| Unidade 1 | Módulo 1 | Tela 1 |
| 1-
Planejamento e Orçamento
O planejamento financeiro estabelece o método (caminho) pelo qual às metas financeiras devem ser atingidas. Os planos financeiros (operacionais) de curto prazo especificam as ações financeiras de curto prazo e o impacto previsto dessas ações. Esses planos abrangem, freqüentemente, um período de um ano. A viabilização do planejamento operacional será, normalmente, acompanhada de quatro demonstrativos financeiros, a saber:
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Tela 2 |
Um orçamento é:
Um orçamento pode cobrir os aspectos financeiros e os não-financeiros do plano e serve como planta a ser seguida pela empresa em período futuro. O orçamento que cobre os aspectos financeiros quantifica as expectativas da administração com relação a resultados, a fluxos de caixa e a posição financeira. Os aspectos
não financeiros seriam, por exemplo, unidades fabricadas ou vendidas,
número de funcionários e número de novos produtos
sendo introduzidos no mercado. |
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Tela 3 |
O
Balanço Patrimonial se divide em três partes:
Observando a estrutura gráfica do Balanço Patrimonial vê-se a seguinte distribuição:
Os investimentos ou aplicações estão contidos no Ativo. As fontes de recursos originam-se no Passivo. Este pode ser dividido em duas partes: Passivo exigível e Patrimônio líquido. Por conseguinte, o passivo exigível compõe-se do somatório entre o Passivo circulante e o Passivo exigível de longo prazo. Por sua vez, o somatório entre o Passivo Exigível de Longo Prazo e o Patrimônio Líquido forma o Passivo Permanente, ou seja, as fontes de longo prazo à disposição da empresa para investimentos de natureza de longo prazo.
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Tela 4 |
| Se
a organização projeta aumento nas receitas operacionais, este
fator certamente exigirá movimentos tanto no Ativo quanto no Passivo.
Mas, ao se falar em investimentos, certamente, o reflexo deste movimento
será evidenciado em termos de eficiência no DRE.
Portanto, ao se pensar no Planejamento Financeiro, seja ele operacional ou de capital, automaticamente, tanto os integrantes do Balanço Patrimonial quanto o DRE deverão ser envolvidos. Envolvidos como? Por meio de projeções.
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Tela 5 |
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| 2
- Previsão de vendas ou receitas operacionais
O principal insumo no planejamento financeiro de curto prazo é a previsão de vendas. Sua função principal é a determinação do nível de atividades futuras da organização.
Sabe-se, em função de disciplinas anteriores, quem é o diretor responsável pela previsão de vendas em uma organização. O departamento de marketing, de maneira geral, opera com dados externos e internos para a previsão de vendas. Não se deve esquecer que, no Brasil, o ambiente muitas vezes observado nas grandes capitais não tem apresentado simetria em muitas cidades do interior. Muitas vezes, a opinião de um vendedor de determinada região muito forte em agronegócios poderá ser bem mais otimista do que a de um vendedor de uma grande capital, no que tange à expectativa de vendas para os próximos doze meses. As empresas utilizam, para a previsão de vendas,
tanto dados externos quanto internos. A maioria das empresas tem um manual
para orçamentos; ele contém instruções específicas
da empresa e informações relevantes para preparar os seus
orçamentos. |
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Tela 6 |
Com base em Horngren, Datar e Foster (2004), a Empresa Alfa, uma indústria que produz mesas de centro, apresenta:
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Tela 7 |
Os dados a seguir são usados para elaborar o orçamento de 2004, da Empresa Alfa: a) Cada mesa de centro tem as seguintes especificações do produto:
b) Informações sobre estoque, em unidades físicas para 2004:
c) Receitas esperadas das mesas de centro para 2004:
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Tela 8 |
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Custos esperados para 2004 incluem:
d) Outras taxas de custos orçados e quantias para 2004 incluem:
e) O custo de fabricação é de $ 275 por mesa de centro em 2003. Empresa Alfa – orçamento de receitas para 2004
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Tela 9 |
| 3
- O orçamento de produção
De posse do orçamento de vendas, o departamento de produção irá operar o programa de produção e, a partir do programa, será preparado o Orçamento de Produção que, considerando o volume atual de estoques, é composto dos seguintes orçamentos:
Empresa Alfa – 0rçamento de produção (em unidades) para o ano de 2004
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Tela 10 |
| O
programa de produção – Um programa de produção
parte do estoque existente e incorpora dados referentes às novas
exigências de faturamento da organização, assim como
a próxima política de estoques. Nas empresas industriais, a maior parte dos custos totais é representada pelos custos de produção – são os custos decorrentes do uso de máquinas e instalações, consumo de matérias-primas, mão-de-obra e custos indiretos. A responsabilidade pela elaboração do orçamento de produção cabe ao responsável máximo pela área de produção, não apenas porque dispõe de mais informações que lhe permitam fazê-lo, como também porque a ele caberá a responsabilidade por sua execução.
