| Unidade 3 | Módulo 1 | Tela 1 |
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- Construção do Conhecimento
Para tratarmos do tema gestão do conhecimento, é útil compreender a diferença entre os termos dado/informação/conhecimento. Dado – Chamamos dados a fatos e registros na forma de números, símbolos, fotos ou palavras que não estejam em um contexto. Informação – São dados com significado, contextualizados, interpretados e compreendidos. Conhecimento – É o resultado da interpretação da informação pelas pessoas e de sua utilização para um determinado fim – tomar decisões, resolver problemas ou gerar idéias. A noção de informação e a sua relação com o conhecimento devem ser bem compreendidas para prosseguirmos. Por isso, antes de discutirmos a gestão do conhecimento leia o texto Informação e Sabedoria de Virgílio Fernandes Almeida e procure construir você mesmo as noções que estão embutidas em cada um dos conceitos. Como demonstra o texto, existe uma relação entre dado, informação e conhecimento. No exemplo da pressão arterial: para um leigo a pressão 130X80mmHg é apenas a representação gráfica de um fato, ou seja, um dado. Para um médico, é uma informação. Ele sabe se a pressão é alta ou baixa de acordo com o paciente. Para ele, esses dois números têm um significado. Além das informações, o médico detém conhecimento para tomar a decisão de prescrever ou não um remédio. Ele adquiriu esse conhecimento como resultado de sua aprendizagem e suas experiências. Existe certo consenso para as noções de informação e a sua relação com o conhecimento. Basicamente, esse consenso gira em torno da tese de que a informação é um meio necessário para extrair e construir o conhecimento, sendo considerados, portanto, fenômenos distintos, que não se confundem. |
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Tela 2 |
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Informação e Sabedoria (Virgílio Fernandes Almeida - Professor Titular do Departamento de Ciência da Computação da UFMG). Num resvalo, Riobaldo, o sábio jagunço de "Grande Sertão: Veredas", de Guimarães Rosa matutou: "Também o que é que vale e o que é que não vale? Tudo". Eis aí uma síntese perfeita de um dos dilemas deste fim de século. Informação é a moeda do nosso tempo, mas qual o seu valor? Informação nem sempre significa conhecimento e muito menos sabedoria. Os meios de comunicação nos bombardeiam com dados, informações úteis e bobagens a todo instante. Grande parte do tempo, a informação tem sido fenômeno de crise, violência, angústia, corrupção e injustiça. São dezenas de canais de TV a cabo, dúzias de jornais nacionais, locais, comunitários, revistas semanais e, mais recentemente, a Internet. Os avanços nos computadores e nas redes de comunicação tornam possível o acesso a milhões de bytes de informação, em qualquer parte do mundo e a qualquer instante. Frente a essa overdose de informação, fica sempre uma grande dúvida: para que tudo isso? Agora que estamos nos aproximando do milênio da informação, é preciso entender primeiro as diferenças entre dado, informação e conhecimento. Pode-se dizer que os dados são símbolos escritos pelas mãos do homem ou por máquinas. Essas diferenças ficam bem claras quando vistas no contexto de uma preocupação, comum a quase todos nós: a pressão arterial. Dados são os números que se lê no aparelho de medir pressão. A informação, por sua vez, é o julgamento, a opinião, que se tem a partir dos dados. Em outras palavras, a informação é o dado que faz diferença para alguém. Informação existe aos olhos de quem entende; o mesmo dado pode ser zero para uns e mil para outros. Portanto, no nosso exemplo, a informação é a interpretação que o médico dá aos valores medidos pelo aparelho, dizendo se a pressão é alta ou não. Conhecimento, por sua vez, é um passo além da informação. E na verdade a capacidade de agir em função das informações. Conhecimento é a ação que o médico toma com base na informação, ou seja, é o diagnóstico e a prescrição de um tratamento! Na era dos computadores, da Internet, das comunicações por satélite e fibras óticas tudo é visto como rápido e instantâneo. Nem tudo! O conhecimento, nas várias áreas do saber humano, não é uma mera questão de acessar informações ou ingerir grandes massas de dados. Aliás, numa época de abundância de informações o que fica escasso é o tempo. O tempo para se dedicar atenção à leitura de um bom livro, descobrindo lentamente seus personagens nas páginas do papel, e vivendo com eles as várias experiências de vida que as boas obras da literatura proporcionam. O tempo para separar num fundo de bateia a grossa areia dos granetes de ouro. Bem, e quanto à sabedoria? Aí a conversa muda completamente. Não bastam dados, informações e conhecimento. Sabedoria é o conhecimento justo das coisas, dos homens e do mundo. Sabedoria é aquilo que nos mostram Guimarães Rosa, Drummond, Villa-Lobos, Pixinguinha, Portinari, Darcy Ribeiro e muitos outros. Não existem atalhos para o conhecimento e a sabedoria! Conhecimento e sabedoria chegam à época certa, precedidas de muito esforço, trabalho, leitura e viver. |
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Tela 3 |
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E o conhecimento? Como é construído e formado? - Seguindo o raciocínio que diferencia os conceitos de dados, informação e conhecimento, o universo dos fenômenos é a fonte primária de toda experiência. A formação do conhecimento inicia-se por eventos que ocorrem gerando fatos e dados. Em outras palavras, o organismo humano interage com o ambiente, com percepções e sensações, gerando dados e fatos. Esses fatos e dados, quando são manipulados e interpretados pela mente humana, geram informações. Ou seja, o ser humano
organiza os dados em uma estrutura coerente, consolidando um significado,
que pode ser comunicado pelos meios disponíveis e entendido por
outras pessoas. As informações, depois de testadas, validadas e codificadas, transformam-se em conhecimento. Nesse sentido, o conhecimento compreenderia a assimilação de informação pela mente humana, uma vez que somos os seres humanos, capazes de transformar sensações, por meio da experiência prática, em pensamentos estruturados, percepções em conceitos.
A figura abaixo mostra o processo de construção do conhecimento:
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Tela 4 |
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| Reflexões sobre informação e conhecimento, segundo: Sveiby; Chiavenato; Drucker e Nonaka & Takeuchi. |
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Tela 5 |
| 2 - Conhecimento como recurso A economia mundial
é atualmente regida pelo fenômeno da globalização
e a matéria-prima e mão-de-obra desqualificada, os tradicionais
fatores de produção e fontes de competitividade, foram,
decisivamente, relegados a um segundo plano.
A resposta parece óbvia, mas vale refletir. Embora a informação seja a commodity mais importante na economia do conhecimento, o simples acesso a ela não confere poder. O poder decorre do uso que se faz dela, ou seja, do conhecimento. |
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| O papel da informação e do conhecimento na sociedade contemporânea tem sido inquestionável, embora muitas empresas tenham adotado processos de reestruturação e downsizing, sem o olhar para o “bem” mais precioso: o conhecimento. Ao ser analisado pelos estudiosos da área de negócios, o conhecimento revela seu caráter pragmático. Podemos afirmar que, no mundo dos negócios, o valor do conhecimento está no uso que se faz dele. Na área empresarial há também uma coesão em torno das noções de informação e conhecimento, estando o conhecimento associado à resolução de problemas, à tomada de decisões, à geração de idéias, ou seja, ao uso que se faz da informação.
O autor ressalta a importância de torná-lo produtivo, o que garantiria o sucesso econômico e social das organizações e dos países.
