Módulo 1

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Módulo 01 – Planejamento Agregado na Cadeia de Suprimentos

1 - Planejamento Agregado

Vamos agora discutir o planejamento de pedidos dentro de uma cadeia de suprimentos nas quais diversas variáveis devem ser ajustadas de modo a diminuir os custos de determinada organização. O objetivo é observar a complexidade dos sistemas organizacionais nos quais a empresa deve ser administrada de forma integrada, já que adotar apenas uma política pode não ser a melhor solução.

De acordo com Chopra e Meindl, autores da obra Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos,


“o planejamento agregado é o processo pelo qual a empresa determina os níveis de capacidade, produção, subcontratação, estoque, esgotamento de estoque e até precificação, sobre um horizonte de tempo específico”.

Isso tudo é necessário porque em nosso mundo atual, a capacidade de produção, armazenagem, transporte etc. possuem custos que devem ser administrados.

Empresas eficazes devem saber tomar decisões a respeito dos níveis de capacidade de fabricação, antecipando-se à demanda e sabendo como atendê-la ao menor custo de modo a maximizar seus lucros. Esse é o objetivo principal do planejamento agregado. No exemplo que será tratado, o período considerado para gerenciamento é de 12 meses. Uma das restrições é que não há tempo suficiente para se investir em novos conjuntos de instalações para a produção.

Um dos problemas mais sérios enfrentados por muitas organizações é a sazonalidade da demanda. Isso significa que, para determinados produtos, a demanda oscila durante períodos do ano, o que torna mais complexo, porém, ao mesmo tempo mais necessário, o planejamento da produção.




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2 - Parâmetros Operacionais do Planejamento Agregado

Os principais parâmetros operacionais com os quais os planejadores lidam ao longo de um horizonte de tempo específico são:


  • Taxa de produção: o número de unidades concluídas por unidade de tempo (como por exemplo, por semana ou por mês).
  • Mão-de-obra: o número de funcionários necessários para a produção.
  • Horas extras: quantidade de horas extras previstas para a produção.
  • Nível de capacidade das máquinas: número de máquinas necessárias para a produção.
  • Subcontratação: a capacidade subcontratada exigida para o horizonte de planejamento.
  • Pedidos em atraso: demanda não atendida no período em que surgiu. Pode ser postergada para períodos futuros ou considerada como vendas perdidas.

Evidentemente o planejamento não termina aí. O planejamento de diferentes capacidades de produção ao longo de período implica também em mudanças na cadeia de suprimentos. Se um fabricante planejou um aumento na produção para um determinado período, o fornecedor e o transportador devem ser avisados sobre esse plano para que possam fazer os ajustes necessários aos seus próprios planos.

Como foi dito, o objetivo do plano agregado é atender à demanda de modo a maximizar os lucros da empresa, especificando um tempo futuro denominado horizonte de planejamento. Esse horizonte deve, por sua vez, ser dividido em unidades de tempo, normalmente semanas, meses ou trimestres. Geralmente, o planejamento agregado é utilizado para períodos de 3 a 18 meses.




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3 - Informações básicas para o Planejamento Agregado

É necessário definir todas as informações para realizar o plano e as decisões que deverão ser tomadas. Como exemplo, pode-se citar:

  • Previsão da demanda para cada período do horizonte de tempo;
  • Custos de produção:
    • Custos de mão-de-obra, período normal e custos de horas-extras;
    • Custos de subcontratação da produção;
    • Custos de contratações e demissões de mão-de-obra ou adequação de capacidade das máquinas.
  • Horas de mão-de-obra/máquina exigidas por unidade;
  • Custo de manutenção de estoque;
  • Custo de esgotamento de estoque ou pedidos em atraso;
  • Restrições:
    • Limites de horas-extras;
    • Limites de demissões;
    • Limites de capital disponível;
    • Limites de esgotamento de estoque e de pedidos em atraso.
  • Outras informações e/ou restrições.



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Essas informações subsidiam o desenvolvimento do plano agregado, auxiliando as empresas nas seguintes decisões:


  • Quantidade de produção a partir de carga horária normal, horas extras e horas de subcontratação: para determinar o número de funcionários e os níveis de compra dos fornecedores.
  • Estoque mantido: para determinar a quantidade de espaço no depósito e qual será o capital de giro necessário.
  • Quantidade de pedidos em atraso/esgotamento de estoque: para determinar quais serão os níveis de serviço do cliente;
  • Mão-de-obra contratada/demitida: para determinar possíveis questões trabalhistas.
  • Aumento/redução da capacidade de máquina: para determinar se será necessário comprar novos equipamentos para a produção.

O planejamento agregado é muito importante para as organizações, pois influi diretamente em sua rentabilidade. Planejamentos mal feitos podem provocar aumento de custos durante o horizonte de tempo, perda de vendas, excesso de estoques de produtos acabados, interrupções na produção/produção acelerada etc.




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4 - Estratégias do Planejamento Agregado

As estratégias do Planejamento Agregado consistem, basicamente, em manipular os custos de capacidade, estoque e pedidos em atraso. Um planejamento agregado que reduza um desses custos normalmente acarreta o aumento dos outros dois. Conseguir a combinação mais lucrativa é o objetivo do responsável pelo planejamento.

Essas combinações representam trade-offs, ou seja, são escolhas que implicam em "abrir mão" de certas vantagens em favor de outras. A essência do trade-off é a renúncia a algumas atividades, produtos, serviços ou áreas de atuação em benefício de outras. Escolhendo claramente atuar de um modo e não de outro, os gerentes tornam claras as prioridades da organização.


No geral, os trade-offs fundamentais disponíveis para o planejador acontecem entre os seguintes itens:

  • Capacidade (período normal de trabalho, horas-extras, subcontratação);
  • Estoque;
  • Pedidos em atraso/vendas perdidas.



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Essencialmente, existem três estratégias de planejamento agregado envolvendo trade-offs entre os itens citados:

1. Estratégia de acompanhamento – utilizando a capacidade como alavanca


Como funciona: a taxa de produção é sincronizada com a taxa de demanda alterando-se a capacidade das máquinas ou contratando e demitindo funcionários conforme a taxa de demanda sofre modificações.



Quando deve ser utilizada:
quando o custo de manutenção for muito alto e os custos para mudança nos níveis de capacidade e mão-de-obra forem baixos.



Impactos:
1. Dificuldade de alterar a mão-de-obra em curto espaço de tempo;
2. Aumento dos custos se a alteração da capacidade das máquinas for cara;
3. Desmotivação dos funcionários em função das demissões.




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2. Estratégia de flexibilidade de tempo da mão-de-obra ou da capacidade – a utilização tornando-se a alavanca


Como funciona: a mão-de-obra é mantida estável, mas o número de horas trabalhadas varia com o tempo na tentativa de sincronizar produção com demanda. A empresa pode utilizar quantidades variáveis de horas-extras ou ter um horário flexível para atingir essa sincronização.



Impactos:

  • Deve haver disponibilidade de capacidade nas máquinas para ser aproveitado;
  • Mão-de-obra estável e mais motivada;
  • Flexibilidade de horários.


Quando deve ser utilizada
: quando os custos de manutenção dos estoques forem relativamente altos e quando o custo da capacidade e das horas-extras for relativamente baixo.




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3. Estratégia de nível – utilizando o estoque como alavanca


Como funciona: a capacidade das máquinas e a mão-de-obra são mantidas estáveis a uma taxa constante de produção. A produção não é sincronizada com a demanda, o que faz os estoques oscilarem muito com o tempo.



Impactos
:

  • Risco de perda de vendas;
  • Possibilidade de aumento dos custos de manutenção de estoque;
  • Possibilidade de aumentar o número de pedidos em atraso.


Quando deve ser utilizada
: quando os custos de manutenção de estoque e os custos dos pedidos em atraso (incluindo imagem da empresa) são relativamente baixos.




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Exemplo – Planejamento Agregado para a empresa Fernat

A empresa Fernat comercializa um kit para jardinagem, composto de diversas ferramentas modulares, armazenadas em uma prática e bonita maleta plástica pré-moldada. A demanda pelos kits de jardinagem da Fernat é altamente sazonal, com picos durante a primavera, quando as pessoas plantam seus jardins e no Natal, quando são comprados para serem dados de presente.

