Unidade 4 Módulo 1
Tela 1
Módulo 01 - Definições, visão sistêmica e classificação dos sistemas de produção
1 - Alianças estratégicas

Nos últimos anos, o desenvolvimento tecnológico e a intensificação da concorrência são alguns dos motivos que tornam cada vez mais necessária a formação de alianças estratégicas.

Diversas organizações compreenderam que a cooperação entre elas se tornou importante aspecto do crescimento rápido e da legitimidade da empresa. Perceberam que estabelecer alianças e parcerias é uma das melhores maneiras de se manterem atualizadas com as mais modernas técnicas e procedimentos empresariais, o que possibilita a maximização dos resultados organizacionais. Apesar de essa nova relação empresarial estar sendo buscada, pela sua complexidade, ainda não se tornou prática comum, apesar dos avanços apresentados.

Mas, o que vêm a ser parcerias e alianças estratégicas? De que forma elas se dão? Quais os aspectos dessas associações que exigem maior atenção das organizações?

Extrapolando a simples relação de troca e de atendimento de interesses mútuos, há a necessidade de um parceiro buscar no outro os recursos e as capacidades de que não dispõe, mas que são necessárias, convertendo-se em forma de ampliar sua competitividade.


A participação requer habilidade. Por isso, ela ainda não é relação empresarial tão frequente. Poucas vezes as organizações estão preparadas para gerir a relação de parceria implementando formas de acompanhamento, discussão e renegociação dos termos do trabalho conjunto e das bases que o motivaram.


Parcerias

São determinadas formas de cooperação entre organizações, que indicam ação conjunta diante de interesses e objetivos comuns. Nesse ambiente, cada empresa mobiliza recursos para atingir tais objetivos. O que determina a parceria é, principalmente, o modo como organizações com interesses, recursos e atribuições diversas e diferentes constroem o espaço em que contribuem igualmente.



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Ao se referir a parcerias, sempre surgem questões do tipo:

  • Como cada organização parceira manterá sua identidade em projeto comum?
  • Quais são as responsabilidades e limites de cada uma das partes?
  • Como trabalhar sem perder a autonomia?

O processo de comunicação, desde o início, torna-se fundamental para responder a essas questões. Após a empresa ouvir a outra, é necessário que os pontos de identidade sejam identificados e que a soma das capacidades individuais resulte em benefício para todos os participantes.



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O que são alianças estratégicas?

"(...) as empresas cooperam em nome de suas necessidades mútuas e compartilham dos riscos para alcançar um objetivo comum. Sem necessidade mútua as empresas podem ter o mesmo objetivo, mas cada uma pode atingi-lo sozinha. Se elas não compartilharem de riscos significantes, não poderão esperar compromissos mútuos (...)”. (LEWIS, 1994)

Ainda que a organização seja maior ou mais conhecida que a outra, é possível a realização de aliança estratégica, desde que sejam unidas as principais capacidades de cada parceiro. A aliança estratégica funciona melhor quando cada parceiro reconhece que não pode evoluir sem a cooperação do outro, quando deseja abordagem revolucionária ou deseja iniciar novo empreendimento.

Porém, não se devem idealizar essas relações e esperar blocos de lealdade permanentes. As alianças mais duradouras apenas se constroem como opções que vão se renovando no tempo, a partir da experiência da troca, do conhecimento mútuo, do aumento da confiança e do desenvolvimento de uma identidade maior em torno de valores, objetivos amplos e modos de atuação.



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2 - Diferenças entre parcerias e alianças estratégicas

A parceria ou aliança para umas organizações pode não ser necessariamente considerada dessa forma por outras.


"Parceria define relações de curto prazo, relações pontuais em que as organizações se unem para um projeto comum. (...) A aliança envolve um comprometimento mais duradouro e de envolvimento maior entre os parceiros, (...) a diferença reside na duração e na forma com que se estabelece o relacionamento"
. (NOLETO, 2000)

Quadro-síntese das diferenças entre parceria e aliança estratégica

PARCERIA
ALIANÇA ESTRATÉGICA
• Realização de um projeto específico; associação que se dá em apenas um projeto ou em uma ação eventual. • As ações de longo prazo ou uma associação permanente que buscam uma aliança estratégica.

• São formações cooperativas realizadas entre parceiros que buscam os mesmos resultados e objetivos, em longo prazo ou em uma ação mais continuada.

• Adquire características diferentes daquelas que buscam uma atuação conjunta em longo prazo ou em uma ação mais continuada.
• Está associada à ideia de ações mais pontuais.


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O início de alianças e parcerias depende da discussão e equalização de três dimensões:

1. aspectos culturais de confiança (cooperação entre as empresas) e de interesse de pessoas e empresas;
2. cultura da competência (questões voltadas para as competências essenciais de cada parceiro);
3. cultura da tecnologia de informação (agilização do fluxo das informações entre as empresas que pretendem firmar uma aliança/parceria).

As empresas buscam associações devido à convicção de que a operação em rede é mais eficiente e flexível que a atuação individual e de que a atuação conjunta pode gerar um algo mais para os clientes e para as empresas. Para se desenvolver a parceria ou estabelecer a aliança estratégica sólida, é fundamental que se faça a avaliação dos parceiros.



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3 - Avaliando o parceiro

O nascimento de alianças e parcerias se dá por fases que devem ser seriamente observadas para facilitar uma formação com perspectivas de sucesso (Dal Piero, 2000):

1ª Fase: Identificação do parceiro ideal – definição clara da estratégia e dos objetivos da aliança comuns às empresas parceiras. Os objetivos da cooperação também deverão focar a remoção das deficiências em termos de recursos e competências necessários à competição, inclusive em nível internacional (internacionalização), se for o caso. Porém, é preciso não perder o foco da aliança, pois muitas empresas parceiras não buscam a internacionalização, seja pelo seu porte ou pelo seu tipo de interesse. Independentemente dessa questão, além das estratégias e dos os objetivos de cooperação precisarem ser comuns aos parceiros, também devem responder às seguintes questões:

Produtos e/ou serviços • Qual o produto ou serviço que se espera como resultado dessa cooperação?
Benefícios • Quais os benefícios, inclusive sociais, a serem alcançados?
Prazos, investimentos e responsabilidades
• Qual o prazo a ser estabelecido?
• Qual o tipo de investimento a ser feito?
• De quem são as responsabilidades em capital, tecnologia, pesquisas, infraestrutura, informação e pessoal técnico?
Recursos • Quais recursos informacionais serão utilizados?
Acompanhamento • Que tipo de monitoramento das parcerias envolvidas deve existir para dar visibilidade ao desempenho de cada parceiro, bem como o redirecionamento de recursos e responsabilidades, caso se tornem necessárias?

Exemplos de objetivos de alianças e parcerias bem-sucedidas.



Internacionalização


A maioria das empresas brasileiras, por não terem estratégias e objetivos de internacionalização, acabam fazendo parte da estratégia das empresas estrangeiras. O crescente número de empresas brasileiras que vêm sendo adquiridas por empresas estrangeiras, ou passando seu controle a elas, reforçam essa observação.




Exemplo - 01
- Elaborar parcerias que não sejam apenas intercâmbio de serviços.
Exemplo - 02 - Alinhar sua empresa com uma outra de porte e cultura diferentes.
Exemplos – 03 -Utilizar a pesquisa para antecipar e vencer a resistência de parceiros em potencial.
Exemplos – 04 - Transformar a bagagem de conhecimento das empresas em novos produtos baseados na informação.
Exemplos – 05 - Associar-se a uma outra empresa de tecnologia, a fim de atingir novos mercados.





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2ª Fase: Buscar o teste do mercado – para fazer esse teste, pode-se partir das seguintes questões: A associação pretende aumentar a competitividade no mercado? A parceria vai construir uma nova entidade mais forte, equilibrada, equipada e competitiva no mercado? Se não houver aumento de competitividade, por que arcar com os ônus da parceria sem os bônus no mercado?

3ª Fase: Procurar o candidato cujo perfil melhor se enquadre nas estratégias e objetivos das organizações - É preciso atentar para os seguintes aspectos:

• analisar os potenciais parceiros, extrapolando a questão das suas competências e da sua posição no mercado. Aspectos menos tangíveis como os culturais e a idoneidade, por exemplo, precisam ser considerados;

• questionar
se as instituições que estão procurando associação têm, entre si, identificação de princípios, de valores, de cultura, de estratégias, de modos de operacionalizar as atividades, de rapidez de resposta e de porte. Qualquer divergência sobre esses pontos pode levar os pretendentes a reconsiderar suas intenções. Entretanto, diferenças não significam incompatibilidades. As diferenças são a principal razão para a aliança ou parceria, pois se identifica aí uma oportunidade de aproveitamento da complementaridade entre as instituições;

• identificar os pontos de empatia entre os principais dirigentes das organizações: pergunte-se se há um canal de comunicação franco, sincero, rápido, flexível e efetivo nos mais altos níveis de cada instituição, para tratamento e solução rápida e satisfatória dos problemas operacionais que ocorrem em qualquer parceria.


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4ª Fase: Avaliação técnica – momento em que se deve:

  • determinar as competências que fazem diferença para a aliança;
  • verificar o nível da interdependência: a parceria irá engessar pelo menos uma das instituições ao ponto de ela perder muito ou totalmente a sua autonomia ou poderá continuar operando com certo grau de independência?

5ª Fase: Outras formas de auxílio - É prudente buscar contribuições de pessoas experientes que dominem as técnicas para se estabelecerem as negociações iniciais.
Algumas dicas


Algumas dicas para escolher parceiros (Adaptado de Junqueira, L.A.C.)