Na opinião
do autor, existe uma outra maneira de se pensar o conhecimento e sua importância
para as organizações. Drucker diz que os gerentes orientais
têm uma visão
holística sobre o conhecimento, os japoneses encaram a empresa
não como uma máquina, mas como um organismo vivo, que envolve
tanto ideais como idéias, desenvolvendo um senso de identidade
e um propósito fundamental coletivo. Para Drucker, esse é
o segredo do sucesso das organizações japonesas bem sucedidas,
como Honda, Canon, Matsushida, NEC, Sharp e Kao. |
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Tela 7 |
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| Essa abordagem, ainda segundo Drucker, propicia às organizações fomentar a inovação, criar novos conhecimentos, num processo de recriação das empresas e de todas as pessoas que a compõem. A visão holística de uma empresa equivale a se ter uma "imagem única", sintética de todos os elementos da empresa, que normalmente podem ser relacionados a visões parciais abrangendo suas estratégias, atividades, informações, recursos e organização. Segundo Fernando Lúzio, com a visão holística o sucesso de uma empresa deixa de ser quantitativo e passa a ser qualitativo, no qual a qualidade é medida a partir das necessidades de todos os elementos que estão envolvidos no processo empresarial: a administração, os funcionários, a estrutura da empresa, a sociedade e todo o meio ambiente ao redor. Com uma visão
holística, é mais seguro tomar decisões relativas
a uma das visões específicas, pois a influência desta
decisão sobre as outras visões da empresa é observada
a priori. Se esta visão holística for então formalizada,
pode-se discutir problemas específicos sem se perder a abrangência,
nivelando-se o conhecimento entre os participantes da discussão.
No entanto, é impossível representar o todo de forma completa.
Este todo é algo abstrato, que forma uma unidade na mente dos dirigentes. |
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| 3 - Inovação e Conhecimento Organizacional
Por que inovar? - A inovação é um dos caminhos para melhorar a competitividade das organizações. Ao inovar, a empresa antecipa-se às mudanças antes que se tornem evidentes. Com isso a empresa se faz resiliente, ou seja, possui a capacidade de absorver as mudanças. Possibilita construir
diferenciais competitivos duradouros e prepara a organização
para o futuro.
Uma idéia só
se transforma em invenção se puder gerar algo que funcione,
enquanto que a inovação exige também resultados.
É preciso também distinguir a melhoria de processos organizacionais, tratados na perspectiva da qualidade, dos processos de inovação. Uma inovação
pode dar-se nos produtos e serviços, nos modelos de negócios,
nos modelos de gestão, na tecnologia de processos, na tecnologia
propriamente dita. |
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Tela 9 |
| A inovação
pode ser de diferentes tipos: Produtos, Processos, Modelos de Negócios,
Modelos de Gestão
Há fatores que favorecem a inovação, como, por exemplo, liberdade e autonomia no trabalho, tolerância ao erro, incentivo e comprometimento da administração, comunicação clara dos problemas e desafios a serem superados, sistemas de reconhecimento e recompensa entre outros. Torna-se importante despertar nas empresas a necessidade da adoção de estratégias para mantê-las em constante processo de inovação, que deve ser estrategicamente orientada. Isto se associa ao processo de aprendizagem e de criação do conhecimento. Segundo Peter Drucker,
a inovação, isto é, a aplicação
do conhecimento para a produção de novo conhecimento, não
resulta – ao contrário do folclore americano, de “inspiração”
– nem é obtida por gênios solitários trabalhando
em suas garagens. Ela requer esforço sistemático e um alto
empenho da organização, mas também requer descentralização
e diversidade. |
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Tela 10 |
| Leia o texto sobre como implantar o clima de inovação. Será assim tão simples? Como
implantar o clima de inovação por Antonio Carlos Teixeira
da Silva.
Conhecimento Organizacional - Com o crescimento da importância do conhecimento, as empresas passam a se preocupar com o que sabem e precisam saber e, não menos importante, com o que a concorrência sabe. O conhecimento no setor específico de sua atuação passa a ser cada vez mais importante. |
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Tela 11 |
| Como implantar o clima de inovação Por Antonio Carlos Teixeira da Silva*
A excessiva
preocupação com os resultados imediatos, o medo de tentar
novas alternativas e punições por erros desestimulam iniciativas
inovadoras. O que a empresa prioriza: empenho total na busca de melhores
maneiras de fazer as coisas ou fazê-las funcionar sem problemas,
sem surpresas, na mesmice? Os erros e os fracassos são vistos como
parte de um processo, como parte de aprendizagem, ou são reprimidos
e punidos? Aplicação: Cada uma das pessoas treinadas em sua habilidade para gerar idéias fará parte de uma equipe que solucionará problemas criativamente. Além disso, estará apto a usar as técnicas do processo criativo para aumentar vendas, reduzir custos, criar novos produtos, melhorar qualidade, simplificar processos e uma infinidade de aplicações. Em todas as áreas e assuntos a criatividade está presente. Ambiente:
É o clima organizacional que permitirá às pessoas
darem o máximo de si na geração de idéias.
Se a empresa é muito rígida, repleta de normas que engessam
os cérebros ou extremamente conservadora, não estará
oferecendo espaço para as mentes criativas que dispõe. |
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Tela 12 |
| Uma organização pode elevar muito seu desempenho, incrementando o conhecimento organizacional a partir da contribuição de cada um dos indivíduos que a compõem, produzindo-se, assim, uma poderosa soma sinérgica. A empresa precisa transformar seu conhecimento em um “ativo” a serviço da organização, ao invés de apenas ser propriedade de indivíduos ou grupos internos. Torna-se fundamental apoiar e criar condições para a criação e a comunicação desse conhecimento.
Para Liebowitz (2000), transferência de conhecimento é transformar experiências e “know how” de pessoas e grupos em conhecimento organizacional. Embora o conhecimento seja algo inseparável das pessoas, nas organizações o conhecimento se encontra em:
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Tela 13 |
O primeiro passo para uma iniciativa de gestão do conhecimento é reconhecer que sua transferência está baseada em relações de troca, existindo o que é chamado de mercado de conhecimento. Isso significa que as transações só ocorrem se cada participante acreditar que se beneficiará dela de alguma forma. O conhecimento constitui um ativo intangível e representa a familiaridade ou compreensão de ganhos mediante o estudo e a experiência. É o recurso mais importante da era da informação, que conduz a novas formas: de trabalho, de comunicação, de estruturas e tecnologias e de interação humana.
