Unidade 1 Módulo 1
Tela 1
Módulo 1 – E.S. e o ambiente competitivo
1- Planejamento e Orçamento

O planejamento financeiro estabelece o método (caminho) pelo qual às metas financeiras devem ser atingidas. Os planos financeiros (operacionais) de curto prazo especificam as ações financeiras de curto prazo e o impacto previsto dessas ações. Esses planos abrangem, freqüentemente, um período de um ano.

A viabilização do planejamento operacional será, normalmente, acompanhada de quatro demonstrativos financeiros, a saber:


orçamento de capital, também denominado orçamento de investimentos;
projeção do fluxo de caixa, também denominada orçamento de caixa;
demonstração de resultados projetada, também denominado orçamento operacional;
balanços patrimoniais projetados.


Tela 2
Módulo 1 – E.S. e o ambiente competitivo
Um orçamento é:


• expressão quantitativa de um plano de ação proposto pela administração por um período específico;
• auxílio na ordenação do que precisa ser feito para implementar o plano.

Um orçamento pode cobrir os aspectos financeiros e os não-financeiros do plano e serve como planta a ser seguida pela empresa em período futuro.

O orçamento que cobre os aspectos financeiros quantifica as expectativas da administração com relação a resultados, a fluxos de caixa e a posição financeira.

Os aspectos não financeiros seriam, por exemplo, unidades fabricadas ou vendidas, número de funcionários e número de novos produtos sendo introduzidos no mercado.



Tela 3
Módulo 1 – E.S. e o ambiente competitivo
O Balanço Patrimonial se divide em três partes:

• Ativo;
• Passivo Exigível;
• Patrimônio Líquido.

Observando a estrutura gráfica do Balanço Patrimonial vê-se a seguinte distribuição:

Ativo
Passivo
CP
CP
Ativo Circulante - AC
Passivo Circulante - PC
LP
LP
Ativo realizável de longo prazo – RLP
Exigível de longo prazo
Ativo Permanente AP
Patrimônio Líquido PL
Total do Ativo = Total do Passivo

Os investimentos ou aplicações estão contidos no Ativo.

As fontes de recursos originam-se no Passivo. Este pode ser dividido em duas partes: Passivo exigível e Patrimônio líquido. Por conseguinte, o passivo exigível compõe-se do somatório entre o Passivo circulante e o Passivo exigível de longo prazo.

Por sua vez, o somatório entre o Passivo Exigível de Longo Prazo e o Patrimônio Líquido forma o Passivo Permanente, ou seja, as fontes de longo prazo à disposição da empresa para investimentos de natureza de longo prazo.




Tela 4
Módulo 1 – E.S. e o ambiente competitivo
Se a organização projeta aumento nas receitas operacionais, este fator certamente exigirá movimentos tanto no Ativo quanto no Passivo. Mas, ao se falar em investimentos, certamente, o reflexo deste movimento será evidenciado em termos de eficiência no DRE.

Portanto, ao se pensar no Planejamento Financeiro, seja ele operacional ou de capital, automaticamente, tanto os integrantes do Balanço Patrimonial quanto o DRE deverão ser envolvidos. Envolvidos como? Por meio de projeções.


DRE (Demonstrativo de Resultado do Exercício)

Receita Operacional bruta

(–) Impostos faturados
(–) Devoluções e abatimentos

Receita Operacional Líquida

(–) Custo dos Produtos Vendidos

Lucro bruto

(–) Despesas operacionais

Lucro operacional

(–) Despesas financeiras

Lucro Antes do Imposto de Renda

(–) Provisão para IR/CS

Lucro Líquido



Tela 5
Módulo 1 –Planos financeiros (operacionais) de curto prazo
2 - Previsão de vendas ou receitas operacionais

O principal insumo no planejamento financeiro de curto prazo é a previsão de vendas. Sua função principal é a determinação do nível de atividades futuras da organização.

Sabe-se, em função de disciplinas anteriores, quem é o diretor responsável pela previsão de vendas em uma organização. O departamento de marketing, de maneira geral, opera com dados externos e internos para a previsão de vendas.

Não se deve esquecer que, no Brasil, o ambiente muitas vezes observado nas grandes capitais não tem apresentado simetria em muitas cidades do interior. Muitas vezes, a opinião de um vendedor de determinada região muito forte em agronegócios poderá ser bem mais otimista do que a de um vendedor de uma grande capital, no que tange à expectativa de vendas para os próximos doze meses.

As empresas utilizam, para a previsão de vendas, tanto dados externos quanto internos. A maioria das empresas tem um manual para orçamentos; ele contém instruções específicas da empresa e informações relevantes para preparar os seus orçamentos.



Os dados externos estão relacionados com os indicadores econômicos externos significativos, por exemplo:

• de que forma o governo sinaliza a sua política com relação à variação no nível dos preços;
• perspectivas da política fiscal: projeta-se como contracionista ou expansionista;
• regime de câmbio: é fixo ou flutuante;
• desempenho do balanço de pagamentos: sinaliza superávits ou déficits na balança de conta corrente;
• variação do PIB;
• nível do emprego;
• política externa (geopolítica);
• blocos econômicos;
• globalização etc.



Os dados internos que o departamento de marketing utiliza, por sua vez, são extraídos, geralmente, junto aos integrantes do departamento comercial da empresa. Isto é, junto aos gerentes regionais, representantes, gerentes de filiais, vendedores etc., que possuem uma compreensão detalhada das necessidades dos clientes, do potencial de mercado e dos produtos da concorrência.



Tela 6
Módulo 1 –Planos financeiros (operacionais) de curto prazo

Com base em Horngren, Datar e Foster (2004), a Empresa Alfa, uma indústria que produz mesas de centro, apresenta:


• A única fonte de receita é a venda de mesas de centro. As receitas não relacionadas a vendas, como renda de juros, são presumidas como sendo zero. Unidades vendidas são direcionadas de receita porque os preços são previstos inalterados durante todo o ano de 2004.

• O estoque de produtos em processo é insignificante e, portanto, ignorado.

• O estoque de materiais diretos e de produtos acabados é avaliado usando o método de “primeiro a entrar, primeiro a sair” (PEPS). Os custos por unidade de materiais diretos comprados e produtos acabados vendidos permanecem inalterados durante todo o ano orçado, mas podem mudar de ano para ano.

• Há dois tipos de material direto: madeira compensada (MC) e carvalho vermelho (CV). Os custos de materiais diretos são variáveis com respeito a unidades produzidas – as mesas de centro.

• Há dois tipos de mão-de-obra direta: a mão-de-obra de laminação e a mão-de-obra de usinagem. Os custos de mão-de-obra direta variam em razão das horas trabalhadas. As taxas de mão-de-obra direta permanecem inalteradas durante cada ano orçamentário, mas podem mudar de ano para ano. Trabalhadores de mão-de-obra direta são contratados por hora; não há hora extra.

• Os custos gerais de fabricação têm um componente variável e um fixo. O componente é variável em razão das horas de mão-de-obra direta. Para o cálculo de custos do produto, a Empresa Alfa aloca todos os custos gerais de fabricação, variáveis e fixos, usando horas de mão-de-obra direta de fabricação como base de alocação.

• Custos não relacionados à fabricação (despesa) têm um componente variável e um fixo. O componente variável, o qual em grande parte consiste em comissão para o pessoal de vendas, é variável em relação à quantia de receitas.