  • “Antes de escolher, converse com parceiros dos seus parceiros potenciais;
  • Bom relacionamento pessoal facilitará a parceria;
  • Busque pessoas com orientação grupal (‘nós’ e não ‘eu’);
  • Identifique pessoas/empresas com objetivos e prioridades comuns às suas;
  • Não tenha pressa; “namore” antes de casar...”



Tela 9
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4 - Fatores de sucesso de alianças e parcerias

Para KANTER et al. (1997), num espaço onde todos são fortes e apresentam valores a serem compartilhados, o sucesso de ações conjuntas depende, principalmente:


a) do nível da interdependência das organizações;
b) do grau e tipo de investimento (os parceiros investem um no outro como forma de comprometimento);
c) do tipo e forma de informação (comunicação aberta);
d) do nível de confiança entre as partes;
e) da integridade dos membros;
f) da cultura organizacional dos parceiros.


• Cultura organizacional - Aspecto crucial para o sucesso. Para que a negociação não “morra” logo de início, os executivos que buscam parcerias e alianças precisam estar atentos ao aspecto da cultura organizacional. Todo homem de negócios é consciente de que as diferenças culturais podem ser a diferença entre o sucesso e o fracasso. Os executivos devem estar sintonizados nos focos onde se manifestam as diferenças culturais e quais os seus efeitos no processo de negociação. Afinal, a meta é que os dois lados ganhem.

A questão cultural é particularmente preciosa para que o comércio internacional funcione. Porém, mesmo diante das diferenças culturais, existem certos comportamentos humanos que são comuns, aplicáveis nas negociações: todos, independentemente das origens culturais, querem ser respeitados e ter seus objetivos levados a sério. Por outro lado, há distinções culturais significativas que são trazidas à mesa de negociação e que afetam as atitudes e os procedimentos.


"(...) existem certos padrões de negociação que podem ser considerados permanentes e universais. A par desses, entretanto, há notáveis diferenças causadas por caráter nacional, tradição e rituais"
. (NICHOLSEON, Harold. Diplomacia, 1939)


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Parcerias e alianças em redes digitais - Estudos atuais têm chamado a atenção para o termo parceria ao se falar em redes digitais. Elas permitem, cada vez mais, que as organizações solidifiquem suas parcerias. A Internet, por exemplo, está abrindo caminho para nova forma de relacionamento no mundo dos negócios. Os computadores tornam-se, cada vez mais, o elo das cadeias produtivas, permitindo aprimorar os processos, seja na produção, na distribuição, no desenvolvimento de produtos ou na prestação de serviços. Tudo isso, porque tornam mais profundos e eficientes os relacionamentos que as empresas já têm hoje com seus parceiros.

Junqueira (2000) chama esse modelo de “comércio colaborativo” e diz que “(...) nada mais é do que negócios em parceria”. Muitas organizações têm adotado essa forma de parceria e/ou aliança. A Dell Computers, empresa da indústria do segmento de computadores, é um exemplo. Ela integrou inteiramente em rede seu sistema de produção aos seus fornecedores. O seu diretor de marketing e vendas corporativas busca estabelecer relações mais duradouras com os parceiros:


“Trata-se de uma política de longo prazo, sem negociações predatórias, que visa a formatação de parcerias interligadas em rede mais sólidas.”
(Eduardo Strazzeri, Diretor de marketing e vendas corporativas da Dell Computers).


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Exemplo de uma parceria bem-sucedida - Empresa que vende flores pelo marketing direto, a Calyx & Corolla necessitava de se tornar independente do florista (intermediário). Veja a parceria feita por Ruth Owades, fundadora dessa empresa e suas consequências.


  • Parceria inovadora – Realização de intercâmbio eletrônico, ligando a central de pedidos da Calyx & Corolla aos cultivadores de flores e à FedEx (empresa de entrega rápida dos Estados Unidos, similar ao Sedex brasileiro). Com isso, o tempo de entrega de seu produto foi reduzido em 90%. Houve aumento da qualidade e da satisfação do cliente, uma vez que agora os arranjos de flores podiam ser feitos exatamente como mostrava o catálogo.


  • Ultrapassando a resistência de parceiros potenciais A pesquisa feita para escolher os melhores parceiros também deu suporte para responder a todas as perguntas feitas pelos seus gerentes. Diante das suas argumentações, a própria FedEx adotou o mesmo sistema.


  • Integração operacional - A Calyx & Corolla ligou seus parceiros por uma rede de computadores. Também por compartilharem de procedimentos operacionais, os parceiros precisaram ser convencidos a deixar certas práticas comerciais e a adotarem as mudanças.


  • Um sistema de comunicação contínuo e transparente - Ruth Owades e sua equipe gerencial frequentemente visitam os cultivadores de flores, além de manterem contínua e aberta comunicação com os diversos níveis do pessoal da FedEx.


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A implementação dos acordos incluem os seguintes passos:



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A construção de alianças e parcerias precisa considerar algumas fases e, por isso, não acontece de uma hora para outra. Que tensões e conflitos podem surgir? A partir de determinadas posturas, alguns problemas podem ser solucionados, conforme se pode ver no quadro abaixo:

Principais problemas
Possíveis soluções
  • Questões culturais podem dificultar a sua viabilização, pois pressupõem que o individualismo seja abandonado. Isso significa que os participantes aceitam um antigo concorrente como atual parceiro. Demonstram que sabem tolerar, ceder e que estão comprometidos com o negócio. Não é fácil ver o concorrente como aliado; é bem difícil, para quem antes vivia em “pé de guerra”, pensar agora em cooperar ou, para quem antes sempre atuou sozinho, ter que trabalhar entre mais sócios. Isso exige mudança cultural diante das culturas individualistas das empresas.
  • Frequente avaliação da parceria; suprimento adequado de informações entre os parceiros; garantia de que os membros se incentivem mutuamente e que continuem interessados em participar da parceria (Wildeman, 1999).
  • Exercício da sensibilidade para com a cultura e a maneira de pensar do parceiro.
  • O oportunismo individual deve dar lugar aos interesses compartilhados; troca de conhecimentos e informações, tomada de decisões de forma colegiada, solidariedade com colaboradores e ver o concorrente ou fornecedor como aliado.
  • O individualismo é o maior dificultador da permanência de uma parceria ou aliança.
  • Complementaridade dos objetivos dos parceiros.
  • Desconfiança, falta de comprometimento, comunicação ineficiente entre outros fatores.
  • Práticas gerenciais apropriadas e intenção de aprender com a experiência do empreendimento e com o próprio parceiro.



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Enfrentando os problemas - Após uma empresa identificar os principais problemas, deve procurar a organização parceira para conversar sobre os pontos de interesse. É importante que a empresa parceira faça avaliação ou exercício semelhante. Dependendo do tipo e da profundidade da relação entre as empresas, seria muito positivo confrontar as visões de ambas. Antes de a reunião ser realizada, é necessário preparo adequado. O estabelecimento de qual problema será foco de discussão e a definição do objetivo do encontro devem ser resolvidos em comum acordo.

• Cuidados a serem tomados:




  • Atentar para o clima da reunião.
  • Respeitar os tempos de tomada de decisões.
  • Não interferir nos assuntos internos da outra organização.
  • Se as organizações parceiras tiverem estabelecido novas parcerias, atentar para que isso não seja visto como ameaça por aquele que se sente excluído.

  • Não deixar lacunas de informações que gerem interpretações equivocadas e façam diminuir a confiança, sem abrir mão da própria autonomia ou questionar a da sua parceira.
  • Evitar consensos frágeis porque eles costumam durar somente até o dia seguinte.
  • Aponte possíveis soluções para serem adotadas por todas as empresas parceiras, identificando o que cada uma pode fazer para melhorar a situação.


Tela 15
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Resumo

Diferenças entre parcerias e alianças estratégicas

Parcerias – Organizações que entram em cooperação entre si, em ação conjunta pontual, em relações de curto prazo e com interesses e objetivos comuns. Cada empresa aloca recursos para atingir esses objetivos.

Alianças estratégicas
- As empresas, além de cooperarem entre si, devido às suas necessidades mútuas, compartilham dos riscos para alcançar objetivo comum. Tais alianças pressupõem comprometimento mais no longo prazo e grande envolvimento entre as partes.

Início de parcerias e alianças - Depende da discussão e equalização dos aspectos culturais de confiança e de interesse de pessoas e empresas; também depende da cultura da competência e da cultura da tecnologia de informação.

Fases da avaliação do parceiro

Fase 1 - Identificação do parceiro ideal. Definição clara da estratégia e dos objetivos da aliança comuns às empresas parceiras.
Fase 2 - Realização de teste do mercado.
Fase 3 - Procura de candidato cujo perfil melhor se enquadre com as estratégias e objetivos das organizações.
Fase 4 – Avaliação técnica para determinar as competências diferenciais da aliança e verificar o nível da interdependência dos parceiros.
Fase 5 – Busca do auxílio de pessoas experientes que dominem as técnicas para se estabelecerem as negociações iniciais.

Passos para a implementação dos acordos

Passo 1 - Criar um plano de integração das atividades comuns.
Passo 2 - Investigar para antecipar as reações dos concorrentes, buscando dimensionar os riscos da parceria.
Passo 3 - Definir prioridades de investimento e objetivos de desempenho.
Passo 4 – Criar métodos e medidas para avaliação dos resultados.
Passo 5 - Definir o novo papel dos gestores e preparar para comemorar os resultados positivos.

Fatores de sucesso de alianças e parcerias

1. Nível da interdependência das organizações.
2. Grau e tipo de investimento (os parceiros investem um no outro como forma de comprometimento).
3. Tipo e forma de informação (comunicação aberta).
4. Nível de confiança entre as partes.
5. Integridade dos membros.

