| Unidade 3 | Módulo 1 | Tela 1 |
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- ES no modelo administrativo atual
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Tela 2 |
O surgimento de novas tecnologias e a crescente complexidade dos produtos, entre outros fatores, resultou numa crescente demanda por novos produtos. Estes produtos foram sendo projetados para segmentos cada vez mais específicos de consumidores. Como conseqüência, a necessidade de projetos cada vez mais direcionados e em número cada vez maior, foi aumentando em muito os custos das empresas a cada novo produto a ser projetado. Para se manterem competitivas, as empresas precisavam lançar novos produtos em espaços de tempo menores. Nesse sentido, as empresas passaram a procurar formas de reduzir esse ciclo procurando assim reduzir seus custos. Uma das soluções adotadas pelas empresas, no início dos anos 1980, foi o aumento do paralelismo das atividades de desenvolvimento. Atividades antes realizadas apenas após o término e a aprovação das atividades prévias são agora antecipadas de forma que seu início não dependa dos demorados ciclos de aprovação.
O sucesso de uma empresa está intimamente associado à sua capacidade de introduzir novos produtos no mercado. Um produto, por sua vez, será tanto mais competitivo quanto maior for seu diferencial com relação aos seus concorrentes no que diz respeito a atendimento das necessidades do consumidor, qualidade e preço. |
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Tela 3 |
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Outra importante vantagem competitiva é a capacidade de a empresa fazer produtos cada vez melhores, como também reduzir significativamente o seu tempo de desenvolvimento, pois quanto menor for o ciclo de desenvolvimento do produto, maior será a freqüência com que novos produtos podem ser introduzidos no mercado.
Diante desse desafio, várias empresas vêm utilizando com sucesso a abordagem da Engenharia Simultânea (ES). O termo foi introduzido no final dos anos 1980 (Histórico) e representa consolidação de outras tendências e iniciativas mais restritas visando a integração do desenvolvimento de produtos. Só nos últimos anos é que a ES adquiriu maior projeção. Hoje ela é um dos pilares para a sustentação da competitividade das empresas.
Na busca por maior competitividade, muitas empresas têm investido fortemente em ferramentas computacionais e em treinamento para seus engenheiros na utilização das mesmas. Entretanto, a utilização de modernas ferramentas não é suficiente para atingir os objetivos de redução do tempo de desenvolvimento e melhoria da qualidade que o mercado exige. É necessária a prática da Engenharia Simultânea. |
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Tela 4 |
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2 - Conceitos e definições – Engenharia simultânea
O papel da fabricação do produto é de fundamental importância tratando-se inclusive da própria razão de ser da empresa. Os produtos deverão ser fabricados para atender da melhor forma e da forma mais rápida aos consumidores dentro de uma estratégia estabelecida pela empresa. O apoio a esta estratégia será definido através dos recursos necessários para a elaboração deste novo produto. |
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Tela 5 |
| Essa abordagem procura fazer que as pessoas envolvidas em pesquisa e desenvolvimento considerem, desde o início, todos os elementos do ciclo de desenvolvimento do produto, da concepção ao descarte, incluindo qualidade, custo, prazos e requisitos dos clientes. A partir dessa definição surgiram outras.
Pode-se projetar um componente na tela do computador (CAD) e transmitir a informação por meio de interfaces de comunicação entre o computador e um sistema de fabricação (CAM), onde o componente será produzido automaticamente numa máquina conforme o projetado. Um importante aspecto da Engenharia Simultânea é a utilização de ferramentas de simulação computacional para testar os projetos antes mesmo de se construir qualquer protótipo físico. CAD ( Computer Aided Design - Projeto Assistido por Computador ) - Processo de projeto que se utiliza de técnicas gráficas computadorizadas. Utilização de programas (software) de apoio para auxiliar na resolução de problemas associados ao projeto. Um exemplo de utilização do CAD é em projetos de móveis planejados. CAM ( Computer Aided Manufacturing - Fabricação Assistida por Computador ) - Processo de fabricação controlado por computador procurando manter um padrão de qualidade na manufatura. A tecnologia CAD/CAM corresponde à integração das técnicas CAD e CAM num sistema único e completo em que a fabricação de um determinado produto pode ser alterada mais rápida do que em um processo tradicional. |
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Tela 6 |
CAD/CAM
- É um software que faz a vida de um projetista consideravelmente
mais fácil. Trata-se dois programas de computador, o que é
explicado quando seu nome é escrito por extenso: Computer Aided
Design/Computer Aided Manufacturing (Projeto por computador/Manufatura
por computador). Uma vez terminado o projeto o software CAM opera equipamentos da fábrica interligado com o CAD de maneira a fabricar o produto exatamente como o projetado. Exemplos de utilização de sistemas CAD/CAM mais simples podem ser vistos no dia a dia como, por exemplo, na fabricação de móveis planejados e de peças de vestuário nas bordadeiras elétricas.
