| Unidade 4 | Módulo 1 | Tela 1 |
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1 - A terceirização no modelo administrativo atual
As estratégias de crescimento convencional do processo produtivo custam caro e reduzem lucros. Custam caro porque a empresa tem de investir em novos ativos, seja construindo-os desde o início (ampliação ou construção de uma fábrica, por exemplo), seja adquirindo ativos existentes no mercado (compra de equipamentos, por exemplo). Reduzem lucros porque as margens de lucro devem manter-se reduzidas por algum tempo para pagar o investimento. Essa é a razão porque o “crescimento alavancado”, no qual se utilizam ativos de terceiros, está ganhando força em todo o mundo. Crescer de forma alavancada não significa, necessariamente, abrir mão do lucro, como pensam muitos executivos. Ao aproveitar os ativos de outras companhias para crescer, uma empresa pode ter os benefícios de uma etapa da sua produção realizada, sem custear uma atividade que não é a sua atividade-fim. |
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Tela 2 |
Desde a crise econômica mundial da década de 1970, as estratégias de reestruturação empresarial vêm buscando características mais flexíveis para as organizações empresariais.
Na transição para essas novas formas, o modelo de produção de Henry Ford, ainda predominante em grande parte das empresas – baseado na produção de massa, em economias de escala e nas grandes empresas integradas verticalmente –, foi descartado devido à sua rigidez e à ineficiência no novo ambiente competitivo. |
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Tela 3 |
| Crise
econômica mundial na década de 1970 – Em 1973, ocorreu
a chamada crise do petróleo. Como as transnacionais perderam o poder
de fixar os preços, a OPEP (Organização dos Países
Produtores de Petróleo) quadruplicou o preço do barril de
petróleo, causando conseqüências econômicas no mundo
todo; principalmente, nos países pobres e dependentes da importação
de petróleo. Bolsas de Valores quebraram em vários países,
mostrando como o mundo dependia da OPEP. O país que menos sofreu, foram os Estados Unidos, em virtude da grande reserva de petróleo deste país e porque os “petrodólares” eram investidos no mercado americano. Esse fato não só demonstrou o poder da OPEP, mas também evidenciou a dependência dos países importadores que, sem outra opção, tinham que continuar a comprar petróleo. |
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Tela 4 |
O objetivo explícito da estrutura organizacional é o controle do funcionamento organizacional, de forma cada vez mais calculável e previsível.
Devido ao aumento da capacidade tecnológica, desencadeada nas últimas décadas, e à globalização da concorrência, em que as organizações procuram cada vez mais ganho de competitividade e agilidade frente às mudanças, surge a necessidade de adaptação a cenários cada vez menos previsíveis. Autores como Tom Burns, críticos da burocracia, de forma ideológica ou científica, indagam se o seu caráter previsível realmente está de acordo com as exigências inovadoras e atuais, quando as empresas tendem a se transformar rapidamente para sobreviver em um ambiente de mercado globalizado e mutante. |
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Tela 5 |
Tom Burns – Em 1961 expôs a tese da Tecnocracia, em substituição à burocracia de Weber, justificando-a com o aumento da produção devido a inovações tecnológicas, à complexidade administrativa, às funções de especialistas técnicos e aos postos burocráticos. Dessa forma, o controle organizacional do proprietário passa para administrador, tornando a sobrevivência da empresa responsabilidade social. Em situações estáveis, a tecnocracia possui características mecânicas de definição precisa de tarefas, hierarquia clara de controle, definição de responsabilidades, forte comunicação e interação vertical, lealdade e obediência à organização e aos superiores. Entretanto, diante da instabilidade de mercado e tecnologia, as organizações passariam a ter um aspecto orgânico de ajustamento contínuo à redefinição de tarefas, à valorização do conhecimento especializado, às interações e comunicações em qualquer nível, ao envolvimento e comprometimento com a missão da organização. Dessa forma, a decisão organizacional passou a se basear na tecnologia e na hierarquia, também sofrendo influência na natureza informal de interações e comunicações, na natureza política e na luta pelo poder.