Principais problemas nas alianças e parcerias - Individualismo, desconfiança, falta de comprometimento, comunicação ineficiente, questões culturais.

Possíveis soluções – Avaliação contínua da parceria; fornecimento adequado de informações entre os parceiros; garantia de que os membros se incentivem mutuamente e que continuem interessados na parceria; exercício da sensibilidade para com a cultura e a maneira de pensar do parceiro; oportunismo individual cedendo lugar aos interesses compartilhados; troca de conhecimentos e informações; tomada de decisões de forma colegiada, solidariedade com colaboradores e ver o concorrente como aliado; ter visão de complementaridade dos objetivos dos parceiros; realizar práticas gerenciais apropriadas; buscar aprender com a experiência do empreendimento e com o próprio parceiro.



Unidade 4 Módulo 2
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1 - Armas competitivas mais utilizadas

Em decorrência das constantes crises no cenário econômico, só se mantêm as empresas que podem contar com informações gerenciais confiáveis para tomar decisões. Como os executivos mantêm atenção e criatividade voltadas ao gerenciamento do negócio, resta-lhes pouco tempo para as funções operacionais e burocráticas.


As estratégias traçadas precisam ser implementadas e os objetivos atingidos, para que as mudanças necessárias ocorram. Por isso, as empresas têm buscado, constantemente, utilizar as armas competitivas de que dispõem, propondo-se também a inovar, desenhando outras ferramentas diferenciais.

As armas competitivas mais utilizadas:

  • terceirização
  • joint venture
  • benchmarking
  • empowerment
  • downsizing
  • gestão baseada nas competências
  • marketing interno
  • gestão pela Qualidade Total-QT
  • gestão de processo


Armas competitivas

Meios empresariais utilizados para obter vantagens competitivas.



Tela 17
Módulo 01 - Definições, visão sistêmica e classificação dos sistemas de produção
Terceirização - As empresas têm sentido a necessidade de eliminar os custos e, cada vez mais, preocupam-se em focalizar atenções na atividade-fim, tornando-se mais atraentes aos olhos do consumidor. Surge, então, o fenômeno da terceirização como alternativa da flexibilização empresarial.

Considerando a terceirização temos:


"A necessidade de se buscar a qualidade, visando encarar a competição entre as empresas e o congestionado mercado mundial, faz que as empresas desativem certos setores improdutivos e prescindíveis, dada a sua atividade meramente auxiliar, por meio de terceirização ou até pela sua total obsolescência.” (SILVIO, Helder Senne).
“É, pois, processo de transferência para terceiros especializados, que têm a incumbência da realização de atividades acessórias ou de apoio, liberando a empresa tomadora para maior aperfeiçoamento e concentração em sua atividade-fim".

Os juristas, mesmo considerando que a terceirização está ligada diretamente ao desenvolvimento da economia, consideram-na causadora de vários malefícios ao trabalhador tido como “não suficiente” (como o aumento do desemprego, a desmobilização dos movimentos grevistas etc.), além de construir forma de se burlar a legislação trabalhista.

Contudo, não se pode negar que a terceirização é fato inevitável no atual mundo do trabalho, principalmente no ambiente das grandes empresas. Por isso, é preciso aprender a conviver com esse fenômeno de forma não predatória.



Terceirização

A terceirização consiste na contratação de terceiros, por determinada empresa, para a execução de serviços ligados às atividades não essenciais da organização. É, portanto, relacionamento de extensão, no qual se pode comprar bens e serviços fora da empresa, ao invés de produzi-los internamente. Isso pode envolver terceirização para serviços como publicidade, pesquisa de mercado e know how em marketing direto.



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Módulo 01 - Definições, visão sistêmica e classificação dos sistemas de produção
Joint venture pode ser considerada como empresa de propriedade conjunta ou forma de cooperação entre empresas, com o fim de realizar propósitos por meio de empresa comum, com participação do capital social.

Busca alcançar sinergias explícitas entre unidades da empresa, o que quase sempre foi mais questão retórica do que real. As joint-ventures provaram ser desafio operacional para muitas empresas.

Observadores já constataram que uma das maiores dificuldades é explicitar as metas que as partes têm para o empreendimento conjunto.
Algumas joint ventures podem ser visualizadas no exemplo da Mercedes-Benz (empresa de carros alemã) e da Swatch (empresa de relógios da Suíça), que estão em uma joint venture para produzir o mini carro Smart. São apoiadas pela parceria de dez fornecedores-chave, os quais mudaram suas operações para a “Smart Ville” na França. Esse relacionamento é focado nos parceiros de diferentes setores, compartilhando habilidades de design inovadores, know how tecnológico e capacidades de marketing para produtos inovadores.




Tela 19
Módulo 01 - Definições, visão sistêmica e classificação dos sistemas de produção
Benchmarking é o processo de identificar e copiar as melhores práticas de administração de outras empresas. Observar o que essas organizações fazem de melhor no mercado e adotar as suas práticas é procurar pela própria excelência institucional. Pode ser melhor compreendido como processo empresarial com a intenção de comparar-se com os melhores referenciais.

Porém, não se devem utilizar as mesmas práticas do concorrente ou de empresa similar sem antes analisar a realidade da própria empresa. Cada organização possui características distintas; por isso, o benchmarking deve adequar-se à realidade e à cultura de cada organização.



Tela 20
Módulo 02 - Armas competitivas

Benchmarking pode ser entendido como


“(...) uma prática de gestão que facilita o recurso contínuo de informação para uma empresa.”
(CAMP, 1989)

“(...) processo contínuo de medir produtos, serviços e/ou processos com relação aos concorrentes mais fortes ou aos líderes reconhecidos do setor, procurando identificar as melhores práticas da indústria que levem a um desempenho superior.” (RANSLEY, 1994)

Mas, a essência do benchmarking é a procura pelas melhores práticas da administração na busca de vantagens competitivas.

São benefícios obtidos pelo benchmarking (Camp, 1989):

• Adaptação criativa das melhores práticas identificadas no mercado à realidade da própria empresa.
• Estimula a criatividade dos profissionais voltados para aprimorar e implementar as novas práticas empresariais.
• Facilita a identificação de tecnologias que dificilmente seriam descobertas, reconhecidas ou aplicadas na organização.


Tela 21
Módulo 02 - Armas competitivas

Empowerment - A maior parte das organizações criadas antes do início dos anos 1980 era voltada para a noção de que deveria ter divisão clara do trabalho e da responsabilidade entre administração e trabalhadores. Aos gerentes cabiam o planejamento e o raciocínio e aos trabalhadores, fazer o que lhes era ordenado. Entretanto, a maioria das organizações atuais está redesenhando suas atividades e cargos, de modo a deixar que as equipes de trabalhadores ou os funcionários, individualmente, tomem parte das decisões de trabalho anteriormente exclusivas dos gerentes. Essa transferência de autoridade e responsabilidade, relativas ao cargo dos gerentes, para os trabalhadores é chamada de delegação de poder ou empowerment.


O empowerment diz respeito ao processo utilizado pelos gerentes que, gradativamente, transferem às equipes de trabalho e aos funcionários a autoridade e a responsabilidade. Não significa dar poder às pessoas e sim abrir espaço para que elas usem o poder do conhecimento, das habilidades e da motivação que já têm.

Para que as pessoas possam fazer uso dessa autonomia e assumir responsabilidades, é preciso que os executivos promovam condições favoráveis de aprendizado, ação e decisão. Isso significa que os gerentes também devem estar preparados para instalar o empowerment porque, tradicionalmente, a autoridade e a responsabilidade são atribuições gerenciais. Se o segmento gerencial não tiver percepção adequada sobre o processo, poderá sentir-se ameaçado e tornar-se mais centralizador.




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Módulo 02 - Armas competitivas
Downsizing- A redução do quadro de pessoal, ou downsizing, tornou-se estratégia dominante nos anos 90. É o termo que remete à prática de reduzir o tamanho de organizações, por meio de demissões generalizadas. As consequências do downsizing (demissões em massa), com a extinção de cargos e achatamento dos níveis hierárquicos, são problemas que a gestão de recursos humanos tem enfrentado. O “ideal” é que essa área crie programa que melhore as condições dos demitidos, como ajuda financeira, treinamento dos profissionais para que possam assumir outras atividades e recolocação do profissional na própria empresa ou em outras organizações.

É preciso gerenciar os efeitos negativos sobre os sobreviventes ao processo de downsizing, que passam a se sentir inseguros, a firmar resistências e inclusive, passar a procurar outros empregos. Para aliviar as incertezas dos que ficam, deve-se fornecer o máximo de informações a respeito do futuro e também apoio individual.




Tela 23
Módulo 02 - Armas competitivas
2 - Gestão com base nas competências

As organizações têm se conscientizado de que seu sucesso também depende, e muito, da qualificação de seus funcionários.

Por isso, nos últimos tempos, as empresas têm enfatizado o desenvolvimento de competências. Compreender a gestão com base nas competências (ou gestão de competências) exige entendimento prévio do termo. Não existe conceito único e universal, mas, sim, diversas posições teóricas.

  • Definições de gestão de competências:

O conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes interdependentes requeridos para a realização de determinado propósito, dentro de um contexto organizacional específico. (Durand, 1998)


A competência do indivíduo não se resume aos conhecimentos e know how específicos. Competência situa-se na encruzilhada com três eixos formados pela pessoa: 1) sua biografia (socialização, experiência de vida); 2) sua formação educacional e 3) sua experiência profissional. Competência implica saber como mobilizar, integrar e transferir conhecimentos, recursos e habilidades dentro de um específico contexto de trabalho (Boterf, 1994).

  • Mas o que vem a ser, afinal, Gestão de competências?