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Tela 11 |
| A
programação da produção é um dos pontos
cruciais na administração da grande maioria das empresas industriais.
As dificuldades são maiores quando aumentam o número de operações
do processo produtivo e o número de componentes de um produto.
Existe, evidentemente, uma interligação
direta entre a produção e o nível dos estoques; dependendo
da forma como se comporta o mercado da empresa o grau de dificuldade aumenta.
Empresas com nível constante de venda apresentam maior facilidade
para a administração da produção. Em empresas
nas quais existam picos de sazonalidade nas vendas, o grau de dificuldade
na programação da produção aumenta. Existe
também, a situação em que a produção
é feita por lotes, em que se fabrica, de uma única vez,
por exemplo, em um dos quatro trimestres, a quantidade necessária
para todo o ano. |
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Tela 12 |
| 4
- O orçamento de matérias-primas
A matéria-prima consiste de qualquer material fisicamente agregado ao produto, passando a fazer parte do mesmo. A matéria-prima está entre os tipos de custo que compõem os custos diretos de produção. A determinação das quantidades de matérias-primas necessárias à produção é, usualmente, responsabilidade do departamento de programação e controle da produção.
O orçamento de produção, bem como a quantidade por tipo de produto a ser fabricada e as informações técnicas ou estatísticas sobre o consumo passado constitui as informações básicas para a determinação das quantidades de matérias-primas necessárias à produção. A elaboração do orçamento de matérias-primas requer o cumprimento das fases a seguir: |
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Tela 13 |
Empresa Alfa – 0rçamento de consumo de materiais diretos para o ano de 2004
A Tabela a seguir, calcula o orçamento para compras de materiais diretos, que irá depender do material direto orçado a ser usado, bem como o estoque inicial de materiais diretos e o estoque final-alvo de materiais diretos: |
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Tela 14 |
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Empresa Alfa – 0rçamento de compras de materiais diretos para o ano de 2004
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Tela 15 |
| 5
- Orçamento de Mão-de-obra Direta
Mão-de-obra Direta é aquela
relativa ao pessoal que trabalha diretamente sobre o produto em elaboração,
desde que seja possível mensurar o tempo despendido e a identificação
de quem executou o trabalho, sem necessidade de qualquer apropriação
indireta ou rateio. Devido à evolução das tecnologias de produção, há uma tendência cada vez mais forte à redução da proporção de Mão-de-obra Direta no custo dos produtos; a mecanização e a robotização reduzem o número global de pessoas, especialmente daquelas que operam diretamente sobre os produtos. Alguns exemplos mais comuns de Mão-de-obra Direta são: torneiro; prensista; soldador; cortador; pintor etc. No Brasil, devido à magnitude dos
encargos sociais, o custo da Mão-de-obra Direta inclui, além
do valor contratual, por exemplo, $ 10,00 por hora e também os
encargos sociais. Esses custos dependem de taxas salariais, métodos
de produção e planos de contratação. |
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Tela 16 |
Para a elaboração do Orçamento de Mão-de-obra Direta são utilizadas basicamente três informações:
Empresa Alfa – orçamento de mão-de-obra direta para o ano de 2004
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Tela 17 |
| 6
- Orçamento dos custos indiretos de fabricação
Custos indiretos de fabricação são todos os custos de produção relativos ao objeto de custo (produtos em fabricação e produtos acabados) que não podem ser apropriados para aquele objeto de custo, de magnitude economicamente viável. Exemplos incluem depreciação, energia elétrica, suprimento, materiais indiretos – como lubrificantes e mão-de-obra de produção indireta – ou como a manutenção da fábrica, bem como o salário dos gerentes de fábrica. Essa categoria de custos também é chamada de custos de gastos gerais de fabricação e custos de gastos gerais de fábrica. O orçamento de custos indiretos
de produção consiste na projeção desses gastos,
por período de tempo, agrupados por responsabilidade. Este é
um dos orçamentos mais complexos, dada a heterogeneidade dos itens
envolvidos e a dificuldade para correlacionar o montante de custos indiretos
aos volumes de produção. |