 



Tela 7
Módulo 1 –Planos financeiros (operacionais) de curto prazo

Os dados a seguir são usados para elaborar o orçamento de 2004, da Empresa Alfa:

a) Cada mesa de centro tem as seguintes especificações do produto:

Materiais diretos
 
Madeira compensada (MC) 9,00 pés de madeira (p.m.) por mesa
Carvalho vermelho (CV) 10,00 pés de madeira (p.m.) por mesa
 
Mão-de-obra direta
 
Mão-de-obra de laminação 0,25 hora por mesa
Mão-de-obra de usinagem 3,75 horas por mesa
 

b) Informações sobre estoque, em unidades físicas para 2004:

Estoque inicial

Estoque-alvo final
 
Materiais diretos
Madeira compensada 20.000 p.m. 18.000 p.m.
Carvalho vermelho 25.000 p.m. 22.000 p.m.
 
Produtos acabados
Mesas de centro 5.000 unidades 3.000 unidades
 

c) Receitas esperadas das mesas de centro para 2004:

Preço de venda $ 392 por mesa
Unidades vendidas 52 000 mesas de centro


Tela 8
Módulo 1 –Planos financeiros (operacionais) de curto prazo

Custos esperados para 2004 incluem:

 
2003
2004
Madeira compensada (por p.m.) $ 3,90 $4,00
Carvalho vermelho (por p.m.) $ 5,80 $ 6,00
Mão-de-obra de laminação (por hora) $24,00 $ 25,00
Mão-de-obra de usinagem (por hora) $29,00 $ 30,00

d) Outras taxas de custos orçados e quantias para 2004 incluem:

Custos indiretos variáveis de fabricação $ 9,50 por hora de
mão-de-obra direta
Custos variáveis não relacionados com fabricação (despesas) 13,5% das receitas
Custos indiretos de fabricação fixos $ 1.600.000
Custos fixos não relacionados com fabricação (despesas) $ 1.400.000

e) O custo de fabricação é de $ 275 por mesa de centro em 2003.

Empresa Alfa – orçamento de receitas para 2004

Preço de venda
Unidades vendidas
Total de receita
Mesas de centro
$ 392
52.000
$ 20.384.000


Tela 9
Módulo 1 –Planos financeiros (operacionais) de curto prazo
3 - O orçamento de produção

De posse do orçamento de vendas, o departamento de produção irá operar o programa de produção e, a partir do programa, será preparado o Orçamento de Produção que, considerando o volume atual de estoques, é composto dos seguintes orçamentos:


• Orçamento de matérias-primas;
• Orçamento de mão-de-obra direta;
• Orçamento dos custos indiretos de fabricação;
• Orçamento dos custos dos produtos vendidos.

Empresa Alfa – 0rçamento de produção (em unidades) para o ano de 2004

 
Mesas de centro
   
Vendas unitárias orçadas (Tabela 1) 52.000
Mais estoque alvo final de produtos acabados 3.000
   
Total necessário 55.000
Deduzir estoque inicial de produtos acabados 5.000
Unidades a serem produzidas 50.000
   


Tela 10
Módulo 1 –Planos financeiros (operacionais) de curto prazo
O programa de produção – Um programa de produção parte do estoque existente e incorpora dados referentes às novas exigências de faturamento da organização, assim como a próxima política de estoques.

Nas empresas industriais, a maior parte dos custos totais é representada pelos custos de produção – são os custos decorrentes do uso de máquinas e instalações, consumo de matérias-primas, mão-de-obra e custos indiretos. A responsabilidade pela elaboração do orçamento de produção cabe ao responsável máximo pela área de produção, não apenas porque dispõe de mais informações que lhe permitam fazê-lo, como também porque a ele caberá a responsabilidade por sua execução.




Tela 11
Módulo 1 –Planos financeiros (operacionais) de curto prazo
A programação da produção é um dos pontos cruciais na administração da grande maioria das empresas industriais. As dificuldades são maiores quando aumentam o número de operações do processo produtivo e o número de componentes de um produto.

Existe, evidentemente, uma interligação direta entre a produção e o nível dos estoques; dependendo da forma como se comporta o mercado da empresa o grau de dificuldade aumenta. Empresas com nível constante de venda apresentam maior facilidade para a administração da produção. Em empresas nas quais existam picos de sazonalidade nas vendas, o grau de dificuldade na programação da produção aumenta. Existe também, a situação em que a produção é feita por lotes, em que se fabrica, de uma única vez, por exemplo, em um dos quatro trimestres, a quantidade necessária para todo o ano.



Tela 12
Módulo 1 –Planos financeiros (operacionais) de curto prazo
4 - O orçamento de matérias-primas

A matéria-prima consiste de qualquer material fisicamente agregado ao produto, passando a fazer parte do mesmo. A matéria-prima está entre os tipos de custo que compõem os custos diretos de produção. A determinação das quantidades de matérias-primas necessárias à produção é, usualmente, responsabilidade do departamento de programação e controle da produção.

O orçamento de produção, bem como a quantidade por tipo de produto a ser fabricada e as informações técnicas ou estatísticas sobre o consumo passado constitui as informações básicas para a determinação das quantidades de matérias-primas necessárias à produção. A elaboração do orçamento de matérias-primas requer o cumprimento das fases a seguir:



Tela 13
Módulo 1 –Planos financeiros (operacionais) de curto prazo


• determinação das quantidades de matérias-primas exigidas para o atendimento da produção;
• estabelecimento das políticas de estocagem de matérias-primas;
• elaboração do programa de suprimentos;
• determinação do custo estimado das matérias-primas necessárias à produção.

Empresa Alfa – 0rçamento de consumo de materiais diretos para o ano de 2004

      
MC
CV
Total
     
Orçamento de unidades físicas
MC:
50.000 unidades x 9,00 p.m. por unidade
450.000
    
    
CV:
50.000 unidades x 10,00 p.m. por unidade
   
500.000
    
A ser usado na produção, p.m.
450.000
500.000
    
 
=========
========
     
Orçamento de custos
(Disponível do estoque inicial)
MC:
$ 3,90 x 20.000
$ 78.000
   
    
CV:
$ 5,80 x 25.000
     
$ 145.000
   
A ser obtido de compras deste período
MC:
$ 4,00 x (450.000 – 20.000)
1.720.000
    
   
CV:
$ 6,00 x (500.000 – 25.000)
    
2.850.000
   
 
Materiais diretos a serem usados
$ 1.798.000
$ 2.995.000
$ 4.793.000
 

A Tabela a seguir, calcula o orçamento para compras de materiais diretos, que irá depender do material direto orçado a ser usado, bem como o estoque inicial de materiais diretos e o estoque final-alvo de materiais diretos:



Tela 14
Módulo 1 –Planos financeiros (operacionais) de curto prazo

Empresa Alfa – 0rçamento de compras de materiais diretos para o ano de 2004

    
MC
CV
Total
    
Orçamento de unidades físicas
Consumo de produção (Tabela 3 A)
450.000
500.000
    
Mais estoque-alvo final
18.000
22.000
    
      
Total necessário
468.000
522.000
    
Menos estoque inicial
20.000
25.000
    
    
Compras
448.000
497.000
    
    
Orçamento de custos
MC:
448.000 x $ 4,00
$ 1.792.000
    
    
CV:
497.000 x $ 6,00
    
$ 2.982.000
    
    
Compras $ 1.792.000 $ 2.982.000 $ 4.774.000


Tela 15
Módulo 1 –Planos financeiros (operacionais) de curto prazo
5 - Orçamento de Mão-de-obra Direta

Mão-de-obra Direta é aquela relativa ao pessoal que trabalha diretamente sobre o produto em elaboração, desde que seja possível mensurar o tempo despendido e a identificação de quem executou o trabalho, sem necessidade de qualquer apropriação indireta ou rateio.