É o modelo gerencial que encara o desempenho organizacional como decorrência, principalmente, da forma como a empresa identifica e mobiliza recursos para atender às necessidades de consumidores, em segmento de mercado específico. Sem desconsiderar também a ocorrência das forças do ambiente externo, enfatiza os recursos empresariais internos para alcançar vantagens competitivas difíceis de serem imitadas pela concorrência.

Esse modelo tem por base a estratégia traçada pela organização para orientar suas ações (de construção de alianças e parcerias estratégicas, recrutamento, seleção, treinamento, gestão de carreira, entre outras) procurando alavancar e desenvolver as competências necessárias para atingir seus objetivos.



Conhecimentos


São informações internalizadas e sistematizadas pela pessoa, permitindo “entender o mundo”. Trata-se do saber acumulado pelo indivíduo durante a vida.




Habilidades


É a capacidade de aplicar e utilizar, de forma produtiva, o conhecimento. Trata-se de acionar os conhecimentos assimilados e adotá-los, na prática, para alcançar propósito específico.





Atitudes


Diz respeito ao sentimento, à emoção ou ao nível de rejeição ou aceitação frente a outras pessoas, situações e objetos. Atitude é o estado que se reflete no comportamento; é o “saber ser”.



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Módulo 02 - Armas competitivas
3 - Marketing interno

O marketing interno também conhecido como endomarketing ou como “comunicação interna”, significa ações empresariais que buscam satisfazer os clientes internos (unidades da organização e funcionários). A prática comum, entre as grandes empresas brasileiras é o desenvolvimento de estratégias focadas para o marketing externo.

É preciso lembrar que essas ações de marketing raramente funcionam sem a existência de grande atenção e investimento no marketing interno. “Encantar” o cliente externo, surpreendê-lo e “fidelizá-lo” são palavras de ordem. Mas, sem ações reais de endomarketing, sem a verdadeira valorização do público interno, sem efetiva comunicação interna, as estratégias de marketing externo podem não ser bem sucedidas. O êxito da organização raramente é conseguido de maneira linear e sim de forma sistêmica. Um dos aspectos desse todo empresarial deve estar voltado para a valorização do público interno.

É comum, aos funcionários, desconhecerem os planos ou mesmo a realidade da própria empresa. Também não é raro que a unidade da organização não conheça o que as suas áreas ou as de outras unidades estão fazendo porque os funcionários são os últimos a receber comunicado. Além disso, saber de projetos que os atingem diretamente por fontes externas (jornais, pessoas de fora da empresa) pode trazer sentimento de “traição”. Por isso, a comunicação interna deve receber a atenção que merece. É preciso trabalho sério de marketing interno. As reuniões, as murais, os comunicados, os boletins, os jornais, os vídeos, seminários e treinamentos, hoje largamente utilizados como instrumentos de comunicação interna, precisam trazer informações relevantes, de forma a conquistar o cliente interno, o funcionário, para a empresa" (Marins, 1999).


“É ledo engano querer satisfazer o cliente externo sem antes encantar o cliente interno. O dirigente moderno precisa saber que o funcionário é o cartão postal da organização. É ele que representa a empresa junto ao cliente externo...”(Souza, J, 2001).


Endomarketing

O termo marketing significa, também, atividade empresarial voltada para satisfazer as necessidades e desejos do cliente. O prefixo endon = posição ou ação para dentro. Portanto…….




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Módulo 02 - Armas competitivas
4 - Gestão pela Qualidade Total (QT)

Diante da grande quantidade de definições, teorias e programas, é difícil precisar o significado da Qualidade Total (QT).


A QT pode ser considerada como o conjunto de princípios, técnicas e procedimentos voltados para envolver todos os funcionários da organização, buscando controlar e aprimorar, permanentemente, a maneira como o trabalho é realizado, a fim de atender as expectativas de qualidade dos clientes.

A Gestão da Qualidade Total dá importância aos processos e não às tarefas em si. Sua concepção, a partir das necessidades dos clientes, estrutura os processos da empresa. Trabalha sobre a concepção de DEMING - melhorias contínuas do que já se faz.

Após, a “euforia inicial, esse modelo de gestão vive momentos frágeis diante das lacunas constatadas entre o que se espera do projeto e os resultados alcançados. As críticas mais comuns referem-se a problemas de ordem prática na implantação, quando a introdução dos programas de QT não segue os princípios apregoados e, também, problemas inerentes às próprias concepções e características da QT.

Principais pressupostos da Qualidade Total - QT

• Foco no cliente. • Melhoria contínua dos processos.
• Envolvimento e participação de todos. • Decisões baseadas em fatos - qualquer método lógico e comprovado de coleta, análise e apresentação de informação. Os fatos e dados são os critérios básicos para a sistematização do conhecimento. Isso minimiza a tendência da resolução de problemas baseados somente na experiência ou naquilo que se julga ser o conhecimento certo.
• Abordagem sistêmica – pressupõe tratamento sistêmico para a melhoria, tendo por núcleo do sistema o processo de trabalho individual. • Planejamento a longo prazo.


DEMING

Professor americano, William Edward DEMING, que levou e disseminou as ideias da filosofia Qualidade Total – QT, para o Japão. Esse país, por ter sido, praticamente destruído, após a 2ª Guerra Mundial, e também pela sua cultura, mostrou-se solo fértil para a absorção e aplicação desses pensamentos para se reerguer. A Qualidade pode ser vista como adequação ao uso (Juran, 1992). Deming extrapola esse pensamento, afirmando que qualidade só pode ser definida sob a ótica de quem a avalia. E quem avalia os produtos, bens e serviços é o cliente.




Cliente


É a pessoa que sofre, direta ou indiretamente, o impacto dos produtos, bens e serviços. Pode ser cliente externo (de fora da organização) e interno (funcionários e outras áreas da empresa).




Participação de todos


Diz respeito ao envolvimento do presidente, da cúpula diretiva, da gerência média e de todos os funcionários da empresa.


Tela 26
Módulo 02 - Armas competitivas
5 - Gestão de processo

É parte integrante do Modelo de Gestão. Faz parte de esforço maior para comunicar a estratégia e a toda a organização, alinhar objetivos/metas com a estratégia e conduzir revisões.A Gestão de processo busca melhor operacionalizar os objetivos e as metas definidos nos Planos Diretores da empresa.

A Gestão de processo compreende pelo menos três grandes fases interdependentes e complementares:

1) planejamento e organização;
2) diagnóstico, elaboração e implementação de plano;
3) acompanhamento, avaliação e controle.



Tela 27
Módulo 02 - Armas competitivas
Há movimento constante de realimentação entre as diversas fases da gestão de processo, de forma a aumentar a sinergia entre os vários atores do processo e evitar a entropia empresarial. Ao final da terceira fase, reinicia-se todo o ciclo e assim, sucessivamente.

Esse tipo de gestão introduz a visão sistêmica do trabalho e mostra a interdependência existente entre fornecedores, executores e clientes, como parte da cadeia de atividades destinada a gerar resultados organizacionais. Nesse sentido, supervisores, técnicos e pessoal auxiliar passam a ter visão ampliada dos seus respectivos papéis na organização. Os supervisores continuam a existir. No entanto, em vez de trabalharem com lista de atribuições, esses gerentes passariam a trabalhar com processos descritos. A descrição de cada processo permitirá a indicação dos objetivos pertinentes, produtos e resultados esperados, clientes a serem atendidos e indicadores de desempenho.



Tela 28
Módulo 02 - Armas competitivas
Resumo

As principais armas competitivas utilizadas pelas organizações na busca pela vantagem competitiva são:

Terceirização é o relacionamento de extensão da empresa, que possibilita a compra de bens e serviços de fora, como alternativa de produzi-los internamente.

Joint venture
é uma empresa de propriedade conjunta ou forma de cooperação entre empresas, com o fim de realizar propósitos por meio de empresa comum, com participação do capital social. A prática desse processo tem-se apresentado de difícil alcance.

Benchmarking é a busca das melhores práticas da administração para descobrir e alavancar vantagens competitivas. O benchmarking deve adequar-se à realidade e à cultura de cada empresa e não ser incorporado indiscriminadamente de uma organização em outra.

Empowerment as organizações atuais estão redesenhando o trabalho e os cargos de modo a deixar aos trabalhadores parte das decisões anteriormente tomadas exclusivamente pelos gerentes. Essa transferência de autoridade e responsabilidade relativas ao cargo dos gerentes, para as equipes ou para os funcionários, individualmente, é também chamada de delegação de poder ou empowerment.

Downsizing é prática relativa à redução do tamanho de organizações por meio de demissões generalizadas. Algumas consequências e efeitos do downsizing, dentre outros, são: 1) extinção de cargos; 2) achatamento dos níveis hierárquicos; 3) insegurança e resistência dos funcionários não demitidos.

Gestão de competências é o modelo gerencial que considera, como principal fator do desempenho organizacional, o modo ou forma como a empresa identifica e mobiliza recursos para atender às necessidades de consumidores em mercado específico. Enfatiza os recursos empresariais internos para alcançar vantagens competitivas difíceis de serem imitadas pela concorrência, sem desconsiderar a ocorrência das forças do ambiente externo.

Marketing interno (endomarketing ou comunicação interna) é o procedimento empresarial com o objetivo de satisfazer os clientes internos da organização. O excessivo foco no marketing externo, relegando a segundo plano o marketing interno, indica falta de cuidados com efetiva comunicação interna. É um equívoco e pode gerar consequências prejudiciais à empresa. Todas as áreas das unidades empresariais e o funcionalismo, como um todo, devem receber informações relevantes da organização.

