| Unidade 4 | Módulo 1 | Tela 1 |
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- Expectativas do investidor
Qualquer pessoa que tenha uma poupança ou uma disponibilidade financeira (por menor que seja seu valor) pode efetuar um investimento, dele esperando obter o seguinte:
Todo investidor busca a otimização de três aspectos básicos em um investimento: retorno; prazo e proteção. Vejamos o diagrama que indica o que se deve avaliar em um investimento:
Assim, ao avaliar o investimento, o participante do mercado deve estimar sua rentabilidade, liquidez e grau de risco. |
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Tela 2 |
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Dentre os vários tipos de investimentos, podemos citar aqueles que envolvem a aquisição de bens imóveis, como terrenos e habitações. Porém, a compra de um imóvel já existente não constitui investimento para a economia como um todo, sendo apenas uma transferência de propriedade. Os objetivos do investidor em imóveis são geralmente distintos daqueles almejados pelos que procuram aplicar em valores mobiliários, sobretudo no que se refere ao fator liquidez entre um e outro investimento.
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Tela 3 |
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2 - Mercado de Capitais Você deve se lembrar que já vimos vários aspectos importantes do Mercado de Capitais. Agora, retomaremos alguns desses aspectos já vistos para conhecermos outras dimensões deste mercado. No mercado de capitais, os principais títulos negociados são os representativos do capital de empresas — as ações — ou de empréstimos tomados, via mercado, por empresas — debêntures conversíveis em ações, bônus de subscrição e títulos comerciais ou “commercial papers”—, que permitem a circulação de capital para custear o desenvolvimento econômico. O mercado de capitais abrange, ainda, as negociações com direitos e recibos de subscrição de valores mobiliários, certificados de depósitos de ações e demais derivativos autorizados à negociação. |
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Tela 4 |
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Com os recursos necessários, as empresas têm condições de investir em novos equipamentos ou no desenvolvimento de pesquisas, melhorando seu processo produtivo, tornando-o mais eficiente e beneficiando toda a comunidade. No mercado primário, conforme demonstrado na figura a seguir, o investidor em ações contribui para financiar a produção de bens, dos quais ele também é consumidor. Como acionista, ele é sócio da empresa e se beneficia da distribuição de dividendos sempre que a empresa obtiver lucros.
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Tela 5 |
| Essa mecânica
da democratização do capital de uma empresa e da participação
em seus lucros permite ao investidor adquirir ações de emissão
nova, ou seja, no mercado primário. Para tanto, deverá procurar
um banco, uma corretora ou uma distribuidora de valores mobiliários,
que participem do lançamento das ações pretendidas.
Para operar no mercado secundário de ações, é necessário que o investidor se dirija a uma sociedade corretora membro de uma bolsa de valores, na qual funcionários especializados poderão fornecer os mais diversos esclarecimentos e orientação na seleção do investimento, de acordo com os objetivos definidos pelo aplicador.
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Tela 6 |
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3 - Negociação das Ações
O investidor em ações é um coproprietário da sociedade anônima da qual é acionista, participando dos seus resultados. As ações são conversíveis em dinheiro, a qualquer tempo, pela negociação em bolsas de valores ou no mercado de balcão. Podem ser escriturais ou representadas por cautelas ou certificados. Existem dois tipos de ações: as ordinárias e as preferenciais, como vemos no quadro abaixo.
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Tela 7 |
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Estes ativos podem ser emitidos na forma nominativa, por meio de cautelas ou certificados que apresentam o nome do acionista, cuja transferência é feita com a entrega da cautela e a averbação de termo, em livro próprio da sociedade emitente, identificando novo acionista. Quando uma ação nominativa é emitida no formato escritural, as ações não são representadas por cautelas ou certificados, e funcionam como uma conta corrente, na qual os valores são lançados a débito ou a crédito dos acionistas, não havendo movimentação física dos documentos. |
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Tela 8 |
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- Dividendos e Bonificações
A rentabilidade destes títulos é variável e parte dela é composta de dividendos (ou participação nos resultados) e benefícios concedidos pela empresa, sendo que uma parte advém da posse da ação e a outra parte eventual ganho de capital na venda da ação.
Representando a participação nos resultados de uma sociedade, os dividendos são distribuídos em dinheiro, em percentual a ser definido pela empresa, de acordo com os seus resultados, referentes ao período correspondente ao direito. Porém, nem sempre há estabelecimento do valor dos dividendos no estatuto da empresa. Quando uma empresa obtém lucro, em geral é feito um rateio, que destina parte deste lucro para reinvestimentos, parte para reservas e parte para pagamento de dividendos. |
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Tela 9 |
| Além
disso, as empresas, na distribuição de resultados aos seus
acionistas, podem optar por remunerá-los por meio do pagamento de
juros sobre o capital próprio, em vez de distribuir dividendos, desde
que sejam atendidas determinadas condições estabelecidas em
regulamentação específica.
