| Unidade 3 | Módulo 2 | Tela 1 |
| 1 - Motivos para manter saldos de caixa e quase-dinheiro Na maioria das empresas, quando o administrador financeiro chega para o trabalho qual seria sua primeira atitude? Talvez sua primeira ação seja a busca pelo saldo de caixa, das contas correntes bancárias, ou seja, preocupação com a liquidez da empresa. Nas organizações
onde o fluxo de caixa é aplicado com maestria, existe preocupação
para que ocorra perfeita sintonia entre o saldo sinalizado pelo
fluxo e o verdadeiro saldo de caixa e o das contas correntes bancárias
da empresa. Isto considerando que a maioria das empresas tende a
operar com mais de um banco. |
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Tela 2 |
| Segundo
Gitman (1997), caixa e aplicações financeiras são
ativos mantidos pelas empresas com o objetivo de reduzir o risco de
insolvência técnica, pois representam disponibilidades
que podem ser usadas tanto nas situações de saídas
de caixa planejadas quanto inesperadas.
Segundo Brigham, Gapenski e Ehrhardt (2001), as empresas mantêm caixa por dois motivos principais: 1. Transações. Os saldos de caixa disponível – que englobam caixa/bancos conta movimento - são necessários para as operações das empresas. Os pagamentos devem ser efetuados em dinheiro, e os recebimentos são depositados na conta bancária. No Brasil, o Sistema de Pagamentos Brasileiro exige, para valores acima de $5 mil, com pagamento em cheque, a liquidação do cheque em tempo real. Os saldos de caixa associados com pagamentos e recebimentos rotineiros são conhecidos como saldos das transações; 2. Compensação
aos bancos por oferecerem empréstimos e serviços.
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Tela 3 |
| Outras
duas razões para manter caixa têm sido notadas na literatura
de economia e finanças: por precaução
e para especulação. As entradas e saídas
de caixa são imprevisíveis, com o grau de previsibilidade
variando entre as empresas e setores industriais. Quanto menos sofisticado
for o fluxo de caixa de uma empresa maior será a necessidade
de saldos de precaução.
Alguns saldos de caixa podem ser mantidos para dar possibilidade à empresa de aproveitar compras oportunistas que podem surgir; esses fundos são chamados de saldos especulativos. |
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Tela 4 |
| 2 - Determinação de saldos de caixa O ideal seria que todo administrador financeiro operasse com saldos de caixa e com aplicações financeiras que permitissem elevar o valor da empresa. Segundo Gitman (1997) as empresas podem se utilizar tanto de abordagens subjetivas como de modelos quantitativos para determinar saldos de caixa apropriados. Exemplo de uma abordagem subjetiva seria manter saldos transacionais equivalentes a um determinado montante previsto de vendas.
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Tela 5 |
| 3
- Modelo de Baumol
William Baumol, em 1952, foi o primeiro a oferecer um modelo formal de gestão de caixa, incorporando os custos de oportunidade e os custos de negociação. Seu modelo pode ser utilizado para determinar o saldo ótimo de caixa. Este modelo é aplicado quando existem entradas periódicas de dinheiro no caixa e saídas constantes de recursos. Segundo Gitman (1997), o modelo presume que as entradas e saídas de caixa podem ser previstas com certeza, ao mesmo tempo em que uma carteira de títulos negociáveis atua como um reservatório para suprir os saldos de caixa transacionais. A empresa então, administra o estoque de caixa com base no custo de conversão dos títulos negociáveis em caixa (o custo de conversão) e no custo de manter caixa ao invés de títulos negociáveis (custo de oportunidade). O valor econômico de conversão (VEC), que minimiza os custos de converter títulos para caixa, é dado por: |
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Tela 6 |
| Custos
de conversão: incluem os custos fixos de emissão
e recebimento de uma ordem de conversão em caixa no montante
do VEC. Deles fazem parte o custo da comunicação da
necessidade de transferência de fundos para o caixa, custos
administrativos e os custos de quaisquer outras providências
que se seguirem. Esse custo de conversão é dado como
um valor fixo por operação.
Custo de oportunidade: representa os juros que se deixa de ganhar durante o período de tempo em que os fundos são mantidos em conta corrente, em vez de estarem aplicados em títulos negociáveis. Custo total: o custo total de caixa resulta da soma dos custos totais de conversão com os custos totais de oportunidade.
Segundo Ross, Westerfield e Jaffe (2002), o modelo de Baumol talvez seja o mais simples, singular e sensato modelo de determinação da posição ótima de caixa. Sua principal deficiência reside em supor fluxos de caixa discretos e conhecidos com certeza. |
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Tela 7 |
| Exemplo
1) A administração da Empresa JJ prevê que suas saídas de caixa (demanda de caixa) para o próximo ano serão de $1.650.000. Seu custo de conversão unitário foi determinado em estudo recente como sendo de $35, e suas aplicações em títulos negociáveis rendem atualmente 18% ao ano. Calcule o montante ótimo de caixa a ser transferido de títulos negociáveis, isto é, o VEC. Qual deverá ser o número de conversões durante o ano? Qual deverá ser o saldo médio de caixa? Qual deverá ser o custo total da administração de caixa? Solução: VEC = Como cada reposição
de caixa é feita no valor de $25.331,14, segue-se que o número
de conversões durante o ano será de: $1.650.000/$25.331,14
= 65,14 |
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Tela 8 |
| 2)
Imagine uma empresa de advocacia que recebe no dia primeiro de cada
mês $900.000 pela prestação de seus serviços
a outra empresa. Supondo:
• um mês com 18 dias úteis; • taxa de juros de mercado de 3,0% a.m. • cada vez que é feita uma operação, seja de investimento ou de pagamento, a empresa despende $1.500 referentes ao custo vinculado a esta operação. Calcule o montante ótimo de caixa a ser transferido de títulos negociáveis, isto é, o VEC; qual deverá ser o número de conversões durante o ano; qual deverá ser o saldo médio de caixa; qual deverá ser o custo total da administração de caixa. Fazendo uma planilha mostrando o fluxo de pagamentos e recebimentos da empresa, tem-se: Resolução VEC = Como cada reposição de caixa é feita no valor
de $300.000,00 o número de conversões durante o mês
será de: $900.000/$300.000 = 3 Custo total
= (custo de conversão x número de conversões)
+ (custo de oportunidade na forma decimal x saldo médio de
caixa) |
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Tela 9 |
3) Suponha que a Empresa GSC comece a semana 0 com um saldo de caixa de C= $1,2 milhão, e as saídas de caixa superem as entradas em $600 mil por semana. O custo fixo de venda de títulos para obter caixa é de $1.000. Por sua vez, o custo de oportunidade da posse de caixa é de 10% ao ano. Calcule o total associado a saldos de caixa. Resolução
Qual o valor total de caixa a ser desembolsado durante o ano? Como um ano possui
52 semanas, e a empresa opera com uma defasagem de caixa semanal de $600.000,00.