Gestão pela qualidade total é o conjunto de princípios, técnicas e procedimentos destinados a envolver todos os funcionários de uma organização, buscando controlar e aprimorar, permanentemente, a maneira como o trabalho é realizado. Enfatiza os processos e não as tarefas em si. Seus principais pressupostos são: 1) foco no cliente; 2) aprimoramento constante em todos os processos da organização; 3) decisões baseadas em fatos (mensuração precisa); 4) participação ativa dos funcionários; 5) abordagem sistêmica; 6) planejamento a longo prazo.

Gestão de processo introduz visão sistêmica do trabalho e mostra a interdependência existente entre fornecedores, executores e clientes como parte de uma cadeia de atividades destinada a gerar resultados organizacionais. A gestão de processo compreende pelo menos três grandes fases interdependentes e complementares, que se realimentam constantemente. São elas:

1ª Fase – etapa de planejamento e organização, quando o processo é descrito e feito um diagnóstico a respeito do seu desempenho, para identificar as necessidades e os requisitos dos seus clientes.
2ª Fase - compreende diagnóstico, elaboração e o implemento de plano de melhoria do processo.
3ª Fase - compõe-se de acompanhamento e controle das ações de melhoria implementadas, bem como avaliação e controle do processo.



Unidade 4 Módulo 3
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Módulo 03 – Mudança organizacional

1 - Cultura organizacional

O aumento da complexidade organizacional interfere no ambiente de negócio. Isso exige novo mecanismo de relacionamento entre o indivíduo e a organização da qual ele é membro. Nesse momento, é importante relembrar o significado de Administração Estratégica, porque envolve a noção de capacitação estratégica para o desenvolvimento de novo comportamento organizacional capaz de responder às contínuas variações do ambiente. Todos os membros da empresa passam a desempenhar importantes papéis como colaboradores, participantes e facilitadores do processo de mudança organizacional.

Os aspectos intrínsecos da empresa precisam ser considerados ao se pensar em mudança organizacional. Inicialmente, será retomado o estudo da cultura organizacional. Após, será abordada a questão do clima organizacional e a relação que tais elementos têm com o processo, finalizando com as reações à mudança organizacional.

Antes de conceituar cultura organizacional, é importante apontar que há reflexo real do conjunto de padrões, no âmbito nacional, regional e até mesmo local na cultura da organização propriamente dita. Tal reflexo se expressa nos relacionamentos, padrões de conduta, na forma de administração; enfim, nas premissas de cada organização.

E o que vem a ser cultura organizacional?


“A cultura organizacional consiste em padrões explícitos e implícitos de comportamentos adquiridos e transmitidos ao longo do tempo, que constituem característica própria de cada empresa.”

(Chiavenato, 1996)



"É a cultura dominante que expressa as normas, valores e crenças essenciais a toda a organização e partilhados por número maior ou menor de membros. Quando se fala de cultura organizacional faz-se referência à cultura dominante, à macrovisão da cultura que confere à organização a sua personalidade distinta."

(Bilhim, 1996)



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Módulo 03 – Mudança organizacional

Os autores lembram que os integrantes da organização não são agentes passivos que apenas absorvem os significados predominantes desta; são na verdade agentes ativos na criação e transformação desses significados. Essa visão compreende que a cultura organizacional é construída por diversas subculturas e não se dá de forma monolítica.

A noção de cultura organizacional, como forte cultura dominante na empresa, não deve desconsiderar a existência de subculturas, visto o ambiente da empresa ser plural. A cultura geral forte não deve eliminar as estratégias particulares dos diversos grupos internos que se apóiam nessa cultura maior naquilo que é a essência da identidade da empresa.

É interessante observar que apesar de as organizações receberem os reflexos das culturas nacionais, regionais ou locais, muitas delas, inseridas no mesmo contexto socioeconômico-cultural, apresentam características próprias devido ao tipo de liderança exercido, ao modelo de gestão incorporado, ao nível de comprometimento de seus colaboradores, dentre outros fatores. A cultura organizacional trata, pois, do conjunto de propriedades da organização, que a individualiza e a torna única perante qualquer outra.


É preciso considerar que a cultura organizacional é um processo mutante, em contínua transformação, conforme a história da empresa, seus agentes e o contexto em que está inserida. Por isso, não é algo pronto e acabado (Vergasta, 2001).

Em síntese, entende-se a cultura organizacional como sistema de valores que se manifestam por rituais, hábitos e crenças comuns aos membros da instituição que, por sua vez, produzem normas de comportamento genericamente aceitas por todos. Entretanto, extrapola as normas formais, pois existem regras não escritas que tomam forma no ambiente organizacional.



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Módulo 03 – Mudança organizacional

2 - Clima organizacional

O clima organizacional é decorrente dos efeitos culturais, valores, comportamentos, estilos gerenciais e dos instrumentos, conhecimentos e processos operacionais empregados pela organização. Constitui a atmosfera psicológica do ambiente interno de uma organização e está muito ligado ao moral e à satisfação das necessidades humanas dos seus integrantes.


“Clima [organizacional] é resultante da cultura das organizações, de seus aspectos positivos e negativos (conflitos).”

(Luz, 1995)



“O clima retrata o grau de satisfação material e emocional das pessoas no trabalho. Observa-se que esse clima influencia profundamente a produtividade do indivíduo e, consequentemente, a da empresa”.

(Luz, 2001)

Cada nova pessoa que entra para a empresa espera ter o apoio da organização para atender suas expectativas e necessidades econômicas, sociais e emocionais. Dependendo da percepção que tiver, o funcionário construirá em sua mente outra imagem da organização. Diante do sentimento da pessoa em relação à sua organização, o clima pode ser saudável ou doentio, quente ou frio, negativo ou positivo, satisfatório ou insatisfatório. Por isso, está diretamente relacionado com o nível de motivação de seus participantes.

Em termos práticos: o clima organizacional depende das condições econômicas da empresa, do estilo de liderança utilizada, das políticas e valores existentes, da estrutura da organização, das características das pessoas que participam da empresa, das percepções que os funcionários têm dela, do grau de motivação das pessoas, do ramo de atividade da empresa (negócio) e do estágio de vida da empresa.

Há diferenças básicas entre os conceitos de clima e cultura organizacional, como indica no quadro síntese:




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Módulo 03 – Mudança organizacional

Em termos práticos: o clima organizacional depende das condições econômicas da empresa, do estilo de liderança utilizada, das políticas e valores existentes, da estrutura da organização, das características das pessoas que participam da empresa, das percepções que os funcionários têm dela, do grau de motivação das pessoas, do ramo de atividade da empresa (negócio) e do estágio de vida da empresa.

Há diferenças básicas entre os conceitos de clima e cultura organizacional, como indica no quadro síntese:

Clima organizacional
Cultura organizacional
Não indica formas de atuação e de pensamentos institucionais Aponta os modos institucionalizados de agir e de pensar
Mapeia o ambiente interno Constituem sistemas de referências simbólicas que moldam as ações de seus membros segundo um certo figurino
Apreende as reações dos funcionários, incluindo suas satisfações e insatisfações pessoais Tanto a construção como as mudanças na cultura organizacional são mais profundas
Diante das exigências que o ambiente externo provoca, deve-se procurar formar conjunto de soluções relativas à sobrevivência, à manutenção e ao desenvolvimento da organização Tem natureza mais lenta que o clima organizacional
Tem natureza mais transitória que a cultura organizacional Sempre deve ser considerada em longo prazo
Pode ser administrado a médio ou em curto prazo


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Módulo 03 – Mudança organizacional

3 - A Mudança

É preciso considerar que as mudanças não significam algo benéfico ou maléfico, adequado ou inadequado. A natureza e a direção das mudanças dependem da ideologia e das premissas da organização.

Já é lugar comum dizer que o mundo passa por mudanças de todas as formas. Por isso, mudança remete à natureza extremamente dinâmica do ambiente que envolve as organizações. Com o aparecimento das forças externas à empresa ou de pressões internas, surge a necessidade da mudança organizacional.

Simplificando, a mudança organizacional é a transformação do comportamento do indivíduo, grupo ou da organização. Os processos de mudança organizacional são as maneiras como as mudanças se realizam: podem ser impostos de cima para baixo ou podem ser participativos, dependendo da filosofia organizacional. Porém, não são raras as recomendações mais lúcidas de que a mudança organizacional não deve ser imposta, mas, planejada, porque se trata de processo contínuo, que pode levar anos para consolidar-se.



Forças externas

São exemplos de forças externas as diretrizes governamentais, inovações tecnológicas, a forte concorrência, dentre outros.



Pressões internas

São forças que apresentam responsabilidades sobre as mudanças. A insatisfação dos clientes internos, a modificação nos processos de trabalho e a variação no estilo gerencial (dentre outros fatores) podem influenciar no clima organizacional e provocar mudanças na cultura da organização.



Tela 34
Módulo 03 – Mudança organizacional

Para que as organizações se adaptem a mercados novos, vejam oportunidades para seu produto ou serviço, convém centralizar ou descentralizar suas estruturas gerenciais, desenvolvendo programas inovadores para o treinamento de seus funcionários. Muitas se arrastam, sem mudanças, por muitos anos. O reconhecimento e a aceitação das forças externas ou internas para a mudança é o elemento-chave à previsão de mudanças.

Forças externas - As forças externas para a mudança são a identificação da necessidade por mais, menos ou diferentes produtos, bens e/ou serviços. As necessidades e os desejos do consumidor mudam; as empresas concorrentes modificam suas estruturas de promoção ou de precificação; variações ocorrem no poder de compra de vários consumidores. O gerente e a organização que evitam a identificação dessas mudanças podem ser ultrapassados por outros que enxergam a tendência e adaptam suas operações para aproveitar oportunidades no mercado.

