| Unidade 1 | Módulo 1 | Tela 1 |
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- A Era Industrial
Algumas
notícias nos remetem imediatamente à Era Industrial
– novos engenhos humanos: cinema, bonde elétrico etc.,
enquanto que outras associamos imediatamente à Era da Informação
e do Conhecimento: TV digital, metrô etc. O
início - O período de 1789-1848 é chamado
pelo historiador Eric J. Hobsbawm como a “Era das Revoluções”,
destacando-se a Revolução Francesa (1789), que criou condições
para o desenvolvimento do capitalismo moderno e a Revolução
Industrial que permitiu o desenvolvimento tecnológico, tendo
sido iniciada em meados do século XVIII na Inglaterra. De acordo
com Peter Drucker, no decorrer de 150 anos, no período que vai
1750 a 1900, o capitalismo e a tecnologia conquistaram o globo e criaram
uma civilização mundial.
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Tela 2 |
| A
partir de meados do século XVIII, a chamada Revolução
Industrial tem início na Grã-Bretanha, com a invenção
de máquinas – equipamento de fiar e o tear mecânico –
que produziam muito mais que o trabalho manual. Usamos essa expressão
– Revolução Industrial – para nos referirmos a
todas as mudanças sociais e econômicas advindas da industrialização
– passagem da produção artesanal para tecnológica.
O artesanato era uma aptidão passada de uma geração a outra, sendo considerado um mistério e um sigilo. A tecnologia – originada da palavra grega techné (mistério de uma habilidade) + logia (sistematização) – até então não era considerada “conhecimento”: não possuía princípios gerais, sendo limitada a aplicações específicas. Entre 1751 e 1772, Denis Diderot e Jean d’Alembert tentaram reunir em uma única obra – Encyclopédie – os conhecimentos de todas as profissões artesanais. A pretensão era reunir, de forma sistematizada todo conhecimento acumulado pela humanidade e disponibilizá-lo para o grande público. Assim, a aprendizagem que levava um longo tempo da vida dos aprendizes poderia tornar-se acessível a todos, e em menor tempo.
A
revolução industrial permitiu um grande desenvolvimento
tecnológico e drásticas mudanças socioeconômicas.
Com o processo de migrações do campo para a cidade e o conseqüente
crescimento da população urbana, as mais sérias conseqüências
da industrialização foram sociais. Homens, mulheres e crianças
trabalhavam nas novas fábricas, com baixos salários, formando
uma nova classe, a operária. A jornada de trabalho nas primeiras
décadas de industrialização era de 14 a 16 horas.
O poder sai da aristocracia rural para a burguesia industrial. |
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Tela 3 |
A miséria e o desemprego produzidos pela industrialização na Inglaterra geraram conflitos sociais, desencadeando, entre outros, um movimento espontâneo de destruição das máquinas pelos operários, conhecido como ludismo. Os luditas (do inglês luddites) eram grupos de trabalhadores ingleses que, entre 1811 e 1816, rebelaram-se contra a industrialização e a tecnologia e destruíram máquinas têxteis, pois acreditavam que elas eram responsáveis pelo desemprego. O líder desse movimento era Ned Ludd (daí o nome ludismo). Para muitos, esse movimento representou uma técnica inicial de sindicalismo no período que precedeu a revolução industrial. O objetivo maior do
capitalismo sempre foi o lucro. Nesta primeira fase o baixo custo, como
mão-de-obra e matéria prima, favorecia a empresa direcionar
seus esforços para a eficiência produtiva. Com o incremento
dos investimentos nos transportes (navios e locomotivas a vapor) e nas
comunicações (telégrafos e serviço postal),
a acumulação de riquezas era enorme. As classes ricas acumulavam
renda tão rapidamente que excediam a possibilidade de gastos e
investimentos. Como afirma Eric Hobsbawn, uma moderna sociedade de bem-estar
ou socialista teria distribuído esses vastos lucros. Mas isto não
era plausível. |
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Tela 4 |
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| Também
havia três falhas inerentes ao processo econômico que ameaçava
esse objetivo:
1) o ciclo comercial de boom e depressão. 2) a tendência de diminuição da taxa de lucro. Inicialmente a mecanização aumentou em muito a produtividade da mão-de-obra, isto é, reduziu o custo por unidade produzida. Além da mecanização, o custo da matéria prima – algodão – foi reduzido drasticamente, pela expansão do cultivo nos EUA (após a invenção do descaroçador de algodão em 1793) e a tendência era de inflação – preços maiores na hora da venda. Por isso os lucros iniciais eram altos. Essas vantagens começaram a diminuir, após 1815, em função da redução da margem de lucros. Primeiro porque a industrialização e a competição provocaram queda no preço final dos produtos e também porque a situação geral dos preços era de deflação. Mas as vendas totais cresciam vertiginosamente, e os lucros totais também cresceram mesmo a uma taxa decrescente. Para diminuir custos a classe manufatureira diminuiu mais ainda os salários dos trabalhadores, além da substituição de trabalhadores qualificados por outros mais baratos, e por mais mecanização. 3) a escassez de oportunidades de investimento lucrativo.
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Tela 5 |
| Consolidação
do capitalismo - Embora essa passagem histórica esteja repleta
de conflitos, o processo de acumulação capitalista e de industrialização
prossegue, expandindo-se em todo o mundo. A partir de 1860 um conjunto de
novas transformações técnicas produziu grandes mudanças
no processo de industrialização que se estendeu até
o início da 1ª Guerra Mundial, consolidando a era industrial.
