Segundo o Banco Mundial, em seu documento Governance and Development,
de 1992, a definição geral de governança é
"a maneira pela qual o poder é exercido na administração
dos recursos sociais e econômicos de um país visando
o desenvolvimento”, implicando ainda “a capacidade dos
governos de planejar, formular e implementar políticas e cumprir
funções”.
A governabilidade refere-se mais à dimensão estatal
do exercício do poder. Diz respeito às “condições
sistêmicas e institucionais sob as quais se dá o exercício
do poder, tais como as características do sistema político,
a forma de governo, as relações entre os Poderes, o
sistema de intermediação de interesses” (SANTOS,
1997, p. 342).
A população
mundial duplicou desde 1945, de 2,5 a 5,5 bilhões, e até
o ano
2010 terá duplicado novamente. O crescimento
demográfico mundial
parece estar realizando a profecia malthusiana
de um colapso universal inevitável.
A “nova
ordem mundial” exige novas concepções, novas estratégias
para lidarmos com a escala transnacional, um novo contrato social e político
mundial. Tudo isto acarreta a necessidade de elaborarmos novas formas
de governança
e de governabilidade
mundial.
Falar de
uma nova governabilidade, de novas formas de governança é,
hoje, uma preocupação generalizada. Esta preocupação
se deve à constatação de que as atuais concepções
políticas são inadequadas e estão plenamente desacreditadas.
Facilmente, constatamos que a desconfiança da opinião pública
em relação aos políticos e às instituições,
aos Governos e à Administração, quanto a sua credibilidade
e eficiência, é crescente, fato que ocasiona instabilidade
e incerteza.
Dados do relatório da ONU sobre desenvolvimento humano, publicado
em 1998:
os
20% mais ricos da população mundial são responsáveis
por 86% do total de gastos em consumo privado;
os
20% mais pobres respondem apenas por 1,3%;
mais
de um bilhão de pessoas não têm suas necessidades
básicas de consumo satisfeitas;
as
358 pessoas mais ricas do mundo já possuíam ativos
que superavam a soma da renda anual de países em que residiam
2,3 bilhões de pessoas, isto é, 45% de toda a população
do mundo.
Fonte:
ONU. Human Development Report 1998 - Changing today’s consumption
patterns — for tomorrow’s human development - "Overview".
Thomas Robert Malthus (1766-1834), economista inglês, é
autor do livro Ensaio sobre o princípio da população
(1798), no qual afirma que a produção de alimentos cresce
em produção aritmética enquanto a população
cresce em ordem geométrica, disto decorre que a fome e a pobreza
são duas fatalidades contra as quais nada pode ser feito.