Observe: VEC = Número de conversões:
$31.200.000/$789.936,70 = 39,49683563 Custo total = ($394.968,35
x 0,10) + (39,49683563 x $1.000) |
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Tela 10 |
4
- Modelo Miller-Orr
Segundo Ross, Westerfield e Jaffe (2002), Merton Miller e Daniel Orr desenvolveram um modelo de saldo de caixa visando levar em conta a flutuação aleatória de entradas e saídas de caixa. No modelo Miller-Orr, são incluídas tanto entradas, quanto saídas. O modelo supõe que os fluxos líquidos diários de caixa (entradas menos saídas) têm distribuição normal. Segundo
Assaf Neto e Silva (1997) o modelo de Baumol é um modelo determinístico
de administração de caixa, isto é, considera que
o fluxo de caixa de uma empresa é conhecido. Em determinadas situações
práticas, o comportamento do caixa assume uma caracterização
imprevista, inexistindo relação preestabelecida do comportamento
dos recursos ao longo do tempo. |
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Tela 11 |
Miller
e Orr propuseram um modelo de administração financeira de
caixa que pudesse ser utilizado nestas condições em que
os fluxos de caixa fossem aleatórios.
Tal como no caso do modelo Baumol o modelo de Miller-Orr depende de custos de negociação e de custos de oportunidade. Supõe-se que o custo por transação de compra e venda de títulos negociáveis é fixo. O custo de oportunidade de manutenção de caixa, por período, é a taxa diária de juros de títulos negociáveis. Ao contrário do modelo de Baumol, o número de transações por período é uma variável aleatória que varia de período a período, dependendo do comportamento das entradas e saídas de caixa. O modelo opera com base em limites de controle superior e inferior, além de um saldo ótimo de caixa. Os saldos de caixa podem oscilar entre zero e o limite superior. |
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Tela 12 |
Ponto
de retorno
Segundo Gitman (1997), o valor do ponto de retorno depende (1) dos custos de conversão, (2) do custo de oportunidade diário dos recursos, e (3) da variação dos fluxos de caixa líquidos diários (entradas menos saídas de caixa). O ponto de retorno representa o nível estipulado para o saldo de caixa, seja no caso de conversão para títulos negociáveis ou vice-versa. Os saldos de caixa podem variar entre zero e o limite superior. A equação para determinação do ponto de retorno é:
Observe que a raiz é cúbica e não quadrática. |
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Tela 13 |
Limite
superior
O limite superior do saldo de caixa corresponde a três vezes o ponto de retorno. Saldo de caixa no limite superior Quando o saldo de
caixa atinge o limite superior, um montante equivalente ao limite superior
menos o ponto de retorno é convertido em títulos negociáveis. Saldo de caixa cai a zero Nessa situação,
o montante de títulos negociáveis convertidos em caixa
é exatamente o ponto de retorno:
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Tela 14 |
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Exemplo
1) Com base em Gitman (1997) a STIC utiliza-se do modelo de Miller-Orr para gerenciar o nível de seu caixa. Recentemente, alguém perguntou qual seria a sensibilidade sobre o ponto de retorno e o limite superior para mudanças nos custos de conversão, na variação diária dos fluxos líquidos de caixa e no custo de oportunidade (expresso em termos de taxa diária). Os valores atualmente empregados são de $50 por operação de conversão; variação diária dos fluxos líquidos de caixa de $2 milhões, e um custo de oportunidade anual de 10%. a) Calcule o ponto de retorno e o limite superior, utilizando os valores
atuais; Resolução: a) Ponto de Retorno = Ponto de
Retorno = $6.463,30 Os saldos de caixa da empresa poderão variar no intervalo entre $0 e $19.389,90. Quando o limite superior for alcançado, $12.926,60 (ou $19.389,90 - $6.463,30) de caixa serão convertidos em títulos negociáveis que renderão juros. Quando o saldo de caixa cair a zero $6.463,30 (ou $6.463,30 – 0) de títulos negociáveis serão convertidos em caixa. b) Elevar
cada variar em 50%: valor por operação: $50,00 x 1,50
= $75,00; variação diária dos fluxos líquidos
de caixa: $2.000.000 x 1,50 = $3.000.000,00; e o custo de oportunidade:
10 x 1,50 = 15%. |
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Tela 15 |
2) Com base em Assaf Neto e Silva (1997), suponha o seguinte fluxo de caixa de uma empresa projetados para um prazo de dez dias.
Observações: Saldo (Fluxo
de caixa): o valor se refere ao saldo diário do fluxo
de caixa, isto é: Total:
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Tela 16 |
Supondo
uma taxa de juros de 1% ao dia, um custo de $2,85 por transação
e um limite inferior (caixa mínimo) de $50, calcule o ponto de
retorno (z*) e o limite superior (h*).
Fórmulas: z* = m + Cálculo do ponto de retorno: Cálculo do limite superior: h* = $50 + 3 x 288 Segundo os autores, nenhuma operação de investimento ou resgate será realizada caso o caixa final previsto (caixa inicial + fluxo de caixa previsto) esteja dentro do intervalo entre $50 e $914.
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Tela 17 |
3)
Com base em Ross, Westerfield e Jaffe (2002). Suponhamos que o custo de
compra e venda de títulos negociáveis seja igual a $1.000,
a taxa de juros seja igual a 10% ao ano, e o desvio-padrão de fluxos
líquidos diários de caixa seja de $2.000. Calcule o valor
da variância, do custo de oportunidade diário (opere com
ano de 365 dias), do ponto de retorno, e também do limite superior,
supondo que o valor do limite inferior seja igual a zero.