Se houver qualquer tipo de alocação por meio de estimativas ou divisões proporcionais, desaparece a característica de “direta”.

Devido à evolução das tecnologias de produção, há uma tendência cada vez mais forte à redução da proporção de Mão-de-obra Direta no custo dos produtos; a mecanização e a robotização reduzem o número global de pessoas, especialmente daquelas que operam diretamente sobre os produtos. Alguns exemplos mais comuns de Mão-de-obra Direta são: torneiro; prensista; soldador; cortador; pintor etc.

No Brasil, devido à magnitude dos encargos sociais, o custo da Mão-de-obra Direta inclui, além do valor contratual, por exemplo, $ 10,00 por hora e também os encargos sociais. Esses custos dependem de taxas salariais, métodos de produção e planos de contratação.



Tela 16
Módulo 1 –Planos financeiros (operacionais) de curto prazo

Para a elaboração do Orçamento de Mão-de-obra Direta são utilizadas basicamente três informações:


a) registros de tempos e movimentos pela engenharia industrial;
b) estimativas diretas da supervisão de produção;
c) estimativas por um grupo assessor, com a utilização de métodos estatísticos.

Empresa Alfa – orçamento de mão-de-obra direta para o ano de 2004

 
Mão-de-obra de laminação LAM
Mão-de-obra de usinagem USI
Total
Orçamento de horas de MO
LAM: 50.000 un. X 0,25 h/un 12.500 horas
USI: 50.000 un. X 3,75 h/un   187.500 horas
 
  12.500 hrs 187.500 hrs 200.000 hrs
 
Orçamento de custos
LAM: 25,00 p/h x 12.500 hrs $ 312.500
USI: 30,00 p/h x 187.500 hrs   $ 5.625.000
  $ 312.500 $ 5.625.000 $ 5.937.500


Tela 17
Módulo 1 –Planos financeiros (operacionais) de curto prazo
6 - Orçamento dos custos indiretos de fabricação

Custos indiretos de fabricação são todos os custos de produção relativos ao objeto de custo (produtos em fabricação e produtos acabados) que não podem ser apropriados para aquele objeto de custo, de magnitude economicamente viável.

Exemplos incluem depreciação, energia elétrica, suprimento, materiais indiretos – como lubrificantes e mão-de-obra de produção indireta – ou como a manutenção da fábrica, bem como o salário dos gerentes de fábrica.

Essa categoria de custos também é chamada de custos de gastos gerais de fabricação e custos de gastos gerais de fábrica.

O orçamento de custos indiretos de produção consiste na projeção desses gastos, por período de tempo, agrupados por responsabilidade. Este é um dos orçamentos mais complexos, dada a heterogeneidade dos itens envolvidos e a dificuldade para correlacionar o montante de custos indiretos aos volumes de produção.



Tela 18
Módulo 1 –Planos financeiros (operacionais) de curto prazo

A responsabilidade pela sua elaboração é pulverizada entre os diversos chefes de setores ou centros de custos, cabendo a sua aprovação ao executivo máximo da área de produção.

Empresa Alfa – orçamento de custos indiretos de fabricação para o ano de 2004

 
No nível de 200.000 horas
de mão-de-obra direta
 
Custos indiretos variáveis de fabricação
Suprimentos $ 240.000  
Mão-de-obra indireta 620.000  
Luz e energia 460.000  
Manutenção 300.000  
Diversos $ 280.000 $ 1.900.000
Custos indiretos fixos de fabricação
Depreciação $ 500.000  
Impostos prediais 350.000  
Seguro sobre a propriedade 260.000  
Supervisão da fábrica 210.000  
Diversos 280.000 $ 1.600.000
Total de custos indiretos de fabricação   $ 3.500.000


Tela 19
Módulo 1 –Planos financeiros (operacionais) de curto prazo

7 - Orçamento dos custos dos produtos vendidos

O custo dos produtos vendidos é a soma dos custos incorridos na produção dos bens e serviços que estão sendo vendidos. Pode conter custos de produção de diversos períodos, caso os itens vendidos tenham sido produzidos em diversas épocas diferentes.

Empresa Alfa – cálculo de custo unitário de estoque final de produtos acabados em 31/12/2004


Custo por
Unidade de insumo
Quantidade
   
Total
 
Materiais diretos
MC $ 4,00 9,00 $ 36,00  
CV 6,00 10,00 60,00 96,00
Mão-de-obra direta
Mão-de-obra laminação $ 25,00 p/hora 0,25 hora 6,25  
Mão-de-obra usinagem 30,00 p/hora 3,75 horas 112,50 118,75
Custos Indiretos de fabricação 17,50 p/hora 4,00 horas       70,00
 
Total       $ 284,75

O custo unitário de $ 284,75 para 2004 é comparado ao custo unitário de $ 275,00 para 2003.



Tela 20
Módulo 1 –Planos financeiros (operacionais) de curto prazo

Empresa Alfa – orçamento de estoques finais 31 de dezembro de 2004.

Custo por unidade
Quantidade
Total
Materiais diretos
MC $ 4,00 por p.m. 18 000 p.m. $ 72.000
CV 6,00 por p.m. 22.000 p.m. 132.000
  $ 204.000
Produtos acabados
Mesas de centro $ 284,75 por unidade 3.000 unidades $ 854.250
  $ 854.250
 
Total de estoque final $ 1.058.250
 

Empresa Alfa – orçamento do custo de produtos vendidos para o ano findo em 31/12/04

Estoque inicial de produtos acabados, 1º de janeiro de 2004, $275x5.000
Dado
  
$ 1.375.000
Materiais diretos usados
Tabela 3A
$ 4.793.000
Mão-de-obra direta
Tabela 4
5.937.500
Custos indiretos de fabricação
Tabela 5
3.500.000
Custo de produção
$ 14.230.500
Custo de produtos disponíveis para venda
$ 15.605.500
Deduzir estoque final de produtos acabados, 31 de dezembro de 2004
Tabela 6B
    
854.250      
Custo de produtos vendidos
  
   
$ 14.751.250

Caso estivéssemos interessados na projeção do DRE para o ano de 2004, seria necessário o orçamento das despesas operacionais: despesas administrativas, despesas de vendas, despesa de depreciação etc., das despesas financeiras e da provisão para o imposto de renda.



Tela 21
Módulo 1 –Planos financeiros (operacionais) de curto prazo
Resumo

O planejamento financeiro estabelece o método (caminho) pelo qual às metas financeiras devem ser atingidas. O planejamento financeiro de curto prazo, também conhecido como operacional, opera, normalmente, com um período de um ano.

A implantação do plano ocorre mediante um orçamento que é a expressão quantitativa das ações propostas pelo plano. Um orçamento pode cobrir aspectos financeiros e não-financeiros do plano.

A previsão de vendas ou receitas operacionais é o principal insumo na elaboração do planejamento operacional. Compete ao departamento de marketing a reunião dos dados necessários para a projeção das vendas. Em geral, o departamento se utiliza tanto de dados externos quanto internos.

De posse da previsão de venda, o passo seguinte será o orçamento de produção. Partindo do volume dos estoques existentes o departamento irá se inclinar sobre os orçamentos de: matérias-primas; mão-de-obra direta; custos indiretos de fabricação e custo dos produtos vendidos.
A matéria-prima consiste de qualquer material fisicamente agregado ao produto, passando a fazer parte do mesmo. Ela está entre os tipos de custo que compõem os custos diretos de produção.