Os estudos de Tom Burns, nos anos 1950, deram início à teoria contingencial, com ênfase na adaptação ao ambiente, que em constantes mudanças da tecnologia e mercado, geram novos problemas e desafios. Frente a isso, a necessidade primordial das organizações está em assumir uma postura de flexibilidade e abertura, para que a imprevisibilidade organizacional seja vista como diferencial competitivo. |
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Tela 6 |
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2 - Conceitos e definições
Algumas empresas já terceirizam parte ou toda a produção, ficando apenas com a administração da marca e das patentes.
Terceirização da produção é a transferência de uma operação de produção de manufatura ou de serviços para uma outra empresa para se obter redução de custos ou melhoria de qualidade.
Não devemos confundir o conceito de terceirização (outsoucing) com o conceito de Offshoring, que é a transferência de uma operação de produção de manufatura ou de serviços de uma empresa, ou mesmo da empresa toda, de um local para outro local (seja uma cidade, um estado ou mesmo um país) onde se obtenha redução de custos ou melhoria da qualidade. Geralmente se justifica uma operação de offshoring pela redução de impostos ou de custos com mão de obra.
Offshoring O conceito de terceirização, antes utilizado somente em setores como conservação, portaria e telefonia, dentre outros, avança rapidamente para as operações de fábrica. Essa tendência liga o fabricante aos seus parceiros da rede industrial, como fornecedores e operadores, reduzindo estoques, aumentando a qualidade de produtos e serviços e fornecendo a flexibilidade necessária para acompanhar o ritmo das demandas flutuantes.
Terceirização
de atividades meio |
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Tela 7 |
Transferência
de serviços
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Tela 8 |
A qualidade
dos serviços terceirizados começa pela maneira como as empresas
clientes selecionam seus futuros parceiros. Pode considerar-se
que as empresas capacitadas para assumir um processo de terceirização
necessitam apresentar:
Convém examinar se a empresa contratada para os serviços terceirizados possui a documentação e as condições a seguir:
Documentação e condições adequadas
A ISO 9000
é o melhor exemplo da importância do terceiro para a incorporação
de um processo de qualidade total. Cuidados básicos na contratação da empresa terceirizada
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Tela 9 |
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A terceirização
é uma forma de gestão
catalisadora, a qual permite às organizações
ganharem eficiência. Isso possibilita
inovações às organizações burocráticas
e também propicia certa previsibilidade às organizações
que necessitam de grande adaptabilidade às mudanças constantes
impostas pelo mercado. |
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Tela 10 |
| Há
inúmeras vantagens da terceirização –
aceitando-se a visão de que ela não é mais um modismo
e sim forma de gestão moderna e flexível.
VANTAGENS E DESVANTAGENS DA TERCEIRIZAÇÃO
Tais características mostram que a terceirização surgiu como elo de ligação entre o estágio de formalização e o de flexibilização. Ela garante certa previsibilidade para atingir os objetivos organizacionais, por meio da formalização de contratos entre empresas.
Terceirização no mundo globalizado Deve-se deixar claramente exposto o que,
como, quando e por quanto
uma atividade será realizada, sem deixar de ser flexível.
Os contratos terão prazos pré-estabelecidos, com cláusulas
de renovação ou descontinuidade dos serviços. Tudo
para garantir à organização contratante grande agilidade
estratégica frente às constantes mudanças, no cenário
competitivo mundial. |
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Tela 11 |
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| 3
- Mudanças na estrutura organizacional
Os especialistas em modelos administrativos consideram que um modelo
de especialização flexível seja a forma de organização
que predominará no futuro, por sua capacidade de adaptar-se rapidamente
à demanda dos clientes. No contexto atual, o debate sobre a flexibilidade do trabalho revela perspectivas positivas e negativas.
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Tela 12 |
A flexibilidade da indústria é justificada pela necessidade de adaptação dos sistemas produtivos a situações inesperadas, a chamada gestão de variabilidades. As necessidades de flexibilização não são homogêneas para as empresas, e não há um caminho único para alcançá-las.