Forças internas - a primeira força interna para a mudança é a estrutura do poder ou o organograma da empresa. Por exemplo: os sistemas de controle mais descentralizados, a estrutura formal de autoridade mais flexível, os canais de informações transparentes e efetivos e sistemas de recompensas benéficos tendem a influenciar os gerentes a desenvolver ideias para a mudança e até implementá-las. Considere a organização com sistemas rígidos de controle, estrutura de poder e de decisão hierárquica inflexível e o sistema fraco de aumento salarial por merecimento. Esses atributos organizacionais, individualmente ou em combinação, podem representar obstáculos consideráveis para o desenvolvimento e/ou a implementação de mudanças. É possível que uma situação de crise venha a descongelar a organização.

A segunda força, a favor ou contra a mudança, é a força das pessoas, muitas das quais preferem a abordagem do mesmo negócio de sempre e resistem às mudanças. Mas, elas resistem simplesmente por não ceder? Medo do desconhecido ou visão de algo perturbador na mudança que outros não perceberam? Já outras pessoas, ansiosas por ideias novas, estão sempre buscando novas e melhores maneiras de agir. Elas buscam mudar por mudar? Por que viram algo que outros não enxergaram? Surge então o conflito e a necessidade de intervenção para resolver esse impasse.



Precificação

Tem o objetivo de criar sistemática para possibilitar o conhecimento de todos os custos e despesas da empresa, a fim de estabelecer o equilíbrio. Isso assegura que a empresa tenha capacidade de pagar os gastos previstos e padronize os valores cobrados.



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Módulo 03 – Mudança organizacional

Para ter mudança organizacional é preciso que a cultura organizacional seja transformada e o clima organizacional seja levantado. Os executivos desavisados pensam que é possível mudar a cultura organizacional; porém, na prática, ela não é decretada e sim transformada.

A cultura organizacional envolve conjunto de elementos psicossociais, como normas, valores, recompensas e poder, sendo atributo intrínseco da organização. Por isso, o processo de mudança é difícil, exigindo cuidado e tempo. Não se determina dia e hora para o início da mudança organizacional, pois implica em trabalhar a cultura e o clima da empresa.

Se esse trabalho não se realizar, poderá haver conflito entre o que se deve preservar do passado e incorporar do presente. Isso ocorre de forma lenta e gradual. Não basta o grupo resolver criar novos padrões simbólicos para que isso aconteça, em processo de mágica. Esse procedimento de incorporação caracteriza-se por luta entre os que buscam preservar a cultura existente e os que pretendem implantar novos valores.

A implantação da mudança organizacional traz a opção por determinado curso de ação em detrimento de outro; não requer, necessariamente, consenso. Dessa forma, o relacionamento entre os valores postulados pelo novo arranjo formal pode ir ao encontro dos valores existentes, acarretando a preservação de algo útil; a alteração é lenta e gradual, podendo ou não acarretar uma mudança nos padrões simbólicos (Young, 1989).

As chances de as mudanças serem aceitas e desenvolvidas por um grupo dependem, essencialmente, da relação entre os valores postulados pela nova estratégia e os valores já existentes na organização. Os valores introduzidos pela mudança organizacional podem ser antagônicos aos tradicionais (valores novos opostos aos antigos). Quando isso acontece, é muito raro que tais novos valores sejam absorvidos. Talvez porque sejam mais entendidos como a morte da organização do que grande mudança cultural.

No entanto, não necessariamente, os valores introduzidos são antagônicos aos tradicionais; podem simplesmente ser distintos dos antigos. Assim, ao invés de serem destruídos os valores preexistentes, amplia-se o núcleo dos valores.



Tela 36
Módulo 03 – Mudança organizacional

4 - Reações à mudança

Mudança organizacional engloba o futuro, sinônimo do desconhecido, que traz incertezas. Cada mudança produz reações que oscilam entre a adesão e a resistência.

As mudanças de comportamento exigem alterações de atitudes, que são influenciadas pelos grupos sociais. Por isso, os motivos das reações frente às mudanças das formas de agir devem ser examinados dentro da hierarquia de cinco níveis de complexidade: 1) nível do indivíduo; 2) nível de grupo; 3) nível da organização; 4) nível do ecossistema; e 5) nível da sociedade.


1) Nível do indivíduo
– É necessidade inata pessoal manter-se estimulado(a), tornar-se curioso(a) e sempre estar buscando novidade em seu ambiente, principalmente se esse é de natureza estável (por isso, pouco estimulador). Isso se explica por que, com a repetição, as coisas deixam de ser novidades (“habituação”) e acabam cansando. Porém, quando o indivíduo se defronta com a possibilidade de qualquer mudança, prevê situações futuras com efeitos desconhecidos e promessas incertas, sendo natural que isso provoque certo grau de ansiedade. A consequência é o medo e a desconfiança inicial a qualquer proposta de alterações, que pode ser seguida de resistências em graus variáveis.

Tanto a curiosidade quanto a insegurança são reduzidas ou ampliadas pela aprendizagem das experiências passadas, em todos os campos da vida. Muitos participantes não só aceitam como buscam mudanças, enquanto outros, diante de toda e qualquer alteração, veem uma série de perigos. Por isso, é importante que o administrador conheça os seus subordinados, pares e superiores hierárquicos, pois precisará lidar com toda diversidade de reações. Também nesse processo reaparece a necessidade de fluxo de comunicação transparente, que leva às pessoas informações completas e fundamentais.



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Módulo 03 – Mudança organizacional


2) Nível de grupo
– Se, por um lado, o indivíduo ganha por pertencer à comunidade em razão da sinergia alcançada, por outro, perde em virtude de os outros membros lhe restringirem o comportamento. Com isso, a atitude do participante pode ser desfavorável a certas mudanças, apenas para não resistir aos companheiros que não acreditam nelas. Essa pressão social para conformar também ocorre no sentido inverso: obriga o membro a aderir à mudança, embora tenha convicções que se opõe a ela.

Dois fatores influenciam o grau da pressão social para conformar:

  • a coesão do grupo que, quanto maior for, mais os membros exercerão pressão sobre o companheiro, para que se posicione contra ou a favor da alteração pretendida, dependendo do posicionamento grupal;
  • a figura do “líder de opinião”, assim chamado o membro que exerce grande influência na formação ou na mudança das atitudes dos outros.



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Módulo 03 – Mudança organizacional


3) Nível da organização
- Nesse nível, examina-se apenas o fato de o sucesso ou não da mudança proposta ser influenciado pelos acontecimentos passados. Assim, a história da organização determina, antes de iniciar o novo processo, atitudes favoráveis ou contrárias às alterações dos seus participantes. Faz parte dos processos mentais do indivíduo supor que o curso de acontecimento do passado seja repetido no futuro. Com isso, o sucesso ou insucesso de determinada mudança fica registrado na mente dos funcionários, criando expectativas da repetição das consequências anteriores para qualquer nova tentativa de mudança. Como os novos dirigentes e, também, os consultores de empresa desconhecem os eventos passados da organização, eles não compreenderão resistências surgidas contra mudanças, mesmo que beneficiem os próprios participantes.


4) Nível do ecossistema - As características do ambiente externo à organização têm grande influência na fixação das subculturas dos participantes. Os relacionamentos das unidades administrativas são como ecossistemas mutáveis; elas aceitam mais facilmente as mudanças. Quanto mais mutável for determinado fator ecológico importante para a organização, mais os seus participantes aceitarão mudanças, pois se habituaram com faixas de tolerâncias indefinidas e localização variável do ponto forte.



5) Nível da sociedade
- As sociedades desenvolvem normas e crenças peculiares. Qualquer tentativa de mudança organizacional que contrarie frontalmente uma dessas variáveis culturais irá encontrar barreiras.



Tela 39
Módulo 03 – Mudança organizacional

Resumo

Cultura organizacional é o conjunto de valores expressos por rituais, hábitos e crenças comuns aos membros de uma instituição que, por sua vez, produzem normas de comportamento genericamente aceitas por todos. Não se limita às normas formais; regras não escritas tomam forma no ambiente organizacional. Aponta os modos institucionalizados de agir e de pensar; constitui sistemas de referências simbólicos, que moldam as ações de seus membros segundo certo figurino. A cultura organizacional é construída por diversas subculturas, porque o ambiente da empresa é plural e os seus membros não são agentes passivos que apenas absorvem os significados predominantes na organização; são agentes ativos na criação e transformação desses significados.

Clima organizacional reflete os efeitos da cultura organizacional e retrata o ambiente interno da organização, principalmente o nível de motivação dos funcionários. Não indica formas de atuação e de pensamentos institucionais; mapeia o ambiente interno; apreende as reações dos funcionários, incluindo suas satisfações e insatisfações pessoais; procura formar conjunto de soluções relativas à sobrevivência, à manutenção e ao crescimento da organização para responder as exigências que o ambiente externo provoca; tem natureza mais transitória que a cultura organizacional e pode ser administrado a médio ou em curto prazo.

Diante dessas características e elementos, cultura e clima organizacional não se confundem.

Mudança organizacional é a transformação do comportamento de um indivíduo, grupo ou organização. Devido ao contexto ambiental dinâmico, surgem forças externas à organização, bem como pressões internas que geram a necessidade da mudança organizacional:

Forças externas identificam as alterações dos desejos, necessidades e poder aquisitivo dos consumidores, trazendo a necessidade de cuidar mais de perto das mudanças realizadas pela concorrência (de estrutura, precificação etc.).

Forças internas são: 1) tipo de estrutura do poder ou o organograma da empresa - quanto mais rígida e inflexível, menor a chance de as mudanças serem implementadas e aceitas; 2) força das pessoas da empresa – refere-se à tendência de algumas delas serem resistentes às mudanças e de outras buscarem o novo.