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Tela 18 |
A responsabilidade pela sua elaboração é pulverizada entre os diversos chefes de setores ou centros de custos, cabendo a sua aprovação ao executivo máximo da área de produção. Empresa Alfa – orçamento de custos indiretos de fabricação para o ano de 2004
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Tela 19 |
7 - Orçamento dos custos dos produtos vendidos O custo dos produtos vendidos é a soma dos custos incorridos na produção dos bens e serviços que estão sendo vendidos. Pode conter custos de produção de diversos períodos, caso os itens vendidos tenham sido produzidos em diversas épocas diferentes. Empresa Alfa – cálculo de custo unitário de estoque final de produtos acabados em 31/12/2004
O custo unitário de $ 284,75 para 2004 é comparado ao custo unitário de $ 275,00 para 2003. |
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Tela 20 |
Empresa Alfa – orçamento de estoques finais 31 de dezembro de 2004.
Empresa Alfa – orçamento do custo de produtos vendidos para o ano findo em 31/12/04
Caso estivéssemos interessados na projeção do DRE para o ano de 2004, seria necessário o orçamento das despesas operacionais: despesas administrativas, despesas de vendas, despesa de depreciação etc., das despesas financeiras e da provisão para o imposto de renda. |
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Tela 21 |
| Resumo
O planejamento financeiro estabelece o método (caminho) pelo qual às metas financeiras devem ser atingidas. O planejamento financeiro de curto prazo, também conhecido como operacional, opera, normalmente, com um período de um ano. A implantação do plano ocorre mediante um orçamento que é a expressão quantitativa das ações propostas pelo plano. Um orçamento pode cobrir aspectos financeiros e não-financeiros do plano. A previsão de vendas ou receitas operacionais é o principal insumo na elaboração do planejamento operacional. Compete ao departamento de marketing a reunião dos dados necessários para a projeção das vendas. Em geral, o departamento se utiliza tanto de dados externos quanto internos. De posse da previsão de venda,
o passo seguinte será o orçamento de produção.
Partindo do volume dos estoques existentes o departamento irá se
inclinar sobre os orçamentos de: matérias-primas; mão-de-obra
direta; custos indiretos de fabricação e custo dos produtos
vendidos. A elaboração do orçamento de matérias-primas requer o cumprimento das seguintes fases:
A Mão-de-obra Direta é relativa ao pessoal que trabalha diretamente sobre o produto em elaboração, desde que haja possibilidade de mensuração do tempo despendido, além da identificação de quem executou o trabalho, sem necessidade de qualquer apropriação indireta ou rateio. Para a elaboração do Orçamento de Mão-de-obra Direta são utilizadas basicamente três informações:
Os custos indiretos de fabricação são todos os custos de produção relativos ao objeto de custo (produtos em fabricação e produtos acabados) que não podem ser apropriados para aquele objeto de custo de magnitude economicamente viável. Este é um dos orçamentos mais complexos, dada a heterogeneidade dos itens envolvidos e a dificuldade para correlacionar o montante de custos indiretos aos volumes de produção; enquanto o custo dos produtos vendidos é a soma dos custos incorridos na produção dos bens e serviços que estão sendo vendidos. |
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| Unidade 1 | Módulo 2 | Tela 22 |
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| 1
- Demonstração de resultado
A demonstração do resultado do exercício, conforme o próprio nome sugere, demonstra o resultado obtido pela empresa em determinado período, isto é, o lucro ou o prejuízo. É importante notar que, enquanto o balanço patrimonial representa a posição da empresa em determinado momento, a demonstração do resultado acumula as receitas, os custos e as despesas relativas a um período de tempo, mostrando o resultado e possibilitando conhecermos seus componentes principais. Por exemplo:
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Tela 23 |
Supondo que a Empresa Beta – que opera na confecção de calçados –, no exercício social encerrado em 31/12/07 tenha apresentado as seguintes demonstrações financeiras: Balanço Patrimonial
Demonstrativo do resultado do exercício
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Tela 24 |
| O
nosso objetivo é o Planejamento Financeiro de curto prazo, logo,
de imediato teremos que projetar o DRE para os próximos doze meses.