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Tela 14 |
| Resumo
O conhecimento organizacional é visto atualmente como um poderoso recurso do qual as empresas estão se valendo para garantir a acumulação de riquezas – vimos o conhecimento como fonte de valor e poder, como vantagem competitiva e como estratégia das empresas. Como mostrado, a noção de informação e sua relação com o conhecimento foram e ainda são bastante discutidas na literatura, mas certo consenso tem-se revelado – informação é exterior ao sujeito e é considerado um meio para construir o conhecimento, enquanto que o conhecimento é a capacidade adquirida por alguém para interpretar e fazer uso da informação para a resolução de problemas, tomada de decisão e criação de novas idéias. O processo de inovação das empresas possibilita construir diferenciais competitivos duradouros e prepara a organização para o futuro. Tratamos do conceito de inovação na perspectiva da criatividade e aprendizagem das pessoas. Para isso, apontamos que um ambiente propício à inovação e aprendizagem torna-se imprescindível para o sucesso das organizações. Embora o conhecimento
seja algo inseparável das pessoas, a empresa deve buscar ampliar
o conhecimento organizacional na medida em que transforma em um ativo
a serviço da organização, encontrando-se em documentos,
bases de dados e sistemas de informação, processos do negócio,
práticas dos grupos, etc. Para tanto, faz-se necessário
saber gerir esse recurso, pois uma organização baseada no
conhecimento depende da gestão deste ativo intangível. |
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| Unidade 3 | Módulo 2 | Tela 15 |
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| 1 - Fundamentos da Teoria da Criação do Conhecimento Organizacional
Sem dúvida, hoje, o maior desafio das organizações é tornar o conhecimento produtivo. A história A Martelada ilustra bem este desafio. Se o que vale é o “saber”, torna-se necessário administrar o conhecimento acumulado na empresa ao longo dos anos, e aquele que é produzido continuamente pelas pessoas, formal ou informalmente. Entre a década de 1950 e 1990, a informação era vista como o principal ativo das organizações. A partir dos anos 90, surge a noção de que a acumulação de riqueza se dá pelo uso produtivo do conhecimento. Por isso, tornou-se evidente a necessidade da Gestão do Conhecimento, voltada para a administração do Capital Intelectual das organizações preocupadas em crescer e aprender. Além disso,
as empresas preocupadas em aprender têm buscado se estruturar enquanto
“Organizações
de Aprendizagem”. |
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Tela 16 |
| A
Martelada Um navio carregado de ouro, revestido de todo o cuidado e segurança, atravessava o oceano quando, de repente, o motor enguiçou. Imediatamente o comandante mandou chamar o técnico do porto mais próximo. Ele trabalhou durante uma semana, porém sem resultados concretos. Chamaram então o melhor engenheiro naval do país. O engenheiro trabalhou três dias inteiros, sem descanso, mas nada conseguiu: o navio continuava enguiçado. A empresa proprietária do navio mandou então buscar o maior especialista do mundo naquele tipo de motor. Ele chegou, olhou detidamente a casa das máquinas, escutou o barulho do vapor, apalpou a tubulação e, abrindo a sua valise, retirou um pequeno martelo. Deu uma martelada em uma válvula vermelha que estava meio solta e guardou o martelo de volta na valise. Mandou ligar o motor, e este funcionou na primeira tentativa. Dias depois, as contas chegaram ao escritório da empresa de navegação. Por uma semana de trabalho, o técnico cobrou US$700. O engenheiro naval cobrou, por três dias de trabalho, US$900. Já o especialista, por sua vez, cobrou US$10.000 pelo serviço. Atônito com esta última conta, o Diretor Financeiro da empresa enviou um telegrama ao especialista, perguntando "Como você chegou a esse valor de US$10 mil por cerca de 1 minuto de trabalho e uma única martelada?”. O especialista então enviou os seguintes detalhes do cálculo à empresa "Por dar 1 martelada US$1; Por saber onde bater o martelo US$9.999. "Moral da história: “O que vale não é dar a martelada, e sim saber onde bater o martelo”. A martelada em si você pode até delegar para outro.”. |
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Tela 17 |
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| Para os autores da Teoria da Criação do Conhecimento Organizacional, Nonaka e Takeuchi, esse processo passa por duas dimensões: epistemológica e ontológica. As dimensões epistemológicas do Conhecimento são: conhecimento tácito e conhecimento explícito. O conhecimento tácito – é invisível e inexprimível, pessoal, difícil de formalizar, o que dificulta a transmissão e compartilhamento. Utiliza o lado direito do cérebro, sendo entendido como conhecimento inconsciente. Está enraizado nas ações, experiências, emoções, valores e idéias do indivíduo; e também em conclusões, insights e palpites subjetivos. A troca deste conhecimento é feita normalmente por meio das relações mestre-aprendiz, em que os mestres mostram aos aprendizes como fazem as coisas e estes tentam imitá-los. O conhecimento tácito é baseado em experiências pessoais e habilidades de cada indivíduo. É o saber subjetivo. O conhecimento explícito pode ser expresso em palavras e números, dados brutos, fórmulas científicas, procedimentos codificados ou princípios universais. É, também, teórico, objetivo e digital. É aquele que pode ser exteriorizado por meio de informações, que pode ser codificado e transferido. É o conhecimento que está nos documentos, bases de dados, produtos e processo, explícito ou codificado, que pode ser articulado por meio da linguagem e transmitido aos indivíduos. |
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| 2 - Modos de Conversão e a Espiral do Conhecimento Os quatro modos diferentes de conversão do conhecimento (interação entre conhecimento tácito e explícito) são os seguintes:
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| Deve-se observar que na internalização e externalização está envolvida a troca entre diferentes tipos de conhecimento – tácito e explícito, enquanto que a socialização e a combinação envolvem conhecimentos tácitos e explícitos, respectivamente. Os três primeiros tipos de criação de conhecimento estão desenvolvidos nas teorias organizacionais: Socialização
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| A Espiral do Conhecimento - Analisando o processo de criação do conhecimento nas empresas japonesas, NONAKA & TAKEUCHI (1997) nos mostram que a criação e acúmulo de conhecimento em nível organizacional ocorrem por meio de um processo que denominado “espiral do conhecimento”, e se processa por meio de quatro fases: socialização, externalização, internalização e combinação. Essas fases devem suceder-se, ininterruptamente, resultando em criação de conhecimento.
Como nos mostra Nonaka e Takeuchi, a função da organização no processo de criação do conhecimento organizacional é fornecer o contexto apropriado para:
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| 3 - Facilitando a Criação do Conhecimento De acordo com NONAKA e TAKEUCHI (1997), a empresa deve criar as condições capacitadoras de construção do conhecimento organizacional. Os autores descrevem cinco condições capacitadoras:
Para os autores de Facilitando a criação de conhecimento – reinventando a empresa com o poder de inovação contínua, Georg von Krogh, Kazuo Ichijo e Ikujiro Nonaka (Rio de Janeiro: Campus, 2001), o conceito de gestão do conhecimento é, em si, limitado. |
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Tela 22 |
| De acordo com os autores, em muitas organizações, o interesse legítimo pela criação de conhecimento tem sido reduzido a um excesso de ênfase na tecnologia da informação ou em outras ferramentas de mensuração. De fato, o termo gestão implica controle de processos que talvez sejam intrinsecamente incontroláveis ou, ao menos, talvez sejam sufocados por um gerenciamento mais intenso.
Os autores defendem a idéia de que os gestores devem promover a criação de conhecimento, em vez de controlá-la. Eles chamam este processo de capacitação para o conhecimento – conjunto geral de atividades organizacionais que afetam de maneira positiva a criação do conhecimento e que inclui facilitação dos relacionamentos e das conversas, compartilhamento do conhecimento local em toda a organização ou além das fronteiras geográficas e culturais. De acordo com os autores,
em sentido mais profundo, o processo depende de um novo senso de conhecimento
e solicitude emocional na organização, enfatizando a maneira
como as pessoas tratam umas às outras e estimulando a criatividade
– e até mesmo a jovialidade. |
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Tela 23 |
| As seguintes atividades facilitam condições para criação do conhecimento, apesar dos obstáculos:
Para assegurar a sobrevivência no presente e o avanço no futuro, a responsabilidade da gerência administrativa é grande: além de transformar o potencial dos conhecimentos da organização em ações agregadoras de valor, deverá identificar o que a organização sabe, qualquer que seja sua forma, e transformar o conhecimento tácito em algo acessível e utilizável. A segunda atribuição gerencial diz respeito à situação competitiva da empresa. É necessário, também, garantir a criação de conhecimentos exclusivos, suscetíveis de aproveitamento em atividades criadoras de valor. Há duas estratégias para a competitividade:
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Tela 24 |
| 4 - Capital Intelectual e Gestão do Conhecimento O capital intelectual está se tornando um conceito fundamental para as organizações que miram o futuro, uma vez que o valor de mercado não depende apenas do seu valor patrimonial físico, mas principalmente do seu capital intelectual. A primeira abordagem sobre os fatores relacionados à produção e geração de conhecimento é evidenciada por EVINDSSON e MALONE (1998), e semelhantemente à classificação de STEWART (1997), os autores denominaram este processo intangível de gerenciamento do conhecimento de capital intelectual, definindo-o como a soma de três parcelas:
Capital humano – É a capacidade, habilidade, conhecimento, criatividade, e experiências individuais dos empregados e gerentes transformados em produtos ou serviços que são os motivos pelos quais os clientes procuram a empresa e não o concorrente. Capital estrutural – pertence à empresa e é o caminho pelo qual e, ao longo do qual, o conhecimento trafega, ou seja, a infra-estrutura que apóia o capital humano. O capital estrutural inclui fatores como empresa, bancos de dados, conceitos organizacionais, tecnologias, invenções, documentação, publicações e processos. Capital do
Cliente – É o mais valioso de todos ativos intangíveis
da organização. Refere-se aos relacionamentos contínuos
com pessoas e organizações para as quais a empresa vende
seus produtos. O valor desse ativo exige que seja bem administrado, uma
vez que são nesses relacionamentos e nos processos com o foco na
satisfação do cliente que o capital intelectual se transforma
em dinheiro. |
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Tela 25 |
| Na visão de Sveiby, o Capital Intelectual é um capital invisível composto de ativos intangíveis. Para ele, as empresas são formadas por estruturas de conhecimento. O autor classifica o capital intelectual de uma organização em três tipos: Estrutura externa, Estrutura interna e Competência pessoal. O Capital Intelectual de estrutura externa é o tipo de conhecimentos que a organização detém sobre o mundo exterior, tais como clientes e fornecedores. O Capital Intelectual de estrutura interna são os conhecimentos que uma organização detém sobre o seu funcionamento e sobre as áreas em que trabalha. São conhecimentos que lhe dão capacidade de resolver os problemas de forma eficiente e eficaz. O Capital Intelectual de Competência pessoal é o conjunto de conhecimentos que os empregados detêm e que permitem à organização absorver e produzir novos conhecimentos. Como afirma o autor, a competência do funcionário é a fonte das estruturas interna e externa da organização: “as pessoas são os únicos verdadeiros agentes na empresa. Todos os ativos e estruturas – sejam tangíveis ou intangíveis – são resultados das ações humanas”.