O custo do trabalho passa a não ser mais regido pela negociação entre empresas e sindicato, mas por um contrato de prestação de serviços ou fornecimento de insumos e componentes, assinado entre a empresa contratante e a contratada. A ISO 9000 é o melhor exemplo da importância do terceiro para a incorporação de um processo de qualidade total. Nas suas normas se observa um conjunto de requisitos que orienta as relações entre contratantes e fornecedores tendo como objetivo a obtenção e manutenção da qualidade. Em termos de inovação na gestão da empresa, a flexibilidade do trabalho pode ampliar-se mediante o achatamento da pirâmide hierárquica, redistribuindo-se atribuições entre os “sobreviventes” da reestruturação. É o que ocorre nos programas de qualidade total ou reengenharia. Os recursos economizados com estas medidas podem ser aplicados na formação e reciclagem profissional dos funcionários. |
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Tela 13 |
Modificações na organização da produção também podem favorecer o ideal da flexibilidade. O j ust in time implica respostas rápidas do sistema produtivo a solicitações variadas. Empresas especializadas podem ser contratadas para ocupar por um período de tempo uma solicitação maior do que a capacidade produtiva da contratante ou para fabricar algum componente que seria inviável economicamente para a contratante. Isto atenderia mais rapidamente o cliente e não haveria necessidade de ampliações ou adequações de programação de produção de circunstanciais
Terceirização na Produção pode ser utilizada em algumas situações:
O medo do desemprego, a atração pelo novo e a precária organização sindical, em boa parte das fábricas, facilitam os esquemas de “trabalho polivalente” (qualificado ou não) e admitem mobilidade entre postos de trabalho.Além disso, programas de qualidade total – a melhoria contínua, a padronização de processos e a própria obtenção de certificados da série ISO 9000 – também alteram as condições de execução das tarefas, à medida que impõem nova pressão sobre os trabalhadores que incorporam outras atividades às originais, como no caso da Total Productive Maintenance (TPM) – Manutenção Produtiva Total . Esta tarefa de manutenção poderia ser repassada a uma empresa terceirizada especializada. |
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Tela 14 |
| TPM
– Manutenção Produtiva Total - É uma estratégia
de gestão dos equipamentos, concebida para alcançar a máxima
eficiência por meio do envolvimento dos seus operadores. De fato,
o operador é a pessoa mais importante na manutenção,
pois mantém contato permanente com a máquina. Usando os cinco
sentidos, ele pode constatar diversos problemas no equipamento.
O TPM desenvolve os sentidos do operador a sua competência técnica,
de forma que possam garantir o funcionamento mais confiável das linhas
de produção.
A
competência adquirida mediante formação e treino tem
o nome de Manutenção Autônoma e constitui o fundamento
principal do TPM. Evidentemente, a produção é questão
complexa, na qual muita gente está envolvida. Os equipamentos podem
falhar devido à concepção e as linhas de produção,
podem parar devido a defeitos nos materiais. Contudo, com o TPM podem
ser identificadas as causas originais dos problemas. Pode, então,
dialogar-se com o fornecedor dos equipamentos, o departamento de concepção
e desenvolvimento e os responsáveis da empresa, de forma a encontrar
soluções duradouras. Os técnicos de manutenção,
mais libertos de algumas tarefas rotineiras podem dedicar-se a outras
de nível mais elevado. |
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Tela 15 |
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As
organizações, podem se encontrar em diferentes estágios,
transformando seu comportamento e possibilitando variações
em seus modelos de eficácia, formalização, complexidade,
tomada de decisão, tamanho etc.
Inúmeros escritores de administração como Taylor, Fayol, McGregor e outros se preocuparam com a formalização do comportamento para reduzir sua variabilidade. O objetivo principal era controlar e predizer os acontecimentos organizacionais. Quanto mais o comportamento for padronizado e predeterminado, mais burocrática torna-se a estrutura organizacional. No outro extremo (da linearidade), a ausência total de padronização, em que a organização é definida como estrutura orgânica, é totalmente flexível e a coordenação é baseada no ajustamento mútuo e contínuo. As organizações, no entanto, não precisam posicionar-se nos extremos, dependendo da atividade exercida ou da função departamental; muitas possuem as duas estruturas. É o caso de uma indústria automobilística, que possui a linha de montagem burocratizada e, ao mesmo tempo, equipes de pesquisa e desenvolvimento orgânicas. |
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Tela 16 |
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Muitas empresas encontram-se em processo de adaptação; procuram abandonar características rígidas, para adotar postura mais flexível e menos centralizadora; introduzem inovações organizacionais de impacto, estruturando-se em unidades de negócios, franquias e terceirização produtiva para responder mais rápido ao mercado, com produtos de qualidade e preços competitivos.