As descobertas do processo de transformação do ferro em aço,
do petróleo como força motriz em navios e locomotivas e da
substituição do vapor pela eletricidade incrementaram os transportes
e as comunicações. Novas invenções foram possíveis
– telefone, rádio, telégrafo sem fio, cinema, automóvel,
avião etc.
O aprimoramento das técnicas levou a indústria se preocupar em melhorar a qualidade de seus produtos. Com a expansão dos mercados, o capitalismo industrial foi cedendo lugar ao capitalismo financeiro, surgindo os bancos e outras instituições.
A crise - A 1ª Guerra Mundial (1914-1918) gerou um grande avanço tecnológico. Houve um verdadeiro gigantismo industrial, com um grave excedente de produção que culmina com a “Depressão Econômica” de 1929. O esforço de vendas é enorme. Era preciso vender o que se produzia. Acontece a 2ª Guerra Mundial (1939-1945). |
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Tela 6 |
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- Modelo de gestão da Era Industrial – Escola Clássica
de Administração
O processo de industrialização exige maior racionalização dos processos produtivos. O foco de atuação das empresas evolui com a industrialização, segundo as fases:
Neste tópico revisitaremos a Escola Clássica de Administração que preconizava a racionalização do trabalho, ressaltando o pensamento de Taylor, Fayol e Max Weber. Esta abordagem nos permitirá distinguir a Escola Clássica de Administração do modelo de gestão contemporânea, em que o conhecimento do trabalhador é o centro do processo de acumulação do capital.
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Tela 7 |
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A Escola Clássica de Administração que têm por expoentes Taylor, Fayol e Max Weber que preconizavam a racionalização do trabalho.
O Taylorismo e a produtividade do trabalho - Segundo Peter Drucker, a aplicação do conhecimento ao trabalho elevou a produtividade. Por muitos anos a produtividade foi aumentada pela mecanização. Com o taylorismo, a produtividade de trabalho começou a subir à taxa de 3,5 a 4% ao ano. Segundo Drucker, a maior parte dessa produtividade foi para o trabalhador, na forma de um padrão de vida melhor, maior poder de compra, menor número de horas de trabalho (em 1910 era de 3.000 (três) mil horas por ano). Hoje os japoneses trabalham 2.000 (duas mil) horas/ano, os americanos 1.850 (mil oitocentos e cinqüenta) horas/ano e os alemães 1.600 (mil seiscentos) horas/ano. Fayol e Administração Científica - Henry Fayol preocupou-se em definir as funções essenciais da empresa, o conceito de Administração, bem como os chamados princípios gerais de administração em bases científicas que identificam procedimentos universais a serem aplicados a qualquer tipo de organização ou empresa. Seu objetivo era aumentar a eficiência da empresa por meio da sua organização, ou seja, pela forma e disposição dos órgãos componentes da organização e das suas inter-relações estruturais. |
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Tela 8 |
Funções
da Organização - Fayol partiu da proposição
de que toda empresa pode ser dividida em seis grupos de funções
essenciais:
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Tela 9 |
Para
Fayol, a Função Administrativa coordena e sincroniza as outras
funções, além de englobar as funções
do administrador na empresa, que tem os seguintes encargos:
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Tela 10 |
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Fayol completa sua teoria com a proposição de 14 princípios que, segundo ele, devem ser seguidos para a eficácia da administração, que são: Em síntese, a Teoria Clássica concebe a organização como uma estrutura, de forma estática e limitada. Os aspectos organizacionais sofrem análise de cima para baixo, da direção para a execução e do todo para as partes. A Teoria Clássica numa abordagem rígida e mecanicista considerava a organização como uma máquina, enfatizava as tarefas ou a tecnologia e era inspirada em sistemas de engenharia, tratava o homem como um apêndice da máquina, procurava adaptar o homem à máquina e vice-versa. Na teoria Clássica a autoridade era centralizada, as linhas de autoridade eram claras, considerava a especialização e competência técnica, acentuava a divisão de trabalho, confiava nas regras e nos regulamentos, fazia clara separação entre linha e staff e dava ênfase nas relações inter cargos. A eficiência foi o objetivo básico perseguido por essa teoria. |
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Tela 11 |
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Max Weber e o Modelo Burocrático - A racionalidade administrativa – princípios da eficiência e eficácia – atinge o ápice com a implantação do modelo burocrático weberiano. A mecanização da indústria leva à mecanização da vida organizacional. A máquina é o modelo maior – eficiência-precisão-regularidade. De acordo com o modelo, as regras e as ações administrativas deviam estar previstas e orientadas em normas e instruções escritas. O modelo organizacional ideal é hierárquico, as relações são impessoais, a promoção se dá por tempo de serviço e merecimento e o funcionamento da organização é previsível.
Tipos de poder, conforme Weber: • Tradicional |
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Tela 12 |
Max Weber (1864-1920) nasceu na Prússia, foi professor universitário
na cátedra de Economia Política e Administrador Hospitalar
durante a 1a. Guerra Mundial. Não publicou em vida, sua obra foi
editada a partir de fragmentos de sua produção acadêmica.