Como fazer? Um método simples para desenvolver uma demonstração
de resultado pro forma é o método da porcentagem de
vendas.
De posse da projeção de vendas para os próximos doze meses, devemos observar o último exercício social à razão entre as contas do DRE com as vendas líquidas aplicando-se os mesmos percentuais no balanço de resultados pro forma.
A vantagem deste método é ser ele de fácil implantação. A desvantagem é não ser especialmente útil para os administradores, uma vez que um dos objetivos dos administradores operacionais é limitar o crescimento de certos itens, tais como custos e estoque, de forma a melhorar a lucratividade. |
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Tela 25 |
| Logo, a
abordagem da porcentagem implica que a empresa não receberá
os benefícios que resultam dos custos fixos quando as vendas estão
aumentando. Evidentemente, a recíproca também será
verdadeira quando ocorrer contração nas vendas. Portanto,
em situação de aumento nominal das vendas, o método
da porcentagem tende a subestimar os lucros. Quando as vendas estão
caindo, o método tende a superestimar os lucros.
Supondo-se que a Empresa Beta tenha projetado para o ano de 2008 um acréscimo nominal nas vendas de 20%. Certamente uma série de fatores influenciou a alta direção da empresa em projetar estes 20% de variação nominal, a saber:
É evidente que, se a previsão de vendas estiver errada, as conseqüências podem ser sérias. Inicialmente, se o mercado se expande mais do que a empresa se preparou para crescer, a mesma não será capaz de satisfazer a demanda. Seus clientes acabarão comprando produtos dos concorrentes e Beta perderá participação no seu mercado. |
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Tela 26 |
| Por
outro lado, se as projeções são muito otimistas, Beta
poderá acabar com excesso em fábrica, equipamento e estoque.
Isso significaria baixos índices de giro, altos custos por depreciação
e armazenagem e, possivelmente, baixas de estoque obsoleto. Tudo isso resultaria
em uma baixa taxa de retorno sobre o patrimônio líquido que,
por sua vez, diminuiria o preço da ação da empresa.
Se a Empresa Beta tivesse financiado uma expansão desnecessária
com dívidas, seus problemas se acumulariam. Assim, uma previsão
de vendas exata é crítica ao bem-estar da empresa.
Com base no DRE encerrado em 31/12/07 da Empresa Beta observou:
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Tela 27 |
Demonstração de resultados da Empresa Beta para 31/12/08 (Em $)
A demonstração do DRE pro forma poderia ser elaborada subdividindo-se os custos e a despesas em componentes fixos e variáveis, já que, na projeção pro forma operada considerou-se que praticamente todos os custos ou despesas fossem variáveis. Portanto, vamos projetar novamente o DRE pro forma da Empresa Beta para o ano de 2008. |
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Tela 28 |
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Demonstração de resultados da Empresa Beta (Em $)
A mudança no critério de projetar o DRE apresenta um impacto sobre, por exemplo, o lucro líquido, pois, pelo método da porcentagem o DRE pro forma apresenta $ 173, enquanto que, pelo método da divisão dos custos/despesas em fixos e variáveis, o lucro líquido sinaliza $ 251. Neste caso, o lucro
líquido pelo método da porcentagem de vendas ficou subestimado.