Resolução (com base nos autores) Fórmulas dos autores Ross, Westerfield e Jaffe (2002): a)Fórmula do saldo ótimo de caixa: z* = [ Onde: z* = saldo ótimo
de caixa. b) Fórmula do limite superior de controle de caixa ou limite superior de caixa: h* = 3z* - 2L Onde: h* = é o
limite superior de controle de caixa, ou limite superior de caixa. c) Fórmula do saldo médio de caixa: (4z* - L) / 3 (1+ i)365
– 1 = 0,10 Suponhamos que o
limite inferior seja igual a zero z* = $22.563,47 O limite superior
será igual a: Saldo médio de caixa = [(4 x $22.563,47) - 0]/3 = $30.084,63 |
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Tela 18 |
Segundo Ross, Westerfield e Jaffe (2002), para usar o modelo Miller-Orr, o administrador deve fazer quatro coisas:
O modelo Miller-Orr põe em evidência as questões fundamentais da gestão de caixa. Em primeiro lugar, o modelo mostra que o melhor ponto de retorno, z*, varia diretamente com os custos de negociação, e inversamente com o custo de oportunidade da posse de caixa. Essa constatação é coerente e análoga à encontrada no modelo de Baumol. Em segundo lugar, o modelo Miller-Orr mostra que o melhor ponto de retorno e o saldo médio de caixa estão diretamente relacionados à variabilidade dos fluxos de caixa. Ou seja, as empresas cujos fluxos de caixa estão sujeitos a maior incerteza devem manter um saldo médio mais elevado. |
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Tela 19 |
Resumo |
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| Unidade 3 | Módulo 3 | Tela 20 |
1
- Duplicatas a receber
Pense numa loja de calçados, aquela que você costuma comprar os seus sapatos. Suponha que um par de calçados lhe custe $120,00. Como ele poderia ser comprado por você? A compra poderia ser feita em dinheiro, no cartão eletrônico, via débito em conta corrente (supondo que a loja disponha desta facilidade), ou ainda através da emissão de um cheque. Nestes casos, a venda seria considerada a vista.
Vejamos a contabilização na empresa, supondo que o mercado tenha custado $70.
Na venda através do cartão magnético a empresa teria uma despesa, mas, ignora isso porque sua preocupação, nesse instante, é se a venda será feita a vista ou a crédito. No caso da venda a vista o risco da empresa em termos de perda do seu investimento na mercadoria é nenhum (considerando que o cartão magnético não é falso e que o cheque emitido tenha fundos). |
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Tela 21 |
Suponha que você seja cliente da loja Alpha, isto é, já
opera com a mesma há muito tempo, e que, você utilize sempre
o crediário da loja nas suas compras. Nessa compra você
irá operar com um prazo de sessenta dias líquidos, por
exemplo. O que quer dizer sessenta dias líquidos? Isto significa
que você teria sessenta dias para pagar, não sendo oferecido
desconto algum por pagamento antecipado. Outra situação seria que ao invés de receber os $120 no ato da compra, ela irá receber $120 em sessenta dias. O que isso significa? Isso significa que a loja terá que custear os $120 por sessenta dias. Observe, que o vocábulo “custear” é muito importante, pois ele nos diz que a empresa terá que dispor de fonte de recurso para financiar o crédito concedido. Mas de onde viria esta fonte? |
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Tela 22 |
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No ato da venda, a contabilização seria:
A fonte, normalmente, origina-se do passivo
circulante ou do passivo
exigível de longo prazo ou ainda do patrimônio
líquido. |
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Tela 23 |
2
- Política de Crédito
Toda empresa deveria operar uma política de crédito específica, isto é, ter uma filosofia de crédito própria. No setor financeiro é comum o banqueiro ou a cúpula do banco especificar os setores em que o banco operaria. Ainda neste setor, é comum, o emprego de técnicas de análise de crédito. Por exemplo, é trivial em alguns bancos a ênfase em índices de liquidez. Em outros a ênfase dá-se no IOG (Investimento Operacional em Giro) e no Fluxo de Fundos, e assim por diante. Na maioria dos setores observa-se: o uso do SPC, do Serasa, do Tele-cheque, da consulta ao fornecedor, da contratação dos serviços de uma empresa especializada na elaboração de cadastros etc. Algumas empresas são conservadoras, outras mais liberais e outras totalmente atiradas. Na verdade um bom departamento de crédito não sai barato. Existe uma constatação que dentre as causas básicas pelas concordatas e falências encontra-se a má gestão do departamento de crédito, seja em instituições financeiras, no comércio, nas indústrias, no agronegócio, em serviços e, também, em todos os setores da economia.
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Tela 24 |
De acordo com a abordagem tradicional, para conhecer o cliente pode-se investigar 4 pontos fundamentais denominados 4 C´s do Crédito. São eles: Caráter: o caráter será sem dúvida o mais importante fator de qualquer decisão de crédito. A honestidade do cliente é um requisito primário para uma operação de crédito. A segurança da empresa sobre a integridade do caráter de um cliente será formada por meio do exame do seu passado, relatado pelas investigações cadastrais realizadas, assim como pela experiência do cliente com a própria empresa. O caráter é um valor humano. Assim, por exemplo, se o cliente for uma empresa, o caráter desta será medido através do caráter de seus acionistas, cotistas, diretores e gerentes. O caráter responderia a uma primeira pergunta que se deveria fazer antes da concessão do crédito, que é saber se o cliente tem a intenção de pagar o crédito. Capacidade: Havendo o caráter, analisa-se o potencial do cliente para quitar o credito solicitado. Novamente, em se tratando de um cliente pessoa jurídica, o julgamento deverá ser feito através de pessoas, isto é, opera-se sobre a capacidade dos administradores de bem gerir os negócios da empresa. Examina-se aqui se a gerência da empresa é escolhida de forma profissional ou se é “herdada” como bem da família. Alguém já disse que se um grande empresário tem filhos incompetentes deixe para eles as ações e/ou as cotas e não a gerência da empresa. Será a única maneira de tê-los convenientemente protegidos. |
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Tela 25 |
Capital:
Duas respostas importantes foram obtidas: o cliente tem a intenção
de pagar o crédito e sua administração está
preparada para bem gerir os negócios. Hoje procura-se analisar
se o cliente tem recursos para desenvolver seus negócios.