Doutorou-se como uma tese sobre a História dos Empórios
Medievais, em 1889, quando "assessor" nos tribunais de
primeira instância de Berlim. Em 1891, qualificou-se como professor
com uma tese sobre o Significado da História Agrária
Romana para o Direito Público e Privado. (Foi ao examinar
essa tese que o grande historiador Theodor Mommsen disse: "Quando
estiver prestes a baixar à sepultura, o estimadíssimo Max
Weber será o único a quem poderia dizer: — Meu filho,
eis a minha lança, que ficou pesada demais para o meu braço.")
Em 1892, ocupava um cargo de assistente na Faculdade de Direito de Berlim
e casou, nesse mesmo ano, com sua prima em segundo grau do lado paterno.
Em 1894, a Universidade de Freiburg-im-Breisgau conferiu-lhe uma cátedra
de Economia Política. Em 1897, sucedeu em Heidelberg ao economista
Knies. Viajou pela Europa – Inglaterra, Escócia, Bélgica,
Itália – e Estados Unidos. Em 1903, em colaboração
com Sombert e Jaffe, Weber fundou a revista Archiv für Sozialwissenschaft
und Sozialpolitik. Durante a guerra de 1914-15, trabalhou em administração
hospitalar. Em 1918 voltou ao ensino numa cadeira de Sociologia especialmente
criada em Viena. No ano seguinte foi ocupar a cadeira onde lecionava antes
um outro economista famoso, Brentano, em Munique. Weber morreu no ano
seguinte. Se excetuarmos o prolongado "colapso", é uma
história bastante típica de vida acadêmica; mas essa
exceção foi considerável. Não se pode deixar
de admirar a talvez aprovar esse elemento no sistema universitário
alemão que permite a um homem, embora eminente e intelectualmente
produtivo, abjurar o ensino por vinte anos. |
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Tela 13 |
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São características da burocracia:
Vantagens e Desvantagens da burocracia previstas por Robert Merton, que as chamou de "disfunções”.
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Tela 14 |
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- O Modelo de Produção Industrial de Ford
Os americanos podem escolher automóveis de qualquer cor desde que escolham automóveis pretos (Henry Ford). O modelo de produção industrial fordista tem as seguintes características:
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Tela 15 |
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Algumas
características essenciais da sociedade industrial são:
O modelo organizacional proposto pela Escola Clássica de Administração é disseminado em toda a sociedade industrial. Em 1930, o modelo de gestão taylorista e fordista havia sido disseminado em toda a indústria ocidental, assim como o modelo burocrático weberiano.
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Tela 16 |
| Resumo
A era industrial, por meio dos avanços técnicos, proporcionou o aumento da riqueza. A racionalização progressiva e aplicação da ciência na organização do trabalho, proposta por Taylor, propiciou o aumento da produtividade. Houve concentração de trabalhadores assalariados nas fábricas e nas empresas financiadoras e organizadas pelos capitalistas de acordo com o modo de produção industrial. Houve um processo de urbanização. No início da industrialização as empresas tinham o foco na produção. Não importava a qualidade do produto e sim que o máximo de pessoas tivesse acesso a eles. Os lucros foram enormes, devido aos baixos custos de produção (matéria-prima e mão-de-obra). Novo impulso industrial foi alcançado com novas invenções e desenvolvimento de novas tecnologias de transporte e comunicações. Havia necessidade de se racionalizar a produção devido ao desperdício. Taylor criou o modelo de gestão científica no trabalho e sua proposição, juntamente com o modelo burocrático de Weber, que foram disseminados em todo o mundo. O modelo taylorista previa um modo de produção baseado na divisão e especialização do trabalho, na concepção e planejamento do trabalho versus execução de tarefas, na produção em série, em bens padronizados, em trabalhadores semiqualificados, na prescrição de tarefas, na hierarquia rígida. Havia uma rígida hierarquia entre os vários países, estabelecida com base no Produto Interno Bruto, na propriedade de matérias-primas e dos meios de produção. Conforme analisa Drucker, com Taylor a produtividade deixa de ser decorrente apenas da mecanização, pois o conhecimento passa a ser usado no trabalho. No entanto a desqualificação do trabalho atingiu seu auge na virada do século XX. A gerência assumia a função de reunir os conhecimentos que os trabalhadores anteriormente possuíam, classificando-os e tabulando-os para que os operários executassem. O resultado é o abandono da função manufatureira como parte da inteligência da empresa e a eliminação de possibilidade de organização do trabalho de maneira mais adequada. Hoje, assistimos a certa reversão, uma vez que se busca a integração de conhecimentos, não apenas de indivíduos, mas em nível organizacional ou inter organizacional. |
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| Unidade 1 | Módulo 2 | Tela 17 |
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1 - Modelos de gestão pós-Taylor Vamos agora tratar do modelo de organização e novos modelos de gestão surgidos no pós-guerra.
Após a 2a. Guerra Mundial, o modelo exclusivamente técnico de gerenciar foi questionado, tendo convivido com o enfoque comportamental enfatizado por outros teóricos da administração. Como apontado por Peter Drucker o próprio Taylor preocupou-se com o bem-estar dos trabalhadores, idealizando mais lazer e menos trabalho. As inovações de Ford – limitação das 8 horas diárias e acesso ao consumo do carro – também mostram esta preocupação, embora o acesso do consumo ao carro fosse de grande interesse para sua indústria e para o capitalismo como um todo.