Fabricação de Móveis Planejados
Bordadeira Elétrica |
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Tela 7 |
QFD - QUALITY FUNCTION DEPLOYMENT (Quality Function Deployment) – É definido como forma de comunicar sistematicamente a informação relacionada com a qualidade e de explicitar ordenadamente o trabalho relacionado com a obtenção da qualidade; tem como objetivo alcançar o enfoque da garantia da qualidade durante o desenvolvimento de produto e é subdividido em Desdobramento da Qualidade (QD) e Desdobramento da Função de Qualidade (no sentido restrito) (QFD). O método QFD visa aperfeiçoar e desenvolver novos produtos e auxiliar na reestruturação do sistema de qualidade da empresa. Mediante o QFD, equipes multidisciplinares, envolvendo especialistas em Marketing, Pesquisa & Desenvolvimento, Engenharia de Produto, Projeto de Processo, Produção e Qualidade, traduzem e transmitem as exigências dos clientes para os diversos setores da empresa. O sistema de tradução e transmissão das exigências dos clientes em requisitos técnicos apropriados, em cada estágio do processo, especifica de forma clara as informações necessárias e as atividades a serem desempenhadas na fase que antecede a produção, gerando grandes benefícios. Os principais benefícios do QFD são: redução
das reclamações dos clientes; |
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Tela 8 |
Com
essa abordagem, os problemas típicos dos modelos seqüenciais
de desenvolvimento de produtos são eliminados ou minimizados.
Essas definições continuam válidas. No entanto, a definição de Engenharia Simultânea deve ser adequada à ênfase atual de se modelar os processos de negócios das empresas. |
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Tela 9 |
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Com base nos conceitos de modelagem de processos de negócios, a Engenharia simultânea é a filosofia utilizada no processo de desenvolvimento (ou alteração) de novos produtos, visando: aumento de qualidade do produto, com foco no cliente; diminuição do ciclo de desenvolvimento e diminuição de custos. A estratégia tradicional de lançamento e manutenção de um produto no mercado é procurar mantê-lo o máximo de tempo possível na fase de maturidade. Com a concorrência acirrada e a procura por produtos sempre inovadores pelos consumidores as empresas partem para a segunda estratégia que é a de lançamento contínuo de novos produtos de forma a criar uma espécie de fase de maturidade com produtos diferentes e que permanecem por um tempo menor no mercado. Primeira Estratégia
Segunda Estratégia
O trabalho de equipe tem que ser suportado por recursos, métodos e técnicas integradas de qualidade total, devendo-se sempre enfatizar que o foco do trabalho precisa estar concentrado nas necessidades do cliente. |
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Tela 10 |
3
- Mudanças na estrutura organizacional Alguns desperdícios típicos num ambiente industrial são: Mão
de obra sem treinamento adequado; |
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Tela 11 |
| Produção
em excesso com a fabricação de mais lotes que o necessário
causando inclusive problemas com acomodação de estoque de
produtos acabados;
Layout organizado evitando desperdícios |
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Tela 12 |
Haverá sempre a busca pela melhoria contínua do produto, que são as respostas dos clientes com relação ao atendimento de suas expectativas (feedback).
A
ES necessita de uma abordagem sistemática para
integrar o desenvolvimento do produto, enfatizando a resposta às
expectativas do cliente e que incorpore valores tais como cooperação,
confiança e compartilhamento da equipe envolvida no projeto de
novos produtos. |
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Tela 13 |
| As
operações de processo que são semelhantes entre o produto
existente e o novo produto, que não alterem significativamente a
criação do novo produto poderão ser repetidas na confecção
do mesmo economizando assim o tempo de lançamento. Busca-se
assim um paralelismo entre o produto existente e o que se deseja produzir.