Quando se trata de cliente pessoa jurídica, deve-se estudar os dados históricos da empresa através dos seus balanços. É necessário observar a estrutura de capital da empresa, a participação do capital próprio, o grau de alavancagem, o índice de Payout, o financiamento dos acréscimos de giro, as fontes operacionais, o porte da empresa etc. Condições: O quarto C diz respeito às
condições do mercado onde atua o cliente
em análise, no caso de uma pessoa física, por exemplo,
se é um profissional liberal, autônomo, funcionário
público etc. |
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Tela 26 |
Alguns
autores operam com um quinto C, o Colateral.
Segundo Gitman (2010), o Colateral se refere ao montante de ativos (garantias) colocados à disposição pelo solicitante do crédito para garantir o crédito. No caso de inadimplência quanto maior o montante, maior será a probabilidade de se recuperar o valor creditado. O exame do balanço patrimonial e a avaliação de ativos em conjunto com o levantamento de pendências judiciais podem ser usados para estimar os colaterais.
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Tela 27 |
3 - Condições de venda Segundo Ross, Westerfield e Jaffe (2002), as condições de venda dizem respeito ao prazo de concessão de crédito, ao desconto por pagamento à vista e ao tipo de instrumento de crédito empregado. Imagine que uma empresa pode operar com seus clientes da seguinte forma: o cliente tem um prazo de 30 dias, porém, se pagar em até dias, terá um desconto de 3%; ou ainda, o cliente tem 45 dias líquidos, isto é, o cliente tem 45 dias a contar data da fatura para pagar, não sendo oferecido desconto algum por pagamento antecipado. Em geral uma empresa deve levar três fatores em conta ao fixar um prazo de crédito:
O desconto por pagamento à vista, em geral faz parte das condições de venda. Um dos motivos pelos quais são oferecidos é o desejo de acelerar os pagamentos pelos clientes. A empresa precisa avaliar este benefício em relação ao custo do desconto. |
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Tela 28 |
Exemplo 1) O Sr Silva, diretor financeiro da empresa Alpha, está avaliando um pedido do principal cliente que deseja tirar proveito do desconto de 5,5% para pagamento dentro de 15 dias, numa compra de $30.000. Normalmente este cliente paga no prazo de 30 dias líquidos. O custo de capital da empresa é igual a 35,5% a.a. Será interessante aceitar a proposta do cliente? Solução Trazendo todos os valores para valor presente. Política
atual
VP
= $30.000/(1+0,355)30/360 Política
proposta
VP
= $ 28.350/(1+ 0,355) 15/360 Na condição atual a empresa Alpha, embolsaria, em termos de valor presente $29.250,03. Caso aceite a proposta do cliente, o valor, em termos de valor presente, seria de $27.993,39. Logo, caso a empresa aceite a proposta do cliente ela estará abrindo mão, em termos de valor presente, partindo de um custo de capital de 35,5% a.a., de $29.250,03 - $27.993,39 = $1.256,64. Portanto, a empresa Alpha não deveria aceitar a proposta do cliente. |
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Tela 29 |
2)
O Sr Pedro, diretor financeiro da empresa Alpha, está avaliando
um pedido de um cliente tradicional da empresa, que deseja tirar proveito
do desconto de 4% para pagamento dentro de 5 dias, numa compra de $40.000.
Normalmente este cliente paga no prazo de 120 dias líquidos. O
custo de capital da empresa é igual a 14% a.a.. Será interessante
para a empresa Alpha aceitar a proposta do cliente?
Solução: Condição normal Solicitação do cliente Será interessante para a empresa aceitar a proposta do cliente, porque em situação normal, em termos de valor presente, ela receberia $38.290,56; dentro da proposta do cliente em termos de valor presente, a partir de um custo de capital de 14%a.a., observa-se um valor presente de $38.330,18, ou seja, um ganho de: $38.330,18 - $38.290,56 = $39,62. 3) O Sr Silva administrador financeiro da empresa Alpha está avaliando o pedido de um cliente que deseja obter um desconto para pagamento em 10 dias numa compra de $20.000. O custo de capital da empresa Alpha é igual a 17% e o prazo inicial concedido ao cliente foi de 75 dias. Qual o valor do desconto que poderá ser concedido ao cliente? Em termos de custo de capital, o que podemos esperar? |
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Tela 30 |
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Condição inicial (venda com prazo de 75 dias). a) Supondo que o valor do desconto seja igual a 2,7949868%. b) Supondo que o valor do desconto oferecido ao cliente seja igual a
2,70%. |
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Tela 31 |
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c) Supondo que o valor do desconto oferecido ao cliente seja igual a
3,0%. d) Supondo que o custo de capital da empresa Alpha seja maior que 17%,
supondo que fosse 20%, o que iria acontecer? |
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Tela 32 |
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e) Supondo que o
custo de capital da empresa Alpha seja maior que 17%, supondo que fosse
15%, o que iria acontecer? Conclusão, para a empresa Alpha quanto menor o seu custo de capital, melhor, ou seja, todo cuidado será pouco quando da apuração do custo de capital de uma empresa. Compete ao administrador financeiro da empresa o cálculo do custo de capital. Os alunos deverão pesquisar a Unidade III da disciplina de AFO para um melhor entendimento sobre o custo de capital nas empresas. |
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Tela 33 |
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4
- Aumento do prazo em contas a receber
No mercado, um aumento nos prazos de vendas costuma ser acompanhado por aumento nas vendas. O aumento das vendas só irá interessar caso a lucratividade da empresa, na nova situação proposta, for maior que a situação inicial. Exemplos 1) Suponha que a empresa Alpha tenha custos/despesas variáveis de $0,65 por $1,0 de vendas. Suas vendas mensais alcançam $40.000, sendo 100% a crédito, e com prazo de trinta dias líquidos. O departamento financeiro e o departamento de marketing da empresa entendem que, se for oferecido 5% de desconto para pagamentos com 20 dias, os pedidos aumentarão em 12%. O custo de capital da empresa Alpha é de 40% a.a. A empresa deveria oferecer o desconto ou manter a posição de 30 dias líquidos? Solução Política
atual Política
proposta A empresa não deveria mudar a sua política de crédito em vigor, porque ela teria, em termos de valor presente, uma perda na sua margem de contribuição de $242,18. |
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Tela 34 |
2) Suponhamos que a Sigma tenha custos variáveis de $0,50 por $1,0 de vendas. Se for oferecido um desconto de 3% aos clientes, eles aumentarão o tamanho de seus pedidos em 10%. Atualmente as vendas da empresa alcançam $12.000; seu prazo de venda é de quarenta cinco dias líquidos. O desconto de 3% se fará presente no caso de o cliente que compra com quarenta dias líquidos, optar pelo pagamento em 15 dias. O custo de capital da empresa é de 22%a.a. A empresa deveria preferir a nova proposta? Solução Política
atual Política
proposta A empresa Sigma deveria preferir a nova política de crédito proposta. O ganho é representado pelo efeito líquido de diversos fatores distintos, incluindo os maiores custos iniciais, o recebimento mais rápido dos fluxos de caixa, a elevação do nível de vendas e o desconto. Em termos de valor presente haveria um ganho de $392,95. |
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Tela 35 |
5 - Decisão de concessão de crédito: risco e informação Segundo Ross, Westerfield e Jaffe (2002), as organizações costumam operar com ou sem concessão de crédito. Numa empresa que não concede crédito, a probabilidade de recebimento dos clientes será igual a 1,0 ou 100%. Já nas organizações que operam com a concessão de crédito, a probabilidade de recebimento irá depender da capacidade de pagamento dos seus clientes. Os autores entendem que a quantidade vendida será maior quando se concede crédito, porque novos clientes serão atraídos. Por sua vez, quando há concessão de crédito, o custo unitário será maior por causa dos custos de operação de uma política de crédito. Se a empresa opera com venda a prazo ela certamente irá despender mais recursos com o setor de crédito tais como: a(s) sala(s); o(s) equipamento(s); o(s) salário(s) mais os encargos sociais etc. A decisão quanto à concessão de crédito depende de quatro fatores:
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Tela 36 |
Exemplo
1) A administração da empresa Alpha está pensando em abolir sua política de não vender a prazo. A política de crédito em processo de análise pela empresa é a seguinte:
b) Qual deve ser a probabilidade de pagamento para que a empresa Alpha não adote essa política?