A modalidade de bonificação em ações advém do aumento de capital de uma sociedade, mediante a incorporação de reservas e lucros, quando são distribuídas gratuitamente novas ações a seus acionistas, em número proporcional às já possuídas. Excepcionalmente, além dos dividendos, uma empresa poderá conceder a seus acionistas uma participação adicional nos lucros, por meio de uma bonificação em dinheiro. Vejamos as tabelas comparando um patrimônio de empresa antes e depois da bonificação. |
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Tela 10 |
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Tela 11 |
O valor unitário das ações negociadas no mercado pode ser alterado em função dos dividendos, dos splits, desdobramentos, filhotes e bonificações. O preço com – direito e ex–direito de bonificação é dado pela fórmula:
Vejamos um exemplo:
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Tela 12 |
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Os direitos de subscrição permitem aos acionistas adquirirem novo lote de ações — com preferência na subscrição — em quantidade proporcional às possuídas, em contrapartida à estratégia de aumento de capital da empresa. Como não é obrigatório o exercício de preferência na subscrição de novas ações, o acionista poderá vender a terceiros, em bolsa, os direitos que detém. Como ocorreu com os proventos anteriores, quando uma empresa lança novas ações, a um preço diferente do que o de cotação das ações antigas, a resultante será uma alteração de preços. O preço ex-subscrição é dado por:
Vejamos outro exemplo: |
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Tela 13 |
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Tela 14 |
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| A
negociação no mercado à vista de ações
e os mercados das bolsas
Nos mercados das bolsas, a negociação no mercado à vista de ações é feita para pagamento (quase) à vista. As operações de compra e de venda no mercado à vista de ações são pagas e recebidas em 3 dias úteis após a realização do negócio. O valor a ser pago em uma compra de ações é calculado com base na quantidade de títulos X cotação (preço de compra) = valor negociado. Ao valor negociado é acrescida a corretagem (de 0,5 a 2 %) mais a taxa ANA (aviso de negociação de ações) que totaliza o valor a ser pago na liquidação. O valor a ser pago em uma venda de ações é calculado
com base na quantidade de títulos X cotação (preço
de venda) = valor negociado. |
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Tela 15 |
O funcionamento do mercado na bolsa envolve os investidores, as corretoras e os operadores de pregão conforme representa o diagrama a seguir.
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Tela 16 |
| Resumo
Vimos como funciona o mercado a vista, procurando entender as expectativas dos participantes do mercado que buscam segurança, rentabilidade, valorização, proteção, desenvolvimento econômico e liquidez. Os investidores, por sua vez, focam sua análise na obtenção de retorno, prazo adequado e proteção contra perdas. Estes conceitos estão associados às diversas formas de emissão dos títulos, que podem ser públicos ou privados, e de curto médio ou longo prazo. Estas formas vão permitir a avaliação da relação risco e retorno de cada título. Os títulos são negociados no mercado de capitais. Os principais títulos representativos do capital de empresas são: as ações; as debêntures conversíveis em ações; os bônus de subscrição os títulos comerciais ou “commercial papers”. O mercado de capitais também contempla as negociações com direitos e recibos de subscrição de valores mobiliários, certificados de depósitos de ações e demais derivativos autorizados para serem negociados. Abarca o mercado primário e o secundário. No mercado primário, o investidor, ao comprar ações, torna-se um acionista sócio da empresa e recebe o benefício dos dividendos quando a empresa obtiver lucros. As ações (títulos de renda variável que representam a menor fração do capital da empresa emitente) podem ser nominais ou preferenciais. A rentabilidade das ações varia, sendo ela composta de dividendos (ou participação nos resultados) e de benefícios concedidos pela empresa. Os dividendos são distribuídos em dinheiro, em percentual a ser definido pela empresa, conforme os resultados obtidos. Quando uma empresa obtém lucro, em geral é feito um rateio. As empresas também podem optar pelo pagamento de juros sobre o capital próprio, em vez de distribuir dividendos. Além dos dividendos, uma empresa poderá conceder a seus acionistas uma participação adicional nos lucros, por meio de uma bonificação em dinheiro. A evolução da tecnologia tem alterado a forma de funcionar do mercado, fato que o torna cada vez mais dinâmico, com maior oferta de possibilidades e de acesso. Estas mudanças requerem que os analistas tenham clareza para calcular a taxa de retorno dos seus investimentos e comparar as diferentes oportunidades. |
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| Unidade 4 | Módulo 2 | Tela 17 |
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- Títulos Derivativos
Vamos agora tratar de Opções que são contratos derivados de ações, portanto são derivativos. Esta modalidade envolve direitos de compra ou de venda de um lote de ações (opções sobre o preço de ações), a um preço determinado ou preço de exercício, durante um prazo estabelecido (vencimento). Uma opção dá direito ao seu comprador de comprar ou vender ações por um preço previamente estabelecido e dentro de certo prazo. Derivativos são contratos derivados de ativos reais ou financeiros e sua história remonta à Idade Média, embora acontecimentos mais marcantes tenham acontecido no século XVII. Seu objetivo sempre foi de oferecer mecanismos de proteção contra a oscilação de preços para aqueles que atuam nos mercados à vista. Naquela época, os principais agentes eram produtores e comerciantes de produtos agropecuários.
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Tela 18 |
| Os títulos
derivativos, ou simplesmente derivativos, são os contratos financeiros
cujos valores derivam dos valores de ativos financeiros subjacentes (como
títulos). Exemplos de títulos derivativos incluem opções
de ações e contratos financeiros futuros discutidos a seguir
em maior detalhe.
O valor de cada título derivativo tende a se relacionar com o valor do título subjacente, de modo que seja entendido pelas empresas e pelos investidores. Em consequência, os títulos derivativos permitem às empresas e aos investidores assumir posições com base em suas expectativas de movimentos nos ativos financeiros subjacentes.