A terceirização tem-se consolidado como tendência crescente nas empresas brasileiras. Após a primeira etapa (em que se limitava às atividades de manutenção de equipamentos, limpeza, segurança, transporte e alimentação), vem-se estendendo ao processo produtivo dentro da própria planta industrial ou espaço físico. Cada vez mais, as empresas no Brasil contratam as partes mais simples de seus produtos. Essa tendência é praticamente irreversível, já que é utilizada em larga escala, por exemplo, nas maiores montadoras do País. A fabricação de componentes de veículos é feita por empresas contratadas e especializadas em fabricar determinados itens cabendo à contratante a função de montadora destes componentes.
Passar para terceiros parte da produção Devido ao processo de globalização, da complexa legislação trabalhista no Brasil e da necessidade estratégica de se concentrar em suas atividades-fim, as empresas também tiveram que buscar alternativas para o gerenciamento da sua mão-de-obra e transferir parte de sua produção para terceiros – a fim de reduzirem custos e administrarem melhor, a produção para continuarem competitivas. |
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Tela 17 |
Surgiram,
então, empresas especializadas em prestar serviços nas atividades
de:
As fornecedoras que produzem fora da planta da unidade, oferecem menor risco trabalhista ao contratante. É preciso lembrar, contudo, que a atual legislação trabalhista brasileira ainda se baseia, em grande parte, no conjunto de leis denominado Consolidação das Leis do Trabalho (C.L.T.). Sites para consultar a CLT: www.mte.gov.br A flexibilização das relações trabalhistas tende a implantar no mercado de trabalho brasileiro uma nova política de entendimento, mais amadurecida e realista com a economia atual. As empresas ou grupos de empresas determinarão, juntamente com os Sindicatos dos Empregados, a ampliação ou a redução de direitos e benefícios de ambas as partes.
O Brasil
já está modificando as leis trabalhistas – criando
novas formas como a do Contrato Temporário de Trabalho –
com redução de encargos trabalhistas e a Demissão
Temporária. As chamadas negociações coletivas, que
envolvem categorias inteiras ou grandes empresas e conglomerados, também
se intensificam no País. |
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Tela 18 |
| Criada na metade do século passado, a legislação vem sendo atualizada nos últimos anos, no sentido de diminuir a interferência do Estado nas relações entre empregados e empregadores. Esse processo de modernização, entretanto, ainda está longe do nível de desregulamentação dos Estados Unidos e é comum, no Brasil, funcionários de empresas terceirizadas acionarem na Justiça do Trabalho os proprietários da empresa tomadora e da prestadora; alegando vínculo empregatício ou os princípios de solidariedade e subsidiariedade do contratante do serviço, direitos trabalhistas que não foram cumpridos pelas empresas terceirizadas. |
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Tela 19 |
A flexibilização das relações trabalhistas pretende imprimir ao mercado de trabalho brasileiro, uma nova fórmula de entendimento, mais amadurecida e realista com a economia atual. As empresas ou grupos de empresas determinarão, com os Sindicatos dos Empregados, a ampliação ou a redução de direitos e benefícios, além dos básicos contidos na Constituição da República Federativa do Brasil.
Modernização das leis trabalhistas O Brasil já está modificando as leis trabalhistas - criando novas formas como a do Contrato Temporário de Trabalho - com redução de encargos trabalhistas. As chamadas negociações coletivas, que envolvem categorias inteiras ou grandes empresas e conglomerados, também se intensificam no País. |
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Tela 20 |
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| Diferenças
entre a terceirização no Brasil e em outros países
Em países como os Estados Unidos é comum a terceirização de atividades ou funções por prazos determinados, que podem ser desde algumas horas até meses e anos. No Brasil, os contratos são mais complexos e dificilmente uma empresa é contratada por apenas algumas horas. O conceito de vínculo empregatício é diferente:
Sobre contratação de mão-de-obra, outra diferença fundamental é que, em muitos países, o trabalhador terceirizado pode optar por salário menor ou maior, dependendo de seu interesse em trabalhar em determinada empresa. Já no Brasil, os sindicatos de trabalhadores definem com as grandes empresas os pisos salariais de cada categoria. |
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Tela 21 |
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Diferenças na terceirização dentro do Brasil As empresas estrangeiras e multinacionais normalmente instalam-se no Brasil nas regiões Sul e Sudeste, que abrangem as áreas metropolitanas em torno das maiores cidades brasileiras. O processo de terceirização de atividades dentro das áreas metropolitanas do Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Belo Horizonte e Porto Alegre, em geral, é mais simples e vantajoso do que em outras cidades, mesmo dos grandes estados. Cidades desenvolvidas possuem uma variedade de empresas, que podem oferecer qualquer serviço ou produto passível de terceirização.