A elaboração do orçamento de matérias-primas requer o cumprimento das seguintes fases:

a) determinação das quantidades de matérias-primas exigidas para o atendimento da produção;
b) estabelecimento das políticas de estocagem de matérias-primas;
c) elaboração do programa de suprimentos;
d) determinação do custo estimado das matérias-primas necessárias à produção.

A Mão-de-obra Direta é relativa ao pessoal que trabalha diretamente sobre o produto em elaboração, desde que haja possibilidade de mensuração do tempo despendido, além da identificação de quem executou o trabalho, sem necessidade de qualquer apropriação indireta ou rateio.

Para a elaboração do Orçamento de Mão-de-obra Direta são utilizadas basicamente três informações:

a) registros de tempos e movimentos pela engenharia industrial;
b) estimativas diretas da supervisão de produção;
c) estimativas por um grupo assessor, com a utilização de métodos estatísticos.

Os custos indiretos de fabricação são todos os custos de produção relativos ao objeto de custo (produtos em fabricação e produtos acabados) que não podem ser apropriados para aquele objeto de custo de magnitude economicamente viável.

Este é um dos orçamentos mais complexos, dada a heterogeneidade dos itens envolvidos e a dificuldade para correlacionar o montante de custos indiretos aos volumes de produção; enquanto o custo dos produtos vendidos é a soma dos custos incorridos na produção dos bens e serviços que estão sendo vendidos.



Unidade 1 Módulo 2
Tela 22
Módulo 02 - Demonstração de Resultados pro Forma/Balanço Patrimonial pro Forma
1 - Demonstração de resultado

A demonstração do resultado do exercício, conforme o próprio nome sugere, demonstra o resultado obtido pela empresa em determinado período, isto é, o lucro ou o prejuízo. É importante notar que, enquanto o balanço patrimonial representa a posição da empresa em determinado momento, a demonstração do resultado acumula as receitas, os custos e as despesas relativas a um período de tempo, mostrando o resultado e possibilitando conhecermos seus componentes principais. Por exemplo:




Na Companhia Brasileira de Distribuição – CBD –, mais conhecida como a rede de supermercados Pão de Açúcar, o encerramento do balanço anual ocorre sempre no dia 31 de dezembro de cada ano. Muito bem, vamos nos ater ao ano de 2008. O DRE da CBD em 31/12/08 apresentou o comportamento das receitas e despesas ocorrido entre o dia 01/01/08 e 31/12/08, mas o Balanço Patrimonial da CBD encerrado em 31/12/08 mostrou um retrato do ativo e do passivo naquela data. Para efeito de DRE, a partir de 01/01/09 tudo recomeça, para efeito de Balanço Patrimonial, a vida continua.



Tela 23
Módulo 1 – E.S. e o ambiente competitivo

Supondo que a Empresa Beta – que opera na confecção de calçados –, no exercício social encerrado em 31/12/07 tenha apresentado as seguintes demonstrações financeiras:

Balanço Patrimonial

Ativo $ Passivo $
Caixa/Bancos 20 Fornecedores 120
Contas a receber 160 Empréstimos bancários 70
Estoques 150 Salários/encargos sociais 14
Outros 38 Provisão p/IR e CS 15
    Credores diversos 10
Ativo circulante 368 Passivo circulante 229
Investimentos 20 Empréstimos banc. LP 90
Imobilizado 286 Debêntures 30
Deprec. acumulada (90) Pass. Exigível LP 120
Ativo Permanente 216 Capital social 180
    Reservas de capital 15
    Reservas de lucro 40
    Patrimônio Líquido 235
Total do Ativo 584 Total do Passivo 584

Demonstrativo do resultado do exercício

Vendas líquidas 1.400
(-) CPV (770)
Lucro bruto 630
Despesas Administrativas (140)
Despesas de vendas (210)
Despesas de depreciação (30)
Lucro operacional 250
Despesas Financeiras (63)
Lucro antes do IR/CS 187
Provisão p/IR/CS (25%) (47)
Lucro líquido 140
Menos: Dividendos p/ ações ord. (100)
Para reserva de lucros 40


Tela 24
Módulo 1 – E.S. e o ambiente competitivo
O nosso objetivo é o Planejamento Financeiro de curto prazo, logo, de imediato teremos que projetar o DRE para os próximos doze meses. Como fazer? Um método simples para desenvolver uma demonstração de resultado pro forma é o método da porcentagem de vendas.

De posse da projeção de vendas para os próximos doze meses, devemos observar o último exercício social à razão entre as contas do DRE com as vendas líquidas aplicando-se os mesmos percentuais no balanço de resultados pro forma.


Segundo Gitman (1997), o método da porcentagem de vendas ou método de previsão de índices constante, supõe inicialmente, que todos os custos/despesas, com exceção da depreciação e, evidentemente, da alíquota do imposto de renda, são porcentagens específicas de vendas.

A vantagem deste método é ser ele de fácil implantação. A desvantagem é não ser especialmente útil para os administradores, uma vez que um dos objetivos dos administradores operacionais é limitar o crescimento de certos itens, tais como custos e estoque, de forma a melhorar a lucratividade.



Tela 25
Módulo 1 – E.S. e o ambiente competitivo
Logo, a abordagem da porcentagem implica que a empresa não receberá os benefícios que resultam dos custos fixos quando as vendas estão aumentando. Evidentemente, a recíproca também será verdadeira quando ocorrer contração nas vendas. Portanto, em situação de aumento nominal das vendas, o método da porcentagem tende a subestimar os lucros. Quando as vendas estão caindo, o método tende a superestimar os lucros.

Supondo-se que a Empresa Beta tenha projetado para o ano de 2008 um acréscimo nominal nas vendas de 20%. Certamente uma série de fatores influenciou a alta direção da empresa em projetar estes 20% de variação nominal, a saber:

• crescimento histórico de vendas da empresa;
• nível de atividade econômica e demanda global no segmento de calçados;
• capacidade de produção da empresa e de seus concorrentes;
• projeção de inflação; as campanhas publicitárias, descontos promocionais e termos de crédito.

É evidente que, se a previsão de vendas estiver errada, as conseqüências podem ser sérias. Inicialmente, se o mercado se expande mais do que a empresa se preparou para crescer, a mesma não será capaz de satisfazer a demanda. Seus clientes acabarão comprando produtos dos concorrentes e Beta perderá participação no seu mercado.



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Módulo 1 – E.S. e o ambiente competitivo
Por outro lado, se as projeções são muito otimistas, Beta poderá acabar com excesso em fábrica, equipamento e estoque. Isso significaria baixos índices de giro, altos custos por depreciação e armazenagem e, possivelmente, baixas de estoque obsoleto. Tudo isso resultaria em uma baixa taxa de retorno sobre o patrimônio líquido que, por sua vez, diminuiria o preço da ação da empresa. Se a Empresa Beta tivesse financiado uma expansão desnecessária com dívidas, seus problemas se acumulariam. Assim, uma previsão de vendas exata é crítica ao bem-estar da empresa.