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Tela 19 |
| Em particular,
os investidores costumam especular quanto aos movimentos esperados no valor
do ativo financeiro subjacente sem ter de comprar o ativo financeiro. Em
muitos casos, um investimento especulativo na posição derivativa
pode gerar um retorno muito superior ao do mesmo investimento no ativo financeiro
subjacente. Entretanto, tal investimento também resultará
em um nível muito maior de risco para os investidores.
Os títulos derivativos são usados não só para assumir posições especulativas, mas também para proteção ou para reduzir a exposição a riscos. Por exemplo, as empresas afetadas adversamente pelos movimentos das taxas de juros podem assumir determinada posição nos títulos derivativos para compensar os efeitos dos movimentos das taxas de juros. Ao reduzir a exposição de uma empresa a certa força externa, os títulos derivativos podem ter seu risco reduzido.
Os títulos derivativos são negociados em trocas especiais e por meio de sistemas de telecomunicação. Instituições financeiras como bancos comerciais e corretoras de valores facilitam a negociação de títulos derivativos, encontrando compradores e vendedores. Nos últimos
anos, os títulos derivativos, tais como opções de
compra e venda de ações e contratos de futuros financeiros,
têm se tornado muito popular entre os investidores. Os títulos
derivativos não representam dívida nem capital próprio,
mas derivam suas características de outros ativos financeiros.
São usados pelos investidores para capitalizar as mudanças
esperadas nos valores de ativos subjacentes. |
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Tela 20 |
| Tipos
de Títulos Derivativos
Dois dos tipos mais comuns de títulos derivativos são as opções e os futuros financeiros. As opções serão abordadas a seguir, mais detalhadamente, e os futuros financeiros como referência. Por enquanto, vejamos o quadro abaixo comparando ambos:
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Tela 21 |
| 2
- Opções de compra e venda
Antes de entrarmos no estudo do funcionamento das Opções de compra e venda, vejamos, abaixo, a nomenclatura do mercado de opções:
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Tela 22 |
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Para se adquirir uma opção sobre ações paga-se ao vendedor um prêmio. Os prêmios das opções são negociados em Bolsa. Sob a forma escritural, sua negociação é realizada em bolsa de valores. A rentabilidade é dada em função da relação preço/prêmio, existente entre os momentos de compra e venda das opções. Vejamos no quadro, abaixo, as especificidades da opção de compra e da opção de venda.
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Tela 23 |
Explicando melhor uma opção de compra:
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Tela 24 |
Como
é possível ter diferentes posições, tanto
titulares como lançadoras em opções de compra e/ou
opções de venda podem formar diversas estratégias
neste mercado, segundo a maior ou menor propensão do investidor
ao risco. Também tanto o titular quanto o lançador, sempre,
poderão negociar suas opções no mercado a qualquer
tempo, até a data do vencimento.
Os investidores podem obter opções de compra estilo norte americano ou europeu de bolsas norte americanas, embora as opções estilo norte americano sejam mais comuns, inclusive no mercado brasileiro. Lembramos, porém, que tanto os titulares como os lançadores de opções (de compra ou de venda) podem, a qualquer instante, sair do mercado, pela realização de uma operação de natureza oposta. |
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Tela 25 |
Vamos, agora, simular um exemplo de operações básicas com opções, começando com a compra de uma opção de compra – garantia de preço.
O comprador pagou R$ 12.244,80 para ter a opção de comprar 1.000 ações da Petrobras PN no dia 21/06/2004, ao preço de R$ 140,00. No dia 21/06/04, o comprador exercerá seu direito de comprar as ações se o preço a vista das ações estiver maior que R$ 152,00. |
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Tela 26 |
Portanto, o lucro ou prejuízo potencial do titular está representado no gráfico a seguir.
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Tela 27 |
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Conceitualmente, a taxa de retorno mede a velocidade com que o investidor terá um aumento (ou diminuição) na sua riqueza. Então o retorno – R – de um período é o percentual que a riqueza do investidor cresceu ou diminuiu. Vejamos o exemplo de uma taxa de retorno se o preço da ação no mercado a vista estiver a R$ 160,00, vinculado ao exemplo anterior:
R = R$ 19.592,00 – R$ 12.244,80 / R$ 12.244,80 = 60 %. Por outro lado, se o preço da ação no mercado a vista estiver a R$ 146,00 o comprador terá um prejuízo de:
R = R$ 5.877,60 – R$ 12.244,80 / R$ 12.244,80 = -52 %. |
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Tela 28 |
Neste exemplo podemos observar que o lançador da opção transferiu para o comprador o risco do preço da ação flutuar para mais ou menos, garantindo o seu preço de venda a R$ 152,00. Esta garantia só é valida para os lançadores de opções que tiverem as ações e quiserem vendê-las naquela data. Como muitos investidores especulam com opções, ou seja, lançam opções sem ter as ações (lançador descoberto), estes sim, correm o risco de flutuação no preço.Vejamos o gráfico a seguir:
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Tela 29 |
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| 3
- Estratégias de modalidades operacionais
Considerando que a partir deste ponto, o universo de possibilidade para negociar com opções se expande exponencialmente, vamos citar os principais exemplos de operações com derivativos, cientes de que estes não esgotam as inúmeras possibilidades que surgem no mercado a cada dia.