Cidades industrialmente e tecnologicamente mais desenvolvidas possuem uma variedade de empresas, que podem oferecer qualquer serviço ou produto passível de terceirização. É importante
ressaltar que, no Brasil, a mortalidade precoce de empresas, principalmente
de micro e pequeno porte, é grande. Isto
pode prejudicar um comprometimento contratual de terceirização
entre empresas. |
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Tela 22 |
| Resumo
A descentralização e a flexibilidade das decisões
tornam-se mais freqüentes na administração das empresas
modernas. O ambiente de co-responsabilidade faz trabalhadores sentirem-se
parceiros. Fornecedores e clientes passam a ser elos de uma cadeia única
de produção. É importante conhecer profundamente seu parceiro de serviços ou produtos terceirizados e conseguir dele um comprometimento na conquista dos resultados. Estes são fatores fundamentais para o sucesso de um projeto de terceirização. Quando uma empresa decide contratar outra para substituir determinada etapa do processo produtivo é fundamental verificar se a empresa terceirizada possui de fato a capacidade, a tradição e a qualidade exigidas para assumir as funções contratadas. |
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| Unidade 4 | Módulo 2 | Tela 23 |
| 1
- Integração dos setores da empresa
A terceirização como estratégia organizacional, teve seu primeiro impulso durante a II Guerra Mundial, quando a indústria armamentista procurou ampliar sua capacidade produtiva contratando, junto a terceiros, não apenas insumos básicos, mas partes de produtos elaboradas. Embalagens, ferramentas, componentes, tintas e vernizes, deixaram de ser produzidos pelas próprias organizações, abrindo espaço para novo grupo de empresas especializadas nessas atividades. A consolidação de mudanças no ambiente de negócios das organizações tem produzido:
Fábrica
de armas pesadas… tanques, foguetes
etc.
A resposta às dúvidas sobre o que, e em que nível se pode ou deve terceirizar as atividades nas organizações, passa a ser objeto da análise de aspectos estratégicos do negócio. Conhecer o mercado, o espaço de atuação, o ambiente tecnológico que cerca a empresa, seus recursos internos, humanos e de produção, além das variáveis sociais e políticas, torna-se passo fundamental que deve anteceder a decisão de terceirizar. |
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Tela 24 |
Para vários autores, terceiriza-se alguma atividade que, por qualquer motivo, não compensa fazê-la internamente. O que compensa terceirizar numa organização?
Considera-se atividade-fim (ou core business) a área de atuação principal de uma organização. Hoje, esse conceito assume um significado diferente pois, partes e até mesmo a totalidade da produção de uma empresa é realizada externamente a ela. |
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Tela 25 |
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| Definido
o que, quanto e quando terceirizar, faz-se necessário que o processo
de contratação com o fornecedor atente para aspectos importantes,
os quais assegurem a continuidade da relação que se inicia.
O estabelecimento dos níveis de trabalho, a possibilidade de aferição da qualidade dos serviços e produtos, a garantia de confidencialidade das bases contratadas, o acompanhamento dos custos de produção formas de auditoria e condições para subcontratação, além de plano de contingência, são fatores a serem registrados pelas partes. No âmbito interno, a terceirização exige a preparação das organizações para administrar a nova realidade. Não apenas atividades deixarão de ser realizadas, mas aos profissionais e técnicos caberá ampliar seu espectro de atuação, incorporando funções de gerência e acompanhamento dos serviços e produtos contratados junto a terceiros.
Trabalhador multifuncional Como evolução do processo de terceirização tem-se a quarteirização. Vendida por alguns como “solução para todos os problemas”, capaz de produzir espetaculares resultados, a terceirização é de fato uma das alternativas que se colocam às empresas no sentido de se capacitarem para atender às demandas cada vez maiores e complexas de seus clientes e usuários.