Uma empresa que embala seus produtos com latas pode aproveitar etapas conhecidas
do processo de fabricação no lançamento de seus produtos
agora também embalados em recipientes de vidro.
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Tela 14 |
| Com
os procedimentos da Engenharia Simultânea os problemas típicos
dos modelos seqüenciais de desenvolvimento de produtos são eliminados
ou minimizados. Por exemplo, as constantes mudanças do projeto em
virtude de problemas identificados tardiamente (em fases posteriores do
desenvolvimento), as dificuldades para a fabricação e montagem
dos produtos etc, são questões que trazem sérias implicações
para a qualidade, custo e tempo de desenvolvimento do produto.
São necessários fortes relacionamentos entre os departamentos da empresa, para que haja constante comunicação, de forma a promover estreita colaboração entre os membros de um mesmo ou de diferentes setores. VANTAGENS NA UTILIZAÇÃO CORRETA DA ES
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Tela 15 |
Resumo É importante ressaltar que os elementos da empresa envolvidos nessa definição de Engenharia simultânea (atividades, informação, organização e recursos) devem ser considerados no modelo do processo de desenvolvimento de produtos. A Engenharia simultânea fundamenta-se no conceito de equipes multifuncionais, o que consiste na realização de várias fases de projeto interativamente, envolvendo profissionais de diferentes especialidades desde o início até o final do mesmo, reduzindo o tempo total e melhorando a qualidade do desenvolvimento. Há também processo de implementação das equipes que obedece a seqüência: estabelecimento de objetivos; definição de metas de performance mensuráveis; formação específica para melhorar a comunicação interpessoal; definição do processo de tomada de decisão. Essa metodologia recorre a sistemas integrados de gestão de informação e a aplicações de engenharia integradas ao nível do fluxo de informação, sendo necessário garantir sua operabilidade, muitas vezes distribuídas por locais geograficamente distantes. São necessários fortes relacionamentos entre os departamentos da empresa, para que haja uma constante comunicação, promovendo estreita colaboração entre os membros de um mesmo ou de diferentes setores. Isto nos remete à utilização de sistemas de informática bem planejados e que se adaptem à velocidade e capacidade de armazenamento de dados necessária para a ES ser implantada corretamente. |
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| Unidade 3 | Módulo 2 | Tela 16 |
| 1
- Integração dos setores na empresa
Conforme vimos anteriormente, importante aspecto da Engenharia simultânea é a utilização de ferramentas de simulação computacional para testar os projetos, antes mesmo de se construir qualquer protótipo físico. Isso tem se mostrado de grande valia para a detecção de falhas em produtos das empresas líderes em seus mercados. O resultado das simulações realimenta o projeto, provocando alterações que deverão ser repassadas aos demais setores relacionados com o desenvolvimento, por meio de compartilhamentos de arquivos.
Integração das funções da empresa A ES procura integrar diversas funções
que influenciam as atividades de desenvolvimento de produtos, tais como:
marketing; vendas; projeto do produto, planejamento do processo, produção,
montagem, controle da qualidade e outras. |
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Tela 17 |
O trabalho
é dividido em dois estágios:
O primeiro estágio teórico compreende a apresentação dos conceitos, requisitos e ambiente e sugere, ao final, um conjunto de recomendações para que a ES seja implantada com sucesso. Compreende-se como ambiente as condições necessárias a fim de facilitar o desenvolvimento integrado de produtos sob a ótica da ES, incluindo estrutura organizacional, suporte de tecnologia de informação, metodologia de projeto da ES, bem como as principais técnicas para a sua implementação e algumas das diversas ferramentas gerenciais e tecnológicas de suporte. Pode-se dizer que a adoção da ES promove aumento do potencial das organizações que já estão com sua produção estabilizada ou para aquelas que pretendem ampliar a sua posição no mercado global, viabilizando desenvolvimento coordenado de produtos, que leve os produtos ou serviços ao mercado de forma mais rápida, com menor custo e que satisfaçam as exigências dos consumidores. |
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Tela 18 |
| 2
- Desenvolvimento de novos produtos
Num projeto de produto, alguns fatores devem ser levados em conta para o seu melhor planejamento. Primeiramente, o produto é concebido tecnicamente, para depois passar pela fase de detalhamento e projeto de seus sistemas, subsistemas e partes básicas.