Mas a recíproca seria verdadeira se, ao invés de aumento
de 20% nas vendas, ocorresse uma queda de 20% nas vendas nominais. |
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Tela 29 |
| 2
- Balanço Patrimonial Projetado
Suponha que a Empresa Beta financie 80% das suas vendas, logo, para cada $ 100 de vendas, $ 80,00 serão bancados pela Empresa Beta. Dúvida: Qual é a origem
da rubrica “Contas a Receber”, algumas vezes contabilizada
como “Clientes”?
Dúvida: Se ocorrer um aumento nas contas a receber
e este aumento provocar um aumento correspondente no ativo total o que
irá acontecer?
Dúvida: Ditar uma outra rubrica do ativo que
estaria ligada diretamente com as vendas? Se você pensar em aumentar as vendas, de imediato existem grandes
chances de aumento no nível dos estoques. Logo, surge outra dúvida:
Qual será a fonte de recursos? Sendo contas a receber e estoque proporcionais às
vendas, será que o montante das instalações e equipamento
líquidos aumentaria ou cairia conforme aumentam ou caem às
vendas? Depende. Muitas empresas, ao adquirirem as instalações
e equipamentos líquidos com freqüência instalam maior
capacidade do que necessitam atualmente, devido às economias de
escala. |
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Tela 30 |
| Imagine-se
uma empresa que possua uma capacidade instalada de 100 unidades físicas
e supondo que a economia esteja passando por um período recessivo
e que a empresa esteja operando com 70% da capacidade instalada. À
medida que a economia for se recuperando e a empresa for absorvendo mais
e mais de sua capacidade instalada, até alcançar os 100% da
capacidade, os aumentos nas vendas não serão correspondidos
por gastos nas instalações. É evidente que a empresa,
antes de chegar aos 100% da capacidade instalada, caso a economia sinalize
confiança, optará por aumentar a sua capacidade instalada.
Mas algumas empresas, porém, de fato têm um
relacionamento fixo entre as vendas e as instalações e equipamentos,
mesmo no curto prazo. Por exemplo, novas lojas em muitas redes de varejo
alcançam as mesmas vendas durante seu primeiro ano que as lojas
existentes da rede. Então, o único meio desses varejistas
crescerem está em adicionar novas lojas, o que resulta em um forte
relacionamento proporcional entre os ativos fixos e as vendas. |
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Tela 31 |
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Dispomos
de diferentes abordagens para a elaboração do balanço
patrimonial projetado e, provavelmente, a técnica criteriosa seja
a mais popular delas. O uso dessa técnica na elaboração
do balanço patrimonial projetado envolve estimar certas contas
e calcular o valor de outras. Quando essa técnica é empregada,
o financiamento externo necessário serve para fazer o balanço
“bater” e, para sua aplicação, é preciso
fazer inúmeras suposições.
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Tela 32 |
Balanço Patrimonial projetado, usando a técnica criteriosa, para a Empresa Beta – 31/12/08
Observe que o total do ativo e o total do passivo, evidentemente, devem fechar com o mesmo valor, $ 620. Porém, algo chama a atenção, o valor de $ 4, referente a Financiamento total Necessário ou Financiamento Externo Necessário, ou ainda, Fundos Adicionais Necessários. |
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Tela 33 |
| Na
técnica “criteriosa”, o financiamento externo necessário
constitui-se no valor necessário para o fechamento das contas. Esse
valor expressa o levantamento por meio de empréstimo de curto e/ou
de longo prazo junto a bancos ou, quem sabe, pela emissão de títulos
de dívida de curto e/ou de longo prazo; ou ainda, pela emissão
de novas ações, que a empresa deverá obter junto ao
mercado financeiro, local e/ou no resto do mundo.