As operações em margem são modalidades operacionais em bolsas de valores, no mercado a vista, pela qual o investidor pode vender ações emprestadas por uma corretora, venda em margem, ou tomar dinheiro emprestado numa corretora para a compra de ações. Temos também o financiamento com opções de compra, que consiste na compra de ações no mercado a vista e venda de opções de compra com preço de exercício maior. Esta estratégia pode ter o objetivo de fazer fluxo de caixa para ganhar juros ou de reduzir o custo de uma carteira de ações. |
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Tela 30 |
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Podemos citar ainda as Opções de Compra Não padronizadas, que é uma opção de Warrant de compra não padronizada, em geral de longo prazo, emitida por instituições detentoras de posições expressivas de valores mobiliários como debêntures, commercial paper etc. Além destas estratégias temos a compra em margem, da Conta Margem, que consiste na aquisição de ações no mercado a vista com recursos financiados por uma sociedade corretora. Uma venda em margem representa uma operação de empréstimo de ações em uma sociedade corretora, para sua venda subsequente pelo investidor. O mercado oferece ainda Opções Referenciadas em Dólar. Nessa modalidade, o preço de exercício é expresso em pontos, sendo que cada ponto equivale a um centésimo da taxa de câmbio real por dólar norte-americano, divulgada pelo Banco Central do Brasil. Semelhante às opções referenciadas em dólar o mercado oferece as Opções sobre o Índice Bovespa que proporcionam a seus possuidores o direito de comprar ou vender um Índice Bovespa até (ou em) determinada data. Tanto o prêmio como o preço de exercício dessas opções são expressos em pontos do índice, cujo valor econômico é determinado pela BOVESPA (atualmente R$ 1,00). Outras estratégias são a de trava ou spread de alta com opções de compra ou trava ou spread de baixa com opções de venda. Ambas estratégias têm por objetivo produzir um fluxo de caixa para ganhar juros. A partir do mercado de opções, portanto, verificamos que outras estratégias são possíveis e na maioria das vezes buscam auferir ganhos ou proteger contra perdas.As inúmeras possibilidades de negociação não se esgotam nas apresentadas e variam conforme a criatividade e capacidade de suportar riscos dos investidores. |
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Tela 31 |
| Resumo
Os contratos financeiros cujos valores derivam dos valores de ativos financeiros subjacentes são chamados de derivativos. O valor de cada título derivativo tende a se relacionar com o valor do título subjacente. Os investidores optam por esta modalidade visando especular sobre o comportamento do preço daquele ativo sem ter que comprá-lo. Este tipo de investimento especulativo pode gerar tanto um retorno muito superior ao do mesmo investimento no ativo financeiro subjacente quanto uma perda correspondente. Por outro lado, estes títulos derivativos podem ser usados para proteção ou para reduzir a exposição a riscos. Por exemplo, as empresas afetadas adversamente por movimentos nas taxas de juros podem assumir uma determinada posição nos títulos derivativos, que compense os efeitos dos movimentos das taxas de juros. Ao reduzir a exposição de uma empresa a certa força externa, os títulos derivativos podem ter seu risco reduzido. Os tipos mais comuns de títulos derivativos são as opções e os futuros financeiros. Opções são contratos que dão aos portadores a oportunidade de comprar ou vender um ativo específico (em geral ações) em condições específicas e são classificadas como opções de compra e opções de venda. Os contratos de futuros financeiros são acordos entre duas partes, em que uma vende e a outra compra um instrumento financeiro específico em uma data futura especificada. Percebemos que as possibilidades para os investidores especularem ou se protegerem contra riscos aumentam conforme o mercado se especializa e exigem informações mais precisas e na hora certa. Neste ponto, o investidor pode se arriscar investindo por conta própria no mercado ou selecionar um fundo e somente acompanhar o retorno dos seus investimentos, sem ter que vivenciar os sobressaltos diários dos movimentos dos preços dos ativos financeiros. |
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| Unidade 4 | Módulo 3 | Tela 32 |
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| 1 - Alternativas
de Investimento
Neste módulo, aprofundaremos o estudo sobre o CBLC, iniciado no módulo anterior, além de apresentarmos outros ainda não estudados que são importantes fontes de informações. Atualmente, muitos investidores não dispõem do tempo e expertise necessários para atuar como home broker, tomando decisões de compra e venda e efetuando as análises financeiras, técnicas e fundamentalistas de cada empresa que compõem a sua carteira de ações. Para tanto, os fundos de investimentos surgem como alternativa mais viável para os investidores. Da mesma forma como medimos o retorno dos investimentos em ações específicas, temos também a possibilidade de acompanhar o desempenho dos fundos, medindo e comparando rentabilidades.
Como exemplo, os clubes de investimentos surgem como instrumentos de participação dos pequenos e médios investidores no mercado de ações, que podem ser administrados por uma sociedade corretora, distribuidora, banco de investimento ou banco múltiplo com carteira de investimento. A participação é feita pela aquisição de quotas iguais, representativas de uma parcela do patrimônio do clube e sua rentabilidade depende do desempenho dos títulos componentes de sua carteira.
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Tela 33 |
Outro clube
de investimento, o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço –
FGTS –, caracteriza-se pelo condomínio constituído exclusivamente
por pessoas físicas, que o utilizem para aplicar parcela de seu FGTS
na aquisição de cotas de Fundos Mútuos de Privatização-FGTS.
As cotas do Clube de Investimento-FGTS correspondem a frações
ideais em que se divide o seu patrimônio, assumindo a forma escritural
e assegurando a seus detentores direitos iguais.