Cultura organizacional e mudança organizacional - A cultura organizacional envolve o conjunto de elementos psicossociais de difícil trato, o que exige uma série de cuidados e tempo para serem trabalhados. Para haver mudança organizacional é preciso que a cultura organizacional seja transformada e o clima organizacional analisado. A cultura organizacional não é simplesmente “mudada”, muito menos por decreto; ela é transformada, cuidadosamente, no decorrer de um longo tempo.

Reações às mudanças – A mudança organizacional pode gerar incertezas diante do desconhecido. Normalmente, as pessoas reagem aderindo ou resistindo às mudanças. Os grupos sociais influenciam as mudanças de comportamento para haver alterações de atitudes. Ao serem analisados os motivos das reações às mudanças, é preciso considerar a hierarquia de cinco níveis de complexidade: 1. nível do indivíduo; 2. nível de grupo (pressão do grupo e da liderança desse grupo sobre o indivíduo); 3. nível da organização (fatos organizacionais passados influenciam a reação); 4. nível do ecossistema (influência do ambiente externo à organização); e 5. nível da sociedade (a cultura da sociedade interfere no tipo de mudança organizacional).



Unidade 4 Módulo 4
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Módulo 04 – Novos paradigmas gerenciais

1 - Introdução

O estudo da administração estratégica abrange grande leque de autores. Para cada posicionamento, há sempre nova proposta que as organizações devem adotar para sobreviverem ou se expandirem no mercado. Assim, as empresas se tornam “laboratórios” das teorias que surgem a todo o momento.

As escolas de pensamento administrativo, com perspectivas diversas, se desenvolveram, em épocas distintas na história da administração, encontram-se em fases diferentes da evolução teórica. Nos últimos anos, foram apresentados novos paradigmas gerenciais com lógica mais voltada para a complexidade organizacional dos dias atuais.


Palavras-chaves têm sido incorporadas ao vocabulário empresarial e nova abordagem do planejamento, do nível estratégico ao operacional, tomou forma no interior das empresas.


Palavras-chaves

Como inovação, competitividade, qualidade e foco no cliente – a administração participativa, o espírito empreendedor, a gestão holística, as alianças e parcerias etc.




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Módulo 04 – Novos paradigmas gerenciais

2 - Modelos de administração diretivo e participativo

Autoridade, obediência, liderança, disciplina e autonomia são ingredientes que se combinam em várias dosagens para influenciar o comportamento das pessoas nas famílias, grupos, organizações e sociedades. Em todos os grupos sociais, esses ingredientes estão sempre presentes, em maior ou menor proporção.

Há dois modelos básicos de administração que usam tais componentes em dosagem diferente: 1) o modelo diretivo; 2) o modelo participativo.

Comparação entre o modelo diretivo e o participativo

1) Diretivo (tradicional)
2) Participativo (atual)

  • Usa predominantemente a autoridade formal e seus mecanismos para obter a obediência.
  • Predomínio da liderança, da disciplina e da autonomia.

  • Subordinado não tem liberdade para discutir problemas com superiores.

  • Subordinado tem abertura para discussões com seus superiores.

  • Assume atitudes desfavoráveis em relação à empresa.

  • Sua motivação baseia-se na participação das pessoas.

  • Informação de cima para baixo, distorcida e imprecisa.

  • Informação correndo livremente em todos os sentidos.
  • Processo de interação limitado.

  • Processo de interação livre, em que as pessoas influenciam os objetivos.

  • Decisão centralizada no topo da organização (alta administração).
  • Decisão ocorre em todos os níveis.

  • O chefe não pode ser questionado e dispõe de instrumentos coercitivos para reforçar seu papel.
  • Processo de liderança envolve confiança entre superiores e subordinados.

  • Definição de metas feita apenas no topo da organização, sem a participação dos níveis inferiores.
  • Definição participativa de metas.
  • Controle centralizado.

  • Controle disperso, baseado no autocontrole.
  • Pessoas que se comprometem com as metas de desempenho.

  • Metas elevadas de desempenho, aceitas por todos (as pessoas são responsáveis por seus próprios comportamento e desempenho).


Mecanicista

Sistemas mecânicos são estruturas adaptadas a situações estáveis, caracterizadas pela hierarquia de controle e autoridade rígida, padronização de procedimentos e interações verticais de seus membros.




Orgânico

Sistemas Orgânicos são adequados às variações de mercado e às tecnológicas. Caracterizam-se por estrutura flexível e fragmentada e contínua redefinição de procedimentos. As interações ocorrem quando surgem as necessidades.




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Módulo 04 – Novos paradigmas gerenciais

3 - Novos paradigmas gerenciais

Os alunos que buscam textos relativos à administração encontram leitura, geralmente, enfadonha. Além disso, a maioria apresenta múltiplas receitas de sucesso e de modismos empresariais. Esperando superar esse incômodo, pontos importantes das atuais ideias gerenciais administrativas (tidas como novos paradigmas) serão retomados. Estudo sério não deve abrir mão da abordagem de assuntos considerados relevantes.

As pressões para a incorporação de modelos de gestão, algumas vezes totalmente inadequados às condições socioeconômicas e culturais brasileiras, são provenientes tanto de fatores internos quanto externos às organizações. Pode-se até pensar que há o predomínio do valor simbólico de modernidade atribuído à necessidade da atualização gerencial. Também há o temor de ser ultrapassado pelos concorrentes. Além disso, não se pode desconsiderar a disseminação feita das mais diversas formas que elogiam os gurus organizacionais, bem como o exemplo das empresas pioneiras, particularmente norte-americanas, na adoção de novas abordagens gerenciais administrativas, durante o século XX.

As mudanças no papel dos gerentes são traduzidas em novos paradigmas gerenciais. Os pontos em comum entre tais paradigmas é que, embora os gerentes continuem desempenhando os papéis de autoridade e responsabilidade pelas decisões, o processo administrativo pode e deve ser distribuído em toda a estrutura. Assim, todos participam da administração e os gerentes coordenam esse processo administrativo.



Paradigmas

São modelos ou padrões que servem como marcos de referência, para explicar e ajudar as pessoas a lidar com situações. No campo da administração, os paradigmas são, principalmente, premissas ou hipóteses que ajudam a entender as organizações e que orientam a maneira de administrá-las. Nesse caso, paradigma significa doutrina.




Século XX

Houve grande disseminação de pensamentos administrativos. A mudança de contexto provocou o surgimento de novos conceitos e técnicas de administração. No paradigma tradicional, não há administração sem chefes, nem vice-versa. Por causa desse vínculo, as empresas que cresceram na última década tornaram-se cheias de chefes especializados, organizados em hierarquias complexas.




Tela 43
Módulo 04 – Novos paradigmas gerenciais

Os principais novos paradigmas gerenciais.

As mudanças no papel dos gerentes são traduzidas em novos paradigmas gerenciais. Os pontos comuns entre tais paradigmas é que, embora os gerentes continuem desempenhando os papéis de autoridade e responsabilidade pelas decisões, o processo administrativo pode e deve ser distribuído em toda a estrutura

Gestão Japonesa


Antecedentes – o Japão, após a 2ª Guerra, precisava recuperar-se e abrir espaço no mercado internacional, oferecendo produtos competitivos.

ideias centrais – Filosofia da Qualidade Total (Deming) e trabalho em equipe voltados para a satisfação do cliente.

Principais características gerenciais:

  • equipes autogerenciadas para solucionar problemas de trabalho (Círculos de Controle de Qualidade - CCQ)
  • garantida a qualidade do trabalho (Controle da Qualidade Total - CQT);
  • otimização da produção pela gestão de estoques (just in time);
  • filosofia para contínuo aprimoramento;
  • produtos customizados para atender os segmentos de mercados (flexibilidade da manufatura).


Tela 44
Módulo 04 – Novos paradigmas gerenciais

Gestão Participativa


Antecedentes – As empresas ocidentais, a partir da década de 1970, se “apropriam” das propostas de gestão japonesa, principalmente dos Círculos de Controle da Qualidade (CCQs).

Ideias centrais – comprometimento do indivíduo com os resultados e a participação de todos no processo de administrar.

Principais características gerenciais

  • atuação do gestor que incentive a participação de todos no processo administrativo. Essa participação deve gerar o comprometimento individual com os resultados, mensurados pela qualidade, eficácia e eficiência.
  • O gestor deve estar preparado para:
    • “perder” parcialmente seu “poder”;
    • delegar autoridade;
    • promover a autonomia das equipes, gradualmente (empowerment).

Principais objetivos do modelo gerencial participativo:

  • Melhorar a qualidade dos processos, do clima de trabalho e da produtividade e tornar flexível a utilização dos recursos.

Gestão Empreendedora

 

Antecedentes – Diante do esgotamento do tradicional modelo de gestão, a partir da década de 1980, as empresas americanas viram a necessidade de recuperar sua competitividade frente às empresas japonesas.

Ideias centrais:

. equipes empreendedoras (unidades de negócios) buscam a inovação voltada para a visão do cliente;
. o estilo gerencial é empreendedor e busca a inovação;
. gestão estratégica e orientação empreendedora;
. a remuneração é variável e prevê a participação nos lucros e resultados da empresa.

Principais atributos de um gerente empreendedor (Pereira, 1999):

. trata as questões estratégicas organizacionais de forma interativa;
. administra adequadamente as conturbações do ambiente;
. tem capacidade administrativa para consolidar planos;
. desenvolve adequado processo de autocontrole e de controle gerencial

Principais características gerenciais:
. o gerente é um empreendedor que alavanca equipes empreendedoras;
. a prática gerencial tem por base as unidades de negócios;
. a relação organizacional se dá por meio de alianças e parcerias estratégicas, terceirização, redes verticais e horizontais internas de integração etc.