Com base no DRE encerrado em 31/12/07 da Empresa Beta observou:

CPV/Vendas --> $ 770/$ 1.400 = 0,55 ou 0,55 x 100 = 55%
Lucro Bruto/Vendas --> $ 630/$ 1.400 = 45%
Despesas Administrativas /Vendas --> $ 140/$1.400 = 10%
Despesas de vendas/Vendas --> $ 210/$ 1.400 = 15%
Despesas Financeiras/Vendas -->$ 63/$ 1.400 = 4,5%
Para o ano de 2008 a empresa projeta crescimento nominal nas vendas de 20%: $ 1.400 x 1,20 = $ 1.680


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Módulo 1 – E.S. e o ambiente competitivo

Demonstração de resultados da Empresa Beta para 31/12/08 (Em $)

Vendas líquidas $ 1.680
(-) CPV ($ 924)
Lucro bruto $ 756
Despesas Administrativas ($ 168)
Despesas de vendas ($ 252)
Despesas de depreciação ($ 30)
Lucro Operacional $ 306
Despesas financeiras ($ 76)
Lucro antes do IR $ 230
Provisão p/IR (25%) ($ 57)
Lucro líquido $ 173
(Menos) Dividendos p/acion ($ 121)
Para lucros acumulados $ 52

A demonstração do DRE pro forma poderia ser elaborada subdividindo-se os custos e a despesas em componentes fixos e variáveis, já que, na projeção pro forma operada considerou-se que praticamente todos os custos ou despesas fossem variáveis. Portanto, vamos projetar novamente o DRE pro forma da Empresa Beta para o ano de 2008.



Tela 28
Módulo 1 – E.S. e o ambiente competitivo

Demonstração de resultados da Empresa Beta (Em $)

 
31/12/07
 Projetado
 31/12/08
Vendas líquidas
1.400
1.680
(-) CPV
Custo fixo
(308)
(308)
Custo variável (0,33 x vendas)
(462)
(554)
Lucro bruto
630
818
Despesas Administrativas
Despesas adm. fixas
(112)
(112)
Desp. Variáveis (0,02 x vendas)
(28)
(34)
Despesas de vendas
Despesas fixas
(42)
(42)
Desp. Variáveis (0,12 x vendas)
(168)
(202)
Despesas de depreciação
(30)
(30)
Lucro operacional
250
398
Despesas Financeiras
(63)
(63)
Lucro antes do IR
187
335
Provisão p/IR (25%)
(47)
(84)
Lucro líquido
140
251

A mudança no critério de projetar o DRE apresenta um impacto sobre, por exemplo, o lucro líquido, pois, pelo método da porcentagem o DRE pro forma apresenta $ 173, enquanto que, pelo método da divisão dos custos/despesas em fixos e variáveis, o lucro líquido sinaliza $ 251.

Neste caso, o lucro líquido pelo método da porcentagem de vendas ficou subestimado. Mas a recíproca seria verdadeira se, ao invés de aumento de 20% nas vendas, ocorresse uma queda de 20% nas vendas nominais.

Neste caso, o lucro líquido estaria sendo projetado de forma superestimada em função dos custos/despesas fixos e variáveis. Convém ressaltar que, nesta projeção, optou-se por manter o mesmo valor para a despesa de depreciação, assim como manter a mesma alíquota para a provisão do imposto de renda. A alíquota do imposto de renda costuma aumentar à medida que o lucro aumenta.



Tela 29
Módulo 1 – E.S. e o ambiente competitivo
2 - Balanço Patrimonial Projetado

Suponha que a Empresa Beta financie 80% das suas vendas, logo, para cada $ 100 de vendas, $ 80,00 serão bancados pela Empresa Beta.

Dúvida: Qual é a origem da rubrica “Contas a Receber”, algumas vezes contabilizada como “Clientes”?
Resposta: “Receitas operacionais a prazo”, algumas vezes apresentado, também, como “Vendas a prazo”.
Portanto, aquele ativo (clientes) costuma ser influenciado pelas receitas operacionais a prazo.

Dúvida: Se ocorrer um aumento nas contas a receber e este aumento provocar um aumento correspondente no ativo total o que irá acontecer?
Resposta: É evidente que o total do passivo será afetado na mesma proporção, pois, o total do ativo terá que bater com o total do passivo.

Mas esta resposta traz em sua envergadura o seguinte detalhe: aumentos no passivo significam necessidade de fontes de recursos, ou seja, quando há aumento no ativo total, automaticamente, uma fonte terá que ser providenciada; seja esta originada no passivo circulante, no exigível de longo prazo ou no capital próprio.

Dúvida: Ditar uma outra rubrica do ativo que estaria ligada diretamente com as vendas?
Resposta: Estoques.

Se você pensar em aumentar as vendas, de imediato existem grandes chances de aumento no nível dos estoques. Logo, surge outra dúvida: Qual será a fonte de recursos?
Resposta: Se este aumento dos estoques provocar aumento do ativo total, as fontes terão que vir do passivo.

Sendo contas a receber e estoque proporcionais às vendas, será que o montante das instalações e equipamento líquidos aumentaria ou cairia conforme aumentam ou caem às vendas? Depende. Muitas empresas, ao adquirirem as instalações e equipamentos líquidos com freqüência instalam maior capacidade do que necessitam atualmente, devido às economias de escala.



Tela 30
Módulo 1 – E.S. e o ambiente competitivo
Imagine-se uma empresa que possua uma capacidade instalada de 100 unidades físicas e supondo que a economia esteja passando por um período recessivo e que a empresa esteja operando com 70% da capacidade instalada. À medida que a economia for se recuperando e a empresa for absorvendo mais e mais de sua capacidade instalada, até alcançar os 100% da capacidade, os aumentos nas vendas não serão correspondidos por gastos nas instalações. É evidente que a empresa, antes de chegar aos 100% da capacidade instalada, caso a economia sinalize confiança, optará por aumentar a sua capacidade instalada.

Mas algumas empresas, porém, de fato têm um relacionamento fixo entre as vendas e as instalações e equipamentos, mesmo no curto prazo. Por exemplo, novas lojas em muitas redes de varejo alcançam as mesmas vendas durante seu primeiro ano que as lojas existentes da rede. Então, o único meio desses varejistas crescerem está em adicionar novas lojas, o que resulta em um forte relacionamento proporcional entre os ativos fixos e as vendas.



Tela 31
Módulo 1 – E.S. e o ambiente competitivo

Dispomos de diferentes abordagens para a elaboração do balanço patrimonial projetado e, provavelmente, a técnica criteriosa seja a mais popular delas. O uso dessa técnica na elaboração do balanço patrimonial projetado envolve estimar certas contas e calcular o valor de outras. Quando essa técnica é empregada, o financiamento externo necessário serve para fazer o balanço “bater” e, para sua aplicação, é preciso fazer inúmeras suposições.

Ainda com base na Empresa Beta, tomando-se por base o exercício social encerrado em 31/12/07, para o exercício social de 2008 as suposições seriam:


• Um saldo mínimo de caixa desejado seria $ 21.
• As contas a receber e os estoques irão manter a rotação observada em 31/12/07.
• A rubrica “outros” no ativo circulante irá aumentar para $ 40.
• O ativo permanente: a rubrica investimento irá para $ 22; a depreciação será de $ 30.
• A rotação de fornecedores sofrerá um decréscimo.
• A provisão para o imposto de renda será de 25% sobre o lucro operacional.
• A rubrica empréstimos bancários de curto prazo irá passar para $ 60, em 31/12/08.
• A rubrica Salários/encargos sociais será de $ 16.
• A rubrica “credores diversos” será de $ 11.
• A rubrica Empréstimos de Longo Prazo irá passar para $ 80.
• A rubrica Debêntures terá o valor de $ 5.
• A Empresa irá distribuir $ 121 em dividendos.