Na hipótese de o valor do financiamento externo necessário ser negativo, tem-se a indicação de excesso de recursos e, nesse caso, os recursos podem ser destinados ao pagamento de empréstimos, recompra de ações ou pagamento de dividendos. É evidente que as técnicas adotadas para a projeção, tanto do DRE pro forma quando do Balanço Patrimonial, não são 100% perfeitas. Existem limitações. Em ambientes muito turbulentos, em termos econômicos evidentemente, os dados passados da empresa perdem muito da sua consistência como fator de previsão futura. Também é importante observar: as previsões de caixa, contas a receber, estoques e captação de recursos tanto de empréstimos como de emissão de novas ações, em ambientes em que o crédito é escasso e caro, assim como os mercados de capitais pouco desenvolvidos, tornam-se difíceis de se concretizarem. Entretanto, tais incertezas não são justificativas para
que não se opere o planejamento financeiro tanto de curto quanto
de longo prazo. A hipótese de uma empresa de grande porte operar
sem planejamento é muito remota. E mais: são raros os casos
de empresas que planejam o fracasso, mas boa parte das empresas que fracassam
falharam no planejamento. |
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Tela 34 |
| Resumo
O DRE apresenta o resultado (lucro ou prejuízo contábil) experimentado em determinado exercício social, enquanto o Balanço Patrimonial apresenta a posição da empresa em determinado momento. A projeção do DRE poderá ocorrer por meio do método da porcentagem de vendas, também conhecido por método de previsão de índices constante, o qual se supõe, inicialmente, que todos os custos/despesas, com exceção da depreciação e, evidentemente, da alíquota do imposto de renda, são porcentagens específicas de vendas. A vantagem deste método é ser de fácil implantação. A desvantagem é não ser especialmente útil para os administradores, visto ser um dos objetivos dos administradores operacionais a limitação do crescimento de certos itens, tais como custos e estoque, de forma a melhorar a lucratividade. Outra maneira de se projetar o DRE pro forma seria mediante a subdivisão entre os custos e as despesas por meio dos seus componentes fixos e variáveis. Com relação à projeção do balanço patrimonial dispomos de diferentes abordagens. Provavelmente a técnica criteriosa seja a mais popular. O uso dessa técnica na elaboração do BP projetado envolve estimar certas contas e calcular o valor de outras. Quando essa técnica é empregada, o financiamento externo necessário serve para fazer o balanço “bater”, para sua aplicação, é preciso fazer inúmeras suposições. Quando da projeção do BP, dentro da técnica criteriosa,
ao defrontar-se com Financiamento Externo Necessário, o levantamento
dos recursos poderá acontecer por meio de empréstimos bancários,
emissão de títulos de dívidas ou, ainda, pela venda
de novas ações. |
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| Unidade 1 | Módulo 3 | Tela 35 |
1 - Orçamento de Caixa segundo Gitman O orçamento de caixa ou projeção de caixa, segundo Gitman (1997), é um demonstrativo dos fluxos de entradas e saídas projetados do caixa da empresa, usado para estimar necessidades de caixa de curto prazo. O orçamento de caixa é um instrumento gerencial básico em qualquer tipo de organização. Constitui-se de um mapa gerencial possibilitando ao administrador financeiro uma visão clara do momento de ocorrência dos fluxos esperados de entradas e de saídas de recursos, ao longo de um dado período e deve ser perseguido por toda empresa, não importando seu porte.
Em geral, o orçamento de caixa é elaborado para um ano, embora possa ser desenvolvido para qualquer período. O período coberto é normalmente dividido em intervalos de tempos menores. O número e o tipo dos intervalos dependem da natureza do negócio. O orçamento de caixa é, freqüentemente, apresentado em intervalos mensais. |
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Tela 36 |
Modelo de Gitman Os recebimentos de caixa incluem todos os itens, a partir dos quais temos as entradas de caixa em dado período financeiro. Os componentes mais comuns dos recebimentos são:
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Tela 37 |
Os pagamentos incluem todos os desembolsos no período coberto. Os pagamentos mais comuns são:
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Tela 38 |
| É
importante observar, ainda segundo Gitman, que a depreciação
e outras despesas que não envolvem desembolso não são
incluídas no orçamento de caixa, pois representam
apenas uma programação de compensações sobre
despesas efetuadas no passado.