O movimento ludista e o surgimento dos sindicatos mostraram como o trabalho em precárias condições tem potencial de provocar insatisfação e doenças às pessoas. As experiências humanistas foram sendo incorporadas paulatinamente, desde 1800 como a experiência da Fundição Soho, nessa época, que previa o descanso remunerado, construção de casas para os operários, criação de sociedade de auxílio mútuo, pagamento de incentivos salariais proporcionais à produção de peças. A encíclica papal de Leão XIII – Rerum Novarum – de 1891, embora contrária ao socialismo, assume posição de justiça social. Maximiano (2000). |
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Tela 18 |
| Escola
Humanística de Administração - A Teoria das
Relações Humanas – também conhecida como Escola
Humanística da Administração – surgiu nos Estados
Unidos, deslocou a ênfase na estrutura e nas tarefas para a ênfase
nas pessoas. Essa teoria nasceu da necessidade de corrigir a forte tendência
à desumanização do trabalho, surgida com o emprego
de métodos rígidos, científicos e precisos, aos trabalhadores.
A Teoria das Relações Humanas pretendeu desenvolver uma nova
filosofia empresarial, a partir de uma nova concepção da natureza
do ser humano: o homem social.
As conclusões de uma experiência desenvolvida entre 1927 e 1932 numa fábrica da Western Electric Company, em Hawthorne, bairro de Chicago, sob a coordenação de Elton Mayo, com a finalidade inicial de determinar a relação entre a intensidade da iluminação e a eficiência dos operários, medida por meio da produção, pôs em xeque os postulados da Teoria Clássica da Administração e fez nascer a chamada Escola de Relações Humanas, demonstrando que os fatores mais importantes para o desempenho individual estão nas relações com os colegas e com os administradores, como comprovam os resultados da experiência de Elton Mayo.
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Tela 19 |
A experiência de Hawthorne revelou a importância do grupo sobre o desempenho dos indivíduos. Mayo concluiu que:
A experiência de Hawthorne marcou o início de uma nova teoria baseada em valores humanísticos na Administração e preocupada com as pessoas.
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Tela 20 |
| A
Teoria das Relações Humanas trouxe novas dimensões
e novas variáveis a Teoria Geral da Administração –
TGA. Segundo o enfoque comportamental, a empresa deve ser vista como sistema
social, formado por pessoas, com sentimentos, interesses e motivações
e que essas pessoas formam grupos informais com seus colegas de trabalho,
criando regras para a convivência. Esse sistema social tem influência
sobre o desempenho da organização.
A Teoria das Relações Humanas ampliou o enfoque da unidade homem-máquina e passou a enfatizar o homem e o clima psicológico de trabalho, uma nova linguagem passou a fazer parte do repertório da administração:
O enfoque nas tarefas e estruturas foi substituído pela ênfase nas pessoas, surgindo, assim, uma nova concepção sobre a natureza do homem, o homem social, que substituiu o homo economicus. |
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Tela 21 |
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| Abordagem
sociotécnica - A partir da década de 1970, as demandas
e requisitos do sistema técnico são articulados às
demandas e capacitações do sistema social visando alcançar
metas e objetivos da organização e das pessoas. Este enfoque
envolve princípios do planejamento de trabalho, entre eles o princípio
do incompleto, admitindo-se planejar e replanejar os processos de trabalho
e definição de metas. Pretendendo explorar a criatividade,
não visa planejar a maneira de se realizar o trabalho. Grupos semi-autônomos
têm espaço para negociação e decisão,
que aumenta com o amadurecimento do grupo, pois este é visto como
capaz de adquirir conhecimentos e evoluir. Busca-se a otimização
tanto dos aspectos técnicos como dos aspectos sociais.
Abordagem Japonesa - Na abordagem japonesa adota-se o modelo taylorista/fordista ao racionalizar os processos de produção, porém o trabalho em grupo (aspecto da abordagem sociotécnica) e a utilização do conhecimento operário também são fortemente objetivados, via organização de “Atividades de Pequenos Grupos”. Essa abordagem utiliza o Kaizen, ou seja, contínuo melhoramento, ajustando-se pelo PDCA (planeje, desempenhe, controle e aja).
As ferramentas da qualidade orientam as empresas, com atividade de TQC (Controle Total da Qualidade), dos Círculos de Controle da Qualidade e ZD (Zero Defeito). A responsabilidade pelo trabalho é do grupo, havendo participação dos trabalhadores nas inovações tecnológicas, com o foco no aprendizado em toda a organização. |
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Tela 22 |
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| Administração
participativa - é uma filosofia ou doutrina que valoriza
a participação das pessoas no processo de tomar decisões
sobre diversos aspectos da administração das organizações.
Compreende o envolvimento de todos os funcionários e colaboradores
no processo de tomar decisões e administrar a organização.
Administrar participativamente consiste em compartilhar as decisões
que afetam a empresa, com funcionários, clientes ou usuários,
fornecedores, enfim, todos os colaboradores. No modelo participativo predominam a liderança, a disciplina e a autonomia. As pessoas que participam são responsáveis por seu próprio comportamento e desempenho. A disciplina não é imposta por regulamentos. Ao contrário, ela é interiorizada. De acordo com (Maximiano, 2000), a implantação da Administração Participativa envolve mudanças em três dimensões da organização: comportamental, estrutural e de interfaces.