Neste caso, os fluxos de caixa não serão retardados, e os fluxos líquidos de caixa no período zero, FLC, serão iguais a: (preço unitário
recebido no momento zero x quantidade vendida no momento zero) –
(custo unitário pago no momento zero x quantidade vendida no
momento zero) = FLC = VPL Os fluxos líquidos de caixa, no período 1 são iguais a zero, e o valor presente líquido da decisão de não conceder crédito será simplesmente dado pelo fluxo líquido de caixa do período zero, portanto: FLC = VPL 2) A empresa Alpha não vende a prazo a seus clientes. Um estudo mostrou que, se oferecesse crédito, a empresa poderia aumentar suas vendas das atuais 105 toneladas para 155 toneladas. O custo unitário, porém, subiria de $15 para $15,35, refletindo gastos com a gestão de contas a receber. O preço atual de uma tonelada é igual $20. A probabilidade de recebimento nas vendas a prazo é de 91,5%, e a taxa apropriada de desconto (custo de capital da empresa Alpha) é de 13,75%. Em Quanto deve variar o preço do produto da empresa Alpha, assim como, qual deverá ser o novo preço de venda para que a concessão de crédito se transforme numa estratégia atraente? |
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Tela 37 |
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Situação
atual – não oferecer crédito - |
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Tela 38 |
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Portanto, $463,48
< $525,00, com isso não seria interessante vender a prazo
porque em termos de valor presente a empresa iria experimentar perda
de riqueza. |
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Tela 39 |
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Com isso teremos
um aumento de preços igual a: [($23,03741407/$20) -1] x 100 =15,18707040% |
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Tela 40 |
6
- Estratégia em estudo: oferecer crédito
Fórmula: Onde: Logo: Solução
b: neste caso, opera-se com a probabilidade de pagamento que
irá tornar indiferente para a empresa manter uma posição
de não operar com crédito com uma outra, a de operar com
crédito. |
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Tela 41 |
Com uma probabilidade de pagamento de 94,7928138% seria indiferente manter a política atual ou adotar uma postura de operar com crédito. Observe, com esta probabilidade, o VPL das duas situações seria igual a $20.000, portanto, para que o VPL da estratégia de operar com crédito supere o VPL da situação atual, seria necessário que h fosse maior do que 0,947928138. Testando: suponha
que a probabilidade de pagamento fosse de 0,94 Com uma probabilidade de 94% de recebimento, a estratégia de oferecer crédito iria operar com um VPL=$19.189,65, portanto, menor do que a da estratégia de não oferecer crédito, isto é, VPL=$20.000. Segundo Ross, Westerfield e Jafee (2002), a obtenção de uma estimativa melhor de probabilidade de que um cliente deixe de pagar poderá conduzir a uma decisão superior. De que maneira pode uma empresa saber se deve adquirir informação adicional sobre a qualidade de seus clientes? |
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Tela 42 |
Exemplo
1) A empresa Alpha, por experiência, sabe que 90% dos seus clientes não dão prejuízo. Atualmente, o seu universo de clientes é de 200. Alfa está operando com a hipótese de que a sua análise histórica será mantida, isto é, 20 clientes, ou 10% da sua carteira, serão clientes problemáticos. Esta informação é apresentada na tabela a seguir:
Alpha opera com um preço unitário de $50, e com um custo unitário de $25; trabalha com uma taxa de desconto de 12%. Para identificar os 10% problemáticos, Alpha está pensando em tornar-se assinante dos serviços de uma agência de informações de crédito. O custo inicial dos serviços é de $400, com uma taxa adicional de $10 por relatório individual. A empresa possui em seus registros o nome dos clientes tidos como líquidos (180) em função da experiência de vendas passadas, o mesmo não acontece com os 10% restante. Alpha deveria fazer o contrato com a empresa de informações de crédito? |
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Tela 43 |
Solução
Neste caso, a probabilidade de pagamento destes 20 clientes será igual a zero, logo, h=0. O VPL da decisão de conceder crédito a clientes que
posteriormente deixam de fazer pagamento é: Este valor seria o custo de Alpha vender para os 10% inadimplentes. Se Alpha pudesse identificar tais clientes sem qualquer custo, ela não lhes venderia a prazo. Caso ela resolva contratar o serviço externo irá
gastar: A contratação do serviço externo irá exigir uma saída de caixa de $600, enquanto que, a perda por iliquidez dos clientes, sem a consulta externa seria de $500, portanto, para Alpha não seria interessante contratar os serviços de análise de crédito externo. |
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Tela 44 |
2) A empresa Sigma decidiu oferecer crédito a seus clientes durante o verão. Espera-se que as vendas sejam de 300 bicicletas. O custo médio de uma bicicleta, para a loja, é igual a $240. O proprietário sabe que somente 95% dos clientes serão capazes de fazer os pagamentos devidos. Para identificar os outros 5%, está pensando em tornar-se assinante dos serviços de uma agência de informação de crédito. O custo inicial dos serviços é de $500, com uma taxa adicional de $4 por relatório individual. A empresa possui em seus registros o nome dos clientes tidos como líquidos em função da experiência de vendas passadas, o mesmo não acontece com os 5% restante. Deve ser feita a assinatura? Solução Nº de clientes
= 300 Neste caso, valeria a pena contratar os serviços externos de crédito, pois, a empresa Sigma estaria trocando uma perda de $3.600 por um gasto de $560. |
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Tela 45 |
7
- Política de cobrança
Segundo Brigham, Gapenski e Ehrhardt (2001) quando uma venda é efetuada, ocorrem os seguintes eventos:
Se a venda é a vista, então o caixa da venda foi de fato recebido pela empresa, mas, se a venda for a prazo, a empresa não receberá o caixa da unidade vendida até que a conta seja coletada. Algumas empresas são conhecidas por encorajar “vendas” a clientes muito fracos para demonstrar altos lucros. Isso pode aumentar o preço das ações da empresa, pelo menos até que os prejuízos de crédito comecem a baixar os lucros, em cuja hora o preço da ação cairá. Isto é facilmente observado no sistema financeiro. Em muitos bancos, as metas estipuladas pela diretoria nem sempre têm condições de ser alcançada, é neste momento que a disputa entre diretores se faz presente. Quando o diretor comercial é mais forte ou mais capacitado que o diretor de crédito, ocorre uma pressão sobre a área de crédito, geralmente com uma enorme quantidade de créditos ruins sendo aprovada. As consequências ocorrem no futuro quando surge a inadimplência. Algumas vezes, o desfecho se dá através da intervenção do Banco Central. Nas empresas, de modo geral, não é diferente. |
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Tela 46 |
Em meados da década de 90, século XX, uma empresa do setor de varejo (loja de eletrodomésticos), resolveu ganhar market share abrindo as porteiras do crédito. Em menos de doze meses jogou na lata do lixo, anos a fio de mercado. Segundo Ross, Westerfield e Jaffe (2002), a cobrança é o processo de obtenção do pagamento de contas vencidas. O administrador de crédito mantém um histórico de experiências de pagamento com cada cliente. |
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Tela 47 |
Exemplo
1) A empresa Alpha vende 100.000 aparelhos de som por ano, a $90 por unidade. Todas as vendas são efetuadas a prazo. A modalidade de pagamento é a seguinte: prazo de sessenta dias, caso o cliente esteja disposto a pagar com um desconto de 2%, terá vinte dias de prazo. Suponhamos que 20% dos clientes da empresa aproveitem o desconto e paguem no vigésimo dia; os demais pagam no sexagésimo dia. Qual é o prazo médio de recebimento da empresa, as vendas médias diárias e o valor das contas a receber? Solução O prazo médio de recebimento (PMR) ou dias de vendas a prazo
(Days Sales Outstanding – DSO) mede o tempo médio
necessário para receber as contas devidas. Neste exemplo,
observa-se: Outra maneira de se calcular o prazo médio de recebimento (PMR) seria através da razão entre as contas a receber e as vendas diárias médias. PMR ou DSO = Contas a receber/vendas diárias médias Por sua vez, as vendas diárias médias serão iguais à razão entre as vendas anuais e o número de dias do ano. Com relação ao número de dias, alguns autores operam com 365 dias, outros, com 360 dias. |
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Tela 48 |
Observe que vamos operar com 360 dias, exceto quando houver registro de alguma especificação diferente. Cálculo
das vendas médias diárias: Com relação ao valor das contas a receber, como calcular? O total das contas a receber existente a qualquer hora é determinado por dois fatores: 1) o volume de vendas a prazo e, 2) o período médio de tempo entre as vendas e o recebimento. Contas
a receber = $25.000 x 52 = $1.300.000 2) Qual é o número de dias de venda a prazo para uma empresa cujas vendas são de $2.880.000 por ano cujas contas a receber são de $312.000? |
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Tela 49 |
Solução Vendas médias
diárias = $2.880.000/360 3) A empresa
Sigma vende sob os termos: 3% de desconto para pagamentos com dez
dias ou trinta dias líquidos. O total de vendas para o ano
é de $900.000. Quarenta por cento dos clientes pagam no 10º
dia e aproveitam os descontos; outros 60% pagam, em média,
40 dias após a compra. Solução: a) PMR = (0,4
x 10 dias) + (0,60 x 40 dias) b) Contas a receber = ($900.000/360) x 28 = $70.000 c) Calcular o PRM de acordo com os termos da empresa. Veja, como 40% dos clientes já pagam com o desconto, parte-se da hipótese de que os outros 60% ficariam com o prazo idealizado pela empresa. DSO = (0,40
x 10 dias) + (0,60 x 30 dias) |
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Tela 50 |
A empresa está
operando com uma política de crédito frouxa, pois,
a meta seria 22 dias, e, o PRM encontrado, de fato, foi de 28 dias.
Contas a receber = ($900.000/360) x 22 = $55.000 O arrocho no crédito, caso não interferisse nas vendas, provocaria uma redução nas contas a receber, isto é, o risco da empresa seria diminuído, pois, menos recursos seriam alocados no ativo circulante, ou seja, o ativo total giraria mais rápido, supondo constante a margem líquida, o retorno do ativo total seria aumentado. Na prática, as empresas acompanham suas vendas e contas a receber diariamente. Entretanto, algumas empresas com vendas sazonais percebem que o PRM calculado varia durante o ano, fazendo com que seja uma ferramenta um tanto defeituosa. Isso ocorre porque o nível de contas a receber é baixo antes da estação de venda e é elevado logo após o final dessa estação. Portanto, as empresas tendem a manter um registro do movimento sazonal do PRM nos últimos anos. Desse modo, podem comparar o PRM corrente com o PRM médio da mesma época, em anos passados. |
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Tela 51 |
Geralmente as empresas empregam os seguintes procedimentos em relação a clientes cujas contas estejam vencidas:
Dependendo do ambiente econômico, as atitudes com relação aos inadimplentes podem tomar caminhos diferentes aos registrados em períodos anteriores. Em momentos de forte contração monetária, o aperto no crédito pode fazer com que clientes que por anos a fio foram líquidos, recebam tratamentos antes imagináveis, como a redução do limite de crédito, o envio pura e simples para o cartório, ou até mesmo, o corte da linha de crédito. Atitudes duras por parte do departamento de crédito geram, na maioria das vezes, conflito de interesses com o departamento de vendas. |
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Tela 52 |
Resumo Um bom departamento
de crédito deveria analisar crédito levando em consideração:
o caráter, a capacidade, o capital e as condições
do cliente, isto é, deveria empregar os 4 C’s do crédito.