A previsão de demanda para o próximo ano foi estimada com base nas demandas dos nos anteriores e é apresentada na Tabela e no Gráfico a seguir:

Mês
Demanda Prevista
1
Janeiro
1600
2
Fevereiro
1800
3
Março
2000
4
Abril
2000
5
Maio
1800
6
Junho
1500
7
Julho
1000
8
Agosto
2500
9
Setembro
3200
10
Outubro
3200
11
Novembro
2800
12
Dezembro
4000

Comportamento previsto para a demanda de kits da Fernat




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A Fernat vende cada kit aos varejistas por R$ 40,00. A empresa possui um estoque inicial de 100 kits e 30 funcionários contratados, que recebem um salário base de R$ 640,00 por mês e produzem, em média, 40 kits por mês (custo de R$ 18,00 por kit produzido).
É possível aumentar a produtividade dos funcionários pedindo-lhes horas-extras, mas há um custo adicional de 20%, passando de R$ 18,00 para R$ 21,60 por kit que exceda a média de 40. Se a média de produção por funcionário for menor que 40, o salário não é reduzido. No modelo, considera-se que há máquinas suficientes para qualquer nível de produção, portanto, não há limite para a contratação de funcionários.

Os clientes da Fernat não aceitam atrasos nas encomendas (portanto não é gerado backlog), por outro lado, a Fernat não subcontrata sua produção. Assim, caso não haja estoque suficiente para atender aos pedidos, estes são considerados como não atendidos e contabilizados a um custo de R$ 5,00 por kit. Todos os custos estão listados na tabela a seguir.

Item
Custo
Custo de material
R$ 10,00 por kit produzido
Custo de manutenção de estoques
R$ 2,00 por kit por mês
Custo de esgotamento de estoques
R$ 5,00 por unidade por mês
Custo de contratação e treinamento
R$ 300,00 por funcionário
Custo de demissões
R$ 500,00 por funcionário
Salário base
R$ 640,00 por funcionário (mínimo)
Hora-extra
R$ 27,00 por kit produzido

Considerou-se também o Estoque inicial de kits como de 100 unidades.

O objetivo do gerente da cadeia de suprimentos é obter um planejamento agregado da produção que atenda à demanda da maneira mais satisfatória possível, de modo a alcançar o maior resultado bruto acumulado ao final dos 12 meses. Para isso, será necessário trabalhar com três variáveis: o plano de contratação, o plano de demissões e a produção por funcionário.



Backlog, no contexto desse exemplo, significa controle de pedidos não atendidos para posterior execução.




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O gerente da cadeia de suprimentos já fez um primeiro teste com o planejamento mostrado a seguir.

a) Planejamento de Contratações

 

Mês
Plano de contratação
0
10
1
5
2
5
3
0
4
0
5
0
6
0
7
25
8
17
9
10
10
0
11
20
12
0

b) Planejamento de demissões

 

Mês
Plano de demissão
0
0
1
0
2
0
3
0
4
0
5
5
6
7
7
0
8
0
9
0
10
0
11
0
12
0

Plano de Produção por funcionário: 40 kits por mês




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5 - Políticas adotadas

É importante observar que o funcionário, depois de contratado, só entra na linha de produção no mês seguinte, sendo este atraso considerado como o tempo necessário de treinamento. Da mesma forma, os funcionários demitidos só saem da empresa no mês seguinte, após cumprirem o aviso prévio. Isso pode ser observado na tabela e no gráfico da quantidade de funcionários.

Comportamento da quantidade de funcionários planejada

Mês
Contratando funcionários
Funcionários
Demitindo funcionários
0
10
30
0
1
5
40
0
2
5
45
0
3
0
50
0
4
0
50
0
5
0
50
5
6
0
45
7
7
25
38
0
8
17
63
0
9
10
80
0
10
0
90
0
11
20
90
0
12
0
110
0

Comportamento da quantidade de funcionários planejada




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Resultados alcançados pelo gerente da cadeia de suprimentos

Com as políticas adotadas, o gerente da cadeia de suprimentos obteve os resultados apresentados a seguir.

Custo total mensal

Mês
Custo total mensal (R$)
Receita bruta mensal
Resultado bruto mensal
Resultado do exercício
0
0
0
0
0
1
47.200,00
52.000,00
4.800,00
4.800,00
2
52.500,00
64.000,00
11.500,00
16.300,00
3
56.600,00
72.000,00
15.400,00
31.700,00
4
56.000,00
80.000,00
24.000,00
55.700,00
5
58.500,00
72.000,00
13.500,00
69.200,00
6
54.700,00
60.000,00
5.300,00
74.500,00
7
52.020,00
40.000,00
(12.020,00)
62.480,00
8
76.660,00
100.000,00
23.340,00
85.820,00
9
93.080,00
121.600,00
28.520,00
114.340,00
10
100.000,00
128.000,00
28.000,00
142.340,00
11
106.800,00
112.000,00
5.200,00
147.540,00
12
123.200,00
160.000,00
36.800,00
184.340,00


Observação: foi utilizada a variável resultado do exercício porque, sendo um modelo que envolve fluxos e estoques, o valor do fluxo resultado bruto mensal só seria incorporado ao estoque Resultado bruto acumulado depois de decorrido um intervalo de tempo de 1 mês, isto é, no mês 13.




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O resultado alcançado pelo gerente foi satisfatório, considerando que o resultado do exercício foi positivo. Porém, a pergunta que se coloca é:

É possível melhorar este resultado?

Para isso será necessário realizar outras simulações, trabalhando apenas as três variáveis anteriormente mencionadas: o plano de contratação, o plano de demissões e a produção por funcionário.

Em outras palavras, está lançado um desafio para que você seja o gerente de planejamento da Fernat e consiga um melhor resultado. Este desafio pode ficar mais interessante se você disputar com os colegas de seu grupo quem conseguirá o melhor resultado.

Diagrame o modelo quantitativo de acordo com as instruções e fórmulas detalhadas a seguir. Lembre que antes de simular o modelo devemos verificar a consistência do modelo e consistências de unidades. Se necessário, incorpore variáveis para garantir a consistência das unidades do modelo.

Divulgue no fórum seu modelo no formato VPM.




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6 - Como alterar planos de contratação e demissão

Os dois planos foram construídos utilizando-se a função lookup do Vensim. Essa função permite que se entre com os valores em forma de uma tabela, que, por sua vez, gera um gráfico de comportamento. Preste atenção nos passos a seguir:

  • Selecione a ferramenta Equations.
  • Dê um clique sobre a variável plano de contratação.
  • Será aberta a caixa de edição de fórmulas da variável.

  • Dê um clique no botão As Graph.
  • Será aberta a caixa de diálogo do lookup mostrada a seguir.

A coluna de Input à esquerda, representa os valores do eixo x (coordenadas), no caso os meses que serão simulados. A coluna de Output representa os valores do eixo y (abscissas) que é a quantidade de funcionários que serão contratados mês a mês.

Para que o gráfico tenha o visual apresentado, observe os valores que foram colocados nos parâmetros X-min (menor valor de X), X-max, Y-max e Y-min.


Atenção: não clique com o mouse na área do gráfico, pois isso poderá criar pontos aleatórios que irão interferir na simulação do modelo. Caso tenha feito isso sem querer, clique no botão Cancel e depois em As Graph novamente. Caso tenha algum outro problema, faça o download do modelo de novo.

  • Para efetuar o planejamento, digite nas caixas de Output a quantidade de funcionários que deseja contratar e depois clique no botão OK.
  • Para fazer o planejamento das demissões, repita os mesmos procedimentos.



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7 - Como fazer o planejamento da produção por funcionário

A produção média por funcionário é de 40 kits/mês. Contudo, esse valor pode ser aumentado. Porém, há que se atentar para o fato de que há um custo adicional de 20% (representando as horas-extras ou prêmio por produtividade), passando o custo de R$ 18,00 para R$ 21,60 por kit que exceda a média de 40. É importante lembrar que uma produção por funcionário menor que 40 kits não implicam em redução dos custos salariais.

Para introduzir uma política de produção um bom recurso é a utilização da função STEP do Vensim. Um exemplo é dado na fórmula a seguir:

Produção por funcionário = 40+STEP(5,7)-STEP(5,8)

Isso gerará a produção de 40 kits por funcionário até o mês 6 (junho), aumentando para 45 no mês 7 (julho) e retornando para 40 a partir do mês 8 (agosto), conforme gráfico a seguir.