Fórmulas



Rotação de contas a receber = (contas a receber/Vendas líquidas) x 360
Rotação de estoques = (estoques /CPV ou CMV) x 360
Rotação de fornecedores = (fornecedores /CPV ou CMV) x 360
Balanço encerrado em 31/12/07
Rotação de contas a receber = (160 /1400) x 360 = 41 dias
Rotação dos estoques = (150 /770) x 360 = 70 dias
Rotação de fornecedores = (120 /770) x 360 = 56 dias
Balanço projetado para 31/12/08
Rotação de contas a receber -- 41dias=(contas a receber /1.680) x 360
Contas a receber = $ 191
Rotação dos estoques -- 70 dias = (estoques /924) x 360
Estoques = $ 180
Rotação de fornecedores --39 dias = (fornecedores /924) x 360
Fornecedores = $ 100



Tela 32
Módulo 1 – E.S. e o ambiente competitivo

Balanço Patrimonial projetado, usando a técnica criteriosa, para a Empresa Beta – 31/12/08

Ativo $ Passivo $
Caixa/Bancos 21 Fornecedores 100
Contas a receber 191 Empréstimos bancários 60
Estoques 180 Salários/encargos sociais 16
Outros 40 Provisão p/IR e CS 57
  Credores diversos 11
 
Ativo circulante 432 Passivo circulante 244
Investimentos 22 Empréstimos banc. LP 80
Imobilizado 286 Debêntures 5
Deprec. acumulada (120) Pass. Exigível LP 85
 
Ativo Permanente 188 Capital social 180
  Reservas de capital 15
  Reservas de lucro 92
  Patrimônio Líquido 287
  Financiamento total
  Necessário 4
 
Total do Ativo 620 Total do Passivo 620

Observe que o total do ativo e o total do passivo, evidentemente, devem fechar com o mesmo valor, $ 620. Porém, algo chama a atenção, o valor de $ 4, referente a Financiamento total Necessário ou Financiamento Externo Necessário, ou ainda, Fundos Adicionais Necessários.



Tela 33
Módulo 1 – E.S. e o ambiente competitivo
Na técnica “criteriosa”, o financiamento externo necessário constitui-se no valor necessário para o fechamento das contas. Esse valor expressa o levantamento por meio de empréstimo de curto e/ou de longo prazo junto a bancos ou, quem sabe, pela emissão de títulos de dívida de curto e/ou de longo prazo; ou ainda, pela emissão de novas ações, que a empresa deverá obter junto ao mercado financeiro, local e/ou no resto do mundo.

Na hipótese de o valor do financiamento externo necessário ser negativo, tem-se a indicação de excesso de recursos e, nesse caso, os recursos podem ser destinados ao pagamento de empréstimos, recompra de ações ou pagamento de dividendos.

É evidente que as técnicas adotadas para a projeção, tanto do DRE pro forma quando do Balanço Patrimonial, não são 100% perfeitas. Existem limitações. Em ambientes muito turbulentos, em termos econômicos evidentemente, os dados passados da empresa perdem muito da sua consistência como fator de previsão futura.

Também é importante observar: as previsões de caixa, contas a receber, estoques e captação de recursos tanto de empréstimos como de emissão de novas ações, em ambientes em que o crédito é escasso e caro, assim como os mercados de capitais pouco desenvolvidos, tornam-se difíceis de se concretizarem.

Entretanto, tais incertezas não são justificativas para que não se opere o planejamento financeiro tanto de curto quanto de longo prazo. A hipótese de uma empresa de grande porte operar sem planejamento é muito remota. E mais: são raros os casos de empresas que planejam o fracasso, mas boa parte das empresas que fracassam falharam no planejamento.



Tela 34
Módulo 1 – E.S. e o ambiente competitivo
Resumo

O DRE apresenta o resultado (lucro ou prejuízo contábil) experimentado em determinado exercício social, enquanto o Balanço Patrimonial apresenta a posição da empresa em determinado momento.

A projeção do DRE poderá ocorrer por meio do método da porcentagem de vendas, também conhecido por método de previsão de índices constante, o qual se supõe, inicialmente, que todos os custos/despesas, com exceção da depreciação e, evidentemente, da alíquota do imposto de renda, são porcentagens específicas de vendas. A vantagem deste método é ser de fácil implantação. A desvantagem é não ser especialmente útil para os administradores, visto ser um dos objetivos dos administradores operacionais a limitação do crescimento de certos itens, tais como custos e estoque, de forma a melhorar a lucratividade.

Outra maneira de se projetar o DRE pro forma seria mediante a subdivisão entre os custos e as despesas por meio dos seus componentes fixos e variáveis.

Com relação à projeção do balanço patrimonial dispomos de diferentes abordagens. Provavelmente a técnica criteriosa seja a mais popular. O uso dessa técnica na elaboração do BP projetado envolve estimar certas contas e calcular o valor de outras. Quando essa técnica é empregada, o financiamento externo necessário serve para fazer o balanço “bater”, para sua aplicação, é preciso fazer inúmeras suposições.

Quando da projeção do BP, dentro da técnica criteriosa, ao defrontar-se com Financiamento Externo Necessário, o levantamento dos recursos poderá acontecer por meio de empréstimos bancários, emissão de títulos de dívidas ou, ainda, pela venda de novas ações.



Unidade 1 Módulo 3
Tela 35
Módulo 1 –Planos financeiros (operacionais) de curto prazo

1 - Orçamento de Caixa segundo Gitman

O orçamento de caixa ou projeção de caixa, segundo Gitman (1997), é um demonstrativo dos fluxos de entradas e saídas projetados do caixa da empresa, usado para estimar necessidades de caixa de curto prazo. O orçamento de caixa é um instrumento gerencial básico em qualquer tipo de organização. Constitui-se de um mapa gerencial possibilitando ao administrador financeiro uma visão clara do momento de ocorrência dos fluxos esperados de entradas e de saídas de recursos, ao longo de um dado período e deve ser perseguido por toda empresa, não importando seu porte.

Em geral, o orçamento de caixa é elaborado para um ano, embora possa ser desenvolvido para qualquer período. O período coberto é normalmente dividido em intervalos de tempos menores. O número e o tipo dos intervalos dependem da natureza do negócio. O orçamento de caixa é, freqüentemente, apresentado em intervalos mensais.



Tela 36
Módulo 1 –Planos financeiros (operacionais) de curto prazo

Modelo de Gitman

Os recebimentos de caixa incluem todos os itens, a partir dos quais temos as entradas de caixa em dado período financeiro. Os componentes mais comuns dos recebimentos são:


• vendas à vista;
• cobranças de vendas a prazo;
• captações de empréstimos junto a banqueiros;
• captações de recursos junto ao mercado de capitais e outros tais como: emissão de novas ações; emissão de debêntures; emissão de notes; emissão de bonds; emissão de commercial papers; vendas de itens do ativo permanente; receitas de alugueis; recebimentos de lucros/dividendos de empresas ligadas etc.



Tela 37
Módulo 1 –Planos financeiros (operacionais) de curto prazo

Os pagamentos incluem todos os desembolsos no período coberto. Os pagamentos mais comuns são:


• compras à vista;
• compras a prazo;
• pagamento de despesas financeiras (juros, tarifas, correção monetária, variação cambial;
• comissão de abertura de crédito;
• comissão de prestação de serviço em operações de underwriting etc); prestações de leasing;
• amortização de empréstimos/financiamentos/emissão de dívidas no mercado de capitais;
• pagamentos da folha de pagamento para os funcionários/encargos trabalhistas;
• pagamento de impostos;
• distribuição de lucros/dividendos;
• recompra ou resgate de ações; aquisição de equipamentos para o ativo permanente etc.