Além dos 4 C’s, outro fator poderia ser levado em consideração,
o colateral. Dentre as condições
de vendas operadas pelas empresas encontra-se o desconto por pagamento
à vista. Compete ao departamento financeiro avaliar o desconto
através de instrumentos de cálculos que envolvem o
valor presente da operação. |
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| Unidade 4 | Módulo 1 | Tela 53 |
| 1
- Fluxo de caixa operacional
Quando pensamos numa empresa geralmente nos vem à cabeça uma pergunta: como determinar o valor desta empresa? Um dos caminhos mais utilizados é o da determinação do valor presente dos fluxos de caixa livres da empresa esperados no futuro, descontados ao custo médio ponderado de capital (WACC).
Segundo Brigham e Ehrhardt (2006), o diretor executivo da Berkshire, Warren Buffett, escreveu em uma recente carta aos acionistas que busca possuir “empresas que gerem caixa e obtenham consistentemente retornos acima da média sobre o capital”. Quando está avaliando uma potencial aquisição, Buffett diz comparar seu preço de compra com seu “valor intrínseco”, o qual ele define como “ o valor do caixa descontado que pode ser obtido de uma empresa durante sua vida remanescente”. |
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Tela 54 |
Segundo Gitman (2004), o fluxo de caixa, a corrente sanguínea da empresa, é o tema da preocupação básica do administrador financeiro, tanto na gestão das finanças, no dia-a-dia, quanto no planejamento e na tomada de decisões estratégicas voltadas para a criação de valor para o proprietário.
A apuração do FCO se dá por meio da Demonstração do Resultado do Exercício (DRE). As despesas associadas ao financiamento (despesas financeiras) dos ativos da empresa não estão incluídas, pois não são despesas operacionais. Para apurar o FCO nós partiremos do Resultado Operacional, também conhecido por EBIT (Earning Before Interest and Taxes). Para tanto, um artifício de cálculo se faz necessário, pois nós teremos de calcular o valor do Imposto de Renda (IR) e da Contribuição Social (CS) sobre o resultado operacional. Quando calculamos o valor do IR/CS sobre o resultado operacional, estamos ignorando a existência de dinheiro de terceiros no negócio, é como se a empresa fosse financiada exclusivamente com dinheiro próprio. Apurado o resultado operacional, depois dos impostos (IR/CS), também conhecido como Resultado Operacional Líquido ou “EBIT (1 – T)”, ou ainda, NOPLAT (Net Operating Profits Less Adjusted Taxes), devemos somar ao valor encontrado o valor da “Depreciação/Amortização/Exaustão”. |
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Tela 55 |
| Quando
um bem do Ativo Imobilizado é depreciado, o lançamento contábil
será: débito em “Custo Operacional ou Despesa Operacional”
ou em ambos, na DRE e crédito na conta “Depreciação
Acumulada”. Esta última conta é uma conta redutora de
ativo, conforme aprende-se em Contabilidade. Neste caso, percebemos que
o lançamento a débito em “Custo Operacional/Despesa
Operacional” aparece na DRE reduzindo o resultado operacional, sendo
que a contrapartida do lançamento (crédito) não passa
pela conta Caixa.
Outro lançamento contábil que não passa pela conta Caixa, mas que irá reduzir o resultado operacional será a Amortização. Quando uma empresa faz um investimento no seu parque fabril com maturação de médio e longo prazo, o fisco permite que o valor daquele investimento seja Diferido ao longo do tempo. O lançamento contábil será o seguinte: débito na conta “Amortização”, na DRE e crédito na conta “Diferido”, no Ativo Permanente. Novamente, um lançamento de débito será realizado na DRE sem que passe pelo Caixa da empresa. Estamos supondo que o aluno tenha perfeito conhecimento desses lançamentos básicos de Contabilidade. Fórmula de cálculo do FCO:
Onde: FCO = Fluxo de caixa
operacional. |
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Tela 56 |
| 2-
Exemplos
1) A seguir, parte das demonstrações financeiras do grupo empresarial “M. Dias Branco” com casa matriz na cidade de Fortaleza-CE, que tem como área de atuação a industrialização, comércio e distribuição de produtos alimentícios derivados do trigo, especialmente biscoitos, macarrão e farinha de trigo, atuando, também, na fabricação, comercialização e distribuição de margarinas e gorduras vegetais. Demonstrações de Resultados – Exercícios findos em 3112/06 e 31/12/05 (em milhares de reais, exceto lucro líquido por ação).
Calcule o valor do FCO para a controladora e para o consolidado da M. Dias Branco. Para efeito do cálculo do “Imposto de Renda/Contribuição Social”, IR/CS, operar com uma alíquota de 34%. |
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Tela 57 |
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Solução 1 a) Controladora (balanço da empresa mãe) 31/12/2006 Cálculo do IR/CS Cálculo do VNC (valores que não passaram pelo caixa) FCO = RO ± VNC – (IR + CS) 31/12/2005 Cálculo do IR/CS Cálculo do VNC (valores que não passaram pelo caixa) FCO = RO ± VNC – (IR + CS) b) Consolidado (balanço envolvendo a empresa mãe e as empresas controladas e coligadas) 31/12/2006 Cálculo do IR/CS Cálculo do VNC (valores que não passaram pelo caixa) 31/12/2005 Cálculo do IR/CS Cálculo do VNC (valores que não passaram pelo caixa) |
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Tela 58 |
2) A empresa Lojas Americanas S.A. em suas demonstrações financeiras envolvendo: Controladora e Consolidado; encerradas em 31/12/06, apresentou as seguintes contas e valores (em milhares de reais) em termos da DRE.