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Diagrama do modelo

Fórmulas do modelo




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Diagrama do modelo

(01) contratando funcionários=plano de contratação
Units: funcionários/mês
(02) custo de contratação e treinamento=300
Units: R$/funcionário
(03) "custo de contratações, treinamento e demissões"=(contratando funcionários*custo de contratação e treinamento)+(demitindo funcionários*custo de demissão)
Units: R$/mês
(04) custo de demissão=500
Units: R$/funcionário
(05) custo de esgotamento do estoque=custo de pedido não atendido*pedidos não atendidos
Units: R$/mês
(06) custo de manutenção do estoque=Estoque de Kit's*custo unitário de manutenção do estoque
Units: R$/mês
(07) custo de materiais=produzindo Kit's*custo unitário de material
Units: R$/mês
(08) custo de pedido não atendido=5
Units: R$/Kit
(09) custo do trabalho=Funcionários*salário pago
Units: R$/mês
(10) "custo hora-extra"=21.6
Units: R$/Kit
(11) custo total mensal=IF THEN ELSE (mês>0,"custo de contratações, treinamento e demissões"+custo de esgotamento do estoque+custo de manutenção do estoque+custo de materiais+custo do trabalho,0)
Units: R$/mês
(12) custo unitário de manutenção do estoque=2
Units: R$/Kit/mês
(13) custo unitário de material=10
Units: R$/Kit
(14) demitindo funcionários=plano de demissão
Units: funcionários/mês
(15) eliminador de unidade=1
Units: mês
(16) Estoque de Kit's= INTEG (produzindo Kit's-vendendo Kit's,100)
Units: kits
(17)

FINAL TIME = 12

Units: Month
The final time for the simulation.

(18) Funcionários= INTEG (contratando funcionários–demitindo funcionários,30)
Units: funcionários
(19) INITIAL TIME = 0
Units: Month
The initial time for the simulation.
(20) mês= Time/eliminador de unidade
Units: Dmnl
mês assume os valores dos meses, representados pela variável <time> do Vensim. Como essa variável é utilizada na função lookup, o Vensim gera uma mensagem de erro de unidade. Para eliminar essa mensagem, cria-se a variável mês dividindo time pelo eliminador de unidade.
(21) pedidos não atendidos=previsão da demanda-vendendo Kit's
Units: kits/mês
(22) plano de contratação = WITH LOOKUP (mês,([(0,0)-(20,40)],(0,10),(1,5),(2,5),(3,0),(4,0),(5,0),(6,0),(7,25),(8,17),(9,10),(10,0),
(11,20),(12,0) ))
Units: funcionários/mês
(23) plano de demissão = WITH LOOKUP (mês,([(0,0)-(20,10)],(0,0),(1,0),(2,0),(3,0),(4,0),(5,5),(6,7),(7,0),(8,0),(9,0),(10,0),
(11,0),(12,0) ))
Units: funcionários/mês
(24) preço de venda=40
Units: R$/Kit
(25)

previsão da demanda = WITH LOOKUP (mês,([(0,0)-(12,4000),(0,0),(1,1600),
(2,1800),(3,2000),(4,2000),(5,1800),(6,1500),(7,1000),(8,2500),(9,3200),
(10,3200),(11,2800),(12,4000),(13,0)],(0,0),(1,1600),(2,1800),(3,2000),
(4,2000),(5,1800),(6,1500),(7,1000),(8,2500),(9,3200),(10,3200), (11,2800),
(12,4000) ))
Units: kits/mês

(26) produção por funcionário=40
Units: kits/mês/funcionário
( 27) produzindo Kit's=Funcionários*produção por funcionário
Units: kits/mês
(28) receita bruta mensal=preço de venda*vendendo Kit's
Units: R$/mês
(29) Resultado bruto acumulado= INTEG (resultado bruto mensal, 0)
Units: R$
(30) resultado bruto mensal=receita bruta mensal-custo total mensal
Units: R$/mês
(31) resultado do exercício=Resultado bruto acumulado+resultado bruto mensal
Units: R$
(32) salário pago=640+((produção por funcionário-40)*"custo hora-extra")
Units: R$/mês/funcionário
(33) SAVEPER=TIME STEP
Units: Month [0,?]
The frequency with which output is stored.
(34)

TIME STEP = 1

Units: Month [0,?]
The time step for the simulation.

(35) vendendo Kit's=IF THEN ELSE (Estoque de Kit's>=previsão da demanda, previsão da demanda, Estoque de Kit's)
Units: kits/mês

Você agora está em um micromundo gerencial. Que tenha um ótimo desempenho!




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Resumo

Chopra e Meindl, autores da obra Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos, definem: “o planejamento agregado é o processo pelo qual a empresa determina os níveis de capacidade, produção, subcontratação, estoque, esgotamento de estoque e até precificação, sobre um horizonte de tempo específico”. Isso é necessário, pois em nosso mundo atual, a capacidade de produção, armazenagem, transporte etc. possuem custos a serem administrados.

Empresas eficazes tomam suas decisões acerca dos níveis de capacidade de fabricação antecipando-se à demanda e sabendo como atendê-la ao menor custo, de modo a maximizar lucros. Um sério problema enfrentado é a sazonalidade da demanda. Ou seja, para determinados produtos, a demanda oscila durante períodos do ano, o que torna complexo e ao mesmo tempo necessário, o planejamento da produção.

Os principais parâmetros operacionais com que os planejadores lidam ao longo de um horizonte de tempo específico são: taxa de produção, mão-de-obra, horas extras, nível de capacidade das máquinas, subcontratação, pedidos em atraso.

O plano agregado deve atender à demanda de modo a maximizar os lucros, especificando um tempo futuro denominado horizonte de planejamento, o qual deve ser particionado em unidades de tempo (semanas, meses ou trimestres).

As decisões tomadas pela empresa quanto ao planejamento agregado serão: quantidade de produção a partir de carga horária normal, horas extras e horas de subcontratação (determina o número de funcionários e os níveis de compra dos fornecedores), estoque mantido (determina a quantidade de espaço no depósito e o capital de giro necessário), quantidade de pedidos em atraso/esgotamento de estoque (determina os níveis de serviço do cliente), mão-de-obra contratada/demitida (determina possíveis questões trabalhistas), aumento/redução da capacidade de máquina (determina a necessidade de novos equipamentos).

As estratégias do Planejamento Agregado consistem em manipular os custos de capacidade, estoque e pedidos em atraso. Um planejamento agregado que reduza um desses custos normalmente acarreta o aumento dos outros dois. O objetivo do planejador é chegar a uma combinação mais lucrativa. A essência do trade-off é a renúncia a atividades, produtos, serviços ou áreas de atuação em benefício de outras. A escolha em atuar de um modo e não de outro tornam claras as prioridades da organização pelos gerentes. Os trade-offs fundamentais ao planejador acontecem entre os itens: capacidade (período normal de trabalho, horas-extras, subcontratação); estoque; pedidos em atraso/vendas perdidas.

Existem três estratégias de planejamento agregado envolvendo trade-offs:
Estratégia de acompanhamento – a capacidade como alavanca: taxa de produção sincronizada com a demanda. Estratégia de flexibilidade de tempo da mão-de-obra ou da capacidade – a utilização como alavanca: mão-de-obra estável, número de horas trabalhadas variando com o tempo, produção em sincronia com a demanda. Estratégia de nível – o estoque como alavanca: capacidade das máquinas e mão-de-obra estáveis a uma taxa constante de produção.




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Módulo 2

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M�dulo 02 - Modelando a �rea de Marketing
1 - Difusão de Inovação Tecnológica

Dentre várias possibilidades, o conceito de marketing pode ser entendido como:


“A função empresarial que cria continuamente valor para o cliente e gera vantagem competitiva duradoura para a empresa, por meio da gestão estratégica das variáveis controláveis de marketing: produto, preço, comunicação e distribuição.”

Gestão de marketing / Coordenação Sergio Roberto Dias. – São Paulo: Saraiva, 2003.

As variáveis tratadas pelo marketing não são exclusivas de uma área ou departamento, como se pode observar. Na realidade, tais variáveis permeiam toda a organização. Porém, o que se quer enfatizar neste momento é: como a modelagem de negócios pode contribuir para o melhor entendimento, não apenas da área de marketing, bem como dar feedbacks para as demais áreas?




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M�dulo 02 - Modelando a �rea de Marketing

A modelagem de negócios permite estudar o ambiente empresarial e compreender o comportamento dinâmico das variáveis que o compõem. Uma boa modelagem permite antecipar entendimentos que, no ambiente real, levaria anos.

Para demonstrar isso, vamos escolher um determinado processo de marketing para elaborar um modelo de simulação, respeitando algumas premissas que serão estabelecidas ao longo do trabalho.

Para a construção do modelo, consideremos uma situação muito comum na área de marketing: a introdução de um produto inovador no mercado (como, por exemplo, um produto de alta tecnologia).