Tela 38
Módulo 1 –Planos financeiros (operacionais) de curto prazo
É importante observar, ainda segundo Gitman, que a depreciação e outras despesas que não envolvem desembolso não são incluídas no orçamento de caixa, pois representam apenas uma programação de compensações sobre despesas efetuadas no passado.

Ao analisarmos, por exemplo, na rede supermercados Pão de Açúcar/Extra, cujo principal acionista é o Sr. Abílio Diniz, se nos ativermos ao balanço da empresa observaremos uma captação de recursos, significativa em dólar dos Estados Unidos, valor captado junto ao BNDES. Esta captação, de longo prazo, enfrentou, a partir de janeiro de 1999, as diversas mudanças da taxa de câmbio, a partir da adoção do Regime de Câmbio Flutuante.

Toda vez que o dólar dispara em relação ao real, o que acontece com a dívida daquele Grupo? Automaticamente ocorre a correção da dívida; entretanto, muitas vezes a correção é puramente contábil, pois está acontecendo antes da liquidação do contrato. Em termos contábeis, o lançamento das despesas de variação cambial deverá aparecer no DRE, mas o valor ainda não passou pelo caixa. Na elaboração do orçamento de caixa só aparecem pagamentos nas respectivas datas de vencimento, e não a todo instante em que o preço da moeda externa, em relação à moeda interna, sobe ou desce. Muitas vezes, então, pode-se observar o balanço da empresa enxergar um enorme valor referente à despesa de correção cambial e, ao observar o DOAR, percebe-se que boa parte daquele valor não passou pelo caixa.



Tela 39
Módulo 1 –Planos financeiros (operacionais) de curto prazo

Voltando a Gitman, o formato geral do orçamento de caixa deveria ser:

Orçamento de caixa
Recebimentos
janeiro
fevereiro
novembro
dezembro
Menos: pagamentos        
Fluxo líquido de caixa        
Mais: saldo inicial de caixa        
Saldo final de caixa        
Menos: Saldo mínimo de caixa        
Financiamento total necessário        
Saldo de caixa excedente        

A diferença matemática entre os recebimentos (vendas à vista, recebimento de vendas a prazo, recebimento de juros, recebimento de aluguéis, recebimento de lucros/dividendos, recebimento de venda de itens do ativo permanente etc.); e os pagamentos (compras à vista, pagamento de compras a prazo, pagamento de salários e encargos sociais, recolhimento de tributos, pagamento do imposto de renda e da contribuição social, pagamento de juros, amortização de dívidas, pagamento de aluguéis, distribuição de lucros/dividendos etc) de uma empresa num dado período de tempo pode ser definida como fluxo de caixa líquido. Somando-se ao fluxo de caixa líquido o saldo inicial de caixa chega-se no saldo final de caixa em um determinado período.


Tela 40
Módulo 1 –Planos financeiros (operacionais) de curto prazo
Por exemplo, se a empresa está operando o orçamento de caixa para o mês de janeiro, o que o financeiro da empresa faz? Computa todas as entradas previstas para o mês de janeiro e todas as saídas, a diferença entre os valores mais o saldo de caixa do último dia de dezembro (saldo inicial de caixa) devem gerar o saldo final de caixa para o mês de janeiro.

Segundo Assaf Neto (2003, p. 482), o objetivo geral da manutenção de um saldo mínimo de caixa é o de permitir que a empresa possa corretamente saldar seus compromissos programados e manter, ainda, uma reserva de segurança de forma a cobrir suas necessidades de pagamentos imprevistos (não programados). De forma idêntica, o caixa mínimo deve também financiar a falta de sincronização entre entradas e saídas de fundos, ou seja, as disponibilidades devem apresentar-se suficientes para processar pagamentos quando as entradas esperadas (recebimentos) não se realizarem.

São conhecidas diversas técnicas de apuração do saldo mínimo operacional de caixa de uma empresa, até mesmo algumas com alto grau de sofisticação matemática. Um critério mais simples e bastante adotado na prática baseia-se no ciclo de caixa (financeiro) da empresa, determinando o saldo mínimo com base na identidade:


Saldo mínimo de caixa = Desembolsos totais de caixa esperados em determinado período/Giro de caixa no período

Por exemplo, se os desembolsos anuais previstos por determinada empresa atingirem $ 10.000.000, e o giro de caixa no mesmo período for 10 vezes (ciclo de caixa = 36 dias), a necessidade mínima de caixa será de:

$ 10.000.000/10 = $ 1.000.000

Este resultado significa que se a empresa colocar $ 1.000.000 no disponível no início do período, ela terá condições financeiras suficientes para saldar todos os seus compromissos operacionais.



Tela 41
Módulo 1 –Planos financeiros (operacionais) de curto prazo

Segundo Ross, Westerfield e Jaffe (2002) o ciclo de caixa inicia-se quando as compras de matérias-primas são pagas e termina quando se recebe o pagamento das contas a receber. É o período entre pagamento e recebimento em dinheiro.
Por exemplo, suponhamos que em determina empresa o prazo médio dos estoques é de 70 dias; o prazo médio das contas a receber é de 90 dias. O prazo médio das contas a pagar é de 45 dias. O ciclo de caixa dessa empresa será igual a:
Ciclo de caixa = (prazo médio dos estoques + prazo médio das contas a receber) – prazo médio das contas a pagar
Ciclo de caixa = (70 dias + 90 dias) – 45 dias
Ciclo de caixa = 115 dias

Se estivermos interessados em calcular o giro de caixa dessa empresa basta dividir 360 dias por 115dias, assim:
Giro de caixa = 360/115
Giro de caixa = 3,13 vezes

Isso significa que o ciclo de caixa ocorre 3,13 vezes no ano. Quanto maior o giro de caixa melhor porque menor será a necessidade de caixa mínimo na empresa.
No exemplo anterior o valor do caixa mínimo passaria para:
$10.000.000/3,13 = $3.194.888,18
Voltando ao orçamento de caixa. Subtraindo do saldo final de caixa o saldo mínimo de caixa, chega-se ao financiamento total necessário ou ao saldo excedente de caixa. Se o saldo final de caixa for menor que o saldo mínimo de caixa, requer-se um financiamento. Tal financiamento é tipicamente entendido como de curto prazo e, portanto, representado por empréstimos bancários e/ou captação via mercado de capitais por meio de commercial papers. Se o saldo final de caixa for superior ao saldo mínimo de caixa, existe um saldo excedente de caixa, e presume-se que qualquer excedente será investido em papéis de curto prazo.



Tela 42
Módulo 1 –Planos financeiros (operacionais) de curto prazo
A incerteza no orçamento de caixa pode ser reduzida, por exemplo, por meio da técnica de análise de sensibilidade, projetando uma situação pessimista, outra mais provável e outra otimista. Empresas que operam em segmentos da economia em que a concorrência (tanto concorrentes locais, quanto concorrentes do resto mundo) faz-se presente, a exigência de mais de uma simulação no orçamento de caixa, em geral, se faz necessária.

As informações que o orçamento de caixa fornece não são necessariamente adequadas para assegurar a solvência, pois os fluxos de caixa apresentados neste aparecem apenas em termos totais mensais.