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Tela 26 |
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Como a capacidade intelectual dos funcionários é fonte de inovação e renovação, SVEIBY ressalta a necessidade de se reter o conhecimento, de modo a fazê-lo pertencer à empresa como um todo, transformando-o em capital estrutural. Por tudo isto, as empresas necessitam criar mecanismos que permitam tanto o desenvolvimento da capacidade individual de seus membros quanto a circulação rápida do conhecimento adquirido dentro da empresa, de modo a disseminá-lo e também protegê-lo. Essa perspectiva tem sido denominada “Gestão do Conhecimento”, ou “Gestão do Capital Intelectual”.
Desafiados pela crescente aceleração do conhecimento e pela rápida convergência de tecnologias, os gerentes passam a entender que o que caracteriza o mundo competitivo atual não é a mudança em si mesma, mas a freqüência e a intensidade com que ela ocorre. Este cenário impõe aos estudos de estratégia e de inovação e esse momento de transição do ambiente faz que a gestão do conhecimento adquira um papel importante na Organização. Segundo Stewart. |
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Tela 27 |
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Resumo Conhecer a estratégia de Gestão do Conhecimento e compreender a “aprendizagem organizacional” enquanto um estado que permeia as organizações inovadoras foi o objetivo deste módulo. Pudemos compreender que tornar o conhecimento produtivo é um dos maiores desafios das organizações. Isto porque o processo de Criação do Conhecimento e de Aprendizagem Organizacional exige gerenciamento de diversas variáveis, tanto com relação ao desenvolvimento de competências individuais como com relação à estruturação desse conhecimento de modo a disseminá-lo e retê-lo na organização. O foco principal da Gestão do conhecimento é viabilizar a utilização do conhecimento no nível organizacional. Com relação à criação do conhecimento, os autores Nonaka e Takeuchi foram os primeiros a estudarem o processo virtuoso de criação de conhecimento organizacional. Os principais autores de Gestão do Conhecimento apontam a necessidade de uma ação sistemática e facilitadora por parte da organização no sentido de criar, utilizar, reter e medir esse conhecimento, já que é o principal patrimônio da empresa. Para Stewart, o ciclo virtuoso de criação de conhecimento se instala com capital humano produzindo capital intelectual estrutural, e este gerando novamente capital humano. As empresas possam valer-se de duas estratégias competitivas, a estratégia de manutenção, que visa administrar o conhecimento acumulado na empresa ao longo dos anos e a estratégia competitiva de avanço, qual seja gerenciar o que é produzido continuamente pelas pessoas, formal ou informalmente. |
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| Unidade 3 | Módulo 3 | Tela 28 |
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1 - Organizações de Aprendizagem ou Learning Organizations
A necessidade das organizações recorrerem cada vez mais à sua capacidade de aprender torna-se fundamental. O imperativo do aprendizado surge como necessidade básica de atuação de empregados e empresas, que deverão imergir em um processo de desenvolvimento cognitivo contínuo.
Diversos autores têm desenvolvido teorias sobre a aprendizagem organizacional, tema clássico da Teoria das Organizações. De maneira geral, esses autores ressaltam as questões culturais e comportamentais vinculadas à aprendizagem organizacional, considerando as crenças e valores das pessoas, assim como a importância da informação nessa dinâmica de aprendizagem. Para Fleury & Fleury, na aprendizagem organizacional, da mesma forma que na aprendizagem individual, devem-se levar em consideração as crenças e valores das pessoas. Os valores básicos da organização fazem existir um padrão na maneira de ser e reagir às situações (modelos mentais), que pode se traduzir em uma resistência às mudanças, influenciando o processo de aprendizagem e inovação que, para os autores, são intimamente relacionados. Tais valores podem ser percebidos por meio da análise das práticas organizacionais – como o comportamento aparente das pessoas, as formas de comunicação e os rituais organizacionais – que possibilitam a identificação do processo de aprendizagem presente na organização. |
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Tela 29 |
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| O que são
organizações de aprendizagem ou Learning Organizations? Os conceitos nos quais essas perspectivas se baseiam foram primeiramente desenvolvidos por Senge (1990), para caracterizar as organizações empenhadas na busca de resultados mediante um processo de constante aprendizado. De acordo com Peter Senge a resposta aos desafios do mercado competitivo e em permanente transformação está em uma nova forma sistêmica de pensamento, envolvendo múltiplas visões de mundo e em uma educação permanente, que promova o ser humano em seu desenvolvimento pessoal e profissional.
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Tela 30 |
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Senge propõe o domínio de cinco disciplinas fundamentais para o processo de inovação e aprendizagem, capazes de “despertar o empenho e a capacidade de aprender das pessoas em todos os níveis da organização”: Criar organizações de aprendizagem implica formar pessoas que aprendam a ver as coisas pela perspectiva sistêmica, que desenvolvam seu próprio domínio pessoal, e aprendam a expor e reestruturar modelos mentais, de maneira colaborativa.(Senge). A base dos seus estudos é a forma como as empresas devem adaptar-se a um mundo com uma crescente complexidade e mudanças, afirmando que a organização e seus membros devem incorporar as cinco disciplinas de aprendizagem: domínio pessoal, modelos mentais, visão compartilhada, aprendizado em equipe e pensamento sistêmico. Nesta teoria, a visão, os objetivos e os sistemas são elementos fundamentais. Para Senge, os gestores de topo deverão encorajar os empregados a estarem abertos a novas idéias, a comunicar abertamente, a perceber como é que a empresa funciona, a criar uma visão coletiva e a trabalhar conjuntamente, de forma a atingirem os seus objetivos. |
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Segundo Senge, outros pressupostos deveriam ser adotados pelas organizações voltadas para a aprendizagem: • Estar orientada
para o futuro;
Ainda segundo o autor: |
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Tela 32 |
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Schein (apud Cartaxo,2000:47) propõe três processos que, se administrados simultaneamente, favorecerão a aprendizagem e a inovação: Senge & Shein também consideram o diálogo um item relevante. É visto como:
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Tela 33 |
2 - Compartilhamento do Conhecimento: barreiras e facilitadores do Processo de Comunicação Compartilhar conhecimento também é poder? A resposta não parece tão óbvia.
As organizações devem deixar de ser vistas apenas, como “espaços de produção de bens e serviços”, mas também como “espaços de produção social e cultural”. A compreensão da complexidade organizacional requer que consideremos a realidade como socialmente construída e que as pessoas são agentes ativos na criação e transformação de significados que prevalecem na organização. A geração de significados diferentes e, muitas vezes, divergentes, influencia o processo de mudança, ao mesmo tempo em que é influenciado por ele. A implantação de uma mudança reflete a opção por determinado curso de ação em detrimento de outro. |
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Quando o ambiente da organização é dinâmico, a cultura existente pode não ser mais apropriada para responder às novas demandas. Os novos valores podem ir de encontro aos antigos valores, acarretando uma disputa no estabelecimento dos valores que devem predominar na organização.