Calcule o valor do FCO para a controladora e para o consolidado das Lojas Americanas S.A. Para efeito do cálculo do Imposto de Renda/Contribuição Social operar com uma alíquota de 34%. |
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Tela 59 |
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Solução 2 a) Controladora 31/12/2006 Cálculo do IR/CS Cálculo do VNC (valores que não passaram pelo caixa) FCO = RO ± VNC – (IR + CS) b) Consolidado 31/12/2006 Cálculo do IR/CS Cálculo do VNC (valores que não passaram pelo caixa) FCO = RO ± VNC – (IR + CS) |
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Tela 60 |
3) A empresa Companhia Brasileira de Distribuição – CBD -, Grupo Pão de Açúcar, em suas demonstrações financeiras, envolvendo Controladora e Consolidado, encerradas em 31/12/06, apresentou as seguintes contas e valores (em milhares de reais, exceto o lucro por lote de mil ações) em termos da DRE. O Grupo Pão de Açúcar tem como atividade preponderante a comercialização, no varejo, de produtos alimentícios, artigos de vestuário, eletrônicos e outros que completam suas linhas de hipermercados, supermercados e lojas especializadas e de departamentos representadas pelas denominações comerciais “Pão de Açúcar”, “Extra”, “Barateiro”, “Comprebem”, “Extra Eletro”, “Sendas” e “Extra Perto”.
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Tela 61 |
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Solução 3 a) Controladora 31/12/2006 FCO = RO ± VNC – (IR + CS) b) Consolidado 31/12/2006 FCO = RO ± VNC – (IR + CS) |
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Tela 62 |
| 4) A Klabin S.A. em suas demonstrações financeiras encerradas em 31/12/2007 e 31/12/2006 envolvendo a empresa controladora e o consolidado, mais especificamente na DRE apresentou as seguintes informações (em milhares de reais):
A Klabin e suas controladas atuam nos seguintes segmentos da indústria de papel para atendimento aos mercados interno e externo: reflorestamento e madeira; papéis de embalagem; sacos de papel e caixas de papelão ondulado. Suas atividades são plenamente integradas desde o florestamento até a fabricação dos produtos finais. |
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Tela 63 |
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Solução 4 Empresa controladora (empresa que detém participação nas demais empresas do grupo) Cálculo do Imposto de renda/Contribuição social Cálculo do FCO Cálculo do Imposto de renda/Contribuição social Cálculo do FCO Balanço consolidado (inclui os números da empresa controladora mais os números das empresas controladas e coligadas, respeitado a exclusão dos valores em comum). 31/12/07 Cálculo do Imposto de renda/Contribuição social Cálculo do FCO 31/12/06 Cálculo do Imposto de renda/Contribuição social Cálculo do FCO |
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Tela 64 |
| 5) A Zamprogna
S.A. é uma sociedade anônima de capital fechado, com sede em
Porto Alegre, Estado do Rio Grande do Sul. A Companhia produz tubos com
costura de aço inoxidável e de aço carbono, telhas,
perfis, distribui chapas e blanks especiais atendendo aos mais diversos
ramos da indústria. A Zamprogna em suas demonstrações
financeiras encerradas em 31/12/07 e 31/12/06, referente ao DRE apresentou
os seguintes números (em milhares de reais):
Calcule o valor do Fluxo de Caixa Operacional para a controladora e para o consolidado da Zamprogna. Para efeito do cálculo do Imposto de Renda/Contribuição Social operar com uma alíquota de 34%. |
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Tela 65 |
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Solução 5 Empresa controladora (empresa que detém participação nas demais empresas do grupo) Cálculo do FCO 31/12/06 Cálculo do Imposto de renda/Contribuição social Cálculo do FCO Balanço consolidado (inclui os números da empresa controladora mais os números das empresas controladas e coligadas, respeitado a exclusão dos valores em comum). 31/12/07 Cálculo do Imposto de renda/Contribuição social Cálculo do FCO 31/12/06 Cálculo do Imposto de renda/Contribuição social Cálculo do FCO |
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Tela 66 |
| 6) A Cia. de Ferro Ligas da Bahia – Ferbasa - apresentou em suas demonstrações financeiras encerradas em 31/12/07 e 31/12/06 os seguintes valores (em milhares de reais):
Calcule o valor do Fluxo de Caixa Operacional para a controladora e para o consolidado da Ferbasa. Para efeito do cálculo do Imposto de Renda/Contribuição Social operar com uma alíquota de 34%. Segundo Ross, Westerfield e Jordan (2000) o fluxo de caixa operacional é um número importante, pois ele mostra, em um nível bastante básico, se as entradas de caixa das operações são suficientes para cobrir as saídas de caixa do dia-a-dia. |
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Tela 67 |
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Solução 6 Empresa controladora (empresa que detém participação nas demais empresas do grupo) 31/12/07 Cálculo do FCO 31/12/06 Cálculo do Imposto de renda/Contribuição social Cálculo do FCO Balanço consolidado (inclui os números da empresa controladora mais os números das empresas controladas e coligadas, respeitado a exclusão dos valores em comum). 31/12/07 Cálculo do Imposto de renda/Contribuição social Cálculo do FCO 31/12/06 Cálculo do Imposto de renda/Contribuição social Cálculo do FCO |
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Tela 68 |
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7) A Empresa Alpha em sua última demonstração financeira apresentou as seguintes informações financeiras selecionadas:
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Despesas operacionais sem considerar as despesas com depreciação
e amortização. |
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Tela 69 |
Resumo O fluxo de caixa, a corrente sanguínea da empresa, é o tema da preocupação básica do administrador financeiro, tanto na gestão das finanças, no dia-a-dia, quanto no planejamento e na tomada de decisões estratégicas voltadas para a criação de valor para o proprietário. O fluxo de caixa operacional (FCO) de uma empresa é aquele que a empresa consegue gerar em suas atividades operacionais regulares, isto é, por meio da sua atividade fim. A apuração do FCO se dá a partir da DRE (Demonstração do Resultado do Exercício). De posse do Resultado Operacional, EBIT (Earning Before Interest and Taxes), calcula-se o valor do Imposto de Renda e da Contribuição Social, cujas alíquotas são específicas para cada empresa. O FCO será igual ao valor do NOPLAT mais aqueles valores operacionais (custos/despesas) que não passaram pelo caixa. A principal rubrica que representa os valores operacionais que não passam pelo caixa é a Depreciação. |
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