Ao analisarmos, por exemplo, na rede supermercados Pão de Açúcar/Extra, cujo principal acionista é o Sr. Abílio Diniz, se nos ativermos ao balanço da empresa observaremos uma captação de recursos, significativa em dólar dos Estados Unidos, valor captado junto ao BNDES. Esta captação, de longo prazo, enfrentou, a partir de janeiro de 1999, as diversas mudanças da taxa de câmbio, a partir da adoção do Regime de Câmbio Flutuante.
Toda vez que o dólar dispara em relação ao real, o que acontece com a dívida daquele Grupo? Automaticamente ocorre a correção da dívida; entretanto, muitas vezes a correção é puramente contábil, pois está acontecendo antes da liquidação do contrato. Em termos contábeis, o lançamento das despesas de variação cambial deverá aparecer no DRE, mas o valor ainda não passou pelo caixa. Na elaboração do orçamento de caixa só aparecem pagamentos nas respectivas datas de vencimento, e não a todo instante em que o preço da moeda externa, em relação à moeda interna, sobe ou desce. Muitas vezes, então, pode-se observar o balanço da empresa enxergar um enorme valor referente à despesa de correção cambial e, ao observar o DOAR, percebe-se que boa parte daquele valor não passou pelo caixa. |
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Tela 39 |
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Voltando a Gitman, o formato geral do orçamento de caixa deveria ser:
A diferença matemática entre os recebimentos (vendas à vista, recebimento de vendas a prazo, recebimento de juros, recebimento de aluguéis, recebimento de lucros/dividendos, recebimento de venda de itens do ativo permanente etc.); e os pagamentos (compras à vista, pagamento de compras a prazo, pagamento de salários e encargos sociais, recolhimento de tributos, pagamento do imposto de renda e da contribuição social, pagamento de juros, amortização de dívidas, pagamento de aluguéis, distribuição de lucros/dividendos etc) de uma empresa num dado período de tempo pode ser definida como fluxo de caixa líquido. Somando-se ao fluxo de caixa líquido o saldo inicial de caixa chega-se no saldo final de caixa em um determinado período. |
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Tela 40 |
| Por
exemplo, se a empresa está operando o orçamento de caixa
para o mês de janeiro, o que o financeiro da empresa faz? Computa
todas as entradas previstas para o mês de janeiro e todas as saídas,
a diferença entre os valores mais o saldo de caixa do último
dia de dezembro (saldo inicial de caixa) devem gerar o saldo final de
caixa para o mês de janeiro.
Segundo Assaf Neto (2003, p. 482), o objetivo geral da manutenção de um saldo mínimo de caixa é o de permitir que a empresa possa corretamente saldar seus compromissos programados e manter, ainda, uma reserva de segurança de forma a cobrir suas necessidades de pagamentos imprevistos (não programados). De forma idêntica, o caixa mínimo deve também financiar a falta de sincronização entre entradas e saídas de fundos, ou seja, as disponibilidades devem apresentar-se suficientes para processar pagamentos quando as entradas esperadas (recebimentos) não se realizarem. São conhecidas diversas técnicas de apuração do saldo mínimo operacional de caixa de uma empresa, até mesmo algumas com alto grau de sofisticação matemática. Um critério mais simples e bastante adotado na prática baseia-se no ciclo de caixa (financeiro) da empresa, determinando o saldo mínimo com base na identidade:
Por exemplo, se os desembolsos anuais previstos por determinada empresa atingirem $ 10.000.000, e o giro de caixa no mesmo período for 10 vezes (ciclo de caixa = 36 dias), a necessidade mínima de caixa será de: $ 10.000.000/10 = $ 1.000.000 Este resultado
significa que se a empresa colocar $ 1.000.000 no disponível no
início do período, ela terá condições
financeiras suficientes para saldar todos os seus compromissos operacionais. |
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Tela 41 |
Segundo
Ross, Westerfield e Jaffe (2002) o ciclo de caixa inicia-se quando as
compras de matérias-primas são pagas e termina quando
se recebe o pagamento das contas a receber. É o período
entre pagamento e recebimento em dinheiro. |
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Tela 42 |
A
incerteza no orçamento de caixa pode ser reduzida, por exemplo,
por meio da técnica de análise de sensibilidade, projetando
uma situação pessimista, outra mais provável e outra
otimista. Empresas que operam em segmentos da economia em que a concorrência
(tanto concorrentes locais, quanto concorrentes do resto mundo) faz-se
presente, a exigência de mais de uma simulação no
orçamento de caixa, em geral, se faz necessária.