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Os produtos de alta tecnologia, em geral, têm um ciclo de vida característico. Eles são lançados com um preço alto para tentar recuperar os altos investimentos em pesquisa e desenvolvimento efetuados antes da introdução do produto no mercado. No início, poucas pessoas estão dispostas a pagar esse alto preço para ter a novidade. Com o passar do tempo, a empresa começa a baixar o preço, aumenta a divulgação e utiliza outras estratégias de marketing para ganhar mercado. O volume de vendas cresce até o mercado ficar maduro. Posteriormente, o produto vai ficando obsoleto e o volume de vendas vai decrescendo até a sua “morte”.

Uma das pessoas que estudou profundamente esse tipo de comportamento foi o comunicólogo Norte-americano Everett Rogers (Diffusion of Innovations, 1995). Rogers identificou um conjunto de cinco atributos, segundo os quais uma inovação pode ser classificada: vantagem relativa, compatibilidade, complexidade, visibilidade e experimentalidade. A partir desta classificação pode-se prever a taxa de adoção da tecnologia e a reação dos potenciais utilizadores à inovação.

Vantagem relativa: É o grau em que uma inovação é percebida como melhor que a idéia a ser substituída. O grau de vantagem relativa pode ser medido em função da rentabilidade econômica, prestígio social, baixo custo inicial etc.

Compatibilidade: É o grau em que uma inovação é percebida como compatível com valores existentes, experiências passadas, e necessidade de potenciais clientes a adotarem.



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Complexidade: É o grau de dificuldade de entendimento e de utilização percebido pelo potencial usuário. Quanto mais fácil de entender e utilizar, mais fácil será adotada.

Experimentação: É o grau em que um potencial usuário pode experimentar a inovação antes de adquiri-la.
Observação: É o grau em que os resultados de uma inovação são visíveis para os outros.



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Rogers identificou o padrão que geralmente ocorre na disseminação tecnológica. Este padrão classifica os usuários que adotam produto em categorias, em função do tempo para adoção, o qual começa com um pequeno número de inovadores (innovators), tomando forma e acelerando até o ponto máximo, quando metade dos inovadores potenciais já está utilizando a inovação. Em seguida, a curva começa a declinar até os poucos e últimos inovadores (leggards).




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As categorias propostas por Rogers são:

Inovadores (Innovators)

O primeiro segmento de público a adotar a inovação. Em geral, os inovadores são pessoas que aceitam o risco de adquirir um produto ainda não difundido em troca de serem as primeiras a usufruir os possíveis benefícios, ou aprender algo novo, ou, ainda, pelo status e pelas diferenciações decorrentes do uso do produto. Devido ao seu perfil arrojado, muitas vezes são percebidos como extravagantes, não têm credibilidade suficiente para atuar como grupo de referência. Porém, a empresa deve identificar esse grupo para realizar testes de produto, obtendo feedback para ajustes e correções no plano de lançamento para o mercado mais amplo. Em geral, esse grupo representa 2,5% do público.

Adotantes Iniciais (Early Adopters)

Este grupo desempenha o papel de formador de opinião, grupo de referência e agente de mudança e é muito importante para acelerar a difusão do produto. Em geral, os adotantes iniciais são pessoas possuidoras de credibilidade e respeito devido ao seu grande conhecimento ou especialização, maior poder aquisitivo e posição social de maior visibilidade. A empresa deve identificar essas pessoas e realizar um trabalho de apoio, esclarecimento, incentivo educação. Representam 13,5% do público



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Maioria Inicial (Early Majority)


É o público dos segmentos de maior poder aquisitivo, que se apóia nas propagandas do produto e nas opiniões dos adotantes iniciais. A maioria inicial é o grupo responsável pelo maior volume a ser adquirido, tornando-se cliente típico do produto. A estratégia de marketing deve objetivar a conquista da fidelidade desse grupo, mantendo-o permanentemente satisfeito. Representa 34% do público.


Maioria tardia
(Late Majority)

Grupo que compõe 34% do público e tende a ser mais cético e conservador e, em geral, tem menor poder aquisitivo. As pessoas do grupo maioria tardia são menos sensíveis a apelos de inovação e esperam a queda dos preços ou a pressão dos amigos para passar a consumir o produto.





Retardatários
(Laggards)



São os últimos a adotar uma inovação. Representam 16% do público. Em geral, são pessoas idosas, de baixo poder aquisitivo, ou residentes em áreas rurais, mais distantes. Poucos contribuem para o desempenho das vendas, não merecendo ser alvo de ações de marketing dirigidas.



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2 - Análise do Modelo

Observe o diagrama a seguir.

Este é um modelo teórico que não tem a pretensão de fornecer valores exatos. Os pesos das variáveis foram atribuídos intuitivamente, uma vez que o objetivo não é efetuar previsões com precisão matemática, mas sim demonstrar o comportamento dinâmico das variáveis e permitir seu estudo por meio de um modelo simulável de fluxos e estoques.

Observação importante: As constantes e variáveis sem unidades de medida foram tratadas como dmnl (dimensionless).




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No modelo, foram consideradas as seguintes premissas básicas:

1. O Tamanho total do mercado potencial (não clientes) é grande, cerca de 100 milhões de pessoas;

2. O produto tem ciclo de vida de aproximadamente 20 anos;

INITIAL TIME = 0
Units: Year
The initial time for the simulation.

FINAL TIME = 20
Units: Year
The final time for the simulation.

3. O preço de lançamento do produto é de R$ 10.000,00. Em função da concorrência e da necessidade de aumentar a participação no mercado, o preço é reduzido anualmente a uma taxa de 15% ao ano;

4. O nível de observação inicia-se com zero. Com o passar do tempo, em função da divulgação crescente, o nível de observação aumenta a uma taxa de 0,5 dmnl/ano;





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5. O nível de experimentação inicia-se com zero Dmnl no lançamento e aumenta na proporção de 1/15 do valor atual do nível de observação por ano. Ou seja, a cada ano, em função das observações bem sucedidas do desempenho do produto, o nível de pessoas interessadas em experimentar o produto também aumenta;

6. O nível de complexidade inicia-se com 1,0 Dmnl e decresce anualmente em 1/10 da taxa de experimentação. Isto porque quanto maior a taxa de experimentação do produto, menor sua complexidade no longo prazo;




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7. Quando o produto é lançado, ele possui um nível de compatibilidade igual a 10,0 Dmnl, compatível com os produtos anteriores existentes. Com o passar do tempo, produtos mais sofisticados surgem e o nível de compatibilidade de nosso produto decresce a uma taxa de 0,5 Dmnl/ano;

8. No lançamento, o produto possui vantagem relativa de 10,0 Dmnl por ter melhor qualidade intrínseca que os produtos anteriores. Este nível decresce a uma taxa de 2,0 Dmnl/ano. Paralelamente, em função da política anual de redução de preços para ganhar mercado, o nível de vantagem relativa cresce a uma taxa dada pela fórmula:

(taxa de redução de preço/influência do preço)

A influência do Preço no nível de vantagem relativa é 10,0. Portanto, cada 1% de redução do preço, aumenta o nível de vantagem relativa em 0,1 Dmnl/mês.

Logo, o nível de vantagem relativa irá aumentar a uma taxa de 1,5 Dmnl/ano e, simultaneamente, decrescerá a uma taxa de 2,0 Dmnl/ano, e resulta em uma variação líquida negativa de 0,05 Dmnl/ano.





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9. Existe uma taxa de crescimento inercial de 2%. Isso significa que uma parte das pessoas adotará o produto mesmo que ele apresente desvantagem ou esteja obsoleto;

10. A inovação percebida é diretamente proporcional ao produto das variáveis: (vantagem relativa x compatibilidade x experimentação x observação) e inversamente proporcional à complexidade.

11. A taxa de adoção é dada pela fórmula: fator de adoção x inovação percebida + Clientes x taxa de influência inercial.

12. Ainda por hipótese, admite-se que cada unidade de inovação percebida corresponde a 1000 clientes adotando o produto (fator de adoção = 1000 pessoas).





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Fórmulas do modelo


(01) adotando = taxa de adoção
Units: pessoas/ano


(02) aumentando preço = 0
Units: R$/ano


(03) clientes = INTEG (adotando, 0)
Units: pessoas


(04) compatibilidade = INTEG (obtendo compatibilidade – perdendo compatibilidade, 10)
Units: Dmnl
É o grau em que uma inovação é percebida como compatível com valores existentes, experiências passadas, e necessidade de potenciais clientes adotarem.