A perspectiva da aprendizagem organizacional encontra-se disseminada no mundo dos negócios. Acredita-se, hoje, que a criação de uma cultura de aprendizagem torna-se relevante para uma organização se manter competitiva, pois ela implicaria na definição de novos comportamentos. A literatura apresenta exemplos de empresas com alta capacidade de inovar relacionando essa capacidade com o compartilhamento do conhecimento. Leia a seguir um exemplo de empresa voltada para o compartilhamento do conhecimento – Siemens, e observe como essa cultura de aprendizagem está presente de forma muito intensa. “Saber não é poder!”. Reflita igualmente sobre a questão “Compartilhar conhecimento também é poder?” |
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A Siemens opera na prática como uma “rede global de inovação” com mais de 410.000 colaboradores, representada em mais de 190 países, com faturamento superior a 74 bilhões de Euros, em 2004, e com 70% desse montante proveniente de produtos lançados há menos de três anos. Entre 60% e 80% do valor agregado pela empresa é diretamente vinculado ao seu capital intelectual. Por este motivo, nas próprias palavras do CEO da Empresa, o Dr. Heinrich Von Pierer afirma: “Uma prioridade da Siemens é gerenciar e colocar em rede o nosso conhecimento, de forma a nos tornarmos ainda mais eficientes e a proporcionarmos maiores benefícios aos nossos clientes”.Após vários anos de melhoria dos processos internos e das práticas de gestão do conhecimento, a Siemens reconhece, entre outras lições aprendidas, que para uma iniciativa nessa área efetivamente trazer retorno para uma organização, é necessário um forte comprometimento da liderança com o tema, além de um sólido modelo organizacional. Isso permite sua implementação e acompanhamento. O modelo organizacional adotado na Siemens, em âmbito mundial, permite viabilizar uma política de gestão do conhecimento não só com dupla legitimidade, mas também com forte análise pluri-disciplinar das necessidades dos negócios da organização. São ingredientes desse esforço: 1. Um comprometimento Top-Down, permitindo obter o aval da liderança; 2. Um comprometimento Bottom-up, propiciando obter a visão do negócio; 3. Um Comitê pluri-disciplinar e internacional com o duplo objetivo de consolidar a visão dos vários negócios e garantir a implementação harmoniosa da gestão do conhecimento nesses vários contextos. Sua política mundial nessa área, bem como a operacionalização pragmática do tema através de um modelo organizacional completo, permite à Siemens “aprender rapidamente” e poder concentrar sua força inovadora no desenvolvimento de novos produtos e serviços. Fonte:
http://www.fpnq.org.br/exc_33_05_26.10.04_p1.htm |
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Definida como uma Rede Global de Inovações, a Siemens é um exemplo concreto da importância da gestão do conhecimento para suportar plenamente uma estratégia voltada a inovação. O texto nos mostra que o foco no compartilhamento propicia o desenvolvimento do capital intelectual da empresa. Mostra também que o sucesso de um projeto de GC relaciona-se à liderança e a um modelo organizacional, o qual permita à empresa “aprender rapidamente” e poder concentrar sua força inovadora no desenvolvimento de novos produtos e serviços. No caso da Siemens esse modelo envolve um comprometimento e aval da liderança; um comprometimento Bottom-up, propiciando obter a visão do negócio; e um comitê pluridisciplinar e internacional com o duplo objetivo de consolidar a visão dos vários negócios e garantir a implementação harmoniosa da gestão do conhecimento nesses vários contextos. Veja também o exemplo de uma empresa brasileira baseada no conhecimento, com um Modelo de Gestão do Conhecimento que enfatiza as práticas de compartilhamento do conhecimento.
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Dentre as lições aprendidas no Serpro é que a empresa contou desde o início com o aval e o envolvimento de sua alta direção, tendo recebido o patrocínio do próprio presidente. Iniciando o processo em 1997, foi a alta liderança quem identificou a necessidade de promover a criação de um processo corporativo para tratar o tema na organização e formulou e aprovou a Política Empresarial de Gestão do Conhecimento. No ano seguinte, uma nova função corporativa foi criada com a designação de um Superintendente para liderar o processo. No âmbito de uma política institucionalizada de Gestão do Conhecimento, diferentes práticas foram integradas entre si e com outros programas organizacionais. A formação de comunidades de práticas foi enfatizada. Atualmente essas comunidades contam com o apoio institucional, sendo muitas delas formadas por meio de patrocínio dos diversos níveis organizacionais, ou seja, por meio do Conselho de Diretores, Diretores, Superintendestes e Gerentes. Além disso, contam com uma ferramenta contemplada no Portal Corporativo da empresa, o qual permite a gestão, guarda e disseminação dos conhecimentos discutidos e trocados nessas comunidades. Isto garante uma sistemática de classificação e disseminação dos conhecimentos utilizados na empresa para serem utilizados no âmbito de seus negócios. Os exemplos acima nos permitem concluir que o compartilhamento do conhecimento exige determinação e mudança de comportamento, liderança e demais condições que facilitem a troca de experiências e de aprendizagem coletiva. Os casos citados também nos remetem à abordagem humana ou comportamental da Gestão do Conhecimento, em que a organização é vista como uma comunidade humana, cujo conhecimento coletivo representa um diferencial competitivo e estratégico. |
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3 - Compartilhamento do Conhecimento requer: Ética e Verdade Em toda experiência de compartilhamento do conhecimento está em jogo abrir mão do poder que a informação e o conhecimento conferem aos seus detentores e adotar um novo comportamento no mercado do conhecimento. Dada a especificidade destas mercadorias, ao compartilhar informação e conhecimento, o detentor não as perde, mas, ao contrário, tende a receber outros conhecimentos, aumentando o acervo de informações e conhecimentos. A Internet tem modificado o comportamento humano, incentivando a paixão pelo conhecimento, educação e cultura. Ao mesmo tempo, a sociedade contemporânea tem valorizado cada vez mais comportamentos que praticamente excluem qualquer possibilidade de cultivo de relações éticas. O sucesso material passou a ser sinônimo de sucesso social e o êxito pessoal deve ser adquirido a qualquer custo. Analisando a aplicação da ética no campo de novas tecnologias e o ambiente organizacional sob a ótica da ética na gestão do conhecimento, PALETTA & PALETTA (2004) nos mostram que:
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De acordo com Rodrigues & Rodrigues (2000), um dos princípios utilizados pela Bristsh Petroleum em seu projeto piloto de Gestão do Conhecimento de 1994 – inovações com times virtuais – diz respeito à ética e verdade que devem estar presentes no processo de compartilhamento do conhecimento.