As informações que o orçamento de caixa fornece não são necessariamente adequadas para assegurar a solvência, pois os fluxos de caixa apresentados neste aparecem apenas em termos totais mensais. O administrador financeiro precisa examinar detidamente o padrão de recebimentos e pagamentos diários da empresa, para estar certo de que há caixa suficiente para pagar as contas no vencimento.
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Tela 43 |
O financeiro da Empresa Alfa está desenvolvendo uma programação de recebimentos de caixa, com o objetivo de elaborar o orçamento de caixa para os meses de outubro, novembro e dezembro. As vendas foram de $ 100 em agosto e de $ 200 em setembro. Estão previstas vendas de $ 400, $ 300 e $ 200 para outubro, novembro e dezembro, respectivamente. Tradicionalmente, 15% das vendas tem sido a vista, 45% têm gerado duplicatas cobradas com um mês e 40% têm gerado duplicatas cobradas com 60 dias. A empresa fatura para as seguintes redes de supermercados: Wal-Mart, Carrefour, Pão de Açúcar e Sendas. Não existe registro de inadimplência. A empresa irá receber de receitas diversas $20 em outubro e $15 em novembro. Em dezembro irá receber $15 de dividendos.
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Tela 44 |
O departamento financeiro da Empresa Alfa está desenvolvendo programação de desembolsos de caixa. O departamento reuniu os seguintes dados necessários ao preparo de programação de pagamentos para os meses de outubro, novembro e dezembro, com o objetivo de elaborar o orçamento de caixa para este período.
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Tela 45 |
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Com base nas informações obtidas nos exemplos anteriores: programação de recebimentos e de pagamentos, além das informações a seguir, tem-se:
Observações:
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Resumo
O orçamento de caixa ou projeção de caixa, é um demonstrativo dos fluxos de entradas e saídas de caixa da empresa, usado para estimar suas necessidades de caixa no curto prazo. O orçamento de caixa é um instrumento (um mapa) gerencial básico em qualquer tipo de organização. Em geral, o orçamento de caixa é elaborado para um ano, embora possa ser desenvolvido para qualquer período. Dentre os componentes mais comuns das entradas de caixa encontram-se: vendas à vista; cobranças de vendas a prazo; captações de empréstimos; emissão de títulos de dívidas; venda de itens do ativo permanente; receitas de aluguéis, recebimentos de lucros/dividendos de empresas ligadas etc. Por sua vez os pagamentos (saídas de caixa) mais comuns são: compras à vista; compras a prazo; pagamento de despesas financeiras; prestações de leasing; amortização de empréstimos; amortização de emissão de dívidas no mercado de capitais; pagamento da folha (salários)/encargos trabalhistas; pagamentos de impostos; distribuição de lucros/dividendos; recompra ou resgate de ações; aquisição de equipamentos para o ativo permanente etc. Para efeito de orçamento de caixa, é importante observar que custos/despesas operacionais ou não operacionais que não envolvam desembolsos de caixa, não são incluídos no orçamento de caixa. O fluxo de caixa líquido é a diferença entre os recebimentos e os pagamentos de caixa num dado período de tempo. Somando-se ao fluxo de caixa líquido o saldo inicial de caixa, chega-se ao saldo final de caixa. Um componente interessante na administração de caixa
é o caixa mínimo. Ele opera como uma reserva de segurança
de forma a cobrir imprevistos de caixa, isto é, a falta de sincronização
entre as entradas e saídas de fundos. Quanto maior o caixa mínimo,
maior tende a ser a falta de sincronização. |
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