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Tela 19 |
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| Tem-se
a fase de conceituação, planejamento e análise
de viabilidade técnica e econômica. A fase seguinte
aborda o projeto detalhado, seguindo-se da construção de protótipos.
Depois, passa-se ao projeto e construção das ferramentas necessárias
para os processos de fabricação, em seguida, a construção
e teste de modelos-piloto, para finalmente iniciar a fabricação.
Para determinar quanto custará o desenvolvimento de um projeto, considera-se
o tamanho e a complexidade do produto a ser desenvolvido.
Desenhar um produto com grande número de componentes requer mais
recursos, porque existem mais desenhos a serem feitos, mais análises
a serem executadas e mais testes a serem realizados. O custo de desenvolvimento
de um produto tende a ser diretamente relacionado com a interdependência
entre esses componentes, pois a alteração de um componente
acarretará uma série de modificações de outros
componentes ligados ao primeiro. |
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Tela 20 |
Quando
a empresa já existe e possui um ou mais produtos em estágio
de fabricação, normalmente possui estoque de conhecimento
básico de componentes e de materiais. A tarefa de desenvolvimento
é feita de forma mais fácil, por meio de aperfeiçoamentos
de conhecimentos já adquiridos.
Aplicação do projeto de uma nova fábrica A aplicação
da ES é embasada em dois pontos fundamentais:
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Tela 21 |
O projeto de um produto consiste de duas fases:
Fazer correção
ou revisão na fase de conceituação do produto é
relativamente fácil. Mas, depois disso, já na fase de detalhamento,
qualquer alteração se torna cada vez mais difícil
e cara. Projetar novamente uma peça ou parte de um produto exige
mudanças nas partes a que a primeira está conectada. Qualquer
alteração acarretará uma seqüência de
outras mudanças e isto significa aumento de custos.
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Tela 22 |
| No projeto
de produto pelo sistema tradicional, as decisões cruciais são
tomadas prematuramente, como as formas básicas, a performance, os
materiais e o conjunto como um todo. Essas decisões sobre o produto
podem vir a limitar e travar importantes decisões e mudanças
futuras. Não apenas as modificações tornam-se difíceis
de serem realizadas, mas os custos também crescem. A fase de desenvolvimento
de conceito requer apenas um por cento do custo total do projeto, mas determina
70% do custo do ciclo de vida do produto. A primeira fase do projeto deve ser muito enfatizada, pois futuras correções podem ser dispendiosas. Nos projetos de grandes empresas é preferível adicionar cinco engenheiros extras no começo do projeto, ao contrário de adicionar cinqüenta ao final, para corrigir erros. As etapas podem ser realizadas simultaneamente. Existem algumas que sempre dependerão da realização de uma outra anterior. Dados de empresas – como, por exemplo, Ford, GM e COFAP – comprovam o sucesso da metodologia, com tempo de desenvolvimento de produtos reduzidos entre 20% a 70%. |
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Tela 23 |
Alguns autores afirmam que, ao se reduzir o tempo para desenvolvimento de um projeto, as tarefas devem ser realizadas seqüencialmente dado que cada tarefa terminada fornece informações úteis na execução de outras tarefas seguintes. Isto evitaria inícios falsos e desenhos desperdiçados. |
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Tela 24 |
Neste caso, portanto,
o todo é melhor que a soma de suas partes. As decisões importantes
são tiradas de um consenso, de acordo com o que é a solução
mais lógica. Como resultado, todos os membros do grupo se sentem
donos e participantes da idéia.