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Tela 26 |
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2 - Tipos de terceirização
As empresas de atividades
industriais são divididas em duas categorias: as maiores
ou centrais, com atividades produtivas e não produtivas e as menores
ou fornecedoras, que funcionam com base em suas relações
com as empresas centrais. |
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Tela 27 |
Os modelos de organização flexível, adotados pelas empresas, são combinação de uma série de características corporativas e de diferentes níveis em que ocorre a flexibilidade. As principais características das empresas que devem ser observadas para uma flexibilização são:
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Tela 28 |
As áreas de uma empresa em que pode haver flexibilização são:
Os níveis de flexibilidade numa empresa são:
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Tela 29 |
Nível 1: redes entre empresas Sabe-se que a produção
flexível, por meio do estabelecimento de redes não é
estratégia empregada universalmente. Ela se aplica a empresas que
funcionam com base em universos econômicos que lhes são externos.
As redes são, portanto, característica da produção
em massa flexível e verticalmente desintegrada das empresas de
nichos de mercado, de alta tecnologia e de algumas subcontratadas. As
redes em si variam muito, na forma de organização e no funcionamento,
e dependem dos tipos de empresas participantes. |
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Tela 30 |
Nível 2: organização interna da produção Com exceção
das pequenas empresas subcontratadas, que utilizam tecnologia mais tradicional,
todos os outros tipos de empresa incorporam tecnologia flexível.
Entretanto, há uma grande variação no grau de automação
que elas introduzem, nos usos da flexibilidade e nas relações
entre trabalhadores e produção. Nas grandes empresas que
implementam a flexibilidade técnica, a tendência para a automação
total leva a formas neotayloristas de organização,
ou seja, mantendo uma separação entre trabalhador e processo
de produção. A Fiat, por exemplo, utiliza esse modelo de
produção. |
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Tela 31 |
Exemplo: Linha
de produção clássica, para os componentes padronizados
dos produtos A mesma tecnologia
pode incorporar formas diferentes de organização da mão-de-obra
nas respectivas habilidades necessárias. Na fábrica da Renault,
por exemplo, sistemas diferentes de organização da mão-de-obra
na mesma divisão demonstram esse efeito sobre as qualificações
e habilidades do operador e também os conflitos resultantes da
utilização da robótica. O trabalho do operador restringe-se
muitas vezes à simples tarefa de supervisionar três máquinas
simultaneamente; nas linhas de produção integradas da fábrica
do Cléon, a divisão taylorista da mão-de-obra foi
substituída por um grupo de trabalhadores multiespecializados,
capazes de operar as máquinas. Os operadores das máquinas,
por meio do controle numérico computadorizado de toda a empresa,
estão divididos em não-especializados (vigilância
e alimentação) e multiespecializados (programadores). |
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Tela 32 |
Nível 3: Mercado de trabalho As estratégias
relativas ao mercado de trabalho (contratos salariais, jornada de trabalho
etc.) também variam de acordo com o tipo de empresa. Essas estratégias
já foram classificadas em escala que vai de grande flexibilidade
(reajuste livre dos contratos salariais regulados pelo mercado) até
flexibilidade bastante limitada (contratos salariais rígidos regulados
pela sociedade). |
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Tela 33 |
Nível 4: Inovações Em todas as empresas
centrais, as inovações estão ligadas tanto ao processo
como ao produto. Entretanto, a maneira como as inovações
são desenvolvidas variam de acordo com o tipo de empresa. Uma distinção
clara pode ser feita entre inovações desenvolvidas pelas
empresas, ou pelas redes de empresas. As empresas tecnicamente flexíveis,
que geram economias de escala, tendem a adotar o primeiro processo. Por
outro lado, nas empresas desintegradas verticalmente, com produção
em massa flexível e geração de economias de escala
externas, as inovações são desenvolvidas por alianças
estratégicas formadas em torno de programas conjuntos de pesquisa
e desenvolvimento (P&D). |
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Tela 34 |
| 3
- Investimento em talentos humanos
Além dos ganhos de caráter técnico e administrativo para a organização, o lado pessoal de todos os envolvidos é modificado, também, em virtude de trocas de experiências e conhecimentos que o mercado propicia, superando desafios e dificuldades comuns, e apresentando soluções para os problemas semelhantes compartilhados. Terceirizado deve ser o serviço e não o pessoal técnico; toda organização necessita de indivíduos (internos ou externos) para atingir seus objetivos (execução de sua missão). O profissionalismo e a cooperação devem estar presentes em todas as etapas do processo de terceirização.