No cenário competitivo e no mundo do trabalho contemporâneo, com novas formas de organização e construção de equipes, o desafio das organizações está no fato de – além de ajudar e propiciar o desenvolvimento coletivo e o aprendizado contínuo, tornando mais fácil para as pessoas na organização compartilharem problemas, expectativas, idéias e soluções – serem capazes de estabelecer e favorecer os padrões éticos nas relações entre pessoas, entre essas e a empresa, e entre empresas. |
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Resumo Cultura de aprendizagem, aprendizagem organizacional, organizações que aprendem. Este foi o tema desenvolvido neste módulo. Inicialmente, vimos o conceito de Learning Organization, mostrando que SENGE foi o primeiro a desenvolver o conceito, associando-o às organizações empenhadas na busca de resultados por meio de um processo de constante aprendizado. De acordo com o autor, a resposta aos desafios do mercado competitivo e em permanente transformação está em uma nova forma sistêmica de pensamento, envolvendo múltiplas visões de mundo e em uma educação permanente, que promova o ser humano em seu desenvolvimento pessoal e profissional. Para tanto, o autor propõe o domínio de “cinco disciplinas” fundamentais para o processo de inovação e aprendizagem – domínio pessoal, modelos mentais, objetivo comum, aprendizagem em grupo e raciocínio sistêmico – e capazes de “despertar o empenho e a capacidade de aprender das pessoas em todos os níveis da organização”. O tema aprendizagem organizacional é um tema clássico da Teoria das Organizações, sendo abordado por diversos autores como Argyris (1999) Schein, que ressaltam as questões culturais e comportamentais vinculadas à aprendizagem organizacional, considerando as crenças e valores das pessoas, assim como a importância da informação nessa dinâmica de aprendizagem. Ao final, relacionamos a aprendizagem organizacional aos processos de compartilhamento do conhecimento entre os membros de uma organização, apresentando exemplos de empresas inovadoras que buscam processos de aprendizagem com ênfase no compartilhamento, e como os aspectos éticos devem estar presentes nos programas corporativos. Enfim, entende-se
que aprendizagem organizacional é um estado que deve permear toda
a organização que queira promover a criação
do conhecimento organizacional, enquanto a gestão do conhecimento
é uma ferramenta que, mantendo o foco no negócio, disponibiliza
a uma organização, no momento certo, o conhecimento que
cada um dos seus funcionários acumula na sua vivência profissional. |
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| Unidade 3 | Módulo 4 | Tela 41 |
1 - Conceituando Gestão do Conhecimento
A Gestão do Conhecimento surgiu da prática de se agregar valor à informação e distribuí-la. E também da visão de alguns executivos dos Estados Unidos da América que objetivaram criar um programa formal de gestão do conhecimento para gerar vantagem competitiva. Tratar a informação como negócio na sociedade do conhecimento é fundamental para que as empresas possam desenvolver sua capacidade de inovação e, conseqüentemente, tornarem-se mais competitivas (Jayme Teixeira Filho).
Como visto anteriormente, o gerenciamento do capital intelectual é muito mais do que gerenciamento do conhecimento, é a alavancagem dos seus três componentes: o capital humano, o capital estrutural e o capital cliente.
E preciso criar mecanismos que permitam tanto o desenvolvimento da capacidade individual de seus membros, quanto a circulação rápida do conhecimento adquirido dentro da empresa, de modo a disseminá-lo e também protegê-lo. Essa perspectiva tem sido denominada “Gestão do Conhecimento”, ou “Gestão do Capital Intelectual”. A Gestão do Conhecimento está intrinsecamente ligada à capacidade das empresas em utilizarem e combinarem as várias fontes e tipos de conhecimento organizacional para desenvolverem competências específicas e capacidade inovadora, fatores estes traduzidos por novos produtos, processos, sistemas gerenciais e liderança de mercado.
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Os conceitos tratam de um conjunto de processos e técnicas para a criação, disseminação, armazenamento e utilização do conhecimento buscando atingir plenamente os objetivos da organização.
Há ainda o conceito de Inteligência Competitiva, relacionado à Gestão do Conhecimento.
De acordo do TEIXEIRA FILHO (2001) a Gestão do Conhecimento afeta a gestão organizacional nos seguintes aspectos:
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2 - Dimensões da Gestão do Conhecimento Segundo Terra (2000) a gestão do conhecimento apresenta sete dimensões:
Dimensão 1 – Fatores Estratégicos e o papel da Alta Administração A definição de “áreas de conhecimento” a serem exploradas e o estabelecimento de macrovisões para a condução de projetos inovadores são papéis fundamentais da Alta Administração na Era do Conhecimento. Essas macrovisões permitem vincular a atividade individual a algo maior, a um propósito ou destino final. Pesquisas mostram que as empresas dependem essencialmente de umas poucas habilidades, conhecimentos ou competências-chave para se manterem competitivas. O fator crítico de sucesso é dominar um conjunto limitado de habilidades e áreas de conhecimento que são importantes para seus clientes ou consumidores. Assim, também o será para a concorrência. Portanto, neste ambiente, torna-se essencial capacidade de liderança, organização e gerenciamento da força de trabalho, sem perder de vista o pioneirismo e a velocidade.
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Perspectiva dos funcionários – Nessas empresas, normas relativas a incentivo, tolerância e recompensa pela tomada de riscos, incentivo à troca de informações, objetivos compartilhados e trabalho em equipe, além de elevado grau de autonomia funcionam como facilitadoras na geração de novas idéias. Recurso Tempo – Outro aspecto que deve ser destacado é o recurso tempo e sua relação com o trabalho na Era do Conhecimento, pois o conceito de produtividade é essencialmente diferente da Era Industrial. De acordo com as considerações de Von Fage, um dos precursores do estudo da criatividade no ambiente empresarial, o trabalho criativo é fatigante e precisa ser intercalado com atividades rotineiras. Por isso, o tempo deve ser visto pelos gerentes como um recurso imprescindível para a geração do conhecimento. Espaços de Trabalho – Pesquisas apontam cada vez mais a importância do layout para a criatividade. Espaços fechados, símbolos da hierarquia, perdem lugar para espaços mais abertos e que propiciem comunicação e contatos informais. Empresas têm disponibilizado espaços para interação, relaxamento, salas de ginástica, salas de meditação etc. |
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| Dimensão
3 – Estrutura Organizacional
Embora as burocracias sejam ainda as formas predominantes de organização na maior parte das regiões e países do mundo, existem numerosos relatos de implantação de estruturas organizacionais mais inovadoras e que buscam alavancar a criatividade, o conhecimento e a capacidade de aprendizado dos vários níveis hierárquicos. Estas experiências têm-se dado a partir da criação de estruturas organizacionais que se sobrepõem à estrutura burocrática tradicional ou à total revisão da estrutura piramidal-burocrática. Um conceito mais recente é o de Communities of Practice (Redes de Aprendizado).
Os participantes destas
Redes de Aprendizado podem fazer parte de um mesmo departamento, ou pertencerem
a diferentes áreas ou mesmo de diferentes organizações.
Os encontros podem ser regulares ou não. O que mantém os
participantes conectados são os interesses comuns de aprendizado
e desenvolvimento pessoal. As empresas intensivas em conhecimento têm
estimulado a formação dessas Redes por meio de recursos
(tempo e dinheiro), promovendo e divulgando resultados práticos
alcançados pela Rede, valorizando a participação
e iniciativa individual etc. |
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A função treinamento tem sido encarada como educação continuada. Têm sido colocadas questões sobre como desencadear o processo de auto-aprendizado e aumentar a capacidade criativa. O paradigma do treinamento tem-se movido para o paradigma do aprendizado. O compartilhamento do conhecimento é um dos grandes desafios. Neste novo paradigma, algumas empresas têm destacado o papel dos mentores e o auto-aprendizado, como Microsoft e Xerox. Nessa última, a principal função dos gerentes é o desenvolvimento de seus empregados. A educação on-line também tem sido um importante meio utilizado na capacitação profissional, indicando a responsabilidade cada vez maior do indivíduo em seu processo de aprendizado e a necessidade de rapidez na absorção de novos conhecimentos. Para sustentar as
estratégias de aprendizado organizacional, as empresas inovadoras
buscam tornar as carreiras e políticas de remuneração
em estímulo à adoção de atitude de aprendizado,
com incentivos ao auto desenvolvimento individual
e coletivo, por exemplo, e cargos definidos de forma cada vez mais ampla,
com a rotatividade entre diferentes áreas sendo estimulada. |
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1. Repositório de materiais de referência – conhecimento explícito que pode ser facilmente acessado e que evita duplicações de esforços. 2. Expertise maps: banco de dados com listas e descrições das competências de indivíduos de dentro e de fora da organização. Isso facilitaria o compartilhamento de conhecimento tácito ao permitir que as pessoas se localizem mais rapidamente e estabeleçam o devido contato pessoal. 3. Just-in-time knowledge – ferramentas que reduzem as barreiras de tempo e distância no acesso a conhecimentos (ex. videoconferência) Todavia, a gestão de conhecimento baseada essencialmente em tecnologia de informação não é suficiente. |
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Dimensão 6 – Mensuração de Resultados A avaliação do capital intelectual tem sido uma questão bastante debatida. Nos anos 90, o trabalho pioneiro de Edvinsson e Malone na empresa sueca Skandia mantém-se como referência, com a publicação de um dos primeiros relatórios oficiais sobre capital intelectual. Outro autor que se tem debruçado sobre a avaliação dos ativos intangíveis é Sveiby, que divide o capital intelectual em 3 componentes: competência dos funcionários, estrutura interna (patentes, conceitos, modelos etc.) e estrutura externa (marcas, relações com fornecedores, reputação e imagem da empresa). Apesar dos esforços, eles pouco contribuíram para maior aprofundamento da compreensão dos processos de aprendizagem. Porém, à medida que as empresas se engajem nesses processos de contabilização também venham a questionar seus processos de trabalho, comunicação interna, políticas de gestão de pessoas etc. Talvez mais importante que medir o capital intelectual seja estabelecer indicadores, de modo a avaliar o desempenho de várias atividades, projetos e resultados da atividade empresarial, a exemplo do popular conceito do Balanced Scorecard, desenvolvido por Kaplan & Norton.