Sistemas CAD/CAM |
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Tela 25 |
| Devem ser
destacados os instrumentos de CAD/CAM como cruciais na
mudança de gerenciamento, os quais fornecem modelos que ajudam todos
os membros do grupo a visualizar o produto. Também podem simular
testes de performance dos produtos bem como processos de fabricação,
eliminando a necessidade de protótipos de custos e consumo de tempo. Os instrumentos de CAD/CAM não podem desempenhar tudo sozinhos. Os projetistas determinam por conta própria se um produto conseguirá atingir a performance desejada, embora não existam programas que mostrem como é fácil fabricar um produto. Para obter esse conhecimento, os engenheiros necessitam de feedback contínuo de outros engenheiros à medida que o design se torna mais palpável, e esta é outra razão pela qual os grupos interfuncionais são cruciais para a ES. Numa pequena empresa não há grande número de pessoas envolvidas no projeto do produto, pelo simples fato de ser pequena e ter poucos funcionários. Esse fato influi diretamente na implementação da metodologia que, no caso, é menos difícil, pois há menos níveis hierárquicos e menor número de pessoas a convencer. |
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Tela 26 |
| 3
- Investimento em talentos humanos
A integração deve apontar os principais pontos, ligados à administração de recursos humanos, a serem discutidos quando da implantação de um ambiente de ES nas empresas. Para isso, são introduzidos os conceitos e elementos relativos ao desenvolvimento de projetos de produtos, uma vez que esse desenvolvimento constitui o contexto principal para a aplicação da ES. As dimensões competitivas da estratégia de recursos humanos são focadas de maneira a entender a sua importância e a validade de se estar incorporando seus conceitos ao cenário da ES.
Alguns fatores relacionados ao trabalho em equipe são expostos,
considerando-se que tal trabalho constitui-se na dimensão competitiva
da estratégia de recursos humanos mais importante para a ES. |
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Tela 27 |
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Alguns fatores que devem ser considerados na implantação da ES na empresa são:
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Tela 28 |
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No Brasil existem várias empresas, universidades e centros de pesquisas renomados que vêm estudando o tema. Porém, observa-se que nessas pesquisas há falta de definição de fatores, como dimensões competitivas, que podem ser utilizadas em uma estratégia voltada para os recursos humanos da empresa. Tal integração deve apontar os principais pontos, ligados à administração de recursos humanos, a serem discutidos quando da implantação de um ambiente de ES nas empresas. Para isso, são apresentados primeiramente, os conceitos e elementos relativos ao desenvolvimento de projetos de produtos, uma vez que esse desenvolvimento constitui o contexto principal para a aplicação da ES, ao mesmo tempo em que são descritas as principais características da ES. A seguir, são focadas as dimensões competitivas da estratégia de recursos humanos, de maneira a entender a sua importância e a validade de se estar incorporando seus conceitos ao cenário da ES. Finalmente, é dada uma atenção especial aos fatores relacionados ao trabalho em equipe, considerando-se este trabalho como a dimensão competitiva da estratégia de recursos humanos mais importante para a ES. |
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Tela 29 |
Nesse contexto, para que o desenvolvimento de projeto de produto possa realmente ter sucesso no ambiente de ES torna-se necessário que haja uma correta administração dos elementos que interferem direta ou indiretamente na obtenção dos objetivos propostos pelas equipes que participam do processo.
O gerenciamento profissional dos recursos humanos impõe-se como estratégico na implementação de ES. Diante da crescente diferenciação dos produtos e a conseqüente criação de divisões, faz-se necessário gerenciar os recursos humanos distintamente em cada divisão. A organização precisa desenvolver sistemas de planejamento e métodos de integração eficazes para as suas várias atividades. |
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Tela 30 |
| Cabe ressaltar
que uma ou mais prioridades competitivas podem ser adotadas simultaneamente,
uma vez que a distinção entre as estratégias adotadas
por diferentes empresas reside na importância que se atribui a cada
uma dessas prioridades. Desta forma, abordar os conceitos da estratégia
de recursos humanos, visando a exploração das oportunidades
de mercado, leva principalmente a organizar (formar) equipes que sejam capazes
de lidar com um ambiente em constante mudança e cada vez mais complexo.
A formação de redes de trabalho baseadas em equipes para a implementação da ES nas empresas pode facilitar o desenvolvimento de produtos ou processos de maior qualidade, a menor custo e com menor ciclo de desenvolvimento, na medida em que permite uma maior integração das pessoas e conseqüentemente um melhor resultado do trabalho. Alguns pontos considerados como importantes para a constituição de redes de trabalho baseadas em equipes são explorados a seguir, pois se mostram importantes para o sucesso da implantação da ES nas empresas. |
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Tela 31 |
Comunicação é o elemento imprescindível para a interação entre as pessoas e para o trabalho coordenado da equipe. O estabelecimento de canais e regras de comunicação permite que o contexto do projeto a ser desenvolvido fique claro e bem distribuído, além de permitir que as informações circulem rapidamente, de forma eficaz e eficiente, fazendo com que as atividades fiquem bem sincronizadas.