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Tela 23 |
| Organização
qualificante é um conceito desenvolvido por Veltz e Zarifian,
é aquela voltada para incentivar o aprendizado e o desenvolvimento
das capacitações. Para os autores, uma organização
qualificada deverá ter trabalho em equipe com autonomia e diminuição
dos níveis hierárquicos, com a reaproximação
das relações entre as funções da empresa.
Mas, além dessas condições, há ainda 4 dimensões na Organização Qualificante:
Na organização qualificante valoriza-se o desenvolvimento do empregado e o trabalho em equipe, tanto em nível racional (quantitativo) quanto nos aspectos de comunicação, motivação e liderança. As chefias devem desenvolver-se para atividades de animação e gestão de recursos humanos. |
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Tela 24 |
2 - Reestruturação produtiva
A empresa deixa para trás o foco na produção e no produto e passa a se orientar pelo marketing, ou seja, pelo cliente. As empresas capitalistas encontram então novas maneiras de explorar e expandir mercados. Estamos em uma nova etapa de reprodução do capital:
Novo padrão tecnológico – A organização do trabalho muda com a incorporação da tecnologia da informação e da automação flexível. Computadores para o gerenciamento da informação, máquinas CNC (Comando Numérico Programado), controladores programáveis, robôs, projeção e fabricação no computador são usados na manufatura (CAD/CAM) são alguns exemplos do uso da tecnologia a favor da organização do trabalho. De acordo com Kumar (1995) o novo modelo de produção, com a especialização e consumo flexíveis é um divisor de águas da era industrial. Exemplo: Máquinas e ferramentas numericamente controladas permitem a produção econômica de pequenos lotes de bens – tanto de capital quanto de consumo –, voltados para setores especializados do mercado. As novas máquinas tornam possíveis mudanças rápidas de produção em resposta a novas oportunidades e necessidades. |
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Tela 25 |
| Novos
produtos não exigem novas ferramentas nem reajustes caros e demorados
ou reforma das velhas máquinas. As ferramentas numericamente controladas
são máquinas universais não-especializadas.
Novos desenhos e novos produtos são resultados de mudanças relativamente simples nos programas controlados por computador que comandam tais máquinas. A tecnologia flexível dá origem à especialização flexível. Novas idéias podem ser de imediato transformadas em novos produtos, idéias mais novas em produtos ainda mais novos. A produção é feita segundo o gosto do freguês, adaptada a desejos e necessidades muito específicos, em um estado de mudança constante ( Kumar, 1995: 55). |
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Tela 26 |
| Nova
relação entre as empresas – A produção
feita de acordo com o cliente não exige grandes fábricas ou
tecnologia para obter economias de escala. Também não pode
depender do trabalhador sem especialização ou apenas semi-especializado
e detalhista, comum nos estabelecimentos industriais do tipo fordista. Há
um processo de especialização.
A especialização desse tipo exige perícia e flexibilidade tanto da máquina como do operador. É por isso que alguns observadores vêem nestas tendências o renascimento da produção artesanal e uma redução da divisão do trabalho nas empresas. A expansão e forte renascimento das pequenas empresas é, em parte, decorrente disso. Mesmo as grandes empresas se beneficiam da especialização flexível, adotando este modo de produção para atender mercados segmentados. As fábricas formam um consórcio modular, e a empresa focaliza um produto que lhe dê vantagem competitiva. A terceirização foi usada inicialmente para serviços de apoio. Hoje há uma relação com os fornecedores que potencializa a capacidade produtiva e a qualidade. |
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Tela 27 |
| Nova
organização da produção – As
empresas tendem a adotar o modelo japonês – produção
enxuta para obter flexibilidade e integração com altos padrões
de qualidade e produtividade. No modelo just in time há
uma relação de compromisso na cadeia produtiva entre cliente
e fornecedor.
As equipes são formadas em células de produção – com o agrupamento de máquinas para produção de um número determinado de peças. Essas células são em forma de ferradura e permitem o trabalho polivalente, com a rotatividade do trabalho e domínio do processo. Os trabalhadores são estimulados a detectar e antever problemas. Eles saem da desqualificação do trabalho fordista – linha de montagem – para um trabalho mais qualificado. Ao envolver múltiplas habilidades podemos dizer que o trabalho é qualificante, enquanto que se envolver em múltiplas tarefas (tasks) significa trabalho não qualificante. Novo estilo gerencial – Com a flexibilização e a nova organização do trabalho a empresa fica mais vulnerável dependendo da motivação e adesão dos trabalhadores para o trabalho. Por isso necessita de um novo estilo gerencial e uma nova forma de comunicação interna, novos modelos de gestão e nova política de Recursos Humanos – RH:
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Tela 28 |
| Resumo
Foram discutidos os impactos da reestruturação produtiva identificando os novos modelos de gestão. A Escola Clássica de Administração, ao enfatizar os métodos de trabalho, a organização da empresa, as atribuições do administrador e eficiência dos recursos materiais trouxe os benefícios da maior produtividade, ao mesmo tempo em que gerou descontentamento ao identificar o homem como máquina. Por isso, novos modelos de gestão foram adotados no período pós-Taylor, como a Escola de Relações Humanas, que visa ao amadurecimento da pessoa no processo de trabalho via enriquecimento de cargos e abordagem sociotécnica, que busca a otimização tanto dos aspectos técnicos como dos aspectos sociais. A partir dos anos 1970, os negócios tornam-se mais competitivos e as inovações tecnológicas acarretam uma paulatina substituição dos controles sobre o processo (controles externos) pelo controle sobre os resultados. A empresa deixa para trás o foco na produção e no produto e passa a se orientar pelo marketing, ou seja, pelo cliente. Nessa época, os movimentos operários reivindicavam mais participação no processo decisório. Surgem novas formas de gestão, entre elas podemos citar a Administração Participativa – que ressalta a idéia do trabalho cooperativo, da confiança e do diálogo e a Organização Qualificante, que visa incentivar o aprendizado e o desenvolvimento das capacitações das pessoas e grupos. Estamos em uma nova etapa de reprodução do capital, com um novo padrão tecnológico, fundamentado na microeletrônica, novas relações entre empresas, novas formas de organização do trabalho, novo estilo gerencial, inserida em uma nova ordem mundial: globalização. |