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O aprendizado por
meio de redes com outras empresas vincula-se a todas as outras dimensões
anteriores. As empresas que aprendem estimulam seus funcionários
a adquirir e explorar novas perspectivas, facilitam e promovem o trabalho
em equipe multifuncional, multirregional e multiempresarial. |
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| 3
- Como Implantar Gestão do Conhecimento?
A literatura sobre Gestão do Conhecimento ampliou-se, sendo possível, hoje, identificar modelos e metodologias de implantação dessa importante estratégia de gestão. Porém, não existe abordagem única ou metodologia padrão que atenda a diversas situações e contextos que as empresas se encontram. Mas, podem-se encontrar alguns pontos em comum a todos os projetos de implantação de programas de gestão do conhecimento. Isso não significa que está sendo criada nova metodologia para implantação, mas sim unificação de várias abordagens tidas como exemplo. Ou seja, algumas grandes etapas são as mesmas:
Ocorre também
um debate em torno da definição da área que deve
implantar os programas de gestão do conhecimento, uma vez que as
atividades envolvidas na gestão do conhecimento – tais como
mapeamento de competências, gestão de competências,
mapeamento de processos, gestão de documentos, compartilhamento
de documentos – são de competência de diferentes
áreas como Gestão de Pessoas, área de Tecnologia
da Informação ou mesmo da Estratégia de Negócios.
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Analise as vantagens e as desvantagens da liderança em cada área:
É importante ressaltar que empresas diferentes possuem estratégias diferentes, cultura, ambiente e pessoas diferentes. Por isso, a implantação de um programa requer a análise da organização para que suas especificidades sejam consideradas. No entanto, o papel do gestor do conhecimento, seja de uma área ou de outra, numa ou noutra empresa deverá incluir:
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Por que um gestor do capital intelectual é muito valorizado? |
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| Dois em um Saiba por que um gestor do capital intelectual é visto como um dos profissionais mais valorizados no mercado de Tecnologia da Informação Por Claudia Merquior Em meio à enorme quantidade de informação que toma conta das empresas atualmente, surge um profissional que tem tudo para se transformar em um dos mais requisitados pelo mercado: o CKO (Chief Knowledge Officer). Também conhecido como CLO (Chief Learning Officer) ou gestor do conhecimento, este profissional é um misto de especialista em RH e tecnologia, que tem como principal atribuição administrar o conhecimento que circula no ambiente corporativo. A criação deste cargo, por si só, é um sinal de que o investimento em capital intelectual já é considerado um mecanismo essencial para o sucesso de qualquer empresa. Embora tenha boa aceitação na maior parte da América do Norte e na Escandinávia, a presença de um CKO ainda enfrenta certa resistência do empresariado em países menos desenvolvidos, como o Brasil. Para o presidente da TerraForum, José Cláudio Terra, uma das causas é que este cargo ainda é muito pouco conhecido no País. — “Por aqui, a maioria das grandes empresas não dá a devida importância ao capital intelectual. Pela própria realidade da economia brasileira, não há uma cultura de investimentos nesse item, cujo retorno não é mensurável nem ocorre no curto prazo. Por essa razão, são as multinacionais que lideram as iniciativas em Gestão do Conhecimento no Brasil” – explica Terra. Saindo na frente Mesmo assim, já temos vários exemplos de grandes empresas com altos funcionários exercendo a função de CKO. É o caso da Siemens, que começou a dar importância à Gestão do Conhecimento em 1995, em sua sede, na Alemanha. A adoção de um CKO só veio cinco anos depois. Paralelamente a isto, a administração de seu capital intelectual passou a ser distribuída em outros países, sob os cuidados dos coordenadores regionais de cada filial. Entre eles está o gerente de TI da Siemens no Brasil, Filipe Cassapo. Embora não sendo considerado oficialmente um CKO, desde 2001 ele é o responsável pela Gestão do Conhecimento da Siemens na filial brasileira. Em 2003, passou também a atender a região Mercosul, que inclui – além do Brasil – a Argentina e o Chile. Para Cassapo, a razão pelo maior interesse das multinacionais no capital intelectual ultrapassa as questões econômicas. — “Empresas descentralizadas, com vários escritórios espalhados pelo mundo, são as que mais necessitam de um CKO, pois é ele quem integra todo o conhecimento que circula dentro da corporação” – diz o gerente. De acordo com o executivo, o cargo exige do profissional visão estratégica, iniciativa, boa capacidade de comunicação e talento para agregar e motivar pessoas. Isto sem esquecer dos conhecimentos em tecnologia da colaboração, o que inclui e-learning, redes de competência – também conhecidas como yellow pages –, portais corporativos e comunidades de práticas, onde os funcionários de uma empresa se reúnem virtualmente para compartilhar problemas e encontrar soluções. — “Trata-se de um profissional multidisciplinar, que atua nas áreas de RH, tecnologia, comunicação e gestão de qualidade” – afirma Cassapo. |
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| Alguns Projetos no Escopo de Gestão do Conhecimento
As Comunidades Virtuais de Prática, de acordo com Teixeira (2002), possuem os seguintes fatores críticos de sucesso:
Há ainda projetos que envolvem tecnologia da informação tais como: Business
Inteligence
Integração
com CRM O mapa é, também, uma forma de representação ou organização do conhecimento. Contudo, um mapa de conceitos vai além do esquema convencional: mostra as relações entre os conceitos, inclui relações bidirecionais, é constituído por nós (normalmente círculos nos quais se inscrevem os conceitos) e ligações (linhas) que representam as relações entre os conceitos, por meio de proposições. Um bom mapa conceitual expõe os conceitos e as proposições fundamentais numa linguagem explícita e concisa. |
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| Os mapas de conhecimento tem as seguintes características:
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| Portais Corporativos
A nova geração de portais possui uma perspectiva sociotécnica, gestão do conhecimento e comunidades de práticas. Há vários tipos de portais corporativos: Portais de informações
empresariais – conectam os usuários às informações
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| A literatura sobre Gestão do Conhecimento já nos permite identificar modelos e metodologias de implantação dessa importante estratégia de gestão. A fim de se evitar experiências de fracasso, e adotando a perspectiva da integração Tecnologia + Mudança Comportamental, uma fórmula para a Gestão do Conhecimento parece ser a adoção dos princípios e da metodologia proposta por Teixeira Filho (2000). É uma boa opção, uma vez que considera os dois aspectos da questão. Seguem os princípios
e a metodologia de implantação em gestão do conhecimento
segundo Teixeira Filho:
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| Nesta metodologia é necessário ter responsáveis claramente identificados na organização. Para a formação da equipe, que possa conduzir com sucesso o processo de Gestão do Conhecimento, o autor propõe a seguinte abordagem, denominada gradual: |
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| Perfil Profissional da Equipe - O perfil necessário da equipe que trabalhará na implantação de Gestão do Conhecimento na organização abrange uma série de habilidades e capacidades:
Teixeira Filho destaca que a proposta de implantação de um processo de gestão de conhecimento na empresa pode ser baseada na realização de um ciclo-piloto, em condições controladas, selecionando os temas, as fontes de informação e os usuários. Ao final deve-se avaliar a viabilidade e eficácia do processo. No ciclo-piloto, o
ciclo de vida dos projetos-piloto tende a ser mais curto, com controle
simplificado. Mas o essencial é que haja bastante visibilidade
das "lições aprendidas", ajudando a difundir os
conceitos de GC sobre as aplicações práticas. Estabelecer
uma memória de projetos envolve uma documentação
ativa e evolutiva e uma comunicação ágil e permanente.