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Tela 35 |
Como
todo processo de mudança organizacional lida com seres humanos
(com comportamentos variáveis, conforme suas motivações
e interesses, crenças e valores), conflitos e resistências
às mudanças poderão ocorrer, caso, algumas providências
não sejam tomadas.
Em primeiro lugar estão os fatores interpessoais e em segundo, a perda do controle administrativo. A maioria dos problemas é originada em equipes internas, sendo difícil esperar previsibilidade do comportamento humano dos externos, por não se caracterizar na relação empresa-empregado. |
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Tela 36 |
Os principais
critérios para seleção de parceiros de produção
são:
Seleção de parceiros A terceirização
exige a qualificação da parceria, dando-se por
meio de confiança, justiça, concorrência leal e valorização
dos indivíduos. Supera questões de natureza técnica
e faz a solidariedade entre as partes transcender cláusulas contratuais,
associando o sucesso à mudança no estilo de gestão
e não à estrutura. |
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Tela 37 |
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Os principais
elementos externos que afetam o comportamento organizacional, nos processos
de terceirizações, são:
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Tela 38 |
Um dos grandes desafios para o sucesso da organização e da terceirização é tentar colocar em sintonia, entre os funcionários da cadeia produtiva com a personalidade da organização. Cada uma das partes tem estilo, crenças e valores próprios voltados para sua missão. Para diminuir a resistência à mudança, no processo de terceirização, a melhor estratégia pode estar no comprometimento de todos os funcionários envolvidos, motivando-os por meio do esclarecimento franco e aberto sobre as vantagens do sistema, principalmente no aspecto do comportamento humano. A preocupação com o futuro (previsibilidade) é parte tanto das organizações dos funcionários. Na denominada gestão
moderna, a terceirização deve ser encarada não apenas
por seu aspecto econômico-financeiro para a empresa, mas como solução
para questões sociais, contribuindo para a distribuição
de renda e a questão do desemprego, pois nas organizações
em declínio, o processo de demissão será desencadeado
com ou sem terceirização. |
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Tela 39 |
Resumo Um dos principais trunfos da terceirização está no ganho da competitividade empresarial e no desenvolvimento de parcerias onde todos ganham. A terceirização da mão-de-obra reduz o custo fixo
da empresa com encargos trabalhistas. Muitas empresas já trabalham
com sistema que possibilita a manutenção de estrutura mínima
e aumento da lucratividade. Em épocas de crescimento da produção,
como campanhas políticas e competições esportivas,
as empresas prestadoras de serviços terceirizados são peça
fundamental, porque muitas empresas contratantes não têm
condições de manter uma estrutura para atender demanda temporária. A terceirização é, sem dúvida, poderosa e influente realidade mundial. Fatores que vem impulsionando a terceirização tem sido a necessidade de obter maior flexibilidade, aumentar a eficiência e a competitividade, além de reduzir os custos diante dos ciclos recessivos vividos pela empresa. Os benefícios sobre o sistema produtivo decorrente da terceirização são inúmeros, a começar pela flexibilização que a empresa adquire, podendo ajustar demandas, produção e custos de acordo com suas necessidades. A terceirização tem, por solução, a valorização do conceito administrativo, pela redução de tarefas, ausência de responsabilidades trabalhistas e suas implicações. Terceirizar é passar o que não é a verdadeira vocação da empresa a parceiros idôneos e especialistas. A qualidade dos serviços terceirizados começa pela maneira como as empresas selecionam seus futuros parceiros. O ideal, no método de seleção; seria convocar pelo menos três empresas, após a checagem. Buscar informações em departamentos como o de recursos humanos, jurídico e produção, avaliar os equipamentos utilizados pela empresa e até mesmo conhecer as suas instalações. Outro ponto importante inovador é ouvir os empregados do futuro parceiro, conversar com empresas que já utilizam os seus serviços, conhecer os planejamentos a curto e longo prazo e, principalmente, a filosofia central da empresa. Após todos esses levantamentos, o resultado final certamente restringirá os riscos. A mesma empresa pode utilizar diferentes modelos de flexibilidade em seus vários níveis. A inovação é importante para a diversificação
da produção e, conseqüentemente, para a competitividade
das empresas de nichos de mercados e de alta tecnologia. Entretanto, o
sentido principal da inovação está na criação
de novos produtos ou novos métodos. |
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