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Tela 34 |
| Os Fundos
Mútuos de Investimento em Ações-Carteira Livre são
constituídos sob a forma de condomínio aberto ou fechado.
Trata-se de uma comunhão de recursos destinados à aplicação
em carteira diversificada de títulos e valores mobiliários.
Deverão manter, diariamente, no mínimo 51% do seu patrimônio
aplicado em ações e opções sobre índices
de ações. O Fundo Mútuo de Ações é
uma forma de investimento que aplica, diariamente, no mínimo 51%
de seu patrimônio em ações.
Já o Fundo de Investimento Financeiro (FIF) é um fundo de investimento constituído sob a forma de condomínio aberto, cujo patrimônio destina-se à aplicação em carteira diversificada de ativos financeiros e demais modalidades operacionais disponíveis no âmbito do mercado financeiro. Para fins de resgate, suas quotas devem ser atualizadas a intervalos mínimos de 30 dias, contados a partir da data de emissão. O Fundo de Investimento Financeiro-Curto Prazo tem sua constituição regida pelas mesmas normas do Fundo de Investimento Financeiro (FIF), com a diferença de que este fundo admite o resgate de quotas a qualquer tempo, com rendimento diário.
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Tela 35 |
| O mercado
oferece também um Fundo de Aplicação em Quotas de Fundos
de Investimento Financeiro que tem por objetivo exclusivo a aplicação
de recursos em quotas de fundos de investimento financeiro e demais fundos
de investimento que vierem a ser especificados.
Já o Fundo Imobiliário é um tipo de fundo de investimento constituído sob a forma de condomínio fechado, cujo patrimônio é destinado a aplicações em empreendimentos imobiliários. As quotas desses fundos, que não podem ser resgatadas, são registradas na CVM, podendo ser negociadas em bolsas de valores ou no mercado de balcão.
Outro fundo, o Fundo Mútuo de Investimento em Empresas Emergentes é constituído sob a forma de condomínio fechado, sendo uma comunhão de recursos destinados a aplicação em carteira diversificada de valores mobiliários de emissão de empresas emergentes. |
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Tela 36 |
| Tal como
nos clubes de investimento, a rentabilidade de um fundo mútuo é
dada em função do comportamento dos títulos que compõem
sua carteira.
O Fundo Mútuo de Privatização–FGTS é constituído sob a forma de condomínio aberto, sendo uma comunhão de recursos destinados à aquisição de valores mobiliários no âmbito do Programa Nacional de Desestatização e de Programas Estaduais de Desestatização. É formado, exclusivamente, por recursos de pessoas físicas participantes do FGTS, diretamente ou por intermédio de clubes de investimento. Suas cotas são integralizadas, exclusivamente, com recursos integrantes da conversão parcial dos saldos do FGTS dos respectivos participantes. Outra modalidade de investimento diversificado é a que reúne várias ações num Recibo de Carteira Selecionada de Ações – RCSA, recibo este que representa uma carteira preestabelecida de ações, cujas quantidades são fixadas e perfeitamente conhecida antes de sua constituição. Os papéis integrantes dos RCSAs devem ser depositados em custódia antes de sua emissão e, uma vez constituídos, os recibos são negociados na BOVESPA como se fossem um título qualquer, com seu valor sendo determinado pelo mercado.
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Tela 37 |
| 2
- Compensação, liquidação, custódia e
controle de risco
Percebemos que o mercado persegue o objetivo de tornar mais simples o acesso de pequenos investidores usando da criatividade dos que precisam de recursos para financiar suas atividades. Esta criatividade é limitada pela legislação que regula o mercado. Observamos também que o processo de globalização permite um intenso intercâmbio entre países, o que deu uma crescente importância ao mercado acionário no cenário financeiro internacional. Seguindo essa tendência mundial, os países em desenvolvimento procuram abrir suas economias para poder receber investimentos externos. Assim, quanto mais desenvolvida é uma economia, mais ativo é o seu mercado de capitais.
Por ser um canal fundamental na captação de recursos que permitem o desenvolvimento das empresas, gerando novos empregos e contribuindo para o progresso do País, o mercado acionário também se constitui em uma importante opção de investimento para pessoas e instituições. |
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Tela 38 |
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| Neste contexto,
a credibilidade das bolsas de valores é de fundamental importância
para assegurar a liquidez e minimizar o risco das operações.
Esta necessidade de dotar o mercado de capitais brasileiro de estrutura
moderna e eficiente para a realização das atividades de compensação,
liquidação, custódia e controle de risco fez surgir
instituições que buscam garantir a liquidação
e custódia dos títulos.
CBLC - Como principal exemplo de formas de aumentar a credibilidade do mercado, destacamos o da Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia – CBLC que é responsável pela liquidação e controle de risco das operações realizadas na BOVESPA, seja nos mercados a vista e de liquidação futura.
Além disso, a CBLC assumiu o Serviço de Custódia Fungível que era executado pela BOVESPA, tornando-se responsável pela sua prestação aos participantes do mercado. |
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Tela 39 |
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A CBLC foi lançada com um capital de aproximadamente R$ 200 milhões e é responsável pela liquidação de 95% do mercado brasileiro de ações. O Serviço de Custódia CBLC responde pela guarda de mais de 6 trilhões de ações de companhias abertas, debêntures e certificados de investimento. O mercado participa dos serviços de liquidação oferecidos pela CBLC através de Agentes de Compensação Plenos ou de Agentes de Compensação Próprios.
A Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia é responsável pela administração do Serviço de Custódia Fungível CBLC, que vinha sendo prestado desde 1974 pela Bolsa de Valores de São Paulo. O Serviço de Custódia Fungível CBLC é um produto dinâmico e em constante expansão, desenvolvimento e aperfeiçoamento. Além de atuar como depositária de ações de companhias abertas, a estrutura dos sistemas utilizados pelo Serviço de Custódia CBLC foi desenvolvida para prover o mesmo tipo de serviço para outros instrumentos financeiros como, por exemplo, certificados de privatização, debêntures, certificados de investimento, quotas de fundos imobiliários e títulos de renda fixa. |
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Tela 40 |
A maior parte dos valores em custódia na CBLC é mantida em forma escritural, uma vez que atualmente no Brasil poucas companhias ainda emitem certificados físicos. O Serviço de Custódia Fungível busca a qualidade total dos seus processos.
Todas as operações realizadas na BOVESPA devem ter o investidor final identificado pelas corretoras que atuam como seus intermediários. Essa informação é confidencial, sendo seu acesso restrito apenas aos funcionários responsáveis pelo monitoramento do mercado. À medida em que os títulos são entregues, mediante instruções dos Agentes de Compensação, o Serviço de Custódia CBLC transfere estes títulos da conta do titular vendedor ao titular comprador. A entrega das ações é feita com base na quantidade bruta negociada, ou seja, operação por operação.
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Tela 41 |
Os pagamentos são feitos por meio da Central de Custódia e Liquidação Financeira de Títulos - CETIP. A CETIP opera em todo o país por intermédio de uma rede própria de comunicação eletrônica, que conecta quase todas as instituições financeiras brasileiras, inclusive o Banco Central do Brasil. A CBLC possui um acordo com a CETIP para a viabilização dos pagamentos relativos às operações.
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Tela 42 |
| 3
- Análise dos índices de ações
Conhecidos os conceitos básicos que estão subjacentes aos
índices de ações podemos iniciar o tema de análise
dos índices de ações utilizados no mercado de ações
brasileiro, sendo que vamos exemplificar a metodologia e o funcionamento
do mais tradicional índice do mercado de ações no
Brasil, o Índice Bovespa ou, simplesmente, o IBOVESPA.
Utilizando uma metodologia de fácil acompanhamento pelo mercado, o Índice Bovespa representa fielmente não só o comportamento médio dos preços das principais ações, como também, o perfil das negociações realizadas no mercado à vista. Do ponto de vista da liquidez do mercado de ações, a carteira de mercado do IBOVESPA é integrada pelas ações que, em conjunto, representam 80% do volume negociado no mercado à vista. Do ponto de vista
da capitalização do mercado de ações as empresas
emissoras das ações integrantes da carteira teórica
do Índice Bovespa respondem, na média, por aproximadamente
70% do somatório da capitalização de todas as empresas
com ações negociadas na Bovespa.
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Tela 43 |
| A participação
de cada ação na carteira de mercado está diretamente
relacionada com a representatividade desse título no mercado à
vista, quer seja na quantidade, ou no volume em moeda corrente de negócios
realizados com cada ação, mas sempre ajustada ao tamanho da
amostra.
Para que a representatividade do IBOVESPA se mantenha ao longo do tempo, ao final de cada quadrimestre civil – abril, agosto e dezembro, é feita uma reavaliação das ações que compõem a carteira do mercado, sempre com base nos 12 meses anteriores, onde se identificam as alterações na participação relativa de cada ação na carteira.
Após esta reavaliação, monta-se a nova carteira do mercado, atribuindo-se a cada ação um novo peso, de acordo com sua nova participação apurada A carteira teórica do IBOVESPA tem vigência de quatro meses, vigorando para os quadrimestres de janeiro a abril, maio a agosto e setembro a dezembro. |
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Tela 44 |
| O cálculo
diário do IBOVESPA é feito em tempo real, considerando-se,
instantaneamente, os preços de todos os negócios efetuados
no mercado à vista, com as ações componentes de sua
carteira.
A apuração do IBOVESPA nada mais é do que o somatório dos pesos (a quantidade teórica da ação na carteira de mercado multiplicada pelo último preço daquela ação) das ações integrantes de sua carteira teórica, através da seguinte fórmula:
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Tela 45 |
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Assim, para que uma ação seja incluída na carteira teórica do Ibovespa (carteira do mercado) é necessário que ela atenda, simultaneamente, aos seguintes critérios, sempre com relação aos 12 meses anteriores à formação da carteira:
Por outro lado, uma vez que uma ação seja selecionada para participar da carteira do mercado, ela só deixará de ser incluída nesta carteira, quando não conseguir atender a pelo menos dois dos critérios anteriormente mencionados, além disso, as ações de empresas que estiverem sob regime de concordata preventiva, processo falimentar, situação especial ou sujeitas a prolongado período de suspensão de negociação não poderão fazer parte do IBOVESPA. |
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Tela 46 |
| Resumo
Ao invés de se especializar e praticar as técnicas de análise de investimento para selecionar empresas com potencial de elevada rentabilidade e tomar decisões de compra e venda, os investidores utilizam os fundos de investimentos. Estes fundos permitem aos investidores, grandes ou pequenos, selecionar indicadores de rentabilidade dos fundos, cujos administradores se preocupam em oferecer os retornos mais competitivos. Estes fundos podem ser administrados por uma sociedade corretora, distribuidora, banco de investimento ou banco múltiplo com carteira de investimento que oferecem quotas iguais, representativas de uma parcela do patrimônio do clube e sua rentabilidade depende do desempenho dos títulos componentes de sua carteira. Além dos fundos mútuos, temos os clubes de investimentos
com suas particularidades, que incluem a possibilidade de gerir os recursos
do FGTS de pessoas físicas, dentro de limites autorizados em lei.
