõe para sua atuação. |
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Tela 41 |
| Resumo
O planejamento estratégico de marketing tenta tornar a flexibilidade uma característica inerente à organização para torná-la capaz de enfrentar o crescente nível de complexidade e incerteza, e aproveitar ao máximo as mudanças no ambiente. No centro desse processo de planejamento está a criação de uma posição competitiva forte, que é o pilar central do marketing contemporâneo, tendo na análise de cenários um instrumento fundamental para a empresa adotar ações estratégicas. O trabalho
com cenários: A vantagem competitiva continuada somente poderá ser articulada por intermédio da antecipação de ações e reações do mercado a fim de possibilitar a construção de estratégias que preservem os ativos e as capacidades superiores – de forma a fundamentar seus planejamentos com a escolha de alternativas que possibilitem a consolidação adequada de planos de ação. O marketing apresenta três dimensões que coexistem: a) filosófica; b) funcional; e c) operacional. Também abarca, na tomada de decisão, a funções da administração planejamento, organização, direção e controle. Precisa ser trabalhado de forma integrada, cabendo à a empresa alinhar seus procedimentos aos processos de back-office e front-office (ações da linha de frente com o mercado) de sua operação. Trata-se de uma atividade que deve ser de responsabilidade de toda a organização e depende, para sua viabilização, do apoio da alta direção da empresa. Cada área terá seus próprios interesses, mas que deverão estar focados na satisfação do cliente. Independentemente do setor da indústria, porte ou tangibilidade de produto comercializado, as ferramentas mercadológicas possuem uma base comum de aplicação e o marketing, exercido em sua totalidade, pode ser transportado para qualquer organização A consciência
sobre o grau de mutação do ambiente em que o marketing opera
é de grande importância para o desenvolvimento e implementação
de estratégias de sucesso. |
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