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| Unidade 1 | Módulo 3 | Tela 29 |
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- Estrutura Organizacional
As mudanças no processo produtivo – do antigo modelo taylorista-fordista para o denominado paradigma de produção flexível. (reestruturação do processo produtivo) e os novos padrões de competitividade capitalista demandam novos modelos de gestão organizacional (novas arquiteturas, estratégias e culturas organizacionais). Para os estudiosos da área de gestão de negócios, entre eles DRUCKER (1993) e TOFFLER (1994) as novas formas de gestão e organização da produção estabelecem mudanças no trabalho, uma vez que a ênfase passa agora a recair sobre o conhecimento. Ou seja, somente por meio do conhecimento o trabalho adquire efetividade e inovação, produzindo a acumulação de riquezas. As mudanças tecnológicas respondem às exigências de qualidade face ao novo ambiente de negócios. A nova forma de organização do trabalho amplia a capacidade intelectual humana na produção e exigem do trabalhador qualidades de natureza não apenas operacionais como também conceituais. No âmbito da empresa, além da reestruturação da área de produção – manufatura flexível e fábrica enxuta – há mudança nas áreas de:
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Tela 30 |
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Novas formas de gestão têm sido buscadas, entre elas: Organizações em hipertexto (NONAKA e TAKEUCHI, 1995), Organizações em rede ou virtuais (Davidow e Malone, 1992), Corporação horizontal, Organizações inteligentes (QUINN, 1992), Organização holística e Empresa humanizada. As limitações existentes nas tradicionais estruturas de uma organização e dos tradicionais princípios de administração, não são suficientes para responderem às necessidades atuais das empresas. O estágio de acumulação capitalista demanda mudanças na filosofia organizativa e administrativa como condição de sobrevivência empresarial. Os elementos da estrutura organizacional tradicional são:
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Tela 31 |
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Quadro Comparativo dos Elementos da Estrutura Organizacional – Tradicional e Inovativa
São formas Tradicionais de Departamentalização:
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Tela 32 |
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As formas avançadas de departamentalização são:
Os novos modelos organizacionais tratados por Tom PETERS (1995) no artigo “Reinventando a empresa”. |
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Tela 33 |
Fonte: Formatos
organizacionais – Luiz Carlos Di Serio |
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Tela 34 |
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| 2
- O Conhecimento e os Novos Modelos Organizacionais
Com o crescimento da importância produtiva do “conhecimento”, a emergência de uma cultura de aprendizagem é apontada como fator de críticas para as organizações, inserida em um mercado altamente competitivo (Senge, 1990; Schein, 1993; Fleury & Fleury, 1997; Esses autores destacam a contribuição da informação, enquanto estímulo e suporte ao processo de aquisição de conhecimentos, assim como a importância dos valores dos indivíduos inseridos nas organizações. Da mesma forma, é preciso uma estrutura organizacional que apóie o estilo gerencial propício à criação do conhecimento. NONAKA E TAKEUCHI nos mostram que os novos modelos organizacionais propostos por autores contemporâneos – empresa horizontal, estrutura em teia (rede), a “pirâmide invertida” entre outros – apresentam características em comum:
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Tela 35 |
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| Os
autores alertam que estes modelos precisam de uma infra-estrutura cuidadosamente
desenvolvida – cultura, estilo e sistema de recompensa – para
sustentá-los, caso contrário podem ser menos eficazes que
as antigas burocracias.
Segundo NONAKA E TAKEUCHI o modelo de “organização em hipertexto” como possibilitador da criação do conhecimento nas empresas indicam como exemplo a Sharp – empresa de eletrônica. Esse modelo seria a síntese de duas estruturas tradicionais, amplamente utilizadas desde o século XIX – a estrutura burocrática e a força-tarefa. Essas estruturas são limitadas para um ambiente de imprevisibilidade e de constantes mudanças. Tendo por modelo o exército americano, o qual possui uma estrutura burocrática para os momentos de paz e estrutura força-tarefa para tempos de guerra, os autores mostram que “uma organização de negócios deve ter uma estrutura não-hierárquica e auto-organizada funcionando em conjunto com sua estrutura hierárquica formal” e que esse modelo é especialmente importante para a criação do conhecimento organizacional”. A estrutura burocrática e de força-tarefa devem ser complementares e não mutuamente excludentes, colhendo o benefício de ambas. Para os processos de rotina a estrutura burocrática funciona e para a criação de novos conhecimentos a força-tarefa. |
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Tela 36 |
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Organização em hipertexto é constituída de níveis interconectados, ou contextos: sistema de negócios, a equipe de projetos e a base de conhecimentos. Trata-se de três níveis diferentes na mesma organização.