Envolve o compartilhamento do conhecimento sobre os projetos, com todos
os envolvidos: seus produtos, seu impacto, sua tecnologia, seu desempenho
etc. Envolve o registro dos “truques” usados ao longo do projeto,
as decisões tomadas, os problemas encontrados e as soluções
que foram dadas, tornar acessíveis, portanto, a quem possa precisar
(na manutenção, por exemplo), informações
sobre o andamento do projeto e as implicações que ele irá
gerar. Em gestão de projetos, a memória do passado é
vital. O piloto abrangeria alguns temas selecionados, algumas fontes definidas
e com alguns usuários, em condições controladas,
visando avaliar a viabilidade e eficácia do processo. |
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| 4 - Etapas e Fatores Críticos de Sucesso no processo de implantação Grandes etapas no processo de implantação da Gestão do Conhecimento são as mesmas em vários projetos: preparação, explicitação, conscientização, socialização, divulgação e avaliação. Na etapa de preparação, que é base para um plano de ação, discutem-se aspectos tais como:
Haverá expectativa de todos em relação aos resultados obtidos se a preparação foi bem feita. |
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| Na explicitação é preciso que o processo de gestão do conhecimento planejado esteja alinhado com os processos de negócio da empresa, para que o conhecimento registrado na etapa de explicitação realmente seja útil ao trabalho das pessoas. Se o conhecimento disponível na memória organizacional gerada não for relevante, dificilmente haverá interesse, as pessoas tenderão a não usá-la, e a não dar a sua contribuição, conseqüentemente não haverá as atualizações adequadas. Se a explicitação for bem feita, haverá conteúdos relevantes e úteis à disposição dos interessados. Na fase de conscientização é o momento de sensibilizar as pessoas (funcionários e contratados) para a importância do conhecimento como fonte inesgotável de atualização e compartilhamento, subsidiando a aprendizagem organizacional. A conscientização deverá ser feita, junto a cada futuro usuário, tanto no momento de levantar o seu perfil, quanto por meio de campanhas de divulgação.
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Tela 62 |
| A Socialização é a fase de disseminação dos conhecimentos explicitados na etapa anterior via Intranet, grupos de discussão, e-mail, eventos, palestras, reuniões, dinâmicas e coaching. Nesta etapa o trabalho começa a permear as demais áreas da organização, com as quais se pode começar a fazer diversos tipos de validações, atualizações e complementar algumas situações específicas da realidade e do contexto. Pode ser por meio da criação de comunidades de práticas, que passam a ter a base da memória organizacional criada na etapa de Explicitação ou via integração de sistemas de informação. O importante é
que os produtos da gestão do conhecimento na empresa passem a ser
apropriados por círculos cada vez mais amplos de colaboradores.
A socialização
também é a etapa de crescimento exponencial dos conteúdos.
A troca de informações entre os colaboradores, e a sua incorporação
à base de conhecimentos da empresa, pode “explodir”.
Por isso a preocupação com o ambiente tecnológico,
a infra-estrutura, as atribuições e responsabilidades na
etapa de Preparação. |
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Tela 63 |
| Divulgação - A divulgação pode ser feita de diversas formas: por "contaminação", com a paulatina adesão de novos grupos, novas áreas ou novos processos de negócio; de forma incentivada explicitamente, com esforços de divulgação, investimento e promoção; de dentro para fora, com a divulgação para outras áreas feita pelo próprio grupo original de projeto; de fora para dentro, criando-se processos de benchmarking das melhores práticas da empresa em gestão do conhecimento com o de outras empresas. Pode também envolver projetos-piloto; pode ser um esforço explícito de endomarketing, com divulgação interna por meio de mensagens, newsletters, palestras, eventos etc. A divulgação pode ser concomitante às demais etapas, divulgando paulatinamente as atividades realizadas e os resultados obtidos para outras áreas da empresa. O importante é que todos na organização sejam informados do que está acontecendo, saibam quais são os objetivos e as atividades, e tenham acesso aos produtos gerados e aos resultados obtidos. Nesta etapa é de fundamental conseguir a superação das eventuais resistências, visando à adesão de todos.
Avaliação - A avaliação objetiva medir indicadores de desempenho que reflitam a sua eficiência e eficácia, obter feedback e possibilitar um novo ciclo de melhoria e inovação no processo de gestão do conhecimento implantado. Além de indicadores
quantitativos objetivos, há muitas lições aprendidas
ao longo deste tipo de esforço de implantação. A
etapa de Avaliação é um momento de reflexão.
Trata-se aqui de aprender coletivamente com os erros e acertos, e pensar
no próximo ciclo. |
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| Resumo No presente módulo, abordamos a Gestão do Conhecimento como um conceito que vem ganhando destaque há alguns anos, originalmente nos EUA, para se criar vantagem competitiva. Em essência, consiste em aproveitar os recursos que já existem na empresa para que as pessoas procurem, encontrem e empreguem as melhores práticas ao invés de tentar reinventar a roda. É preciso criar mecanismos que permitam tanto o desenvolvimento da capacidade individual de seus membros, quanto à circulação rápida do conhecimento adquirido dentro da empresa, de modo a disseminá-lo e também protegê-lo. Essa perspectiva tem sido denominada “Gestão do Conhecimento”, ou “Gestão do Capital Intelectual”. O objetivo é disponibilizar a uma organização, no momento certo, todo o conhecimento que cada um dos seus funcionários acumula na sua vivência profissional. Os conceitos dos diversos autores, com Sveiby e Davenport, tratam da gestão de conhecimento como um conjunto de processos e técnicas para a criação, disseminação, armazenamento e utilização do conhecimento buscando atingir plenamente os objetivos da organização. Vimos, ainda, o conceito de Inteligência Competitiva relacionado à Gestão do Conhecimento, e como “criar processos e ferramentas que permitam à empresa monitorar melhor seu mercado e a concorrência, com informações de apoio à decisão nos negócios.” Posteriormente, foram examinadas as dimensões da Gestão do Conhecimento, segundo TERRA (2000) – Fatores Estratégicos e o papel da Alta Administração, Cultura e Valores Organizacionais, Estrutura Organizacional, Administração de Recursos Humanos, Sistemas de Informação, Mensuração de Resultados, Aprendizado com o Ambiente. Ao final, examinou-se a existência de modelos e metodologias de implantação dessa importante estratégia de gestão. Não existe abordagem única ou metodologia padrão que atenda a diversas situações e contextos das empresas. Podemos, entretanto, encontrar alguns pontos em comum a todos os projetos equivalentes a algumas grandes etapas de implantação: preparação, explicitação, conscientização, socialização, divulgação e avaliação. Mostramos o perfil profissional da equipe, além de Etapas e Fatores Críticos de Sucesso no processo de implantação. Grandes etapas no processo de implantação da Gestão do Conhecimento são as mesmas em vários projetos: preparação, explicitação, conscientização, socialização, divulgação e avaliação. Abordamos, também, as vantagens e desvantagens de uma determinada área estar na liderança de um programa de GC. Vimos também o papel do gestor do conhecimento – CKO – Chief Knowledge Officer, além de alguns projetos no escopo de GC como memória organizacional e comunidades de Prática, além dos Portais corporativos em uma perspectiva sociotécnica. Refletimos, ainda, a necessidade de se mudar de uma cultura individualista por colaborativa e concluímos, mostrando em um processo de implantação de GC, a perspectiva da integração Tecnologia + Mudança Comportamental como uma boa opção, uma vez que considera os dois aspectos da questão. |
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