Podem também gerir uma Carteira Livre de ações ou
de Investimento Financeiro de longo, médio ou curto prazo como
prazo para resgate de quotas assim como os fundos Imobiliários
ou os Fundos que investem em Empresas Emergentes. O acesso de pequenos investidores ao mercado de ações está cada vez mais simples inclusive com possibilidades de intercâmbio no mundo globalizado, no qual países competem para receber investimentos que geram empregos e fortalecem o desenvolvimento do país. A estrutura para controlar e minimizar os riscos dos investidores passa a ter papel fundamental na construção da credibilidade das bolsas de valores, que no caso do Brasil é de responsabilidade da Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia – CBLC – que, juntamente com a Central de Custódia e Liquidação Financeira de Títulos – CETIP -, viabilizam os pagamentos relativos às operações de forma integrada e em tempo real. Finalmente analisamos a forma de cálculo dos índices, com o exemplo do IBOVESPA e sua metodologia. |
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| Unidade 4 | Módulo 4 | Tela 47 |
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- A missão do Mercado de Capitais
Vamos agora abordar o papel que o Mercado de Capitais tem como importante instrumento de apoio ao crescimento do país, na medida em que oferece alternativa consistente de financiamento da atividade produtiva e de investimento atrativo para os agentes econômicos da sociedade. A missão do mercado de capitais é de fundamental importância para o desenvolvimento de uma sociedade. A experiência internacional demonstra que a combinação de um mercado de capitais ativo com um sistema bancário eficiente promove crescimento econômico e competitividade em nível internacional. Além de promover o desenvolvimento, a sua ineficácia pode comprometer o desenvolvimento do país, através de fatores tais como a funcionalidade, a imagem e a atratividade do mercado de capitais. Estes fatores refletem na credibilidade de um país e na avaliação de risco feita pelos investidores e agências de avaliação.
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A contribuição do mercado de capitais, por meio de sua operação eficiente e transparente, ocorre quando:
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- Características de um Mercado de Capitais Forte
Um mercado de capitais robusto é um mecanismo fundamental para a formação e alocação de capital de forma eficiente e no montante adequado para o financiamento do crescimento econômico. Vejamos o quadro apresentando algumas características iniciais de um mercado de capitais forte:
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De fato, uma das tarefas primordiais do mercado de capitais é a distribuição de risco entre os capitalistas. Vejamos o funcionamento da distribuição de risco:
Similarmente, maiores escalas de produção têm exigido a fusão de companhias, o que depende necessariamente de liquidez no mercado acionário para que as ações mantenham o seu valor no processo de troca. As parcerias, caracterizadas pelo aporte conjunto de capital de risco em um dado empreendimento, similarmente, dependem de um mercado de capitais forte que garanta liquidez suficiente para a efetivação da abertura de capital, bem como de uma boa porta de saída no caso de dissolução da parceria.
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- Relação entre Mercado de Capitais e Desenvolvimento Econômico
Para se obter avanço no desenvolvimento econômico de um país, é necessário:
Os desafios do desenvolvimento de um mundo globalizado, no entanto, transcendem os avanços no campo econômico. O progresso tecnológico e a eficiência do capital humano são, cada vez mais, fatores restritivos para a inserção competitiva dos países no cenário mundial. Em outras palavras, a produtividade passou a ser a palavra de ordem para a compatibilização entre crescimento e estabilidade.
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Tela 52 |
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- Fatores estimuladores do crescimento da produtividade
Os fatores que estimulam o crescimento da produtividade passam a ser a prioridade de uma agenda de desenvolvimento para os Países. Vejamos o diagrama abaixo sobre estes fatores:
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- O Caso do Brasil
As modificações que poderiam trazer avanços para o mercado de capitais brasileiro são várias e estão sendo perseguidas, nos últimos anos, pelos governos no poder executivo. Em primeiro lugar, temos a reforma tributária que deveria buscar reduzir as distorções sobre a formação de capital. Em particular, observamos que a CPMF - Contribuição Provisória sobre Movimentação ou Transmissão de Valores e de Créditos e Direitos de Natureza Financeira, incidente sobre transações financeiras, criou enorme custo para as operações em bolsa de valores, reduzindo a competitividade do mercado de capitais brasileiro até julho de 2002, quando deixou de incidir sobre as operações com ações realizadas em bolsa de valores. Outro fator que inibiu e ainda inibe o crescimento das operações de crédito e encarece a capitalização das empresas são as altas taxas de juros.
Do ponto de vista institucional, seria
importante o estímulo aos fundos previdenciários, instrumento
importante em nível mundial para o estímulo à poupança
de longo prazo e para alocação de capital na economia produtiva.