O sistema de negócios está em um nível central e desenvolve as rotinas da empresa. O nível superior é das equipes de projetos, que se formam para criar novos conhecimentos e produtos. Diferentemente das equipes matriciais, que as pessoas pertencem a duas estruturas simultaneamente, nas equipes de projetos elas são provenientes de diferentes unidades do sistema de negócios e são designadas para o projeto até sua conclusão. Na parte inferior está a base de conhecimentos. Este nível não existe como entidade, mas está associado à visão da empresa, à cultura organizacional ou à tecnologia. É nesse contexto que o conhecimento criado dentro dos dois outros é armazenado e recontextualizado. Na organização
em hipertexto os membros mudam de contextos frente às exigências
dinâmicas de situações internas e externas à
organização. |
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Tela 37 |
| Implantação
dos Novos Modelos - Um levantamento bibliográfico sobre
o conceito de formato organizacional, realizado por DI SERIO (2002), permite
concluir que o tema tem sido intensivamente analisado por vários
autores, a priori, internacionais (Coopers & Lybrand, 1996;
Nadler, Gerstein e Shaw, 1994; Nadler e Tushman, 1988; Bennis, 1986; Morgan,
1986; Galbraith, 1977). Os estudos de caso relatados mostram evidências
de sucesso obtido após a transformação do formato organizacional,
porém, no Brasil, país onde modelos de gestão arcaicos
e modernos convivem juntos, as empresas têm obtido sucesso parcial.
Segundo o estudo, talvez pelo próprio desconhecimento e inabilidade
em lidar com o tema. A bibliografia em questão sugere a dificuldade
em se implantar formatos organizacionais modernos, muito mais do que as
vicissitudes de sua implantação. Empresas com esse objetivo
possuem um longo caminho a percorrer que exigirá a reformulação
de suas estruturas, estratégias e mecanismos de suporte.
Como nos mostra CUNHA (2002), embora exista consenso de que as tradicionais configurações empresariais sejam frágeis e inadequadas para as atuais condições, raros são os empresários que têm adotado formatações organizacionais flexíveis e dinâmicas, virtuais, estruturadas em redes. A maioria não deseja modificar as características ideológicas das teorias e práticas de administração que sustentam o poder, ainda que ambíguas e entremostrem contradições em suas aplicabilidades. Como afirma, apesar das idéias predominantes sobre o futuro das empresas e de seus negócios, é provável que as habituais estruturações piramidais continuem a ser adotadas pelas empresas. |
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No esquema desenvolvido por Bell, as características das Sociedades Pré-industrial, Industrial e Pós-industrial são apresentadas. Sociedade pré-industrial, industrial e pós-industrial.
Fonte:
BELL, D. The coming of post-industrial society. A venture in social forecasting. New York, Basic Book, 1993. |
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Tela 39 |
| 3
- O Conhecimento como Recurso Organizacional
“Nos últimos trinta anos, produziu-se um volume de informações novas maiores do que nos cinco mil anos precedentes. Cerca de mil livros são publicados no mundo por dia e o total do conhecimento impresso duplica a cada oito anos”. (Ansiedade da Informação, p.39)
As mutações técnicas a partir da década de 1950, tendo por base as tecnologias de informação e comunicação, acarretam uma verdadeira explosão nos fluxos de informações. A explosão de informações, a partir dos anos 50, constituiu em crescimento exponencial da bibliografia produzida nas diversas áreas de conhecimento no período pós-guerra. A busca de conhecimentos por meio de atividades sistematizadas aumenta a produção de literatura e a variedade de publicações (livros, periódicos, relatórios etc.).
Surge, então, o desafio de organizar os documentos para sua efetiva utilização. Atualmente, a organização se dá em bases de dados eletrônicas com enorme capacidade de armazenamento, inclusive com tecnologia para acesso às bases de dados remotas. Na sociedade do conhecimento é possível o acesso à informação onde quer que ela esteja. Os novos canais de transferência de informação são intensamente utilizados, com a transferência de grande número de mensagens, a altas velocidades, por meio de canais de comunicação como satélites e fibra ótica. |
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Tela 40 |
| O
aumento do volume de informações registradas em bases de dados
eletrônicas e a possibilidade de acesso direto às mesmas alimentam
a produção de conhecimentos, gerando uma proliferação
de novas informações. Para CRAWFORD (1994), o computador é
o centro de todas as novas tecnologias, uma vez que multiplica a capacidade
mental do ser humano, acelerando a produção de novos saberes.
Paralelamente a esse processo, e graças ao avanço tecnológico, multiplicam-se os estudos informacionais. Nas décadas de 1970 e 1980, a administração da informação tornou-se foco de interesse por parte das empresas ainda por volta dos anos 70, ao mesmo tempo em que se desenvolviam os bancos de dados. Reconhecia-se claramente o valor da informação como meio para melhor explorar oportunidades. Ao longo dos anos 1980 e início da década de 1990, os estudos da área de Gerência de Recursos Informacionais (GRI) prevaleceram, tendo como objetivo a “administração eficaz da informação e tecnologias associadas, visando à utilização estratégica das mesmas, para que a organização alcance vantagem competitiva no mercado” (VIEIRA et al., 1990). Desenvolveu-se dentro desse enfoque, a percepção de que, nas organizações modernas, a produtividade relaciona-se diretamente com o acesso à informação. Dos anos 90 em diante, O papel da informação
e do conhecimento na sociedade contemporânea tem sido inquestionável
e, ao ser analisado pelos estudiosos da área de negócios,
revela seu caráter pragmático.
