| Outro
aspecto causador de dificuldade em nosso sistema, é o fato de o nosso
quadro partidário caracterizar-se pela mutabilidade que se deve,
em parte, ao sistema de representação proporcional de lista
aberta, no qual o número de votos individuais obtidos pelo candidato
é o fator definidor de seu lugar na lista partidária.
Em nosso sistema, a competição eleitoral tem lugar entre candidatos e não entre partidos, pois os eleitores votam no candidato individual. Decorre, portanto, que os parlamentares tendem a atuar como agentes políticos individuais que podem, por conseguinte, passar de um partido para outro tantas vezes quiserem. Mais um ponto a ser considerado é que, embora a sociedade brasileira
seja bastante diversificada, o sistema partidário não reflete
essas clivagens; em decorrência disto, os partidos são mais
frágeis como canais de representação e os interesses
sociais necessitam buscar outras formas de expressão, muitas vezes
naquilo que chamamos “bancadas”: membros de vários
partidos formando grupos que, algumas vezes, atuam de forma mais efetiva
do que os partidos. Se o sistema partidário não concilia a divisão – que é inerente à própria ideia de partido político – com a agregação (coesão interna), não há sentido em se falar em partidos. Estes, dados os problemas identificados no sistema, deixam de ter centralidade na negociação política. |
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