(05) complexidade = INTEG (complicando – simplificando, 1)
Units: Dmnl
É o grau de dificuldade de entendimento e de utilização percebidos pelo potencial usuário. Quanto mais fácil de entender e utilizar, mais fácil será adotada.


(06) complicando = 0
Units: Dmnl/ano


(07) dificultando observação = 0
Units: Dmnl/ano


(08) dimensão pessoa = 1
Units: Dmnl/pessoa


(09) dimensão tempo = 1
Units: Dmnl/ano


(10) experimentação = INTEG (permitindo experimentação – proibindo experimentação, 0)
Units: Dmnl
É o grau em que um potencial usuário pode experimentar a inovação antes de adquiri-la.


(11) fator de adoção = 1000
Units: pessoas
Quantidade de clientes que adotarão o produto quando a inovação percebida for igual a 1,00 Dmnl.


(12) faturamento anual= adotanto*preço*dimensão pessoa
Units: R$
Resultado dos clientes que adotam o produto pelo preço atual.


(13) FINAL TIME = 20
Units: Year
The final time for the simulation.

(14) influência do preço = 10
Units: Dmnl
Influência da taxa de redução de preço no aumento da vantagem relativa do produto. Um valor 10 significa que uma redução de 1% no preço aumenta a vantagem relativa em 1/10 unidades (0, 1).


(15) INITIAL TIME = 0
Units: Year
The initial time for the simulation.


(16) inovação percebida = (vantagem relativa * compatibilidade * experimentação * observação) / (complexidade) * dimensão tempo
Units: Dmnl/ano
Resultado da combinação das variáveis que influenciam diretamente na inovação.


(17) Não Clientes = INTEG (– adotando, 1e + 008)
Units: pessoas
Pessoas que ainda não compram o produto. Obs.: 1e+008 = 1*108 = 100.000.000.


(18) observação = INTEG ( + permitindo observação – dificultando observação, 1)
Units: Dmnl
É o grau em que os resultados de uma inovação são visíveis para os outros. A partir da devida identificação das variáveis no processo de inovação e os seus respectivos inter-relacionamentos e interdependências torna-se necessário conceber a forma e os mecanismos para decidir qual o momento mais adequado para iniciar o processo de inovação.


(19) obtendo compatibilidade = 0
Units: Dmnl/ano


(20) obtendo vantagem = IF THEN ELSE (taxa de redução de preço > 0, (taxa de redução de preço/influência do preço), 0)
Units: Dmnl/ano


(21) perdendo compatibilidade = 0.5
Units: Dmnl/ano


(22) perdendo vantagem = 2
Units: Dmnl/ano


(23) permitindo experimentação = observação/15 * dimensão tempo
Units: Dmnl/ano


(24) permitindo observação = 0.5
Units: Dmnl/ano


(25) preço = INTEG (aumentando preço – reduzindo preço,10000)
Units: R$


(26) proibindo experimentação = 0
Units: Dmnl/ano

(27) reduzindo preço = (preço*taxa de redução de preço/100)
Units: R$/ano


(28) SAVEPER = TIME STEP
Units: Year [0, ?]
The frequency with which output is stored. (A freqüência em que os dados de saída são armazenados).


(29) simplificando = permitindo experimentação/10
Units: Dmnl/ano


(30) taxa de adoção =IF THEN ELSE (inovação percebida * fator de adoção + clientes * taxa de influência inercial / 100 < 0, 0, inovação percebida * fator de adoção + clientes * taxa de influência inercial / 100)
Units: pessoas/ano
Produto da inovação percebida pelo fator de adoção. Representa quantas pessoas irão adotar o produto por ano.


(31) taxa de influência inercial = 2
Units: Dmnl/ano
Percentual de pessoas que adotarão o produto por "osmose".


(32) taxa de redução de preço = 15
Units: Dmnl/ano


(33) TIME STEP = 1
Units: Year [0,?]
The time step for the simulation. (Intervalo de tempo nos quais os dados serão calculados. No caso, ano a ano).


(34) vantagem relativa = INTEG (obtendo vantagem –perdendo vantagem, 10)
Units: Dmnl
Representa o nível de vantagem do produto em relação à concorrência em função de preço, qualidade intrínseca, inovação etc.




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Analisando o modelo – Antes de simular o modelo é interessante analisar previamente o comportamento da algumas variáveis:

a) Para verificar as variáveis que interferem na taxa de adoção, clique com o mouse nesta variável e selecione a ferramenta Causes Tree:

Como se pode observar, a taxa de adoção depende diretamente do número atual de clientes, do fator de adoção, da inovação percebida e da taxa de influência inercial.

A inovação percebida, por sua vez, depende de um conjunto de variáveis (compatibilidade, complexidade, vantagem relativa, etc.).

b) Para uma análise inversa, deseja-se agora verificar em que a taxa de adoção é utilizada. Para isso seleciona-se esta variável e aciona-se a ferramenta Uses Tree:

O Vensim mostra claramente que, por meio da taxa de adoção, se pode calcular quantos “não clientes” estão “adotando” o produto, tornando-se clientes e gerando, por conseqüência, um faturamento anual.

Experimente utilizar as ferramentas de Causes Tree e Uses Tree para outras variáveis do modelo e veja se faz sentido. Essas ferramentas são importantes para visualizar relações de causa e efeito.




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3 - Simulando o Modelo

Simulando o modelo – Simule o modelo, dando um primeiro nome para a base de dados de simulação (caixa de texto Runname). No exemplo, no modelo abaixo foi utilizado o nome teste_1.

a) Para visualizar o comportamento dos clientes que estão adotando o produto anualmente, seleciona-se a variável “adotando” e aciona-se a ferramenta Graph. Se o modelo foi construído corretamente, deverá apresentar o resultado mostrado no gráfico a seguir.

O gráfico traçado é bem semelhante ao proposto por Rogers no Processo de difusão de inovação, mostrando desde os inovadores até os retardatários.

Para visualizar esses valores em forma de tabela, aciona-se a ferramenta Table Time Down:

Time (Year) "adotando" Runs: adotando
0 Current 0
1 9085.57
2 27639.3
3 56597.9
4 95852.5
5 144408
6 200518
7 261791
8 325293
9 387637
10 445070
11 493568
12 528949
13 547028
14 543839
15 516005
16 461395
17 380413
18 278772
19 174366
20 117565




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b) Vamos verificar graficamente, agora, o comportamento da variável experimentação. Selecione esta variável e a ferramenta Graph:

Como pode ser observado, o crescimento do nível de experimentação não é linear.




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c) Um cenário interessante é analisar a influência do preço no número de clientes que adotam o produto. Para isso, altera-se a equação da taxa de redução de preço de 15 para 20%. Mude o nome do dataset para teste_2 e execute a simulação.

Ao selecionar a variável “adotando” e a ferramenta Graph, deve aparecer o seguinte:

Isso mostra que uma variação de 5% ao ano na redução do preço desse produto pode apresentar um incremento enorme no número de clientes.




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Mas, reduzir o preço isoladamente pode reduzir o faturamento. Vamos ver o comportamento dinâmico da variável faturamento. Para isso selecione esta variável e a ferramenta Graph:

Realmente, embora o número de clientes aumente (marketshare) e o faturamento anual também aumente, será que isso sempre acontece? Vamos agora alterar a taxa de redução de preço de 15 para 25%:

Neste caso, o número de clientes aumentou em função da vantagem relativa obtida pela variação de preço, mas houve queda no faturamento até o 15° ano.




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Sugestões

As variáveis de marketing podem fornecer feedbacks importantes para as demais áreas da empresa. Em função da vantagem relativa necessária, compatibilidade e complexidade, o pessoal de Pesquisa e Desenvolvimento e Finanças podem planejar melhor.

O pessoal de vendas também tem como apurar a importância da experimentação por parte do cliente e a observação dos resultados do produto para o convencimento do cliente.

O pessoal de logística e produção pode programar-se em função do ciclo de vida previsto para o produto.

Em resumo, quando se utiliza o processo de modelagem de negócios apoiado em ferramentas de dinâmica de sistemas, fica mais fácil tratar a complexidade dos negócios. Comportamentos intuitivos podem ser comprovados ou contestados em função da observação do comportamento dinâmico das variáveis.

Diagrame o modelo quantitativo de acordo com as instruções e fórmulas detalhadas anteriormente. Lembre que antes de simular o modelo devemos verificar a consistência do modelo e consistências de unidades. Se necessário, incorpore variáveis para garantir a consistência das unidades do modelo.

Divulgue no fórum seu modelo no formato VPM.