Tela 45
Módulo 04 – Novos paradigmas gerenciais

Gestão de Competência

Antecedente – A questão das competências é controversa. Esse tipo de gestão é, na atualidade muito discutido, principalmente diante da evolução e intensificação tecnológica nos últimos anos.

Ideias principais:

  • o desempenho empresarial é resultado do modo como a organização mobiliza e aplica recursos para atender às necessidades e expectativas da sua clientela;
  • enfoca os recursos empresariais internos (recursos humanos, financeiros e materiais) para alavancar diferenciais competitivos que a concorrência terá dificuldades para “copiar”;
  • propõe metodologia de avaliação do desempenho individual e organizacional para identificar as lacunas entre as competências necessárias à consecução dos objetivos e as competências internas disponíveis na empresa.

    Principais características gerenciais:

  • para ter conhecimento abrangente dos ambientes externo e interno, o gerente atua de forma a transformar tecnologia, produtos e serviços em oportunidades de negócio;
  • atua além das fronteiras organizacionais, antecipando-se a fatos e tendências;
  • apresenta condições para trabalhar em equipes multifuncionais;
  • coordena e lidera equipes, aceitando e conciliando as diferenças, além de exercer o papel de facilitador dos processos, provocador de motivação e do surgimento de talentos;
  • sabe lidar com os interesses dos concorrentes e com contradições e conflitos presentes no contexto organizacional e no seu ambiente (gerenciamento da complexidade);
  • apresenta disposição para mudanças, flexibilidade e adaptabilidade (competências gerenciais essenciais), o que significa orientação para inovação e a criatividade e contínua abertura para renovar estratégias e processos (gerenciamento da adaptabilidade);
  • planeja em ambientes de incertezas e transições e lida com transformações contínuas, valorizando a autonomia, a transparência e a ética profissional (gerenciamento da incerteza);
  • busca o autodesenvolvimento e age como educador dos demais, desenvolvendo-os e treinando-os, o que contribui para a aprendizagem organizacional (gerenciamento do aprendizado).
  • Grandes desafios enfrentados - Poucas empresas brasileiras apresentam condições de implementar o modelo no seu todo. O que vem ocorrendo é a aplicação de alguns dos seus aspectos mais importantes. Outro desafio está na dificuldade de associar o desempenho necessário às situações que ofereçam múltiplas oportunidades de crescimento profissional e estimulem as pessoas a desenvolver coletivamente competências e a compartilhá-las. Se não for assim, essa forma de gestão pode até “apresentar-se com uma roupagem moderna”, sem, de fato, representar “inovações nas práticas de gestão”. (Brandão & Guimarães, 2001).

Gestão do Conhecimento

Antecedentes – A partir das discussões sobre a Sociedade do Conhecimento, as organizações começaram a atentar para o conhecimento, não mais como recurso e sim mais experiente e importante.

Ideias centrais - A gestão do conhecimento preocupa-se em localizar e absorver o conhecimento dentro da empresa e passá-lo aos integrantes da empresa, de forma organizada. Além disso, procura criar a própria competência e construir uma rede de conhecimentos com o seu ambiente. O conhecimento perseguido é aquele que promove a inovação voltada para os objetivos organizacionais.

Principais características gerenciais:

  • propiciar condições para que ocorra a geração do conhecimento inovador – isso exige saber lidar com o erro;
  • promover ambiente que incentive e facilite o compartilhamento do conhecimento.

Desafios a enfrentar:

  • a gestão do conhecimento tem se configurado como um dos principais diferenciais de sucesso das empresas modernas; entretanto, apresentará uma aplicação superficial se aplicado indiscriminadamente nas organizações brasileiras;
  • da mesma forma que a gestão de competências, ainda não existem, na maioria de nossas empresas, as condições organizacionais totalmente favoráveis à aplicação de princípios e das práticas gerenciais voltadas para a gestão do conhecimento;
  • essa proposta só se concretizará se a administração dos recursos humanos estiver inserida no aprendizado organizacional. Por isso, os profissionais dessa área precisarão desenvolver, mais do que nunca, novas habilidades, competências e conhecimentos, continuamente, além de promover programas voltados ao desenvolvimento de todos esses elementos para os demais integrantes da empresa.


Tela 46
Módulo 04 – Novos paradigmas gerenciais

Administração Holística


Antecedentes – A partir da 2ª metade da década de 1980, as organizações passam a buscar modelo gerencial que integrem os interesses do capital, do trabalho e da sociedade (Oliveira, 1999).

ideias centrais:

  • trabalho em policélulas autônomas de produção construirá a visão do todo (holos) da empresa;
  • “achatamento” de níveis hierárquicos e de cargos;
  • intensa comunicação lateral.

Principais características gerenciais:

  • desenvolvimento de equipes com estruturas policelular (organização estruturada em sistemas de células de trabalho autogerenciadas).
  • gerenciamento capaz de promover:
  • o comprometimento de todos os participantes;
  • o funcionamento de equipes autogerenciadas (células autônomas de produção);
  • satisfação no trabalho;
  • promoção de carreiras não especializadas (rodízios de funções).



Tela 47
Módulo 04 – Novos paradigmas gerenciais

Administração Virtual


Antecedente – A partir da década de 1990, houve busca das empresas pela flexibilidade organizacional, por meio das parcerias externas e internas. Tal flexibilização ocorreu em devido a intensificação das negociações realizadas sem a necessidade da presença física das pessoas, nasceu a organização virtual e sua respectiva administração.

ideia central – Uma rede competitiva de empresas no formato de parceria temporária (network) garante a sobrevivência da organização.

Principais características gerenciais:
. busca de parceria temporária entre duas ou mais empresas orientadas para o mesmo mercado;
. compartilhamento de resultados e dos custos;
. tomada de decisão com base na tecnologia da informação.

Desafios a enfrentar:
. supõe o trabalhador a distância, detentor de competências necessárias para desempenhar seu papel no formato virtual. Mais uma vez, as empresas brasileiras não estão preparadas para implementar essa forma de atividade. As organizações (e os próprios sindicatos) ainda trabalham com a cultura do ponto (eletrônico ou não);
. a estratégia das parcerias ainda está em fase de desenvolvimento, apresentando dificuldades para ser consolidada.



Tela 48
Módulo 04 – Novos paradigmas gerenciais

Os principais pontos em comum dos novos modelos de gestão são:



Tela 49
Módulo 04 – Novos paradigmas gerenciais

Resumo

Os modelos administrativos diretivo, participativo e os mais novos paradigmas gerenciais.
Modelo diretivo (tradicional) – Tem forte uso dos mecanismos da autoridade formal para obter a obediência e administração centralizada. São organizações classificadas como mecanicistas.
Modelo participativo (atual) – Predomina a liderança, a disciplina e a autonomia. As pessoas são responsáveis por seu próprio desempenho. Essas organizações classificam-se como orgânicas.

Novos paradigmas gerenciais

1. Gestão Japonesa –Trabalho em equipe, voltado para a satisfação do cliente e a Filosofia da Qualidade Total (Deming). As principais características gerenciais são as equipes autogerenciadas, just in time e busca pelo contínuo aprimoramento da qualidade dos processos/produtos.
2. Gestão Participativa - Comprometimento do indivíduo com os resultados, participação de todos no processo de administrar. As principais características gerenciais são atuações estimuladoras da participação de todos no processo administrativo, comprometimento individual e preparação do gestor para trabalhar com o empowerment.
3. Gestão Empreendedora - Unidades de negócios com foco no cliente sob a liderança empreendedora, em busca da inovação. Perfil empreendedor das lideranças voltadas para alavancagem de equipes empreendedoras. Além disso, alianças e parcerias estratégicas, terceirização, redes verticais e horizontais internas de integração, dentre outros.
4. Gestão de Competências – Ênfase no desempenho empresarial como resultado da forma como a organização mobiliza e aplica recursos para atender às necessidades e expectativas da sua clientela; focaliza os recursos empresariais internos para gerar diferenciais competitivos; propõe metodologia de avaliação do desempenho individual e organizacional para identificar as lacunas entre as competências necessárias e as competências internas disponíveis na empresa. Atuação que vai além das fronteiras organizacionais, transforma tecnologia, produtos e serviços em oportunidades de negócio e apresenta capacidade para o trabalho em equipes multifuncionais. Capacidade para gerenciar a complexidade, a adaptabilidade, as incertezas, o aprendizado e condições para conciliar as diferenças e exercer o papel de facilitador dos processos, provocador de motivação; surgimento de talentos.
5. Gestão do Conhecimento - Preocupação em localizar e absorver o conhecimento dentro da empresa, sistematizá-lo para passá-lo aos demais membros. Busca pela criação do conhecimento e a construção de redes de conhecimentos com o mundo. As principais características gerenciais são as atuações que propiciem ambiente para o conhecimento inovador ser criado e promovam o compartilhamento do conhecimento.
6. Administração Holística - As ideias centrais dizem respeito ao trabalho em policélulas autônomas, o que traz a visão do todo (holos) da organização, à intensa comunicação lateral e à eliminação de níveis hierárquicos e de cargos. As principais características gerenciais são as atuações capazes de: promover o comprometimento e a satisfação no trabalho de todos os funcionários, o funcionamento de equipes autogerenciadas e favorecer a cultura de carreiras não especializadas.
7. Administração Virtual - A ideia central é a criação de uma rede de network (formato de parceria) voltada para garantir a sobrevivência da organização. As principais características gerenciais são a busca de parceria temporária entre duas ou mais empresas orientadas para o mesmo mercado, a divisão dos resultados e dos custos e a tomada de decisão com base na tecnologia da informação.