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A informação como insumo estratégico - Na arena empresarial há também uma coesão em torno das noções de informação e conhecimento, estando o conhecimento associado à resolução de problemas, à tomada de decisões, à geração de idéias, ou seja, ao uso que se faz da informação.
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Trabalho e Conhecimento: Século XXI - É crescente a importância econômica, política e cultural da informação. Hoje, a informação e o conhecimento são os principais recursos da economia. A acumulação de capital se dá sob a égide do mercado financeiro, ocorrendo a virtualização do empreendimento e a volatilidade do capital, com ganhos financeiros na troca de papéis/informações. A reestruturação produtiva decorrente da globalização utiliza largamente o trabalho informacional. Nos EUA, 60% da população ativa trabalham no processamento das informações. Há profunda transformação da organização industrial do trabalho. Cresce a importância produtiva do “conhecimento”. O conhecimento, segundo os teóricos da sociedade de informação, progressivamente influencia o trabalho de duas maneiras:
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Tela 43 |
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São
inúmeras as discussões, desde a década de 1980, sobre
o desenvolvimento do trabalho. Os estudos abordam o trabalho numa perspectiva
trifásica: artesanal, manufatureira e industrial.
O debate sobre essa terceira fase de qualificação do processo de trabalho nas economias avançadas continua em torno de quatro teses fundamentais:
Como nos mostra CASTRO (1999) “as conseqüências sociais e econômicas decorrentes do processo de automação em curso na contemporaneidade não podem ainda ser precisadas com exatidão. Em muitos casos, mesmo com o crescimento econômico, a exclusão social se mostra mais evidente do que os benefícios advindos dessa nova ordem. Contudo, parece-nos, ainda, que é mediante da ampliação do conhecimento das pessoas, da disponibilização de informações e da implementação de uma nova forma de pensar, que se pode oferecer alternativa capaz de concretizar algumas das utopias sonhadas pelo homem. As novas formas de refletir sobre os problemas, por meio de um aprendizado contextualizado, constituem o caminho que lhe permitirá enfrentar seus dilemas, tanto no nível organizacional quanto no que se refere à sua inserção no mundo. Nesse sentido, cabe refletir sobre as estruturas que possibilitam ou impedem esse caminho”. |
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Tela 44 |
| Resumo
As estruturas organizacionais de modelo burocrático mostram-se inadequadas aos desafios de mudanças contínuas: a regra da racionalidade desse modelo, baseada na redução das incertezas, já não se mostra viável em ambientes instáveis. Não serve, portanto, para a gestão das organizações contemporâneas. Novos modelos têm sido defendidos pelos diversos especialistas, como organizações “em hipertexto”, “em rede ou virtuais”, “horizontais”, “inteligentes”, “autodesenhadas” etc. O que se busca com essas alternativas é a própria reinvenção da empresa, tornando-a capaz de acompanhar as mudanças do ambiente, enfatizando-se as novas formas de pensar, o acesso irrestrito às informações, a liberdade de expressão, o trabalho em equipe (workgroups), o empowerment, as estruturas menos hierárquicas, em suma, a valorização do capital intelectual e da aprendizagem. Porém, embora as limitações das estruturas departamentais sejam conhecidas, são poucas as empresas que têm adotado formatações organizacionais flexíveis e dinâmicas, virtuais, estruturadas em redes. Isto porque os empresários não desejam modificar as características ideológicas das teorias e práticas de administração que sustentam o poder, ainda que ambíguas e entremostrem contradições em suas aplicabilidades. Assim, apesar das idéias predominantes sobre o futuro das empresas e de seus negócios, é provável que as habituais estruturações piramidais continuem a ser adotadas pelas empresas. Todavia, não é mais admissível permitir que o passado impeça uma inovadora jornada para o futuro, já que o futuro, além de dificilmente copiar o passado, não mais pode ser alcançado por um caminho certo, seguro, linear. No atual sistema de organização da produção, a emergência de uma cultura de aprendizagem é apontada como fator crítico para as organizações, inserido em um mercado altamente competitivo (SENGE, 1990; SCHEIN, 1993; FLEURY & FLEURY, 1997; NONAKA & TAKEUCHI, 1997; MCGEE &PRUSAK, 1994; CHOO, 1998; SVEIBY, 1998; STEWART, 1998). Esses autores destacam a contribuição da informação enquanto estímulo e suporte ao processo de aquisição de conhecimentos, assim como a importância dos valores dos indivíduos inseridos nas organizações. Os trabalhadores são chamados a incorporar seus
saberes nos projetos. Novas relações de trabalho são
praticadas, (empregabilidade, empowerment), um novo perfil profissional
é requerido. Tratamos de conceitos como competência e criação
de conhecimento. No âmbito da empresa, a área de Produção
tem por meta a manufatura flexível, com a fábrica enxuta.
Na área de marketing busca-se superar as expectativas
do cliente. Na área de Recursos Humanos fala-se em gestão
do capital intelectual. Na área de Informações há
a inclusão da Inteligência Competitiva e a perspectiva da
gestão do conhecimento. |
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