A comunicação entre as equipes pode ocorrer de duas maneiras: em sentido único, quando somente a informação relativa a um empreendimento é repassada sem que haja discussão sobre as causas e os porquês dos problemas ocorridos e, em dois sentidos, quando permite que uma equipe use as informações relacionadas às experiências anteriores de outras equipes, com dados completos sobre os problemas encontrados, suas causas, como estes foram superados etc. Outro aspecto importante relacionado à comunicação é o apoio que a tecnologia pode proporcionar às equipes que participam do projeto, por meio de sistemas de informação que facilitam a troca de dados. Tais ferramentas permitem a consulta sobre os estágios adiantados do projeto e como este está sendo executado. |
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Tela 32 |
Integração - Uma vez que as equipes envolvidas no desenvolvimento simultâneo das etapas do projeto são formadas por pessoas das diferentes áreas funcionais da empresa, é necessário que haja uma forma de integrá-las, para que a tomada de decisão seja efetiva na busca dos resultados propostos pela ES. A partir do momento que a integração multifuncional é reconhecida, reporta-se a um difícil desafio gerencial para o acompanhamento desta integração.
Quando as equipes passam a trabalharem unidas surgem divergências de opiniões, objetivos, interesses e prioridades diferentes. Esses acontecimentos são inevitáveis nas relações entre equipes, e devem ser resolvidos e gerenciados logo que surgem para que não haja propagação de problema. Tais acontecimentos não devem ser vistos como negativos para a constituição de rede de trabalho, porque de acordo com o estágio de integração das equipes, visões diferentes surgem e podem ser transformadas em pontos positivos no projeto. |
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Tela 33 |
Os
métodos organizacionais, que buscam reduzir esses conflitos
e principalmente procuram incentivar a colaboração das partes
interessadas, estão:
O gerenciamento da integração das equipes permitirá:
Isso facilita a integração
dos conhecimentos e das habilidades dos vários especialistas às
tecnologias usadas pela empresa, com o objetivo de constituir as competências
essenciais. |
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Tela 34 |
| Co-locação
- A co-locação durante o desenvolvimento de novos produtos
é o ato de colocar as pessoas de diferentes departamentos juntas
em um mesmo espaço físico.
As determinações de que membros devem ser colocados no mesmo espaço variam consideravelmente. Em alguns casos, todas as pessoas são colocadas juntas e em outros, apenas elementos chaves são co-locadas. Em algumas empresas, membros de alguns departamentos são alocados no mesmo prédio ou no mesmo andar, ao passo que em outras companhias pessoas da mesma área são colocadas na mesma sala. O que se pretende com essa proximidade física também possui diversas causas, mas o uso da co-locação tem o objetivo de tornar mais fácil e freqüente a interação entre estas pessoas de diferentes departamentos. O que está implícito nesta suposição é que colocando as pessoas juntas, algumas barreiras funcionais que separam os departamentos são quebradas, além de promover uma interação próxima e freqüente que é tão necessária nas atividades de desenvolvimento de novos produtos. As equipes formadas pela ES são normalmente constituídas por pessoas de projeto do produto, produção, marketing, compras, finanças, além de vendedores de equipamentos e até fornecedores de matérias-primas.
Equipe multidiciplinar trabalhando no mesmo ambiente Comumente, as equipes multifuncionais permanecem formadas durante o tempo de desenvolvimento do projeto, porém, alguns membros entram e saem de acordo com o estágio do processo. Deste modo, a co-locação torna-se importante à medida que as pessoas contribuem com suas habilidades e conhecimentos para a execução do projeto. |
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Tela 35 |
Cooperação
- O desenvolvimento de produtos e serviços produzidos pelas empresas
é cada vez mais complexo e difícil, tornando praticamente
impossível que uma equipe domine todo o conhecimento ou a tecnologia
necessários para o desenvolvimento do projeto.