• Altere o valor de algumas variáveis do modelo e estude seu comportamento.
• Utilize o painel de controle para criar alguns gráficos personalizados.
• Aproveite os recursos de simulação disponíveis no Vensim.
• Para tornar o modelo mais completo e próximo da realidade podem ser inseridas variáveis relativas aos custos envolvidos em criação e manutenção da vantagem relativa, experimentação, divulgação etc.
• Para tornar os resultados mais precisos seria necessário “calibrar” os pesos das variáveis relativas à inovação com base em pesquisas de mercado e posterior comprovação.





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Resumo

O presente módulo demonstrou, por meio da construção reflexiva de modelos, o papel da área de marketing no contexto organizacional e a geração de feedbacks para as demais áreas da organização. O conceito de marketing pode ser entendido como: “A função empresarial que cria continuamente valor para o cliente e gera vantagem competitiva duradoura para a empresa, por meio da gestão estratégica das variáveis controláveis de marketing: produto, preço, comunicação e distribuição”.

As variáveis tratadas pelo marketing não são exclusivas de uma área ou departamento, tais variáveis permeiam toda a organização. De que forma a modelagem de negócios pode contribuir para o melhor entendimento, não apenas da área de marketing, mas fornecer feedbacks às demais áreas?

A modelagem de negócios permite estudar o ambiente empresarial e compreender o comportamento dinâmico das variáveis o compõem. Uma boa modelagem permite antecipar entendimentos que, no ambiente real, levaria muitos anos.

Os produtos de alta tecnologia têm um ciclo de vida característico: são lançados com um preço alto para tentar recuperar os altos investimentos em pesquisa e desenvolvimento efetuados antes da introdução do produto no mercado. Poucas pessoas se dispõem a pagar o alto preço inicial para obter a novidade. Com o passar do tempo, a empresa diminui o preço, amplia a divulgação e utiliza outras estratégias de marketing para ganhar mercado. O volume de vendas cresce até o mercado ficar maduro. Posteriormente, o produto torna-se obsoleto e o volume de vendas decresce até a sua “morte”.

O norte-americano Everett Rogers (Diffusion of Innovations, 1995) identificou um conjunto de cinco atributos, segundo os quais uma inovação pode ser classificada: vantagem relativa, compatibilidade, complexidade, visibilidade e experimentalidade. A partir desta classificação pode-se prever a taxa de adoção da tecnologia e a reação dos potenciais utilizadores à inovação.

Vantagem relativa: É o grau em que uma inovação é percebida como superior à que está sendo substituída. Pode ser medido em função da rentabilidade econômica, prestígio social, baixo custo inicial etc.

Compatibilidade: É o grau em que uma inovação é percebida como compatível com valores existentes, experiências passadas, e necessidade de potenciais clientes a adotarem.

Complexidade: É o grau de dificuldade de entendimento e de utilização percebido pelo potencial usuário. Quanto mais fácil de entender e utilizar, mais fácil será adotada.

Experimentação: É o grau em que um potencial usuário pode experimentar a inovação antes de adquiri-la.

Observação: É o grau em que os resultados de uma inovação são visíveis para os outros.

Rogers identificou o padrão que geralmente ocorre na disseminação tecnológica, o qual classifica os usuários que adotam produto nas seguintes categorias:

Inovadores (Innovators): é o primeiro segmento de público a adotar a inovação. São pessoas que aceitam o risco de adquirir um produto ainda não difundido em troca de serem as primeiras a usufruir os possíveis benefícios, ou aprender algo novo, ou, ainda, pelo status e pelas diferenciações decorrentes do uso do produto. Devido ao seu perfil arrojado, são percebidos como extravagantes, não possuindo credibilidade suficiente para atuar como grupo de referência. A empresa, entretanto, deve identificar esse grupo para realizar testes de produto e obter feedback para ajustes e correções no plano de lançamento para o mercado mais amplo.

Adotantes Iniciais (Early Adopters): desempenham o papel de formadores de opinião, grupo de referência e agentes de mudança e são muito importantes para acelerar a difusão do produto. Possuem credibilidade e respeito devido ao seu grande conhecimento ou especialização, maior poder aquisitivo e posição social. A empresa deve identificá-los e realizar um trabalho de apoio, esclarecimento, incentivo e educação.

Maioria Inicial (Early Majority): é o público dos segmentos de maior poder aquisitivo, apoiados nas propagandas do produto e nas opiniões dos adotantes iniciais. Grupo responsável pelo maior volume a ser adquirido, tornando-se clientes típicos do produto. A estratégia de marketing deve objetivar a conquista da fidelidade desse grupo, mantendo-o permanentemente satisfeito.

Maioria tardia (Late Majority): grupo que compõe 34% do público e tende a ser mais cético e conservador e, em geral, possui menor poder aquisitivo. Formado por pessoas menos sensíveis a apelos de inovação, que esperam a queda dos preços ou a pressão dos amigos para passar a consumir o produto.

Retardatários (Laggards): são os últimos a adotar uma inovação. São pessoas idosas, de baixo poder aquisitivo, ou residentes em áreas rurais, mais distantes. Contribuem pouco para o desempenho das vendas, não sendo alvo de ações de marketing dirigidas.




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Módulo 3

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M�dulo 03 - Modelando a �rea de Finan�as

1 - Variáveis financeiras

Um dos grandes objetivos da área de finanças é mensurar o valor do dinheiro no tempo. Neste aspecto, a dinâmica de sistemas pode colaborar muito por meio da construção de modelos de negócios, levando em conta o comportamento das variáveis financeiras e sua evolução temporal.

Uma das formas mais efetivas de se apurar o valor de um ativo é descontar seus fluxos de caixa futuros a valor presente. Para isso, é necessário descontar todas as entradas e saídas em função da taxa de custo do capital.

Entradas = valor dos recebimentos de caixa
Saída = valor dos pagamentos de caixa
I = taxa percentual de custo do capital




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M�dulo 03 - Modelando a �rea de Finan�as

Exemplo:

Entrando com os valores na fórmula para calcular o VPL do exemplo acima, temos:

VPL = – 3000/(1+10/100)0 + (– 3500/(1+10/100)1 + 4.000/(1+10/100)2 + 5000/(1+10/100)3

VPL = – 3000/1 – 3500/1, 1 + 4000/1,12 + 5000/1,13

VPL = R$ 880,54

Isso significa que o resultado de todas as entradas e saídas do fluxo de caixa acima, levando-se em conta o valor do dinheiro no tempo, equivale a ter R$ 880,54 no instante zero.

Quanto maior o VPL, maior o valor do ativo ou investimento.

Para modelar no Vensim pode-se utilizar um modelo conforme o exemplo:

Diagrame o modelo quantitativo de acordo com as instruções e fórmulas detalhadas a seguir. Lembre que antes de simular o modelo devemos verificar a consistência do modelo e consistências de unidades. Se necessário, incorpore variáveis para garantir a consistência das unidades do modelo.

Divulgue no fórum seu modelo no formato VPM




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M�dulo 03 - Modelando a �rea de Finan�as

Clicando na variável VPL descontado e na ferramenta “Causes Tree” pode-se ver o relacionamento causal das variáveis:

Por meio da ferramenta “DOC” obtém-se a descrição das variáveis:

(01) FINAL TIME = 3
Units: Year
The final time for the simulation.

(02) fluxo descontado = fluxo nominal/ (1+taxa/100) ^ Time
Units: R$/Year

(03) fluxo nominal = WITH LOOKUP (Time,([(0,-6000)-(4,6000)],(0,0),(1,-3500),(2,4000),(3,5000),(4,0) ))
Units: R$/Year

(04) INITIAL TIME = 1
Units: Year
The initial time for the simulation.

(05) saldo atual = fluxo descontado + VPL Descontado
Units: R$

(06) SAVEPER = TIME STEP
Units: Year [0, ?]
The frequency with which output is stored.

(07) taxa = 10
Units: Dmnl

(08) TIME STEP = 1
Units: Year [0,?]
The time step for the simulation.

(09) VPL Decontado = INTEG (fluxo descontado, –3000)
Units: R$




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2 - Utilizando a função Lookup

A função Lookup tem um importante papel no modelo anterior que é o de gerar o fluxo de caixa. Acompanhe os passos a seguir para utilizar corretamente a função.

  • Depois de desenhado o modelo, selecione a função Equations e clique sobre a variável fluxo nominal. A caixa de edição de equações será aberta, conforme figura abaixo.

  • No lado esquerdo, debaixo de Type, clique na seta ao lado da palavra Normal e escolha o termo with Lookup. A tela deverá ficar como mostrada a seguir.