De fato, apesar das melhoras, a participação dos fundos
de pensão no PIB é ainda incipiente no Brasil vis a vis
os países mais desenvolvidos. |
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Finalmente, cabe grande discussão sobre a difusão de princípios de Governança Corporativa. Um outro ponto relevante no caso brasileiro trata das mudanças na Lei 6.404/76, a antiga Lei das Sociedades Anônimas.
Nesse particular, a nova Lei das Sociedades por Ações, a Lei 10.303/01, prevê a possibilidade de os acionistas minoritários elegerem e destituírem um membro do conselho de administração da sociedade; e outras modificações. Estas mudanças tendem a garantir uma receita aos acionistas minoritários, ou situações nas quais vinham sendo excluídos de qualquer benefício. |
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Tela 55 |
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Tendo em vista que apenas 10% dos investimentos das sociedades anônimas abertas no Brasil foram obtidos por meio de recursos adquiridos no mercado de valores mobiliários, a nova lei 10.303/01 teve por objetivo a reversão desse panorama, com a criação de condições legais para o incremento do mercado de capitais.
O que se pretendeu com as alterações do antigo texto da Lei das Sociedades por Ações foi atrair os investidores, visando tornar possível o efetivo financiamento da atividade produtiva das sociedades abertas brasileiras, por meio do mercado de valores mobiliários, alterando sua atual imagem predominantemente especulativa. Outras
mudanças, igualmente importantes, dizem respeito ao novo sistema
de relação entre ações ordinárias e
preferenciais; a alteração dos direitos conferidos às
ações preferenciais; a volta do direito de recesso; as novas
regras para o fechamento
branco, dentre outras. |
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Tela 56 |
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Outro ponto relevante foi o que estimula a entrada no mercado de capitais, a partir da criação de garantia de não exploração no momento do fechamento de capital, a instituição de cláusula de extensão do prêmio de controle ou “tag-along” na hipótese de venda de controle e reforço ao papel da CVM. O estímulo ao aumento da participação de ações ordinárias e o fortalecimento das vantagens econômicas dos detentores de ações preferenciais é aspecto importante da nova lei. Isto envolve:
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Tela 57 |
| A
nova Lei também inovou ao atribuir um novo “status” à
Comissão de Valores Mobiliários – (“CVM”).
A partir da entrada em vigor dessa nova Lei (1º de março de
2002), a CVM passa a ter personalidade jurídica e patrimônio
próprio, com independência administrativa e autonomia financeira
e orçamentária e passa a agir com características de
agência reguladora do Mercado de Valores Mobiliários, com a
intenção de tornar o mercado mais seguro e atrativo para os
investidores e potenciais investidores.
Se o objetivo final do governo é realmente o desenvolvimento do Mercado de Valores Mobiliários, através de mecanismos que estimulem o investimento, entende-se, apesar dos significativos avanços da nova Lei das Sociedades por Ações, que algumas outras medidas ainda deverão ser tomadas para que isso possa se concretizar. Dentre elas seria importante um movimento no sentido de:
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| Atualmente,
o mercado ganhou uma escala global e há a necessidade de se integrar
vários atores diferenciados. Os investidores em geral são
mais conscientes dos seus direitos e os investidores institucionais assumiram
papel bem mais importante. As fontes de financiamento público se
restringiram muito e o financiamento privado é a regra.
Finalmente, a demanda por transparência reforçou o papel das agências de análise de risco – agências de “rating”, que atuam de forma extremamente vigilante. A BOVESPA abriu uma nova frente de atuação
visando o desenvolvimento do mercado de capitais brasileiro chamado Novo
Mercado, objeto de discussão do próximo tópico.
Esta modalidade oferece para as empresas uma excelente oportunidade para
a captação de recursos a custos competitivos e para os aplicadores
um mercado mais seguro para o investimento de longo prazo. |
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Tela 59 |
Agências
de análise de risco – agências de “rating”
são empresas de avaliação e classificação
de riscos. Suas classificações de risco orientam investidores
quanto à qualidade dos títulos.
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Tela 60 |
Com o propósito de fortalecer o mercado de capitais, este Novo Mercado:
Por outro lado, os interesses dos investidores são:
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Tela 61 |
| Resumo
Apresentamos, neste módulo, o papel do Mercado de Capitais que é basicamente o de apoiar o crescimento do país, financiando a atividade produtiva e atraindo investimentos para os agentes econômicos da sociedade. A relação entre o mercado de capitais, sua missão e o desenvolvimento econômico é de fundamental importância para:
Verificamos também que a sua ineficácia, por outro lado, pode prejudicar o desenvolvimento do país, comprometendo sua credibilidade. O mercado favorece o crescimento econômico quando:
Apresentamos as principais propostas e medidas do Plano Diretor do Mercado de Capitais coordenado pela APIMEC - Associação dos Profissionais de Investimento no Mercado de Capitais -, plano este voltado para atingir o objetivo de um mercado de capitais forte e participante. Destacamos a importância dos ganhos de produtividade e da adequação do capital humano para a inserção competitiva dos países no cenário mundial como prioridade de uma agenda de desenvolvimento e citamos as mudanças em curso para o caso do Brasil, que passa pela reforma tributária, as altas taxas de juros e o estimulo que deve ser dado aos fundos previdenciários que hoje têm participação incipiente no PIB. Quanto à questão sobre a
difusão de princípios de Governança Corporativa e
transparência, apresentamos a nova frente de atuação
da BOVESPA visando o desenvolvimento do mercado de capitais brasileiro
chamado Novo Mercado. |
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