O trabalho simultâneo de equipes leva seus integrantes a um intercâmbio de conhecimento expressivo, mesmo se as tarefas executadas forem semelhantes e faz que os profissionais das equipes passem a ter um maior conhecimento do contexto ao qual estão inseridos. Elementos essenciais à cooperação são:
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Tela 36 |
| Coordenação
– O trabalho em equipe não se constitui numa tarefa fácil
de ser implementada, pois há uma grande quantidade de opiniões,
informações, pessoas etc. para serem administradas. Entretanto,
é necessário que todos esses elementos sejam coordenados,
a fim de que os conflitos sejam diminuídos ou controlados, os canais
de comunicação tornem-se mais eficientes etc. Para o sucesso
dessa coordenação torna-se então imprescindível
o papel do líder da equipe.
As funções do líder nas equipes da ES são:
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Tela 37 |
| Confiança
- O nível de relacionamento encontrado numa equipe pode contribuir
substancialmente para o alcance das propostas da ES. A confiança
pode ser considerada como fator preponderante para que haja alto nível
de cooperação entre os membros da equipe e para que a comunicação
seja eficiente. Nesse sentido, a organização que pretende
implementar o ambiente de ES precisa estar alerta à necessidade de
se criar cultura voltada para o estabelecimento de confiança entre
os membros. Essa necessidade se impõe. No trabalho em equipe, a certeza
de que as outras pessoas estão trabalhando de maneira correta, respeitando
os valores culturais da organização e tendo visão comum
dos objetivos definidos, torna o trabalho mais produtivo e integrado.
É
preciso também haver confiança entre as equipes e sua gerência,
de forma que, durante o processo de desenvolvimento do projeto, as pessoas
tenham autonomia para realizar seu trabalho de maneira mais criativa e
independente. Boa argumentação sobre isso é lembrar
que somente os empregados assumirão riscos em uma cultura de confiança. |
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Tela 38 |
| O projeto
de produto é um processo no qual as informações devem
fluir com agilidade. Portanto, é necessário que todas as partes
estejam completamente integradas, tornando o projeto do produto mais robusto
às mudanças que ocorrem em termos tecnológicos e de
mercado. Dessa maneira, a adoção do cenário de ES nas empresas requer que vários fatores sejam considerados e avaliados pelos responsáveis da implementação. A orientação, a supervisão e o acompanhamento dos recursos humanos da organização são importantes para que essa implementação obtenha sucesso. As pessoas trabalham nas equipes de ES devem estar prontas para executar as atividades simultâneas de forma coordenada, integrada, com um bom nível de comunicação e cooperação, facilitando o aprendizado contínuo. Não se pode
esquecer, porém, que o modelo de gestão, construído
com os conceitos da ES, provoca mudanças na estrutura da empresa,
podendo surgir, conseqüentemente, resistências e conflitos
por parte das pessoas. Por isso, recomenda-se que alguns procedimentos
sejam realizados antecipadamente, tais como treinamentos e reuniões
com os envolvidos no processo. |
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Tela 39 |
| Resumo
O desenvolvimento de produtos tem como principal objetivo satisfazer as necessidades atuais e futuras dos consumidores. O desenvolvimento do projeto de produto será caracterizado pelo seu bom desempenho durante o ciclo de produção e pela ausência de defeitos dos produtos, quando adquiridos pelos consumidores. O processo de desenvolvimento de produtos envolve diferentes áreas da empresa. O departamento de marketing tem papel importante na captação das necessidades dos consumidores (input) e no repasse dessas necessidades aos projetistas. Os projetistas, por sua vez, têm a função de processá-las ou transformá-las em informações, materiais, ou os próprios consumidores em produtos e/ou serviços (output). Portanto, um fator importante para a redução do tempo no desenvolvimento das atividades das áreas envolvidas será a velocidade com que elas são elaboradas pelas equipes que participam do projeto. A influência desses parâmetros gera sobrecarga de informações
na tomada de decisão das equipes envolvidas no projeto, e torna
difícil e demorada a seleção das informações
necessárias para o desenvolvimento do projeto. Por outro lado,
a ausência de dados relevantes leva à perda de tempo em sua
busca e, quanto maior for a complexidade de cada projeto, potencialmente
maior o tempo demandado para que seja encontrada a informação
desejada. A ES procura antecipadamente estudar todas as possíveis mudanças
ou interferências que possam afetar o projeto, pois as modificações
na fase inicial representam menores custos que as futuras. |
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