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M�dulo 03 - Modelando a �rea de Finan�as

Dentro da caixa = with Lookup (selecione a variável Time). Em seguida, clique no botão As Graph como mostra a figura a seguir.

  • Digite os valores do fluxo, como mostra o exemplo abaixo. Repare, nas fórmulas, que o fluxo do momento 0, o valor –3000 já foi colocado como valor do VPL Descontado. Por isso, foi colocado o valor 0 (zero) para o momento 0 (zero). Depois que terminar a digitação, clique no botão Reset Scaling para ajustar a escala do gráfico na tela. Confira o procedimento na figura a seguir.

  • Clique em Ok e depois em Ok novamente, para fechar o editor de fórmulas.



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M�dulo 03 - Modelando a �rea de Finan�as
3 - Análise do modelo

Nos modelos que envolvem fluxos e estoques, o valor de um determinado fluxo só é incorporado ao estoque depois de decorrido um intervalo de tempo t. Isso exige um certo cuidado para quem trabalha com o conceito de regime de caixa.

Caso se inicie um investimento com zero e seja depositado 100 no primeiro ano, o Vensin só irá alterar o valor do estoque no ano 2:

Para contornar esse problema existem duas alternativas:

Alternativa A: apurando saldo em t (ano) por meio de uma variável auxiliar (saldo atual):

No decorrer desse módulo, serão vistos outros exemplos de acréscimo de uma unidade de tempo no horizonte de simulação. Com isso, todos os fluxos gerados até a data “t” são contemplados no estoque de “t + 1”, não necessitando forçar esta soma por meio de uma variável auxiliar. Exemplo:

Alternativa B: apurando saldo em t (ano 3) da verificação do estoque (VPL descontado) em t + 1 (ano 4):





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Ciclos operacional e financeiro da empresa Alpha – Elaboraremos o modelo da Empresa Alpha, a qual compra mercadorias de um único fornecedor para revender a clientes, à vista e a prazo. O Negócio da empresa apresenta as seguintes características:

a) a empresa efetua compras a cada 70 dias. Cada compra corresponde a um lote de 14.500 unidades de mercadoria.

b) O prazo médio de pagamento ao fornecedor é de 28 dias após a data da compra. O custo unitário da mercadoria é de R$ 10,80.




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c) O prazo médio de recebimento das mercadorias do fornecedor é de 32 dias após a data do pedido.

d) Os produtos recebidos demoram, em média, 25 dias para serem vendidos. O cliente paga a empresa em um prazo médio de 41 dias após a venda, o que pode ser detalhado da seguinte forma:

30 % a vista;
20 % com 35 dias;
50 % com 68 dias.

d) O preço do produto é R$ 20,00.

f) Existe um custo fixo de R$ 29.230,80 para cobrir despesas administrativas, o qual é desembolsado a cada 30 dias.

g) Os custos e preços se mantêm estáveis durante o horizonte de tempo de simulação (720 dias) e o custo do capital é de 8,5 % a.a.




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4 - O modelo

Fixando as fronteiras de tempo do modelo – Acesse o Vensim, crie um novo modelo com o nome Finan_3.mdl e salve-o. Em seguida, defina as fronteiras de tempo (Model -> Settings -> Time Bounds):

O horizonte de tempo para simulação é de 721 dias (“t + 1”, conforme comentado na Introdução). Isso é definido no Vensim, conforme figura abaixo.





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Definindo a equivalência de variáveis – Para que o Vensim possa avaliar corretamente as conversões de unidades decorrentes do tratamento de equações, é necessário informar quais nomes de unidades devem ser tratados como sinônimos:

Definindo o processo de compras – Representam-se as compras efetuadas pela empresa como um fluxo. Os fluxos normalmente são contínuos. No caso, é preciso simular um comportamento que efetue uma compra a cada setenta dias e “zero compras” nos demais dias. Para isso será utilizada a função PULSE TRAIN:

PULSE TRAIN ({start}, {duration}, {repeattime}, {end})

Esta função irá gerar valor 1 (um) no instante {start}, com duração de {duration}, repetindo o ciclo a cada {repeattime}, até o instante final {end}

No caso, será utilizado:

Ciclo de Compra = PULSE TRAIN (INITIAL TIME, 1, intervalo de compra, FINAL TIME)

Isto retornará a função 1 a partir do instante 0 (INITIAL TIME), com duração de 1 dia (Units for Time), repetindo a cada 70 dias (intervalo de compra), até 721 dias (FINAL TIME). Nos demais dias do intervalo entre INITIAL TIME e FINAL TIME, a função irá retornar zero.

A quantidade que se estará comprando, diariamente, será, então, dada pela fórmula:

Comprando = Quantidade Comprada * Ciclo de Compra

Após a tabulação de todos os dados a variável “comprando” apresentará o seguinte comportamento:




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Definindo o processo de pagamento ao fornecedor – Como o pagamento ao fornecedor é efetuado 28 dias após a compra, é preciso representar este intervalo de tempo no modelo. Isso pode ser obtido por meio da função DELAY FIXED:

Pagando = DELAY FIXED (comprando * custo unitário, Prazo para pagamento, 0)

Isso fará que o valor do pagamento (variável “comprando” multiplicado pela variável “custo unitário”), seja efetuado no “prazo para pagamento” (28 dias).

Após cada compra:

O comportamento desse processo será:




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Recebendo as mercadorias do fornecedor – Como o recebimento da mercadoria acontece 32 dias após a compra, também irá se representar esse atraso através da função DELAY FIXED:

Recebendo Mercadoria = DELAY FIXED (comprando, prazo de recebimento mercadoria, 0)

Essa função irá retornar a quantidade comprada, decorridos 32 dias (prazo de recebimento).

Representando o processo de vendas – Como os produtos demoram em média 25 dias para serem vendidos, utilizando a função DELAY FIXED, temos:

Vendendo = DELAY FIXED (recebendo mercadoria, prazo de venda, 0)

Fórmulas do modelo

(01) ano comercial = 360
Units: dias

(02) ciclo de compra = PULSE TRAIN (INITIAL TIME, 1, intervalo de compra, FINAL TIME)
Units: Dmnl/dia

(03) ciclo dos custos fixos = PULSE TRAIN (INITIAL TIME + intervalo custo fixo, 1, intervalo custo fixo, FINAL TIME)
Units: Dmnl/dia

(04) comprando = ciclo de compra * quantidade comprada
Units: unidades/dia

(05) custeando fixo = ciclo dos custos fixos * custo fixo
Units: R$/dia

(06) custo do capital = 8.5
Units: Dmnl

(07) custo fixo = 29230.8
Units: R$

(08) custo unitário = 10.8
Units: R$/unidade

(09) custos fixos = INTEG (custeando fixo, 0)
Units: R$

(10) desembolsos = INTEG (pagando, 0)
Units: R$

(11) FINAL TIME = 721
Units: Day
The final time for the simulation.

(12) fluxo de caixa descontado = recebimentos descontados – pagamentos descontados
Units: R$/dia

(13) fluxo de caixa nominal = Obtendo Receita – pagando – custeando fixo
Units: R$/dia

(14) INITIAL TIME = 0
Units: Day
The initial time for the simulation.

(15) intervalo custo fixo = 30
Units: dias

(16) intervalo de compra = 70
Units: dias
Intervalo médio de dias entre compras suscessivas.

(17) obtendo Receita = Recebendo a vista + recebendo R$ 1+ Recebendo R$ 2
Units: R$/dia

(18) pagamentos descontados = (pagando + custeando fixo) / (1+custo do capital/100) ^ (Time/ano comercial)
Units: R$/dia

(19) pagando = DELAY FIXED (comprando * custo unitário, Prazo para pagamento, 0)
Units: R$/dia

(20) perc prazo 1= 20
Units: Dmnl

(21) perc prazo 2 = 50
Units: Dmnl

(22) perc vista = 30
Units: Dmnl

(23) prazo 1 = 35
Units: dias

(24) prazo 2 = 68
Units: dias

(25) prazo de recebimento mercadoria = 32
Units: dias
Prazo médio de recebimento das mercadorias do fornecedor, após a compra.

(26) prazo de venda = 25
Units: dias
Prazo médio de venda dos produtos após o recebimento das mercadorias do fornecedor.

(27) prazo para pagamento = 28
Units: dias
Prazo médio de pagamento aos fornecedores, após a compra.

(28) preço = 20
Units: R$/unidade

(29) produtos vendidos = INTEG (vendendo, 0)
Units: unidades

(30) quantidade comprada = 14500
Units: unidades
Quantidade comprada por vez.