O administrador financeiro precisa examinar detidamente o padrão de recebimentos e pagamentos diários da empresa, para estar certo de que há caixa suficiente para pagar as contas no vencimento.



Tela 43
Módulo 1 –Planos financeiros (operacionais) de curto prazo

O financeiro da Empresa Alfa está desenvolvendo uma programação de recebimentos de caixa, com o objetivo de elaborar o orçamento de caixa para os meses de outubro, novembro e dezembro. As vendas foram de $ 100 em agosto e de $ 200 em setembro. Estão previstas vendas de $ 400, $ 300 e $ 200 para outubro, novembro e dezembro, respectivamente. Tradicionalmente, 15% das vendas tem sido a vista, 45% têm gerado duplicatas cobradas com um mês e 40% têm gerado duplicatas cobradas com 60 dias. A empresa fatura para as seguintes redes de supermercados: Wal-Mart, Carrefour, Pão de Açúcar e Sendas. Não existe registro de inadimplência.

A empresa irá receber de receitas diversas $20 em outubro e $15 em novembro. Em dezembro irá receber $15 de dividendos.

Programação de recebimentos da Empresa Alfa (em $)

Previsão de vendas
Ago
$ 100
Set
$ 200
Out
$ 400
Nov
$ 300
Dez
$ 200
Venda a vista (0,15)
$ 15
$ 30
$ 60
$ 45
$ 30
Cobranças:
Com um mês (0,45)
    
$ 45
$ 90
$ 180
$ 135
Com dois meses (0,40)
    
    
$ 40
$ 80
$ 160
Outros recebimentos
    
    
    
    
$ 15
 
    
    
$ 20
$ 15
    
Total dos recebimentos
    
    
$ 210
$ 320
$ 340


Tela 44
Módulo 1 –Planos financeiros (operacionais) de curto prazo

O departamento financeiro da Empresa Alfa está desenvolvendo programação de desembolsos de caixa. O departamento reuniu os seguintes dados necessários ao preparo de programação de pagamentos para os meses de outubro, novembro e dezembro, com o objetivo de elaborar o orçamento de caixa para este período.

• Compras à vista: as compras representam 70% de suas vendas; 10% desse montante são pagos à vista, 70% são pagos após 30 dias e 20% são pagos após 60 dias da data da compra;
• Pagamentos de aluguel: o aluguel de $ 5 será pago mensalmente.
• Ordenados e salários: os ordenados e salários podem ser calculados somando 10% de suas vendas mensais ao montante fixo de $ 8;
• Pagamento de impostos: Impostos no valor de $ 25 precisam ser pagos em dezembro;
• Aquisição de equipamentos: uma máquina nova custando $ 130 será comprada e paga em novembro;
• Pagamento de juros: juros de $ 10 serão pagos em dezembro;
• Dividendos em dinheiro: os dividendos de $ 20 serão pagos em outubro;
• Pagamentos de empréstimos: em dezembro existe uma amortização de $ 20.

Programação de pagamentos da Empresa Alfa (em $)
Compras (0,70 x venda)
Ago
$ 70
Set
$140
Out
$280
Nov
$210
Dez
$140
Compra à vista (0,10)
$ 7
$14
$28
$21
$14
Pagamentos:
Compra c/um mês (0,7)
49
98
196
147
Compra c/60 dias (0,20)
14
28
56
Aluguel
5
5
5
Ordenados e salários
48
38
28
Aquisição de equipamentos
130
Pagamento de juros
10
Dividendos em dinheiro
20
Amortização de empréstimos
20
Impostos        
25
 
Total de pagamentos
$213
$418
$305


Tela 45
Módulo 1 –Planos financeiros (operacionais) de curto prazo

Com base nas informações obtidas nos exemplos anteriores: programação de recebimentos e de pagamentos, além das informações a seguir, tem-se:

• o saldo de caixa em fins de setembro era de $ 50;
• o departamento financeiro opera com um saldo mínimo de caixa de $ 25.
Orçamento de caixa (em $)
 
Out
Nov
Dez
Total de recebimentos
$ 210
$ 320
$ 340
Menos: Total de pagamentos
213
418
305
 
Fluxo líquido de caixa
($ 3)
($ 98)
$ 35
Mais: Saldo inicial de caixa
50
47
(51)
 
Saldo final de caixa
$ 47
($ 51)
($ 16)
Menos:Saldo mínimo de cx.
25
25
25
 
Mais: Financiamento necessário
-
$ 76
$ 41
Saldo excedente de caixa
$ 22
-
-

Observações:

• O Fluxo líquido de caixa apresenta a diferença matemática entre os recebimentos e os pagamentos de caixa, conforme mapas de recebimentos e pagamentos confeccionados;
• o saldo inicial de caixa $ 50 de outubro, refere-se ao saldo final de caixa de setembro;
• a necessidade de captação de recursos no mercado financeiro em novembro e dezembro aparece com valores superiores ao Saldo Final de caixa. Por quê?
A causa é o saldo mínimo de caixa. Observe que, $ 51 + $ 25 = $ 76. Volte para o mês de outubro, note que o Saldo final de caixa é de $ 47, no entanto, o valor disponível para aplicação no mercado financeiro é de $ 22. Por quê? O saldo mínimo de caixa exigiu $ 25, logo, $ 47 – $ 25 = $ 22.


Tela 46
Módulo 1 –Planos financeiros (operacionais) de curto prazo
Resumo

O orçamento de caixa ou projeção de caixa, é um demonstrativo dos fluxos de entradas e saídas de caixa da empresa, usado para estimar suas necessidades de caixa no curto prazo. O orçamento de caixa é um instrumento (um mapa) gerencial básico em qualquer tipo de organização. Em geral, o orçamento de caixa é elaborado para um ano, embora possa ser desenvolvido para qualquer período.

Dentre os componentes mais comuns das entradas de caixa encontram-se: vendas à vista; cobranças de vendas a prazo; captações de empréstimos; emissão de títulos de dívidas; venda de itens do ativo permanente; receitas de aluguéis, recebimentos de lucros/dividendos de empresas ligadas etc.

Por sua vez os pagamentos (saídas de caixa) mais comuns são: compras à vista; compras a prazo; pagamento de despesas financeiras; prestações de leasing; amortização de empréstimos; amortização de emissão de dívidas no mercado de capitais; pagamento da folha (salários)/encargos trabalhistas; pagamentos de impostos; distribuição de lucros/dividendos; recompra ou resgate de ações; aquisição de equipamentos para o ativo permanente etc.

Para efeito de orçamento de caixa, é importante observar que custos/despesas operacionais ou não operacionais que não envolvam desembolsos de caixa, não são incluídos no orçamento de caixa.

O fluxo de caixa líquido é a diferença entre os recebimentos e os pagamentos de caixa num dado período de tempo. Somando-se ao fluxo de caixa líquido o saldo inicial de caixa, chega-se ao saldo final de caixa.

Um componente interessante na administração de caixa é o caixa mínimo. Ele opera como uma reserva de segurança de forma a cobrir imprevistos de caixa, isto é, a falta de sincronização entre as entradas e saídas de fundos. Quanto maior o caixa mínimo, maior tende a ser a falta de sincronização.

A incerteza no orçamento de caixa pode ser reduzida, por exemplo, por meio da técnica de análise de sensibilidade, projetando-se uma situação pessimista, outra mais provável e outra otimista.

Finalmente, tirando-se do saldo final de caixa o valor do saldo mínimo de caixa, chega-se ao financiamento total necessário ou saldo excedente de caixa.