(31) recebendo a vista = perc vista * preço * vendendo/100
Units: R$/dia

(32) recebendo mercadoria = DELAY FIXED (comprando, prazo de recebimento mercadoria, 0)
Units: unidades/dia

(33) recebendo R$ 1= DELAY FIXED (vendendo * preço * Perc prazo 1/100, Prazo 1, 0)
Units: R$/dia

(34) recebendo R$ 2 = DELAY FIXED (preço * vendendo * perc prazo 2/100, Prazo 2, 0)
Units: R$/dia

(35) recebimentos descontados = Obtendo Receita / (1 + custo do capital/100) ^ (Time/ano comercial)
Units: R$/dia

(36) receitas = INTEG (Obtendo Receita, 0)
Units: R$

(37) SAVEPER = TIME STEP
Units: Day [0,?]
The frequency with which output is stored.

(38) TIME STEP = 1
Units: Day [0,?]
The time step for the simulation.

(39) VALOR PRESENTE LIQUIDO = INTEG (+ recebimentos descontados –pagamentos descontados, 0)
Units: R$

(40) vendendo = DELAY FIXED (recebendo mercadoria, prazo de venda, 0)
Units: unidades/dia




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Diagrama do Modelo

 

Diagrame o modelo quantitativo de acordo com as instruções e fórmulas detalhadas anteriormente. Lembre que antes de simular o modelo devemos verificar a consistência do modelo e consistências de unidades. Se necessário, incorpore variáveis para garantir a consistência das unidades do modelo.

Divulgue no fórum seu modelo no formato VPM.

As respostas a serem geradas pelo Modelo:

O modelo deverá responder inicialmente às seguintes perguntas:

a) Qual o fluxo de caixa nominal dessa operação;
b) Qual é o valor presente líquido de 1 ano de operação;
c) Qual é o prazo seguro para que a empresa não tenha valor presente líquido negativo.




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a) Fluxo de caixa nominal da operação – Neste caso, apenas se mostra o gráfico da variável fluxo de caixa nominal. Clique com o mouse na variável fluxo de caixa nominal e selecione a ferramenta “Graph” na caixa de ferramentas

Para saber quais são as variáveis que interferem diretamente no fluxo de caixa nominal seleciona-se a ferramenta Causes Tree na caixa de ferramentas:





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b) Valor Presente Líquido da operação após um ano:

Para apurar o VPL após um ano, pode-se utilizar a variável do tipo estoque denominada “VALOR PRESENTE LÍQUIDO” e verificar seu valor quando tempo = 361 dias:

Por que 361 dias e não 360?

Deve-se tomar cuidado ao se tratar de estoques. Se trabalharmos com t = 360, no 360º dia estarão acumulados no estoque o efeito dos 359 dias anteriores, e no fluxo estarão transitando valores do 360º que comporão o estoque somente no final do dia. Desta forma, se o desejável é que os valores dos 360 dias completos já estejam no estoque, deve-se olhar a situação do dia 361.

Ao verificar os dados acima na forma de tabela por meio da ferramenta Table Time Down, tem-se:

Para t = 361; VPL = R$ 99.009,00

Porém, pode-se verificar que essa situação é temporária. Logo após esse período, o VPL chega a cair abaixo de zero, depois retoma seu valor.

E se o que interessa é saber o Valor presente líquido após 720 dias?

É simples. Basta verificar o valor da variável estoque VPL para t = 721, pelos mesmos motivos acima. Ao consultar os valores de VPL, sob a forma de tabela (Table Time Down na caixa de ferramentas) temos:

Para t = 721 dias, VPL = R$ 376.766,00




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Se ainda permanecer dúvida em relação à utilização de 361 dias e 721 dias e não 360 e 720, respectivamente, volte à introdução e leia novamente.

c) Qual o prazo seguro para que a operação não tenha Valor presente líquido negativo?

Ou seja, qual o período mínimo que devem ser mantidas as operações dessa empresa para que ela gere margem de contribuição suficiente para cobrir os descasamentos de fluxo de caixa existentes?

Pelo gráfico anterior pode-se ver que após, aproximadamente, 396 dias o VPL passa a ficar apenas positivo. Para ser mais preciso:

Quando t = 406 dias, VPL = R$ 114.102,00 e, a partir deste ponto, o VPL segue oscilando, mas é sempre positivo.

Logo após 405 dias o VPL é sempre positivo.

d) Outros feedbacks que o modelo pode gerar são:

Simulação 1 – Suponha-se que a empresa implante um novo sistema de cobrança conseguindo que 70% pague à vista, 10% em 30 dias e o restante em 60 dias.

Qual seria o prazo necessário para que a empresa passe a ter somente VPL positivo?

Solução:

Basta alterar o valor das variáveis abaixo:

(20) perc prazo 1 = 10
Units: Dmnl

(21) perc prazo 2 = 20
Units: Dmnl

(22) perc vista = 70
Units: Dmnl

(23) prazo 1 = 30
Units: dias

(24) prazo 2 = 60
Units: dias

Pelo gráfico e pelas informações sobre a forma de tabela do Vensim (Table Time Down na caixa de ferramentas), podemos ver que após 257 dias o VPL gerado é sempre positivo. Isso é bem melhor que a situação anterior.





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Simulação 2 – Simula-se novamente por que na simulação anterior, faltou um dado: ao implementar o novo sistema de cobrança os custos unitários passaram de R$ 10,80 para R$ 13,50.

a) Para a nova situação é necessário efetuar as alterações do item anterior e realizar a alteração do custo unitário de R$ 10,80 para R$ 13,50:

(08) custo unitário = 13.50
Units: R$/unidade

Para:

T = 721 dias, VPL = R$ 152.246,00

A situação inicial da empresa é aquela na qual para t=721 dias, VPL = R$ 376.766,00.

Logo, não compensa implementar o novo sistema de cobrança, uma vez que o VPL original (R$ 376.766,00) é maior que o VPL da Proposta (R$ 152.246,00).





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Concluindo, a Modelagem e Simulação de Negócios, por meio da Dinâmica de Sistemas, pode oferecer informações importantes para toda empresa a partir da área financeira. Nesta área, como em várias outras das organizações, as decisões e suas conseqüências estão distantes tanto no espaço quanto no tempo.

Para que a intuição ou o pensamento reducionista não atuem de forma a tomar decisões apressadas e de alto risco, é fundamental a utilização de ferramentas automatizadas de simulação que permitam testar a eficácia das estratégias, antes de sua implementação.

Experimente fazer suas próprias simulações alterando:

• Intervalo de compra
• Prazo de pagamento
• Prazo de recebimento
• Prazo médio de venda
• Prazos e percentuais de recebimentos em R$ pelas vendas efetuadas.

Para cada alteração dessas variáveis veja o comportamento do Valor Presente Liquido no negócio no decorre do tempo.

Bom estudo!




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Resumo

Um dos grandes objetivos da área de finanças é mensurar o valor do dinheiro no tempo. A dinâmica de sistemas pode colaborar muito por meio da construção de modelos de negócio considerando o comportamento das variáveis financeiras e sua evolução temporal.

Uma das formas mais efetivas de se apurar o valor de um ativo é descontar seus fluxos de caixa futuros a valor presente. Para isso, descontam-se todas as entradas e saídas em função da taxa de custo do capital.

Valor presente do Líquido (VPL) = entradas/(1+i) ^ tempo – Saídas/(1+i) ^ tempo

Onde:

Entradas = valor dos recebimentos de caixa
Saída = valor dos pagamentos de caixa
I = taxa percentual de custo do capital

Exemplo:

Entrando com os valores na fórmula para calcular o VPL do exemplo acima, temos:

VPL = – 3000/(1+10/100)0 + (–3500/(1+10/100)1 + 4.000/(1+10/100)2 + 5000/(1+10/100)3


VPL = – 3000/1 – 3500/1, 1 + 4000/1, 12 + 5000/1, 13

VPL = R$ 880,54

Isso significa que o resultado de todas as entradas e saídas do fluxo de caixa acima, levando em conta o valor do dinheiro no tempo, equivale a ter R$ 880,54 no instante zero.

Quanto maior o VPL, maior o valor do ativo ou investimento.

O módulo apresentou um modelo desenvolvido em Vensim para cálculo do VPL com explicações detalhadas sobre a utilização da função Lookup.

O modelo principal foi o de uma empresa fictícia (Empresa Alpha), que compra mercadorias de um único fornecedor para revender a clientes, a vista e a prazo. Todas as características da empresa foram simuladas de modo a tornar compreensível a aplicação da Dinâmica de Sistemas na gestão financeira de organizações.